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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Aos meus pais, Marlene e Antonio Carlos, e a toda minha família que sempre me
incentivaram e apoiaram nessa caminhada.
A maior recompensa do nosso trabalho
não é o que nos pagam por ele,
mas aquilo em que ele nos transforma.
(John Ruskin)
Resumo
Palavras-chave
Elementos Finitos Axissimétricos, Placas Circulares, Análise de Tensões
Abstract
Keywords
Axisymmetric Finite Elements, Circular Plates, Stresses Analysis
i
Sumário
SUMÁRIO_________________________________________________________________I
LISTA DE FIGURAS______________________________________________________ IV
SOBRESCRITOS __________________________________________________________ X
SUBSCRITOS_____________________________________________________________ X
ABREVIATURAS _________________________________________________________ X
SIGLAS _________________________________________________________________ XI
CAPÍTULO 1 _____________________________________________________________ 1
INTRODUÇÃO ___________________________________________________________ 1
1.2 Objetivos------------------------------------------------------------------------------------------- 2
CAPÍTULO 2 _____________________________________________________________ 4
CAPÍTULO 4 ____________________________________________________________ 25
CAPÍTULO 5 ____________________________________________________________ 56
iii
VALIDAÇÃO DO CÓDIGO COMPUTACIONAL _____________________________ 56
CAPÍTULO 6 ____________________________________________________________ 74
CAPÍTULO 7 ____________________________________________________________ 93
7.1 Conclusões----------------------------------------------------------------------------------------94
APÊNDICE A ____________________________________________________________ 99
Lista de Figuras
Figura 3.6 – (a) Elemento no Sistema Global; (b) Elemento no Sistema Local -----------------19
Figura 3.8 – (a) Elemento no Sistema Global; (b) Elemento no Sistema Local -----------------20
Figura 3.9 – Função de Forma (a) para o Nó no. 2; (b) para o Nó no. 8---------------------------21
Figura 3.10 – (a) Elemento no Sistema Global; (b) Elemento no Sistema Local----------------22
Figura 4.9 – Placa Circular Simplesmente Apoiada sujeita a um Carregamento Distribuído -51
v
Figura 4.10 – Placa Fina Circular Engastada sujeita a um Carregamento Concentrado--------53
Figura 6.1 – Placa Fina Circular Simplesmente Apoiada sob uma Carga Concentrada --------76
Lista de Tabelas
Simbologia
Letras Latinas
d derivada total
fs r , fs z forças de superfície Pa
[J ] matriz jacobiana
Ni funções de interpolação
p pressão Pa
ix
2
po carregamento uniformemente distribuído N/m
P carregamento concentrado N
u, v deslocamentos no plano rz m
w deslocamento vertical m
x, y, z coordenadas cartesianas
z, r coordenadas polares
Letras Gregas
θ coordenada polar
υ coeficiente de Poisson
τ rz tensão de cisalhamento Pa
ε r , ε z , εθ deformações específicas
∂
derivada parcial
∂
{σ } vetor de tensões Pa
x
{ε } vetor de deformações específicas
∇2 operador de Laplace
Sobrescritos
Subscritos
int. interno
ext. externo
mín. mínimo
máx. máximo
h solução homogênea
p solução particular
e referente ao elemento
Abreviaturas
cos cosseno
sin seno
tan tangente
int. interno
ext. externo
xi
mín. mínimo
máx. máximo
Siglas
INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
No segundo capítulo é realizada uma revisão bibliográfica sobre o MEF e também sobre
a recente utilização dos elementos axissimétricos.
3
O terceiro capítulo apresenta a teoria da formulação isoparamétrica do MEF para os
elementos axissimétricos, a implementação da rotina computacional será feita com base na
teoria apresentada neste capítulo.
O quarto capítulo mostra todo o desenvolvimento das equações para o cálculo dos
deslocamentos e das tensões em vasos de pressão cilíndricos de parede espessa, mostra
também as equações para placas finas circulares, com base nas hipóteses simplificadoras de
Kirchhoff.
No sétimo capítulo é feita uma conclusão sobre os resultados apresentados nos capítulos
anteriores e também são sugeridas algumas possibilidades para trabalhos futuros.
Capítulo 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O termo Elementos Finitos do método dos elementos finitos – MEF – foi usado pela
primeira vez na literatura por Clough (1960) em um artigo de engenharia sobre aplicações da
elasticidade plana. Porém, a idéia fundamental do método já vinha sendo utilizada há alguns
anos por matemáticos, físicos e engenheiros.
No início dos anos sessenta, as bases matemáticas do MEF ainda não estavam
completamente desenvolvidas. Apesar disso, o método já era usado por engenheiros para a
solução de uma grande quantidade de problemas estruturais (Davies, 1986). A solução para
5
problemas tridimensionais necessitaram apenas da expansão da teoria para problemas
bidimensionais apresentada por Argyris.
O método começou a utilizar o já conhecido método dos resíduos ponderados (Szabo &
Lee, 1969) tornando assim possível a solução de problemas para os quais o princípio
variacional não oferecia solução ou as soluções eram muito complexas. Escoamentos de
fluidos viscosos (Connor & Brebbia, 1976) e problemas não lineares em eletromagnetismo
(Zienkiewicz et al., 1977) são exemplos desses problemas.
Courant (1943) apresentou a solução para problemas envolvendo torção usando funções
de interpolação lineares para elementos triangulares, tendo-se como base o princípio da
energia potencial mínima. Artigos similares foram apresentados por Polya (1952) e
Weinberger (1956). O trabalho de Greestadt (1959) considerou um meio contínuo com sendo
um acoplamento de vários elementos discretos e fez considerações sobre as variáveis em cada
região. Nesse trabalho, foi utilizado, pela primeira vez, o princípio variacional.
Percy et al. (1965) empregou o método dos elementos finitos para determinar a solução
de problemas em corpos de revolução sujeitos a cargas simétricas e assimétricas. Smith
(1966) apresentou o desenvolvimento de um procedimento para a análise estática
axissimétrica através da simplificação das estruturas em uma série de seções anulares. Toda a
parte de programação da teoria apresentada por Smith foi desenvolvida e publicada
posteriormente por Patrick (1966).
Smith & Filz (2007) propuseram um modelo numérico axissimétrico de uma célula de
reforço estrutural em colunas de sustentação de barragens. Uma comparação foi feita entre as
análises axissimétrica e tridimensional para o problema. Os resultados mostraram uma boa
concordância entre os valores obtidos através dos dois métodos de análises e também os
valores experimentais colhidos da estrutura analisada.
Santos et al. (2008) realizaram uma análise através do MEF de cascas laminadas
axissimétricas com sensores e atuadores piezelétricos. Foram analisados os momentos de
torção e os modos de vibrar das estruturas. As equações de movimento tridimensional da
elasticidade foram reduzidas a equações bidimensionais envolvendo um termo
circunferencial. Na formulação do MEF foi utilizada uma série de Fourier truncada para a
expansão das variáveis dependentes, carregamento e o potencial elétrico. Mostra-se, nesse
trabalho, o acoplamento dos termos simétricos e assimétricos para materiais laminados com
piezelétricos. Os resultados tiveram boa concordância com outras soluções obtidas por outras
formulações numéricas.
Uma nova aplicação da formulação axissimétrica foi apresentada por Smith (2008) para
a análise de estruturas de revolução tipo cascas e placas sujeitas a carregamentos
axissimétricos. Nesse trabalho, Smith propõe um novo método de cálculo de tensões em
problemas axissimétricos que se baseia na divisão da estrutura em várias seções anulares
8
independentes. A solução apresentada por Smith é simplificada em relação à formulação
axissimétrica tradicional. No entanto, a solução se mostrou muito eficiente no cálculo de
deslocamentos e tensões para placas circulares sujeitas a carregamentos uniformemente
distribuídos.
Capítulo 3
A Fig. 3.2 ilustra um toróide formado pela revolução de um retângulo em torno do eixo
z de simetria. O elemento retangular que gera o anel está no plano rz do corpo de revolução.
independentes da coordenada θ .
11
As Figs. 3.3a-b mostram um elemento de volume de um elemento axissimétrico e sua
seção reta para representar o estado geral de deformações para um problema axissimétrico.
∂u ∂v ∂u ∂v
εr = , εz = e γ rz = + (3.1)
∂r ∂z ∂ z ∂r
Analisando a Fig. 3.3(b), pode ser observado que antes da deformação o comprimento
do arco AB é r dθ e após a deformação, o arco AB passa a ter comprimento (r + u ) dθ .
