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AMOR-PRÓPRIO

• A invocação de “amar o próximo” é um dos preceitos fundamentais da vida civilizada;

Mas é algo que só pode ser aceito se existir algum sentido

• Em que amar o próximo vai me beneficiar? (relações de troca);

Torna-se suficiente perguntar “por que devo fazer isso?”. Para então sentir o absurdo que é
amar o próximo, qualquer próximo, simplesmente por ser um próximo.

• Se é um estranho (sem valor), será difícil amá-lo;

Se o próximo não pode trazer nenhum significado para mim, se ele é um estranho que não
pode contribuir em nada na minha vida, será difícil amá-lo. Será ainda mais difícil se este
estranho não consegue demostrar evidências suficientes de que demostre por mim a mínima
consideração.

• Ao aceitar o preceito de amar o próximo, o ser humano se afasta da natureza;

Quando aceita que o amar o próximo é um ato de fé, então ele ser humano se afasta da
natureza, pois a natureza é contrária a esta, então o ser humano se torna num ser não-
natural.

• Amar o próximo resulta, então, no ato fundador da humanidade;

Esse é o ato de origem da humanidade, também é o momento que se passa do instinto de


sobrevivência para o da moralidade. Segundo ele é esse ingrediente (moralidade) que torna
a sobrevivência de um ser humano na sobrevivência da própria humanidade.

• É este amor que difere o ser humano de qualquer outra criatura viva;

Pois é isso que distingue o ser humano de qualquer outra criatura viva; sua capacidade de
poder ter princípios morais que regem toda sua vida. A vida humana não é pura e
simplesmente regida por instintos como é o caso dos outros animais.

• O amor-próprio separa o homem de qualquer dos animais (por mais próximo que seja);

O amor-próprio o separa o homem de qualquer animal por próximo que este seja; quando se
trata de amor-próprio nossos caminhos se separam e a partir daí, seguimos por conta
própria.
• O amor-próprio faz com que o homem “se agarre a vida” (permanecer vivo).

Ele vai tentar a todo custo permanecer vivo, ele se agarra a vida, de forma irá fazer de tudo
para resistir e evitar uma morte prematura, rápida, sem razão.

• Neste aspecto os animais são especialistas, não precisam de amor-próprio para lhes
ensinar a manter-se vivo e em forma;

Os animais, diferente do humano, não precisa do amor próprio para lhes ensinar que
manter-se vivo e em forma é a coisa certa a fazer.

• Os instintos de sobrevivência e do amor-próprio podem correr de forma paralela e às vezes


de forma oposta;

• O amor-próprio pode rebelar-se contra a vida (valor da vida);

Quando isso acontece, quando ele se rebela contra a continuidade da vida, ele nos estimula
a convidar o perigo e dar boas-vindas a ameaça. Não temos mais um amor à vida para nos
fazer repensar certos hábitos ou perigos. Isto nos levar a sentimento de a vida não mais se
ajusta aos nossos padrões e por isso não vale a pena ser vivida.

• O amor-próprio se dar com o reconhecimento;

O que amamos no nosso amor-próprio são os eus apropriados para serem amados. Amamos
o estado ou a esperança, de sermos amados pelo outro. De sermos objeto digno de amor,
que outro possa reconhecer em nós esse sentido, precisamos ser reconhecidos.

• Em suma: para ter amor-próprio, precisamos ser amados;

O amor-próprio só pode ser construído a partir do amor que nos é oferecido pelos outros.
Então o outro precisa nos amar primeiro para que comecemos a mar a nós mesmos. Somos
dependentes do amor e do reconhecimento do outro, para que possamos desenvolver o
amor-próprio.

• Sabemos que somos amados quando percebemos que somos importantes para o outro;

Entendemos que somos amados quando o outro fala com a gente, quando está interessado
em nos escutar, demostra interesse em responder o que é perguntado. Ou seja, entendemos
esses atos como atos de consideração, o outro nos considera importantes e por isso somos
amados.

• “O outro me respeita porque tenho algo que só eu posso oferecer”.

Não sou um objeto que pode ser facilmente substituído, sou especial, o que faço e digo tem
valor, eu faço a diferença e por isso sou reconhecido, por isso sou amado.
• Ame o próximo como a si mesmo, significa que o próximo é importante da mesma forma
que você;

Significa que o próximo tem as mesmas características que eu vejo necessária em mim. Ou
seja, eu amo a próximo à medida que eu vejo eu me vejo nele, então ao amá-lo, eu estou
amando a mim mesmo.

