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CONTRAPONTO
Baseado na
TERCEIRA EDIÇO
KENT KENNAN
Traduzido por Ri
ardo Mazzini Bordini, editado por Hugo L. Ribeiro.
Kennan, Kent Weeler. 1987. Conterpoint: Based on Eighteeth-Century Pra
ti
e. 3a ed. Englewwod
Clis, New Jersey: Prenti
e-Hall.
◦
1 edição - 2008
2
Capítulo 1
Introdução
Baseado na teoria de que quem quer que embarque no estudo do
ontraponto deve
onhe
er algo sobre a
história desta dis
iplina e sobre as várias abordagens ao seu ensino através dos anos, um breve
omentário
sobre o assunto é ofere
ido aqui.
PERSPECTIVA HISTÓRICA
Desde que a músi
a utilizou linhas ou vozes independentes, os
ompositores e teóri
os
on
erniram-se
om os prin
ípios envolvidos em
olo
ar uma voz
ontra a outra efetivamente. Um dos primeiros tratados
sobre o assunto e provavelmente o mais
onhe
ido está
ontido no Gradus ad Parnassum (Degraus
para o Parnassus) de Johann Joseph Fux (1660-1741), o qual foi publi
ado em 1725. Na realidade, o
livro foi pensado por seu autor
om um texto de
omposição, e in
luía material sobre intervalos, es
alas,
fuga, e várias tendên
ias estilísti
as dos dias de Fux. Mas a maior porção era devotada à lições bási
as
de
ontraponto, e esta seção está, felizmente, disponível numa tradução de Alfred Mann intitulada The
Study of Couterpoint. (Mann também es
reveu artigos iluminantes sobre o estudo de
ontraponto de
Haydn e Beethoven.) Sobre o Gradus, Ernest Newman diz: Direta ou indiretamente, ele é o fundamento
de prati
amente todos os métodos de ensino do
ontraponto durante os últimos duzentos anos. Es
rito
originalmente em Latim e então traduzido em muitas línguas, ele está na forma de um diálogo entre
o professor, Aloysius (pretendido por Fux para representar Palestrina), e Josephus, o aluno que deseja
aprender
omposição. Sabemos que Mozart usou-o tanto
omo aluno quanto
omo professor; que Haydn
e Albre
htsberger absorveram seus
onteúdos, assim
omo fez seu aluno de
ontraponto, Beethoven; e
que muitos dos
ompositores salientes do sé
ulo XIX estudaram
ontraponto de a
ordo
om os prin
ípios
de Fux,
onforme transmitidos por Albre
htsberger e Cherubini, entre outros.
Infelizmente, a
ontribuição monumental de J. S. Ba
h e outros mestres Barro
os foi largamente
ignorada pelos professores daquela era. Assim existe uma
uriosa situação na qual um sistema de instrução
de
ontraponto amplamente a
eito
omo o úni
o autênti
o que persistiu mesmo tendo falhado em levar
em
onta a importante músi
a
ontrapontísti
a de um sé
ulo inteiro anterior.
Embora não haja
on
ordân
ia universal quanto ao signi
ado exato destes termos,
ontraponto estrito
normalmente refere-se a uma abordagem essen
ialmente
omo a de Fux: há um
antus rmus (voz xa)
em semibreves,
ontra o qual outra voz é es
rita, usando uma das várias espé
ies (nota
ontra nota,
duas notas
ontra a nota dada, e assim por diante). Os exer
í
ios bási
os não pretendem envolver um
pulso métri
o, e impli
ações harmni
as não apresentadas. A ênfase está mais nos intervalos verti
ais e
no movimento da voz adi
ionada em relação ao
antus rmus; sobre ambos estes aspe
tos há restrições
severas. Alguns professores retém a abordagem modal, à la Fux, enquanto outros des
artam-na em favor
do sistema maior-menor. Pode haver ou não um estudo do
ontraponto do sé
ulo XVI.
Como regra, o
ontraponto livre é baseado nos modelos instrumentais do sé
ulo XVIII e
onsequente-
mente não está
on
ernido
om aquelas restrições que apli
am-se espe
i
amente ao estilo do sé
ulo XVI.
Ele geralmente faz uso de exer
í
ios nas espé
ies mas geralmente de uma maneira modi
ada que
envolve um senso de metro e impli
ações harmni
as (
omo neste livro).
3
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Os primórdios do
on
eito de
ontraponto livre podem ser rastreados no passado até os es
ritos
de Johann Philipp Kirnberger (1721-1783). Embora esta abordagem tenha ganho adesões (tais
omo
Jadassohn, Riemann, e Kurth), o ensino de fato daquela maneira não tornou-se difundido até o nal do
sé
ulo XIX.
Os
ontrapontos estrito e livre
oexistem desde há muito e provavelmente
ontinuarão uma situação
que reete a divergên
ia de opiniões a
er
a de seus respe
tivos méritos entre os teóri
os. Argumentos
persuasivos em favor de
ada um podem ser adiantados.
Os
1 termos estrito e livre não são geralmente usados para rotular
ursos de
ontraponto. O pro
ed-
imento usual é lista-los
omo Contraponto do Sé
ulo XVI ou
omo Contraponto do Sé
ulo XVIII.
Enquanto o primeiro é normalmente ensinado à moda do estrito, o outro pode usar aquela abordagem
ou uma mais livre.
Pelo fato de que estes dois períodos diferem em espírito,
onstrução té
ni
a, e (geralmente) no uso
de texto, eles ne
essitam de
ursos diferentes, ou ao menos partes separadas do mesmo
urso. Uma
tentativa de fundi-los em um estilo
omposto somente irá produzir um resultado sintéti
o que não tem
ontrapartida na músi
a real.
O presente volume trata inteiramente do
ontraponto do sé
ulo XVIII (Barro
o ou estilo de Ba
h),
e prin
ipalmente
om músi
a instrumental. A abordagem é livre. É importante entender desde o iní
io
que os prin
ípios bási
os do
ontraponto do sé
ulo XVIII realmente apli
am-se num sentido amplo à
músi
a
ontrapontísti
a e mesmo muita músi
a homofni
a até aos dias de Brahms. Isto é, à despeito
das muitas mudanças e inovações estilísti
as na músi
a durante os trezentos anos passados ou mais, a
abordagem fundamental à polifonia permane
eu mais ou menos
onstante até o nal do sé
ulo XIX. Nesta
épo
a, o impressionismo, o dode
afonismo, e outras tendên
ias trouxeram muitas mudanças importantes
para as té
ni
as musi
ais. O ponto tratado aqui é que ao estudar o assim
hamado
ontraponto no estilo
de Ba
h não estamos limitando o nosso interesse na músi
a de Ba
h ou mesmo na músi
a do sé
ulo
XVIII; mais do que isso, estamos
on
entrando-nos em modelos daquele período porque eles propi
iam
os exemplos mais
laros de uma té
ni
a
ontrapontísti
a que perpassa a músi
a de três sé
ulos.
A NATUREZA DO CONTRAPONTO
No pro
esso de expli
ar o signi
ado do termo
ontraponto ao seu aluno Josephus, o Aloysius de Fux
diz, É ne
essário que vo
ê saiba que em tempos anteriores, ao invés das nossas notas modernas, pontos
ou sinais eram usados. Assim,
ostumava-se
hamar uma
omposição na qual um ponto era
olo
ado
ontra ou oposto a outro, `
ontraponto'. Como uma té
ni
a, isto pode ser denido
omo a arte de
ombinar duas ou mais linhas melódi
as de maneira musi
almente satisfatória. In
lusa nesta denição
está a suposição de que
ada linha seja boa por si mesma; e a frase de maneira musi
almente satisfatória
impli
a entre outras
oisas que as linhas serão independentes mas
oordenadas em sentido.
Enquanto o
ontraponto do sé
ulo XVIII põe
onsiderável ênfase no aspe
to linear ou horizontal da
músi
a, ele também está muito
on
ernido
om a
ombinação verti
al dos sons; isto é, as linhas ouvidas
juntas devem delinear progressões harmni
as bem denidas e fortes. Conforme Oldroyd
olo
a em seu
livro The Te
hnique and Spirit of Fugue, O
ontraponto é o vo da te
elagem melódi
a entre uma
harmonia e outra. E R. O. Morris, no seu Foundations of Pra
ti
al Harmony and Couterpoint, sumaria
a relação verti
al-horizontal
laramente: A harmonia e o Contraponto não são duas
oisas diferentes mas
meramente duas maneiras diferentes de
onsiderar a mesma
oisa.
1 O
aso da abordagem estilísti
a é belamente apresentado pelo Professor Glen Haydon na sua introdução ao Counter-
point, The Polyphoni
Vo
al Style of the Sixteenth Century de Jepesson: Mais e mais, músi
os zelosos tem
ompreendido
que não se pode ensinar
ontraponto `em geral' sem en
etar
ontrovérsias inndáveis sobre o que é permissível ou não.
Também, o livro de Jepesson (à despeito de seu título) in
lui um Esboço Históri
o da Teoria Contrapontísti
a que
omenta
extensivamente o
ontraponto no estilo de Ba
h e dá ex
elentes explanações da relação entre este e o
ontraponto no estilo
de Palestrina, em termos de estrutura musi
al, perspe
tiva históri
a, e abordagem pedagógi
a.
4
Capítulo 1
3
4
O padrão oposto , aquele que move-se des
endentemente e então retorna para a área
da altura original é mostrado no Exemplo 2.
1
Esta abreviatura é usada nos exemplos deste livro para referir-se ao Cravo Bem Temperado de Ba
h.
5
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
12
8
Allegro
O tipo de
urva que
omeça
om o seu ponto mais baixo e termina
om o seu mais alto
é visto no Exemplo 4a, e o reverso dela no 4b. Ambos são relativamente infreqüentes.
42 (
)
O Exemplo 4b ilustra o fato de que um
erto senso de
límax de altura pode ser
obtido por um movimento basi
amente des
endente para um ponto grave, o reverso do
pro
edimento mais freqüente; ao menos há um forte sentido de direção para o Ré grave e
um senso de
hegada ao destino desejado quando ele é al
ançado.
Um sentido de
límax numa linha melódi
a
ertamente não é dependente da altura
somente. Outros fatores
omo duração, nível de dinâmi
a, e disposição das notas dentro
da melodia entram em
onsideração. Por exemplo, uma nota que, em termos de altura,
não mere
eria uma atenção parti
ular pode ser tornada mais importante por meio de um
valor mais longo (a
ento agógi
o) ou de um a
ento dinâmi
o, enquanto que uma altura
relativamente aguda que seja to
ada rapidamente pode não ter o efeito
limáti
o que ela
teria se fosse sustentada. No
aso em que um
límax de altura é desejado, é geralmente
melhor evitar que a linha mova-se para o mesmo ponto alto ou o mesmo ponto baixo
(qualquer que esteja envolvido) mais de uma vez. Algumas melodias envolvem um tipo de
6
Capítulo 1 A Linha Melódi
a Simples 3
padrão pivotante, no qual a linha
entra-se em torno de uma nota ou área parti
ular (a
nota Ré no Exemplo 5a, e Dó no 5b).
Exemplo 5b BACH: C.B.T., Livro I, Fuga 2
Note, ainda assim, que em tais
asos a natureza inten
ional do retorno à nota piv
é óbvia para o ouvido. A menos que um tal padrão
laramente planejado seja aparente,
um melodia que permane
e voltando para as mesmas notas irá soar inutilmente repetitiva.
Também para ser notado é o fato de que melodias de variedade pivotante geralmente
ontém, em adição às notas re
orrentes, elementos que dão um senso de progressão e
direção. Por exemplo, nos Exemplos 5a e 5b
ertas notas (indi
adas por setas) formam
linhas que movem-se por grau
onjunto (progressões por grau
onjunto [step-progressions ℄).
Esta
ara
terísti
a irá re
eber mais
omentários na próxima seção.
2
Alguns sistemas teóri
os referem-se a estas notas
omo alturas bási
as. O rótulo foi evitado aqui
porque de
isões denitivas de quais notas são bási
as são difí
eis de al
ançar, posto que muitos fatores
envolvidos e elementos de julgamento subjetivo ne
essariamente entram em questão. Também, há graus
de basi
idade, e assim pare
e questionável falar de qualquer
onjunto dado de notas
omo a forma bási
a
de uma melodia.
3
O The Craft of Musi
al Composition de Hindemith in
lui exemplos nos quais até seis progressões por
grau
onjunto estão operando ao mesmo tempo.
7
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Mais ilustrações da mesma situação podem ser vistas nos Exemplos 5a e 25. Obvia-
mente, a presença de uma progressão por grau
onjunto ajuda a dar um
laro sentido de
direção à linha melódi
a. Quando,
omo a
onte
e raramente, há uma úni
a progressão
por grau
onjunto que
ontinua através da frase inteira
omo no Exemplo 7, ela delineia o
esqueleto estrutural
ompleto da frase.
Re joice Re joice Re joice great ly
4
Mas
omo pou
as melodias são assim
onstruídas e
omo muitas
ontém várias pro-
gressões por grau
onjunto
on
orrentes, seria um erro
on
luir que o esqueleto estrutural
pode normalmente ser deduzido simplesmente das progressões por grau
onjunto. E
er-
tamente nós devemos lembrar que muitas melodias boas não fazem absolutamente uso da
progressão por grau
onjunto.
IMPLICAÇÕES HARMÔNICAS
Muitas melodias do período Barro
o sugerem um fundo harmni
o de algum grau. Em
ertos
asos (
omo no Exemplo 8), a
ordes
ompletos esboçados dentro da linha tornam a
harmonia impli
ada bem explí
ita. Mas note que mesmo em tais
ongurações harmni
as
aparentes, elementos
laramente lineares estão geralmente presentes; duas progressões por
grau
onjunto foram indi
adas no Exemplo 8, e duas mais nas vozes internas poderiam
ter sido mostradas.
83
8
Capítulo 1 A Linha Melódi
a Simples 5
Em outras melodias (Exemplos 9 e 12a), as impli
ações harmni
as são menos denidas.
Às vezes elas são mesmo
apazes de serem interpretadas de duas ou mais maneiras diferentes
até que sejam
laramente denidas pela presença de uma ter
eira voz. As três su
essões
harmni
as listadas abaixo da músi
a no Exemplo 9 ilustram este ponto.
O termo ritmo harmni
o é
omumentemente usado para des
rever o padrão de mu-
dança harmni
a na músi
a. Embora uma base harmni
a seja provavelmente mais de-
nida quando duas ou mais linhas estejam envolvidas, o ritmo harmni
o é aparente mesmo
numa linha melódi
a úni
a que sugere um fundo
ordal espe
í
o.
A LINHA COMPOSTA
O tipo de linha mostrada no Exemplo 10 (
onsistindo, em efeito, de duas ou mais linhas
ouvidas alternadamente) o
orre freqüentemente em obras para instrumentos de
ordas
desa
ompanhadas, onde um senso de
ompletitude harmni
a seria difí
il de obter de
outro modo. Tais linhas obviamente envolvem um
ontorno
omposto.
Se as três linhas implí
itas nesta passagem fossem es
ritas
omo tais, elas pare
eriam
aproximadamente
omo isto:
Exemplo 11
43
43
9
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
EXTENSO
Como uma regra geral, as melodias dos sé
ulos XVII e XVIII tendem a permane
er dentro
da extensão de uma 12a, e muitas são
onsideravelmente mais estreitas em âmbito. Sujeitos
de fugas, em parti
ular, muito freqüentemente
onnam-se à extensão de uma oitava;
daquelas no Cravo Bem Temperado, somente umas pou
as envolvem extensões tão amplas
quanto uma 10a, e nenhuma a ex
ede. O Exemplo 12 mostra melodias
om extensões
estreitas e amplas, respe
tivamente uma 5a em a e uma 11a em b.
6
4
Exemplo 12b C.P.E. BACH: Kurze und lei hte Klavierstü ke, No. 15b, Minuetto II
43
OUTRAS CONSIDERAÇÕES
Até aqui não zemos mais do que to
ar brevemente em algumas das muitas possibilidades
do
ontorno melódi
o e em alguns fatores da
onstrução melódi
a. Devemos agora rever
ertos pontos espe
í
os envolvidos na es
rita melódi
a bem su
edida:
1. Os quarto, sexto, e sétimo graus da es
ala (às vezes
hamados graus ativos), tem
tendên
ias dire
ionais parti
ulares em relação à harmonia da tni
a bem
omo também em
ertos outros
ontextos harmni
os. O Exemplo 13 mostra as tendên
ias dos graus ativos
em Dó maior.
Exemplo 13
4 3 6 5 7 8
21
O quarto grau, estando apenas um semitom a
ima do ter
eiro, na maioria das vezes
move-se naquela direção mais do que um tom inteiro na direção oposta. Semelhantemente,
o sétimo grau tende a mover-se para o grau da es
ala mais próximo, a tni
a um semitom
a
ima. Embora a relação de semitom não se aplique no
aso do sexto grau da es
ala (isto
é, em maior), a tendên
ia daquela nota é normalmente des
er para o quinto grau da es
ala,
já que a nota a
ima dela é em si uma nota ativa.
10
Capítulo 1 A Linha Melódi
a Simples 7
Entretanto, se abordadas
omo no Exemplo 14a, estas mesmas notas podem
onvin-
entemente mover-se na direção oposta daquela mostrada a
ima. Às vezes elas saltam
para outras notas ativas,
aso em que a tendên
ia da primeira nota é renun
iada ou sua
resolução é assumida por outra voz. Em qualquer
aso, a maneira da resolução deriva da
tendên
ia da última nota numa série de notas ativas (Exemplo 14b).
Exemplo 14
O segundo grau da es
ala é às vezes
onsiderado ativo também, mas ele tem menos
senso de empuxe gravita
ional do que os quarto, sexto, ou sétimo graus. Sua tendên
ia
mais bási
a é des
er para a nota da tni
a, embora ele geralmente mova-se para
ima para
o ter
eiro grau da es
ala ao invés.
Exemplo 15
Nesta es
ala, as tendên
ias dos graus ativos são as mesmas daquelas em maior, mesmo
que diferentes relações intervalares estejam envolvidas nos dois
asos; isto é, o quarto grau
está um tom inteiro a
ima do ter
eiro e o sexto grau um semitom a
ima do quinto.
A es
ala menor melódi
a (Exemplo 16) é mais geralmente usada para melodias, para
evitar a 2a aumentada que o
orreria entre os graus 6 e 7 se ambos não fossem ou levantados
ou deixados na sua forma menor natural.
Exemplo 16
Como uma regra muito geral, linhas as
endentes empregam a forma as
endente desta
es
ala, linhas des
endentes a forma des
endente. Mas o fundo harmni
o também tem uma
parte importante na es
olha de uma ou outra. Há o
asiões em que a forma as
endente deve
ser usada numa passagem des
endente de modo a impli
ar o a
orde (maior) de dominante
(Exemplo 17a); e a forma des
endente é às vezes vista numa passagem as
endente quando
a subdominante (menor) está impli
ada (Exemplo 17b).
11
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
43
3
4
É aparente, entretanto, que no
aso de uma es
ala menor melódi
a a tendên
ia normal
dos sexto e sétimo graus levantados é para
ima, e os sexto e sétimo graus abaixados, para
baixo.
Em qualquer
aso, o intervalo
ompli
ado e não vo
al de uma 2a aumentada que o
orre
entre o sexto grau não alterado e o sétimo grau levantado (Lá bemol para Si natural em
Dó menor) é geralmente evitado em linhas melódi
as. As ex
eções são prin
ipalmente em
passagens que delineiam um a
orde de sétima diminuta (Exemplo 18).
O
asionalmente a 2a aumentada é inten
ionalmente desta
ada
omo um
aráter
ara
-
terísti
o re
orrente numa passagem,
omo no Exemplo 19.
Em tais
asos, a
orroboração do intervalo in
omum através da repetição (e imitação
anni
a no Exemplo 19) dá espe
ial validade e preserva-o de soar meramente fortuito.
Diferente da 2a aumentada, o intervalo de 7a diminuta entre o sexto grau não alterado
da es
ala e o sétimo grau levantado da oitava abaixo é inteiramente utilizável e é en
on-
trado freqüentemente na músi
a dos períodos Barro
o e Clássi
o (veja o Exemplo 8a neste
apítulo bem
omo os Exemplos 3 e 4 no Capítulo 17).
12
Capítulo 1 A Linha Melódi
a Simples 9
4
2. Mesmo numa linha melódi
a simples
ertas notas podem ser ouvidas
omo não
harmni
as para as harmonias impli
adas e devem ser resolvidas. Como este ponto é
muito mais provável de surgir
omo um problema em
onexão
om os exer
í
ios a duas
vozes que serão feitos mais adiante, uma dis
ussão ulterior será reservada para o Capítulo
4.
3. Quando dois ou mais saltos são feitos na mesma direção, o ouvido interpreta todas as
notas
omo perten
entes à mesma harmonia, assumindo que nenhuma delas seja
laramente
não harmni
as. Portanto, saltos
onse
utivos devem envolver somente notas que formam
uma harmonia a
eitável no estilo que está sendo usado. No idioma que estamos estudando,
su
essões
omo as seguintes são geralmente ex
luídas por esta razão:
Exemplo 20
4ª 4ª 3ª 7ª 4ª 7ª 5ª 5ª
Se, entretanto, a última nota em
ada
aso fosse ouvida
omo não harmni
a e é então
resolvida, muitas de tais su
essões tornar-se-iam utilizáveis. Revertendo-se a direção do
segundo intervalo em
ada uma das su
essões do Exemplo 20 iria torna-las todas a
eitáveis,
já que o senso de uma harmonia implí
ita envolvendo todas as três notas seria então
an
elado.
4. Mesmo quando elas en
aixam-se na mesma harmonia implí
ita, dois saltos amplos
(digamos de uma sexta ou mais) na mesma direção devem ser evitados, já que eles tende-
riam a levar a linha muito longe em uma direção muito abruptamente, e poderiam provo
ar
uma falta de equilíbrio melódi
o (Exemplos 21a, b,
). Após um salto grande é geralmente
melhor mudar a melodia para a direção oposta (Exemplos 21d, e).
13
10 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplo 21
a b c d e
5. Como uma regra muito geral, um salto seguido por movimento em grau
onjunto é
preferível do que movimento por grau
onjunto seguido por um salto (Exemplo 22).
Exemplo 22
a b c
3 3
Quanto mais rápido o movimento das notas envolvidas, e quanto maior o salto, mais
ensurável será a su
essão grau
onjunto-salto. Ela [a su
essão
ensurável℄ tende a apare
er
mais geralmente (no
ontraponto de estudantes)
om o salto entre a última fração de
um tempo e a primeira nota do próximo,
omo nos Exemplos 22b e d. Em valores de
notas que se movem mais lentamente o resultado é ligeiramente melhor, embora ainda
fra
o, espe
ialmente se o salto está sobre a barra de
ompasso,
omo no Exemplo 23a.
A introdução súbita de um salto após o movimento por grau
onjunto pare
e
hamar a
atenção para si mais naquele ponto, possivelmente porque normalmente há uma mudança
harmni
a lá. Quando o salto é de um tempo forte para um tempo fra
o,
omo nos
Exemplos 23b e
, o resultado é provavelmente mais a
eitável.
Exemplo 23
3
4
14
Capítulo 1 A Linha Melódi
a Simples 11
A seqüên
ia, na qual um elemento melódi
o re
orre em outro grau da es
ala, é muito
mais freqüente do que a repetição literal neste estilo, e é um dispositivo extremamente
omum e importante na músi
a
ontrapontísti
a do período tonal. Ela é ilustrada no
Exemplo 25.
A seqüên
ia é sempre
on
ebida
om algum objetivo harmni
o em mente seja uma
progressão dentro de uma área harmni
a espe
í
a ou uma
onexão de duas de tais áreas.
Além disso, muitas seqüên
ias tem uma função linear. Por exemplo, no Exemplo 25 note a
progressão por grau
onjunto na voz superior. (Somente a voz superior está indi
ada ali.)
Um ponto interessante em
onexão
om a seqüên
ia é o de que ela geralmente justi
a o
uso de alguma
ara
terísti
a in
omum que, se formulada somente uma vez, poderia soar
improvável e a
idental. A
orroboração imediata não somente assegura ao ouvido que
a
ara
terísti
a inesperada era inten
ional, mas
ria um padrão que dá objetivo e lógi
a
para a músi
a. Por exemplo, no Exemplo 26 o salto as
endente de 7a (de Ré para Dó)
om um valor longo inesperado na nota superior é inteiramente
onvin
ente por
ausa
de sua
onrmação na seqüên
ia e por
ausa de resolução paralela das notas ativas (Dó
para Si e Mi para Ré). A su
essão grau
onjunto-salto no primeiro segmento b é também
ex
ep
ional. Observe que a linha as
ende de Sol para Si e para Ré, as notas da tríade da
tni
a.
86
No exemplo 27, a repetição de alturas na voz inferior poderia ter soado meramente
ex
êntri
a e
ompli
ada se tivesse o
orrido somente uma vez;
omo parte do padrão ouvido
aqui, é lógi
a e satisfatória.
Entretanto, há um limite para o que a seqüên ia pode justi ar. Uma ara terísti a que
15
12 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
seja realmente
ensurável mais do que meramente in
omum não irá tornar-se mais a
eitável
om a repetição. Também, é importante relembrar que muitas repetições
onse
utivas de
um padrão produzem um efeito monótono e redundante. Como regra, três podem ser
onsideradas um limite seguro.
Seqüên
ias só de ritmos são também possíveis, mas a
orroboração rítmi
a é mais geral-
mente obtida meramente por meio de um padrão
ara
terísti
o, tal
omo o de semi
ol
heia
pontuada seguida de uma fusa no seguinte:
Não devem haver muitos padrões rítmi
os diferentes nem valores muito divergentes na
melodia se unidade e
oerên
ia devem ser mantidas.
7. Paradas brus
as no movimento rítmi
o devem ser evitadas. Onde houver uma es
o-
lha ente movimento num tempo forte e movimento num tempo fra
o, a última disposições
é geralmente preferível, assim haverá um senso de propulsão para o tempo forte, de modo
que a duração da nota e a força do tempo serão mutuamente suportados. Por exemplo,
é normalmente mais satisfatório do que . Mas este prin
ípio não
deve ser tomado muito literalmente, pois ex
eções são freqüentemente realizadas por
onsi-
derações espe
iais do padrão musi
al. Nem se apli
a quando há outra voz que pode manter
o uxo rítmi
o em pontos onde a primeira voz é interrompida.
TAREFAS SUGERIDAS
1 Exer
í
ios na dete
ção de erros.
2 Es
reva
in
o melodias (ou tantas quantas forem espe
i
adas pelo instrutor) de
quatro a oito
ompassos de
omprimento. Estas devem demonstrar os vários tipos
de
ontorno melódi
o. Tenha algumas melodias em maior, algumas em menor, e use
diferentes sinais de
ompasso e andamento.
3 Traga três exemplos de progressão por grau
onjunto de músi
a dos períodos Barro
o
e Clássi
o. Se o instrutor assim espe
i
ar, as notas envolvidas nas progressões por
grau
onjunto deverão ser indi
adas
om setas,
omo no texto.
16
Capítulo 1
2 Deve haver su
iente independên
ia entre as vozes em termos de direção e movimento
rítmi
o.
3 Por outro lado, elas devem ter o su
iente em
omum estilisti
amente e diferenças,
de modo que elas fundam-se num todo
onvin
ente quando
ombinadas
4 As linhas devem impli
ar uma boa su
essão harmni
a. Em qualquer ponto dado, o
ouvido ouve não somente a linha horizontal mas o resultado verti
al de sua
ombina-
ção; estes sons verti
ais devem representar uma progressão harmni
a satisfatória.
5 Neste estilo, as vozes devem ser prin
ipalmente
onsonantes uma
om a outra, as
dissonân
ias estão presentes mas em quantidades menores do que as
onsonân
ias.
Vamos voltar agora e
onsiderar
ada um destes pontos separadamente, apli
ando-os
ao ex
erto dado no Exemplo 1.
17
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplo 2
a b
As 5as paralelas são igualmente evitadas, mas prin
ipalmente porque elas impli
am
tríades paralelas, um expediente estranho ao estilo que estamos usando. Enquanto este
ponto pode por esta razão não ser inteiramente apropriado sob o título de independên
ia das
vozes, ele pode muito
onvenientemente ser dis
utido aqui junto
om outros paralelismos.
Quaisquer duas 5as perfeitas [justas℄ paralelas são pobres (Exemplos 3a e b), bem
omo
a su
essão de 5a diminuta para 5a perfeita (em
). No
aso desta última su
essão, uma
objeção adi
ional é que a 5a diminuta dissonante não é resolvida. Por outro lado, uma 5a
perfeita para uma 5a diminuta é possível se a resolução formal segue (d).
Exemplo 3
( )
Estes
omentários sobre paralelismo envolvem somente o
ontraponto usando nota
on-
tra nota (primeira espé
ie). Outras situações serão
onsideradas mais tarde quando elas
o
orrerem em
onexão
om vários exer
í
ios.
Como regra, o uníssono, a 5a e a oitava não devem ser abordados por movimento
18
Capítulo 1 Prin
ípios do Contraponto a Duas Vozes 3
semelhante no
ontraponto a duas vozes (Exemplos 4a, b e
) devido a ênfase que tal
movimento dá ao intervalo perfeito. (O efeito é ainda mais
ensurável se ambas as vozes
saltam.) Entretanto, a abordagem da oitava mostrada em d,
om o movimento pronun
iado
das fundamentais na voz inferior, é bom; ela é vista freqüentemente em
adên
ias.
Exemplo 4
Fraco Bom
a b c d
UNIDADE
O ter
eiro ponto na nossa lista de requisitos, o fato de que as vozes devem ter algo em
omum, é prin
ipalmente uma questão de unidade estilísti
a. Mas, além disso, as vozes não
devem ser muito divergentes uma da outra em termos de valores e padrões rítmi
os se elas
devem enredar-se naturalmente. No exemplo 1 o uso em ambas as vozes dos mesmos valores
(semi
ol
heias,
ol
heias, e uma semínima o
asional) dá às duas um alto grau de unidade
rítmi
a. Uma tal disposição é
ara
terísti
a do
ontraponto Barro
o. Assim, também, é a
manutenção de um pulso estável. A palavra motriz é às vezes apli
ada à músi
a deste
tipo, na qual o pulso métri
o/rítmi
o subja
ente é
onsistentemente aparente.
(Movimento contrário)
Seqüência
19
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
IMPLICAÇÕES HARMÔNICAS
O quarto ponto na nossa lista tem a ver
om o fundo harmni
o impli
ado no
ontraponto.
O Exemplo 6 mostra, por meio de símbolos de a
ordes, as harmonias implí
itas na passagem
que estamos usando para o propósito de demonstração. As notas não harmni
as foram
ir
uladas.
As alterações
romáti
as aqui, embora analisáveis em termos harmni
os, são essen
i-
almente notas de passagem; e o i perto do nal é dominante em qualidade (um ponto a ser
dis
utido presentemente). Assim o ritmo harmni
a bási
o move-se em valores de mínima.
Note que todos os membros de
ada tríade estão in
luídos em uma voz ou outra, de modo
que as harmonias são espe
ialmente impli
adas
om
lareza aqui.
No
ontraponto a duas vozes é obviamente impossível ter todas as três notas de uma tríade
soando simultaneamente. Certamente elas podem às vezes serem esboçadas em su
essão,
mas esta possibilidade nem sempre está disponível. A questão que surge então é: quais
membros do a
orde devem ser omitidos? Se experimentamos, usando uma tríade de Dó
não podemos dizer se a tríade é maior ou menor; seu fator de
or está visivelmente
faltando. Além disso,
omo foi apontado anteriormente, a 5a aberta é usada es
assamente
neste estilo, já que ela tende a dar uma
erta qualidade ar
ai
a. Con
luímos, portanto, que
20
Capítulo 1 Prin
ípios do Contraponto a Duas Vozes 5
Exemplo 7
Claro que se o quinto grau da es
ala apare
e numa dada melodia e a harmonia da tni
a
pare
e exigida, ou a fundamental ou a terça terão que ser omitidas, mais freqüentemente
a tni
a,
omo em a no Exemplo 8. E há
asos em que o quinta do a
orde no baixo
om
a terça na voz superior é perfeitamente satisfatória (em b).
Exemplo 8
a b
Dobramento
Exemplo 9
a b
Exemplo 10
21
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Ao es
rever
ontraponto, não devemos somente sugerir
laramente as harmonias mas de-
vemos nos assegurar de que as su
essões harmni
as impli
adas são boas. Progressões que
seriam evitadas na harmonia a quatro partes devem ser evitadas também aqui. O Exemplo
11 ilustra algumas delas.
Exemplo 11
a b c
V IV ii I vi
No Exemplo 11a a su
essão V IV, geralmente ouvida
omo uma retrogressão quando
ambos os a
ordes estão em posição fundamental, está implí
ita. Se IV6 substituísse o IV
no ter
eiro tempo, a progressão seria inteiramente utilizável.
Em
o a
orde vi6 impli
ado é abordado e deixado por salto, no baixo, enquanto que
aquele a
orde e o iii6 são utilizáveis somente
omo sons de passagem
om o baixo movendo-
se por grau
onjunto. Empregados desta maneira, eles na verdade não expressam a função
dos graus vi ou iii mas são o que pode ser
hamado de a
ordes
ontrapontísti
os. Se
argumentar-se que o Lá e o Dó podem ser ouvidos
om um IV implí
ito ao invés (o que é
improvável devido ao Mi pre
edente), a progressão seria ainda pobre, por razões a serem
expli
adas brevemente.
Neste estilo, o a
orde é utilizável de quatro maneiras: (1) em
adên
ias (a serem dis
u-
tidas presentemente); (2)
omo um a
orde de passagem; (3) na repetição de a
ordes isto
é,
om o pre
edido e seguido pela mesma harmonia em primeira inversão ou em posição
fundamental; (4)
omo um a
orde ornamental [embellishing℄. Estes usos estão ilustrados
no Exemplo 12.
Exemplo 12
a b
43
3
4
3 3
4 4
I I V I ii I V I
22
Capítulo 1 Prin
ípios do Contraponto a Duas Vozes 7
c d
43
3
4
IV I IV I V
7 e f
I I I I
Em
adên
ias (Exemplos 12a e b), o I o
orre num tempo forte e tem a qualidade de
uma dupla apojatura ao a
orde V que o segue. Consequentemente, alguns sistemas teóri
os
(parti
ularmente aqueles inuen
iados por prin
ípios S
henkerianos) usam o símbolo V
sozinho ao analisar a progressão
aden
ial I V. Outros mostram todos os três símbolos: I
V. As úni
as instân
ias nas quais o baixo
Já que a voz inferior no
ontraponto a duas vozes tende a soar
omo um baixo real, uma
tríade em segunda inversão implí
ita resulta sempre que a quinta de uma tríade apare
e
lá. No
aso em que este a
orde implí
ito não possa ser usado em uma das maneiras re
ém
dis
utidas, algumas outras soluções deverão ser en
ontradas seja uma nota diferente na
voz inferior ou (se aquelas voz é dada) uma harmonia implí
ita diferente sobre ela. Lembre-
se de não saltar para ou do baixo de um a
orde ex
eto em uma
adên
ia (ii I) ou numa
repetição de a
orde. Por exemplo, ambos os seguintes são pobres:
Exemplo 13
a
b
I IV V
IV I V
23
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Os a
ordes II, III, e VI (em maior ou menor) são de pou
o uso práti
o neste estilo
e ordinariamente não devem ser sugeridos na es
rita
ontrapontísti
a. Note que se os
prin
ípios dados aqui forem seguidos, dois a
ordes em diferentes graus da es
ala nun
a
irão apare
er em su
essão.
Ritmo Harmni o
Algumas observações sobre o ritmo harmni
o foram dadas no
apítulo pre
edente. É
importante distinguir
laramente ritmo métri
o (o tempo) de ritmo harmni
o. Enquanto
os dois podem envolver os mesmos valores, em muitas músi
as não. Por exemplo, no
Exemplo 14
b f
Quando um padrão de mudanças harmni
as foi estabele
ido e o baixo for sustentado
de um tempo fra
o para um tempo forte (seja
ruzando a barra de
ompasso em qualquer
metro ou do tempo 2 para o tempo 3 no metro quaternário) o efeito é estáti
o e pobre.
A fraqueza reside no fato de que uma mudança de baixo está faltando pre
isamente no
ponto onde ela é mais ne
essária para prover um senso de movimento para frente e de pulso
harmni
o. A situação é ilustrada no Exemplo 15a. Mesmo quando o baixo é mudado mas
a harmonia é retida do [tempo℄ fra
o para o forte, o efeito é levemente estáti
o, embora
muito menos
ensurável (b).