Então, a deformação tangencial é dada por
εθ =
(r + u )dθ − rdθ =
u
(3.2)
rdθ r
⎧ ∂u ⎫
⎪ ∂r ⎪
⎧εr ⎫ ⎪ ∂v ⎪
⎪ε ⎪ ⎪ ⎪
⎪ z ⎪ ⎪ ∂z ⎪
{ε } = ⎨ ⎬ = ⎨ ⎬ (3.3)
⎪γ rz ⎪ ⎪ ∂ u + ∂ v ⎪
⎪⎩ ε θ ⎪⎭ ⎪ ∂ z ∂ r ⎪
⎪ u ⎪
⎪ ⎪
⎩ r ⎭
12
νσ z σr νσ θ
εr = − + − (3.4a)
E E E
σ z νσ r νσ θ
εz = − − (3.4b)
E E E
2(1 + ν )τ rz
γ rz = (3.4c)
E
νσ z νσ r σθ
εθ = − − + (3.4d)
E E E
Usando as Eqs. (3.4), o vetor de tensões pode ser colocado em função do vetor de
deformação como
⎧σ r ⎫ ⎡1 −ν ν 0 ν ⎤⎧ ε r ⎫
⎪σ ⎪ ⎢ ν 1 −ν ν ⎥⎥ ⎪⎪ ε z ⎪⎪
⎪ z⎪ E ⎢ 0
⎨ ⎬= 1 − 2ν ⎨ ⎬ (3.5)
⎪τ rz ⎪ (1 + ν )(1 − 2ν ) ⎢ 0
⎢ 0 0 ⎥ ⎪γ rz ⎪
2 ⎥
⎪⎩σ θ ⎪⎭ 1 −ν ⎦⎥ ⎪⎩ ε θ ⎪⎭
⎣⎢ ν ν 0
ou
{σ } = [D]{ε } (3.6)
⎡1 −ν ν 0 ν ⎤
⎢ ν 1 −ν ν ⎥⎥
E 0
[D] = ⎢ (3.7)
(1 +ν )(1 − 2ν ) ⎢ 0 0 (1 − 2ν ) 2 0 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ν ν 0 1 −ν ⎦
u (r , z ) = a + br + crz + dz (3.8a)
u1 = a + b r1 + c r1 z1 + d z1 (3.9a)
u2 = a + b r2 + c r2 z 2 + d z 2 (3.9b)
u3 = a + b r3 + c r3 z3 + d z3 (3.9c)
u4 = a + b r4 + c r4 z4 + d z4 (3.9c)
⎧ u1 ⎫ ⎡1 r1 r1z1 z1 ⎤ ⎧ a ⎫
⎪u ⎪ ⎢1 r2 r2 z2 z2 ⎥⎥ ⎪⎪ b ⎪⎪
⎪ 2⎪ ⎢
⎨ ⎬= ⎨ ⎬ (3.10)
⎪u3 ⎪ ⎢1 r3 r3 z3 z3 ⎥ ⎪ c ⎪
⎪⎩u4 ⎪⎭ ⎢⎣1 r4 r4 z4
⎥
z4 ⎦ ⎪⎩d ⎪⎭
ou
−1
⎧ a ⎫ ⎡1 r1 r1z1 z1 ⎤ ⎧ u1 ⎫
⎪ b ⎪ ⎢1 r2 r2 z2 z2 ⎥⎥ ⎪u ⎪
⎪ ⎪ ⎢ ⎪ 2⎪
⎨ ⎬= ⎨ ⎬ (3.11)
⎪ c ⎪ ⎢1 r3 r3 z3 z3 ⎥ ⎪u3 ⎪
⎪⎩d ⎪⎭ ⎢⎣1 r4 r4 z4 z4 ⎦
⎥ ⎪⎩u4 ⎪⎭
sendo que ai , bi , ci e di são funções das coordenadas globais ri e zi com i = (1, ... , 4) .
15
Levando as Eqs. (3.12) na Eq. (3.8a), vem
ou,
ou,
⎧ u1 ⎫
⎪u ⎪
⎪ ⎪
u (r , z ) = [N1 N2 N3 N 4 ]⎨ 2 ⎬ (3.14b)
⎪u3 ⎪
⎪⎩u4 ⎪⎭
N1 = N1 (r , z ) = a1 + b1 r + c1 rz + d1 z
N 2 = N 2 (r , z ) = a2 + b2 r + c2 rz + d 2 z
(3.15)
N 3 = N 3 (r , z ) = a3 + b3 r + c3 rz + d 3 z
N 4 = N 4 (r , z ) = a4 + b4 r + c4 rz + d 4 z
⎧ v1 ⎫
⎪v ⎪
⎪ ⎪
v(r , z ) = [N1 N2 N3 N 4 ]⎨ 2 ⎬ (3.16)
⎪v3 ⎪
⎪⎩v4 ⎪⎭
16
onde, N1 , N 2 , N 3 e N 4 são as mesmas funções dadas pelas Eqs. (3.15). Logo, as funções
⎧ u1 ⎫
⎪v ⎪
⎪ 1⎪
⎪u2 ⎪
⎪ ⎪
⎧u ⎫ ⎡ N1 0 N2 0 N3 0 N4 0 ⎤ ⎪ v2 ⎪
⎨ ⎬=⎢ ⎨ ⎬ (3.17)
⎩v ⎭ ⎣ 0 N1 0 N2 0 N3 0 N 4 ⎥⎦ ⎪u3 ⎪
⎪ v3 ⎪
⎪ ⎪
⎪u4 ⎪
⎪v ⎪
⎩ 4⎭
ou simplesmente por
{φ } = [N ] {d }e (3.18)
⎡ ⎤
⎢ ∂N ∂N 2 ∂N 3 ∂N 4 ⎥
⎢ 1 0 0 0 0 ⎥ ⎧ u1 ⎫
⎢ ∂r ∂r ∂r ∂r ⎥ ⎪v ⎪
⎢ ⎥⎪ 1⎪
⎧εr ⎫ ⎢ ∂N1 ∂N 2 ∂N 3 ⎥⎪ ⎪
∂N 4 ⎥ ⎪u 2 ⎪
⎪ε ⎪ ⎢ 0 0 0 0
⎪ z⎪ ⎢ ∂z ∂z ∂z ∂z ⎥ ⎪v2 ⎪
⎨ ⎬=⎢ ⎥ ⎨u3 ⎬
(3.19)
⎪γ rz ⎪ ⎢ ⎥⎪ ⎪
⎪⎩ ε θ ⎪⎭ ⎢ ∂N1 ∂N1 ∂N 2 ∂N 2 ∂N 3 ∂N 3 ∂N 4 ∂N 4 ⎥ ⎪ v3 ⎪
⎢ ∂z ∂r ∂z ∂r ∂z ∂r ∂z ∂r ⎥ ⎪⎪u 4 ⎪⎪
⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎪⎩v4 ⎪⎭
⎢ N1 N2 N3 N4
0 0 0 0 ⎥
⎢⎣ r r r r ⎥⎦
que na forma matricial compacta, este vetor pode ser reescrito como
{ε } = [B ]{d }e (3.20)
17
Usando as Eqs. (3.15) e comparando a Eq. (3.19) com a Eq. (3.20), a matriz [B] é
identificada por
⎡ b1 + c1 z 0 b2 + c2 z 0 b3 + c3 z 0 b4 + c4 z 0 ⎤
⎢ 0 c1r + d1 0 c2 r + d 2 0 c3 r + d 3 0 c4 r + d 4 ⎥⎥
[B] = ⎢
⎢c1r + d1 b1 + c1 z c2 r + d 2 b2 + c2 z c3 r + d 3 b3 + c3 z c4 r + d 4 b4 + c4 z ⎥
⎢ ⎥
⎣ B (4,1) 0 B(4,3) 0 B(4,5) 0 B(4,7) 0 ⎦
(3.21)
sendo que
a1 z
B (4,1) = + b1 + c1 z + d1
r r (3.22a)
a2 z
B ( 4,3) = + b2 + c2 z + d 2
r r (3.22b)
a3 z
B (4,5) = + b3 + c3 z + d 3
r r (3.22c)
a4 z
B (4,7) = + b4 + c4 z + d 4
r r (3.22d)
Notar que [B ] é uma função das coordenadas r e z. Portanto, as deformações não serão
constantes no interior do elemento.
⎧σ r ⎫
⎪σ ⎪
⎪ z⎪
⎨ ⎬ = {σ }e = [D ][B ]{d }e (3.23)
⎪τ rz ⎪
⎪⎩σ θ ⎪⎭
e
também é uma função de r e z. A matriz [ K ]e da Eq. (3.25) pode ser avaliada usando
integração numérica por quadratura de Gauss, ou em alguns casos por multiplicação explícita
e integração termo a termo.
O carregamento nodal é
⎧ fs r ⎫
{ f s } = ∫∫ [N ]T ⎨ ⎬ dS (3.26)
S ⎩ fs z ⎭
como
n n
u = ∑ N i u i e v = ∑ N i vi (3.27)
i =1 i =1
n n
r = ∑ N i ri e z = ∑ N i zi (3.28)
i =1 i =1
Figura 3.6 – (a) Elemento no Sistema Global; (b) Elemento no Sistema Local.
N i (ξ ,η ) = (1 + ξ 0 )(1 + η 0 )
1
(3.29a)
4
sendo que
ξ0 = ξ ξi e η 0 = η ηi (i = 1, ..., 4) (3.29b)
A Fig. 3.7 ilustra a função de forma para o segundo ponto nodal do elemento.
Figura 3.8 – (a) Elemento no Sistema Global; (b) Elemento no Sistema Local.
21
Usando as mesmas variáveis ξ 0 e η 0 da Eq. (3.29b), as funções de forma da família
Em ξ i = 0 => para (i = 5, 7)
N i (ξ , η ) =
1
2
( )
1 − ξ 2 (1 + η 0 ) (3.31a)
Em ηi = 0 => para (i = 6, 8)
N i (ξ ,η ) =
1
2
( )
1 − η 2 (1 + ξ 0 ) (3.31b)
A Fig. 3.9(a) ilustra a função de forma para o segundo ponto nodal, enquanto a Fig.
3.9(b) mostra a função de forma para o oitavo ponto nodal do elemento.
Figura 3.9 – Função de forma (a) para o nó no. 2; (b) para o nó no. 8.
Figura 3.10 – (a) Elemento no sistema global; (b) elemento no sistema local.
1
Ni = (1 + ξ 0 ) (1 + η 0 )[−10 + 9(ξ 2 + η 2 )] (3.32)
32
1
Em ξi = ±1 com η i = ± => para (i = 7, 8, 11, 12)
3
9
Ni = (1 + ξ 0 ) (1 − η 2 )(1 + 9η0 ) (3.33)
32
1
Em ηi = ±1 com ξ i = ± => para (i = 5, 6, 9, 10)
3
9
Ni = (1 + η 0 ) (1 − ξ 2 )(1 + 9ξ 0 ) (3.34)
32
A matriz [D] que relaciona as tensões com as deformações é a mesma dada pela Eq.