• “Amar o próximo significa então, respeitar a singularidade de cada um, o valor de nossas
diferenças que enriquecem o mundo que habitamos em conjunto e assim, o tornam um
lugar mais fascinante e agradável”.

Não podemos ou não devemos amar somente aos iguais, as pessoas com quem no
identificamos por se parecerem conosco.

DESUMANIDADE

• Tendemos a medir o grau de desumanidade das guerras pelo número de baixas que elas
causam;

Tendemos a medir o grau da vitimização pelo número de vítimas. Mas nenhum clamor de
tormento pode ser maior que o clamor de um homem; nenhum tormento pode ser maior do
que aquilo que um único ser humano pode sofrer; o planeta inteiro não pode sofrer
tormento maior do que uma única alma.

• Exemplo do caso no Iraque: a embaixadora dos EUA diz que a morte de 500 mil crianças foi
uma escolha difícil, mas que valia a pena;

Meio século depois, quando questionada por Leslie Stahl, da rede de televisão CBS, sobre o
cerca de meio milhão de crianças mortas em função do continuado bloqueio militar imposto
pelos Estados Unidos ao Iraque, Madeleine Albright, então embaixadora norte-americana na
ONU, não negou a acusação, admitindo ter sido "uma escolha difícil de fazer" Mas justificou-
a: "Achamos que era um preço que valia ser pago."

• Como diz o ditado “não se pode fazer uma omelete sem quebrar os ovos”.

Essa é a desculpa favorita usada por quem quer mostrar a necessidade de ser executar algo
ruim na vida do outro, mas que vai beneficiar a sua própria vida.

• Esse é o slogan dos tempos modernos.

Todas as coisas valorosas da vida humana são como fichas para aquisição do único valor que
torna a vida digna de ser vivida. Se outra busca a sobrevivência assassinando a humanidade
do outro, então ele é um sobrevivente da morte de sua própria humanidade.
Pois o que é válido para as omeletes se torna uma mentira cruel quando aplicado à felicidade
e à vida humana.

SOBREVIVÊNCIA

• O valor mais precioso dos seres humanos é uma vida de dignidade, não a sobrevivência a
qualquer custo;

A sobrevivência por si só não consegue entregar um sentido de vida que é necessário para
que o ser humano possa se reconhecer importante e amado.

• Exemplo do filme “A lista de Schindler”: Cena em que ele retira o mestre de obras do vagão
do trem. Aplausos do público (e as outras pessoas?);

Sobreviver aos outros é o tema de A lista de Schindler; sobreviver a qualquer custo e em


qualquer condição, venha o que vier, fazendo o que for preciso fazer. A sala de cinema lotada
irrompe em aplausos quando Schindler consegue tirar seu mestre-de-obras de um trem
pronto a partir para Treblinka. Não importa que o trem não tenha sido impedido de seguir e
o resto dos passageiros dos vagões de gado vá terminar sua jornada nas câmaras de gás. E os
aplausos surgem novamente quando Schindler recusa a oferta de "outra judia" para
substituir a "dele", "erradamente" destinada aos fornos crematórios, e consegue "corrigir" "o
erro".

• Viver significa sobreviver. O mais forte vive. Quem ataca primeiro sobrevive;

• Hoje, o que importa é chegar ao topo. Não se importando com os derrotados;

O manter-se vivo é valor aparentemente não prejudicado pela desumanidade de uma vida
dedicada à sobrevivência. Então vale a pena perseguir este desejo de sobreviver a qualquer
custo, por mais caro que isso saia para os derrotados.

• “A vitimização dificilmente humaniza suas vítimas. Ser vítima não garante um lugar no
mais alto ponto da moral;

• Citação de Antonia Zhelazkova – uma importante etnóloga.

Eu não aceito que as pessoas estejam em posição de combater o impulso de se tornarem


assassinas depois de terem sido vítimas. É exigir demais das pessoas comuns. É freqüente
que a vítima se transforme em carniceiro. O pobre homem, assim como os pobres de espírito
a quem se ajudou, passa a odiá-lo ... porque eles desejam esquecer o passado, a humilhação,
a dor e o fato de terem conseguido algo com a ajuda de alguém, por causa da piedade de
alguém, e não por si mesmos ... Como escapar à dor e à humilhação? A forma natural é
matar ou humilhar seu algoz ou benfeitor. Ou encontrar outra pessoa, mais fraca, para
triunfar sobre ela.
CONFIANÇA

• Confiar nos outros era uma característica humana;

A desconfiança só aparecia em razão de alguma causa específica, mas o natural era que as
pessoas, em circunstâncias normais, contudo, não suspeitaríamos da falsidade de um
estranho, a menos que ele fosse pego na mentira.

