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Agradecimentos
4 - Teorias Perturbativas/Não-Perturbativas
5 -Dependência/independência do Fundo
1
2 A NATUREZA DO ESPAÇO-TEMPO
“Não é possı́vel ter uma percepção directa do tempo mas apenas a capacidade
de experimentar nele acontecimentos. O Espaço fisico é Euclideano” - K ant
dV ~ = d ( GM ) = − GM e~r
(2.1) =φ
dr dr r r2
dφ
Pode-se ainda calcular o variação deste vector em ordem à distância radial r, dr .
Seja A esta quantidade.
A NATUREZA DO ESPAÇO-TEMPO 3
Figura 1
∂V ∂ GM GM xi
(2.3) φi = = ( qP )=−
∂xi ∂xi 3 r3
1 xi
Repetindo o cálculo da variação do vector campo gravı́tico, mas agora em relação
a cada uma das componentes, tem-se que:
∂φi ∂ ∂V ∂ GM xi GM 3xi xj
(2.4) = ( ) = −Aij = (− 3
) = 3 (1 − )
∂xj ∂xj ∂xi ∂xj r r r2
Pela demonstração feita acima para o referencial radial e considerando uma den-
sidade de matéria para cada componente xj
GM 3xi xj 8πG
(2.5) Aij = − 3
(1 − 2
)e~j = ρj
r r 3
A entidade Aij é um tensor, denominado tensor de maré, pois descreve a forma
como um corpo e a sua forma são afectadas pelos diferentes valores do campo
gravı́tico, de ponto para ponto. Tal como mostrado na imagem, um corpo pode ser
dilatado ou contraı́do, perdendo a sua morfologia inicial.
4 A NATUREZA DO ESPAÇO-TEMPO
D
D C
?
C
?
@
~
φ A @B -
C
C
? @
? ? A CB
@C C? ?
C
? C
C
CC
1 8πG
(2.7) Gij = Rij − gij R = 3 Tij
2 c
No segundo membro da equação, Tij substitui o parâmetro ρ da densidade (Ten-
sor Energia-da-Matéria) da equação de Newton. Tij contém informação acerca da
densidade de Matéria e Energia num dado Local do Espaço-Tempo.
Figura 2
Tal como a trajéctoria unidimensional de uma particula pode ser descrita por
um vector posição em função do tempo, uma vez que a superficie é bidimensional,
será dada em função de dois parâmetros, u e v (que mais tarde serão identificados),
e teremos xα (u, v)
Pode-se assim determinar um vector que seja tangente a essa superfı́cie num
ponto xα . Tal vector será dado por dxα que se obtém derivando parcialmente em
relação a cada um dos parâmetros.
∂xα ∂xα
(2.9) dxα = du + dv
∂u ∂v
Temos então que os vectores ∂x ∂xα
∂u = e~u e ∂v = e~v são linearmente independentes,
α
pois dependem de parâmetros diferentes. Desta forma, podem constituir uma base
para o conjunto dos vectores tangentes à superfı́cie no ponto xα , denominado Espaço
Tangente.
2
X
(2.10) ~ = due~u + dv e~v =
ds dxi e~i
1
Sem perda de generalidade
2
X 2
X 2
X 2
X
(2.11) ~ 2 = ds2 =<
||ds|| dxi e~i , dxj e~j >= dxi dxj < e~i , e~j >
1 1 1 1
onde < e~i , e~j >= gij . Esta matriz (neste caso de ordem 2x2 pois trata-se de
uma superficie bidimensional) representa a métrica, que no fundo traduz o produto
interno utilizado neste espaço.
2 X
2
2 g11 g12 du X
gij dxi dxj = gij dxi dxj
(2.12) ds = du dv =
g21 g22 dv
1 1
6 A NATUREZA DO ESPAÇO-TEMPO
O engenho de Einstein surge mais uma vez aqui. Considerando que esta superfı́cie
de que temos vindo a falar é o Espaço-Tempo e os parâmetros (u,v) são as coorde-
nadas de um acontecimento (x,t), temos que em cada ponto, ou seja, localmente,
podemos encontrar um plano tangente (ou Espaço Tangente) que é Euclideano pois
está dotado de um produto interno, em que os referenciais são inerciais e podemos
aplicar a relatividade restrita.