Exemplo 15
No metro ternário o ritmo harmni
o é geralmente evitado por
ausa do a
ento agógi
o
arti
ial que tende a dar o segundo tempo. Entretanto, isto não signi
a uma regra
invariável, e há numerosas ex
eções. Por exemplo,
omo muitos padrões não usuais na
músi
a, este pode soar bastante a
eitável se
orroborado pela repetição.
24
Capítulo 1 Prin
ípios do Contraponto a Duas Vozes 9
Cadên ias
Seria difí
il superestimar a importân
ia das
adên
ias na músi
a do sé
ulo dezoito. Elas
estabele
em
entros tonais, mar
am o nal das seções dentro do uma
omposição, e provêem
o ne
essário senso de nalização no nal dela.
Um problema freqüente no
ontraponto de estudantes é a falha em fazer a
adên
ia
nal su
ientemente forte e estilisti
amente apropriada. Para ser
onvin
ente neste estilo,
adên
ias autênti
as devem impli
ar uma das seguintes su
essões harmni
as:
I
(6) IV V I I
(6) ii(6) (I6 ) V I I
(6) (I6 ) V I
4 4
(vi) (vi)
Já que,
omo men
ionado anteriormente, o I
aden
ial é essen
ialmente uma de
oração
do V que o segue, ele pode ou não ser in
luído. Quando pressente, ele o
orre num tempo
forte (no
aso do metro ternário, ou no primeiro ou no segundo tempo). Observe que numa
adên
ia autênti
a o a
orde de dominante está sempre empregado em posição fundamental.
O Exemplo 16 mostra um número de
adên
ias nais das Invenções a Duas Partes de
Ba
h. Elas devem ser examinadas
uidadosamente pelo
aráter
ara
terísti
o. O ex
erto
mostrado em f
ontém uma resolução de engano do V (para VI, aqui) no segundo
ompasso,
e uma
adên
ia autênti
a perfeita no nal.
Quando as
adên
ias o
orrem no trans
urso de uma obra
ontrapontísti
a, o movimento
rítmi
o não para no a
orde de tni
a,
omo nas
adên
ias nais re
ém mostradas. Ao invés,
ao menos uma das vozes mantém o ritmo em movimento (Exemplo 17).
25
10 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Enquanto notas não harmni
as podem logi
amente ser
onsideradas sob o título de impli-
ações harmni
as, uma dis
ussão
ompleta dos vários tipos está reservada para o próximo
apítulo de modo que aquele material pode ser melhor rela
ionado mais diretamente
om
os primeiros exer
í
ios que realmente usam notas não harmni
as. Eles são abordados de
maneira geral na seção seguinte, sobre
onsonân
ia versus dissonân
ia.
Exemplo 18
26
Capítulo 1 Prin
ípios do Contraponto a Duas Vozes 11
harmni
a). Ela então resolve para uma nota da harmonia ou torna-se harmni
a por si
mesma
onforme a outra voz se move.
O Exemplo 19 mostra intervalos essen
iais e não essen
iais em várias relações. Notas
não harmni
as estão
ir
uladas, e os números apli
ados aos intervalos não essen
iais estão
entre parênteses.
Exemplo 19
Como a tabela seguinte irá mostrar, intervalos essen
iais são prin
ipalmente
onsonan-
tes, e eles o
orrem muito freqüentemente no tempo. Intervalos não essen
iais são mais
provavelmente dissonantes do que
onsonantes e podem o
orrer entre os tempos ou no
tempo
om o intervalo real seguindo-os. O primeiro padrão é o mais freqüente. Este
assunto inteiro será examinado mais detalhadamente no Capítulo 4.
Considerando que os termos
onsonân
ia e dissonân
ia são puramente relativos e mesmo
dis
utíveis, um quadro é dado à seguir para mostrar
omo os intervalos verti
ais são tra-
di
ionalmente
lassi
ados no idioma a que estamos nos referindo, e também para dar
alguma idéia de sua relativa freqüên
ia no
ontraponto a duas vozes do período.
a maior
3
a
3 menor a aumentada bastante freqüentes; utilizáveis prin-
)
4
a
6 maior freqüente
ipalmente
omo intervalos essen
i-
a
5 diminuta
a
6 menor
ais impli
ando V7
a justa
8
a maior
)
2
a justa a infreqüente
omo intervalos essen
iais
5 infreqüente 7 menor
a menor
2
muito infreqüentes
omo intervalos es-
a
7 maior
a justa sen
iais
4
Pode ser visto neste quadro que os intervalos mais utilizáveis são a 3a, a 6a, e a oitava. A
oitava apare
e
om menos freqüên
ia do que os outros dois, e o
orre muito freqüentemente
na nota da tni
a nos iní
ios e nais de frases ou seções, às vezes na nota da dominante, e
o
asionalmente em outras notas.
Provavelmente a razão para o uso relativamente raro da 5a justa é que ela tem o aberto,
in
ompleto som de uma tríade sem a terça e é um pou
o rígida para este estilo. Quando
ela é usada, a terça da tríade muito freqüentemente a pre
ede ou a segue imediatamente.
A 5a de trompa (ilustrada no Exemplo 20) envolve um padrão de notas parti
ular que
surgiu
omo resultado da práti
a instrumental e tornou-se permitido pelo uso tradi
ional.
27
12 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
86
86
Esta gura era freqüentemente dada às trompas no tempo em que elas não tinham
válvulas e portanto estavam restritas às notas que podiam to
ar.
Note que a 4a aumentada e a 5a diminuta o
orrem, em maior, somente entre a sensível
e o quarto grau da es
ala, ambas são notas ativas
ontidas dentro da harmonia de sétima
da dominante. Este fato in
itou os
omentários, no quadro pre
edente, sobre o seu uso.
A 4a justa é um
aso espe
ial. Embora relativamente
onsonante a
usti
amente, ela é
lassi
ada
omo uma dissonân
ia neste estilo devido a sua qualidade in
ompleta e mais
pesada [top-heavy℄ (menos a
eitável do que a da 5a justa), e por
ausa do seu uso
ara
terísti
o no tempo no
ontraponto Barro
o a duas vozes, é
omo um intervalo não
essen
ial resolvendo numa 3a (Exemplo 21).
Exemplo 21 C.P.E. BACH: Kurze und Lei hte Klavierstü ke, No. 1, Allegro
42
(4) (4) (4) (4)
2
4
I V7 I ii V I
Outro ponto
ontrário ao uso da 4a justa
omo um intervalo essen
ial é que ela às vezes
sugere a
ordes em pontos onde eles seriam estilisti
amente impróprios.
Enquanto a 4a raramente pode ser empregada essen
ialmente no
ontraponto nota
ontra nota, em outras espé
ies de
ontraponto ela o
asionalmente o
orre essen
ialmente
num tempo fra
o e num andamento rápido ou
om um valor
urto (Exemplo 22).
42
2
4
Em tais asos a 4a essen ial é a eitável porque a harmonia impli ada (por exemplo, Si
28
Capítulo 1 Prin
ípios do Contraponto a Duas Vozes 13
bemol maior no Exemplo 22a) é sentida
omo estando em posição fundamental desde o
tempo em que a fundamental foi ouvida primeiramente no baixo. Assim a 4a impli
a uma
de
oração da harmonia em posição fundamental mais do que um a
orde verdadeiro.
Se retornamos agora para os
ompassos ini
iais da Invenção a Duas Partes em Sol
Menor e analisamos os intervalos à luz do material re
ém dis
utido,
hegamos aos resultados
mostrados no Exemplo 23.
5 (6) (7) 8 (2) 3 8 3 (8) 6 (6) 6 5d (4) 3 3 (8) 6 (6) 6 5d 4a 3 8 (7) 3 5 (4) (3) 3 5d 3
Os intervalos essen
iais aqui no Exemplo 23 são, por ordem de freqüên
ia, 3as, 6as,
oitavas, 5as diminutas, e 5as justas. Destes, os três primeiros apare
em no tempo ou na
segunda parte do tempo, os outros entre aqueles pontos. Os intervalos não essen
iais são
6as, 4as, 7as, oitavas, 2as, e 3as. Há somente um intervalo não essen
ial no tempo.
TAREFAS SUGERIDAS
1 Exer
í
ios na dete
ção de erros (1:1)
3 Esteja preparado para
omentar analiti
amente os exemplos de músi
a a duas vozes
espe
i
ados pelo instrutor, em termos dos pontos dis
utidos neste
apítulo.
29
Capítulo 4
Nos exer
í
ios de
ontraponto, uma voz é usualmente dada. Esta é
onhe
ida
omo o
antus rmus 1 (voz xa), e este termo é
omumente abreviado para C. F. A posição do
C. F.
omo voz superior ou inferior (em exer
í
ios a duas vozes) é geralmente espe
i
ada.
Quando o C. F. é
ontraponteado
om uma nota na voz adi
ionada
ontra
ada nota
do C. F., o resultado é
hamado
ontraponto de primeira espé
ie. Esta espé
ie pode
onvenientemente ser designada pela razão de 1:1, dita
omo uma
ontra uma. As várias
espé
ies tradi
ionalmente usadas no estudo do
ontraponto são as seguintes:
Primeira espé
ie: 1:1
Segunda espé
ie: 2:1 e 3:1
Ter
eira espé
ie: 4:1 e 6:1
Quarta espé
ie: Sin
opado
Quinta espé
ie: Florido (uma
ombinação das outras quatro espé
ies)
Ainda que a abordagem usada neste livro seja em grande parte mais livre do que aquela
das espé
ies tradi
ionais de
ontraponto, estaremos trabalhando exer
í
ios envolvendo as
primeiras quatro proporções rítmi
as para explorar as possibilidades e os problemas pe
u-
liares de
ada uma. A quinta espé
ie não será empreendida
omo tal, já que ela se iguala
de perto ao trabalho em
ontraponto livre a ser feito.
Muitas das relações rítmi
as re
ém men
ionadas o
orrem freqüentemente na músi
a real,
mas a proporção 1:1 é raramente usada por longo tempo. A razão para isto é que ela
are
e de independên
ia rítmi
a entre as vozes, um requisito importante do bom
ontra-
ponto. Entretanto, ela é às vezes empregada para uns pou
os tempos ou mesmo uns pou
os
ompassos,
omo nos ex
ertos seguintes.
1
O plural é
antus rmi. A versão italiana,
anto fermo, é às vezes usada ao invés, em qual
aso o
plural é
anti fermi.
30
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Para ilustrar o tipo de exer
í
io a ser feito primeiro, vamos supor que tenhamos dado
o C. F. mostrado no pentagrama superior do Exemplo 2 a ser usado
omo voz superior.
Abaixo dele devemos adi
ionar outra voz na relação de 1:1. Um possível
ontraponto
é mostrado no pentagrama inferior. Os intervalos verti
ais estão des
ritos por números
olo
ados entre os pentagramas, e as harmonias implí
itas foram indi
adas embaixo.
Exemplo 2
4
2
4
2
Somente intervalos essen
iais devem ser usados em exer
í
ios 1:1. Destes, a 6a, a 3a, e a
oitava devem apare
er
om maior freqüên
ia. A oitava deve ser empregada prin
ipalmente
na nota da tni
a nos iní
ios e nais; ela também pode ser o
orrer na nota da dominante
ou, raramente, em outra nota (ex
eto a sensível) se a
ondução de vozes torna o seu uso
lógi
o por exemplo, entre a 10a e a 6a,
om as vozes movendo-se por grau
onjunto em
movimento
ontrário. Em tais
asos ela está geralmente numa posição rítmi
a fra
a. A 5a
justa pode ser usada o
asionalmente, preferivelmente
ir
undada por 3as ou 6as.
Exemplo 3
4
2
4
2
31
3
2 Em b, há 5as paralelas.
3 Em
, a tendên
ia da nota da sensível (Sol) foi ignorada. Ela deveria subir para Lá
6
bemol, não des
er para Mi bemol. Além disso, o baixo de um a
orde I4 não deveria
ter sido abordado por um salto, já que o a
orde pre
edente não é ii e a repetição de
a
ordes não está envolvida.
4 Em d, a harmonia é
onduzida do segundo tempo fra
o para o ter
eiro tempo forte.
Também, o intervalo de uma 4a é pobre
6 Em f, há oitavas paralelas.
Exemplo 4
4
2
4
2
Aqui no Exemplo 4 há muito uso
onse
utivo do mesmo intervalo, a 6a. As linhas
onsequentemente
are
em de independên
ia de
urva. Como uma regra geral, um intervalo
não deve ser usado mais do que três ou quatro vezes em su
essão.
Exemplo 5
4
2
4
2
1 A mesma nota não deve ser usada duas vezes em su
essão. Isto iria, efetivamente,
dar à nota o dobro do valor e poderia alterar a proporção rítmi
a pretendida entre
as vozes.
2 Em muitos
asos, as vozes não devem estar distan
iadas por mais de duas oitava.
Espaços de distân
ias maiores podem o
orrer brevemente de vez em quando. Por
enquanto, as vozes não devem
ruzar-se.
32
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
3 A voz inferior deve ser
onsiderada
omo um baixo isto é, o equivalente da voz
inferior numa harmonização real. Lembre-se, entretanto, que baixo não signi
a
ne
essariamente fundamental; as notas na voz inferior irão geralmente ser a terça
da harmonia impli
ada, o
asionalmente a quinta ou a sétima.
Os exer
í
ios a serem feitos à seguir irão envolver duas notas na voz adi
ionada
ontra
ada nota do C. F. Os ex
ertos no Exemplo 6 ilustram a relação 2:1,
ada qual
om uma
unidade bási
a diferente (semínima, mínima,
ol
heia).
3
4
3
4
Exemplo 6b FRESCOBALDI: Canzoni alla Fran ese, Canzon Prima, detta La Rovetta
23
3
2
83
3
8
33
5
A prin
ipal
ara
terísti
a nova que en
ontraremos nos exer
í
ios de 2:1 é a possibilidade
de usar notas não harmni
as
2 e os intervalos não essen
iais que elas
riam. Consequente-
mente, uma breve revisão das notas não harmni
as aqui pode provar ser útil. No exemplo
7, que dá ilustrações
urtas dos vários tipos, as notas não harmni
as estão
ir
uladas.
Infelizmente há divergên
ias
onsideráveis de opinião sobre a
lassi
ação e a rotulação de
tais notas, e em alguns
asos dois ou mais nomes para um tipo parti
ular estão em uso
orrente.
Abreviaturas
P = [Passing tone℄ Nota de Passagem
L = [Leaning tone℄ Apojatura
(App = [Appoggiatura℄ Apojatura)
N = [Neighbor tone℄ Bordadura
2
Às vezes
hamadas non-
hord tones [notas estranhas ao a
orde℄ abreviatura NCT. Este termo
é preferido por aqueles que usam a palavra harmonia para signi
ar a progressão harmni
a numa
omposição inteira e a
orde para signi
ar a estrutura harmni
a verti
al em qualquer ponto dado
uma distinção válida e que é essen
ial para o pensamento S
henkeriano. Entretanto, não harmni
as foi
mantido aqui
omo sendo o termo mais amplamente utilizado e entendido. [Em português usa-se notas
melódi
as. N. do T.℄
34
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Uma nota de passagem é uma nota não harmni
a que move-se por tom ou semitom de
uma nota harmni
a para outra (o
asionalmente para outra nota de passagem que então
resolve).
Uma bordadura (ou auxiliar) é uma nota não harmni
a um tom ou um semitom a
ima
ou abaixo de uma nota harmni
a. Ela é abordada [partindo℄ da nota harmni
a e retorna
para ela.
A bordadura dupla, às vezes
onhe
ida (espe
ialmente na primeira forma mostrada
no Exemplo 7)
omo a gura
ambiata, são duas bordaduras usadas em su
essão. Elas
podem ou não ser abordadas da nota harmni
a da qual elas são vizinhas, mas elas sempre
pro
edem para ela. Alguns textos teóri
os re
entes referem-se à elas
omo um grupo
bordadura [neighbor group℄.
4
Uma apojatura (nota en
ostada ) é uma nota não harmni
a abordada por salto que
resolve por grau
onjunto, mais freqüentemente na direção oposta ao salto. Em sua forma
ara
terísti
a, ela é a
entuada, isto é, ela o
orre ou num tempo forte
om a resolução se-
guindo no próximo tempo, ou na primeira parte de um tempo
om a resolução a
onte
endo
na segunda metade do tempo. Por esta razão, alguns sistemas teóri
os empregam outros
rótulos quando a nota não harmni
a em tal padrão é não a
entuada. Destes rótulos, o
mais lógi
o pare
e ser nota vizinha [bordadura℄ in
ompleta uma bordadura abordada
por salto ao invés da nota harmni
a da qual ela é vizinha. A apojatura é às vezes es
rita
5
omo uma pequena gra
e note ,
omo no Exemplo 8
. Em tais
asos ela é
ertamente
to
ada no tempo, e seu valor é subtraído da nota que a segue. (O mesmo tipo de notação
é usado para notas de passagem a
entuadas no iní
io do
ompasso 3 no Exemplo 8
.)
Uma es
apada, ou é
happée, é uma nota não harmni
a que, na sua forma mais usual,
é abordada de uma nota harmni
a um grau da es
ala abaixo, e que então salta des
en-
dentemente para uma nota harmni
a; esta última não é ne
essariamente um membro da
harmonia re
ém ouvida. (Este é o padrão visto no Exemplo 8d.) Muito raramente, a es
a-
pada é abordada de uma nota harmni
a um grau da es
ala a
ima e salta as
endentemente
para uma nota harmni
a. Como pode ser prontamente observado, a es
apada reverte a
relação salto-grau
onjunto envolvida no padrão da apojatura. Como a apojatura, ela pode
ser pensada
omo uma forma de bordadura in
ompleta, mas desta vez
om o retorno por
grau
onjunto para a nota harmni
a original que falta.
O Exemplo 8 ilustra o uso em músi
a real das notas não harmni
as denidas até aqui.
3
Kostka usa: Neighbor group. [N. do T.℄
4
Leaning tone, literalmente: nota en
ostada. É o que
hamamos: apojatura. [N. do T.℄
5
Sem equivalente em português. Nota de tamanho menor que o normal (é sempre
olo
ada
om a haste
para
ima). [N. do T.℄
35
7
Largo
Ap. Ap. P Ap. Ap. P.
Exemplo 8 C.P.E. BACH: Kurze und Lei hte Klavierstü ke, No. 15b, Minuetto II
6
A parte do
embalo (
ravo) não está in
luída aqui. Ela
onsiste das mesmas linhas tomadas pelos
violon
elos e
ontrabaixos, além dos símbolos do baixo gurado.
36
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
O prin
ipal ponto a lembrar ao usar notas não harmni
as é que elas devem ser re-
solvidas por grau
onjunto
om ex
eção da es
apada,
om
erteza. Esta quase sempre
apare
e no padrão envolvido no Exemplo 8d. Uma falta freqüentemente en
ontrada no
ontraponto de estudantes é a de deixar uma nota que obviamente tem a função de nota
de passagem saltar em vez de passar por grau
onjunto.
Uma suspensão é um membro de uma harmonia ligado ou repetido
omo uma nota não
harmni
a na próxima, e normalmente resolvido des
endentemente naquela harmonia. As
suspensões que resolvem as
endentemente são às vezes
hamadas retardos.
Uma ante
ipação é uma nota não harmni
a que o
orre logo antes da harmonia à qual
perten
e. Sua posição mais freqüente é nas
adên
ias.
Tanto as suspensões quanto as ante
ipações serão vistas em algum detalhe um pou
o
mais adiante em
onexão
om o
ontraponto sin
opado (quarta espé
ie).
Um ponto de pedal é uma nota sustentada ou repetida, geralmente na altura da tni
a
ou da dominante, que perdura por duas ou mais harmonias. (Seu nome origina-se de seu uso
ara
terísti
o na parte do pedal da músi
a para órgão.) Embora ele é mais freqüentemente
visto na voz inferior, ele pode o
orrer em qualquer voz. Ele geralmente
omeça e termina
omo uma nota harmni
a, mas pode, entre estes pontos, ser dissonante à harmonia
isto é, não harmni
o. No Exemplo 9a o ponto de pedal da tni
a apare
e tanto na
voz intermediárias quanto na inferior; uma tem
ol
heias repetidas, a outra, notas longas
sustentadas. No Exemplo 9b o ponto de pedal da tni
a é parte de uma gura em
ol
heias.
Colo
ação das Notas Harmni
as e Não Harmni
as: Intervalos Verti
ais
Um exemplo no
apítulo pre
edente ilustrou o uso de notas harmni
as e não harmni
as
em várias relações. Ele é mostrado novamente aqui, ligeiramente alterado, para propósito
de maior análise:
37
9
Exemplo 10
Nos pontos mar
ados
om a (Exemplo 10), há uma nota harmni
a na primeira metade
do tempo e uma nota não harmni
a na segunda metade. Com a voz inferior, estas
riam
um intervalo essen
ial seguido por um intervalo não essen
ial.
Nos
om b há notas harmni
as em ambas as metades do tempo (dois intervalos essen-
iais).
Nos dois pontos mar
ados
om
há uma nota não harmni
a na primeira metade
do tempo
om a nota harmni
a seguindo-a (um intervalo não essen
ial seguido por um
intervalo essen
ial).
Estas são as três disposições prin
ipais de notas harmni
as e não harmni
as (den-
tro do tempo) utilizáveis no
ontraponto 2:1. Aquelas mostradas em
indubitavelmente
originaram-se pelo deslo
amento rítmi
o das notas rela
ionadas
omo aquelas vistas em a
e b. Em outras palavras, uma nota primeiro empregada numa posição rítmi
a leve (fora
do tempo) veio a ser usada no tempo subsequente. Este pro
esso é ilustrado no Exemplo
11, em
onexão
om uma 4a justa não essen
ial em a, e uma 7a não essen
ial em b.
Exemplo 11
Uma possibilidade adi
ional, embora vista menos freqüentemente, pode ser ilustrada
mudando-se ligeiramente o segundo
ompasso do Exemplo 10:
Exemplo 12
Aqui no Exemplo 12, o Dó não harmni o na voz superior no primeiro tempo do segundo
38
10 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
ompasso é agora uma semínima, e em vez de resolver dentro do tempo ele atrasa a sua
resolução até o segundo tempo. Assim, ambos os intervalos verti
ais dentro do primeiro
tempo são não essen
iais. O prin
ípio envolvido é este: quando o ritmo harmni
o abar
a
dois tempos (qualquer que seja o sinal de
ompasso), o estilo que estamos usando a
omoda
um intervalo não essen
ial em um daqueles tempos
om o intervalo essen
ial no outro.
Em tais
asos a semínima obviamente assume o papel que as
ol
heias tem num ritmo
harmni
o de semínimas.
Os intervalos de 2a, de 7a, e de 4a justa foram evitados nos exer
í
ios 1:1 porque eles não
eram utilizáveis
om intervalos essen
iais lá. Agora deve estar aparente que no
ontraponto
2:1 eles podem tornar-se inteiramente a
eitáveis para uso
omo intervalos não essen
iais.
Neste papel, eles muito freqüentemente o
orrem entre os tempos; mas mesmo quando
olo
ados no tempo
om um intervalo essen
ial seguindo-os, eles são ouvidos somente
omo tendo pou
a importân
ia isto é, meramente
omo notas
one
tando o
ontraponto
bási
o de 1:1.
Muito raramente, a 2a maior e a 7a menor podem o
orrer
omo intervalos essen
iais
em 2:1,
ontanto que os outros membros do a
orde impli
ado de sétima os pre
edam ou
sigam imediatamente (Exemplo 13).
Exemplo 13
Té
ni
as de Es
rever 2:1
Uma maneira, embora não ne
essariamente a melhor, de es
rever
ontraponto 2:1 é
omeçar
om uma versão 1:1 e
onverte-la, pela adição de notas entre os tempos em uma voz. O
Exemplo 14 mostra
omo uma versão 2:1 pode ser derivada de um
ontraponto 1:1 que
usamos previamente. Certamente, somente as vozes superior e inferior no exemplo devem
soar na versão 2:1.
Exemplo 14
Vários artifí ios para expandir o ontraponto 1:1 em 2:1 podem ser vistos em operação
39
11
Exemplo 15
Exemplo 16
Neste exemplo parti
ular (16), uma bordadura inferior leva o movimento em
ol
heias
em a e b. Mas estas notas entre os tempos poderiam ter sido notas do a
orde ao invés de
notas não harmni
as se tivéssemos es
olhido outro
ontraponto.
Paralelismo
No
ontraponto 1:1, oitavas e 5as paralelas são geralmente aparentes tanto para o ouvido
quanto para os olhos. Mas em 2:1 a presença de notas intervenientes entre os tempos
torna a situação mais
omplexa no que diz respeito ao re
onhe
imento de paralelismos. Há
mesmo
ertos padrões de notas que são
ondenados por alguns es
ritores de
ontraponto
na área do paralelismo mas a
eitos por outros. Pare
e, então, que o úni
o
ritério sensato
40
12 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
é o que foi prati
ado realmente pêlos
ompositores deste período (Ba
h, em parti
ular), e
é sobre este padrão que os
omentários no Exemplo 17 estão baseados.
Exemplo 17
É óbvio, então, que se há oitavas ou 5as paralelas numa versão 1:1, a adição de notas
intervenientes numa versão 2:1 não irá destruir o sentimento do paralelismo. Também, é
parti
ularmente ne
essário, ao
onverter 1:1 em 2:1, estar de guarda
ontra oitavas paralelas
que possam ser formadas pela adição de notas (Exemplo 18).
Exemplo 18
Um
aso espe
ial deve ser men
ionado. As 5as
onse
utivas ilustradas no próximo
exemplo não são
onsideradas
ensuráveis, já que a segunda das duas é não essen
ial. Elas
podem portanto ser usadas livremente.
7
Entretanto, esta disposição não é desejável se dissonân
ias o
orrem nos tempos fortes,
omo em:
41
13
TAREFAS SUGERIDAS
42
Capítulo 1
Exemplo 1 C.P.E. BACH: Kurze und Lei hte Klavierstü ke, No. 17, Alla Pola a
43
3
3 3
p
3
f 3
4
3
p
f
Tal uso é
laramente de
orativo, já que as notas
romáti
as não guram na estrutura
harmni
a mas simplesmente ornamentam uma melodia diatni
a. No Exemplo 2, por
outro lado, muitas das notas
romati
amente alteradas tem signi
ado harmni
o; elas são
partes integrais da linha melódi
a, elas
ontribuem para o seu
ontorno e
aráter individual.
43
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Dois ex
ertos envolvendo uma linha
romati
amente des
endente são dados no Exemplo
3. Embora em
ada
aso a linha serve
omo voz inferior no iní
io, ela apare
e mais tarde
omo voz superior; este inter
âmbio pode ser visto no segundo
ompasso de b.
As obras das quais os três últimos exemplos foram tomados provêem ex
elentes ilus-
trações do tratamento do
romatismo
ara
terísti
o de Ba
h e são espe
ialmente re
omen-
dados para estudo. Note que nos sujeitos e motivos, porções isoladas de
romatismo são
evitadas; se o elemento
romáti
o está presente de algum modo, ele é geralmente
orrobo-
rado em vários pontos.
Em muitos
asos, as alterações
romáti
as não são partes xas de motivos ou temas
mas são inseridas em
ertos pontos
om o propósito de sugerir uma harmonia não diatni
a
parti
ular. Este expediente é muito freqüentemente usado em
onexão
om dominantes
se
undárias (ou dominantes apli
adas ou a
ordes de dominante ornamentais). Estas
são tríades ou, mais geralmente, a
ordes de sétima que estão em relação de dominante
om
um a
orde outro que não a tni
a. De modo que esta relação possa ser vista
laramente
no Exemplo 4, a estrutura harmni
a bási
a foi dada abaixo da músi
a.
44
Capítulo 1 Cromatismo (a Duas Vozes) 3
ser in
luída para produzir um um verdadeiro efeito de dominante, já que uma tríade de
Mi maior poderia ter soado meramente
omo um a
orde de tni
a. O Lá sustenido no
7
segundo
ompasso é a terça de uma dominante se
undária (V /V). Lá, a tríade poderia
ter sido su
iente para sugerir V/V, mas a sétima foi in
luída
omo parte da seqüên
ia e
ajuda, em qualquer
aso, a salientar o efeito de dominante.
Outra harmonia basi
amente dominante que freqüentemente fun
iona
omo uma do-
minante se
undária é o VII
7 (ou V9 in
ompleto) de um a
orde diatni
o. Se o a
orde
7 ◦7
diatni
o é menor, o VII dele é uma sétima diminuta (
omumente es
rito vii );
om uma
7 7
tríade maior, a forma natural do VII é uma sétima meio-diminuta (viiø ), mas às vezes é
alterado para a forma diminuta. O Exemplo 5 ilustra o uso de ambas, sétimas diminutas
e meio-diminutas
omo dominantes se
undárias.
5
8
45
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
MODULAÇO
Nos exemplos de
romatismo mostrados até aqui, os a
ordes alterados operavam dentro
de uma nova tonalidade. Mas eles podem também o
orrer no pro
esso de modulação,
om a nova tonalidade sendo estabele
ida por uma
adên
ia. O Exemplo 6 mostra uma
modulação
om a
orde piv (a
orde
omum), de longe o tipo mais freqüente neste estilo.
43
3
4
A modulação por nota piv e a modulação enarmni
a são virtualmente não existentes
na músi
a Barro
a. Embora progressões
romáti
as sejam su
ientemente freqüentes, mo-
dulações realmente
romáti
as (sem harmonia diatni
a
omum entre as duas tonalidades)
são relativamente raras. Na músi
a de Ba
h ela o
orre prin
ipalmente em obras ou pas-
sagens de uma natureza livre, tais
omo fantasias ou as seções de re
itativo nas Paixões,
embora haja alguns exemplos nas harmonizações de
orais. Dadas as formas
ontrapon-
tísti
as que os estudantes usarão
omo modelos em seus projetos es
ritos, não é provável
que eles tenham o
asião de usar a modulação
romáti
a. O mesmo é verdade para a mo-
dulação (por qualquer meio) para uma tonalidade estranha [afastada℄. O termo estranha
é apli
ado a uma tonalidade
uja armadura difere por dois ou mais sustenidos ou bemóis
daquela da tonalidade original.
A mudança de modo (maior para menor ou vi
e-versa), que em alguns sistemas teóri
os
é
onsiderada uma modulação e em outros simplesmente uma mutação, é o
asionalmente
vista no idioma do sé
ulo dezoito .
1
É importante que a relação entre a modulação e a forma no período Barro
o seja en-
tendida. Na suíte de danças, a forma
ara
terísti
a de movimentos individuais é bipartida,
om a primeira parte terminando na dominante ou no relativo maior e a segunda parte
retornando para a tni
a. Assim a modulação gura em ambas as partes e é um fator
1
Mais informações sobre todos estes pro
edimentos para efetuar a modulação podem ser en
ontrados
em Harmonia Tonal de Stefan Kostka and Dorothy Payne (New York: Alfred Knopf, 1984), Capítulos 21
e 22.
46
Capítulo 1 Cromatismo (a Duas Vozes) 5
que as delineia. Nas fugas e invenções ela está quase sempre envolvida nos episódios, de
modo que uma apresentação do sujeito ou motivo possa apare
er numa nova tonalidade.
E em outras obras de natureza mais livre (tais
omo prelúdios) ela é valiosa ao prover um
estado de desassossego dinâmi
o na porção intermediária, um efeito que é agradável
omo
um
ontraste ao
aráter mais ou menos estável [key-
entered℄ das porções ini
ial e nal.
Há, então, razões distintas, formais e estéti
as para a modulação, e uma
ons
iên
ia delas
irá ajudar a
lari
ar este aspe
to do
romatismo.
GRAFIA CROMÁTICA
Uns pou
os lembretes sobre a graa
romáti
a podem não ser inoportunos aqui. Em
uma passagem
romáti
a as
endente a nota
romáti
a é normalmente grafada
omo a
forma levantada da nota diatni
a pre
edente (por exemplo, Dó, Dó sustenido, Ré), numa
passagem des
endente
omo a forma abaixada da nota diatni
a pre
edente (Ré, Ré bemol,
Dó). As formas as
endente e des
endente de uma es
ala
romáti
a em Dó seria portanto
grafada
omo segue:
Exemplo 7
ou ou
Duas ex
eções podem ser vistas aqui. O sexto grau da es
ala levantado pode ser grafado
omo o sétimo grau abaixado ao invés, quando esta graa está em
onformidade
om o
fundo harmni
o. Pela mesma razão, a graa da quarta levantada é muito freqüentemente
substituída pela graa da quinta abaixada em passagens
romáti
as des
endentes. Note
que normalmente não levantamos o ter
eiro ou o sétimo graus da es
ala em maior, já que em
ada
aso há uma nota real da es
ala um semitom a
ima, que pode mais apropriadamente
ser usado. Justamente por isso, os primeiro e quarto graus da es
ala são quase nun
a
abaixados
romati
amente.
Numa linha
romáti
a que reverte a direção, o destino nal da nota alterada
romati-
amente determina
omo ela deve ser grafada. Este ponto é ilustrado no Exemplo 8.
Exemplo 8
31
FALSAS RELAÇÕES
Como regra, alterações
romáti
as de uma nota são melhor introduzidas na voz que imedi-
atamente tinha aquela nota (Exemplo 9a ). Caso
ontrário uma falsa relação
2 (b ) resulta.
Mesmo quando outras notas intervêm entre os tempos (
e d ) o efeito é pobre, e tais falsas
relações devem ser evitadas. A disposição em e não é
onsiderada uma falsa relação; ela
meramente envolve um dobramento de oitava da nota que será alterada
romati
amente.
2
No original,
ross relations: relações
ruzadas. [N. do T.℄
47
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplo 9
43 2
4
Entretanto, falsas relações que resultam do uso simultâneo das formas as
endente e
des
endente da es
ala menor melódi
a são
omuns neste estilo e são geralmente a
eitáveis
(Exemplo 10).
Exemplo 10
a outra voz tomando a fundamental, Lá, ou a sétima, Sol. Esta última
riaria um trítono
om a terça, e já que este intervalo normalmente apare
e somente dentro da harmonia tipo
◦
sétima da dominante (ou vii ) neste estilo, ela sugere a qualidade de dominante
ara
te-
rísti
a mais denidamente. Numa versão 2:1, poderíamos usar o Lá e o Sol em su
essão,
este último
omo sétima de passagem. Estas possibilidades são mostradas no Exemplo 11.
Exemplo 11
De modo semelhante, a nota Si bemol numa melodia em Dó maior irá mais freqüente-
7
mente sugerir a sétima de um V /IV (Dó, Mi, Sol, Si bemol). A nota
laramente ne
essária
no outra voz para este propósito é Mi, a terça do a
orde (Exemplo 12).
48
Capítulo 1 Cromatismo (a Duas Vozes) 7
Exemplo 12
(
om o Dó
omo voz intermediária) no tempo pre
edente. Esta sonoridade,
omo aquelas
impli
ando dominantes se
undárias no iní
io da passagem, é
riada pelo movimento linear
entre as notas que impli
am harmonias diatni
as.
porções, o movimento para outras notas do a
orde permite diferentes resoluções e também
ajuda a denir a harmonia mais
laramente (Exemplos 14
e d ).
49
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplo 14
A
ordes alterados outros que dominantes se
undárias (por exemplo, a sexta Napolitana)
podem
ertamente ser impli
ados,
ontanto que sejam apropriados ao estilo. Até aqui temos
falado prin
ipalmente sobre o tratamento das notas
romáti
as numa melodia dada. Mas
há muitas o
asiões onde uma nota diatni
a numa dada voz pode ser
ontraponteada
om
uma nota
romáti
a na outra voz
om resultados mais ri
os e interessantes do que se uma
nota diatni
a fosse empregada. Esta disposição está entre aquelas in
luídas nos Exemplos
15 a e b, os quais mostram
omo linhas melódi
as dadas envolvendo alterações
romáti
as
pode ser
ontraponteada, a primeira na razão de 1:1, a segunda na de 2:1.
Exemplo 15
TAREFAS SUGERIDAS
1 Exer
í
ios 1:1 envolvendo
romatismo.
3 Análise passagens
romáti
as espe
i
adas pelo instrutor. Cir
ule as notas
romá-
ti
as não harmni
as e indique através de símbolos de a
ordes a função das notas
romáti
as que são parte da harmonia.
50
Capítulo 1
O pro
esso de es
rever
ontraponto 3:1 é essen
ialmente o mesmo que o de es
rever a
variedade 2:1. A prin
ipal diferença, se estamos modi
ando uma versão 1:1 bási
a, é o
fato de que
om uma nota adi
ional entre os tempos, a relação entre os padrões de notas e
o tamanho dos intervalos muda. Por exemplo, o intervalo de uma 3a na versão 1:1 bási
a
pode ser preen
hido
om uma nota de passagem para produzir a proporção 2:1, mas ela
deve ser tratada de algum outro modo ao
onverter para 3:1, enquanto que a 4a torna-se
o intervalo mais
onvenientemente preen
hido
om notas de passagem.