• Os membros da atual geração podem achar esse pensamento de um mundo confiante e


fiel como artificial;

As pessoas tendem a tecer suas memórias a respeito do mundo com base nas suas
experiências, então...

• A nova geração se espelha nos personagens de programas televisivos, recentes e


populares, como: Big Brother e Sobreviventes (Survivor);

• Esses programas passam a imagem de que não se pode confiar em ninguém;

Então passa a ser uma característica da vida humana suspeitarmos uns aos outros.

• Programas televisivos como ensaios públicos a descartabilidade dos seres humanos;

Passam a mensagem de as pessoas são como jogadores lutando pela sobrevivência e por isso
mesmo os mais fracos podem ser descartados e esquecidos, só os mais fortes sobrevivem e
merece o reconhecimento e respeito.

• Os outros são, em primeiro lugar e acima de tudo, competidores, tramando como qualquer
competidor, cavando buracos, preparando emboscadas, torcendo para que venhamos a
tropeçar e cair”.

• Estamos de volta ao pensamento darwiniano: é o mais apto quem sobrevive;

A sobrevivência é a prova de aptidão, só fortes podem sobreviver e então receber o


reconhecimento por suas vitórias e conquistas.

RELACIONAMENTO PURO

• Relacionamento puro (Giddens): se trata do que cada um pode ganhar em um


relacionamento;

Tende a ser nos dias de hoje, a forma predominante de convívio humano. O relacionamento
só dura enquanto as partes acreditam estar tendo suas satisfações atendidas, ou seja, de
alguma forma podem encontrar valor nessa relação para continuar nela.
• O “até que a morte nos separe”, parece mais como uma armadilha neste relacionamento
puro;

E por isso mesmo devem ser evitados a todo custo. Não se pode ficar preso em uma relação
que proporciona perdas e que não serve para trazer benefícios. Meus benefícios devem ser
atendidos.

• Estar amarrado ao parceiro não significa que ele não esteja livre. Nenhum vínculo pode
assegurar que ele não faça o que você não quer. Ele pode ir e vir;

Os relacionamentos puros são frágeis, tendentes a não durar mais do que o tempo que
podem ser convenientes de alguma forma. As raízes não podem ser profundas, são razas.

• Parceiras frouxas e irrevogáveis substituem o “até que a morte nos separe”;

• A famosa “flexibilidade” (fragilidade, fluidez) marca todas as espécies de vínculos sociais;

A busca pelo relacionamento duradouro e fidedigno que antes se pretendia ter, hoje, não é
mais uma característica que se busca em relacionamento.

ESPAÇO GLOBAL E LOCAL

• "Quanto mais nos destacamos de nossas vizinhanças imediatas, mais dependemos da


vigilância desse ambiente ... Os lares de muitas áreas urbanas do mundo agora existem
para proteger seus habitantes, não para integrar as pessoas a suas comunidades“;

• Virtualmente as cidades do mundo parecem estar conectadas, independente da distância.


Porém, há um crescente senso de desconexão local em relação a áreas e pessoas
fisicamente próximas, mas social e economicamente distantes;

As redes conectam as pessoas distantes, ao mesmo tempo que afastam os próximos. A


camada superior (as elites) está em qualquer lugar a qualquer tempo. A imagem que se tem
é a de dois mundos divididos, segregados e distintos. Os que vivem em um desses mundo
podem estar com outros, “no lugar”, mas não são “do lugar”. O ciberespaço é o lar genuíno
da camada superior, ainda que este seja virtual.

O mundo em que vive a outra camada de moradores da cidade, "inferior", é o exato oposto
do primeiro. Define-se sobretudo por ser isolado daquela rede mundial de comunicação pela
qual as pessoas da "camada superior" se conectam e com a qual suas vidas se sintonizam. Os
habitantes urbanos da camada inferior estão "condenados a permanecerem locais"
CIDADES CONTEMPORÂNEAS

• As cidades contemporâneas são campos de batalhas. Os poderes e os significados e


identidades locais se encontram, se chocam, lutam entre eles;

São esses confrontos que coloca em movimento e orienta a dinâmica da cidade liquido-
moderna.

• As cidades são caracterizadas agora por preocupações com proteção e segurança;

• Há uma crescente percepção das cidades como locais perigosos.