(3.7), ou seja
⎡1 −ν ν 0 ν ⎤
⎢ ν 1 −ν ν ⎥⎥
E 0
[D] = ⎢ (3.36)
(1 +ν )(1 − 2ν ) ⎢ 0 0 (1 − 2ν ) 2 0 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ν ν 0 1 −ν ⎦
⎡ ∂N1 ∂N 2 ∂N 3 ∂N n ⎤
⎢ ∂r 0 0 0 … 0 ⎥
∂r ∂r ∂r
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ ∂N1 ∂N 2 ∂N 3 ∂N n ⎥
⎢ 0 0 0 … 0 ⎥
⎢ ∂z ∂z ∂z ∂z ⎥
[B ] = ⎢ ⎥ (3.37)
⎢ ∂N ∂N1 ∂N 2 ∂N 2 ∂N 3 ∂N 3 ∂N n ∂N n ⎥
⎢ 1 … ⎥
⎢ ∂z ∂r ∂z ∂r ∂z ∂r ∂z ∂r ⎥
⎢ ⎥
⎢N N2 N3 Nn ⎥
⎢ 1 0 0 0 … 0 ⎥
⎣ r r r r ⎦
⎧ ∂N i ⎫ ⎧ ∂N i ⎫
⎪ ∂r ⎪ ⎪
−1 ⎪ ∂ξ ⎪
⎪
⎨ ⎬ = [J ] ⎨ ⎬ (3.38)
⎪ ∂N i ⎪ ⎪ ∂N i ⎪
⎩ ∂z ⎭ ⎪⎩ ∂η ⎪⎭
⎡ n ∂N i n
∂N ⎤
⎢ ∑ ∂ξ ri ∑ ∂ξi zi ⎥
⎢ i =1 i =1 ⎥
[J ] = ⎢ ⎥ (3.39)
⎢ ⎥
⎢ n ∂N i r n
∂N i z ⎥
⎢ ∑ ∂η i ∑ ∂η i ⎥⎦
⎣ i =1 i =1
Ni
Os termos que constam na quarta linha da matriz [B ] são determinados usando a
r
coordenada global r da Eq. (3.28). Então
Ni Ni
= n
(i = 1, ..., n) (3.40)
r
∑ N j rj
j =1
n
Como dr dz = dA = det[ J ] dξ dη e r = ∑ N j r j , a matriz de rigidez de elementos
j =1
1 1 ⎛ n ⎞
[K ]e = 2π ∫ ∫ [B(ξ ,η )]T [D][B(ξ ,η )]⎜⎜ ∑ N j r j ⎟⎟ det[J (ξ ,η )]dξ dη (3.41)
−1 −1 ⎝ j =1 ⎠
⎧ fs r ⎫
{ f s }e = ∫∫ [N (ξ ,η )]T ⎨ ⎬dS (3.42)
S ⎩ fs z ⎭
⎡ N (ξ ,η ) 0 ⎤
[N (ξ ,η )]k = [N (ξ ,η )]Tk =⎢ k (3.43)
⎣ 0 N k (ξ ,η )⎥⎦
Capítulo 4
Este capítulo tem por objetivo mostrar o desenvolvimento das equações para cálculo de
deslocamentos e de tensões em vasos de pressão cilíndricos e em placas finas. Os valores dos
deslocamentos e das tensões serão comparados com os resultados obtidos através do código
computacional implementado a fim de verificar a validade da metodologia empregada no
código. O desenvolvimento das equações para vasos de pressão é realizado com base na teoria
mostrada por Ugural & Fenster (1995), enquanto que as equações da teoria de placas finas
mostradas neste trabalho são obtidas com auxilio de Ugural (1981).
Seja uma grande placa fina com um pequeno furo no centro sujeito a uma pressão
uniforme, Fig. 4.1. As tensões serão simétricas em relação ao eixo z e as deformações também
se mostram independentes da coordenada θ .
26
tornam
dσ r σ r − σ θ
+ + Fr = 0 (4.1)
dr r
dσ r σ r − σ θ
+ =0 (4.2)
dr r
du u
εr = , ε θ = , γ rθ = 0 (4.3)
dr r
27
Substituindo u = rε θ na primeira expressão da Eq. (4.3), a equação de compatibilidade
du d
− ε r = (rεθ ) − ε r = 0
dr dr
ou
dε θ
r + εθ − ε r = 0 (4.4)
dr
pr
σθ =
t
du 1
= (σ r − νσ θ )
dr E
(4.5)
u 1
= (σ θ − νσ r )
r E
E E ⎛ du u⎞
σr = (ε r + νε θ ) = ⎜ +ν ⎟
1 −ν 2
1 − ν ⎝ dr
2 r⎠
(4.6)
E E ⎛u du ⎞
σθ = (ε θ + νε r ) = ⎜ + ν ⎟
1 −ν 2
1 −ν 2 ⎝ r dr ⎠
Substituindo as Eq. (4.6) na Eq. (4.2), a equação para o deslocamento radial resulta em
d 2u 1 du u
+ − =0 (4.7)
dr 2 r dr r 2
c2
u = c1r + (a)
r
29
As tensões, radial e tangencial, podem agora ser escritas em termos das constantes de
integração c1 e c2 pela combinação das Eqs. (a) e (4.6)
E ⎡ ⎛ 1 −ν ⎞⎤
σr = ⎢c1 (1 + ν ) − c2 ⎜ 2 ⎟⎥ (b)
1 −ν ⎣ 2
⎝ r ⎠⎦
E ⎡ ⎛ 1 −ν ⎞⎤
σθ = ⎢c1 (1 + ν ) + c2 ⎜ 2 ⎟⎥ (c)
1 −ν ⎣ 2
⎝ r ⎠⎦
Analisando as Eqs. (b) e (c) percebe-se que a soma das tensões, radial e tangencial, é
constante, ou seja, σ r + σ θ = 2 Ec1 (1 − ν ) .
ν
εz = − (σ r + σ θ ) = constante
E
Pode-se concluir, então, que seções inicialmente planas permanecem planas após o
carregamento. Conseqüentemente, σ z = Eε z = constante = c . Porém, se as extremidades do
cilindro estão abertas e livres de restrições, tem-se que
∫aσ z 2π rdr = π c (b )
b
2
− a2 = 0
(σ r )r =a = − pi
(d)
(σ r )r =b = − p o
1 − ν a 2 pi − b 2 po
c1 =
E b2 − a 2
(e)
1 + ν a 2b 2 ( pi − po )
c2 =
E b2 − a2
a 2 pi − b 2 po ( pi − po )a 2b 2
σr = −
b2 − a2 (b 2 − a 2 ) r 2
a 2 pi − b 2 po ( pi − po )a 2b 2
σθ = + (4.8)
b2 − a2 (b 2 − a 2 ) r 2
1 − υ (a 2 pi − b 2 po ) r 1 + υ ( pi − po )a 2b 2
u= +
E b2 − a2 E (b 2 − a 2 ) r
Estas expressões foram obtidas pela primeira vez pelo Engenheiro francês G. Lamé em
1833. O máximo valor numérico de σ r é encontrado em r = a que é pi , desde que pi seja
máximo valor de σ θ pode ocorrer tanto na parede interna quanto na parede externa
(σ θ − σ r ) = ( pi 2− po )2 a b2
2 2
1
τ máx = (4.9)
2 (b − a ) r
pi b 2
τ máx = (4.10)
b2 − a2
31
Como σ r e σ θ são as tensões principais, τ máx. irá ocorrer em um plano que faz um
ângulo de 45 com o plano onde atuam as tensões σ r e σ θ , o que pode ser confirmado pela
construção do Círculo de Mohr. A pressão pesc. que iniciará o escoamento da parede interna
do vaso de pressão pode ser obtida fazendo τ máx. = σ esc. 2 na Eq. (4.10),
(
pesc. = b − a σesc.
2 2
) (4.11)
2b 2
(σ r )r =a = − pi e (σ r )r =b = 0
a 2 pi ⎛⎜ b 2 ⎞⎟
σr = 1 − (4.12)
b 2 − a 2 ⎜⎝ r 2 ⎟⎠
a 2 pi ⎛⎜ b 2 ⎞⎟
σθ = 1 + (4.13)
b 2 − a 2 ⎜⎝ r 2 ⎟⎠
a 2 pi r ⎡ b2 ⎤
u= ⎢ (1 − υ ) + (1 + υ ) ⎥ (4.14)
E (b 2 − a 2 ) ⎣⎢ r 2 ⎦⎥
(σ r )r =a = 0 e (σ r )r =b = − po
b 2 pθ ⎛⎜ a 2 ⎞⎟
σr = − 1 − (4.15)
b 2 − a 2 ⎜⎝ r 2 ⎟⎠
b 2 pθ ⎛⎜ a 2 ⎞⎟
σθ = − 1+ 2 (4.16)
b 2 − a 2 ⎜⎝ r ⎟⎠
b 2 pθ r ⎡ a2 ⎤
u=− ⎢ (1 − υ ) + (1 + υ ) ⎥ (4.17)
E (b 2 − a 2 ) ⎢⎣ r 2 ⎥⎦
Placas podem ser consideradas como sendo elementos estruturais inicialmente planos
para os quais a espessura é muito menor do que as outras dimensões. Incluídos entre os
muitos exemplos familiares de placas estão tampas de mesa, tampões de bueiro, lajes de
construção civil, discos de turbinas dentre outros. Muitos problemas práticos de engenharia
recaem nas categorias de estudo sobre o comportamento de placas.
Para o cálculo de tensões, as placas são normalmente divididas em duas partes iguais na
direção da espessura t por um plano paralelo às suas faces. Este plano é chamado de plano
médio da placa. A espessura da placa é medida na direção normal a este plano. As
33
propriedades de flexão da placa dependem muito da espessura em comparação com as outras
dimensões.