51
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplo 2
Quadros semelhantes podem
ertamente ser feitos para intervalos maiores e para inter-
valos as
endentes em vez de des
endentes. Além disso, outros
ontrapontos na voz inferior
teriam impli
ações harmni
as diferentes e poderiam em tro
a permitir outros padrões me-
lódi
os na voz superior. Lembre-se de que é imprudente usar muitos padrões diferentes em
um exer
í
io. Isto não quer dizer que a mesma gura melódi
a deve ser repetida do iní
io
ao m, mas que um grande senso de unidade pode ser ganho se houver alguma e
onomia
no uso de guras.
Evite o movimento por grau
onjunto seguido por um salto na mesma direção (Exemplos
3a e b ). Notas repetidas são ainda proibidas, mesmo entre a última nota de um grupo
de três e a primeira nota do próximo grupo (
). Na músi
a real esta última disposição é
raramente utilizada, ex
eto num padrão seqüen
ial. Também deve ser evitado o tipo de
linha mostrado em d, que retorna sobre a mesma nota repetidamente e
are
e de senso de
direção. Assegure-se de não saltar de uma nota não harmni
a que deveria ser resolvida
por grau
onjunto (e ).
Exemplo 3
Para o paralelismo em 3:1, os prin
ípios dis
utidos na seção 2:1 são apli
áveis. Uma
boa regra geral é evitar oitavas ou 5as paralelas entre qualquer parte de um tempo e a
primeira nota do próximo tempo (Exemplo 4).
Exemplo 4
52
Capítulo 1 Exer
í
ios a Duas Vozes (Con
lusão) 3
Exemplo 5
Deve ser talvez a
entuado que a es
rita de
ontraponto 3:1 (
omo para 2:1 e 4:1) não
pre
isa ser abordada de um 1:1 bási
o. Embora este método geralmente irá prover um
fundamento seguro para os exer
í
ios ini
iais, ele envolve limitações desne
essárias e nem
sempre produz os resultados mais imaginativos e interessantes.
(Exer
í
ios em 3:1 podem ser feitos neste ponto.)
53
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Como ilustração adi
ional, algumas das possibilidades numa situação espe
í
a são
mostradas no Exemplo 7: uma su
essão 1:1 é
onvertida para 4:1,
om o grupo de quatro
notas
obrindo o intervalo de uma 5a justa na voz inferior.
Exemplo 7
Em 4:1 há um leve senso de maior peso na primeira e ter
eira notas do grupo de
quatro. Consequentemente estas são freqüentemente notas harmni
as, sendo a segunda e
a quarta notas não harmni
as. Mas outras disposições são possíveis e bastante
omuns.
Em qualquer
aso, todas as quatro notas de um grupo geralmente
entram-se em torno de
uma úni
a harmonia; isto é, o ritmo harmni
o em 4:1 normalmente envolve não mais do
que um a
orde por tempo. O
asionalmente a harmonia pode mudar uma vez dentro do
tempo se ne
essário, mas tentativas de impli
ar mais de duas harmonias em um tempo são
geralmente ine
azes e não musi
ais.
Exemplo 8
54
Capítulo 1 Exer
í
ios a Duas Vozes (Con
lusão) 5
O movimento por grau
onjunto seguido por um salto na mesma direção é parti
ular-
mente pobre em 4:1, espe
ialmente quando ele o
orre entre a última nota de um grupo e
a primeira nota do próximo,
omo no Exemplo 8a. Em b uma nota não harmni
a que
deveria resolver por grau
onjunto ao invés salta. As guras em
e d são proibidas nestes
exer
í
ios por
ausa da repetição que poderia destruir a proporção bási
a. Na músi
a real,
entretanto, elas poderiam ser a
eitáveis se usadas à moda de seqüên
ia não meramente
em instân
ias isoladas. Em e a primeira nota do segundo grupo é ante
ipada pela ter
eira
semi
ol
heia do tempo pre
edente. Esta é uma disposição normalmente indesejável porque
ela prejudi
a a novidade e a força da nota em questão na sua segunda aparição. Mas,
novamente, tais relações são às vezes vistas em padrões seqüen
iais.
Oitavas e 5as paralelas entre parte de um tempo e o iní
io do próximo tempo devem ser
evitadas, embora aquelas entre a segunda nota de um grupo de quatro e a primeira nota
do próximo grupo são as menos repreensíveis e são o
asionalmente vistas. O Exemplo 9
ilustra este ponto
om oitavas paralelas.
Exemplo 9
Exemplo 10
55
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
O
ontraponto da quarta espé
ie envolve o tipo de relação rítmi
a visto nos seguintes
ex
ertos.
83
3
8
Exemplo 11 C.P.E. BACH: Kurze and Lei hte Klavierstü ke, No. 11, Allegro
Pode ser visto fa
ilmente que este tipo de disposição é simplesmente um
ontraponto
1:1
om uma das vozes deslo
ada por metade de um tempo. (No primeiro
ompasso de
,
pausas em vez de ligaduras ou notas repetidas são empregadas; o efeito para o ouvido,
harmoni
amente falando, é quase o mesmo.) Os ex
ertos no Exemplo 11 estão baseados
na relação de 1:1 seguinte:
Exemplo 12
56
Capítulo 1 Exer
í
ios a Duas Vozes (Con
lusão) 7
Mas isto não quer dizer que todo
ontraponto 1:1 pode ser
onvertido em bom
ontra-
ponto de quarta espé
ie pelo deslo
amento de uma das vozes;
ertos padrões resultantes são
utilizáveis, outros não. Quando a nota ligada ou repetida é uma suspensão, uma ante
ipa-
ção, ou uma nota do a
orde, o resultado é geralmente bem su
edido. Estas possibilidades
serão
onsideradas a seguir.
A Suspensão
Considerando que a suspensão é o expediente mais freqüentemente usado no
ontraponto
sin
opado, algumas
onsiderações espe
iais pare
er adequadas aqui, ainda que os estudan-
tes as tenham estudado previamente
omo parte de seus estudos em teoria.
Uma suspensão, relembrando, envolve três elementos: (1) a nota de preparação, que é
parte de um intervalo essen
ial (e geralmente
onsonante); (2) a nota suspensa, ligada ou
repetida da nota de preparação e não harmni
a
om a harmonia impli
ada; (3) a nota de
resolução, parte de uma intervalo essen
ial. Estes três elementos são rotulados PR, S, e R
omo no Exemplo 13.
Exemplo 13
Neste
aso (Exemplo 13) o intervalo preparatório é uma 6a. A suspensão propriamente
envolve uma 7a resolvendo em uma 6a e poderia ser referida
omo uma suspensão 7-6.
A seguir estão outras suspensões freqüentemente usadas:
Exemplo 14
Note que em todas, ex
eto a última (2-3), a suspensão o
orre no voz superior. Certa-
mente elas podem ser usadas em outros graus da es
ala também.
Embora as suspensões normalmente resolvam des
endentemente, resoluções as
enden-
tes são o
asionalmente envolvidas, espe
ialmente no
aso da sensível,
uja tendên
ia é
mover-se para a nota da tni
a a
ima (Exemplo 15).
Exemplo 15
57
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Como o
harme das suspensões está prin
ipalmente no elemento dissonante que elas
riam no ponto onde a nota suspende o
orre, aquelas
ontendo uma 2a ou uma 7a são um
pou
o mais efetivas do que as outras. A dissonân
ia é
ertamente mais in
isiva quando
uma 2a menor está envolvida.
As suspensões são geralmente introduzidas para manter um uxo rítmi
o que não po-
deria estar presente numa versão 1:1 das mesmas notas.
Exemplo 16
A suspensão 2-1 (Exemplo 16a ) é
ompli
ada porque a nota da resolução é ouvida
junto
om a nota suspensa na mesma oitava. (Em uma suspensão 9-8 as duas estão em
oitavas diferentes, e o efeito é a
eitável, embora menos do que quando uma 9a menor está
envolvida.) As suspensões em b e
são proibidas por
ausa da resolução em uma 4a justa,
a qual não é normalmente utilizável
omo um intervalo essen
ial no
ontraponto a duas
vozes do Sé
ulo XVIII.
Assim
omo o intervalo de 5a justa não o
orre geralmente no tempo, as suspensões que
resolvem numa 5a são vistas muito menos freqüentemente de que aquelas que resolvem
numa 3a ou numa 6a. Dos dois padrões possíveis, 6-5 e 4-5, somente o primeiro (Exemplo
17a ) é realmente utilizável. A justaposição dos dois intervalos perfeitos na suspensão 4-5
a
entua a qualidade sem terça de ambos e produz uma efeito muito exposto (Exemplo
17b ).
Exemplo 17
A suspensão 7-8 (Exemplo 18) é tradi
ionalmente evitada no
ontraponto estrito por
ausa da resolução irregular do intervalo de 7a,
om a voz inferior movendo-se des
enden-
temente. Entretanto, esta proibição não pare
e ser inteiramente suportada pela práti
a
dos
ompositores do sé
ulo dezoito, alguns dos quais não hesitaram em usar a suspensão
7-8. Ela portanto pare
e ser a
eitável para o uso no trabalho de estudantes.
Exemplo 18
58
Capítulo 1 Exer
í
ios a Duas Vozes (Con
lusão) 9
As suspensões nem sempre resolvem diretamente; a resolução pode ser retardada pela
inserção de uma ou mais notas entre a nota suspensa e a nota de resolução (Exemplo 19).
Nos Exemplos 20a e b, a nota da resolução é ouvida brevemente, ornamentada por uma
ou mais bordaduras, adiante do ponto onde a resolução real o
orre.
59
10 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
O Exemplo 11a fez uso de muitas suspensões em série. Um expediente
onhe
ido
omo
uma
adeia de suspensões. O prin
ípio de
adeia é mais freqüentemente apli
ado à uma
série de suspensões baseadas em 3as paralelas.
Exemplo 21
Exemplo 22
A Ante ipação
Enquanto que numa suspensão uma nota é retida por mais tempo do que o esperado e então
resolvida, uma ante
ipação envolve o soar de uma nota da harmonia seguinte mais
edo
do que o esperado isto é, antes do ponto no qual aquela harmonia é de fato al
ançada.
60
Capítulo 1 Exer
í
ios a Duas Vozes (Con
lusão) 11
A ante
ipação é mais freqüentemente vista em
adên
ias, onde ela tem um
aráter algo
ornamental. (Veja, por exemplo, os Exemplo 16 e 17 na página 28.) Mas ela também
apare
e em outras situações musi
ais,
omo ilustrado no Exemplo 23 que segue. Diferente
das suspensões, as ante
ipações são raramente usadas à moda de
adeias,
omo elas estão
nos
ompassos 5-8 deste exemplo. (A base 1:1 daqueles
ompassos é dada abaixo da músi
a
para propósito de análise.)
Exemplo 23 C.P.E. BACH: Kurze und Lei hte Klavierstü ke, No. 12, Allegro di molto
Deve ser notado que as ante
ipações apare
em
onsideravelmente menos freqüente-
mente do que as suspensões e do que muitos dos outros tipos de notas não harmni
as.
Exemplo 24
61
12 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Ao es
rever
ontraponto de quarta espé
ie de uma base 1:1, freqüentemente a
onte
e que
uma tentativa de deslo
ar uma das vozes por meio tempo resulta num padrão de notas que
não representa qualquer um dos três expedientes re
ém dis
utidos. Tais padrões não são
geralmente utilizáveis. Uma ilustração é a voz inferior no Exemplo 25a, que não envolve
uma suspensão, uma ante
ipação, ou uma nota do a
orde retida e
onsequentemente não
faz sentido musi
al. Em tais
asos, uma mudança na outra voz irá geralmente provar ser
bem su
edida,
omo em b, onde uma suspensão
om a resolução adequada é
riada. Em
as notas da voz inferior formam um retardo, mas um que não é bem su
edido por duas
razões: (1) retardos são raramente usados na voz inferior; (2) o tratamento da 7a,
om a voz
inferior movendo-se as
endentemente para a resolução, não é
ara
terísti
o. Novamente,
uma mudança na outra voz produz uma suspensão inteiramente satisfatória.
Exemplo 25
Paralelismo
No
ontraponto de quarta espé
ie, oitavas e 5as paralelas sin
opadas são evitadas
omo
são as oitavas e 5a paralelas simultâneas no
ontraponto 1:1 (Exemplos 26a e b ). O padrão
em
impli
a 6as paralelas, em vez de 5as, e é portanto inteiramente a
eitável.
Exemplo 26
Os exemplos de
ontraponto sin
opado
itados até aqui foram vistos brotando de uma base
1:1
om uma das vozes deslo
ada para trás ou para a frente por metade de um tempo.
Similarmente, ritmos
om quiálteras podem derivar de uma base 2:1,
om a última nota de
ada tempo sendo ligada à primeira nota do próximo tempo ou repetida. Aqui novamente,
uma suspensão, ante
ipação, ou nota do a
orde deve estar envolvida se o efeito é para
ser bem su
edido. No Exemplo 27a, o voz superior foi deslo
ada por um terço de tempo,
de modo que suspensões
om a voz inferior são formadas. Em b, ela foi deslo
ada na
62
Capítulo 1 Exer
í
ios a Duas Vozes (Con
lusão) 13
outra direção (após o primeiro tempo); uma nota de a
orde resulta em uma amostra, uma
ante
ipação na outra.
Exemplo 27
O Exemplo 28, que ilustra o uso deste padrão em músi
a real, envolve um tratamento
e uma estrutura subja
ente levemente diferentes: a base 2:1 (b ) é um padrão sin
opado em
si envolvendo ligaduras que produzem uma
adeia de suspensões;
onsequentemente ela
pode em tro
a ser reduzida para uma forma 1:1 (
). O ritmo em quiálteras na passagem
original in
lui uma nota adi
ionada entre
ada duas da versão b.
Certamente que os
omentários
on
ernentes aos exemplos desta seção não pretendem
impli
ar que Ba
h ou os outros
ompositores
itados realmente
omeçavam uma
omposição
om uma versão bási
a; a músi
a era es
rita diretamente, mas obviamente
om a estrutura
subja
ente em mente. As versões bási
as dadas aqui foram in
luídas para propósito de
estudo analíti
o.
63
14 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
QUINTA ESPÉCIE
Ainda que exer
í
ios em quinta espé
ie (orido) não sejam espe
i
ados em
onexão
om
este livro, pode não ser impróprio in
luir uns pou
os
omentários sobre aquelas espé
ie
junto
om um exemplo ou dois. Em relação a ele, Aloysius (o professor no tratado de Fux)
diz: Como um jardim é
heio de ores, assim esta espé
ie de
ontraponto deve estar
heia
de ex
elên
ias de todos os tipos, uma linha melódi
a plásti
a, viva
idade de movimento,
e beleza e variedade de forma. Assim
omo nós usamos todas as outras espé
ies
omuns
de aritméti
a
ál
ulo, adição, multipli
ação e subtração na divisão, assim esta espé
ie
nada mais é do que uma re
apitulação e
ombinação de todas as pre
edentes. Nada há
de novo que ne
essite ser expli
ado, ex
eto que deve-se tomar o máximo de
uidado para
es
rever uma linha melódi
a
antável uma preo
upação que eu imploro que vo
ê tenha
sempre em mente.
1 Ele então ofere
e o seguinte exemplo para o benefí
io do seu aluno:
Exemplo 30 FUX: Exemplo de Contraponto de Quinta Espé ie, C.F. na Voz Inferior
Cpt
CF
6
1
Johann Joseph Fux, O Estudo do Contraponto , do Gradus ad Parnassum, ed. Hugo Ribeiro, trad.
64
Capítulo 1 Exer
í
ios a Duas Vozes (Con
lusão) 15
Em todos os exer
í
ios feitos até aqui, ex
eto aqueles em 1:1, umas das vozes tinha a
responsabilidade da atividade rítmi
a enquanto a outra movia-se um valores mais longos.
É possível, entretanto,
onverter uma versão 1:1 em 2:1, 3:1, ou 4:1
om a atividade rítmi
a
distribuída entre as duas vozes
omo desejado. O Exemplo 32 demonstra este pro
esso.
Exemplo 32
O movimento rítmi
o pode ser
onduzido para o último tempo forte
omo na versão b,
ou simplesmente parado em ambas as vozes no iní
io do último
ompasso,
omo nas outras
versões. Embora o movimento alterne-se entre as vozes, a alternân
ia não deve o
orrer
om
regularidade matemáti
a ou o efeito será formal e monótono. Note que às vezes ambas as
vozes movem-se ao mesmo tempo. Ordinariamente uma
essação do movimento em ambas
as vozes ao mesmo tempo dá um efeito estáti
o e indesejável. Isto é parti
ularmente ver-
dadeiro em tempo fra
os do
ompasso, mas uma breve inatividade o
asional do movimento
3 3
é bem a
eitável por exemplo ao invés de ou em vez de .
65
16 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
TAREFAS SUGERIDAS
7 Redução de uma
omposição em quarta espé
ie para a sua forma bási
a; análise
harmni
a
9 Leia o Capítulo 19, ouça os baixos [grounds℄ e passa
aglias do período Barro
o,
e es
reva um baixo [ground℄ ou uma passa
aglia
urta a duas vozes (o número de
variações será espe
i
ado pelo instrutor)
om um dos temas da página 31 do Livro de
Exer
í
ios. As variações deverão ser progressivamente mais animadas ritmi
amente
(talvez 2:1 primeiro, depois 3:1 e assim por diante); ritmos pontuados, ligaduras,
sin
opas, e outros artifí
ios podem ser usados. Em uma das variações, ponha o tema
na voz superior, para prati
ar a adição de uma voz inferior.
66
Capítulo 1
À despeito do fato de que há pou
a repetição melódi
a aqui, a unidade é obtida por
vários meios: o uso do mesmo ritmo no iní
io de
ada parte, semelhança geral de valores
durante a peça, e
ertas ligações melódi
as e harmni
as sutis entre a primeira e a segunda
metades. Devido à brevidade da peça, a repetição literal de elementos para propósito de
orroboração e unidade não é tão ne
essária quanto seria numa obra mais longa.
67
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
43
3
4
1. 2.
5
10
1. 2.
14
O Exemplo 2 (diferente do Exemplo 1)
ontém muita repetição, tanto dentro das frases
quanto em es
ala mais ampla. A segunda parte
omeça
om uma reapresentação na domi-
1
Esta e outras peças neste
apítulo que estão mar
adas
om um asteris
o são do Notenbü
hlein für
Anna Magdalena Ba
h (O Pequeno Livro de Anna Magdalena Ba
h ). Este é uma
oleção de umas 40
peças
urtas e fá
eis, algumas portando a assinatura de J. S. Ba
h, duas de outros dois
ompositores
onhe
idos (Couperin e Geog Böhm), e a maioria não assinadas. Algumas das últimas podem ser de Ba
h.
Por outro lado, uma boa quantidade está no leve estilo gallante notadamente diferente do seu. O livro
original,
omo presenteado por Ba
h para a sua segunda esposa, aparentemente
ontinha somente
opias
de duas de suas partitas; as outras peças foram a
res
entadas durante alguns anos por Anna Magdalena
Ba
h e outros. A
ópia original é des
rita
omo sendo
oberta
om papel verde sobre uma base dura,
om bordas douradas, duas fe
haduras, e uma tira de seda vermelha. Na
apa havia três grandes letras
douradas: A M B.
68
Capítulo 1 Es
rita de Peças Curtas a Duas Vozes 3
nante do material ini
ial, uma disposição muito freqüente nos movimentos da suíte; o plano
global pode ser des
rito
omo A A'. Note que
ada parte é estendida por um
ompasso (no
qual a voz inferior pare
e estar imitando uma batida de tambor), de modo que uma frase
de nove
ompassos resulta
ada vez.
5
14
18
Certos outros tipos de danças tais
omo a allemande,
ourante, polonaise, e bourrée,
também prestam-se para usar
omo modelo. Todas são bipartidas, mas
ada uma tem
ertas
araterísti
as de metro e ritmo. Os ex
ertos no Exemplo 3 podem servir
omo lem-
branças de tais
ara
terísti
as e sugerem possibilidades para esforços
riativos seguindo
linhas semelhantes. (Entretanto, muitos movimentos das Suítes Fran
esas e Suítes Ingle-
69
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
sas de Ba
h são um pou
o mais longos e mais
omplexos do que os projetos que podem
ser esperados dos estudantes neste estágio.) A sarabande, a gavotte, e a gigue não são
re
omendadas
omo modelos para os propósitos presentes; as duas primeiras tendem a ser
mais homofni
as do que verdadeiramente
ontrapontísti
as, enquanto que a ter
eira nor-
malmente envolve imitação fugada no iní
io e movimento
ontrário (inversão) na segunda
porção. De qualquer modo, o objetivo prin
ipal aqui não é a imitação a
urada de formas
de danças mas som a es
rita de músi
a a duas vozes
onvin
ente no estilo Barro
o, embora
ne
essariamente numa es
ala muito menor por enquanto.
2
3
70
Capítulo 1 Es
rita de Peças Curtas a Duas Vozes 5
42
2
4
43
3
4
Enquanto este ponto está sendo dis
utido, pare
e valer a pena
itar a passagem mos-
trada no Exemplo 4, mesmo que sua fonte seja muito distante do tipo de pequena peça que
forma a base prin
ipal deste
apítulo. Signi
ativamente, ele vem da úni
a fuga a duas
vozes do Cravo Bem Temperado. (O iní
io da fuga é dado na página 239.)
43
3
4
71
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
4
A súbita
onvergên
ia em oitavas (
ompasso 5) é espe
ialmente efetiva aqui por
ausa
do alto grau de independên
ia entre as duas vozes até aquele ponto. Semelhantemente,
o uso de semi
ol
heias em ambas as vozes é satisfatório porque as voz tomaram padrões
rítmi
os alternados nos
ompassos pre
edentes. Sobre esta passagem e outras
omo esta,
Ernst To
h faz este
omentário:
Enquanto que tais intermissões muito raramente empreguem oitavas
omo no Exem-
plo 4, elas geralmente envolvem duas vozes movendo-se em movimento paralelo em outros
intervalos e
om o mesmo ritmo por alguns pou
os
ompassos,
omo no
ompasso 5 e 6 do
Exemplo 5.
43
3
4
5
2
Ernest To
h, The Shaping For
es in Musi
(New York: Criterion Musi
Corp., 1958), p. 138.
72
Capítulo 1 Es
rita de Peças Curtas a Duas Vozes 7
Nas pequenas peças a serem es
ritas em
onexão
om este
apítulo, os estudantes po-
dem o
asionalmente reduzir a textura para uma voz dobrada à oitava se eles sentirem que
há uma razão estéti
a
ompelativa para fazerem isso. Tais passagens devem ser su
ien-
temente longas para estabele
er o fato de que as oitavas são um dobramento inten
ional e
não simplesmente um lapso breve e não inten
ional de independên
ia melódi
a. Também,
elas devem
omeçar em pontos que
oin
idam
om um segmento musi
al, não no meio de
um segmento. É importante, entretanto, que este expediente não seja usado
omo uma
maneira fá
il de evitar soluções
ontrapontísti
as.
43
3
4
5
9
13
73
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
REPETIÇO VARIADA
No ex
erto mostrado no Exemplo 7 (a primeira metade de uma peça), há uma modulação
para a dominante no nal dos primeiros oito
ompassos. Mas ao invés de voltar para a
repetição usual daqueles
ompassos neste ponto, o
ompositor prossegue
om uma interes-
sante versão variada deles. A segunda metade da peça usa o mesmo plano geral
om
um retorno para a tni
a,
ertamente. Os estudantes podem desejar experimentar sua
perí
ia neste expediente de repetição variada. Uma frase que não ne
essita modular para
a dominante, entretanto seguida por uma versão variada dela deverá ser su
iente
omo
uma primeira tarefa.
Exemplo 7 C.P.E. BACH: Kurze und Lei hte Klavierstü ke, No. 1, Allegro
O Exemplo 8 dá peças
urtas adi
ionais e ex
ertos que podem servir
omo modelos
para os projetos es
ritos dos estudantes.
Exemplo 8a C.P.E. BACH: Sonata III para Piano, das seis Sonatas Ensaio
74
Capítulo 1 Es
rita de Peças Curtas a Duas Vozes 9
89
p f
9
8
4
p f
p
f
7
p f p f p
p f p f p
11
p
f
p
p
5
75
10 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
9
4
p f
13
76
Capítulo 1 Es
rita de Peças Curtas a Duas Vozes 11
3
p
6
etc.
Pode ser bom apontar que muitas formas
ontrapontísti
as não usam nem a
onstrução
em períodos nem as formas em partes vistas nos exemplos neste
apítulo. Fugas, invenções,
ânones, e muitas formas
orais [
horales℄ são
onstruídas sobre uma base motívi
a e pro-
edem
ontinuamente, sem paradas
ompletas nos pontos de
adên
ia e no efeito de barra
dupla que
ara
terizam as formas em partes. Verdadeiramente, elas geralmente envolvem
seções amplas mar
adas por padrões
aden
iais; mas nos pontos de
adên
ia o movimento
persiste em uma ou mais vozes. Consequentemente o efeito total é muito diferente daquele
das formas das suítes de danças Barro
as.
TAREFAS SUGERIDAS
1 Analise o movimento da suite de danças no Livro de Exer
í
ios
77
Capítulo 1
Cânone
Se uma idéia melódi
a em uma voz é dupli
ada numa segunda voz que
omeça antes que
a primeira tenha terminado, o resultado é
hamado um
ânone. Um tipo de
ânone, o
ir
ular, é familiar mesmo para não músi
os através de melodias
omo Três Ratos Cegos
[Three Blind Mi
e℄ e Rema, Rema, Rema o Seu Bote [Row, Row, Row Your Boat℄; outros
tipos têm sido usados em músi
a mais séria durante sé
ulos. Como regra, o tratamento
anni
o é apli
ado meramente a uma porção de uma obra mais do que à
omposição
inteira, embora ex
eções
omo os
ânones da Arte da Fuga de Ba
h poderiam ser
itados.
Uma distinção é às vezes feita entre o
ânone verdadeiro, no qual a imitação é efetuada
onsistentemente, e a imitação
anni
a, na qual a imitação pode ser abandonada após
ada voz ter apresentado o material ini
ial,
omo nas seções de stretto de algumas fugas.
(Strettos serão dis
utidos em breve).
A primeira voz de um
ânone é
onhe
ida
omo líder, enquanto a voz imitante é
hamada seguidor. Os termos em Latim para estas são dux e
omes, respe
tivamente.
Se mais de duas vozes estão envolvidas, os termos primeiro seguidor, segundo seguidor,
e assim por diante são usados.
16
9
9
16
78
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
5
9
3
5
79
Capítulo 1 Cânone 3
f
43
ff ff
3
4
6
p
80
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplo 4 BACH: Sonata (em Lá Maior) para Violino e Cravo, BWV 1015
Nos
ânones ao uníssono, o
ruzamento das vozes é inevitável, e é provável que o
orra
também em intervalos menores tais
omo a 2
a e a 3a .
a a a
A 4 , 5 , e 6 , todas guram freqüentemente
omo intervalos harmni
os na es
rita
a
anni
a. A 7 é também usada, mas mais raramente. No Exemplo 5 um
ânone à 5
a
abaixo de uma obra para órgão de Ba
h é mostrado. A nota pedal no último
ompasso do
exemplo é o iní
io da melodia
oral, para a qual o
ânone forma um a
ompanhamento.
Nos
ânones a intervalos outros que não a oitava e o uníssono, é geralmente ne
essário
mudar as inexões de
ertas notas no seguidor para obter unidade de tonalidade. Isto é,
os a
identes que seriam ne
essários para produzir uma imitação exata das notas originais
são geralmente omitidos, de modo que as notas no seguidor permane
erão dentro da es
ala
diatni
a. Outras vezes, mesmo em
ânones à oitava ou ao uníssono a
identes podem
ser adi
ionados de modo a impli
ar as progressões harmni
as desejadas. O Fá sustenido
e o Sol sustenido no último
ompasso do Exemplo 5 ilustra este dispositivo. (Eles são
os equivalentes dos sexto e sétimo graus da es
ala elevados numa es
ala menor melódi
a
em Lá,
om o Sol sustenido sugerindo V/vi em Dó.) De qualquer modo, o
ânone é
ainda
onsiderado estrito na extensão em que as alturas bási
as, à parte dos a
identes,
onformam-se ao padrão
anni
o.
81
Capítulo 1 Cânone 5
Os nais dos
ânones são geralmente livres, de modo a permitir uma
adên
ia satisfa-
tória.
a e 10a são algo mais fá
eis de es
rever do que aqueles à 2a e 3a porque o
Cânones à 9
a
ruzamento das vozes não é tão provável de a
onte
er. A 9 é o intervalo harmni
o no
Exemplo 6.
A 12
a não é in
omum
omo um intervalo harmni
o, mas a 11a é raramente en
ontrada.
a
Intervalos harmni
os maiores do que uma 12 são raros.
Se uma melodia pode ser tratada
anoni
amente (e se pode, que intervalo será bem
su
edido) é determinado pela natureza da própria melodia. Muitas melodias não
onduzem
a todos os tratamentos
anni
os, enquanto outras podem resultar em
ânones efetivos em
muitos intervalos. Em qualquer
aso, uma
erta quantidade de tentativa e rejeição é
geralmente requerida antes de serem obtidos resultados bem su
edidos. O
asionalmente
entretanto, um
ompositor pode
hegar a uma disposição
anni
a feliz por a
aso.
82
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Movimento Contrário
83
Capítulo 1 Cânone 7
A gura no Exemplo 9 mostra o resultado da imitação dos vários graus da es
ala por
movimento
ontrário num
ânone ao uníssono ou à oitava.
Exemplo 9
A nota Ré no líder será respondida pelo Si no seguidor, Lá por Mi, e assim por diante.
Note que a nota dominante no líder é respondida pela nota subdominante no seguidor,
e a nota subdominante pela nota da dominante. Figuras similares podem ser feitas para
mostrar quais notas resultarão quando as vozes
omeçam em intervalos outros do que a
oitava e o uníssono e pro
edem por movimento
ontrário. Lembre-se que as notas vistas
na mesma linha verti
almente em tais guras não irão na verdade soar juntas num
ânone
usando o movimento
ontrário, já que as notas não
omeçam ao mesmo tempo. Se elas
omeçassem isto é, se o intervalo de tempo fosse reduzido a zero o resultado seria
hamado um espelho1 mais do que um
ânone em movimento
ontrário. Num espelho
não há obviamente uma distinção dux-
omes (líder-seguidor).
Nas fugas, o sujeito é geralmente tratado à moda de
ânone por
urtos períodos para
formar um stretto. Um stretto é uma passagem na qual a idéia musi
al em uma voz
é superposta pela mesma idéia ou, raramente, por uma diferente em outra voz. A
palavra stretto signi
a apertado em italiano e é apli
ada a esta disposição porque as
apresentações são
omprimidas em vez de serem distribuídas
onse
utivamente. O exemplo
10 mostra um stretto que é ex
ep
ional ao envolver o movimento
ontrário nas últimas duas
aparições do sujeito. (Cada anún
io do sujeito foi
olo
ado entre
haves.).
84
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Uma ex
elente ilustração de um stretto mais típi
o a duas vozes (sem movimento
ontrário) o
orre nos
ompassos de 7 a 10 do Exemplo 4, página 190 [do livro℄.
O movimento
ontrário é geralmente referido
omo inversão. Infelizmente este último
termo é também usado para des
rever uma situação diferente, a tro
a de posição pelas vozes
no
ontraponto invertível (dis
utido no Capítulo 9). Embora isso
onsequentemente ofereça
alguma probabilidade de
onfusão, o
ontexto normalmente torna
laro qual signi
ado é
pretendido.
Aumentação
85
Capítulo 1 Cânone 9
Diminuição
Num
ânone em diminuição, o seguidor move-se em valores mais
urtos do que aqueles do
líder e podem al
ança-lo. Se um
ânone é à oitava e é
ontínuo, oitavas paralelas entre as
vozes são inevitáveis naquele ponto. Isto é mostrado no Exemplo 13.
Exemplo 13
Daí em diante, as vozes revertem seus papéis. Aquela que
omeçou
omo seguidor
torna-se o líder, e o líder original segue na que eqüivale a aumentação. Em músi
a real,
o pro
esso de al
ançar re
ém men
ionado e os
onseqüentes intervalos paralelos que ele
impõe raramente são permitidos de a
onte
er, espe
ialmente num
ânone à oitava. Às
vezes o tratamento
anni
o é abandonado antes que uma voz possa al
ançar a outra. Na
86
10 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
fuga
itada no Exemplo 14, por exemplo, a voz inferior termina a apresentação do sujeito e
vai para outro material antes que a imitação por diminuição no voz média al
an
e o ponto
onde oitavas paralelas teriam o
orrido.
A ter
eira voz, que entra no ter
eiro
ompasso, ilustra a diminuição somente (em re-
lação à primeira voz), enquanto que a segunda voz,
omeçando no
ompasso 2, envolve o
movimento
ontrário além de diminuição.
Outro meio de evitar o pro
esso do al
an
e num
ânone por diminuição é
omeçar
ambas as vozes ao mesmo tempo, no que teria sido o ponto de al
an
e por exemplo, no
ompasso 3 no Exemplo 13. Embora uma tal disposição seja
ontrária à nossa denição de
ânone no que uma voz entre junto em vez de
onse
utivamente, a ex
eção pare
e permitida
aqui, ao passo que não seria no
aso de um espelho. Isto é porque as vozes movem-se em
velo
idades diferentes, sendo o efeito da diminuição mais
onse
utivo do que simultâneo.
Conforme sugerido anteriormente, um tal
ânone pode igualmente bem ser ouvido
omo
envolvendo aumentação, já que nenhuma das vozes é
laramente líder ou seguidor.
Ao es
rever um
ânone por diminuição, um ponto para lembra-se é este: se o líder
ontém valores muito
urtos, a diminuição no seguidor provavelmente soará arti
ialmente
apressada, algo
omo uma gravação sendo to
ada numa velo
idade muito rápida. Similar-
mente, as mudanças harmni
as impli
adas não devem su
eder-se muito rapidamente no
líder, ou o resultado será não musi
al e des
on
ertante quando a voz é to
ada duplamente
mais rápida no seguidor.
Movimento Retrógrado
Num
ânone por retrogradação, também
hamado
ânone
aranguejo ou
anon
an
ri-
zans, a melodia to
ada de trás para a frente a
ompanha a melodia na sua forma original.
Como pode ser esperado, este tipo de
ânone pode fa
ilmente tornar-se uma mera proeza
me
âni
a na qual os difí
eis requisitos da forma são satisfeitos sem
ontribuir
om algo
satisfatório
omo músi
a. Além disso, pou
os ouvidos podem dete
tar a relação imitativa
entre as vozes quando elas soam juntas para a frente e para trás, parti
ularmente quando
elas
omeçam ao mesmo tempo. O Exemplo 15 mostra um dos pou
os
ânones
aranguejo
da literatura musi
al. O iní
io e o m da notação original são dados primeiro, doze
om-
passos intermediários foram omitidos aqui por razões de espaço. Então segue a realização
ompleta.
O pro
edimento para es
rever um
ânone em movimento retrógrado é
ompor a primeira
metade do líder, então es
rever aquela parte de trás para a frente
omo a última metade
do seguidor. Depois, por um pro
esso de tentativa e erro, en
ontre uma linha que fun
ione
para a frente
omo a última metade do líder, e para trás
omo a primeira metade do
seguidor.
87
Capítulo 1 Cânone 11
O CÂNONE ACOMPANHADO
Em alguns dos
ânones
itados até aqui (Exemplos 4, 5, 11), havia a
ompanhamento na
medida em que a voz não envolvida no
ânone estava presente. Às vezes um a
ompanha-
mento muito mais elaborado, seja harmni
o ou linear, é empregado. Indubitavelmente o
mais
onhe
ido de todos os
ânones a
ompanhados é o
itado no Exemplo 16, do último
movimento da Sonata para Violino e Piano de Fran
k. O a
ompanhamento é essen
ial-
mente harmni
o, embora não sem interesse linear.
88
12 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
89
Capítulo 1 Cânone 13
* Numa imitação estrita estas notas seriam uma oitava mais agudas. O uso das oitava
abaixo é obviamente ne
essária aqui por razões de extensão vo
al.
Os exemplos que seguem, então, são ofere
idos prin
ipalmente
om o propósito de
informação mais do que de modelos que o estudante irá imitar . Se
ânones em mais de
duas vozes (ou
ânones a duas vozes a
ompanhadas) devem ser es
ritos, eles não devem
ser tentados antes que o material sobre
ontraponto a três vozes tenha sido lido.