Surge ainda algo ainda mais inovador: os efeitos gravitacionais e campos gravi-
ticos, não são mais do que “deformações” do Espaço-Tempo em que uma particula
menor é atraı́da para outra de massa superior, não por qualqer tipo de força ou
mecanismo à distância, mas porque a energia dessa particula deforma o espaço-
tempo em seu redor, que acaba por adquirir uma geometria curva. A particula
menor limita-se a cair, seguindo o caminho mais curto (a geodésica) nessa curva.
8πG
(2.13) Aij = ρ
3
8πG
(2.14) Gij = Tij
c3
r
hG
(3.2) lplanck =
c3
r
hG
(3.3) tplanck =
c5
Todos os parâmetros resultam da utilização de ideias provenientes da relativi-
dade e da Mecânica Quântica e obtêm-se apenas por recorrência às três constantes
fundamentais na Natureza até agora descobertas. Podemos considerá-los também
como fundamentais. A introdução destas entidades conduz-nos a um novo limite:
Nenhum comprimento ou intervalo de tempo poderá ser mais pequeno que a sua
unidade de Planck.
8 A NATUREZA DO ESPAÇO-TEMPO
4. Teorias Perturbativas/Não-Perturbativas
Por vezes existem equações que não podem ser resolvidas de forma directa, ou
seja, não é possı́vel encontrar formas lineares de encontrar as suas soluções ou até de
provar que matematicamente existe uma consistência geral. Em vez de enveredar
pelo difı́cil caminho de procurar as soluções exactas assume-se algo acerca da sua
natureza que permita uma aproximação. A estes processos chamamos perturbati-
vos. De uma forma mais concisa, uma teoria perturbativa é uma teoria onde alguns
dos fenómenos são interpretados em termos de pequenas oscilações (perturbações)
em torno de um estado estável a partir do qual se podem efectuar cálculos.
e2 1
(4.1) α= ∼
4π0 ~c 137
Nesta equação, 0 é a constante dieléctrica do vácuo.
Generalizando, como α é um valor reduzido, para qualquer T (α) com significado
fı́sico é possı́vel expandir o seu valor numa série de potencias dadas por:
5. Dependência/Independência do Fundo
A (in)dependência do fundo (background ) está relacionada com a forma como
se interpreta o espaço-tempo. Classicamente, na mecânica newtoniana, as di-
mensões espaciais nem sequer estavam ligadas ao tempo, facto constatável pelas
transformações de Galileu, onde o tempo era um parâmetro absoluto.
Com o aparecimento da Relatividade Restrita, no inı́cio do século XX, compreendeu-
se, no entanto, que o espaço e o tempo formavam um só tecido ao qual se passou a
chamar Espaço-Tempo devido à sua indissociabilidade, facto, por sua vez, eviden-
ciado nas transformações de Lorentz. A métrica de Minkowski surge da passagem
A NATUREZA DO ESPAÇO-TEMPO 9
para 3+1 em vez das usuais três dimensões espaciais. Segundo a teoria da gra-
vitação de Einstein, o espaço-tempo é na realidade o campo gravitacional. É a par-
tir deste ponto que residem as mais marcantes diferenças nos candidatos a teorias
de gravitação quântica actuais. Posto de forma simples, o conceito de dependência
ou independência do fundo pode ser analisado recorrendo ao conceito de métrica.
O procedimento consiste na divisão da métrica em duas componentes, uma delas
própria do espaço e outra que ”contém”a informação relativa ao campo gravı́tico.
1 0 0 0
0 −1 0 0
(5.2) gij = ηijf undo =
0 0 −1 0
0 0 0 −1
A teoria de campo clássica (QFT) consegue simplesmente unir as conclusões da
relatividade restrita aos fenómenos explicados pela mecânica quântica e portanto
assume esta métrica para o espaço -tempo. Todavia, se há uma lição importante a
retirar da teoria da relatividade geral de Einstein é a de que o espaço, na sua gene-
ralidade, não é plano mas sim curvo, sendo esta é a única forma de o compreender.
A gravidade é, efectivamente, geometria e a relatividade geral fornece as equações
para o cálculo de como a geometria do espaço-tempo (e portanto a métrica) é afec-
tada pela massa dos corpos. Uma vez que a geometria, per se, é dinâmica, seria de
esperar que uma teoria satisfatória de gravitação quântica fosse igualmente livre de
uma métrica de fundo.