O estudo de placas se divide em três grupos: placas finas com pequenas deformações,
placas finas com grandes deformações e placas espessas. De acordo com o critério
freqüentemente aplicado para definir placas finas com pequenas deformações, a razão entre a
espessura e o menor comprimento da placa deve ser menor do que 1 20 e os deslocamentos
verticais devem ser menores do que 1 5 da espessura. Neste trabalho é assumido que o
material das placas é homogêneo, linear e isotrópico.
As forças externas atuando numa placa podem ser classificadas como sendo forças de
superfície ou forças de campo. O principal objetivo é determinar as relações entre essas forças
que atuam na placa, as deformações, tensões e deslocamentos. As forças de superfície são
distribuídas sobre uma área finita da placa enquanto que forças de campo agem em elementos
de volume da placa. Estas últimas são atribuídas às forças, gravitacional, magnética e em
casos de movimento de rotação (forças de inércia).
Seja uma placa sem carregamento, Fig. (4.3-a), na qual o plano xy coincide com o seu
plano médio e o deslocamento vertical w na direção do eixo z é zero. As componentes do
deslocamento em um ponto são descritas por u, v e w, nas direções x, y e z, respectivamente.
Ocorrendo deformações devido a carregamentos, um ponto qualquer de coordenadas
( xa , ya ) do plano médio apresenta um deslocamento vertical w, Fig. (4.3-b). As considerações
portanto, associados principalmente com a deformação devido à flexão. Por isso, é deduzido
então que a deformação normal ε z resultante do carregamento transversal pode ser omitida.
Isto significa dizer que não há variação da espessura da placa.
∂u
εx = (4.18a)
∂x
∂v
εy = (4.18b)
∂y
∂u ∂v
γ xy = + (4.18c)
∂y ∂x
∂w
εz = =0 (4.18d)
∂z
∂w ∂u
γ xz = + =0 (4.18e)
∂x ∂z
∂w ∂y
γ yz = + =0 (4.18f)
∂y ∂z
onde γ ij = γ ji (i, j = x, y, z ) .
36
Considerando a geometria da deformação como sendo um problema de causa e efeito,
as expressões acima são referidas como relações cinemáticas.
Integrando ε z da Eq. (4.18d), pode se obter
w = w ( x, y ) (a)
indicando que o deslocamento vertical não varia ao longo da espessura da placa. Da mesma
maneira, integrando as expressões para γ xy e γ yz das Eqs. (4.18c) e (4.18f) tem-se que
∂w ∂w
u = −z + uo ( x , y ) e v = −z + v o ( x, y ) (b)
∂x ∂y
médio da placa. Com base na segunda consideração feita na seção anterior, pode-se concluir
que uo = vo = 0 . Assim
∂w ∂w
u = −z e v = −z (4.19)
∂x ∂y
A expressão para u está representada na Fig. (4.3b) na seção m-n passando por um
ponto A( xa , y a ) . Uma ilustração similar pode ser encontrada para o deslocamento v no plano
yz. Substituindo as Eqs. (4.19) nas Eqs. (4.18a-c) têm-se que, as deformações em qualquer
ponto da placa são dadas por
∂2w ∂2w ∂ 2w
ε x = −z , ε y = − z e γ xy = −2 z (4.20)
∂x 2 ∂y 2 ∂x∂y
τ
εy =
1
E
[ ]
σ y − ν (σ x + σ z ) , γ xz = xz
G
(a)
τ yz
εz =
1
E
[ ( )]
σ z − ν σ x + σ y , γ yz =
G
E
G= (4.21)
2(1 + υ )
E
σx = (ε x + νε y )
1 −ν 2
E
σy = (ε y + νε x ) (4.22)
1 −ν 2
τ xy = Gγ xy
E z ⎛⎜ ∂ 2 w ∂ 2 w ⎞⎟
σx = − + ν
1 − ν 2 ⎜⎝ ∂ x2 ∂y 2 ⎟⎠
E z ⎛⎜ ∂ 2 w ∂ 2 w ⎞⎟
σy =− + ν (4.23)
1 − ν 2 ⎜⎝ ∂y 2 ∂x 2 ⎟⎠
Ez ∂ 2w
τ xy = −
1 +ν ∂x∂ y
38
Observando as Eqs. (4.23) percebe-se que as tensões se tornam nulas no plano médio da
placa e variam linearmente ao longo da espessura da placa. As tensões das Eqs. (4.23)
produzem momentos, torção e forças de cisalhamento verticais. Estes momentos e forças por
unidade de comprimento são também chamados de tensões resultantes.
t 2 t 2
∫ z σ x dy dz = d y ∫ z σ x dz = M xd y
t 2 t 2
portanto,
t 2
M x = ∫ σ xz dz
t 2
Similarmente,
⎧Mx ⎫ ⎧ ⎫
t 2 σx
⎪ ⎪ ⎪ ⎪
⎨ M y ⎬ = ∫ ⎨σ y ⎬ z d z (4.24a)
⎪M ⎪ t 2 ⎪τ ⎪
⎩ xy ⎭ ⎩ xy ⎭
onde M xy = M yx , e
t 2 τ
⎧Qx ⎫ ⎧ xz⎫
⎨ ⎬ ∫ ⎨ ⎬ dz
= (4.24b)
⎩Q y ⎭ − t 2 ⎩τ y z ⎭
Levando as tensões das Eqs. (4.23) na Eq. (4.24a) e promovendo a integração, pode-se
obter as seguintes expressões para os momentos
39
⎛ ∂ 2w ∂ 2 w ⎞⎟
M x = − D⎜ 2 + ν (4.25a)
⎜ ∂x ∂ y 2 ⎟⎠
⎝
⎛ ∂ 2w ∂ 2 w ⎞⎟
M y = − D⎜ 2 + ν (4.25b)
⎜ ∂y ∂ x2 ⎟⎠
⎝
∂2w
M xy = − D(1 −ν ) (4.25c)
∂ x∂ y
onde
E t3
D= (4.26)
12(1 − ν 2)
Substituindo as Eqs. (4.25) e (4.26) nas Eqs. (4.23), têm-se as equações para as tensões
ao longo da placa.
12 M x z
σx =
t3
12 M y z
σy = (4.27)
t3
12 M x y z
τ xy =
t3
∂Qx ∂Q y
dxdy + dxdy + pdxdy = 0
∂x ∂y
da qual
∂Qx ∂Q y
+ + p=0 (a)
∂x ∂y
∂M xy ∂M y
dxdy + dxdy − Q y dxdy = 0
∂x ∂y
ou
41
∂M xy ∂M y
+ + Qy = 0 (b)
∂x ∂y
∂M xy ∂M x
+ + Qx = 0 (c)
∂y ∂x
Substituindo as expressões para Q x e Q y das Eqs. (b) e (c) na Eq. (a), tem se
∂2M x ∂ 2 M xy ∂2M y
+2 + = −p (4.29)
∂x 2 ∂x∂y ∂y 2
A Eq. (4.29) é a equação diferencial do equilíbrio para flexão de placas finas. Usando as
Eqs. (4.25), as Eqs. (b) e (c) podem ser reescritas em termos do deslocamento vertical w como
Qx = − D
∂ ⎛⎜ ∂ 2 w ∂ 2 w ⎞⎟
⎜
∂x ⎝ ∂x 2
+ 2 = −D
∂y ⎠ ⎟
∂ 2
∂x
∇ w ( )
(4.30)
Qy = −D
∂ ⎛⎜ ∂ 2 w ∂ 2 w ⎞⎟
⎜
∂y ⎝ ∂x 2
+ 2 = −D
∂y ⎠ ⎟
∂ 2
∂y
∇ w ( )
onde
∂2 ∂2
∇2 = + (d)
∂x 2 ∂y 2
é o operador de Laplace.