Quando três ou mais vozes são
ombinadas à moda
anni
a, o intervalo harmni
o
e o intervalo de tempo usados entre as duas primeiras vozes podem ou não ser usados
novamente para as vozes seguintes. No
ânone a três vozes mostrado no Exemplo 19, o
intervalo harmni
o entre as primeiras duas vozes é um uníssono, enquanto que entre a
segunda e a ter
eira é uma oitava. O intervalo de tempo é de dois
ompassos em
ada
aso.
90
14 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
No Exemplo 21 uma frase de uma melodia
oral é ini
iada na voz superior, enquanto
as três vozes inferiores fazem algumas apresentações da mesma frase em diminuição dupla.
Destas, as duas primeiras formam um breve
ânone. No nal do exemplo a voz do
ontralto
al
ança a do soprano, mas o paralelismo resultante não é repreensível porque ele não
envolve oitavas ou 5as. Também, quando
ombinadas
om outras vozes, ela forma uma
boa progressão harmni
a.
91
Capítulo 1 Cânone 15
O Exemplo 30 na página 112 [do livro℄ pode ser
itado
omo uma ilustração de um
ânone a quatro vozes que usa o mesmo intervalo de tempo (dois tempos) e o mesmo
a
intervalo harmni
o (uma 5 ) entre todas as entradas.
segunda e quarta apresentações do sujeito da fuga aqui) é uma apli
ação do prin
ípio da
imitação tonal, a ser dis
utida no Capítulo 13. Um pentagrama extra foi adi
ionado aqui
de modo que o movimento das vozes individuais possa ser visto mais
laramente do que
na notação usual de dois pentagramas.
92
16 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
O CÂNONE PERPÉTUO
Cânones que levam de volta ao prin
ípio e portanto permitem tantas repetições quantas
forem desejadas são
hamados
ânones perpétuos,
ânones innitos,
ânones eternos, ou
ânones
ir
ulares. Por
ausa de sua
onstrução parti
ular, eles não tem um nal
aden
ial
verdadeiro, a menos que um seja adi
ionado ou que os exe
utantes
on
ordem antes em
terminar em algum ponto onde as partes
oin
idam
om uma harmonia de tni
a. Tais
possíveis pontos nais são às vezes mar
ados por uma fermata. Em
ertos
ânones na Arte
da Fuga, o
orpo prin
ipal do
ânone é perpétuo, e podem ser repetidos ad libitum, mas
há uma
oda de uns pou
os
ompassos para prover um nal satisfatório.
Cânones perpétuos não ne
essariamente envolvem mais de duas vozes, mas eles são
men
ionados sobre este título porque o seu tipo mais
onhe
ido, o
ir
ular [round℄, geral-
mente envolve ao menos três.
93
Capítulo 1 Cânone 17
O CÂNONE DUPLO
O
ânone duplo
onsiste de dois
ânones soando simultaneamente. As duas vozes
ondu-
toras de
ada
ânone podem
omeçar juntas ou
onse
utivamente. Um
ânone pode ser
subserviente ao outro e ter a qualidade de um a
ompanhamento, ou os dois podem ser de
igual importân
ia. No Exemplo 26 o
ânone da melodia
oral pare
e ser algo mais im-
portante do que o
ânone em quiálteras. (In
identemente, quiálteras de semínimas seriam
usadas aqui, na notação atual.)
94
18 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Nos Exemplos 27 e 28, os quais mostram duas outras disposições possíveis na es
rita em
ânone duplo, as vozes são aproximadamente de igual importân
ia. O ex
erto de Mozart é
um exemplo raro de um
ânone perpétuo para instrumentos ao invés de vozes. Compassos
adi
ionais não mostrados aqui levam de volta ao iní
io.
As palavras para serem
antadas no
ânone de S
humann que seguem foram omitidas
aqui.
O CÂNONE ENIGMÁTICO
Um tipo de
ânone popular muito antes dos dias de Ba
h é o
ânone enigma, quebra-
abeça, ou
harada. A notação usualmente
onsiste de uma úni
a linha melódi
a,
om
laves ou outras pistas para indi
ar o intervalo harmni
o ou o intervalo de tempo a ser
95
Capítulo 1 Cânone 19
96
20 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
O CÂNONE ESPIRAL
No
ânone espiral, um tipo muito raro, a melodia termina numa tonalidade diferente
daquela em que
omeçou. Deve haver tantas repetições quantas forem ne
essárias para
retornar à tonalidade original, assumindo-se que ela deva ser al
ançada. Por exemplo,
na Oferenda Musi
al de Ba
h há um
ânone espiral que vai de Dó para Ré na primeira
vez, de Ré para Mi na segunda vez, e assim por diante, sendo ne
essárias seis antes que
a tonalidade de Dó seja al
ançada novamente. Tais
ânones podem per
orrer o
ír
ulo de
quintas ou progredir por algum outro intervalo,
omo faz este re
ém
itado.
TAREFAS SUGERIDAS
1 Es
reva exemplos dos seguintes
ânones
onforme espe
i
ado pelo instrutor:
duas vozes
à oitava
a outro intervalo
em movimento ontrário
por aumentação
por diminuição
em movimento retrógrado
a ompanhado
três vozes:
quatro vozes:
à qualquer intervalo
um ânone duplo
97
Capítulo 9
Contraponto Invertível
Duas vozes são ditas invertíveis quando
ada uma delas pode ser usada
omo voz superior ou inferior
om bons resultados. O termo
ontraponto duplo é às vezes empregado para des
rever tal disposição.
O
asionalmente ele é usado
omo um sinnimo para
ontraponto invertível mesmo quando mais de duas
vozes tomam parte na inversão. Entretanto,
ontraponto triplo é um termo mais a
urado quando três
vozes estão envolvidas. Contraponto
ompletamente invertível envolvendo mais de três vozes é raro.
A palavra inversão,
omo usada neste
apítulo, deve ser entendida
omo apli
ada à posição rela-
tiva ou ao nível das vozes e não deve ser
onfundido
om o artifí
io do movimento
ontrário, o qual é
freqüentemente referido
omo uma inversão. Num esforço para evitar tal
onfusão, alguns teóri
os tem
substituído
ontraponto invertível por
ontraponto permutável. Embora lógi
o
omo o termo é, ele,
lamentavelmente, nun
a en
ontrou uma a
eitação generalizada.
INVERSO À OITAVA
De todas as possibilidades a forma mais freqüente e natural de
ontraponto invertível é aquela em que
uma das vozes é simplesmente transposta a
ima ou abaixo por uma ou mais oitavas de forma que ela se
torna uma voz superior em vez de inferior, ou vi
e versa. No Exemplo 1, duas vozes estão mostradas
primeiro na sua relação original. Em b a voz inferior foi transposta uma oitava a
ima. Em
a voz
superior foi transposta uma oitava abaixo. Note que estas duas versões produzem a mesma relação entre
as vozes, a úni
a diferença sendo que b está uma oitava mais a
ima. Em d a voz inferior foi movida
duas oitavas a
ima; isto é, a inversão é à 15
a1 . Ainda outra possibilidade é mostrada em e, onde a voz
inferior foi transposta uma oitava a
ima, e a voz superior uma oitava abaixo. Esta também é
onsiderada
a
uma inversão à 15 ,
om as duas transposições em direções opostas sendo adi
ionadas juntas para formar
esta gura. Mais será dito em breve sobre o sistema de medir os intervalos
on
ernentes no
ontraponto
invertível.
Exemplo 1
1 Os a
estudantes freqüentemente argumentam que o intervalo de duas oitavas deveria ser
hamado de 16 , já que ele pare
e
ser duplamente mais amplo que uma oitava. A falá
ia neste argumento é que há uma nota
omum entre as duas oitavas,
de modo que a extensão total é somente de 15 graus da es
ala.
98
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
O tipo de inversão que estamos dis
utindo geralmente fun
iona mais ou menos automati
amente. Se
o
ontraponto original é bom, as duas vozes irão quase sempre soar bem quando invertidas à oitava, ou
múltiplos dela. Há somente uma pequena di
uldade que provavelmente pode surgir. Se um intervalo
a justa, geralmente entre o primeiro e quinto graus da es
ala, apare
em no original, a inversão
essen
ial de 5
a
dele será uma 4 justa. Este intervalo é
lassi
ado
omo uma dissonân
ia no
ontraponto a duas vozes
neste estilo, e é normalmente usado
omo um intervalo essen
ial ao menos no tempo [a
entuado℄. A
on
lusão óbvia a ser tirada aqui é que a 5
a
omo um intervalo essen
ial deve ser evitada no
ontraponto
a duas vozes que for invertível à oitava. (A 5a apare
e no iní
io do Exemplo 2, mas na inversão, abaixo
dela, Ba
h evita a 4
a substituindo por um Lá bemol a inversão real, Fá.) Mesmo no
ontraponto a três
a
e quatro vozes , onde a 4 pode ser usada em
ombinação
om outra nota da tríade, o quinto grau da
es
ala pode provar-se difí
il quando posto na voz inferior. Isto é porque ele sugere o baixo de um a
orde
6 6
de tni
a em segunda inversão (I4 ) e o I4 pode ser usado
om su
esso somente sob
ertas
ondições
(dis
utidas nas páginas 24 e 25 [do livro℄).
O Exemplo 2 dá ex
ertos da literatura musi
al que ilustram a inversão em múltiplos da oitava.
99
3
No Exemplo 2 o intervalo de inversão em
ada ex
erto é de três oitavas, uma abaixo mais duas a
ima
em a, duas abaixo mais uma a
ima em b e
. Na práti
a real, intervalos maiores do que duas oitavas
são geralmente ditos em termos mais simples para modo de
onveniên
ia, de forma que o intervalo da
inversão neste
aso seria geralmente rotulado simplesmente de 15a, ou mesmo de oitava. Em b as vozes
externas no iní
io são aquelas perten
entes à inversão que segue. O Exemplo
é
ontínuo; os pequenos
motivos que apare
em nos primeiros quatro
ompassos são invertidos nos próximos quatro.
A disposição no Exemplo 4 é a mesma, ex
eto que a voz inferior das duas vozes invertidas foi tomada
uma 12
a a
ima em vez de uma 5a e que há uma ter
eira voz livre na parte inferior. Tal voz é às vezes
adi
ionada
om o propósito de denir as harmonias mais
laramente, e de melhorar o efeito
ontrapon-
tísti
o.
100
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Alguns pares de vozes inverter-se-ão somente à oitava, outros a nenhum intervalo, uns pou
os a dois
intervalos, e uns muito pou
os a mais de dois intervalos. O Exemplo 5 mostra um exemplo raro de um
par de vozes inverter-se-ão à oitava, à 10a, e à 12a. As vozes não
on
ernentes à inversão estão mostradas
em notas pequenas.
As versões b e
aqui não estão na mesma tonalidade de a, o que torna a identi
ação dos intervalos
de inversão mais difí
il do que nos exemplos pre
edentes. Para ter uma tonalidade bási
a
omum
om o
propósito de
omparação, vamos transpor o iní
io das versões b e
para a tonalidade original, omitindo
as vozes não
on
ernentes à inversão. O Exemplo 6 mostra esta transposição.
101
5
Exemplo 6
Agora pode ser
laramente visto que em b a voz inferior foi transposta uma 10
a a
ima e a voz superior
uma oitava abaixo. Há também
ertas mudanças na inexão das notas devido ao uso do modo maior
em b. Em
a voz inferior foi tomada uma oitava a
ima, a voz superior uma 5
a abaixo. Ao
al
ular o
intervalo de inversão devemos ser
uidadosos, em ambos os
asos, para não usar as notas modi
adas
mas
adas
om um asteris
o.
a
No Exemplo 7, a parte b é outra ilustração de inversão à 10 ,
om o Sujeito II no tenor da versão
original transposto àquele intervalo as
endentemente. A versão
mostra um artifí
io que eqüivale a uma
dupla inversão; neste
aso, o Sujeito I, ouvido
omo a voz do tenor em b, apare
e tanto uma 10
a quanto
a
uma 15 a
ima em
. O prin
ípio envolvido aqui é que é geralmente possível adi
ionar uma ter
eira voz
a a a
paralela em 3 s ou 6 s a qualquer das duas vozes originais em
ontraponto que seja invertível à 10 ou à
a
12 .
a
Note que na inversão à intervalos diferentes da oitava ou da 15 , a posição dos tons e semitons muda na
melodia invertida porque esta última
omeça num grau da es
ala diferente. Note, também, que a
identes
são freqüentemente introduzidos na voz invertida, às vezes para obter uma linha melódi
a melhor, outras
para sugerir um fundo
ordal parti
ular. Os Exemplos 5, 6, e 7 ilustram estes pontos.
102
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplo 8
Inversão à oitava
Intervalo original 1 2 3 4 5 6 7 8
Intervalo invertido 8 7 6 5 4 3 2 1
Inversão à 10a
Intervalo original 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Intervalo invertido 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
Inversão à 12a
Intervalo original 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Intervalo invertido 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
a
Pode ser visto nesta tabela porque a inversão à 10 é difí
il, e
onseqüentemente rara. A 3 , a
a
a a a
6 , e a 10 , que são os intervalos mais freqüentemente usados, tornam-se a oitava, a 5 , e o uníssono,
a
respe
tivamente. Isto tende a dar à forma invertida uma sonoridade pobre, sem terça.. Além disso, 3 s
paralelas não podem ser usadas na versão original porque elas tornam-se oitavas paralelas na inversão
a
(Exemplo 9a ); e 6 s paralelas são do mesmo modo proibidas porque tornam-se 5 s paralelas (Exemplo
a
9b ).
103
7
Exemplo 9
A inversão à 12
a não apresenta tais di
uldades sérias. O úni
o intervalo que é provável de
ausar
a
problemas é a 6 , que torna-se uma 7
a quando invertida.
1 1 2 2 3 3
2 3 1 3 1 2
3 2 3 1 2 1
Três disposições das vozes numa fuga a três vozes são mostradas no próximo exemplo. Certas pequenas
mudanças são introduzidas às vezes, par
ialmente para a
omodar as entradas tonais. Também, a voz 1
apare
e em movimento
ontrário na versão
. As vozes foram numeradas de
ima para baixo em a (a
voz inferior sendo o sujeito), e estes números foram usados nas formas invertidas para mostrar as várias
posições das vozes.
104
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
No
ontraponto quádruplo as possibilidades de disposições diferentes das vozes são quatro vezes
maiores do que no
ontraponto triplo, um total de vinte e quatro! Deste número o
ompositor irá
ertamente sele
ionar somente aquelas que fun
ionem mais naturalmente.
105
9
TAREFAS SUGERIDAS
1 Trazer quatro exemplos de
ontraponto invertível, in
luindo ao menos um em que a inversão não é
à oitava ou um múltiplo.
b 10
a
12
a
106
Capítulo 10
A Invenção a Duas Partes;
Desenvolvimento de Motivos
J. S. Ba
h es
reveu quinze
omposições a duas vozes as quais ele
hamou Inventionen e quinze obras a
três vozes
hamadas Symphonien (Sinfonia, em italiano). Elas são agora geralmente
onhe
idas
omo as
Invenções a Duas Partes e as Invenções a Três Partes. Uma invenção poderia ser denida
omo uma
obra
ontrapontísti
a
urta
entrada em torno do desenvolvimento do material de um ou dois motivos.
Embora invenções tenham sido es
ritas por outros
ompositores de tempos em tempos, o número delas é
pequeno, e não tornaram-se matéria-prima da literatura musi
al
omo as invenções de Ba
h tornaram-se.
Consequentemente, quando falamos de invenções, nós geralmente temos aquelas de Ba
h em mente. As
Invenções a Duas Partes serão usadas
omo base para este
apítulo.
A questão que pode legitimamente ser levantada é esta: Porque deveriam estas obras serem estudadas
quando elas representam uma forma tão raramente en
ontrada (espe
ialmente por não pianistas)? Entre
as respostas que poderiam ser dadas estão as seguintes: (1) À despeito de sua brevidade, as Invenções
são músi
a da mais alta ordem. Nelas, o material motívi
o atrativo é desenvolvido de modo magistral;
imaginação e fres
or sempre renovado
ombinam-se
om uma estonteante e
onomia de re
ursos. Conhe
er
esta músi
a é
onsequentemente uma experiên
ia enrique
edora para todos os músi
os. (2) As Invenções s
Duas Partes envolvem, numa es
ala menor, muitos dos artifí
ios
ontrapontísti
os en
ontrados em formas
mais amplas a serem estudados mais tarde. Estes artifí
ios podem ser mais fa
ilmente introduzidos
no
ontexto de duas vozes (em oposição a duas ou quatro) e em
omposições mais
urtas. (3) Os
prin
ípios de
onstrução da invenção não estão
onnados a obras intituladas realmente de Invenção. Por
exemplo, Prelúdios
omo os números 13 e 18 no livro I do Cravo Bem Temperado e
ertos movimentos
(notavelmente alguns Prelúdios) das Suítes e Partitas de Ba
h são essen
ialmente invenções. (4) Após
fazer exer
í
ios bási
os em duas vozes, o estudante é geralmente requisitado a fazer alguns es
ritos de
formas
ontrapontísti
as. A invenção a duas partes é apropriada para ele experimentar naquele estágio,
enquanto fugas ou formas
orais normalmente envolvem ao menos três vozes. Obviamente, as Invenções
a Duas Partes de Ba
h servem admiravelmente
omo modelos para este tipo de projeto. Algumas delas
serão agora examinadas, e os prin
ípios envolvidos na sua
onstrução serão dis
utidos.
O MOTIVO
O termo motivo tem sido denido de várias maneiras. Por alguns ele é
onsiderado o equivalente a uma
gura, ou a menor unidade possível numa frase melódi
a. Para outros ele signi
a uma apresentação
melódi
a de extensão algo maior, geralmente de um ou dois
ompassos, embora raramente mais do que
quatro. Este [último signi
ado é o que deveremos adotar para os propósitos presentes.
Os motivos nas Invenções a Duas Partes de Ba
h variam todas de meio
ompasso,
omo no Exemplo
1a até quatro
ompassos,
omo em b. (M. signi
a motivo, CM.
ontramotivo.)
Há geralmente alguma
orroboração de segmentos dentro do motivo. Em a a úni
a repetição é uma
gura de duas notas de uma terça des
endente (que não é su
iente para quali
á-la
omo uma seqüên
ia).
Em b o primeiro
ompasso inteiro é repetido à moda seqüen
ial
ara
terísti
a.
Muitos motivos denem a tonalidade e a estrutura rítmi
a rapidamente. Em
asos onde ambos estes
elementos não estejam inteiramente
laros (por exemplo, se o motivo
omeça no quinto grau da es
ala),
uma voz a
ompanhante
omo aquela vista no Exemplo 1 b é geralmente in
luída para
lari
ar a situação
107
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
musi
al. Também, todos os bons motivos tem alguma
ara
terísti
a distintiva, melódi
a ou rítmi
a, ou
ambas, que lhes dá interesse e os torna fa
ilmente re
onhe
íveis nas aparições subseqüentes.
A IMITAÇO; O CONTRAMOTIVO
Após o motivo ter sido anun
iado em uma voz, ele é imitado (muito freqüentemente a oitava mas às vezes
a
a 5 ) na outra voz. A imitação pode
omeçar imediatamente após a última nota do motivo da primeira
108
3
Contra a imitação a primeira voz pode ter um material livre isto é, um material que não re
orre
omo uma unidade re
onhe
ível e que tem pou
a distinção linear ou ela pode usar um
ontramotivo.
Este último é uma linha que apare
e mais ou menos
onsistentemente através da invenção
omo um
ontraponto para o motivo. Ele deve ter interesse melódi
o por si próprio e deve ser
on
ebido
omo para
omplementar o motivo ritmi
amente.
Freqüentemente, o motivo ui suavemente para o
ontramotivo (ou material livre); em
ertos
asos
pode mesmo ser difí
il de
idir onde um termina e o outro
omeça. Portanto pode ser ne
essário na
análise
onsiderar uma nota parti
ular tanto
omo última nota do motivo quanto
omo primeira nota do
ontramotivo.
No Exemplo 1 a o material que apare
e
ontra as duas imitações do motivo é tão breve que bem poderia
haver alguma dúvida se ele deve ser
hamado um
ontramotivo. Mas
omo ele é ouvido duplamente mais
adiante, o rótulo pare
e justi
ado.
No Exemplo 1 b o material da voz superior
omeçando na última metade do
ompasso 5 foi ouvido
omo uma voz a
ompanhante no iní
io e reapare
e
onstantemente em porções posteriores da invenção.
Consequentemente ele é
laramente um
ontramotivo.
A LINHA ACOMPANHANTE
Em seis das Invenções a Duas Partes, o motivo é primeiramente apresentado sozinho. Quando,
omo
b
no Exemplo 1 , ele é anun
iado no iní
io junto
om outra voz, o material naquela voz pode ser livre
(embora geralmente
orroborado em algum outro ponto na invenção), ou ele pode ser um
ontramotivo.
Em qualquer
aso, sua função é ajudar na denição da tonalidade, da harmonia, da estrutura rítmi
a,
ou de todas estas.
No Exemplo 1 b as duas primeiras notas na voz inferior são livres. Mas o material em semi
ol
heias
omeçando na última metade do primeiro
ompasso provam ser o
ontramotivo que apare
e
ontra o
motivo na última metade do
ompasso 5 e muitas vezes depois.
O Exemplo 2 ilustra uma ligeira variação desta disposição. Embora a voz inferior no iní
io pareça ser à
prin
ípio ser livre, uma inspeção mais a
urada revela que ela é uma versão esqueléti
a do
ontramotivo nas
semi
ol
heias que
omeçam no
ompasso 3, na dominante. (As setas mostram as notas que
orrespondem
àquelas da voz a
ompanhante ini
ial.) Este é um bom exemplo da e
onomia de Ba
h no uso dos materiais;
nenhum elemento signi
ativo é usado somente uma vez e então des
artado.
109
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Há duas apresentações na tonalidade da tni
a uma em
ada voz e duas ao nível da dominante. (O
último termo pare
e mais a
urado do que na tonalidade da dominante aqui, já que não há na realidade
mudança de tonalidade.) Somente uma outra das Invenções a Duas Partes usa este esboço no iní
io.
O Exemplo 1 b (
omo outras quatro Invenções)
omeça
om o seguinte plano:
Tonalidade da tni
a Tonalidade da Dominante
Motivo Contramotivo Contramotivo Motivo
Aqui há somente uma apresentação na tni
a e uma na dominante. Seria razoável supor que a extensão
do motivo induziu esta disposição isto é, que após ter
ado na tni
a por quatro
ompassos Ba
h sentiu
que seria melhor mover-se para a tonalidade da dominante em vez de ter outra apresentação na tni
a.
Ao mesmo tempo, poderia ser apontado que a úni
a outra Invenções a Duas Partes
om um motivo de
quatro
ompassos (Número 9) apresenta-o duas vezes em su
essão na tonalidade da tni
a no iní
io.
Cer
a de um terço das Invenções
omeçam
om duas apresentações na tni
a mas então movem-se
para um episódio razoavelmente extenso sem in
luir qualquer apresentações na dominante naquele ponto.
Certamente uma ou mais destas podem o
orrer após o episódio, na seção das entradas intermediárias.
Ainda outro padrão, usado no Exemplo 2,
onsiste de uma apresentação na tni
a seguida por duas
na dominante (estas últimas em oitavas diferentes). Note que no
ompasso 5 do Exemplo 2 a última das
três apresentações
omeça logo após o ter
eiro tempo, enquanto que originalmente ela
omeçava logo após
o primeiro tempo. Tal mudança de lugar do motivo no
ompasso é normalmente permissível somente de
um tempo forte para outro (do primeiro para o ter
eiro tempo num
ompasso de quatro) ou de um tempo
fra
o para outro (segundo para o quarto). De outro modo o senso de tempos fra
os e fortes no motivo
a desemparelhado
om o metro.
Uma
urta passagem ponte (geralmente não maior do que um
ompasso ou dois) pode ser inserida
entre as apresentações do motivo se for ne
essário para uma transição suave de uma tonalidade para
outra. Entretanto, o movimento da tonalidade da tni
a para a tonalidade da dominante que geralmente
o
orre nas apresentações ini
iais das invenções a duas partes é tão fa
ilmente obtido que tais pontes
são raramente ne
essárias. Elas o
orrem muito mais freqüentemente nas invenções a três partes, onde
um retorno da tonalidade da dominante para a tonalidade da tni
a pode demorar mais para ser obtido
gra
iosamente.
Três esboços ex
ep
ionais nas Invenções a Duas Partes devem ser men
ionados. O primeiro o
orre na
Número 6 (Mi maior),
ujo iní
io foi dado no Exemplo 2
do
apítulo pre
edente (página 116 [do livro℄).
Lá, as duas vozes apresentadas no iní
io são tão semelhantes, pare
em tão proximamente iguais em
importân
ia, e trabalham subordinadamente juntas tão
onsistentemente que é difí
il saber qual deveria
ser
hamada de motivo e qual de
ontramotivo. Provavelmente a análise mais lógi
a é
onsidera-las dois
motivos
oordenados essen
ialmente uma idéia musi
al e seu espelho.
A segunda situação in
omum o
orre na Número 13,
itada a seguir.
110
5
Finalmente, duas das invenções, as Números 2 e 8, fazem uso de uma
onstrução
anni
a estendida
na sua primeira porção. O iní
io da Número 2 foi dado na página 91 [do livro℄; o iní
io da Número 8 é
mostrado a seguir.
111
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Em qualquer ponto depois das apresentações ini
iais (o
asionalmente mesmo numa apresentação ini
ial),
o motivo ou outro material pode ser mudado, ou apresentado em relações espe
iais, através do uso
dos artifí
ios mostrados no Exemplo 5. Eles estão demonstrados lá
om um fragmento motívi
o
om
o propósito de simpli
idade. Aumentação, diminuição, movimento
ontrário, movimento retrógrado, e
stretto foram dis
utidos no Capítulo 8. Os outros são auto-explanatórios.
Exemplo 5
Os três artifí
ios no Exemplo 5 que o
orrem mais freqüentemente nas Invenções de Ba
h são mudança
de intervalo, repetição seqüen
ial de uma porção do motivo, e stretto. Todas estas estão ilustradas no
Exemplo 13. Em geral, o movimento
ontrário, a aumentação, e a diminuição são mais
ara
terísti
as
de formas
ontrapontísti
as mais amplas tais
omo as fugas. Mês elas apare
em eventualmente nas
invenções,
omo o Exemplo 6 atesta. (Estes
ompassos formam um episódio que segue o ex
erto mostrado
a
no Exemplo 1 ).
112
7
O movimento retrógrado (
an
rizans ) é raro na músi
a tonal. Não somente ele é difí
il de es
rever,
omo o ouvido mediano tem problemas para re
onhe
er uma linha melódi
a quando ela é to
ada de trás
para a frente;
onsequentemente o ponto prin
ipal do artifí
io tende a ser perdido.
O uso de dois ou mais destes artifí
ios ao mesmo tempo é possível. Por exemplo, no Exemplo 6 o
movimento
ontrário está envolvido em uma voz e a aumentação em outra, e a
ombinação destes dois
em uma úni
a voz foi vista no Exemplo 12 na página 99 [do livro℄. Entretanto, o fato de que eles estão
listados juntos aqui não deve ser interpretado
omo uma sugestão de que eles são usados em massa.
Algumas serão bem su
edidas
om um motivo parti
ular, enquanto outras seriam forçadas e arti
iais.
Em outras palavras, o uso de qualquer delas deve ser sugerido pelo material musi
al mais do que impostas
arbitrariamente.
EPISÓDIOS
Os episódios são seções numa porção do motivo ou do
ontramotivo ou em outro (mesmo novo) material.
Eles podem ser de qualquer extensão mas são mais freqüentemente de dois a quatro
ompassos de duração.
O motivo, se for usado
omo base, geralmente não apare
e em sua forma
ompleta a menos que a
onteça
1
de ele ser tão breve que não possa ser dividido em segmentos menores . Os episódios são quase sempre
seqüen
iais. Suas prin
ipais funções são modular da tonalidade de uma apresentação para aquela da
próxima e prover um novo interesse e um relevo para a apresentação
ompleta do motivo. (No
aso de
músi
a envolvendo três ou mais vozes, eles podem também dar variedade de textura reduzindo o número
de vozes.) Um termo que pode provar-se útil na análise de episódios é elemento motívi
o.
A intenção dos Exemplos 7-11 é mostrar a derivação do material episódi
o do motivo em algumas das
Invenções.
O iní
io da Invenção Número 4, mostrada no Exemplo 7, envolve um plano in
omum: há três apre-
sentações do motivo na tni
a,
om o ter
eiro uindo para um episódio seqüen
ial baseado numa versão
levemente modi
ada do motivo.
Exemplo 7
1 Em tais
asos é às vezes difí
il de
idir se um
erto material deveria ser rotulado
omo um episódio ou simplesmente
apresentações
onse
utivas do motivo.
113
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Nos Exemplos 8, 9, e 10 o motivo é mostrado primeiramente separado; o episódio
itado o
orre mais
adiante na invenção. O motivo no Exemplo 8 já é seqüen
ial,
om o primeiro elemento motívi
o sendo
repetido um grau a
ima. Para
riar um verdadeiro efeito episódi
o seqüen
ial, Ba
h estende a seqüên
ia
original para in
luir uma ter
eira aparição do elemento motívi
o. Também, o signi
ado harmni
o é
diferente daquele da apresentação ini
ial. O resto do motivo não é usado naquele ponto, um fato que
onrma a análise do episódio.
Exemplo 8
Note que no Exemplo 9 a última porção do episódio é baseada numa gura arpejada do nal do
motivo. (As últimas onze notas do motivo poderiam bem ser designadas de um ligação [Link℄ mais do
que propriamente de motivo, uma disposição a ser dis
utida num
apítulo posterior.)
Exemplo 9
114
9
No episódio mostrado no Exemplo 10, o primeiro elemento motívi
o é ini
ialmente tratado à moda
de stretto, e então
om ambas as vozes em movimento paralelo e no mesmo ritmo
omo um
ontraste às
direções opostas e o ritmo alternado do stretto.
Exemplo 10
No Exemplo 11 o motivo na sua forma ini
ial não está mostrado. Em vez disso, uma entrada inter-
mediária no relativo maior foi in
luída de modo que a relação entre esta e o episódio que segue pode ser
vista. A última nota do motivo (Mi) é evitada no iní
io do
ompasso 3,
om a resolução sendo transferida
para a voz inferior. Então segue uma seqüên
ia altamente engenhosa baseada nesta versão alterada do
nal do motivo.
Exemplo 11
115
10 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
À despeito do fato de que todos os episódios nos Exemplos 7-11 foram derivados do motivo, deve ser
lembrado que o
ontramotivo ou outro material também podem servir
omo base para os episódios.
O Exemplo 6 foi men
ionado anteriormente
omo uma ilustração da té
ni
a episódi
a. Ele é atípi
o
em um aspe
to: a seqüên
ia é baseada no motivo inteiro (invertido) mais do que somente em uma porção
dele, uma situação obviamente
ausada pela brevidade do motivo. Também a passagem pare
e
laramente
perten
er à
ategoria do episódio, por várias razões: (1) O tratamento é
ara
teristi
amente seqüen
ial.
(2) Estes
ompassos o
orrem num ponto onde os episódios são
omumentemente en
ontrados seguindo
imediatamente as apresentações ini
iais do motivo; lá o esboço muda de uma apresentação direta do
motivo para uma abordagem mais desenvolvida. (3) A passagem efetua uma modulação.
ENTRADAS INTERMEDIÁRIAS
O termo entradas intermediárias, emprestado da terminologia da fuga, pode ser apli
ado às apresentações
do motivo que o
orrem após as ini
iais e normalmente após um episódio interveniente, mas antes da seção
on
lusiva na tni
a. Uma
adên
ia numa tonalidade diferente da tni
a geralmente pre
ede a seção na
qual a entrada intermediária apare
e. Para estas apresentações, Ba
h
onna-se às
in
o tonalidades
mais proximamente rela
ionadas:
Estas são as tonalidades
ujas armaduras
ontém um sustenido ou um bemol a mais ou a menos do que
a da tonalidade original. Outro meio fá
il para determinar a proximidade das tonalidades relativas de uma
dada tonalidade é
onstruir tríades em
ada grau da es
ala desta tonalidade; tríades maiores ou menores
◦
indi
am tonalidades relativas próximas maiores ou menores, respe
tivamente. (Tríades diminutas, vii
◦
em maior e ii em menor, não representam tni
as de tonalidades relativas próximas.)
Note que as tonalidades proximamente relativas in
luem (1) a dominante e sua relativa maior ou
menor; (2) a subdominante e sua relativa maior ou menor; (3) a relativa maior ou menor da tonalidade
original. Note, também, que enquanto o a
orde de dominante de uma tonalidade menor é geralmente
maior, a tonalidade da dominante é menor.
Além das tonalidades mostradas a
ima, a homnima menor (Dó menor no
aso de Dó maior) e a
homnima maior (Dó maior no
aso de Dó menor) são às vezes
onsideradas tonalidades proximamente
rela
ionadas por
ausa de sua nota da tni
a
omum.
As entradas intermediárias, das quais há geralmente ao menos duas ou três, são mais freqüentemente
separadas por episódios em vez de apresentadas em su
essão. Embora elas não sigam um plano tonal
xo,
ertas tonalidades são mais prováveis de serem es
olhidas do que outras em determinadas situações.
Quando o motivo é em maior, a primeira entrada intermediária é freqüentemente na tonalidade da
dominante, o
asionalmente na relativa menor. Se o motivo é em menor, uma es
olha freqüente da
tonalidade naquele ponto é a relativa maior. Em qualquer
aso, a tonalidade usada será normalmente
al
ançada no nal do primeiro episódio. A última entrada intermediária antes da porção nal da invenção
é freqüentemente na tonalidade da subdominante. O a
orde de tni
a naquela tonalidade torna-se então
IV (ou iv) da tonalidade original, e o retorno para esta última é fa
ilmente efetuado.
116
11
AS APRESENTAÇÕES FINAIS
Há usualmente ao menos uma ou duas apresentações do motivo na tonalidade da tni
a
omo porção
nal da invenção. Estas são seguidas,
ertamente, por uma forte
adên
ia no nal.
CONSTRUÇO GLOBAL
Destes
omentários sobre as Invenções a Duas Partes pode ser visto que não há um plano de
onstrução
ao qual todas se
onformam. Embora elas tenham
ertas
ara
terísti
as em
omum; situações musi
ais
parti
ulares apare
em
om mais freqüên
ia do que outras em
ertos pontos. Baseado nisto, é possível
agrupar um tipo de plano
omposto tal
omo o seguinte:
Um tal plano pode ser usado pelos estudantes
omo um ponto de partida na es
rita de suas próprias
invenções. Ele ainda permite
onsiderável espaço para variações dentro de seções individuais um espaço
que é ne
essário, já que diferentes motivos irão sugerir soluções diferentes.
Muitas das Invenções envolvem seções mar
adas
aden
ialmente de alguma extensão. O grau de
se
ionamento varia desde uma
lara divisão e uma barra dupla na Número 6 (Mi maior) até uma quase
ompleta ausên
ia de qualquer sentido se
ional distinto na Número 12 (Lá maior).
ANÁLISE DE INVENÇÕES
É presumível que todos os estudantes de
ontraponto irão fazer alguma análise das Invenções de Ba
h
omo parte de suas tarefas. Ao es
rever as análises, M. pode ser usado para designar as aparições do
motivo e CM. As aparições do
ontramotivo. Material livre pode simplesmente ser deixado sem rótulo,
ou a palavra Livre pode ser es
rita. Para a extensão de uma idéia musi
al, use uma linha ondulada.
Para o material que é rela
ionado ou derivado de algum elemento pre
edente mas não su
ientemente
exato para ser analisado
omo tal, use uma linha pontilhada mais uma indi
ação tal
omo (M.) ou
(CM.) para mostrar a derivação do material. Col
hetes ( ) são úteis para mostrar a extensão do
elemento musi
al. Cadên
ias pronun
iadas no nal de seções, e a tonalidade na qual
ada uma o
orre,
devem ser também indi
adas por exemplo, Cad., rel. menor, ou Cad., vi.
O Exemplo 13 mostra uma invenção a duas partes inteira
om mar
as analíti
as adi
ionadas. Em
asos
omo este, onde não há
ontramotivo, um
ol
hete sozinho (sem M.) é su
iente.
Episodio
117
12 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
4
Cad. rel. maior
7
V do rel. maior
(variado) Cad.
10
Stretto
13
Cad.
dom.
Episodio
16
18
118
13
21
Cad. ton.
Comprimento
2 A imitação
À oitava?
