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A geografia

Localização de Guiné-Bissau
Caracterização da localidade
Paisagem – citação de Quintino
História e Cultura
Complexidade étnica, linguista e cultural
Refúgio de numeroso povos
Mosaico étnico, “babel negra”
15 idiomas diferentes
Povos originários do Sara
As migrações tem que ser estudas juntamente com a história dos povos vizinho
Na chegada dos portugueses sec. XV a região era habitada por vários grupos oriundos do interior do continente
(balanta, manjaco, bijaló, papel, mandiga, fula etc).
Séc. XVI, feitorias portuguesas com objetivo de vender escravos.
Pélisseier, recenseamento de 1950, os principais grupos étnicos da GB
Balantas: cerca de 160.000 – agricultores de arroz, criadores de gado, formavam uma sociedade sem régulos ou
mesmo aldeias. Expansionistas, agressivos e ciosos de sua independência, reagiram aos portugueses até 1910
Fulas, Fulbé ou Peul: cerca de 107.000; constituem povos heterogêneos que ocuparam a Guiné por migrações,
invasões e mestiçagem.
Manjacos: cerca de 71.000; etnia que abitava a zona costeira entre os rios Cacheus e Mansoa; Caracterizam se por
uma hostilidade à colonização.
Papeis cerca de 36.000; os portugueses designavam assim os manjacos do interior que recusaram a colonização
lusitana
Mandinga cerca de 64.000; habitavam as savanas do norte; foram batidos pelos fulas e foram islamizados.
Bijagós cerca de 10.000; constituíam uma pequena etnia de marinheiros e agricultores; viviam pulverizados pelas ilhas;
foram os últimos a serem colonizados pelos portugueses.
Banhuns, Cassangas, Biafadas e Nalus, adotaram os costumes fulas e mandinga e viviam para dentro da costa.
Além dos grupos étnicos mencionados, também havia os mestiços luso-guineenses e os cabo-verdianos
Desde a chegada dos portugueses a Guine, sempre esteve ligada a Cabo Verde, Pélissier, “uma colônia de uma
colônia”, inicialmente era conhecida com Guine de Cabo Verde.
O Crioulo falado em Cabo Verde estabeleceu-se na GB como um língua franca na zona do litoral; depois estendeu-se
e tornou-se a língua materna de um grande número de guineeses.
Embora o português seja oficial o crioulo é empregado no dia a dia. Convivendo com muitas línguas africanas de
diferentes etnias tem um papel importante, pois é a língua nacional, seu crescimento ocorreu na época das guerrilhas
e é instrumento de afirmação nacional.
O descaso da administração portuguesa em relação a Guiné retardou o desenvolvimento e a sistematização da sua
literatura. Havia frequentes revoltas de populações nativas do litoral, a Guiné não recebeu da metrópole infra-
estrutura para o desenvolvimento cultural, somente em 1920 primeiro jornal, 1949 primeiro liceu.
Temática primeiro jornal era publicações pertencentes a portugueses radicados, a temática reportava-se a questões
políticas que constituíam preocupações ne época, a saudade da terra-mãe e o desenvolvimento da apologia colonial.
O primeiro jornal dirigido por um guineense foi Comércio da Guiné.
Havia por parte da administração colonial o incentivo à emigração dos cabos-verdianos para a Guiné, pois eram vistos
coo agentes culturais a serviço da colonização portuguesa. Daí surgiu a semente do nacionalismo guineense.
Com a crescente conscientização em 1956 fundou-se o P.A.I.G.C (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo
Verde), presidido por Rafael Barbosa e secretariado por Amílcar Cabral.
A opressão colonial, no fim dos anos 50 e início dos anos 60, causava fortes descontentamentos e o massacre de 50
trabalhadores, ocorrido no cais de Pidjiguiti, em Bissau, desencadeou me 1963, a luta que durou até 24 de setembro
de 1974, quando foi proclamada a independência da República da Guiné-Bissau e reconhecida pelos português em 5
de julho de 1975.