Hannigan descobriu que uma tendência oposta teve início perto do final do século. Depois
dos muitos anos de vacas magras, marcados pelo medo de sair à noite e pela "desertificação"
que isso provocou, as autoridades urbanas dos Estados Unidos uniram-se a patrocinadores
no esforço de tornar o centro das cidades novamente alegres, uma atração irresistível para
farristas em potencial, com "a diversão retornando às áreas centrais" e "visitantes diurnos"
["day -trippers"] sendo novamente arrastados para elas, na esperança de encontrar alguma
coisa "excitante, segura e inexistente nos subúrbios".

ESTRANHOS

• As cidades são espaços em que os estranhos permanecem e se movimentam em íntima


proximidade;

Nas cidades os estranhos podem se manter próximo por um longo período e, ainda que
interajam com muita frequência, continuam estranhos

“Os habitantes das cidades não são necessariamente mais inteligentes que outros seres
humanos, mas a densidade da ocupação espacial resulta na concentração de necessidades.
Assim, nas cidades se fazem perguntas que nunca foram feitas, surgem problemas que em
outras condições as pessoas nunca tiveram oportunidade de resolver. Encarar problemas e
questionar trazem um desafio e ampliam a inventividade humana a um nível sem
precedentes”.

• O estranho é, por definição, um agente movido por intenções que na melhor das hipóteses
se poderia adivinhar, mas nunca saber com certeza;

A presença de estranhos permanece desconfortável a medida em que não possível predizer


suas chances de sucesso ou fracasso.
• Compartilhar o espaço com estranhos, viver na sua proximidade repugnante e
impertinente, é uma condição da qual os habitantes das cidades consideram difícil, talvez
impossível escapar. A proximidade de estranhos é sua sina;

• Sobre São Paulo, caótica e em rápida expansão, escreve Teresa Caldeira: "São Paulo é hoje
uma cidade de muros. Barreiras físicas foram construídas em toda parte — em torno de
casas, prédios, parques, praças, escolas e complexos empresariais... Uma nova estética da
segurança modela todos os tipos de construções e impõe uma nova lógica de vigilância e
distância..."

• Os que podem vivem em condomínios: lugares fisicamente dentro, mas social e


espiritualmente fora da cidade;

Nas propagandas se mostram lugares onde se propõe um modo de vida completo o quer
dizer uma alternativa a vida nas cidades e seus espaços públicos deteriorados. Um traço
importante dos condomínios é o seu isolamento e distância da cidade. Lugares isolados e
protegidos, seguros da vida externa e caótica da cidade.

Os moradores dos condomínios cercam-se para ficar "fora" da excludente, desconfortável,


vagamente ameaçadora e dura vida da cidade — e "dentro" do oásis de calma e segurança.

A cerca separa o "gueto voluntário" dos ricos e poderosos dos muitos guetos forçados que os
despossuídos habitam.

• Em São Paulo, a tendência segregacionista e exclusivista se apresenta da forma mais


brutal, inescrupulosa e desavergonhada;

De forma paradoxal as cidades que foram construídas originalmente com objetivo de


oferecer segurança a seus habitantes, hoje, representam o perigo. Há hoje uma proliferação
dos sistemas de segurança, travas elétricas, câmeras, a vigilância busca trazer um sentimento
de tranquilidade nas cidades tomadas pelo medo.

• As ameaças ao corpo e à propriedade estão se transformando em considerações


importantes para a escolha do a se viver;

• As novas construções, anunciadas com maior orgulho e as mais imitadas, são "espaços
interditados" — "planejados para interceptar, repelir ou filtrar os usuários potenciais"
Explicitamente, o propósito dos "espaços interditados" é dividir, segregar e excluir — e não
construir pontes, passagens acessíveis e locais de encontro, facilitar a comunicação ou, de
alguma outra forma, aproximar os habitantes da cidade.
MIXOFOBIA E MIXOFILIA

• Se esqueceram ou não mais se preocupam em adquirir as habilidades para viver com a


diferença, não surpreende muito que essas pessoas vejam com um horror crescente a
possibilidade de se confrontarem face a face com estranhos. Estes tendem a parecer ainda
mais assustadores na medida em que se tornam cada vez mais diferentes, exóticos e
incompreensíveis;

• É na cidade que os estranhos que se confrontam no espaço global como Estados hostis,
civilizações rivais ou adversários militares se encontram como seres humanos individuais,
se veem de perto, conversam, aprendem os costumes uns dos outros, negociam as regras
da vida em comum, cooperam e, cedo ou tarde, se acostumam com a presença dos outros
e, cada vez mais, encontram prazer em sua companhia.

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