3 Apresentações subseqüentes
4 Episódios
119
14 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Fonte do material
Comprimento
Modulação efetuada
6 Seções
TAREFAS SUGERIDAS
2 Analise uma ou mais das Invenções a Duas Partes de Ba h onforme espe i ado pelo instrutor.
4 Estenda
ada uma das breves passagens dadas no Livro de Exer
í
ios para formar um episódio
seqüen
ial.
5 Usando um dos motivos no Livro de Exer
í
ios, es
reva o iní
io de uma invenção a duas partes (ao
menos duas apresentações do motivo).
7 Es
reva
in
o motivos adequados para o uso em uma invenção a duas partes. Tenha algumas em
maior e algumas em menor; use diferentes andamentos e diferentes sinais de
ompasso.
8 Usando um dos motivos es ritos em 7, es reva o iní io de uma invenção a duas partes.
120
Capítulo 11
Contraponto a Três Vozes
Es
ritores de
ontraponto tem freqüentemente exaltado as virtudes da textura a três vozes. Eles enfatizam
o fato de que ela permite maior
ompletitude e riqueza harmni
a do que o
ontraponto a duas vozes,
mas ainda mantendo a
lareza da linha individual. Também, eles
hamam a atenção que muito da mais
na músi
a no mundo é baseada numa estrutura a três vozes. Os exemplos mais óbvios são obras
omo
as trio sonatas e fugas a três vozes; mas uma grande quantidade de outras músi
as, se reduzidas à sua
forma esqueléti
a, provarão
onstituir-se de somente três vozes bási
as.
RELAÇÕES RÍTMICAS
Várias relações rítmi
as entre as vozes são possíveis no
ontraponto a três vozes.
O movimento pode ser mais ou menos igualmente distribuído entre as vozes,
omo no Exemplo 1.
Quando uma voz tem um valor mais longo,
ada uma ou ambas das outras mantém o movimento em ação.
Todas as três raramente movem-se em valores mais
urtos ao mesmo tempo, embora isso possa o
orrer
o
asionalmente por uns alguns tempos
omo um alívio para o movimento
onstantemente alternado.
Duas das vozes podem ser emparelhadas ritmi
amente ambas
om os mesmos valores ou
om movi-
mento alternado entre as duas enquanto a ter
eira voz toma um ritmo diferente. No Exemplo 2 as
duas vozes superiores não movem-se
om o mesmo padrão rítmi
o mas predominantemente de modo
paralelo. As pequenas notas na parte do
embalo (
ravo) são uma realização editorial do baixo gurado
originalmente presente.
Na primeira parte do Exemplo 3 as duas vozes superiores alternam-se num padrão de
ol
heias e o
baixo move-se em semi
ol
heias; na metade do segundo
ompasso, o ritmo de semi
ol
heias é transferido
para a voz superior enquanto o baixo tem
ol
heias.
O
asionalmente,
ada uma das três vozes move-se num padrão rítmi
o distinto daqueles das outras
vozes. O Exemplo 5 demonstra esta possibilidade,
omo também o Exemplo 8 na página 150 [do livro℄.
121
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Uma situação espe
ial e algo in
omum é vista em
ertas músi
as baseadas em
orais; a melodia
oral
em valores longos é a
ompanhada pelas outras vozes movendo-se em valores muito mais
urtos,
omo no
Exemplo 6. (Freqüentemente a melodia
oral está na voz inferior ou média mais do que na superior.) A
mesma disposição é freqüentemente vista na músi
a envolvendo baixo repetitivo [ground-bass℄ ou temas
de passa
aglia em valores longos.
Todos estes exemplos demonstram o pulso rítmi
o regular
ara
terísti
o da músi
a Barro
a. Uma vez
que um padrão rítmi
o bási
o tenha sido estabele
ido, ele é geralmente mantido
onsistentemente, em uma
voz ou outra. Nos Exemplos 1 e 2, o padrão bási
o envolve
ol
heias, nos Exemplos 3-6, semi
ol
heias.
CONSIDERAÇÕES HARMÔNICAS
De um ponto de vista harmni
o, a prin
ipal diferença o
ontraponto a duas e a três vozes é que as
harmonias podem ser impli
adas mais
ompletamente e mais
laramente
om três vozes. Por exemplo,
torna-se possível soar todas as três notas de um a
orde de uma vez, bem
omo as três das quatro notas
de um a
orde de sétimasu
ientes para denir o a
orde. (A questão de quais membros do a
orde são
melhor in
luídos ou omitidos é dis
utida mais tarde em
onexão
om os primeiros exer
í
ios a três vozes.)
Além disso, impli
ações de harmonia
romáti
aespe
ialmente de a
ordes de sétima alteradossão mais
exeqüíveis na es
rita a três vozes e são
onsequentemente vistas lá mais freqüentemente. Por esta razão,
alguns
omentários sobre este assunto, junto
om exemplos
Cromatismo
Os exemplos vistos anteriormente neste
apítulo fazem uso do
romatismo em
onexão
om dominantes
se
undárias ou modulação por a
orde
omum, embora o material motívi
o seja em si diatni
o. Os
exemplos que seguem, por outro lado, envolvem todos o
romatismo
omo uma
ara
terísti
a bási
a das
linhas. Em ambos os Exemplos 7a e b um sujeito de fuga de natureza
romáti
a é estendido e promove
a su
essão de harmonias
romáti
as
ambiantes em
ertos pontos. A análise harmni
a de a mostra,
nos tempos de 6 até 10, uma progressão em torno do
ír
ulo de 5
as via dominantes se
undárias. Nos
ompassos 3, 4, e 5 de b, a linha
romáti
a des
endente de Lá até Mi é dada para
ada uma das três
vozes a
ada vez.
No Exemplo 8, o
romatismo resulta não somente do fato de que o motivo da invenção (na voz
inferior, naquele ponto)
ontém alterações, mas do fato de que Ba
h
ir
unda-o
om dois
ontramotivos
de
ididamente
romáti
os.
122
3
A variação das Variações Goldberg
itada no Exemplo 9 é parti
ularmente efetiva no
ontexto da obra
toda devido ao grande
ontraste entre seu
romatismo expressivo e a natureza diatni
a de muitas das
outras variações. Similarmente, o
aráter gentilmente uente das linhas é um afastamento mar
ado do
vigoroso sentido motóri
o de grande parte da obra e
onsequentemente intensi
a o
ontraste.
Ligaduras
Uma inspeção dos exemplos dados neste
apítulo e de
ontraponto a três vozes em geral irá revelar que
uma das vozes é geralmente ligada para o tempo seguinte (ou outro mais adiante) enquanto que as outras
vozes movem-se. A nota ligada pode ser tanto harmni
a quanto não harmni
a em relação à harmonia
para a qual ele é ligada. Em qualquer
aso, o movimento das vozes em tempos diferentes a
entua a sua
independên
ia e propor
iona uma agradável interação entre elas. (Se todas as vozes movem-se ao mesmo
tempo
onsistentemente,
omo ne
essariamente a
onte
e em exer
í
ios de
erta espé
ie, o efeito é algo
enfadonho. ) Quando a nota ligada é não harmni
a
om a nova harmonia, outro elemento de interesse é
adi
ionado: uma dissonân
ia é
riada antes que a nota resolva. A nota ligada re
ém des
rita é
ertamente
uma suspensão. Enquanto outras notas não harmni
as obviamente guram no
ontraponto a três vozes
assim
omo elas zeram na variedade a duas vozes, seu uso não pare
e requerer
omentários adi
ionais
aqui.. No
aso das suspensões, entretanto, a presença de uma ter
eira voz permite padrões não possíveis
om duas. Completamente à parte, uma revisão do assunto dentro da estrutura da textura a três vozes
pode prover-se útil.
Suspensões
As suspensões no
ontraponto a duas vozes foram dis
utidas anteriormente. O pro
esso bási
o é o mesmo
na es
rita a três vozes; uma nota perten
ente a uma harmonia é retida, seja por uma ligadura ou por
123
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
repetição, durante a próxima harmonia, para a qual ela é dissonante e na qual ela normalmente resolve.
O Exemplo 10 mostra um ex
erto que abunda em suspensões.
Pode ser instrutivo examinar o efeito das várias suspensões. As seguintes são todas satisfatórias.
Exemplo 11
Exemplo 11
Na es
rita a três vozes, as suspensões são des
ritas em termos dos intervalos entre o baixo e a voz
suspensa (ou, se a suspensão está no baixo, em termos dos intervalos entre as vozes externas).
As suspensões para a terça do a
orde (a, b, e
) e para a fundamental (d e e ) são mais fortes do que
aquelas que resolvem na quinta do a
orde (f ).
Em g e h a suspensão é preparada na segunda metade do tempo pre
edente. Esta disposição é às vezes
útil
omo um meio de introduzir suspensões onde nenhuma das notas no tempo poderiam ser retidas e
resolvidas des
endentemente na próxima harmonia, de modo a formar uma suspensão. Ela também provê
maior atividade rítmi
a.
124
5
Uma possibilidade vista no Exemplo 10 mas não dis
utida antes é demonstrada em i e j, Exemplo
11: quando a resolução da suspensão o
orre, um ou mais membros do a
orde de resolução movem-se
para outras notas do a
orde. Em i a voz inferior move-se da fundamental para a terça e em j ambas as
vozes superior e inferior movem-se. Um artifí
io semelhante é mostrado em k e l onde uma ou mais vozes
movem-se no ponto de resolução, mas para uma nova harmonia em vez de uma na qual a suspensão iria
normalmente resolver. Obviamente, a nota de resolução deve ajustar-se à nova harmonia em tais
asos.
O Exemplo 12a mostra uma disposição que é melhor evitar. O prin
ípio envolvido é este: quando uma
suspensão resolve por semitom para a terça de um a
orde, a nota de resolução não deveria ser dobrada
(em qualquer oitava). Quando a resolução é por tom inteiro, o efeito é um pou
o melhor, espe
ialmente se
o a
orde de resolução é uma tríade se
undária (o qual pode apropriadamente envolver uma dupla terça)
omo no Exemplo 12b.
Exemplo 12
Lembre-se que nas suspensões envolvendo mais de um tempo a nota suspensa deve
air num tempo
forte; suspensões que resolvem dentro de um tempo podem o
orrer em qualquer tempo.
Exemplo 13
Exemplo 14
é possível suspender mais de uma nota ao mesmo tempo. O Exemplo 15
ontém uma quantidade de
suspensões duplas. Aquelas mar
adas
om um asteris
o são retardos; isto é, elas resolvem as
endente-
mente.
125
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
No Exemplo 16, uma resolução atrasada de uma suspensão o
orre na primeira parte de
ada
om-
passo. A progressão harmni
a bási
a foi adi
ionada abaixo do ex
erto para mostrar as suspensões mais
laramente.
Este último exemplo também ilustra, em a e b, o uso de uma mudança harmni
a no ponto de
resolução. Em a nós esperamos Fá menor, em b, Ré bemol maior.
A músi
a
ontrapontísti
a às vezes faz uso de uma su
essão harmni
a arpejada que in
lui uma
suspensão. Este é o
aso no Exemplo 17. Aqui novamente, uma mudança de harmonia o
orre no ponto
de resolução.
126
7
Exemplo 18
No
aso de a
ordes de sétima, uma nota deve obviamente ser omitida no
ontraponto 1:1 a três vozes.
Muito freqüentemente esta é a quinta, já que ela é a menos essen
ial para estabele
er a qualidade de um
a
orde (Exemplo 19a ). Raramente, a terça pode ser omitida para formar
ombinações
omo aquelas em
b. Mas
ombinações envolvendo a omissão de ambas a terça e a quinta (
) não devem ser usadas. (O
dobramento da sétima em duas destas [as duas últimas de
℄ é
ensurável por
ausa das oitavas paralelas
que elas provo
am.) Se a fundamental de um V
7 é omitida
omo em d, as sonoridades resultantes são
o o
aquelas de vii e são
ertamente altamente utilizáveis. (Aquelas impli
ando vii são mais fortes.)
Exemplo 19
127
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
A
ordes de sétima não dominantes, os quais eram difí
eis de impli
ar e às vezes
ompli
ados de resolver
om somente duas vozes em 1:1, tornam-se inteiramente utilizáveis
om três vozes (Exemplos 20a e b ).
Os a
ordes de sétima sobre a sensível (ou V
9 in
ompleto) apare
em mais freqüentemente em menor de
que em maior. Exemplos de dominantes se
undárias e de um a
orde de Sexta Italiana são dados em
e
d, respe
tivamente.
Exemplo 20
as paralelas devem ser ainda evitadas em geral, mas há um
aso espe
ial no qual o efeito de ir
As 5
a a
de uma 5 diminuta para uma 5 justa nas duas vozes superiores do
ontraponto a três vozes é a
eitável
(Exemplo 21a ). Estas 5
as não devem ser usadas
omo vozes externas, entretanto (Exemplo 21b ).
Exemplo 21
O prin
ípio envolvido aqui é um men
ionado anteriormenteque os ouvidos ouvem as vozes externas
no
ontraponto a três partes
omo sendo ligeiramente mais importantes do que as vozes internas. O fato
de que as vozes externas no Exemplo 21a movem-se em 10
as paralelas pare
e retirar o estigma das 5as ,
enquanto que na versão b as 5
as são proeminentes por
ausa de sua posição
omo vozes externas.
Par
ialmente por
ausa do
aráter algo menos proeminente da voz média, e par
ialmente porque é
extremamente difí
il es
rever uma voz média que não envolva repetição
onse
utiva, a proibição
ontra
as notas repetidas nos exer
í
ios 1:1 é relaxada
om respeito à voz média somente. Mesmo aí, entretanto,
notas repetidas devem ser empregadas somente quando uma mudança de nota é difí
il ou impossível.
128
9
Como na es
rita a duas partes, as su
essões harmni
as impli
adas pelas vozes devem ser
onsideradas
uidadosamente. Este ponto foi dis
utido no Capítulo 3.
Nos exer
í
ios que seguem, a voz média pode ser
olo
ada no pentagrama superior ou inferior, de-
pendendo de qual notação das alturas é mais
onveniente. Se desejado, três pautas separadas podem ser
empregadas, e neste
aso a voz média pode ser es
rita em uma das
laves de Dó.
As três vozes devem ser mantidas dentro dos seguintes limites de extensão.
Exemplo 22
As regras de espaçamento que são apli
adas na harmonia a quatro vozes são um pou
o relaxadas aqui;
isto é, às vezes é ne
essário ter mais de uma oitava entre as vozes superiores, embora tais disposições não
devam
ontinuar por muito tempo.
Ao fazer estes exer
í
ios, lembre-se que os resultados não devem ser meras su
essões de harmonias
a três partes, mas três linhas individuais
om
urvas independentes. Cada voz adi
ionada deve ser
antada ou to
ada separadamente para testar sua habilidade para sustentar-se sozinha
omo um boa
linha melódi
a. Para obter esta meta
om a voz média será provavelmente mais difí
il do que
om as
outras duas.
O Exemplo 23 ilustra o tipo de exer
í
io que será pres
rito à seguir. Uma voz é dada e as outras duas
são adi
ionadas à maneira de 1:1. No Exemplo 23 a linha dada foi espe
i
ada
omo a voz inferior, e as
vozes superiores foram adi
ionadas.
Exemplo 23
Três vozes em relação de 1:1 são dadas e o estudante é soli
itado a
riar uma suspensão em uma das duas
vozes inferiores. O Exemplo 24 é uma ilustração.
Exemplo 24
129
10 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Obviamente, a suspensão não poderia ser introduzida na voz inferior aqui porque esta não move-se
por grau
onjuntoum requisito para a resolução.
Exemplo 25
Uma sétima de passagem o
asional pode ser usada mesmo nas versões 1:1.
O Exemplo 26 ilustra o que este poderia pare
er quando
onvertido para um ritmo de 2:1.
Exemplo 26
Exemplo 27
130
11
Obviamente, estes resultados tem mais o
aráter de harmonia gurada do que de
ontraponto real.
Este pro
esso, um pou
o me
âni
o, é introduzido aqui prin
ipalmente
omo um degrau entre o
on-
traponto 1:1 e os exer
í
ios mais livres que seguem. Estes in
luem:
1 Suprir uma voz média para duas vozes externas dadas. O objetivo é
riar uma linha
ujas notas
denam a harmonia pretendida
laramente, que seja agradável
omo uma linha, e que fun
ione
om
as outras duas vozes para manter um uxo rítmi
o estável,
om o movimento distribuído entre as
vozes. (As Tarefas Sugeridas abaixo dão os números das páginas no Livro de Exer
í
ios no qual
este e outros exer
í
ios des
ritos aqui apare
em.)
2 Suprir duas vozes abaixo de uma voz superior dada. Como regra, a melodia dada irá sugerir
qual movimento rítmi
o é apropriado; ou instruções
on
ernentes àquele elemento podem ser dadas
(e.g., preponderantemente 2:1 ou alguma outra proporção). Em qualquer
aso, o movimento irá
normalmente ser distribuído entre as duas vozes inferioresou às vezes entre todas as três se a
natureza do ritmo da voz superior permitir.
3 Trabalhar à partir de uma harmonização a quatro partes dada
omo um modelo muito genéri
o
para
riar uma versão a três vozes. (A voz superior deve permane
er inta
ta.) O primeiro passo
onsiste em eliminar da harmonização a quatro partes as notas que não são essen
iais na denição
da harmonianotavelmente as notas dobradas numa tríade e a quinta nos a
ordes de sétima. O
Próximo passo é usar as notas que restaram para formar duas vozes satisfatórias abaixo da superior.
Este pro
esso provavelmente envolve alguma mudança (talvez mesmo na harmonia original) e alguns
ajustes de oitavas no interesse de
riar boas linhas. Mudanças podem também ser ne
essárias pelo
fato de que
ertas progressões harmni
as possíveis
om quatro vozes são ou muito difí
eis ou
impossíveis de sugerir
om apenas três. Um material para este pro
esso (a
onversão de uma
harmonização a quatro vozes para uma usando três vozes) pode ser visto na página 88 do Livro de
Exer
í
ios.
TAREFAS SUGERIDAS
1 Exer
í
ios na dete
ção de erros, três vozes, 1:1.
2 Exer
í
ios na es
rita de
ontraponto a três vozes 1:1 e na sua
onversão para outros ritmos,
om o
movimento distribuído entre as vozes.
4 Suprir uma voz média para uma melodia e um baixo oral, ritmo omposto em 2:1
5 Suprir uma voz média para uma trio sonata para órgão (vozes externas dadas, voz média original
apagada aqui).
6 Es
rever uma versão a três vozes de um
oral usando uma versão a quatro vozes dada
omo modelo
harmni
o.
131
Capítulo 12
No Capítulo 7 a es
rita de pequenas peças em duas vozes foi dis
utida. Projetos semelhantes envolvendo
três vozes podem ser agora empreendidos. Como nos trabalhos anteriores, estes podem ser do tipo
prelúdioisto é, mais livre em forma e normalmente
ontínuoou podem ser modelados no movimento
periódi
o da suite se danças.
O primeiro tipo é ilustrado no Exemplos 1a e b, dois
urtos prelúdio de Ba
h. O Exemplo 1a
omeça
om uma breve idéia melódi
a revolvendo-se em torno de uma harmonia gurada; esta é então
imitada na outra voz.. Há uma modulação para o relativo maior, após o que porções da idéia original
são desenvolvidas, e no pro
esso um retorno para a tonalidade da tni
a é efetuado. A re
orrên
ia
persistente às guras em a
ordes quebrados em uma voz ou outra é um elemento uni
ador na peça.
O Exemplo 1b, somente um duplo período de extensão, obtém um notável grau de eloqüên
ia
líri
a naquele
urto espaço. A segunda metade, que
omeça no relativo maior e retorna para a tni
a,
onsiste de uma versão alterada da primeira metade. Nos
ompassos 5 e 6 e na passagem paralela nos
ompassos 13 e 14, há uma imitação livre entre as duas vozes superiores. Note a e
iên
ia do
límax
de alturas no
ompasso 14.
Exemplo 1a BACH: Prelúdio, B.W.V. 941
43
3
4
6
p
132
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
12
3
18
Exemplo 1b BACH: Prelúdio, do Clavierbü
hlein de Wilhelm Friedmann Ba
h
43
3
4
1. 2.
7
1. 2.
13
Os Exemplo 2 e 3
itam formas da suite de danças envolvendo três vozes. A forma do Rigadoon de
Pur
ell é aabb'.
133
3
Nota
on
ernente aos ornamentos aqui e nas outras
itações de obras de Pur
ell nas páginas 89 e
271: Há in
erteza mesmo entre autoridades eruditas de
omo exatamente os ornamentos envolvendo
as pequenas linhas in
linadas sobre as notas deveriam ser exe
utadas. Para alguns aspe
tos sobre
este assunto o leitor é reportado para: Robert Donington, The Interpretation of Early Musi
, 2 ed.
a
(London: Faber and Faber, 1965).
O Exemplo 3 mostra o iní
io de quatro movimentos da Suite Fran
esa N 5 de Ba
h. (Dos outros
três movimentos, dois fazem uso de somente duas vozes.)
◦
etc.
3
134
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
3
4
5
9
13
135
5
5
6
4
Estes breves ex
ertos (Exemplos 2 e 3) são de valor prin
ipalmente por sugerirem ritmos e texturas
ara
terísti
os. O estudante que planeja es
rever neste gênero deveria inspe
ionar algumas das Suites
Fran
esas e Inglesas. Nestas obras, o número de vozes nem sempre permane
e
onstante em
ada
movimento. Por exemplo, em passagens rápidas onde três vozes seriam difí
eis de manejar do ponto de
vista da performan
e, a voz média é às vezes permitida de sair temporariamente; e em outros pontos
uma quarta [voz℄ pode ser adi
ionada para maior sonoridade ou
ompletitude harmni
a. A
ordes
ompletos são geralmente in
luídos no iní
io dos movimentos ou em pontos de
adên
ia. Estes ajudam
a denir a tonalidade e dão uma ênfase dramáti
a.
TAREFAS SUGERIDAS
1 Analise um movimento a três vozes no estilo livre de prelúdio do período Barro
o,
omo espe
i-
ado pelo instrutor.
2 Analise um movimento preponderantemente em três vozes ou movimentos de uma suite de danças
Barro
a,
omo espe
i
ado pelo instrutor.
136
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
137
Capítulo 13
Imitação a Três Vozes
No
ontraponto a duas vozes, a imitação à oitava é natural e satisfatória. Com três vozes, ela impõe
ertas desvantagens.
A primeira é a monotonia melódi
a e harmni
a que é provável de resultar quando o mesmo material
é apresentado três vezes
onse
utivas
omeçando na mesma
lasse de alturas (mesmo que em diferentes
oitavas). Tais disposições tem uma
erta qualidade estáti
a, quando
omparadas
om uma que move-se
para o nível da dominante na segunda apresentação e então retorna para a tni
a na ter
eira.
Um problema a mais é a extensão. Quando três oitavas diferentes estão envolvidas, as vozes
am
muito distantes. Enquanto este espaçamento é práti
o para três instrumentos de madeira solistas ou
instrumentos de
ordas de tessitura apropriada, ele é geralmente difí
il para instrumentos de te
lado. E
do ponto de vista vo
al ele é provavelmente totalmente imprati
ável, já que tende a levar a voz superior
muito para o agudo ou a voz inferior muito para o grave. Por esta razão ele estava normalmente proibido
para o
ompositor Renas
entista,
uja abordagem era essen
ialmente vo
al e
uja músi
a era geralmente
es
rita de modo a ser exe
utada por vozes ou instrumentos (ou ambos,
om as mesmas partes).
Assim a preferên
ia pelo padrão I V I na imitação envolvendo três vozes pode ter-se originado par
ial-
mente de
onsiderações da extensão vo
al. Mas a presença de dois níveis tonais que provêem um senso
de partida e retorno era indubitavelmente também um fator para tornar aquele plano atrativo para os
ompositores desde o iní
io e durante o período da músi
a tonal. Quando quatro vozes estão envolvidas,
a
a quarta apresentação é normalmente à 5 , de modo que o prin
ípio de alternar os níveis
a então ainda
mais em evidên
ia.
O material neste
apítulo apli
a-se a muita músi
a a três vozes, in
luindo invenções (sinfonias) e
fugas. Enquanto nas invenções a idéia prin
ipal é
hamada motivo, nas fugas ela é melhor
onhe
ida
omo sujeito. As abreviaturas M. e S. são usadas para estes termos nos exemplos que seguem. Um
ontramotivo é indi
ado por CM., um
ontra-sujeito (que exe
uta a mesma função nas fugas) por CS.
IMITAÇO REAL
a
Quando uma linha melódi
a é imitada à 5 , o material imitado é
onhe
ido
omo a resposta. O termo
a
à 5 é apli
ado não somente para notas literalmente uma 5
a a
ima mas para aquelas da mesma
lasse
de notas em oitavas mais agudas ou mais graves. Por exemplo, se o Dó
entral é a nota a ser imitada,
qualquer uma das seguintes notas poderiam ser
onsideradas uma imitação à 5 :
a
Exemplo 1
138
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Note que no iní
io do quinto
ompasso do Exemplo 2, onde a resposta
omeça, que o sujeito moveu-se
suavemente para notas que sugerem o a
orde de tni
a da tonalidade da dominante.
No primeiro tempo do quarto
ompasso aqui no Exemplo 3 a harmonia da tni
a que termina o sujeito
é al
ançada assim que a segunda voz entra
om a resposta. Esta
onsequentemente dá o efeito de
omeçar
no quinto grau da es
ala em Dó sustenido menor em vez do primeiro em Sol sustenido menor. Após aquele
ompasso é
laramente impli
ada a tonalidade da dominante (
om a harmonia de Dó sustenido menor
tornando-se iv daquela tonalidade.) Entretanto, a resposta em tais
asos é ainda
onsiderada
omo
inteiramente na dominante.
Outra ilustração da mesma situação é dada no Exemplo 4. Aqui há uma linha a
ompanhante na voz
inferior no iní
io, uma
ara
terísti
a usual nas Sinfonias de Ba
h.
139
3
O Exemplo 5 mostra a exposição (através das três primeiras apresentações do motivo) de uma Sinfonia
de Ba
h. Entre as
ara
terísti
as a serem observadas estão (1) a ligação [link℄ que apare
e
ada vez
no ponto onde o motivo propriamente termina, seu propósito sendo o de manter o ritmo movimentando-
se para
onduzir suavemente para a primeira nota do material que segue naquela voz; (2) a ponte
(
ompassos 9-12), que é ne
essária para retornar gra
iosamente para a tonalidade da tni
a após a
apresentação na dominante.
140
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
As frases usadas no exemplo podem ser assim traduzidas: link : ligação; a
ompanying line, repeated :
linha a
ompanhante, repetida; bridge based on link in
ontrary motion (ou m. 2 of CM) : ponte baseada
na ligação em movimento
ontrário (ou
ompasso 2 do CM). [N. do T.℄
O pro
esso de fazer pontes não é sempre tão simples de
onseguir quanto na transição ini
ial da tni
a
para a dominante, espe
ialmente se a tonalidade é menor. Neste
aso o a
orde da tni
a da tonalidade
da dominante deve ter a sua terça levantada antes que ela soe
omo a dominante (maior) da tonalidade
original e levar de volta para esta tonalidade.
Uma expansão do prin
ípio da ponte visto às vezes em trio sonatas (embora raramente em fugas ou
invenções)
onsiste em inserir um episódio desenvolvido entre a segunda e a ter
eira apresentações.
IMITAÇO TONAL
Para entender o fun
ionamento da imitação tonal no período Barro
o, é ne
essário lembrar-se que as
té
ni
as de imitação já tinham sido denidas na músi
a Renas
entista, para a qual os
on
eitos modais
eram importantes. Cada modo e hipomodo tinha uma extensão normal de uma oitava. Por exemplo, a
◦
do modo Dóri
o era. Se uma melodia Dóri
a envolvia as notas e era imitada exatamente à 5 , as notas
resultariam. Mas o Mi está um tom a
ima da extensão
ara
terísti
a do modo Dóri
o, e para os ouvidos
do iní
io do sé
ulo XVII ele sugeria uma in
ursão no modo Eólio. Consequentemente, ele era geralmente
substituído pelo Ré logo abaixo: .
Este é um breve exemplo do pro
esso da imitação tonal o responder de uma ou mais notas à 4
a em
a
vez de à 5 . Através do seu uso, as fronteiras externas de um modo eram preservadas; e no pro
esso, a
a
es
ala tendia a dividir-se em dois segmentos: (1) as notas dentro da 5 inferior; (2) aquelas dentro da 4
a
superior.
Embora os
on
eitos modais tenham desapare
ido, a práti
a da imitação tonal
ontinuou. Durante
o período Barro
o a razão prin
ipal para ela era simplesmente a ne
essidade de permane
er dentro da
oitava de uma tonalidade parti
ular (em vez de um modo). Mas
onforme a tonalidade e as impli
ações
harmni
as tornaram-se mais
laramente denidas, elas também entraram
omo elementos de inuen
ia
no uso da imitação tonal em
ertas situações. Sentia-se que a tonalidade da tni
a não deveria ser muito
subitamente seguida pela tonalidade da dominante, e que uma impli
ação da harmonia de V/V muito
edo na resposta era muito abrupta harmoni
amente. Em outras palavras, o objetivo era efetuar uma
onexão suave entre as tonalidades da tni
a e da dominante e evitar um sentido de se
ionamento rígido.
Outra situação na qual a imitação tonal é requerida é aquela em que o sujeito modula para a domi-
nante. (A frase para a dominante é realmente desne
essária aqui, já que ela é a úni
a tonalidade para
a qual os sujeitos modulam neste estilo.) Pode ser fa
ilmente visto que se a um tal sujeito é dada uma
resposta real, esta última irá terminar na dominante da dominante. Isto seria altamente indesejável em
vista do fato de que a ter
eira apresentação deve ser na tni
a. Por isso, para os sujeitos que modulam é
dada uma resposta tonal que
omeça na tonalidade da dominante e move-se de volta para a tonalidade
da tni
a, revertendo a relação das tonalidades usadas na apresentação original do sujeito.
Vamos examinar em mais detalhe as situações nas quais a imitação tonal é empregada. Nos exemplos
que seguem, as notas imitadas tonalmente na resposta estão mar
adas
om um X, seguidas por um
ol
hete no
aso de uma série de tais notas.
1. A imitação tonal é normalmente usada se a nota da dominante apare
e
omo primeira nota do
sujeito (Exemplo 6).
141
5
A frase es
rita antes do último pentagrama diz: A resposta real teria sido: [N. do T.℄
(Pautas separadas foram usadas para as vozes aqui para permitir espaço para as mar
as analíti
as, e
as notas que poderiam ter gurado numa resposta real foram dadas de modo que possam ser
omparadas
om aquelas que a resposta tonal de fato usou.) A harmonia no nal do motivo (tempo 1 do
ompasso 2) é
Dó maior. Consequentemente o padrão em forma de es
ala do Dó até o Dó a
ima en
aixa-se naturalmente,
em oposição à es
ala de Ré até o Ré a
ima que estaria envolvida numa resposta real. Se Ba
h tivesse
tentado
omeçar
om uma imitação tonal e então mudar para a imitação real mais
edo na resposta,
nenhum dos padrões possíveis (Exemplo 8) seria satisfatório.
Exemplo 8
Também, teria sido difí
il
hegar a uma solução que impli
asse a harmonia da tni
a.
No Exemplo 9 o sujeito abre
om o grau 5 da es
ala seguido pelo grau 1 da es
ala (Dó sustenido para
142
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Fá sustenido). A resposta para tais sujeitos quase invariavelmente envolve a imitação tonal da primeira
nota. Como resultado, a resposta
omeça
om os graus 1 e 5 da es
ala da tonalidade original.
Mesmo em formas de dança que
omeçam em forma de fuga (
omo muitas gigas fazem), o prin
ípio
da imitação tonal é apli
ado quando elementos no sujeito o garantem (Exemplo 10).
2. A imitação tonal é geralmente usada se a nota da dominante (ou o
asionalmente a sensível numa
posição métri
a forte e
laramente impli
ando a harmonia da dominante) o
orre perto do iní
io do sujeito
(Exemplo 11).
Este sujeito (Exemplo 11) abre
om um salto da nota da tni
a para a nota da dominante, o reverso da
situação dos Exemplos 9 e 10. A resposta,
onsequentemente,
omeça
om um salto da nota da dominante
para a nota da tni
a (da tonalidade original). Aqui novamente, esto é o resultado de responder a nota
143
7
No Exemplo 12 a nota da dominante está mais longe do iní
io, mas Ba
h a responde tonalmente. (O
sujeito aqui não é usual por
omeçar na nota da supertni
a; signi
ativamente, entretanto, aquela nota
está numa posição métri
a fra
a.)
A questão óbvia neste ponto é: quão perto do iní
io do sujeito deve a nota da dominante estar para
quali
ar-se
omo requerendo imitação tonal? Um resposta muito geral para esta pergunta pode ser:
dentro dos três ou quatro primeiros tempos. Mas às vezes uma nota da dominante apare
endo mesmo
mais tarde do que isto é respondida tonalmente, enquanto que em outros
asos à uma apare
endo mais
edo no sujeito é dada uma resposta real. Assim é impossível estabele
er qualquer regra rígida e rápida
que governe esta situação. Entretanto, a imitação tonal pare
e ser mais
laramente requerida quando a
nota da dominante fran
amente sugere V (em oposição a I) e apare
e numa posição metri
amente forte
(embora nenhuma destas
ondições esteja presente no Exemplo 12).
O
asionalmente a nota da dominante re
orre tão
onstantemente através de um sujeito que uma
imitação tonal do sujeito inteiro torna-se ne
essária (Exemplo 13).
Em alguns sujeitos a nota da sensível é ouvida
omo sugerindo a harmonia da dominante
laramente,
mais do que uma nota não harmni
a
ontra a harmonia da tni
a. Em tais
asos ela é geralmente
respondida tonalmente,
omo nos Exemplos 14a e b.
144
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplo 14a BACH: Fuga, do Prelúdio, Fuga, e Allegro em Mi Bemol, B.W.V. No. 998
Usando o Exemplo 14a para propósito de dis
ussão, a segunda nota, Ré, é a nota da sensível. Uma
resposta real teria sido Lá, mas a resposta tonal é Sol, que sugere o ter
eiro grau da es
ala de Mi bemol
maior e
ompleta o esboço da harmonia da tni
a, estendendo o senso da tonalidade da tni
a no pro
esso.
Observe que em tais
asos a terça do a
orde de dominante no sujeito torna-se e terça do a
orde da tni
a
(original) na resposta. Exatamente a mesma situação está envolvida no Exemplo 14b.
Sugestões denitivas da harmonia da dominante tais
omo aquelas nos exemplos re
ém vistos usual-
mente resultam do fato de que a nota da sensível está
olo
ada numa posição métri
a forte. Quando ela
o
orre numa posição métri
a fra
a, Ba
h normalmente dá à ela uma resposta real. Um exemplo disto
pode ser visto na Fuga 13, Livro II do Cravo Bem Temperado, onde a sensível, embora o
orrendo no
ter
eiro tempo do
ompasso, tem a função de uma ana
ruse no iní
io do sujeito.
Uma ex
eção importante a estes prin
ípios gerais da imitação tonal deve ser men
ionada: uma re-
sposta tonal não é geralmente usada se a mudança que ela envolve for violar algum elemento altamente
ara
terísti
o do motivo ou de um padrão, seqüen
ial ou não. à luz do que foi dito anteriormente, o sujeito
da fuga par
ialmente
itado no Exemplo 15 poderia requerer uma respostatonal, já que ele
omeça
om
um salto da tni
a para a dominante. Entretanto, a imitação tonal teria roubado o padrão seqüen
ial e
a linha dentro da linha que nós ouvimos no primeiro tempo de
ada
ompasso. é presumivelmente por
esta razão que uma resposta real é empregada.
Um exame do sujeito inteiro revela que Ba
h prepara a resposta real movendo-se para a tonalidade da
dominante em um
ompasso extra antes da entrada da resposta (mas não dentro do sujeito propriamente).
Outro
aso apontado é o sujeito da Pequena Fuga em Sol Menor de Ba
h, a qual abre
om um
esboço da tríade da tni
a. Este padrão é preservado na resposta; isto é, esta última é real, à despeito
da forte nota da dominante no segundo tempo. O iní
io do sujeito e da resposta estão mostrados no
Exemplo 16.
145
9
Mesmo em tais
asos, entretanto, nem sempre é possível predizer se uma resposta real ou tonal será
usada. A situação musi
al no Exemplo 17 pare
e ser muito similar àquela do Exemplo 16, mas Ba
h
emprega uma resposta tonal.
3. A imitação tonal é usada se o sujeito modula (para a dominante). Os Exemplos 18a e b ilustram
esta situação.