P
∇4w = (4.31b)
D
x = r cos θ r = x2 + y2
⎛ y⎞
y = r sin θ θ = tan −1⎜ ⎟
⎝ x⎠
Pode-se ainda definir as seguintes equações com base nas relações acima,
43
∂r x ∂r y
= = cosθ = = sin θ
∂x r ∂y r
∂θ y sin θ ∂θ x cosθ
=− 2 =− = 2 =
∂x r r ∂y r r
∂w ∂w ∂r ∂w ∂θ
= +
∂x ∂r ∂x ∂θ ∂x
ou
∂w ∂w 1 ∂w
= cosθ − sin θ (a)
∂x ∂x r ∂θ
∂2w ∂ ⎛ ∂w ⎞ 1 ∂ ⎛ ∂w ⎞
= cos θ ⎜ ⎟ − sin θ ⎜ ⎟
∂x 2 ∂r ⎝ ∂x ⎠ r ∂θ ⎝ ∂x ⎠
(c)
Através da substituição das Eqs. (b) e (c) na Eq. (d), o operador laplaciano se torna:
∂ 2w 1 ∂w 1 ∂ 2 w
∇2w = + + (4.33)
∂r 2 r ∂r r 2 ∂θ 2
⎡ ∂ 2 w ⎛ 1 ∂w 1 ∂ 2 w ⎞⎤
M r = − D ⎢ 2 +ν ⎜ + ⎟
⎜ r ∂r r 2 ∂θ 2 ⎟⎥
⎢⎣ ∂r ⎝ ⎠⎥⎦
⎡ 1 ∂w 1 ∂ 2 w ∂ 2w ⎤
Mθ = − D ⎢ + 2 + ν ⎥
⎢⎣ r ∂r r ∂θ ∂r 2 ⎥⎦
2
45
⎡ 1 ∂ 2 w 1 ∂w ⎤
M rθ = −(1 −ν ) D ⎢ − 2 ⎥ (4.34)
⎢⎣ r ∂r∂θ r ∂θ ⎥⎦
Qr = − D
∂r
( )
∂ 2
∇ w
Qθ = − D
1 ∂
r ∂θ
( )
∇2w
Similarmente, as fórmulas das componentes de tensão para o estado plano, Eqs. (4.27), são
escritas da seguinte forma em coordenadas polares,
12 M r 12M θ 12M rθ
σr = 3
z σθ = 3
z τ rθ = z (4.35)
t t t3
Pela introdução das Eqs. (b), (c) e (d) na Eq. (4.31), a equação diferencial para o
deslocamento vertical em placas em coordenadas polares é
⎛ ∂2 1 ∂ 1 ∂ 2 ⎞⎟ ⎛⎜ ∂ 2 w 1 ∂w 1 ∂ 2 w ⎞⎟ p
∇4w = ⎜ 2 + + 2 + + = (4.36)
⎜ ∂r r ∂r r ∂θ 2 ⎟⎠ ⎜⎝ ∂r 2 r ∂r r 2 ∂θ 2 ⎟⎠ D
⎝
⎛ ∂ 2 1 ∂ 1 ∂ 2 ⎞ ⎛ ∂ 2 wh 1 ∂wh 1 ∂ 2 wh ⎞
⎜ + + ⎟⎜ + + ⎟=0 (4.37)
⎜ ∂r 2 r ∂r r 2 ∂θ 2 ⎟ ⎜ ∂r 2 r ∂r r 2 ∂θ 2 ⎟
⎝ ⎠⎝ ⎠
w = wh + w p (e)
∞ ∞
wh = ∑ f n cos nθ + ∑ f n∗ sin nθ (4.38)
n =0 n =1
46
∗
onde fn e fn são funções somente de r. Substituindo a Eq. (4.38) na Eq. (4.37) e notando a
f 0 = A0 + B0 r 3 + C0 ln r + D0 r 2 ln r
f n = An r n + Bn r − n + Cn r n + 2 + Dn r − n + 2 (4.39)
sendo que An ,..., Dn∗ são constantes e são determinadas pela introdução das condições de
contorno para placas. A substituição das expressões f n e f n∗ na Eq. (4.38) resulta na solução
placa circular mostrado na Fig. (4.7). Os momentos e forças de cisalhamento, em uma placa
circular sob carregamento axissimétrico, são dados pelas Eqs. (4.34) como sendo
⎡ d 2 w ⎛ 1 dw ⎞⎤
M r = − D ⎢ 2 +ν ⎜ ⎟⎥ (4.40a)
⎢⎣ dr ⎝ r dr ⎠⎥⎦
⎡ 1 dw d 2w ⎤
Mθ = − D ⎢ +ν 2 ⎥ (4.40b)
⎢⎣ r dr dr ⎥⎦
d ⎛⎜ d 2 w 1 dw ⎞⎟ d ⎡ 1 d ⎛ 1 dw ⎞⎤
Qr = − D + = −D ⎢ ⎜ ⎟ (4.40c)
⎜
dr ⎝ dr 2 ⎟
r dr ⎠ dr ⎣ r dr ⎝ r dr ⎠⎥⎦
47
A equação diferencial do deslocamento vertical de pontos da superfície, Eq.(4.36), agora se
reduz a
⎛ d 2 1 d ⎞⎛ d 2 w 1 dw ⎞ p
∇4w = ⎜ 2 + ⎟⎜ + ⎟= (4.41)
⎜ dr r dr ⎟⎜ dr 2 r dr ⎟ D
⎝ ⎠⎝ ⎠
As fórmulas para as tensões são prontamente obtidas pela substituição das Eqs. (b), (c) e
(d) da seção anterior, nas Eqs. (4.23). Com a equação assim obtida, fazendo θ igual à zero,
tem-se que
E ⎛ d 2 w ν dw ⎞
σ r = −z ⎜ + ⎟
1 −ν 2 ⎜⎝ dr 2 r dr ⎟⎠
(4.42)
E ⎛ 1 dw d 2 w ⎞⎟
σθ = −z ⎜ + ν
1 −ν 2 ⎜⎝ r dr dr 2 ⎟⎠
εr =
1
(σ r − υσ θ )
E
εθ =
1
(σ θ − υσ r ) (a)
E
τ rθ
γ rθ =
G
Denotando por
d 2 w 1 dw 1 d ⎛ dw ⎞
∇2w = + = ⎜r ⎟
dr 2 r dr r dr ⎝ dr ⎠
1 d ⎧ d ⎡ 1 d ⎛ dw ⎞⎤ ⎫ p
⎨r ⎜r ⎟ ⎬= (4.43)
r dr ⎩ dr ⎢⎣ r dr ⎝ dr ⎠⎥⎦ ⎭ D
48
Quando se conhece p(r ) , o deslocamento vertical w é obtido por sucessivas integrações
como
1 1 rp
w=∫ ∫ r ∫ ∫ dr dr dr (4.44)
r r D
p0 r 4
w = wh + w p = c1 ln r + c2 r 2 ln r + c3r 2 + c4 + (4.45)
64 D
primeira das Eqs. (4.39) percebe-se que a solução homogênea fo representa o caso de flexão
axissimétrica em placas circulares.
dw
w=0 e = 0 em (r = a) (a)
dr
49
po a 2 po a 4
c3 = − c4 =
32 D 64 D
w=
po 2 2
64 D
a −r( )
2
(4.46)
po a 4
w= (b)
64 D
As expressões para os momentos são calculadas substituindo a Eq. (4.46) nas Eqs.
(4.40a-b) que resulta em
50
Mr =
po
16
[
(1 + ν ) a 2 − (3 + ν ) r 2 ]
(4.47)
Mθ =
po
16
[
(1 + ν ) a 2 − (1 + 3ν ) r 2 ]
As tensões são dadas pelas Eqs. (4.46) e (4.42):
σr = z
3 po
4t 3
[(1 +ν ) a 2
− (3 + ν ) r 2 ]
(4.48)
σθ = z
3 po
4t 3
[(1 +ν ) a 2
− (1 + 3ν ) r 2 ]
Algebricamente os maiores valores de momentos são encontrados no centro e na borda
da placa. Na borda (r = a ) , as Eqs. (4.47) resultam em
po a 2 ν po a 2
Mr = − Mθ = −
8 8
No centro (r = 0)
po a 2
M r = M θ = (1 + ν )
16
2
6M r 3 po ⎛ a ⎞
σ r , máx. = =− ⎜ ⎟ (c)
t2 4 ⎝t⎠
Como no caso anterior, os valores de c1 e c2 devem ser zero para evitar deslocamentos
infinitos no centro, as condições de contorno para esta situação são
w = 0 e M r = 0 em (r = a)
51
p0 a 2 3 + ν p0 a 4 5 + ν
c3 = − c4 =
32 D 1 + ν 64 D 1 + ν
po a 4 ⎛⎜ r 4 3 +ν r 2 5 +ν ⎞
⎟
w= − 2 + (4.49)
64 D ⎜⎝ a 4 1 +ν a 2 1 +ν ⎟
⎠
po a 4 5 + ν
wmáx. = (d)
64 D 1 + ν
Com a curva do deslocamento vertical w, os momentos podem ser obtidos da mesma maneira
como para o caso de placas engastadas, ou seja,
Mr =
po
16
(
(3 + ν ) a 2 − r 2 )
(4.50)
Mθ =
po
16
[
(3 + ν )a 2 − (1 + 3ν )r 2 ]
52
As tensões serão dadas por
σr = z
3 po
4t 3
[(3 +ν )(a 2
− r2 )]
(4.51)
σθ = z
3 po
4t 3
[(3 +ν ) a 2
− (1 + 3ν ) r 2 ]
A máxima tensão ocorrerá exatamente no centro da placa, (r = 0) ,
3(3 + ν ) po ⎛ a ⎞
2
σ r ,máx. = σ θ ,máx. = ⎜ ⎟ (e)
8 ⎝t⎠
Quando uma carga concentrada p atua na placa, deve-se usar po = 0 na Eq. (4.45). O
valor de c1 deve ser zero para que o deslocamento vertical não seja infinito em r = 0 . O
termo que contém c2 não pode ser desprezado devido às grandes forças de cisalhamento que
atuam nas proximidades do ponto de aplicação da carga. A equação do deslocamento vertical
na placa toma a seguinte forma,
w = c2 r 2 ln r + c3 r 2 + c4 (4.52)
c2 a 2 ln a + c3a 2 + c4 = 0
(a)
c2 a(2 ln a + 1) + 2c3 = 0
53
4D P
c2 = (b)
r 2π r
2
P P
c2 = , c3 = − (2 ln a + 1) , c4 = Pa
8πD 16πD 16πD
P ⎛ 2 r 2⎞
w= ⎜ 2r ln + a − r ⎟
2
(4.53)
16πD ⎝ a ⎠
Pa 2
wmáx. = (c)
16πD
Substituindo a Eq. (4.53) nas Eqs. (4.42), as expressões para as tensões correspondentes
são calculadas por
54
3Pz ⎡ a ⎤
σr = 3⎢
(1 + ν ) ln − 1⎥
πt ⎣ r ⎦
(4.54)
3Pz ⎡ a ⎤
σθ = 3⎢
(1 + ν ) ln − ν ⎥
πt ⎣ r ⎦
P
(w)r = a = 0 , (M r )r = a = 0 , Qr = − (d)
2π r
Substituindo as relações das Eqs. (d) nas Eqs. (4.52) e (4.40) determinam-se as três
constantes c2 , c3 e c4 . Com os valores das constantes, pode ser encontrada a equação para o
w=
P ⎛ 2 r 3 +ν 2 2 ⎞
⎜ 2r ln +
16πD ⎝ a 1 +ν
a −r ⎟
⎠
( ) (4.55)
55
O máximo deslocamento vertical ocorre em r = 0 , sendo
Pa 2 3 + ν
wmáx. = (e)
16πD 1 + ν
3P a
σr = z (1 + ν ) ln
πt 3 r
(4.56)
3P ⎡
σθ = z 3⎢
(1 + ν ) a + 1 −ν ⎤⎥
πt ⎣ r ⎦
Capítulo 5
Para a validação do código computacional foram avaliados dois casos. No primeiro caso
é analisado um vaso de pressão de parede espessa, submetido somente a uma pressão interna.