Teorias que assumam uma métrica própria do espaço ηijf undo , imutável e fixa
- caracterı́sticas de um espaço-tempo não relativista - são dependentes do fundo
(background dependent). Pelo contrário, teorias (como a LQG) que compreendem
a ausência de métrica de fundo, tratando as duas componentes η e h como um
todo, e cujas equações consideram as variações da geometria do espaço-tempo como
meras acções dinâmicas causadas pela matéria são ditas independentes do fundo
(background independent ou background free).
1 δ δ
(6.1) ((~G2 )qab qcd − qac qbd − det qR [q])ψ(q) = 0
2 δqac δqbd
que é a equação principal da gravitação quântica e para a qual existem algumas
soluções conhecidas. Esta equação contém elementos variáveis de métrica e a função
de onda de Schrödinger.
Tal como a hipótese da estrutura contı́nua da matéria foi substituı́da por uma
configuração granular, podemos eventualmente discutir a mesma possibilidade para
a estrutura do Espaço-Tempo. Até aqui, em todas as ideias que apresentámos,
assumimos axiomaticamente a continuidade desta estrutura, sem ponderarmos as
consequências deste axioma.
j
H j
J
@
j
A j
B @
@ @
@j
C j
M @j
I j
E
C
@
@ C
@ C
j
K
@CCFj
fı́sica que se baseia na ideia de que, tanto localmente como globalmente, é possı́vel
estabelecer transformações simétricas (daı́ se explica que haja uma covariância geral
ou difeomorfismo invariante na LQG assim como na relatividade geral).
Figura 3
Poderı́amos assim ser levados a pensar que o espaço é formado por pequenos
cubos ou esferas com o volume de planck embora tal não aconteça de forma tão
simples de acordo com a LQG. Para perceber esta ideia, pensemos na representação
de um cubo tridimensional. Nesta analogia podemos representar o volume do cubo
como um nódulo ou nó, pelo qual passam 6 linhas, cada uma representando as
faces do cubo. A cada nódulo e a cada linha podemos associar um número que
especifique o volume (associado ao nódulo) e a área definida pela linha. A junção
de várias figuras poderia ser representada por uma rede de nós e linhas em que
cada nó representaria o volume da figura e as conexões entre cada volume de cada
figura seriam estabelecida pelas linhas.
12 A NATUREZA DO ESPAÇO-TEMPO
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Esta anologia permite-nos perceber como podem ser descritos os estados quânticos
associados a uma rede de Spin. Cada um dos possı́veis grafos, ou redes de Spin
representa um estado quântico ou, inversamente, cada estado quântico é represen-
tado por uma Rede de Spin que é definida pela forma como os seus elementos se
conectam entre si e com os elementos vizinhos. Obtemos, assim, uma representação
simplificada para todos os estados quânticos possı́veis do espaço, muito mais geral
que a representação poliédrica. Uma estrutura poliédrica pode ser representada
por uma rede de spin, mas nem todas as redes de spin representam combinações de
volumes e áreas possı́veis de ser consideradas como poliedros. A figura 8 representa
umas dessas possı́veis combinações.
Figura 8
14 A NATUREZA DO ESPAÇO-TEMPO
Figura 9
Figura 10
Figura 11
ln 2 k
(8.1) SBH = √ A
λ4π 3 ~G
ln 2
(8.2) λ= √
π 3
kA
(8.3) SBH =
4~G
Este resultado é igual às deduções efectuadas por Bekenstein e Hawking, cerca
de 30 anos antes, a partir das quais se chegou à conclusão de que o valor da entropia
de um buraco negro era dada por:
k
(8.4) SBH = a A
~G
em que:
1
(8.5) a=
4
A LQG reproduz, portanto, um resultado coerente com as equações já previa-
mente conhecidas para os cálculos termodinâmicos de buracos negros, indicando que
a teoria mantém alguma consistência. O valor do parâmetro de Immirzi encontra-se
actualmente fixo podendo ser utilizado para os diversos tipos de buracos negros.
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9.3. M-Theory.
Recursos Bibliográficos
Abhay Ashtekar- “Beyond Space and Time” - New Scientist 17 May 1997
Lee Smolin -arXiv:hep-th/0303185 v2 11 Apr 2003 “How far are we from the
quantum theory of gravity”