146
10 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Alguns sujeitos envolvem ambos : um forte elemento da dominante no ou próximo do iní
io e uma
modulação numa porção posterior. Como a imitação tonal é
onsequentemente in di
ada em dois lugares
na resposta (por razões diferentes), uma grandeporção da resposta pode ser tonal. Este é o
aso no
Exemplo 19. Lá, a forte elemento da dominante próximo do iní
io é a sensível mais do que a nota da
dominante.
No Exemplo 20 estes dois diferentes usos da imitação tonal o
orrem em pontos separados por imitação
real e podem por isso serem observados mais fa
ilmente. Eles envolvem (1) o Mi bemol (em vez de Fá)
no iní
io da resposta, usado por
ausa da nota da dominante que
omeça o sujeito; (2) a série de notas
tonais, mar
adas
om um X e um
ol
hete, que levam de volta para a tni
a em vez de V/V. Note que
a imitação tonal é usada nesta porção embora uma modulação para a dominante no nal do sujeito seja
seguida por um retorno para a tonalidade da tni
a dentro da ligação [link℄.
Mudanças de imitação real para tonal (ou vi e versa) nas respostas devem ser feitas em pontos onde
147
11
elas serão menos notadaspor exemplo, após uma pausa,
omo no Exemplo 20. Dois outros lo
ais
favoráveis para tais mudanças são após uma nota relativamente longa e num salto. Em qualquer
aso,
danos nos aspe
tos distintivos ou
ara
terísti
os do sujeito devem ser evitados sempre que possível.
A ESCRITA DE RESPOSTAS
Ao es
rever uma resposta, deve-se primeiro examinar o sujeito ou o motivo
uidadosamente, notando
espe
ialmente os graus da es
ala envolvidos, as harmonias impli
adas, quaisquer aspe
tos distintivos,
padrões rítmi
os ou métri
os, e a
onstrução global. (Mais será dito posteriormente sobre os vários tipos
de
onstrução de sujeitos de fugas.) O próximo passo é determinar se há elementos que pedem uma
resposta tonal. Como nós vimos, estes
aem em duas
ategorias gerais: (1) a nota da dominante no ou
próxima do iní
io do sujeito; (2) uma modulação na última porção. Se nenhum destes elementos está
presente, a imitação será inteiramente à 5
a e não deve apresentar problemas. Se algum elemento está
envolvido, a resposta deve ser ajustada de a
ordo.
No
aso da situação re
ém listada
omo número 1, o ajuste pode ser obtido por determinar primeiro
quais notas estariam
ontidas numa resposta real, e então tro
ar uma nota da dominante no ou próxima do
iní
io
om a nota um tom inteiro abaixo. (Esta última nota é a tni
a da tonalidade original,
ertamente.)
Se o efeito pare
e razoavelmente suave e satisfatório, não há razão para fazer mais mudanças. Se não,
um abaixamento similar das notas em um ou em ambos os lados da nota originalmente alterada pode ser
ne
essário para produzir uma linha que seja agradável e que preserve os aspe
tos essen
iais do sujeito ou
do motivo original.
Se a modulação no nal do sujeito está presente (ponto número 2 a
ima) as notas de uma resposta
real devem ser examinadas
om vigilân
ia para en
ontrar o lugar no qual a mudança de imitação real
para tonal pode ser feita menos inoportunamente. Uma vez que elas tenham sido determinadas, as notas
daquele ponto até o nal da resposta são então abaixadas uma 2
a aior de modo que elas imitem aquela
a a
porção do sujeito à 4 em vez de à 5 . O prin
ipal problema aqui é juntar os segmentos reais e tonais da
resposta suavemente.
Em ambas as situações re
ém dis
utidas, pode haver duas ou mais possibilidades para formar a
resposta tonal, a es
olha de uma ou outra é um assunto de gosto individual.
é possível,
ertamente,
hegar a respostas reais numerando-se as notas do sujeito
om base nos graus
da es
ala e dupli
ar estes graus na tonalidade da dominante; este método obviamente produz os mesmos
resultados que a transposição por intervalos. Mas ele não irá fun
ionar
om respostas tonais por
ausa
das mudanças requeridas. Alguns es
ritores sobre fuga tentam
ontornar este problema numerando
qualquer nota que sugira ou a harmonia da dominante ou a tonalidade da dominante na base da es
ala
da dominante. Na resposta, os números da es
ala da tni
a do sujeito são então apli
ados à es
ala
da dominante, e os números da es
ala da dominante à es
ala da tni
a.
1 Embora este sistema possa
geralmente produzir resultados satisfatórios, ele impõe
ertos aspe
tos problemáti
os e
ompli
ações que,
no ponto de vista do autor, superam sua utilidade. Em qualquer
aso, ela não pode, mais do que
quaisquer outras abordagens, prover soluções rígidas e rápidas que apliquem-se a todas as situações. As
ir
unstân
ias variam de fuga para fuga, e o julgamento estéti
o baseado no
onhe
imento do estilo ainda
é o árbitro nal.
Entretanto, a
onsideração dos graus da es
ala envolvidos nos sujeitos e do tratamento
ara
terísti
o
de
ertos graus da es
ala em respostas tonais é de valor. Nós já vimos que o grau 5 da es
ala apare
endo
edo no sujeito é quase sempre respondido pelo grau 4 da es
ala da dominante, o qual naquele ponto soa
omo o grau 1 da tonalidade da tni
a original. (Muitos dos exemplos numerados de 1 a 14 demonstram
isso.) A questão de
omo tratar o grau 6 do sujeito geralmente surge. Ele deve também ser imitado
tonalmente devido a sua proximidade
om o grau 5, ou deve ser dada uma resposta real? Nas fugas de
Ba
h, ao menos, a imitação real é a es
olha usual. Isto é, o grau 6 da tni
a é normalmente respondido
pelo grau 6 da dominante, embora aquela nota geralmente soe
omo o grau 3 da tni
a no
ontexto da
resposta tonal (Exemplo 21).
1 Uma expli
ação detalhada desta abordagem pode ser en
ontrada em Fugue: History and Pra
ti
e de Imogene Horsley
(New York: The Free Press, 1966).
148
12 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
TAREFAS SUGERIDAS
1 Esteja preparado para des
rever o pro
esso de imitação tonal, in
luindo os seguintes pontos:
2 Práti a históri a
3 As situações nas quais a imitação tonal é geralmente usada, e as razões para o seu uso em
ada
aso
6 Trazer dois exemplos de imitação tonal que ilustrem, respe
tivamente, as duas situações nas quais
ela é provavelmente en
ontrada.
7 Diga se
ada sujeito ou motivo dado no Livro de Exer
í
ios pede uma resposta real ou uma tonal,
e porquê.
8 Es
reva uma resposta para
ada sujeito ou motivo dado no Livro de Exer
í
ios. (O instrutor pode
desejar deferir esta tarefa até que haja uma oportunidade para analisar uma quantidade de fugas
ou outras obras que envolvam o prin
ípio da imitação tonal.)
9 Esteja preparado para omentar as funções de uma ligação [link℄ e de uma ponte.
149
Capítulo 14
A Invenção a Três Partes; A Trio
Sonata
Exemplo 1
Uma maneira
onveniente de referir-se às vozes é numera-las de
ima para baixo. Usando este sistema,
a ordem na qual as vozes anun
iam o motivo no Exemplo 1 é 123. Dez das Sinfonias de Ba
h seguem
este plano. Muitas das outras empregam a ordem 213. Ba
h aparentemente sentia que o padrão 231 era
indesejável, pois ele evitou-o nas Sinfonias e nas fugas a três vozes do Cravo Bem Temperado. Ele usou
a ordem 321 só raramente. Note que as duas primeiras apresentações do motivo são regularmente em
vozes adja
entes ; isto é, a ordem 132 e 312 são normalmente ex
luídas.
1 O plural de sinfonia (a
ento na ter
eira sílaba) em italiano é sinfonie. Entretanto, o plural em inglês (
om um s
adi
ionado) é geralmente usado e foi adotado aqui.
150
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Na maior parte, os motivos das Sinfonias de Ba
h são de um ou dois
ompassos de extensão, o mais
longo sendo de somente quatro
ompassos.
Voltando agora para a Sinfonia
itada no Exemplo2, vemos que ela emprega a ordem das entradas
mostrada no Exemplo 1; que ela usa material livre mais do que um
ontramotivo; e que não há adição
de
ompassos para formar uma ponte entre a segunda e ter
eira apresentações do motivo. Ao invés, a
ligação [link℄ de meio
ompasso que modula para a dominante no nal do
ompasso 2 é trazida de volta
invertida no nal do
ompasso 4 de modo a efetuar o retorno ne
essário para a tni
a. O motivo não
ontém elementos que requeiram uma resposta tonal;
onsequentemente, a imitação real é usada.
O ex
erto mostrado no Exemplo 3 in
lui a exposição de uma Sinfonia bem
omo um episódio e uma
entrada intermediária que segue.
151
3
2 Como no Exemplo 1, a ligação [link℄ onduz para a tonalidade da dominante pelo emprego de V/V.
4 Já que o motivo (
om a ligação) é de dois e meio
ompassos, a segunda aparição dele o
orre após
o ter
eiro tempo do
ompasso três, enquanto que a apresentação ini
ial
omeçou após o primeiro
tempo do
ompasso 1. Tais mudanças na
olo
ação do motivo dentro do
ompasso foi dis
utida em
onexão
om as invenções a duas partes.
5 Há um segundo
ontramotivo. Ele está
olo
ado onde geralmente um úni
o
ontramotivo é en
on-
trado (se for usado), e portanto pode ser rotulado
omo Contramotivo I. Mas neste
aso ele
onsiste
prin
ipalmente de
ertas notas do motivo sustentadas e tem pou
a individualidade. Por esta razão
e porque ele
omeça um pou
o depois do que o outro
ontramotivo, ele foi rotulado Contramotivo
152
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
II. O material na voz inferior,
omeçando na última metade do
ompasso 3, tem muito mais
aráter
e impa
to e é
onsequentemente rotulado Contramotivo I. Ele é obviamente derivado da ligação
[link℄.
6 O episódio (
ompassos 8-11) é baseado prin
ipalmente na ligação [link℄. Ele emprega dois aspe
tos
altamente
ara
terísti
os dos episódios: tratamento seqüen
ial, e uma modulação para a tonalidade
na qual o motivo será apresentado em seguida.
7 A entrada intermediária (
ompassos 10 e 11) está no relativo menor, uma es
olha freqüente neste
lo
al.
8 Do
omeço ao m, um inter
âmbio
onstante das três idéias prin
ipaisMotivo, Contramotivo I, e
Contramotivo IIentre as vozes provê variedade enquanto assegura a unidade através de um uso
e
onmi
o do material.
Após os
ompassos mostrados no Exemplo 3, seguem (1) outro episódio, baseado nas últimas quatro
notas da ligação [link℄,
onduzindo para uma
adên
ia em Fá sustenido menor (iii, ou v/vi); (2) uma
passagem em stretto de muitos
ompassos; (3) outra entrada intermediária, esta vez na subdominante,
levando (via a ligação [link℄) de volta para a tni
a; (4) duas apresentações do motivo na tni
a, a primeira
na voz média, a segunda na voz superior.
O plano total da Sinfonia No. 3, então, é
omo segue:
Este plano, muito semelhante àquele sugerido anteriormente para o uso na es
rita de invenções a duas
partes, pode bem servir
omo um modelo geral para os estudantes na es
rita de suas invenções a três
partes. No
aso dos motivos que não
onduzem-se ao tratamento em stretto, a porção em stretto pode
ser omitida.
ASPECTOS CARACTERÍSTICOS
Uns pou
os desvios do padrão geral estabele
ido no Exemplo 1 podem ser men
ionados. Nas Sinfonias
a
Números 2 e 15 de Ba
h a segunda apresentação do motivo é à oitava em vez de à 5 . Na Número 6 a
ter
eira apresentação do motivo está na dominante em vez de na tni
a. A Número 5 é
ompletamente
atípi
a em estrutura. Ela pode ser melhor des
rita
omo uma Invenção a Duas Partes nas duas vozes
superiores
om um baixo livre que emprega o mesmo padrão do
omeço ao m para delinear o fundo
harmni
o. Esta é uma disposição freqüentemente vista em trio sonatas.
1 O uso da imitação tonal na resposta por
ausa da nota da dominante no iní
io do motivo; a primeira
nota é imitada à 4
a em vez de à 5a .
2 O uso das primeiras três notas do motivo para formar um episódio seqüen
ial nos
ompassos 4-5,
de novo nos
ompassos 15-17, e em 19-20; também o agradável
ontraste obtido naqueles lugares
por ter as duas vozes superiores movendo-se alternadamente e em segmentos mais
urtos.
3 O uso efetivo não usual do stretto nos
ompassos 7-10, bem
omo a redução da textura para duas
vozes aqui.
153
5
154
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
A TRIO SONATA
A trio sonata está in
luída neste
apítulo porque ela tem muitos elementos
ara
terísti
os em
omum
om
a invenção a três partes. Como o nome impli
a, ela faz uso de três linhas, as duas vozes superiores sendo
tipi
amente de extensão e esboço similar, a inferior uma parte de baixo gurado. Na exe
ução, entretanto,
quatro instrumentos eram geralmente envolvidospor exemplo, dois violinos nas vozes superiores, um
violon
elo ou viola da gamba na inferior, e um
ravo ou um órgão para realizar a parte do baixo gurado.
O Exemplo 5 é um ex
erto de uma sonata deste tipo. Corelli
omps muitas de tais sonatas,
omo fez
Pur
ell, Vivaldi, e Handel.
a
Neste
aso (Exemplo 5), a primeira imitação é (atipi
amente) ao uníssono em vez de à 5 ; a segunda
é à oitava.
155
7
Ba
h es
reveu relativamente pou
as sonatas para
ombinações deste tipo. Talvez a mais familiar delas
é aquela da Oferenda Musi
al,
uja abertura é mostrada à seguir. A primeira imitação (
ompassos 3, voz
superior) está te
ni
amente no nível da dominante, mas é in
omum por ser quase que inteiramente tonal,
enquanto que a imitação par
ial no quinto
ompasso (voz inferior) envolve mudanças intervalares.
As sonatas para órgão de Ba
h exibem o mesmo tipo de textura mas não fazem uso dos guras do
baixo
ifrado. O Exemplo 7 dá os
ompassos ini
iais dos dois primeiros movimentos da sua Primeira
Sonata para Órgão.
156
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Cada um dos movimentos
itados no Exemplo 7
omeça de maneira imitativa,
om a segunda apre-
sentação na dominante. (A imitação tonal não é usada no iní
io destas respostas, mesmo embora hajam
elementos que ordinariamente a pediriam, provavelmente porque em
ada
aso houve uma modulação
para a dominante numa ligação [link℄ no nal da primeira apresentação.) Cada um dos ex
ertos é seguido
por um episódio e então por uma apresentação do motivo (tema) na tni
a. Esta apresentação está mais
geralmente na parte do pedal e neste
aso é às vezes modi
ada; mas ela pode o
orrer, ao invés, na voz
superior que tinha o tema mais re
entemente.
Após esta seção, que pode ser
hamada de exposição, não há um plano estabele
ido. Como nas
invenções, o pro
edimento geral é alternar episódios
om apresentações do motivo em várias tonalidades.
Em todos os três movimentos da Primeira Sonata para Órgão, Ba
h inverte o motivo em alguns pontos.
No primeiro movimento isto é feito em
ertos episódios; nos outros dois há uma barra dupla e uma
segunda exposição imitativa, baseada no motivo em movimento
ontrário. Certamente
ada movimento
termina
om uma ou mais apresentações do motivo na tonalidade da tni
a.
Os estudantes que planejam es
rever nesta forma são estimulados a inspe
ionar as sonatas
ontidas
no Volume I (Peters Edition) das Obras para Órgão de Ba
h.
Para o benefí
io dos leitores que podem não estar familiarizados
om o órgão e
om a notação para
ele, uns pou
os
omentários sobre o instrumento podem ser úteis. As notas a serem to
adas nos manuais
(te
lados) são es
ritas nos dois pentagramas superiores, enquanto que a parte para ser to
ada
om os pés
está es
rita no pentagrama inferior. Um registro de oito pés no órgão produz a mesma nota que a nota
es
rita, um registro de quatro pés um nota uma oitava a
ima, um registro de dezesseis pés uma nota
uma oitava abaixo, e assim por diante. Indi
ações para um ou outro destes [registros℄ são o
asionalmente
dadas por Ba
h, mas diferentemente nenhuma registração (es
olha de registros) é espe
i
ada na sua
músi
a para órgão, ou em outra músi
a para órgão daquele período. A extensão es
rita do instrumento
é dada a seguir; os sons reais irão
ertamente depender da registração.
157
9
Exemplo 8
Em muitos aspe
tos o órgão é um meio mais satisfatório do que o piano para as trio sonatas, visto
que ele permite maior independên
ia das linhas individuais. Mas ele tem uma limitação: passagens
rápidas que são inteiramente práti
as para os manuais podem ser muito difí
eis para os pedais. Isto é
espe
ialmente provável de ser verdadeiro quando a linha melódi
a envolvida não pode ser to
ada
om os
pés alternados. Uma boa ilustração desta situação o
orre no Exemplo 9. Lá, as semi
ol
heias e fusas do
tema seriam imprati
áveis para os pedais. Consequentemente, uma versão simpli
ada usando
ol
heias
é substituída quando os pedais tomam o tema nos
ompassos 8 e 9. Entretanto, se uma parte de pedal é
omposta de modo a ser to
ada
om os pés alternados, ela pode
ompartilhar ritmos mais rápidos
om
os manuais
omo no primeiro
ompasso do Exemplo 7 . a
O Exemplo 9 também ilustra um ponto men
ionado num
apítulo anterior: nas trio sonatas a ponte
entre a segunda e ter
eira apresentações é às vezes expandida para formar o que é, em efeito, um episódio
ompleto (
ompassos 4-7).
158
10 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Embora o órgão tenha sido enfatizado aqui
omo um meio desejável para os projetos dos estudantes
na es
rita de trio sonatas (par
ialmente por
ausa dos admiráveis modelos fa
ilmente disponíveis nas
Sonatas de Ba
h), não há razão pela qual
ombinações de instrumentos tais
omo aquelas envolvidas nos
Exemplos 5 e 6 não possam ser usadas. Neste
aso, um instrumento espe
í
o deve ser destinado a
ada
voz.
Estes exemplos demonstram duas abordagens diferentes para a parte do
ravo nas sonatas de Ba
h.
Na primeira abordagem, somente o baixo e os símbolos do baixo gurado estão dados, ex
eto onde o
tema apare
e, e este é es
rito por extenso; na segunda, todas as notas da parte (in
luindo passagens
ordais) estão es
ritas por extenso. Espe
ialmente neste último
aso, as partes do
ravo nestas sonatas
e naquelas para auta e viola da gamba de Ba
hrepresentam um avanço importante: elas libertam o
instrumento de te
lado da função meramente a
ompanhadora que eles geralmente tinham tido na músi
a
de
onjunto até então e deu-lhes uma parte independente,
olo
ando assim os fundamentos para a duo
sonata
onforme nós a
onhe
emos hoje.
Os
omentários a
ima não devem ser interpretados
omo impli
ando que os movimentos das sonatas
de Ba
h sob dis
ussão são todos
onstruídos de a
ordo
om o plano des
rito. Um, por exemplo, (
itado
na página 93 [do livro℄), é um
ânone ao uníssono estendido
om uma voz grave a
ompanhante, enquanto
outros fazem uso de uma abordagem não imitativa, levemente mais homofni
a.
Exemplo 10a BACH: Sonata (Lá Maior) para Violino e Cravo, BWV 1015
159
11
Exemplo 10b BACH: Sonata (Sol maior) para Violino e Cravo, BWV 1019
160
12 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
TAREFAS SUGERIDAS
1 Envolvendo invenções à três partes
5 Analise uma ou mais das Sinfonias de Ba h onforme espe i ado pelo instrutor.
6 Es
reva
in
o motivos adequados para o uso em uma invenção a três partes. Tenha alguns em
maior e alguns em menor e use diferentes sinais de
ompasso.
7 Usando um dos motivos es
ritos em 6, es
reva o iní
io de uma invenção a três partes, até as
primeiras três apresentações
omo mostrado no Exemplo 1 na página 185 [do livro℄.
1 Es
reva o iní
io de uma trio sonata, até as três primeiras apresentações. Se um instrumento
de te
lado está in
luído, a parte pode ser tanto es
rita por extenso ou
onsistir do baixo mais
os símbolos do baixo
ifrado.
2 Continue a trio sonata ini
iada em 1 adi
ionando um episódio de ao menos quatro
ompassos.
Este pode
onduzir para a tonalidade a ser usada para a próxima apresentação.
3 Continue a trio sonata
omeçada em 1 e 2 adi
ionando ao menos uma apresentação na tonali-
dade al
ançada no nal do episódio.
161
13
1 Analise um movimento de uma das Sonatas para Flauta e Cravo de J. S. Ba
h ou uma de suas
Sonatas para Violino e Cravo.
162
Capítulo 15
Fuga
Porque a fuga ofere
e tantas ri
as e variadas possibilidades para a es
rita linear, ela foi um veí
ulo favorito
para os esforços
riativos dos
ompositores Barro
os. Se ela tem às vezes pare
ido ser aos estudantes
a
adêmi
a e proibida, a falta provavelmente reside prin
ipalmente na abordagem pedante en
ontrada
em muitos tratados sobre o assunto. De fato, o pro
edimento da fuga tradi
ional é limitado por
ertas
restrições em alguns aspe
tos, enquanto é notavelmente livre em outros.
1 E, embora haja às vezes a
tendên
ia para rela
ionar a fuga
omo fria e abstrata, ela é
apaz de transmitir uma grande variedade
de humores.
O leitor que
obriu todo o material apresentado até aqui neste livro irá en
ontrar,
onforme a fuga for
sendo dis
utida, que ela não envolve prin
ípios que ele já não tenha en
ontrado e que ela faz uso freqüente
de
ertos artifí
ios já familiares, tais
omo
ontraponto invertível, stretto, aumentação, diminuição, e
movimento
ontrário.
Antes de ir mais além, vamos
onsiderar se a fuga é de fato uma forma, ou simplesmente um estilo
ou textura. Embora ela não fosse pensada
omo uma forma espe
í
a nos dias de Ba
h ou mesmo por
um sé
ulo após sua morte, o
on
eito dela
omo uma forma em três partes ganhou ampla a
eitação
durante o sé
ulo XIX. Subseqüentemente, entretanto, este
on
eito veio a ser questionado e nalmente
suplantado pelo anterior e mais válido da fuga
omo um meio de es
rita, uma abordagem parti
ularmente
ontrapontísti
a. Enquanto nós às vezes falamos da fuga
omo uma das formas
ontrapontísti
as, o
termo forma de fuga na realidade não tem um signi
ado exato. Isto não quer dizer, entretanto,
que fugas individuais não tenham um plano formal, ou que o plano ternário não seja freqüentemente
en
ontrado. O ponto é simplesmente que há várias possibilidades na arquitetura da fuga, de modo que é
impossível isolar qualquer uma delas
omo a forma da fuga. Provavelmente a noção de estabele
er um
plano em três partes para as fugas surgiu porque elas usualmente
ontém:
1. uma exposição, na qual o sujeito é anun
iado de maneira imitativa de a
ordo
om um padrão
tradi
ional;
2. uma porção livre, às vezes
hamada de uma seção de desenvolvimento, que geralmente evita a
tonalidade da tni
a.;
3. alguma referên
ia ao sujeito, na tonalidade da tni
a, perto do nal. Esta pode ser algo desde uma
porção do sujeito até uma série de apresentações
ompletas e enfáti
as, uma re
apitulação inteira.
O prin
ípio ABA está obviamente em evidên
ia aqui em termos das relações de tonalidades e, em
maior ou menor grau, em termos do equilíbrio da exposição por uma seção similar perto do nal. Mas ao
determinar a estrutura global de uma fuga é importante levar em
onta as proporções das várias seções, e
sua relação umas
om as outras tanto quanto o
onteúdo está
on
ernido. Esta pode
laramente indi
ar
um esboço binário (ou algum outro não ternário), mesmo embora
ertas sugestões de um senso de ABA
possam estar presentes. Nós iremos retornar a este assunto da análise formal mais adiante. Nesse meio
tempo alguns dos elementos da es
rita de fugas serão
onsiderados em detalhe.
1 Se a fuga está viva hoje e, se está, quanta pertinên
ia ela tem para a músi
a
ontemporânea são questões sobre as
quais uma quantidade de
ompositores bem
onhe
idos ofere
em opiniões altamente interessantes no Twentieth Century
Composers on Fugue (Chi
ago: De Paul University, 1966). A maioria dos
ompositores pare
e sentir que enquanto a fuga
tradi
ional
om suas relações tonais pres
ritas tem pou
a viabilidade para a músi
a não tonal, a fuga
omo um prin
ípio
geral está ainda muito viva. Para suportar esta visão, eles
itam a in
lusão de fugas em numerosas obras de
ompositores
eminentes do sé
ulo XX.
163
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
O SUJEITO
Os sujeitos variam
onsideravelmente em
omprimento, alguns sendo tão
urtos quanto um
ompasso,
e outros tão longos
omo oito ou mais
ompassos. O prin
ípio envolvido aqui é que o sujeito deve ser
su
ientemente longo para dar o sentido de ser uma linha real em vez de uma gura, mas não tão longo
que o ouvinte tenha di
uldade de rete-lo. O
omprimento médio dos sujeitos no Cravo Bem Temperado
é de
er
a de dois
ompassos. Os ex
ertos no Exemplo 1 ilustram um sujeito
urto e um relativamente
longo, respe
tivamente.
Estes dois sujeitos (Exemplo 1) representam dois tipos distintos
onhe
idos no sé
ulo XVIII
omo
soggeto e andamento, respe
tivamente. O primeiro é de
omprimento
urto ou médio (não mais do que
er
a de três
ompassos), relativamente simples, e às vezes semelhante, no seu
aráter anguloso, aos
sujeitos do ri
er
ar do sé
ulo XVI. O segundo é mais longo, geralmente mais uído, e freqüentemente
onstituído de duas idéias. Na músi
a de Ba
h, o tipo andamento o
orre mais freqüentemente em suas
grandes fugas para órgão.
Para ser tão interessante quando prontamente re
onhe
ível quando retornar, um sujeito deve ter
alguma
ara
terísti
a notávelmelódi
a ou rítmi
a ou ambas. Os sujeitos mostrados no Exemplo 2
possuem todos tais
ara
terísti
as.
164
3
Por exemplo, no primeiro destes, o intervalo
ada vez mais amplo entre as
ol
heias alternadas (daí o
nome Fuga [em forma℄ de
unha ) é altamente distintivo e torna o sujeito fa
ilmente re
onhe
ível, mesmo
sem qualquer
ara
terísti
a rítmi
a não usual para distingui-lo. No iní
io do último sujeito mostrado no
Exemplo 2, o interesse
entra-se no gura em quiálteras e sua oposição ao ritmo de
ol
heias que segue.
Melodi
amente, a gura
romáti
a des
endente prende nossa atenção. Note o uso efetivo da seqüên
ia
em muitos destes sujeitos. A
orroboração de um elemento
ria um padrão melódi
o que o ouvido pode
ompreender, e imprime o material mais rmemente na mente do ouvinte.
Di
ilmente é ne
essário adi
ionar que um bom sujeito deverá ter um
ontorno interessante, tal
omo
aqueles dis
utidos no Capítulo 2. Rela
ionado
om este está a ne
essidade de um ponto de
límax,
preferivelmente
olo
ado não muito perto do iní
io.
Os sujeitos não devem usar a onstrução em período; este é basi amente estranho ao aráter da fuga.
Neste estilo, os sujeitos muito freqüentemente
omeçam na nota da tni
a, algo menos freqüentemente
na nota da dominante, e muito raramente na sensível ou na supertni
a (sempre
om esta nota
omo
uma ana
ruse). Em qualquer
aso, a nota da tni
a deve estar in
luída perto do iní
io de modo que a
tonalidade seja
laramente denida. Os sujeitos mais bem su
edidos sugerem um fundo harmni
o sólido
e interessante. Um sujeito pode
omeçar tanto no ou fora do tempo, sendo uma disposição freqüente um
omeço após uma pausa
urta,
omo nos Exemplos 2b, 3, 5, 6, e 11.
A maioria dos sujeitos de fugas não ex
edem a extensão de uma oitava, e muitos, espe
ialmente nas
fugas a quatro e
in
o vozes,
am dentro de espaços ainda menores.
Um sujeito que pode ser usado à maneira de stretto obviamente apresenta possibilidades espe
iais
para desenvolvimentos interessantes.
Uma questão geralmente
olo
ada pelos estudantes é, Qual é a diferença entre um sujeito de fuga e um
motivo de invenção? Devido a ampla variação em
omprimento e
aráter exibidos tanto por sujeitos de
fugas e por motivos de invenções, é difí
il (e perigoso) tentar uma
omparação entre os dois. Con
ernente
ao
omprimento, quase tudo que pode ser dito é que muitos bons sujeitos ex
edem quatro
ompassos,
enquanto que nenhum dos motivos das Invenções de Ba
h o fazem (ex
luídas as invenções
anni
as).
Con
ernente ao
aráter, é indubitavelmente verdade que os sujeitos das fugas tendem a ser mais graves
e mais sérios do que os motivos das invenções,
omo é freqüentemente dis
utido (embora a mensuração
objetiva de gravidade e seriedade seja problemáti
a por si só). Mas tais generalizações podem ser mal
entendidas, já que há motivos de invenções de natureza profundamente séria e muitos sujeitos de fugas
de um
aráter de
ididamente leve, ou mesmo divertido.
165
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
A RESPOSTA
Após o sujeito ter sido apresentado sozinho, outra voz entra e anun
ia-o na dominante. Esta segunda
aparição é
hamada a resposta. Então vem uma ter
eira apresentação, normalmente na forma do
sujeitoisto é, na tni
a. Se a fuga tem quatro vozes, a quarta apresentação será geralmente uma
segunda resposta. (Os termos latinos dux e
omes, usados
omo signi
ando líder e seguidor em
ânones, são também às vezes apli
ados para sujeito e resposta em fugas.)
Como
om a imitação nas invenções a três partes, a resposta numa fuga pode ser tanto real quanto
tonal. Os prin
ípios da imitação real e tonal foram dis
utidos no Capítulo 13, e supõe-se que o leitor
tenha absorvido aquele material.
A apresentação ini
ial do sujeito e da resposta em todas as vozes por seu turno é
hamada de exposição.
2
Usualmente há tantas apresentações na exposição quantas vozes há na fuga, embora uma apresentação
extra é às vezes adi
ionada.
Para trabalhar
om músi
a de fato em vez de no abstrato, vamos examinar, no Exemplo 3, a exposição
de uma fuga a três vozes do Cravo Bem Temperado.
2 A palavra exposição foi usada por alguns es
ritores sobre fuga para signi
ar qualquer apresentação do sujeito, no
iní
io ou mais adiante. Mas o signi
ado mais restrito dado a
ima é aquele geralmente entendido hoje, e foi por essa razão
adotado aqui.
166
5
O sujeito, em Dó menor,
omeça na nota da tni
a na voz média após uma pausa de
ol
heia, e
estende-se até a primeira semi
ol
heia do ter
eiro
ompasso. Certos pontos
on
ernentes à
onstrução
deste sujeito devem foram men
ionados anteriormente na página 6 [do livro℄. A resposta na voz superior,
omeçando na segunda
ol
heia do ter
eiro
ompasso, é tonal,
omo poderia ser esperado em vista da
nota da dominante, Sol, perto do iní
io do sujeito. O Ré é substituído pelo Dó, sendo esta nota a úni
a
mudança na resposta tonal. Quando a nota da dominante o
orre mais adiante neste sujeito ela re
ebe
uma resposta real. Note que a tonalidade da resposta é Sol menor, não Sol maior. O ponto a lembrar é
que a tonalidade da dominante de uma tonalidade menor é menor.
A voz média
ontinua
ontra a resposta
om uma nova linha melódi
a
hamada, neste
aso, um
ontra-sujeito. Um
ontra-sujeito é uma idéia melódi
a que apare
e
onsistentemente junto
om o su-
jeito na exposiçãoda segunda apresentação em diante, naturalmente, já que a primeira é normalmente
desa
ompanhadae mais adiante na fuga também. Ele deve também ter interesse melódi
o, individual-
idade, e su
iente
ontraste rítmi
o para
onstituir-se num bom amálgama para o sujeito, mas os dois
devem formar uma
ombinação natural e satisfatória. Conforme Oldroy algo romanti
amente
olo
a, os
dois devem perten
er um ao outro.
3 Um
ontra-sujeito e seu sujeito devem também ser invertíveis; isto
é,
ada qual deve fun
ionar bem tanto
omo voz superior
omo quanto inferior.
Algumas fugas não fazem uso de um
ontra-sujeito. Em tais
asos o material livre que a
ompanha
o sujeito é geralmente referido simplesmente
omo
ontraponto para o sujeito. Esta disposição é vista
mais freqüentemente em fugas a quatro vozes e será ilustrada em
onexão
om elas.
No iní
io do quinto
ompasso (no Exemplo 3) a tonalidade é ainda a da dominante, e uma apre-
sentação na tonalidade da tni
a naquele ponto sem preparação seria obviamente rude e não musi
al.
Consequentemente, Ba
h usa os próximos dois
ompassos para retornar para Dó menor, efetuado por
meio de extensão seqüen
ial da
abeça do sujeito. Passagens ponte deste tipo, dis
utidas anteriormente
em
onexão
om invenções, o
orrem mais ou menos freqüentemente nas fugas. Muitas delas envolvem
extensão do material re
ém ouvido,
omo é o
aso aqui.
No sétimo
ompasso a voz inferior toma o sujeito, a voz superior toma o primeiro
ontra-sujeito, e
a voz média tem outra idéia melódi
a. Esta última voz
omeça mais tarde do que as outras duas e
não é altamente independente,
omeçando
omo ela faz em 3
as paralelas
om o primeiro
ontra-sujeito.
Ela é entretanto um elemento melódi
o
laramente denido que retorna muitas vezes no de
orrer da
fuga;
onsequentemente ela deve ser
hamada de um segundo
ontra-sujeito mais do que simplesmente
material livre.
Este tanto da fuga (
ompassos 1-8)
onstitui a exposição. Conforme previamente men
ionado, algumas
exposições de fugas a três vozes in
luem uma quarta apresentação do sujeito, na dominante, de modo
que o efeito auditivo é o de uma exposição de fuga a quatro vozes
om uma voz
aindo fora na quarta
apresentação (e.g., O Cravo Bem Temperado, Livro I, Fugas 6, 8, 19, 21). A in
lusão de uma quinta
apresentação extra nas fugas a quatro vozes é raramente en
ontrada; nenhuma das fugas a quatro vozes
no Cravo Bem Temperado faz uso desta disposição.
Nas fugas a três vozes o padrão das tonalidades na exposição é sempre tni
a, dominante, tni
a
(sujeito, resposta, sujeito). As vozes podem entrar em várias ordens, uma ordem de entradas sendo
onsiderada regular se uma voz de número par é respondida por uma voz de número ímpar ou vi
e
versa. (Isto irá automati
amente o
orrer se as duas primeiras vozes forem adja
entes.) A tabela seguinte
mostra a freqüên
ia relativa das diferentes ordens de entrada nas vinte e seis fugas a três vozes
ontidas
em ambos os livros do Cravo Bem Temperado. (As vozes são numeradas de
ima para baixo.)
Note que a ordem 231, embora regular, não apare
e, enquanto que duas fugas fazem uso da ordem
irregular 312, na qual as duas primeiras vozes não são adja
entes. A ordem das entradas no Exemplo 3
foi 213.
O plano da exposição da fuga a três vozes é
omo segue, tendo sido a ordem 123 es
olhida arbitrari-
amente.
3 George Oldroy, The Te hnique and Spirit of Fugue (London: Oxford University Press, 1948), p. 38.
167
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplo 4
Talvez deva ser men
ionado que quando uma exposição é estendida além das proporções normais
mostradas aqui, seja pela adição de uma apresentação ou por extensão seqüen
ial, a
adên
ia no nal
dela freqüentemente o
orre numa tonalidade diferente da tni
a. As fugas 6 e 8 no primeiro livro do
Cravo Bem Temperado estão entre aquelas que demonstram esta possibilidade.
A in
lusão neste livro de um
apítulo separado sobre
ontraponto a quatro vozes (semelhante aqueles sobre
ontraponto a duas e a três vozes) não foi sentido ne
essário, já que a maioria do material sobre a es
rita a
três partes pode ser estendido para apli
ar-se à textura a quatro vozes. Além disso, também, esta última
é normalmente a base para o estudo da harmonia e é
onsequentemente familiar a muitos estudantes.