57
O segundo caso consiste no estudo de uma placa fina circular engastada submetida a um
carregamento uniformemente distribuído. Nos dois casos foram avaliados os deslocamentos e
a distribuição de tensões no interior dos corpos.
O programa PROAXI pode ser utilizado para várias classes de problemas envolvendo
corpos axissimétricos. Sendo assim, uma forma de validar o programa é utilizá-lo em casos de
problemas axissimétricos que tenham solução analítica para as tensões e deslocamentos.
LSQ LSQ
Teórico Teórico
27,6 27,6
deslocamento (mm)
deslocamento (mm)
27,2 27,2
26,8 26,8
26,4 26,4
26,0 26,0
1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20
raio (m) raio (m)
(a) (b)
Figura 5.2 – Deslocamentos usando Elementos LSQ
As Figs. 5.3 e 5.4 indicam que a utilização de uma malha com apenas um elemento
quadrático (QSQ) ou cúbico (CSQ) é suficiente para descrever, com grande precisão, o
deslocamento radial das paredes do cilindro submetido a uma pressão interna.
27,2
26,8
26,4
26,0
deslocamento (mm)
27,2
26,8
26,4
26,0
Para a determinação das tensões σ θ , nas paredes do vaso de pressão, é necessário fazer
um refinamento da malha. As Figs. 5.5 a 5.7 mostram o desempenho dos três elementos
axissimétricos na determinação das tensões σ θ . As Figs. 5.5a a 5.5d mostram que são
necessários 32 elementos LSQ para que seja atingida uma concordância com desvio de no
máximo 1% entre os valores teóricos e os valores encontrados com o MEF.
54 54
tensão (MPa)
tensão (MPa)
51 51
48 48
45 45
42 42
1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20
(a) (b)
60
54 54
tensão (MPa)
tensão (MPa)
51 51
48 48
45 45
42 42
1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20
raio (m) raio (m)
(c) (d)
Figura 5.5 – Tensão σ θ usando Elementos LSQ.
Pode-se observar através das Figs. 5.6a e 5.6b que, para o caso da tensão σ θ , são
necessários pelo menos dois elementos QSQ para que ocorra uma boa aproximação dos
resultados do programa PROAXI com a teoria de vaso de pressão.
56 QSQ 56 QSQ
Teórico Teórico
54 54
tensão (MPa)
tensão (MPa)
52 52
50 50
48 48
46 46
1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20
(a) (b)
Figura 5.6 – Tensão σ θ usando Elementos QSQ.
Com o uso da Fig 5.7 nota-se que um elemento CSQ é suficiente para mostrar os
valores da tensão σ θ com bastante precisão em um vaso de pressão de parede cilíndrica.
61
56 CSQ
Teórico
54
tensão (MPa)
52
50
48
46
As Figs. 5.8 a 5.10 mostram os resultados das tensões σ r obtidos pela utilização dos
três tipos de elementos. Usando o elemento linear, LSQ, são necessários 128 elementos para
se conseguir a precisão com no máximo 1% de desvio, Figs. 5.8a a 5.8e.
0 LSQ 0 LSQ
Teórico Teórico
-2 -2
tensão (MPa)
tensão (MPa)
-4 -4
-6 -6
-8 -8
-10 -10
1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20
raio (m) raio (m)
(a) (b)
0 LSQ 0 LSQ
Teórico Teórico
-2 -2
tensão (MPa)
tensão (MPa)
-4 -4
-6 -6
-8 -8
-10 -10
1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20
raio (m) raio (m)
(c) (d)
62
0 LSQ
Teórico
-2
tensão (MPa)
-4
-6
-8
-10
(e)
Figura 5.8 – Tensão σr usando Elementos LSQ.
Para o elemento quadrático, QSQ, uma malha formada por 8 elementos é suficiente para
expressar as tensões σr , Fig. 5.9a e Fig.5.9b. Para o elemento cúbico, CSQ, uma malha com
apenas um elemento se mostra capaz de expressar as tensões σr com grande precisão, Fig.
5.10.
0 QSQ 0 QSQ
Teórico Teórico
-2 -2
tensão (MPa)
tensão (MPa)
-4 -4
-6 -6
-8 -8
-10 -10
1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20
raio (m) raio (m)
(a) (b)
63
0 QSQ
Teórico
-2
tensão (MPa)
-4
-6
-8
-10
(c)
Figura 5.9 – Tensão σr usando Elementos QSQ.
0 CSQ
Teórico
-2
tensão (MPa)
-4
-6
-8
-10
As equações dos deslocamentos e das tensões, para o caso de placas finas, foram
apresentadas no capítulo anterior. Com o auxílio destas equações, determinam-se os valores
teóricos para os deslocamentos e para as tensões ao longo da placa mostrada na Fig. 5.11.
0,000 0,000
LSQ LSQ
Teórico Teórico
0,002 0,002
deslocamento (m)
deslocamento (m)
0,004 0,004
0,006 0,006
0,008 0,008
0,010 0,010
0,012 0,012
0,014 0,014
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
(a) (b)
65
deslocamento (m)
deslocamento (m)
0,004 0,004
0,006 0,006
0,008 0,008
0,010 0,010
0,012 0,012
0,014 0,014
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
(c) (d)
Figura 5.12 – Deslocamentos usando Elementos LSQ.
O desempenho dos três tipos de elementos finitos utilizados pode ser avaliado através
do número de elementos e de nós necessários para atingir um desvio menor do que 1% entre
os valores teóricos e os valores obtidos pelo PROAXI.
As Figs. 5.13a a 5.13d mostram que para atingir a precisão necessária entre os valores
dos deslocamentos, a malha com elementos quadráticos necessita de um número de elementos
16 vezes menor do que uma malha formada por elementos lineares. Observa-se também,
nestas figuras, que o número de nós é aproximadamente 4 vezes menor.
deslocamento (m)
0,004 0,004
0,006 0,006
0,008 0,008
0,010 0,010
0,012 0,012
0,014 0,014
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
raio (m) raio (m)
(a) (b)
66
deslocamento (m)
deslocamento (m)
0,004 0,004
0,006 0,006
0,008 0,008
0,010 0,010
0,012 0,012
0,014 0,014
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
(c) (d)
Figura 5.13 – Deslocamentos usando Elementos QSQ.
Conforme ilustram as Fig. 5.14a a 5.14d, usando uma malha com elementos cúbicos a
quantidade de elementos necessários é, aproximadamente, 60 vezes menor do que a
quantidade de elementos para uma malha com elementos lineares e igual à metade quando
comparado com o número de elementos quadráticos.
deslocamento (m)
0,004 0,004
0,006 0,006
0,008 0,008
0,010 0,010
0,012 0,012
0,014 0,014
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
raio (m) raio (m)
(a) (b)
67
deslocamento (m)
0,004 0,004
0,006 0,006
0,008 0,008
0,010 0,010
0,012 0,012
0,014 0,014
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
raio (m) raio (m)
(c) (d)
Figura 5.14 – Deslocamentos usando Elementos CSQ.
Para atingir a precisão desejada, observa-se também que o número de nós da malha com
elementos cúbicos é aproximadamente 8 vezes menor do que o número de nós da malha
formada por elementos lineares.
Nós 18 28 43 53 78 103
Nós 12 20 36 44 52 60
Das Tab. 5.1 a 5.3 percebe-se que a malha formada por elementos lineares requer um
tempo e uma quantidade de nós mais de dez vezes superiores ao das malhas formadas por
elementos quadráticos e cúbicos.
diferentes de elementos.
0,0 0,0
tensão (MPa)
tensão (MPa)
-0,5 -0,5
-1,0 -1,0
-1,5 -1,5
-2,0 -2,0
-2,5 -2,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
raio (m) raio (m)
(a) (b)
0,0 0,0
tensão (MPa)
tensão (MPa)
-0,5 -0,5
-1,0 -1,0
-1,5 -1,5
-2,0 -2,0
-2,5 -2,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
raio (m) raio (m)
(c) (d)
Figura 5.15 – Tensão σ θ usando Elementos LSQ.
O desempenho das malhas com elementos quadráticos pode ser observado através das
Figs. 5.16a a 5.16d. Assim como para o elemento linear, o número necessário de elementos
quadráticos para a determinação dos deslocamentos é igual ao número de elementos para a
determinação da tensão σ θ ao longo da superfície da placa, dentro da precisão estipulada.
70
Tensão σθ - Malha 3 x 1 - 18 nós Tensão σθ - Malha 6 x 1 - 33 nós
1,0 1,0
QSQ QSQ
0,5 Teórico 0,5 Teórico
0,0 0,0
tensão (MPa)
tensão (MPa)
-0,5 -0,5
-1,0 -1,0
-1,5 -1,5
-2,0 -2,0
-2,5 -2,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
raio (m) raio (m)
(a) (b)
0,0 0,0
tensão (MPa)
tensão (MPa)
-0,5 -0,5
-1,0 -1,0
-1,5 -1,5
-2,0 -2,0
-2,5 -2,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
raio (m) raio (m)
(c) (d)
Figura 5.16 – Tensão σ θ usando Elementos QSQ.
Para o elemento cúbico, são necessários 10 elementos para garantir a precisão dos
valores de σ θ , o mesmo número de elementos necessários para o cálculo dos deslocamentos.