Após a Independência, foi instalado um Conselho de Estado, presidido por Luis Cabral, O P.A.I.G.C, partido único foi
reconhecido pela Constituição. Na virada de 76 para 77, elegeram os representantes para os Conselhos Regionais e
para a Assembleia Nacional.
Golpe de Estado em 1980, abolição da Constituição chegada ao poder do “Conselho da Revolução”
Em 1981, a seção de Cabo Verde do P.A.I.G.C, tornou-se independente da Guiné.
Em 1994, primeiras eleições multipartidárias em GB.
GB se encontra sobre os efeitos da economia transnacional, 90% da população ativa se dedica ainda a atividade do
setor primário, ocupando-se da agricultura de subsistência através do arroz, milho mandioca, cana, batata-doce,
laranja, banana e manga.
Um dos países mais pobres, a GB, com cerca de 1 milhão de habitantes, vive internamente, uma economia artesanal,
uma das nações a ocuparem, cada vez mais a “periferia da periferia”.
A trajetória da literatura da Guiné-Bissau e as conotações do mar em sua poesia
As letras guineenses apresentaram um desenvolvimento lento e tardio. A princípio a literatura só existia somente
enquanto voz, constituindo-se de lendas, adivinhas, provérbios passados oralmente pelos mais velhos.
Cônego Marcelino Marques de Barros, foi o primeiro a recolher essas tradições quer circulavam em crioulo com a
publicação de Litterattura do negros (1900).
Após a independência foram editadas duas coleções sobre a Ilha de Bolama: uma de adivinhas N sta Li ‘N sta La (1979),
e outra de estórias, Jumbai(1979), ambas organizadas por Tereza Montenegro e Carlos Morais.
Tereza Montenegro, tem uma produção importante sobre as tradições guineenses. No livro de contos As Enxadas do
rei de 1995, ela aborda a mitologia dos animais no imaginário guineense. Até antes da guerra entre GB e Senegal em
1998, o Instituto de pesquisas de GB vinha editando vários textos em crioulo, divulgando as tradições orais de
diferentes grupos étnicos do país.
As clássicas antologias existentes sobre as Literaturas Africanas de Língua Portuguesa costumam dar pouco relevo aos
poetas guineenses e devido a essa carência de material, a literatura da Guiné quase não tem sido estudada.
Em 1990, Manuel Ferreira publica a Antologia poética da Guiné-Bissau, um dos trabalhos um pouco mais completos
sobre a produção poética guineense, em 1991, com a livro No Ritmo dos Tantãs, de Rogerio Andrade Barbosa, oito
poetas de GB são incluídos, contribuindo para a divulgação da poesia feita em GB.
Alguns estudiosos das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa apontam o início da literatura na GB nos anos 20 e
30 do sec. XX, quando surgiram os primeiros textos escritos, cuja temática se ocupava com a natureza guineense.
Destacam-se, nesse panorama, os nomes de Fernanda de Castro e de Fausto Duarte.
Nessa fase, segundo a professora Inocência Mata, a literatura apresenta uma visão colonial, pois apesar da temática
estar ligada a terra, os textos ideologicamente, efetuam, na verdade uma apologia ao colonizador. É dessa época o
livro Poemas, de Carlos Semedo
A fase nacional da literatura guineense começa a delinear ainda timidamente com Antonio Baticã Ferreira, cujo os
poemas buscam a identificação com a terra natal, tratada idilicamente. O autor aparecem em duas coletâneas Poesia
e ficção (1972) e em Poilão (1973).
Baticã, por ter vivido fora da Guiné, passa a seus versos a angústia do exilio. ´Canta a saudade da infância na Guiné e
o mar, na sua poesia, apesar de pouco recorrente, se apresenta como signo da vastidão que separa o poeta do passado,
tornando-se, desse modo, um representação metafórica da solidão.