Certamente a abordagem
ontrapontísti
a
olo
a maior ênfase no aspe
to linear, embora este elemento
está obviamente presente em algum grau mesmo na su
essão de a
ordes que estejam bem
onstruídos; a
linha divisória entre harmonia e
ontraponto a quatro vozes não é sempre denida nitidamente.
A presença de quatro vozes permite o soar simultâneo de todas as quatro notas de um a
orde de
sétima; nas tríades, uma nota deve ser dobrada. Embora
onsiderações lineares devam governar em
grande parte o dobramento, um esforço deve ser feito para evitar dar proeminên
ia espe
ial aos membros
do a
orde não ordinariamente enfatizadospor exemplo, uma nota alterada
romati
amente, ou a terça
de uma tríade primária.
A atividade rítmi
a pode ser mais ou menos uniformemente distribuída entre as vozes, ou algumas
podem ter um papel mais ativo do que outras. Duas vozes podem ser emparelhadas ritmi
amente
ontra
as duas outras movendo-se num esboço diferente; e assim por diante.
Em geral, ao menos uma das vozes numa textura
ontrapontísti
a a quatro vozes é provavelmente
algo subordinada em importân
ia em algum ponto, já que o ouvido poderia ter di
uldade de seguir
quatro linhas de igual importân
ia e
omplexidade por algum período prolongado. A músi
a é mais
freqüentemente
onstruída de tal maneira que a atenção do ouvinte seja fo
alizada primeiro em uma
linha,
om os seus
ontrapontos auxiliares, e depois em outra
ombinação.
Em muitas obras
ontrapontísti
as a quatro vozes, todas as quatro vozes não estão envolvidas
on-
tinuamente. Uma ou duas saem de tempos em tempos (isto é parti
ularmente provável de a
onte
er nos
episódios) de modo que variedade de textura seja introduzida. Mesmo pausas
urtas tem duas vantagens
mais: elas ajudam a denir os segmentos do pensamento musi
al, e elas fazem as vozes que tinham
repousado mais evidentes quando elas entram novamente.
O prin
ipal problema no
ontraponto a quatro vozes é o de manter um bom equilíbrio entre a denição
harmni
a e a integridade linear. Enquanto a primeira torna-se mais fá
il
om quatro vozes, deve-se tomar
uidado para que a segunda não sofra no pro
esso.
Como pode ser esperado, a exposição numa fuga a quatro vozes simplesmente leva um passo adiante o
padrão que observamos nas fugas a três vozes. O ex
erto mostrado aqui é um exemplo absolutamente
típi
o.
168
7
Embora nenhuma ponte esteja presente aqui entre a segunda e a ter
eira apresentações do sujeito, tais
passagens são freqüentes nas fugas a quatro vozes, assim
omo na variedade a três vozes (veja o Exemplo
10, página 228 [do livro℄).
Uma vez mais podemos observar o uso da imitação tonal, nos ter
eiro e sétimo
ompassos. Ela é
motivada neste
aso por um forte senso de harmonia da dominante (Dó sustenido, Fá sustenido) perto
do iní
io do sujeito, possivelmente também pela aparição ante
ipada da sensível (Lá sustenido).
A ordem das entradas aqui no Exemplo 5 é tenor,
ontralto, soprano, baixo, ou, em termos de números,
3214. Uma ordem é
onsiderada regular se as duas primeiras apresentações estão em vozes adja
entes e
se vozes de números ímpares e pares são alternadas (
omeçando
om qualquer uma). As ordens regulares,
então, são as seguintes:
Em
ada uma destas, a apresentação do sujeito (ou resposta) no soprano está uma oitava a
ima
daquela do tenor, enquanto que a mesma relação existe entre as apresentações do baixo e do
ontralto,
assumindo que o plano de tonalidades usual I V I V esteja envolvido.
Um exame das dezenove fugas a quatro vozes no Cravo Bem Temperado revela a seguinte informação
on
ernente às ordens usadas e suas relativas freqüên
ias:
169
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Em
in
o fugas Ba
h usa ordem 2134 ou 3241. Embora estas ordens sejam irregulares na medida
em que elas não alternam vozes
om números ímpares e pares inteiramente, elas são
omumentemente
a
eitas
omo inteiramente utilizáveis. Nelas, as duas primeiras vozes são adja
entes, de modo que uma
voz
om número par é respondida por uma
om número ímpar, ou vi
e versa; esta é a
onsideração mais
importante. As ordens tais
omo 1324 ou 2431 estariam
ertamente totalmente fora de questão.
Um ponto surpreendente em
onexão
om esta tabela é o fato de que a ordem 1234, que se poderia
esperar fosse apare
er
om alguma freqüên
ia (e que,
oin
identemente, é a mais freqüentemente empre-
gada para os diagramas da
onstrução de fugas nos textos de
ontraponto), não apare
e uma úni
a vez
no Cravo Bem Temperado. As razões de Ba
h ter evitado este padrão geram assuntos interessantes para
espe
ulação; mas
hegar a respostas
onvin
entes não é fá
il, espe
ialmente à luz do fato de que doze das
fugas a três vozes fazem uso da ordem 123 e que a impressionante fuga a
in
o vozes em Si bemol menor
(Livro I) usa a ordem 12345.
No Exemplo 5,
omo em muitas exposições de fugas a quatro vozes, o padrão das relações de tonal-
idades é tni
a, dominante, tni
a, dominante. Entretanto, outro padrão é possível e é visto o
asional-
mente: tni
a, dominante, dominante, tni
a. O Exemplo 6 ilustra esta disposição, a qual é
laramente
responsável pela ordem irregular das entradas (2134) envolvida aqui. Há somente uma fuga no Cravo
Bem Temperado que usa o plano de tonalidades I V V I.
A maioria das fugas a quatro vozes faz uso de um ou mais
ontra-sujeitos. A fuga no Exemplo 5, por
exemplo, tem um
ontra-sujeito,
omeçando
om semi
ol
heias des
endentes, que apare
em por primeiro
na linha do tenor no ter
eiro
ompasso, e é tomada pelo
ontralto
ontra a ter
eira apresentação do
170
9
sujeito, e pelo soprano
ontra a quarta apresentação. Embora a totalidade desta linha melódi
a não
re
orra freqüentemente no de
orrer da fuga, o iní
io dela o faz; este fato além do uso repetido da linha
inta
ta na exposição e sua reaparição no nal pare
em justi
ações su
ientes para nomea-la de um
ontra-sujeito.
Segundos
ontra-sujeitos são infreqüentes, e o uso de um ter
eiro
ontra-sujeito numa fuga a quatro
vozes é extremamente raro. Em primeiro lugar, esta voz está usualmente presente, na exposição, durante
uma apresentação do sujeito somente. Consequentemente, um dos
ritérios para determinar se é um
ontra-sujeito, nomeadamente a sua reaparição
om o sujeito na exposição,
a faltando. O termo
ter
eiro
ontra-sujeito é provavelmente apropriado somente em
asos raros onde o material retorna
freqüentemente em porções posteriores da fuga.
Conforme men
ionado anteriormente, nem todas as fugas fazem uso de um
ontra-sujeito. O iní
io
de uma que não o faz está mostrado no Exemplo 7.
Outras fugas no primeiro livro do Cravo Bem Temperado que não usam um
ontra-sujeito são as
números 1, 8, 17, e 22. Um ilustração adi
ional da dé
ima segunda fuga do segundo livro pode ser vista
no Exemplo 10.
O Exemplo 8 mostra o plano geral da exposição em uma fuga a quatro vozes. Nele, a ordem das
entradas 3214 foi es
olhido dentre numerosas possibilidades. Quando um primeiro
ontra-sujeito ou
material livre poderiam ser usados, CS. I é listado primeiro, visto que um
ontra-sujeito é en
ontrado
mais freqüentemente do que material livre naquele ponto. Por outro lado, segundos e ter
eiros
ontra-
sujeitos são menos usuais do que material livre. Livre é portanto listado primeiro quando um ou outro
poderiam estar envolvidos.
Exemplo 8
171
10 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
S. CS. I ou livre
R. Op
ional CS. I ou livre Livre ou CS. II
CS. I ou livre Ponte Livre ou CS. II Livre ou CS. III
S. (si
) [R.℄
Em muitas fugas o ponto no qual o sujeito termina e o
ontra-sujeito ou material livre
omeça é bastante
laro. Ele pode ser mar
ado ao menos por um sentido
aden
ial brando (embora não haja geralmente
pausas no movimento rítmi
o) ou por algum elemento melódi
o ou rítmi
o novo. O Exemplo 5 ilustra
ambos estes aspe
tos. Entretanto, em
asos onde nenhum destes indi
adores esteja presente, o iní
io
do
ontra-sujeito pode ser difí
il se não impossível de determinar exatamente. Considere esta fuga, por
exemplo:
Aqui, a primeira apresentação do sujeito poderia ser ouvida
om estendendo-se até o Sol sustenido no
segundo tempo do segundo
ompasso, ou até o Si que é também a primeira nota da respostaou mesmo
até o Mi no ter
eiro tempo.
O fato de que este e
ertos outros pontos em
onexão
om a fuga não podem sempre ser sujeitados por
uma análise rígida e rápida não deve ser um assunto de preo
upação para nós. Uma grande quantidade
de tempo pode ser desperdiçado em debater o que Tovey
hamou de vexatious minutiae. A
oisa
importante, ao invés, é re
olher de um estudo de fuga os prin
ípios bási
os gerais da estrutura musi
al.
No
aso parti
ular à mão, o fato real de que às vezes temos di
uldade de determinar exatamente onde o
sujeito termina deveria dizer-nos que na boa es
rita para fuga o sujeito geralmente ui suavemente para
o
ontra-sujeito,
om os dois freqüentemente formando uma linha
ontínua.
Como nas invenções a três partes, o nal do sujeito propriamente é às vezes seguido por uma ligação
[link℄ que mantém o ritmo movendo-se e
onduz suavemente para a primeira nota do
ontra-sujeito ou
do material livre. A fuga que segue
ontém um bom exemplo.
172
11
Aqui o sujeito propriamente pare
e terminar
om o Lá bemol no iní
io do quarto
ompasso inteiro,
om o restante das notas naquele
ompasso sendo notas de ligação [link℄ de menor importân
ia.
Este exemplo provê uma ilustração adi
ional de uma ponte (
ompassos 9-11) entre a segunda e ter
eira
apresentações do sujeito.
Dos exemplos dados até aqui pode ser visto que nas duas disposições mais usuais a resposta
omeça ou
imediatamente seguindo a última nota do sujeito ou junto
om aquela nota. Só raramente é apropriado
analisar a resposta
omo sobrepondo-se ao sujeito por mais do que uma ou duas notas. Embora aquela
análise pareça ne
essária em fugas
omo a
itada no Exemplo 11, onde o ouvido re
ebe uma impressão
denida de que a resposta
omeçou antes que o sujeito tivesse sido
ompletado.
173
12 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Fugas que omeçam desta maneira são às vezes referidas omo fugas em stretto.
174
13
Certamente uma
on
entração de artifí
ios é altamente não usual. Ela o
orre neste
aso
omo parte
da demonstração virtuosísti
a de Ba
h das possibilidades na es
rita da fuga.
A CONTRA-EXPOSIçãO
Em algumas fugas a exposição regular é seguida, geralmente após uma
urta passagem episódi
a, por uma
segunda exposição,
hamada uma
ontra-exposição. Embora a alternân
ia das tonalidades da tni
a e
da dominante esteja normalmente envolvida
omo na exposição prin
ipal, a ordem das vozes é usualmente
diferente. Entre as fugas no Cravo Bem Temperado, as seguintes
ontém
ontra-exposições:
Livro I, Fugas 1 e 11;
Livro II, Fugas 9, 17, e 23 (esta última
om somente uma
ontra-exposição par
ial).
O
asionalmente o sujeito é anun
iado na tonalidade da tni
a na porção média de uma fuga, e em
alguns tratados de
ontraponto isto é também
hamado de uma
ontra-exposição. O autor sente que o
termo é melhor reservado para uma série de apresentações envolvendo a tni
a e a dominante
omo no
iní
io. Obviamente a questão aqui é meramente de semânti
a.
TAREFAS SUGERIDAS
1 Analise exposições de fugas
onforme espe
i
ado pelo instrutor. Esta irá
ertamente in
luir um
exame detalhado do sujeito, e do
ontra-sujeito se estiver presente, isoladamente e em
ombinação.
2 Es
reva respostas para os motivos e sujeitos de fugas dados no Livro de Exer
í
ios (se esta tarefa
não foi feita anteriormente em
onexão
om o Capítulo 10).
3 Usando um sujeito da página 78 do Livro de Exer
í
ios de Contraponto ou um forne
ido pelo
instrutor, es
reva a exposição de uma fuga a três vozes.
4 Usando um sujeito da página 78 do Livro de Exer
í
ios de Contraponto ou um forne
ido pelo
instrutor, es
reva a exposição de uma fuga a quatro vozes.
6 Usando um destes sujeitos originais, es reva a exposição de uma fuga a três vozes.
7 Usando um destes sujeitos originais, es reva a exposição de uma fuga a quatro vozes.
175
Capítulo 16
Fuga (Continuação)
Somente a exposição de uma fuga pro
ede de a
ordo
om um plano formal estabele
ido; o que a
onte
e
depois é ditado pela natureza do material musi
al, e pelo gosto e imaginação do
ompositor. O pro
e-
dimento geral é trazer de volta o sujeito em várias tonalidades e em várias vozes,
om episódios entre
ertas dessas apresentações. O sujeito na sua forma
ompleta raramente é apresentado duas vezes em
su
essão na mesma voz. Artifí
ios
ontrapontísti
os e inter
âmbio de vozes são geralmente usados para
riar interesse e variedade. No ou perto do nal da fuga há usualmente ao menos uma apresentação na
tonalidade da tni
a, freqüentemente mais. Às vezes uma
urta
oda é adi
ionada. A estrutura do todo
é geralmente se
ional,
om
adên
ias mar
ando o nal das seções. Deve ser enfatizado, entretanto, que
em tais pontos de
adên
ias não há uma parada pronun
iada no movimento rítmi
o
omo geralmente há
nas formas homofni
as. Às vezes uma suspensão ou nota de passagem em uma voz
onduz o movimento
o uxo rítmi
o, ou uma idéia musi
al em uma das linhas pode estender-se durante e além do ponto de
a-
dên
ia. Tais artifí
ios tendem a suavizar a ação divisória da
adên
ia, e provêem o senso de
ontinuidade
que é tão importante na es
rita de fugas.
EPISÓDIOS
Os episódios foram dis
utidos e ilustrados nos
apítulos sobre a invenção. Suas funções na fuga são pre
i-
samente as mesmasefetuar uma transição suave de uma tonalidade para a próxima, e prover variedade,
bem
omo alívio de uma
onstante ênfase no sujeito
omo um todo. Eles são quase invariavelmente
seqüen
iais; e o inter
âmbio do material entre as vozes é freqüente, seja dentro de um úni
o episódio ou
entre um episódio e outro. Material do sujeito, do
ontra-sujeito, ou outros elementos da fuga (ou mesmo
novo material) podem servir
omo base para os episódios.
Vamos ver, agora,
omo estes pontos são apli
ados em alguns episódios
ara
terísti
os de uma fuga
de Ba
h. O Exemplo 3 no Capítulo 15, página 205 [do livro℄, mostrou a exposição da fuga em Dó menor
do primeiro volume do Cravo Bem Temperado. No Exemplo 1 que segue, o primeiro episódio mostrado
omeça no ponto onde o exemplo nas páginas 205 e 206 terminou.
176
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
No primeiro destes episódios um fragmento do iní
io do sujeito é jogado para trás e para a frente
entre as duas vozes superiores, enquanto a voz inferior faz elaborações sobre o primeiro
ontra-sujeito.
O tratamento seqüen
ial está muito em evidên
ia. No de
orrer dos dois
ompassos uma modulação da
tonalidade da tni
a, Dó menor, para o relativo maior, Mi bemol, é efetuada via
ír
ulo de quintas.
Em
, fragmentos do sujeito apare
em nas vozes externas
ontra uma parte do primeiro
ontra-sujeito
em movimento
ontrário na voz interna. As duas vozes inferiores aqui tem uma versão invertida da ponte
(
ompassos 5 e 6). Este ex
erto provê uma ex
elente ilustração do inter
âmbio de vozes dentro de um
episódio, o inter
âmbio o
orre logo após a metade do segundo
ompasso. Uma alteração da tonalidade
a a
ima para tornar-se a voz média,
está também envolvida neste
aso. A voz inferior está alterada uma 4
a
enquanto que a voz média original apare
e uma 12 mais grave
omo voz inferior. A voz superior original
a
permane
e na voz superior mas está alterada uma 5 abaixo para adequar-se à nova tonalidade.
Como regra, a textura nos episódios é atenuada em
omparação as partes anteriores e posteriores.
Nas fugas a quatro e a
in
o vozes espe
ialmente, é altamente não usual que todas as vozes
ontinuem
durante um episódio, e freqüentemente todas ex
eto duas são permitidas de sair temporariamente. Esta
é ainda outra maneira pela qual os episódios podem prover variedade agradávelisto é, através do alívio
da textura.
É algo surpreendente des
obrir que a primeira fuga do Cravo Bem Temperado não
ontém episódios,
já que esta situação é altamente não usual. Em tais
asos, outros artifí
ios devem tomar o lugar dos
episódios para prover novo interesse e alívio de apresentações
onse
utivas ex
essivas do sujeito em sua
forma original. O artifí
io usado na fuga re
ém men
ionada é uma série de strettos, engenhosamente
onstruídos em diferentes intervalos e em diferentes relações de tempo.
ENTRADAS INTERMEDIÁRIAS
O termo entradas intermediárias, embora mais literalmente a
urado em fugas de esboço em três partes,
pare
e ser
onveniente para des
rever aquelas apresentações do sujeito que o
orrem após a exposição,
mas antes do retorno nal para a tonalidade da tni
a. Na fuga em Dó menor
itada anteriormente no
apítulo, há duas de tais entradas intermediárias, uma entre os episódios a e b do Exemplo 1, e a outra
entre os episódios b e
.
177
3
A primeira destas entradas está em Mi bemol, a tonalidade relativa maior, na voz superior. A segunda
está em sol menor, a tonalidade da dominante, na voz média, e é tonal (Dó em vez de Ré na quarta nota).
Nas entradas intermediárias Ba
h geralmente
onna-se às
in
o tonalidades próximas relativas listadas
no Capítulo 10, página 137 [do livro℄.
Note a e
onomia de re
ursos mostrada por Ba
h aqui no Exemplo 2. Os dois
ontra-sujeitos são
usados
ontra o sujeito
ada vez, mas suas posições
omo vozes diferentes as mantém estimulantes e
interessantes. Esta é uma ilustração impressionante de
ontraponto invertível envolvendo todas as três
vozes (
ontraponto triplo).
Nas fugas que não tem uma porção nal extensiva
omo esta, é provável de haver mais entradas
intermediárias, embora seu número seja também inuen
iado por
onsiderações
omo a quantidade e
extensão dos episódios, e a extensão do sujeito.
178
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Aqui três formas diferentes do sujeito apare
em, a forma normal na voz superior, uma versão aumen-
tada na voz média, e uma usando movimento
ontrário na voz inferior.
179
5
Outro artifí
io efetivo e regularmente freqüente na
omposição de fugas é o ponto de pedal. Pontos
de pedal de tni
a o
orrem nos nais de fugas, enquanto que aqueles na nota da dominante são mais
freqüentemente vistos logo antes da tni
a nal ou nas porções intermediárias. Este último é o
aso no
Exemplo 5,
om a tonalidade naquele ponto sendo Ré menor.
A PORÇO FINAL
Porque as fugas são
onstruídas de diferentes modos, não é mais possível estabele
er um plano xo para
a porção nal do que era para a porção intermediária. Mesmo o uso dos termos porção intermediária e
porção nal poderiam ser
riti
ados
omo impli
ando uma divisão distinta em três partes que,
omo foi
apontado anteriormente, está de modo algum presente em termos de forma total. Há, entretanto,
ertos
aspe
tos que deveriam ser men
ionados em
onexão
om as porções
on
lusivas das fugas.
Primeiro de tudo, neste estilo haverá invariavelmente um retorno para a tonalidade da tni
a em algum
lugar antes do m. Se a fuga tem uma re
apitulação
ompleta, o ponto de retorno estará provavelmente
a
er
a de dois terços do
aminho. Caso
ontrário ele pode não ser al
ançado até muito perto do nal. O
termo re
apitulação,
onforme usado aqui, não signi
a uma repetição literal da exposição, mas uma
seção similar na qual o sujeito e o
ontra-sujeito, se houver, são apresentados novamente na tonalidade
ini
ial, geralmente
om as vozes inter
ambiadas ou
om alguma outra diferença. A última apresentação
do sujeito, seja no próprio nal ou antes da
oda (se uma está envolvida), é geralmente dada para uma
voz externa, seja superior ou inferior, de modo que ela seja ouvida proeminentemente. No Exemplo 6,
novamente da Fuga em Dó menor do Livro I, a é a primeira apresentação na re
apitulação e b é outra
apresentação antes de uma breve
oda (mostrada no Exemplo 9), que apresenta a versão nal do sujeito,
harmonizada sobre um ponto de pedal.
180
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Mais uma vez não podemos fazer mais do que
ar impressionados pela quantidade de rearranjos
interessantes do material obtida por Ba
h através do inter
âmbio habilidoso das partes. Obviamente,
uma tal abordagem será bem su
edida somente se o material original for forte, e se ele permite ser
tratado
omo
ontraponto invertível.
Algumas fugas tem somente uma
urta re
apitulação, possivelmente não mais do que uma úni
a
apresentação do sujeito. Em
asos raros, somente uma porção do sujeito é trazida de volta.
Os strettos nas porções
on
lusivas das fugas podem ser extremamente efetivos. Um bom exemplo é o
ini
iado no
ompasso 28 do Exemplo 10, e outro foi mostrado no Exemplo 20 no Capítulo 8, página 105 [do
livro℄. Aquele ex
erto também ilustra outra possibilidade, o uso da aumentação durante a apresentação
nal do sujeito. Possivelmente o stretto nal mais impressionante no Cravo Bem Temperado é aquele da
Fuga em Si bemol menor no primeiro livro, parte da qual foi mostrada no Exemplo 23 na página 107 [do
livro℄.
Conforme já men
ionado, pontos de pedal freqüentemente apare
em nas porções nais das fugas. Se
eles o
orrem antes da
oda, eles são quase sempre na dominante. No exemplo que segue, o ponto de pedal
de dominante está ornamentado.
181
7
Quando uma
oda está in
luída no nal de uma fuga, ela pode ser de uns pou
os tempos até vários
ompassos, embora raramente mais do que quatro
ompassos. Ela pode tanto usar material previamente
ouvido ou introduzir novo material, ou ambos. As
odas de muitas fugas de Ba
h mostram uma tendên
ia
para um tratamento mais livre, mais rapsódi
o, em alguns
asos mesmo para um estilo re
itativo dramá-
ti
o. Vozes extras são freqüentemente adi
ionadas neste ponto para modo de aumentar a sonoridade; e
um a
orde
ompleto no nal é usual. As
odas freqüentemente fazem uso de pontos de pedal de tni
a.
Este é o
aso no Exemplo 9, uma vez mais da fuga em Dó menor previamente
itada.
182
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
183
9
184
10 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
O sujeito desta fuga é um bom exemplo do que alguns es
ritores
hamam de tipo
abeça e
auda
isto é, um sujeito
om duas partes distintas e algo
ontrastantes. Ele é primeiramente apresentado no
ontralto e dura um
ompasso e meio. Já que ele
omeça no quinto grau da es
ala podemos esperar
uma resposta tonal a ser usada, e este prova ser o
aso quando o soprano entra no segundo
ompasso.
Somente a primeira nota, Sol, foi mudada em
omparação
om uma resposta real, que teria requerido
um Lá naquele ponto. Contra esta resposta a primeira voz tem um
ontra-sujeito que
omeça
om
um material do nal do sujeito em movimento
ontrário. No quarto
ompasso a resposta é estendida
seqüen
ialmente para formar uma ponte que leva de volta para Sol menor. O baixo então anun
ia o
sujeito uma oitava mais grave do que a primeira apresentação no
ontralto, enquanto as outras vozes
ontinuam. Finalmente, o tenor entra
om a resposta tonal,
om as notas estando uma oitava mais grave
do que aquelas na resposta do soprano. Te
ni
amente, este é o nal da exposição. Entretanto, o episódio
de quatro
ompassos que segue poderia ser ouvido
omo uma adição à exposição, espe
ialmente porque
ele leva de volta a Sol menor no
aminho, e envolve uma
adên
ia bem denida naquela tonalidade antes
de prosseguir para a tonalidade relativa, Si bemol maior.
A
onstrução do resto da fuga pode ser vista nas notas analíti
as que foram adi
ionadas. Consequen-
temente, pare
e desne
essário
omenta-la
ompasso por
ompasso, embora hajam alguns aspe
tos que
mere
em uma nota espe
ial. Estes são os seguintes:
1. Pausas estão presentes de tempos em tempos em
ada voz. Estas dão um senso de respiração e
uma delineação bem denida para os segmentos separados da músi
a. Mais ainda, um uso
onstante da
textura a quatro vozes poderia tornar-se monótono; este
air fora de uma voz por ao menos um
ompasso
ou dois aqui e ali provê alívio, e também faz a voz duplamente efetiva quando ela reentra. Apresentações
importantes do sujeito são por isso freqüentemente pre
edidas por uma pausa na voz envolvida. Na
realidade, uma boa porção desta fuga, e de muitas fugas a quatro vozes, fazem uso de somente três vozes
mais do que de quatro. Este é um ponto importante para lembrar, já que os estudantes freqüentemente
ometem o engano de tentar manter todas as quatro vozes presentes através da fuga, por isso tornando
a sua tarefa desne
essariamente difí
il e o resultado menos e
iente do que poderia ter sido. Por outro
lado, o sair de uma voz antes do nal da exposição, o que o
orre nesta fuga, não é usual. Os estudantes
deveriam seguir o plano normal de ter todas as vozes
ontínuas ao menos durante a exposição.
2.As tonalidades usadas para as entradas intermediárias nos
ompassos 12 e 24 são:
Si bemol maior (relativo maior): do
ompasso 12 até a metade do
ompasso 13.
Fá maior (dominante do relativo maior): duas apresentações, a primeira tonal; da metade do
ompasso
13 até a metade do
ompasso 16. Estas tem o
aráter de respostas em relação às apresentações pre
edentes
em Si bemol maior.
Si bemol maior (relativo maior); do
ompasso 17 até a metade do
ompasso 18; em stretto
om a
próxima apresentação.
Fá maior (dominante do relativo maior); levemente alterada; da metade do
ompasso 17 ao iní
io do
185
11
ompasso 19.
Sol menor (tni
a, ou,
onforme ouvida aqui, a dominante da tonalidade da subdominante); do
ompasso 23 até a metade do
ompasso 24. O efeito aqui é aquele de uma resposta tonal em relação
om as apresentações em Dó menor re
ém ouvidas previamente. Embora em muitos
asos o retorno à
tonalidade da tni
a sinalize a primeira seção ou a re
apitulação de uma fuga, esta apresentação em Sol
menor tem mais o
aráter de uma entrada intermediária. A re
apitulação real, então, não
omeça antes
do
ompasso 28.
3. Notas podem ser adi
ionadas ao sujeito ou ao
ontra-sujeito,
omo no
ompasso 23, onde uma nota
de passagem Ré é adi
ionada entre o Dó e o Mi bemol na voz média, e no
ompasso 24, onde Ré e Si
bemol são adi
ionados entre o Mi bemol, o Dó, e o Lá do
ontra-sujeito.
4. Nos
ompassos 7 e 11 há falsas entradas, passagens que sugerem o sujeito a prin
ípio, mas então
afastam-se dele.
5. Quando falsas entradas estão envolvidas num stretto, ele é
hamado de um falso stretto. Um
exemplo o
orre aqui no
ompasso 7.
6. Note a qualidade dramáti
a e vigorosa do stretto que
omeça sete
ompassos antes do nal. Ba
h
evitou
uidadosamente a
abeça do sujeito por alguns
ompassos antes dele, de modo que seria novo e
impressionante quando entrasse novamente.
7. Vozes foram adi
ionadas durante os
ompassos nais. O tratamento torna-se mais fran
amente
harmni
o naquele ponto.
8. Se dividirmos esta fuga (Exemplo 10) em suas seções omponentes, hegaremos ao seguinte:
* Estas duas porções superpõem-se por meio
ompasso; isto é, o episódio na realidade
omeça meio
ompasso antes do que mostrado,
ontra a porção
on
lusiva do stretto.
Se os
ompassos desde o stretto nal até o m da fuga forem agrupados
omo uma unidade equilibrando
a exposição, en
ontraremos uma disposição surpreendentemente simétri
a nesta fuga. O ponto médio é,
ertamente, o breve stretto
omeçando no
ompasso 17, e é apropriado que o
límax da fuga em termos
de alturas deveria ser al
ançado durante esta passagem. Os termos forma em ar
o e forma
urva, que
são freqüentemente apli
ados às fugas de esboço ABA, pare
em espe
ialmente adequados aqui.
A FUGA ESCOLÁSTICA
A fuga mostrada no Exemplo 10
hega mais perto do que muitas daquelas no Cravo Bem Temperado a
assemelhar-se
om a fuga es
olásti
a ( de manual ou de estudante ) em plano. Entretanto, a simetria
do esboço nesta fuga e o fato de que as vozes não
ontinuam durante a exposição, são ex
ep
ionais.
A fuga es
olásti
a é um modelo sintéti
o desenvolvido há muito tempo por pedagogos para seus alunos
emularem. A seguinte tabela de
onteúdos sugeridos, tonalidades, e proporções é dada por Gedalge no
seu volumoso Traité de la fugue. Sua intenção é ser apli
ada numa fuga a quatro vozes
om um sujeito
de quatro aseis
ompassos de extensão.
186
12 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Este plano abrange a fuga somente até o stretto nal, para o qual Gedalge sugere outros 44 a 50
ompassos. Ele expli
a que não há nada arbitrário a
er
a do número de
ompassos dados aqui, que eles
devem ser
onsiderados meramente
omo extremos estimados para a fuga de um estudante. Poderia
ser apontado que mesmo as proporções mínimas sugeridas para a fuga
omo um todo são grandes se
omparadas
om muitas das fugas do Cravo Bem Temperado. Também, dentro da fuga, o stretto nal
re
omendado pare
e anormalmente grande. A razão para isto é provavelmente que espera-se do estudante
que ele demonstre diversos tipos de stretto. Gedalge lista três destes:
1. o tipo usual
om entradas
anni
as do sujeito su
edendo-se sem interrupção;
2. aquele em que as apresentações em stretto do sujeito e da resposta são separadas por apresentações
em stretto do
ontra-sujeito;
3. aquele em que os episódios separam as apresentações em stretto do sujeito e da resposta.
As tonalidades espe
i
adas na tabela apli
am-se somente quando o sujeito está em maior, sendo uma
su
essão diferente re
omendada quando o sujeito está em menor.
Obviamente, o plano para a fuga es
olásti
a é altamente arti
ial. Pou
as fugas se houverem na
literatura musi
al
orrespondem a ele. Embora ele possa ter algum valor nos estágios ini
iais da es
rita
de fugas, quando os estudantes às vezes en
ontram-se sem saber
omo pro
eder a menos que tenham um
plano para guia-los. Se ele for usado, o autor re
omenda que as proporções globais sugeridas por Gedalge
sejam drasti
amente reduzidas!
1 Siegmund Levarie, Fugue and Form. Copyright by Siegmund Levarie, 1941. Levarie faz uso extensivo do on eito de
187
13
omentário nos traz a questão que inevitavelmente surge na análise de fugas: quanto de uma re
apitulação
pode estar presente sem dar à forma um senso preponderantemente em três partes (ABA) mais do que
um senso binário? Já que pare
e não haver uma maneira de prover uma resposta denitiva para esta
pergunta, há obviamente alguma margem em
lassi
ar as fugas
omo em duas ou três partes. Por
exemplo, en
ontramos Goets
hius
lassi
ando a Fuga 17 no Livro I
omo em duas partes, enquanto
Levarie a
onsidera em três partes. Levarie
ita a Fuga 8 do Livro I
omo um exemplo de
aso dúbio que
poderia ser
lassi
ado de qualquer modo.
Certas fugas,
omo a Número 12 no Livro I, não pare
em en
aixar-se nem na
ategoria de duas partes
nem na de três partes, e podem somente ser des
ritas
omo se
ionais.
Um tipo parti
ular de esboço de fuga, visto na Fuga 19 do Livro I, ne
essita de menção separada, não
somente porque ela representa um
aso espe
ial, mas porque ela dá alguns interessantes sobre a té
ni
a
da fuga de um período anterior. Levarie a
hama de forma estró
a e tem isto a dizer sobre ela:
A forma desta fuga, rara em Ba
h, lembra-nos da velha té
ni
a de Sweelin
k. Um sé
ulo antes de
Ba
h, no
aminho que
onduz do ri
er
ar antigo à fuga mais madura, Sweelin
k tinha amarrado juntas as
várias seções do ri
er
ar pela retenção de um sujeito prin
ipal através da
omposição. Os
ontrapontos
para aquele sujeito mudavam
om
ada nova seção, e faziam-nos soar
omo fugas separadas sobre o mesmo
sujeito.
2
Um exemplo a mais desta mesma té
ni
a geral pode ser visto na Fuga 4 do Livro I. Esta fuga é às
vezes listada mesmo
omo um ri
er
ar (ou ri
er
are). O mesmo é verdadeiro para a famosa Fuga St.
Anne. Esta abordagem podeçuir qualquer número de seções. No
aso das Fugas 4 e 19
itadas a
ima, há
três. Na número 19, um ritmo
ara
terísti
o em
ada seção torna a forma ternária espe
ialmente
lara.
TAREFAS SUGERIDAS
1 Analise a fuga a três vozes no Livro de Exer
í
ios.
4 Es reva pças passagens em stretto baseadas nos sujeitos no Livro de Exer í ios.
5 Complete a fuga a três vozes sobre çjeito dado,
omeçada antes
omo uma tarefa em
onexão
om
o Capítulo 6. Complete a fuga a quatro vozes sobre um sujeito dado,
omeçada antes.
bar form, [forma em barra℄
ujo plano é normalmente a a / b,
om a parte b sendo tão extensa quanto as duas partes
a juntas. Os dois as não são ne
essariamente iguais, mas podem ser só generi
amente similares. Como este
on
eito,
envolvendo termos alemães para as seções, é pou
o
onhe
ido para muitos estudantes ameri
anos, ele não foi empregado
aqui.
2 Ibid., p. 28
188
Capítulo 17
Seja qual for a ordem das entradas, a seqüên
ia de apresentações numa fuga a
in
o vozes deveria
ser: sujeito, resposta, sujeito, resposta, sujeito, ou I V I V I em termos de tonalidades. Cada sujeito
estará uma oitava mais aguda ou mais grave do que o sujeito pre
edente, e o mesmo é verdadeiro para
as respostas.'
Aqui está o iní
io da primeira fuga a
in
o vozes men
ionada a
ima. A fuga
ompleta está in
luída
no Livro de Exer
í
ios de Contraponto, para análise.
189
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
A quarta entrada aqui,
omeçando no
ompasso 12, é tonal ex
eto pela primeira nota,
om um sentido
resultante de subdominante (em vez de dominante).
Ba
h pode bem ter sentido que uma ter
eira voz teria sido muito difí
il de manejar aqui,
om o sujeito
e o
ontra-sujeito sendo tão animados quanto são. Ou é possível que ele simplesmente desejou in
luir uma
1 Aqui,
omo em outras partes deste livro, os números de volumes
itados em
onexão
om as obras para órgão de Ba
h
são aqueles da Edição Peters.
190
3
fuga a duas vozes no
onjunto e tomou vantagem da ausên
ia de outras vozes para usar espe
ialmente
um material vivaz. Como pode ser visto aqui, o plano de tonalidades de uma exposição de uma fuga
a duas vozes é I V. Após a exposição, a fuga pro
ede do mesmo modo que aquelas que envolvem mais
vozes, ex
eto,
ertamente, que ambas as vozes devem estar presentes a maior parte do tempo se um efeito
ontrapontísti
o deve ser mantido.
A FUGA DUPLA
Numa fuga dupla há dois sujeitos que apare
em juntos em algum ponto na obra, não ne
essariamente
no iní
io. Se a fuga faz uso de dois sujeitos que são tratados um de
ada vez mas nun
a
ombinados, ela
não é geralmente
onsiderada uma fuga dupla verdadeira, mas meramente uma fuga
om dois sujeitos.