0,0 0,0
tensão (MPa)
tensão (MPa)
-0,5 -0,5
-1,0 -1,0
-1,5 -1,5
-2,0 -2,0
-2,5 -2,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
(a) (b)
71
tensão (MPa)
-0,5 -0,5
-1,0 -1,0
-1,5 -1,5
-2,0 -2,0
-2,5 -2,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
raio (m) raio (m)
(c) (d)
Figura 5.17 – Tensão σ θ usando Elementos CSQ.
total de 729 nós. Esta malha é a mesma que foi utilizada para o cálculo dos deslocamentos e
para as tensões σ θ .
1 1
tensão (MPa)
tensão (MPa)
0 0
-1 -1
-2 -2
-3 -3
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
(a) (b)
72
tensão (MPa) 1 1
tensão (MPa)
0 0
-1 -1
-2 -2
-3 -3
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
raio (m) raio (m)
(c) (d)
Figura 5.18 – Tensão σ r usando Elementos LSQ.
Conforme mostram as Figs. 5.19a e 5.19b, para a determinação das tensões σ r com
1 1
tensão (MPa)
tensão (MPa)
0 0
-1 -1
-2 -2
-3 -3
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
raio (m) raio (m)
(a) (b)
Figura 5.19 – Tensão σ r usando Elementos QSQ.
As Figs. 5.20a e 5.20b mostram que 2 elementos cúbicos são suficientes para determinar
as tensões σ r com grande precisão. Nota-se também que é necessária uma malha com apenas
28 nós para a determinação das tensões σ r , contra uma malha de 33 nós do elemento
quadrático.
73
1 1
tensão (MPa)
tensão (MPa)
0 0
-1 -1
-2 -2
-3 -3
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
raio (m) raio (m)
(a) (b)
Figura 5.20 – Tensão σ r usando Elementos CSQ.
Capítulo 6
EXEMPLOS NUMÉRICOS
fórmula usual de placas denotada por σ r' ' e a outra parte é representada pelo efeito local
75
próximo ao ponto de aplicação da carga. Esta última parte, designada por σ r' é representada
P
por σ r' = β r . Portanto,
c
P
σ r = σ r'' + σ r' = σ r'' + β r (6.1)
c
onde β r é um fator numérico que depende do ponto para o qual as tensões locais são
calculadas, P é a carga concentrada aplicada e c é a metade da espessura da placa.
O mesmo procedimento de separação das tensões em duas partes foi aplicado por
Vicente (2006) para a determinação das tensões normais e de cisalhamento em vigas bi-
apoiadas sujeitas à cargas concentradas na superfície superior. Nesse trabalho utilizou-se o
MEF para uma análise das tensões nas vizinhanças do ponto de aplicação de cargas
concentradas e promover uma comparação com os resultados apresentados por Timoshenko &
Goodier (1970) para vigas.
Assim como para a tensão σ r pode-se calcular a tensão σ θ nas vizinhanças do ponto de
aplicação da carga. Determina-se assim uma tensão σ θ' expressa em termos do fator βθ que
deve ser acrescentada à tensão σ θ'' que é determinada através das equações do capítulo 4.
Procedendo-se dessa forma, pode-se obter a real tensão normal circunferencial em uma placa
sujeita a ação de uma carga concentrada, ou seja,
P
σ θ = σ θ'' + σ θ' = σ θ'' + βθ (6.2)
c
P
σ z = βz (6.3)
c
P
τ rz = β rz (6.4)
c
76
Figura 6.1 – Placa Fina Circular, simplesmente apoiada, sob uma Carga Concentrada.
As Figs. 6.2a a 6.2e mostram os valores do fator β r para a tensão σ r' na placa fina
circular mostrada na Fig. 6.1. Percebe-se na Fig. 6.2a a descontinuidade existente exatamente
no ponto de aplicação da carga concentrada na placa.
560 0,05
LSQ LSQ
480 z = -c QSQ 0,04 z = -c
QSQ
CSQ CSQ
400
0,03
320
0,02
240
βr
βr
0,01
160
0,00
80
0 -0,01
-80 -0,02
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 37,0 37,5 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c r/c
(a) (b)
77
12,5 0,009
LSQ LSQ
10,0 z = -c/2 QSQ 0,006
QSQ
z = -c/2
CSQ CSQ
7,5
0,003
5,0
0,000
βr
βr
2,5
-0,003
0,0
-0,006
-2,5
-5,0 -0,009
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c r/c
(c) (d)
1,2 0,005
LSQ
z=0 LSQ
0,8 z=0 QSQ 0,000
QSQ
CSQ
CSQ
0,4 -0,005
0,0 -0,010
βr
βr
-0,4 -0,015
-0,8 -0,020
-1,2 -0,025
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 37,0 37,5 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c r/c
(e) (f)
1 0,012
z = c/2 z = c/2
0 0,000
LSQ
-1 QSQ -0,012 LSQ
CSQ QSQ
CSQ
-2 -0,024
βr
βr
-3 -0,036
-4 -0,048
-5 -0,060
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c r/c
(g) (h)
78
2 3,6
LSQ
0 3,0 QSQ z=c
CSQ
z=c LSQ
-2 QSQ 2,4
CSQ
-4 1,8
βr
βr
-6 1,2
-8 0,6
-10 0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 39,5 39,6 39,7 39,8 39,9 40,0
r/c r/c
(i) (j)
z = −c / 2 , z = 0 e em z = c / 2 .
0 0,00 LSQ
QSQ
-8 z = -c/2 LSQ CSQ
QSQ -0,01
CSQ
-16
-0,02
βz
βz
-24 z = -c/2
-0,03
-32
-40 -0,04
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c r/c
(a) (b)
0 0,00
LSQ LSQ z=0
QSQ QSQ
-2 CSQ -0,03
CSQ
z=0
-4 -0,06
βz
βz
-6 -0,09
-8 -0,12
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 37,0 37,5 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c r/c
(c) (d)
79
0,5
z = c/2 0,00
0,0 LSQ z = c/2
-0,07 QSQ
LSQ
CSQ
QSQ
-0,5
CSQ -0,14
-1,0
βz
βz
-0,21
-1,5 -0,28
-2,0 -0,35
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c r/c
(e) (f)
Figura 6.3 – Fator β z para a determinação da tensão σ z .
também em três planos da placa circular. As Figs. 6.4a a 6.4f mostram o valor do fator β rz
para a determinação da tensão de cisalhamento τ r z .
12 0,06
z = -c/2
0,05
LSQ
9 QSQ z = -c/2
CSQ 0,04 LSQ
QSQ
CSQ
6 0,03
βrz
βrz
0,02
3
0,01
0 0,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 37,0 37,5 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c r/c
(a) (b)
3,6 0,090
LSQ LSQ z=0
3,0 z=0 QSQ 0,075
QSQ
CSQ CSQ
2,4 0,060
1,8 0,045
βrz
βrz
1,2 0,030
0,6 0,015
0,0 0,000
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 37,0 37,5 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c r/c
(c) (d)
80
2,0 0,10
z = c/2 LSQ LSQ z = c/2
QSQ QSQ
1,6 CSQ 0,08 CSQ
1,2 0,06
βrz
βrz
0,8 0,04
0,4 0,02
0,0 0,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c r/c
(e) (f)
Figura 6.4 – Fator β rz para a determinação da tensão τ r z .
As Figs. 6.5a a 6.5j mostram os valores do fator βθ para a tensão σ θ' em cinco planos
βθ
-120
-0,005
-180
-0,010
-240
-0,015
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 37,0 37,5 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c
r/c
(a) (b)
12,5 0,003
z = -c/2 LSQ LSQ
QSQ QSQ
10,0 CSQ 0,000 CSQ
z = -c/2
7,5 -0,003
βθ
βθ
5,0 -0,006
2,5 -0,009
0,0 -0,012
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c r/c
(c) (d)
81
1,2
LSQ 0,000 LSQ
1,0 z=0 QSQ QSQ
CSQ
CSQ
-0,007 z=0
0,8
-0,014
0,6
βθ
βθ
-0,021
0,4
-0,028
0,2
-0,035
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 37,0 37,5 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c r/c
(e) (f)
1,3 0,02
LSQ
z = c/2
QSQ
0,0 0,00
CSQ
βθ
-3,9 -0,06
-5,2 -0,08
-6,5 -0,10
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 38,0 38,5 39,0 39,5 40,0
r/c r/c
(g) (h)
-4 0,4
βθ
βθ
-6 0,2
-8 0,0
-10 -0,2
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 39,5 39,6 39,7 39,8 39,9 40,0
r/c r/c
(i) (j)
As Figs. 6.3 a 6.5 mostraram que o desempenho dos elementos QSQ e CSQ é
praticamente o mesmo para a determinação das tensões analisadas, exceto para o ponto exato
82
de aplicação da carga onde a malha formada por elementos CSQ fornece valores de tensão
maiores.
A malha com elementos LSQ se mostrou bastante eficaz quando as tensões são
analisadas no centro do elemento (plano z = 0 ), entretanto na medida em que as tensões são
analisadas próximas as bordas dos elementos, a malha formada por elementos lineares se
mostra incapaz de determinar com grande precisão as tensões.
Figs. 6.4a a 6.4f, onde o desempenho dos 3 elementos foi muito parecido.
Neste exemplo, os valores do fator β são analisados nas regiões próximas a uma carga
uniforme aplicada ao longo de uma circunferência de raio igual à metade do raio da placa.
Para avaliar o fator β de concentração de tensão é usado apenas o elemento cúbico da
Família Serendipity, CSQ.
A discretização da geometria do problema é feita com uma malha com 4000 elementos
cúbicos, sendo 200 divisões na direção do eixo r e 20 divisões na direção do eixo z. São
indicados os valores de β em cinco planos ao longo da espessura da placa.