Anteriores a essas antologias, dois poetas se singularizam no panorama literário da GB: Amílcar Cabral, cuja obra
poética foi produzida entre os anos 40 e 50 e Vasco Cabral seus poemas iniciais datam de 1955. O professor, Manuel
Ferreira defende a binacionalidade de Amílcar Cabral, nascido em GB filho de cabo-verdianos, viveu até a juventude
em Cabo Verde.
Do ponto de vista literário a poética de Amílcar Cabral, dois momentos: o da problemática islenha, ou seja da
insularidade cabo-verdiana, e o da matriz social, da poesia guerrilheira que se faz arma de luta.
A poesia de Amílcar evolui de um telurismo insular a um canto ideológico de denúncia. Em seus versos ressoam as
vozes populares que se indignaram com as contradições sociais.
Interessante notar as mudanças semânticas por que se passam as metáforas do mar em sua poesia: na primeira fase,
o sujeito poético é prisioneiro das aguas marítimas que o cerceiam no restrito universo cultural das Ilhas; na segunda
fase, o oceano é veículo de sua revolta, pois, é através dele, que seus gritos e protestos se encontrarão com outras
consciências guerrilheiras.
O mar é entendido como estrada para a conquista da liberdade como canal de conscientização dos negros dispersos
e oprimidos em todo o mundo. A poesia de Amílcar Cabral, apresenta-se portanto em sua fase, intimamente
relacionada à estética marxista, tendo influência do neo-realismo português que também se caracterizou pelo
realismo crítico e pelas denúncias sociais.
Os críticos Fernando Martinho e Hamilton Russel, em seus estudos sobre a poesia em GB, apontam Vasco Cabral,
como marco da literatura nacional guineense.
Vasco participou do movimento em prol da poesia negra produzida em língua portuguesa, fez de seus versos uma
poética de combate ao colonialismo. Clamou pela coragem e determinação nacionalista de seu povo para se livrar da
opressão portuguesa
Em 1981, publicou seu livro A luta é minha esperança, o qual enveredou por uma poética de combate.
O mar aparece em alguns poemas, com a seguintes conotações: a das águas mágicas da infância que a opressão
desfigurou; e da revolta que encharca a memória do poeta ao recordar o cais de Pidjiguiti, manchado pelas nódoas do
massacre cometido contra 50 trabalhadores inocentes; a do oceano, metalinguisticamente, associado à poesia que se
apresenta como canto engajado a serviço da luta pela independência da Guiné.
Após a proclamação da independência da Guiné em 73, as antologias poéticas tem papel importante na divulgação da
produção literária guineense e contribuem para a formação do sistema literário nacional. Tentando atenuar os
problemas econômicos dos autores que não tinham condições de custear sias publicações individuais, as coletâneas
de poesia surgem coo representações coletivas das vozes poéticas existentes no país.
Em 1977, a primeira antologia Mantenhas para quem luta! – a nova antologia da Guiné-Bissau, reunindo, entre outros,
os poetas Helder Proença e José Carlos Schwartz. A segunda, a Antologia dos jovens poetas – momentos primeiros
de construção, sai em 1978, e em 1979, a terceira intitulada, Os Continuadores da revolução e a recordação do passado
recente.
A estética dessas obras pautavam-se por vertentes sociais que faziam a denúncia da repressão colonialista, celebravam
a libertação conquistada, exaltavam heróis guerrilheiros. Além dessa dimensão ideológica, muitos poetas cantavam a
necessidade do resgate da Mãe-África, da afirmação da identidade negra-africana. Outro aspecto importante dessas
antologias foi a utilização do crioulo como língua literária. José Carlos Schwartz, consagrou-se como um dos poetas
dessa vertente crioula da poesia guineense.
Helder Proença, embora engajado no processo de libertação nacional, sua poesia, sem se desligar do ideológico, opera
também com labor o estético da linguagem, o poeta também canta as mulheres, os sentimentos humanos.
Nos seus poucos poemas sobre o mar, ele representa a partida, a solidão, que o separa da amada e da terra natal. O
tema da pátria é o mais recorrente em sua obra fazendo dele um dos mais fies representantes da literatura nacional
guineense.