2
Tipo 1: Ambos os sujeitos são apresentados juntos no iní
io. Isto não quer dizer que eles ne
essari-
amente
omeçam exatamente ao mesmo tempo. De fato eles raramente o fazem, e o efeito é melhor se
eles não o fazem. No Exemplo 3, por exemplo, um
ompasso inteiro do Sujeito I é ouvido antes que o
Sujeito II entre. Somente os dois primeiros pares de apresentações estão in
luídos neste exemplo. Como
antes, as palavras dos
antores foram omitidas.
2 Esta distinção não é universalmente feita. Algumas fontes denem fuga dupla simplesmente
omo uma fuga
om dois
sujeitos.
191
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Os dois sujeitos
oordenados o
orrem mais provavelmente em vozes adja
entes, embora no Exemplo 3
eles apareçam em vozes paralelas. Vozes paralelas são soprano e tenor,
ontralto e baixo. O tratamento
usual dos dois sujeitos na exposição segue o mesmo plano geral que apli
a-se nas fugas habituais;
ada
sujeito é ouvido em
ada uma das vozes por sua vez. Após a exposição, não há um plano estabele
ido.
Na maior parte, os sujeitos, quando eles o
orrem, apare
em juntos de modo a
orroborar o senso de
dupla fuga. Entretanto, qualquer um pode o
asionalmente ser ouvido sozinho, ou formar a base para um
desenvolvimento.
Exemplos
Ba
h, Composições para Órgão, Vol. III, No. 9; Vol. IV, Nos. 8 e 10; Vol. V, No. 23
Tipo 2: Neste tipo de fuga dupla, o Sujeito I tem a sua própria exposição. Após esta, o Sujeito II
pode ser introduzido
a) junto
om o Sujeito I.
Exemplo3
Ba
h, A Arte da Fuga, No. 9 (o Sujeito II entra no
ompasso 35 no soprano).
b) numa exposição própria, durante a qual o Sujeito I não apare
e. Neste
aso, os dois sujeitos são
ombinados mais tarde.
Exemplos
Ba
h, O Cravo Bem Temperado, Livro II, Fuga 18 (o Sujeito II apare
e nos
ompassos 61-96 e é
om-
binado
om o Sujeito I do
ompasso 97 até o nal); Livro II, Fuga 4 (o Sujeito II é primeiramente
ouvido no
ompasso 20; ele é
ombinado
om o sujeito I só intermitentemente até o
ompasso 47, mas
onsistentemente dali até o m).
Tipo 3: Finalmente, há um ter
eiro tipo de fuga dupla que pode ser des
rito
omo uma forma
transitiva entre a fuga habitual e os tipos mais
ara
terísti
os de fugas duplas men
ionadas sob os Tipos
1 e 2. Nela o Sujeito II é introduzido
omo um
ontra-sujeito para a resposta. Em outras palavras,
o
ontra-sujeito é tão distintivo e importante, e re
orre tão
onsistentemente no
urso da fuga, que ele
essa de representar um papel se
undário e assume um status igual ao do Sujeito I. Portanto, ele é mais
a
uradamente
hamado de segundo sujeito. As três apresentações de uma fuga deste tipo estão mostradas
no Exemplo 4.
3 Um exemplo impressionante desta forma na músi a ontemporânea é a fuga dupla da Sinfonia dos Salmos de Stravinsky.
192
5
Note a surpreendente similaridade entre o primeiro sujeito aqui e o primeiro sujeito no Exemplo 3.
A diferença entre um
ontra-sujeito e uma segundo sujeito verdadeiro neste tipo de fuga dupla é
prin
ipalmente de grau, já que um bom
ontra-sujeito também tem qualidades distintivas e reapare
e de
tempos em tempos. Consequentemente,
om
ertas fugas poderia haver um diferença de opinião quanto
a se o rótulo fuga dupla é apropriado ou não. Entretanto, isto não destrui a validade da
ategoria, na
qual algumas fugas muito
laramente
aem. Em tais fugas a exposição é às vezes estendida além das
proporções usuais por uma apresentação adi
ional do segundo sujeito, de modo este último possa ser
ouvido tantas vezes quantas foi o primeiro sujeito.
A FUGA TRIPLA
Quando uma fuga tem três sujeitos, as possibilidades de apresenta-los, sozinhos e em
ombinação, são
tão numerosas que é imprati
ável tentar uma listagem
ompleta. Algumas destas possibilidades podem
entretanto ser men
ionadas:
Tipo 1: O Sujeito I entra sozinho e tem uma exposição
ompleta. Após esta os Sujeitos II e III
podem
193
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
) apare er uma de ada vez ontra o Sujeito I (esta é talvez a disposição mais usual).
Em algum evento, todos os três sujeitos serão eventualmente
ombinados,
omo regra. Um
aso
espe
ial é a famosa Fuga St. Anne, na qual os sujeitos I e II são
ombinados,
omo o são os sujeitos I e
III mais tarde, mas na qual todos os três nun
a apare
em juntos. Se esta é uma fuga tripla verdadeira ou
o que poderia ser
hamado de uma fuga dupla
om três sujeitos é uma questão de denição pessoal
e não de grande
onseqüên
ia. Este
aso é mais um lembrete de que grandes músi
as freqüentemente
falham em en
aixar-se fa
ilmente em modelos exatos.
Exemplos
Ba
h, O Cravo Bem Temperado, Livro I, Fuga 4. Nenhuma análise é dada aqui, já que esta fuga é uma
daquelas in
luídas no Livro de Exer
í
ios de Contraponto para análise.
Ba
h, A Arte da Fuga, Fuga 8 (o Sujeito II entra no
ompasso 39
ontra o sujeito I; no
ompasso 94
o Sujeito III, aquele usado de vários formas durante o volume, apare
e, e os outros dois
aem fora
temporariamente; I e II retornam juntos no
ompasso 113; nalmente todos os três são
ombinados pela
primeira vez no
ompasso 147).
Tipo 2: Em outra espé
ie de fuga tripla, os Sujeitos I e II são anun
iados juntos, e então o Sujeito
III junta-se a eles.
Exemplos
Beethoven, Sinfonia No. 3, segundo movimento (Adagio assai ),
ompassos 114-133. O Sujeito III, em
semi
ol
heias,
omeça no
ompasso 117, na mesma voz que re
ém tinha apresentado outro sujeito em
semínimas e
ol
heias. Este último sujeito poderia ser rotulado tanto de Sujeito I quanto de Sujeito II,
visto que os dois primeiros sujeitos
omeçam juntos.
Ba
h, Composições para Órgão, Vol. I, nale da Passa
aglia (Dó menor).
Teori
amente, poderia haver um tipo de fuga tripla em que todos os três sujeitos fossem apresentados
mais ou menos juntos no iní
io. Entretanto,
omo este tipo é virtualmente des
onhe
ido na literatura
musi
al, ele não será
onsiderado
omo uma possibilidade práti
a aqui.
Qualquer que seja a disposição parti
ular usada, os seguintes prin
ípios gerais apli
am-se na es
rita
de fugas triplas:
1 Cada sujeito ser uma linha onvin ente, om aspe tos melódi os e rítmi os ara terísti os.
2 Os três sujeitos devem
ontrastar um do outro su
ientemente para dar uma impressão de inde-
pendên
ia. Possivelmente a maneira mais freqüente e efetiva de obter isto é tê-los movendo-se em
valores diferentespor exemplo, um prin
ipalmente em mínimas, outro em semínimas, e o ter
eiro
em
ol
heias.
3 Cada sujeito deve reapare
er freqüên
ia su
iente para que o ouvido possa ouvi-lo
omo um elemento
prin
ipal na
omposição, não simplesmente
omo um
ontraponto se
undário. Aqui,
omo em
ertos
tipos de fugas duplas, poderia haver uma diferença de opinião se um elemento melódi
o em parti
ular
deveria ser
onsiderado um sujeito verdadeiro, ou meramente um
ontra-sujeito que re
orre mais
onsistentemente. Por exemplo, Goets
hius analisa a fuga
itada no Exemplo 10 na página 122 [do
livro℄
omo uma espé
ie de fuga tripla. O autor sente que ela é mais a
uradamente
lassi
ada
omo
uma fuga a três vozes habitual
om
ontra-sujeitos que reapare
em
om regularidade não usual.
4 Os três sujeitos devem ser invertíveis, ao menos em alguma extensão. Eles não ne
essitam ser
om-
pletamente invertíveis, já que é extremamente improvável que todas as seis disposições teori
amente
possíveis sejam usadas em qualquer fuga.
Enquanto que a inversão das vozes à oitava ou múltiplos dela possam geralmente ser manejadas sem
muita di
uldade, a inversão a outros intervalos provavelmente provar-se-á mais difí
il no
ontraponto
triplo e é raramente vista.
194
7
A FUGHETTA E O FUGATO
A fughetta é simplesmente uma fuga pequena. Exemplos abundantes podem ser vistos nas obras para
órgão de Ba
h, Volumes V e VI em parti
ular.
Um fugato é uma passagem tratada no estilo de fuga isto é,
om entradas imitativas
omo numa
exposição de fuga. Diferente da fughetta, ele não é usualmente uma peça de músi
a separada, mas
geralmente uma seção de uma peça mais longa.
A FUGA DE CONCERTO
Uma fuga de
on
erto é aquela na qual há uma ênfase parti
ular no efeito brilhante e dramáti
o. A
liberdade de tratamento é também
ara
terísti
a, e é provável de tomar estas formas:
1 O número de vozes pode ser aumentado às vezes, e a
ordes podem ser adi
ionados de modo que a
textura torne-se mais homofni
a do que
ontrapontísti
a.
3 A forma do todo pode ser mais se
ional do que o usual,
om
adên
ias de
ididas e fortes
ontrastes
entre as seções.
4 O sujeito por si só pode ser mais olorido, mais animado, ou maior do que o usual.
Fugas de
on
erto são geralmente parte de uma obra maior, tal
omo um
onjunto de variações ou uma
ópera; às vezes elas são pre
edidas por um movimento introdutório. Mas elas raramente são en
ontradas
sozinhas
omo obras separadas.
Exemplos
Ba
h, Fantasia Cromáti
a e Fuga (para
ravo).
Brahms, Variações sobre um Tema de Handel (para piano), o Finale.
Fran
k, Preludio, Chorale, e Fuga.
Weinberger, Polka e Fuga de S
hwanda the Bagpiper.
A FUGA FANTASIA
Numa fuga fantasia, ou fantasia fuga, o material é tratado
om grande liberdade, espe
ialmente após a
exposição, que é usualmente estrita. Às vezes uma pequena porção do sujeito forma a base para para
elaborações estendidas ou desenvolvimentos imaginativos numa porção posterior da obra.
Exemplo
Ba
h, O Cravo Bem Temperado, Livro II, Fuga 3.
A FUGA DE GRUPO
Este nome, embora não em uso geral, foi adotado aqui para des
rever fugas que
onsistem, em efeito, de
uma série de fughettas,
ada qual baseada num sujeito diferente. Este é realmente o plano do ri
er
are
antigo,
onforme ele existia antes de os
ompositores
omeçarem a unir as várias seções juntas pelo uso
de um sujeito
omum.
195
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplos
Ba
h, Composições para Órgão, Vol. III, No. 6 (três seções, a ter
eira usando o mesmo sujeito da
primeira).
Ba
h, Missa em Si Menor, No. 19, última divisão (Viva
e e allegro ), Et Expe
to e Amen (quatro sujeitos).
TAREFAS SUGERIDAS
1 Analise o seguinte e esteja preparado para apresentar uma análise oral em aula:
4 Veja de Gustav M. Leonhardt, The Art of Fugue, Ba h's Last Harpsi hord Work (The Hague: Martinus Hijho, 1952).
196
9
2 Es reva o seguinte:
197
Capítulo 18
Formas Baseadas no Chorale
1
Desde os dias de Lutero, o
horale tem sido a base prin
ipal da músi
a da igreja Protestante. As melodias
orais eram, em muitos
asos,
anções fol
lóri
as se
ulares adaptadas para o uso na igreja pela adição de
palavras sa
ras, sendo estas freqüentemente translações para o alemão de textos latinos usados no serviço
Católi
o.
Os sé
ulos XVII e XVIII produziram um
orpo impressionante de obras baseadas no
horaleprelúdios
orais, variações, fantasias, fugas, e fughettas (quase todas es
ritas para órgão), bem
omo motetos e
antatas. Entre os
ompositores daquele período que zeram
ontribuições importantes a este respeito
estão Dietri
h Buxtehude (1637-1707), Johann Jakob Walther (1650-1717?), Johann Pa
helbel (1653-
1706), Georg Philipp Telemann (1681-1767), e J. S. Ba
h (1685-1750). Estes
ompositores (Ba
h em
parti
ular) mantiveram não somente a tradição da harmonização
oral datando do sé
ulo XVI, mas
também a práti
a ini
iada por S
heidt e S
hein de in
orporar a melodia
oral em peças es
ritas no
verdadeiro estilo de órgão. As
omposições
orais de Ba
h são tão ri
as e variadas que elas representam
a realização suprema neste reino da músi
a, e é portanto natural fazer
itações extensivas delas.
Porque os exemplos que seguem são de obras para órgão, o leitor irá a
har útil
onhe
er algo a
er
a
do fun
ionamento daquele instrumento. Certas informações bási
as foram dadas na página 195 [do livro℄
e deveriam ser referidas agora no
aso de não terem sido lidas anteriormente.
O PRELÚDIO CORAL
O prelúdio
oral originou-se
omo uma
omposição para órgão designada para ser to
ada durante o serviço
religioso antes ou depois do
anto do
oral pela
ongregação, ou entre as stanzas. O termo
onforme é
usado hoje não ne
essariamente impli
a este uso de fato num serviço religioso e é apli
ado num senso
mais geral para obras que são elaboradas sobre um
oral. Entretanto, supõem-se usualmente a ex
lusão
de harmonizações diretas de melodias
orais,
onforme poderiam ser usadas para a
ompanhar o
anto
de fato do
oral. A maioria dos prelúdios
orais faz uso de quatro vozes. Embora alguns bons envolvem
três, o uso de
in
o ou seis vozes ou de somente duas é muito menos
omum.
2
Os prin ipais elementos a serem men ionados em onexão om os prelúdios orais são estes:
a) A melodia
oral, ou C.F. para
antus rmus. Na sua forma original,
antus rmi eram es
ritos
em valores de notas longos, prin
ipalmente mínimas ou mais longas, e eles às vezes retinham esta
ara
terísti
a nos prelúdios
orais. A fermata (
[F055?℄ ) era usada para mar
ar a última nota de
ada
frase da forma original das melodias
orais. (Se ela ne
essariamente representa uma sustentação real
é uma assunto para debate.) Nos prelúdios
orais, as fermatas são geralmente omitidas. Quando
elas são in
luídas, elas não devem ser interpretadas
omo indi
ando uma sustentação; o movimento
ontinua em tempo estrito em tais pontos.
1 Esta graa pare
e preferível a
horal [
oral℄, a graa alemã que é às vezes usada em inglês, porque ela evita possíveis
onfusões
om o adjetivo
horal [
oral℄. [Não faremos esta diferen
iação pois não é
ostumeira em português, além do
que, neste livro,
oral signi
a sempre o
oral protestante. N. do T.℄
2 Um exemplo raro de um grande número de prelúdios
orais a duas e três vozes em um volume o
orre nos Forty-Eight
Chorale Preludes de Telemann (Madison, Wis.: A-R Editions, Vol. II do Re
ent Resear
hes in Musi
of Baroque Era,
1965). Naquela
oleção, um plano altamente não usual e interessante é empregado:
ada melodia
oral apare
e primeiro
num
onjunto a três vozes envolvendo tratamento imitativo, e depois num
onjunto a duas vozes.
198
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
b) Material motívi
o derivado do C.F., mais freqüentemente do iní
io, mas envolvendo valores mais
urtos de tempo e muito maior variedade e interesse rítmi
o do que a melodia original.
) Outro material, não derivado do C.F., que a ompanha um ou ambos dos a ima (a e b).
Não há, infelizmente, nomes amplamente a
eitados para os vários tipos de prelúdio
oral. Na dis
ussão
destes que seguem,
ada tipo é identi
ado por uma
urta frase des
ritiva.
Exemplos do Tipo 1
3 Aqui e em outros lugares deste
apítulo, os números de volumes
itados em
onexão
om as obras para órgão de Ba
h
são aqueles da Edição Peters.
199
3
uma linha mais plásti
a e orida. Este tipo de prelúdio
oral mostra a inuên
ia da elaboração na músi
a
vo
al.
No Exemplo 3 a ornamentação do C.F. é bem menos orida. De fato, a simpli
idade do padrão rítmi
o
aqui é mais
ara
terísti
a do Tipo 1, e o exemplo poderia mesmo ser
onsiderado um tipo de ponte entre
aquela espé
ie a disposição mais ornamentada
ara
terísti
a do Tipo 2. Entretanto, ele pare
e
aber sob
este tópi
o por
ausa da sua ênfase prin
ipal na de
oração do C.F., obtida neste
aso prin
ipalmente pelo
uso de notas não harmni
as. Estas freqüentemente o
orrem no tempo aqui e então resolvem nas notas
do C.F., de modo que a melodia
oral original é algo es
ondida ou disfarçada.
Mais adiante neste prelúdio
oral, frases do C.F. ornamentado são apresentadas nas vozes internas
em vez de no soprano.
Exemplo 3 BRAHMS: Es ist ein Ros' entsprungen (No. 8 dos Onze Prelúdios Corais, Op. 122)
200
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplos do Tipo 2
Ba h, Composições para Órgão, Vol. V, Nos. 26, 45, 52; Vol. V, Appendix, Nos. 2, 5.
Ou os pedais podem ter material independente não derivado do C.F. (Exemplo 5).
Tal disposição é provável de ser usada quando o material motívi
o to
ado nos manuais não permite
a sua exe
ução nos pedais; ou pode ser introduzida por razões puramente musi
ais. Freqüentemente,
partes independentes para os pedais envolvem uma gura
ara
terísti
a que apare
e repetidamente em
diferentes graus da es
ala, tal
omo um salto de oitava des
endente aqui no Exemplo 5.
Uma ter
eira, embora infreqüente, possibilidade do Tipo 3 é aquela em que as vozes que a
ompanham
o C.F. podem ser todas diferentes umas das outras,
omo no Exemplo 6. Neste ex
erto, não há uma
derivação nítida do material motívi
o do C.F.
omo nos exemplos pre
edentes, embora hajam insinuações
o
asionais do C.F. nas outras vozes.
201
5
Exemplos do Tipo 3
Ba h, Composições para Órgão, Vol. V, Nos. 2, 5, 22, 42, 56, e numerosos outros.
Tipo 4: Canni
o.
O C.F. ou o material motívi
o, ou ambos, são tratados
anoni
amente. No exemplo seguinte a melodia
oral apare
e em
ânone à 15
a nas vozes externas, enquanto as duas vozes internas tem um tratamento
anni
o bem mais livre do outro material.
Exemplos do Tipo 4
Ba
h, Composições para Órgão, Vol. V, Nos. 3, 19, 37; Vol. VI, No. 19; Vol. VII, No. 52 (C.F.
ornamentado).
Os Exemplos 5, 11, 21, e 26 no Capítulo 8 sobre o
ânone envolvem melodias
orais e deveriam ser
reexaminados neste ponto.
Exemplo 8 BACH: Christus, aller Welt Trost (Vol. VII, No. 40b)
202
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplos do Tipo 5
Ba h, Composições para Órgão, Vol. VI, No. 7; Vol. VII, Nos. 40a, 40 , 60 (baixo livre).
Tipo 6: Frases do C.F. superpostas periodi
amente sobre material imitativo que é essen
ialmente o
mesmo globalmente.
Há uma seção de abertura envolvendo imitação em entradas su
essivas e normalmente baseadas no
material derivado da primeira frase do C.F. O termo alemão para esta té
ni
a é Vorimitation, signi-
ando imitação anterior, ou pré-imitação. Esta seção pode sugerir o iní
io de uma invenção ou
espe
ialmente se entradas su
essivas na tni
a e na dominante estão envolvidasde uma fuga. Contra
uma
ontinuação deste material, a primeira frase do C.F. apare
e em valores mais longos. Esta voz então
ai fora enquanto o material original
ontinua. A segunda frase do C.F. é introduzida, e assim por diante,
até que a melodia
oral inteira tenha sido ouvida. O Exemplo 9 ilustra este tipo.
Exemplo 9 BACH: Allein Gott in der Höh' sei Ehr' (Vol. VI, No. 4)
203
7
Exemplo 10 BACH: Allein Gott in der Höh' sei Ehr' (Vol. VI, Nos. 4-9)
Exemplos do Tipo 6
Ba
h, Composições para Órgão, Vol. VI, Nos. 5, 6, 9 (C.F. ornamentado), 17; Vol. VII, Nos. 39a, 39b,
39
(envolve movimento
ontrário), 47, 59.
204
8 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Tipo 7: Frases do C.F. superpostas periodi
amente sobre material imitativo que muda para
ada
frase.
Um novo motivo (ou sujeito) é introduzido no Vorimitation pre
edendo
ada frase do
oral, sendo o
motivo derivado em
ada
aso da frase que segue. As entradas imitativas nestas passagens podem ser
feitas a qualquer intervalo. Se os níveis alternados tni
a-dominante
ara
terísti
os do tratamento das
fugas estão envolvidos, o resultado é, em efeito, uma su
essão de exposições de fugas,
ada qual baseada
num sujeito diferente. O termo moteto
oral é freqüentemente apli
ado a obras
onstruídas deste último
modo porque o seu plano é similar ao do moteto do sé
ulo XVI.
O Exemplo 11 mostra o iní
io de um prelúdio
oral que faz uso de imitação não
omo na fuga que
muda para
ada frase
oral. (Duas frases estão envolvidas na porção dada aqui.)
O Exemplo 12, a primeira seção de uma moteto
oral antigo, in
lui a passagem imitativa ini
ial
(baseada na primeira frase do C.F.) e a própria primeira frase, nos pedais. Esta frase está na tni
a, em
vez de na dominante a qual poderia ser esperada
omo uma
ontinuação das relações de tonalidades da
fuga vistas naquele ponto.
205
9
O ex
erto no Exemplo 13 é também de um moteto
oral. Neste
aso as duas seções ini
iais estão
mostradas. A primeira delas envolve pré-imitição da primeira frase do
oral até o
ompasso 11, onde a
própria primeira frase em valores mais longos entra
omo uma quarta voz na textura da fuga. A imitação
baseada na segunda frase
omeça no
ompasso 16, a segunda frase propriamente no
ompasso 20. A
mesma abordagem
ontinua durante a
omposição. O stretto, visto aqui no
ompasso 16, é freqüente nos
motetos
orais e en
urta a passagem imitativa que o emprega.
Duas diferenças entre este exemplo e o Exemplo 12 mere
em ser notadas: o C.F. aqui está na voz
superior, que é a disposição mais usual; e é apresentado em valores duplamente mais longos do que aqueles
do material imitativo pre
edente. Tal aumentação é um aspe
to freqüente neste tipo.
Exemplo 13 BACH: Gelobet seist du, Jesu Christ (Vol. VI, No. 23)
206
10 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplos do Tipo 7
Ba
h, Composições para Órgão, Vol. VI, Nos. 1, 13, 14 (envolve movimento
ontrário), 28 (moteto
oral);
Vol. VII, Nos. 43, 45 (baixo inteiramente livre, também C.F. ornamentado), 58 (envolve movimento
ontrário); Cantatas Nos. 16, 27, 58, 73 (primeiro movimento em
ada
aso).
Buxtehude, Composições para Órgão, Vol. II (Edição Peters), a maioria dos prelúdio
orais. Em quase
todos estes, O C.F. é ornamentado; em muitos, a primeira frase
omeça imediatamente, junto
om o
material imitativo.
Pa
helbel, Choralbearbeitungen, em Denkmäler der Tonkunst, Jg. IV, Band I, Part II (Leipzig: Breitkopf
& Härtel, 1903), quase todas as setenta e duas
omposições baseadas em melodias
orais neste volume.
Em alguns
asos a primeira seção imitativa é tão extensa que
onstitui uma pequena fuga em si mesma.
G. P. Telemann, Quarenta e Oito Prelúdio Corais, em Re
ent Resear
hes in the Musi
of the Baroque
Era, Alan Thaler, ed., Vol. II (Madison, Wis.: A-R Editions, In
., 1965), a maioria dos prelúdio
orais a
três vozes.
O plano deste tipo obviamente guarda alguma semelhança
om aquele do Tipo 6 no sentido em que
em ambos, o material ouvido no iní
io re
orre mais adiante. Mas a distinção entre os dois tipos não
deve ser um problema se as diferenças men
ionadas a
ima são mantidas em mente. As mais importantes
destas são a extensão e a natureza de tema do material re
orrente no Tipo 8 e o fato de que o material
retorna sozinho no nal, uma
ara
terísti
a não en
ontrada no Tipo 6.
O Exemplo 14, o qual ilustra o ritornelle
om
oral, in
lui o material do ritornelle na sua aparição
ini
ial (
ompassos 1-13), a primeira frase do
oral nos pedais (
ompassos 13-18), e a
ontinuação do
material do ritornelle sozinho aquela frase e a próxima. A indi
ação Pedal 4 Fuss no iní
io signi
a que
um registro de quatro pés é para ser usado nos pedais, de modo que a parte irá soar uma oitava a
ima
do que es
rita. Mais
omentários sobre este artifí
io são dados na página 265 [do livro℄.
207
11
Exemplo 14 BACH: Kommst du nun, Jesu, vom Himmel herunter (Vol. VII, No. 38)
208
12 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Exemplos do Tipo 8
Ba h, Composições para Órgão, Vol. VI, Nos. 2, 3 (somente duas vozes); Vol. VII, Nos. 38, 42, 46, 57.
Os prelúdios
orais nem sempre en
aixam-se fa
ilmente em uma das
ategorias re
ém dis
utidas.
Alguns mostram elementos de dois ou mais tipos diferentes. Por exemplo, uma
omposição essen
ialmente
anni
a pode provar o envolvimento de alguma ornamentação do C.F., enquanto que
ara
terísti
as
anni
as podem gurar no tipo usando a
ompanhamento motívi
o.
209
13
VARIAÇÕES CORAIS 4
As variações
orais do período Barro
o geralmente usam o C.F.
ompleto (embora não ne
essariamente
em valores longos)
omo base para
ada variação. As vozes de suporte muito freqüentemente envolvem
ontraponto uente, gurações de a
ordes, padrões imitativos, ou harmonia ornamentada. (Qualquer das
disposições des
ritas na seção sobre os prelúdios
orais podem ser usadas para variações individuais.) Às
vezes as notas do C.F. são in
orporadas
omo pontos fo
ais numa linha rápida,
omo na Partita II do
Exemplo 15. Mudanças de metro, valores das notas, ou harmonia de uma variação para outra adi
ionam
interesse renovado.
Embora o uso moderno iguale o termo partita
om suite, seu signi
ado original e mais válido era
variação. Assim en
ontramos muitos
onjuntos de variações
orais dos sé
ulos XVII e XVIII intituladas
partite (o plural). O Exemplo 15 mostra o iní
io de duas partiten (a versão alemã da palavra) de um
onjunto de oito. Cada ex
erto dado aqui
orresponde
om a primeira frase da melodia
oral.
Exemplo 15 Alle Mens hen müssen sterben (primeira frase da melodia oral)
PACHELBEL: Choral mit 8 Partiten (Coral om 8 Variações): Alle Mens hen müssen sterben
Exemplo 16 PACHELBEL: O Lamm Gottes uns huldig (Variationes per omnes Versus)
4 Variações Corais (bem
omo fantasias
orais) são às vezes também
lassi
adas
omo tipos de prelúdios
orais,
om
aquele termo sendo freqüentemente usado num sentido amplo.
210
14 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Ba
h, Composições para Órgão, Vol. V, Variações sobre O Gott, du frommer Got ; Variações sobre Christ,
du bist der Helle Tag ; Variações sobre Sei gegrüsset, Jesu gütig ; Variações Canni
as sobre Vom Himmel
ho
h da komm' i
h her.
Brahms, Moteto, Op. 74, No. 2
A FANTASIA CORAL
Como o nome impli
a, a fantasia
oral é extremamente livre. Ela é às vezes baseada somente numa
porção do C.F. mais do que na melodia toda. Embora a forma seja freqüentemente se
ional num sentido
211
15
geral, as seções não são prováveis de serem in
isivamente denidas (por exemplo, por
adên
ias perfeitas
nos nais)
omo são nas formas de variação.
Exemplos
Ba h, Composições para Órgão, Vol. V, No. 34; Vol. VI, Nos. 7, 15, 27; Vol. VII, No. 36
A FUGA CORAL
Embora no passado o termo fuga
oral fosse freqüentemente usado
omo sinnimo de moteto
oral,
hoje em dia ele é geralmente apli
ado a qualquer fuga
om uma base
oral. O tipo de fuga
oral mais
freqüentemente visto envolve um sujeito derivado da primeira frase de uma melodia
oral. Às vezes duas
ou mais frases são usadas a
ada vez. Por exemplo, a fughetta e a fuga
itadas no Exemplo 17 empregam
a primeira frase de um
oral (dada no iní
io do Exemplo 10)
omo base para as porções mostradas aqui,
mas depois
ada uma também in
lui uma seção imitativa baseada na segunda frase.
Exemplo 17a BACH: Fughetta sobre Allein Gott in der Höh' sei Ehr' (Vol. VI, No. 10)
Exemplo 17b BACH: Fuga sobre Allein Gott in der Höh' sei Ehr' (Vol. VI, No. 11)
Se,
omo a
onte
e muito freqüentemente nas fugas,
ada frase de um
oral é usada por sua vez
omo
base de uma exposição de fuga, a estrutura é essen
ialmente aquela do moteto
oral. Em tais
asos,
entretanto, não há normalmente aparições das frases do C.F. em valores mais longos do que aqueles
das outras vozes,
omo em muitos motetos
orais. As seguintes fugas poderiam ser men
ionadas nesta
onexão: Ba
h, Fuga sobre Vom Himmel ho
h da komm' i
h her (Composições para Órgão, Vol. VII,
No. 55), na qual todas as quatro frases da melodia
oral são usadas; Ba
h, Fuga sobre Dur
h Adams Fall
212
16 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
ist ganz verderbt (Vol. VI, No. 21), que usa
in
o das seis frases, sendo a frase que falta substituída por
outra que assemelha-se a ela muito intimamente.
Ba h, Composições para Órgão, Vol. VI, Nos. 20, 33, 34; Vol. VII, Nos. 54, 61.
TAREFAS SUGERIDAS
1 Des
reva a estrutura dos ex
ertos dos prelúdios
orais dados no Livro de Exer
í
ios. Indique a que
extensão
ada qual
onforma-se
om um dos tipos dis
utidos no texto.
6 Es reva um prelúdio oral de qualquer um dos outros tipos dis utidos neste apítulo.
213
Capítulo 19
Formas de Variações Contrapontísti
as
Um tipo de forma de variação, aquela baseada numa melodia
oral, já foi des
rita. Lá, a melodia inteira
normalmente serve
omo base para as variações. Os tipos de variações
om
antus rmus, por outro
lado, fazem uso de um padrão mais
urto, melódi
o ou harmni
o, isto é apresentado repetidas vezes. As
variações são
ontínuas; não há um
essar real do movimento entre elas.
O Ground1
No ground, o elemento xo é uma linha melódi
a
urta, mais freqüentemente de quatro a seis
ompassos
de extensão, embora o
asionalmente mais
urta ou mais longa, que o
orre repetidamente na voz inferior.
O Exemplo 1 mostra uma porção pequena de uma passagem operáti
a
onstruída desta maneira. (A voz
inferior é uma parte de
ontínuo a ser realizada na exe
ução.) Este exemplo envolve as três primeiras
aparições (de vinte) do padrão re
orrente do baixo.
1 Não há equivalente em português para ground; motivo pelo qual não o traduzimos. [N. do T.℄
214
2 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Note que os iní
ios e as terminações das frases vo
ais nem sempre
orrespondem
om aqueles da frase
repetida. Em tais
asos, uma interação agradável entre as linhas resulta, e um forte senso indesejável de
divisão entre os segmentos de quatro
ompassos é evitado.
O Exemplo 2 mostra ex
ertos de uma obra para te
lado (também de Pur
ell) intitulada A Ground in
Gamut [Um Baixo em Es
ala ℄. O tema de oito
ompassos na sua aparição ini
ial e a última variação estão
itados inteiramente; somente os dois primeiros
ompassos de
ada uma das seis variações intervenientes
estão dados aqui, entretanto.
O Exemplo 3, de uma obra orquestral es
rita aproximadamente dois sé
ulos após o exemplo de Pur
ell,
mostra a primeira aparição de um ground de
in
o
ompassos que re
orre umas dezessete vezes. Note a
imitaçãoo
anni
a par
ial nas violas.
215
3
O termo basso ostinato pode apropriadamente ser apli
ado a um ground de qualquer extensão. Na
práti
a real, entretanto, ele é mais freqüentemente usado em
onexão
om passagens envolvendo um
padrão melódi
o bem mais
urtodigamos, dois
ompassos ou menosque é apresentado repetidamente
na voz inferior.
Exemplos de Ground
Pur
ell, Dido e Aeneas, Lamento de Dido ; Ground em Mi menor, para
ravo.
Ba
h, Missa em Si menor, Cru
ixus.
Beethoven, Sinfonia No. 9, primeiro movimento,
ompassos 513-530.
Brahms, Variações sobre um Tema de Haydn, Finale.
216
4 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
o tema é às vezes movido para uma voz superior; (3) o uso de pausas nos pedais e/ou uma atenuação
da textura em
ertos pontos (e.g., Variação 14); (4) o agradável
ontraste entre as texturas altamente
lineares e as
om mais a
ordes.
217
5
TEMA E VARIAÇÕES
Muitas obras intituladas tema e variações são predominantemente homofni
as em
aráter e não são
portanto material apropriado para estudo num
urso de
ontraponto. Das ex
eções, de todas a mais
famosa é as Variações Goldberg de Ba
h, originalmente intitulada Aria mit vers
hiedenen Veränderungen
(Aria
om várias alterações). A in
lusão de
ânones a diferentes intervalos
omo as variações 3, 6, 9, et
.,
foram men
ionadas no Capítulo 8 sobre o
ânone, e porções de dois destes
ânones foram
itadas lá. As
outras variações são mais livres;
ada qual mantendo um padrão
ara
terísti
o globalmente, e muitas são
de
ididamente virtuosísti
as.
O Exemplo 5 mostra os oito primeiros
ompassos da porção da aria. Note a forte similaridade entre
esta passagem e o tema no Exemplo 2; o padrão do baixo
omum às duas era um popular usado por
muitos
ompositores.
218
6 Contraponto baseado na práti
a do sé
. XVIII
Nas trinta variações que seguem, o prin
ípio do ground pode ser visto em operação: a voz inferior do
tema (em vez da melodia da aria ou o padrão harmni
o) provam ser a base prin
ipal, o elemento xo.
Certamente o título Ground não teria sido apropriado aqui porque o tema tem trinta e dois
ompassos
de extensão e em forma de duplo período.
Uma vez mais, a in
lusão de exemplos musi
ais destas variações foi sentida imprati
ável, devido ao
seu número. Entretanto, uma porção da Variação 30 é mostrada no Exemplo 6 para ilustrar um aspe
to
espe
ial envolvido aqui, o quodlibet. Este é um tipo de músi
a na qual um ou mais melodias bem
onhe
i-
das são
ombinadas na textura musi
al
ontra o material regular. O efeito é geralmente humorísti
oàs
vezes mesmo sa
rílego quando melodias populares ou obs
enas são
ombinadas
om outras de natureza
religiosa. No quodlibet
itado aqui, Ba
h habilmente trabalha porções de duas melodias populares de
seus dias (indi
adas por 1. E 2. no Exemplo 6)
ujos títulos traduzidos são, Eu não tenho estado
om vo
ê faz muito tempo, e Repolho e nabos.
TAREFAS SUGERIDAS
1 1. Esteja preparado para dar as ara terísti as do ground, da passa aglia, e da ha onne.
2 Usando um dos temas na página 31 do Livro de Exer
í
ios (ou um suprido pelo instrutor), es
reva
um
urto ground ou passa
aglia. Este deve in
luir ao menos quatro variações, as quais devem ser
progressivamente mais animadas (por exemplo, 2:1, depois 3:1, et
.). Se esta tarefa for empreendida
antes que o material sobre
ontraponto a três vozes ter sido
oberto, ela deve envolver somente duas
vozes (veja a tarefa 9 na página 77 [do livro℄); se for feita depois, três ou mais vozes podem ser
usadas. (O instrutor deve espe
i
ar o número.)
219