Agnelo Regalla apresenta poemas fortemente carregados de uma ideologia denunciadora do colonialismo. O mar em
sua poesia traz a memória das caravelas coloniais e torna-se o local da revolta que faz a catarse da opressão.
Antonio Soares Lopes Junior é um grande poeta que apesar de seus versos apresentarem um forte conteúdo de
denúncia social, ele não se restringe apenas a poesia engajada. Usando da parodia e da metalinguagem, ele encontra
um estilo próprio e original.
José Carlos Schwartz, era também cantor. Com suas canções, se celebrizou no panorama poético da Guiné. Sua poesia
e letra de músicas, além de trabalharem o crioulo, revelam duas vertentes: a lírica, que fala dos sentimentos, e a
ideológica, comprometida com a guerrilha.
Pascoal d’Artangnan seus poemas não só figuram nas antologias do pós-independência, mas Poilão, quando
comungou com os ideais da poesia de combate. Sua linguagem, mesmo nos texto politicamente engajados, sempre
buscou a renovação através do um intenso labor estético; por intermédio de metáforas contundentes, expressava sua
indignação diante das injustiças sociais e da opressão, como por exemplo, o massacre ocorrido no cais de Pidjiguiti.
Carlos Alberto Almada é outro poeta da fase pós-independência que também associa o mar a busca da liberdade. A
vastidão do Atlântico está para ele impregnada da memória negreira a ser expurgada.
Na Antologia poética da Guiné Bissau, publicada em 1990, destacam-se Félix Sigá, que se caracterizou como “poeta
urbano crioulo”; o de Domingas Samy (Mingas Samy); o de Jorge Cabral, cuja a obra se afasta dos slogans da poética
de combate que dominou a produção literária da Guiné-Bissau.
Os poemas de Mingas espelham a celebração da paz, da pátria conquistada. O mar, para ela, traz a memória do sangue
da dor, servindo apenas para forjar a revolta que deu consciência ao povo. A poética de Mingas se identifica muito
mais aos cheiros da terra que ela quer enaltecer, e os amores que, depois de tantos anos de guerra, quer disfrutar.
Jorge Cabral, é o cantor dos sentimentos das belezas da pátria, a qual, retorna após longo exílio. Seus versos optam
pelo silêncio. O mar para ele representa vida, mas também significa solidão, quando ausente da pátria, se sentia só e
sem raízes.
Odete Semedo, tem em seus poemas um teor intimista a qual constitui uma exceção na poesia da Guiné-Bissau.

Observa-se que a produção literária da poesia guineense não é extensa e, além disso, se encontra pouco divulgada, o
que agrava o desconhecimento dessa literatura.
O tema do mar não é uma constante e, quando surge, vem, geralmente, associado à catarse do colonialismo. É o
oceano português que ainda precisa ser exorcizado para que as aguas marítimas do litoral guineense possam ser
decantadas como signos da hibrida e multicultural identidade do país.
Comparada a prosa, a poesia, na GB, apresenta um acervo maior de obras editadas. Segundo o professor Hildo do
Couto, o ritmo poético presenta uma transição natural bem mais próxima dos cantos populares crioulos presentes nas
manifestações culturais orais das várias etnias locais.
Quanto à prosa, excetuando-se as recolhas de narrativas da tradição oral feitas por Tereza Montenegro e Carlos
Morais, notamos ainda um reduzido número de publicações.
Alem da produção literária em livros e antologias, existem também contribuições avulsas publicadas em jornais (No
Pintcha, Banobero, Correio de Guiné-Bissau) e a revista Tcholona, um dos veículos culturais do Instituto Nacional de
Pesquisas (INEP) e da União Nacional dos Artistas e Escritores do Guiné-Bissau.
Moema Parente Augel, responsável pela primeira grande sistematização da história da literatura de Guiné-Bissau e a
divulgação de várias obras de prosa e poesia guineense.

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