83
As tensões normais σr e σ θ não são dividas em duas partes conforme foi feito no
exemplo anterior. Sendo assim, as tensões para a placa mostrada na Fig. 6.6 podem ser
obtidas das Figs. 6.7 e 6.10 utilizando as Eqs. (6.5) e (6.6), respectivamente, ou seja,
P
σ r = βr (6.5)
c
P
σ θ = βθ (6.6)
c
0,0 z = -c
-1,2
-2,4 (a)
βr
-3,6 c = 0,05 m
c = 0,15 m
c = 0,25 m
-4,8
0,0 z = -c/2
-0,6
-1,2 (b)
βr
-1,8
c = 0,05 m
c = 0,15 m
-2,4 c = 0,25 m
0,00 (c)
βr
-0,01
-0,02
2.4
z = c/2
c = 0,05 m
1.8 c = 0,15 m
c = 0,25 m
1.2 (d)
βr
0.6
0.0
4,8 z=c
c = 0,05 m
3,6
c = 0,15 m
c = 0,25 m
2,4
βr
(e)
1,2
0,0
A Fig. 6.7c indica que no plano médio, a placa fina ( c = 0,05 m) está sujeita a uma
tensão normal radial, σr , cinco vezes maior do que a placa espessa ( c = 0,25 m). Isto mostra
que a tensão normal radial no plano médio é inversamente proporcional a espessura da placa
na linha de aplicação da carga concentrada e na região próxima ao apoio da placa.
0
z = -c c = 0,05 m
c = 0,15 m
-3 c = 0,25 m
-6 (a)
βz
-9
-12
0,00
-0,05
-0,10 (b)
βz
-0,15
z = -c/2 c = 0,05 m
c = 0,15 m
-0,20 c = 0,25 m
0,00
-0,02
-0,04
βz
(c)
-0,06
z=0 c = 0,05 m
c = 0,15 m
-0,08 c = 0,25 m
c = 0,05 m
0,01 c = 0,15 m z = c/2
c = 0,25 m
0,00
βz (d)
-0,01
-0,02
c = 0,05 m
z=c
-6
3,0x10
c = 0,15 m
c = 0,25 m
-6
2,0x10
1,0x10
-6 (e)
βz
0,0
-6
-1,0x10
A análise das Figs. 6.8a a 6.8e indica que a tensão normal axial, σ z , se propaga a uma
maior distância na direção radial de placa circular para uma placa espessa, enquanto que para
a placa fina essa tensão tende a se manter mais concentrada na linha de atuação da carga.
Nos planos interiores da placa, Figs. 6.8b a 6.8d, o fator de tensão β z tem um mesmo valor
máximo, indicando que a tensão σ z nesses casos é inversamente proporcional a espessura da
placa. A Fig. 6.8e mostra que uma pequena tensão surge na superfície inferior.
88
O fator β rz para a obtenção da tensão τ rz está representado na Figs. 6.9a a 6.9e.
8 c = 0,05 m z = -c
c = 0,15 m
c = 0,25 m
4
βrz 0
(a)
-4
-8
0,04
βrz
(b)
0,00
-0,04
0,06
βrz
(c)
0,03
0,00
0,04 (d)
βrz
0,02
0,00
1,0x10
-6 c = 0,05 m z=c
c = 0,15 m
c = 0,25 m
-7
5,0x10
0,0 (e)
βrz
-7
-5,0x10
-6
-1,0x10
Através das Figs. 6.9b a 6.9d, nota-se que os fatores de tensão β rz são semelhantes para
os três casos. A influência da carga concentrada é mais visível quando se observa a Fig. 6.9b.
90
Com o uso da Fig. 6.9d, observa-se que os valores dos fatores β rz devido ao apoio da placa
superam os valores dos fatores β rz devido à própria carga.
O fator βθ para a obtenção da tensão σ θ está representado nas Figs. 6.10a a 6.10e.
0,0
z = -c
-1,2
-2,4
βθ
(a)
-3,6
c = 0,05 m
c = 0,15 m
-4,8 c = 0,25 m
0,0 z = -c/2
-0,6
-1,2 (b)
βθ
-1,8
c = 0,05 m
c = 0,15 m
-2,4 c = 0,25 m
0,01 z=0
0,00
-0,01 c = 0,05 m
βθ c = 0,15 m (c)
c = 0,25 m
-0,02
-0,03
2,4 c = 0,05 m
c = 0,15 m
c = 0,25 m
1,8 z = c/2
1,2
βθ
(d)
0,6
0,0
4,8 c = 0,05 m
c = 0,15 m
c = 0,25 m
3,6 z=c
2,4
βθ
(e)
1,2
0,0
bastante parecidos com os formatos das curvas de β r , para todos os planos com exceção do
são exatamente iguais. A partir desse ponto até a borda da placa, os valores do fator de tensão
βθ diminuem e tendem a um valor 2,5 vezes menor do que o valor encontrado no centro da
placa. De maneira diferente ao fator β r , a Fig. 6.10c indica que no plano médio da placa
Neste trabalho foi empregado o MEF para realizar uma análise de tensões em corpos
axissimétricos. Foi utilizada a formulação isoparamétrica do MEF para a implementação de
três diferentes de tipos de elementos quadrilaterais axissimétricos: o elemento linear, o
elemento quadrático e o elemento cúbico, todos da família Serendipity. Foram analisadas as
diferenças entre o comportamento dos elementos quando estes são utilizados para descrever
os deslocamentos e as tensões em corpos de revolução.
No primeiro exemplo foi analisado o caso de uma placa fina circular, simplesmente
apoiada, sujeita a uma carga aplicada em seu centro. Para essa análise foram utilizados os três
tipos de elementos.
7.1 CONCLUSÕES
No capítulo 5 foi realizada uma série de análises dos deslocamentos e tensões em corpos
de revolução. Foram analisados um vaso de pressão cilíndrico de parede espessa sujeito a uma
pressão interna e também uma placa circular fina, engastada, sujeita a um carregamento
distribuído em sua superfície superior. Essas análises foram necessárias para validar o código
computacional desenvolvido, código este denominado de PROAXI.
por elementos CSQ apresentaram melhor eficiência do que malhas compostas pelos outros
dois elementos. Foi observado que uma malha composta por somente um elemento CSQ
descreve a tensão normal radial dentro da precisão estabelecida.
circunferencial, σ θ , assumem os maiores valores entre todas as tensões que surgem na placa.
elevados valores em todos os planos analisados. No plano superior da placa, próxima ao ponto
de aplicação da carga, surge uma descontinuidade das tensões σ r e σ θ . Logo abaixo desse
plano surgem altas tensões normais de tração. No plano médio da placa, essas tensões
continuam sendo de tração e diminuem de modo que na superfície inferior da placa surge uma
tensão de compressão.
tensão normal σ θ apresentada pela placa com c = 0,25 , nos planos analisados. Segundo a
teoria de placas, a tensão normal é nula no plano médio da placa. Entretanto, todos os valores
do fator de concentração de tensão são próximos de um valor positivo máximo. Isso indica
que, nesse plano, as tensões são de compressão e são inversamente proporcionais à espessura
da placa.
circunferência de aplicação da carga. A partir dessa posição de aplicação da carga até a borda,
os valores de β r decrescem linearmente até o valor zero na borda da placa. No plano médio
97
das placas, os valores dos fatores β r têm um máximo valor negativo, indicando que neste
plano as tensões normais são de compressão.
surge em uma placa circular devido a aplicação de uma carga concentrada, é inversamente
proporcional à espessura da placa. Porém, a área de distribuição dessa concentração de tensão
é proporcional à espessura. Isso significa que na placa espessa, com c = 0,25 , tem-se que a
tensão normal axial é cinco vezes menor do que em uma placa fina, com c = 0,05 . Essa
concentração de tensões se distribui em uma área cinco vezes maior do que a área da
concentração de tensão uma placa com espessura cinco vezes menor.
• Fazer uma comparação entre as tensões obtidas para placas finas com o uso dos
elementos axissimétricos e as tensões obtidas com o uso de elementos planos de
placas finas;
• Comparar os valores das tensões obtidas para placas espessas através do uso de
elementos axissimétricos com os valores obtidos através de elementos de placas
espessas;
98
• Utilizar um processo adaptativo de refinamento, versão-p, do método dos
elementos finitos, para a obtenção das tensões próximas às cargas concentradas
em corpos de revolução.
Apêndice A
1
I= ∫−1G(ξ )dξ (A.1)
G (ξ ) = α 0 + α1ξ + α 2ξ 2 + + α pξ p (A.2)
100
Levando a Eq. (A.2) na Eq. (A.1), tem-se que
1
I = ∫ (α 0 + α1ξ + α 2ξ 2 + + α Pξ p ) dξ
−1
1 1 1
1 ξ2 ξ3 ξ p +1
I = α 0ξ −1
+ α1 + α2 + +α p
2 3 p +1
−1 −1 −1
ou
2
I = 2α 0 + α 2 +
3
+
αp
p +1
[1 − (−1) ] p +1
(A.3)
1
I = ∫ G (ξ ) dξ = W1G (ξ1 ) + W2G (ξ 2 ) + + WnG (ξ n ) (A.4)
−1
W1 + W2 + + Wn = 2
W1ξ1 + W2ξ 2 + + Wnξ n = 0
2
W1ξ12 + W2ξ 22 + + Wnξ n2 = (A.6)
3
p +1
n= (A.7)
2
W1 = 2
(A.8)
W1 ξ1 = 0 ⇒ ξ1 = 0
W1 + W2 = 2
W1 ξ1 + W2 ξ 2 = 0
2 (A.9)
W1 ξ12 + W2 ξ 22 =
3
W1 ξ13 + W2 ξ 23 = 0
102
que formam um sistema não linear de equações, cuja solução é
W1 = W2 = 1
1 (A.10)
ξ1 = −ξ 2 = − = −0,577350269189626
3
W1 + W2 + W3 = 2
W1 ξ1 + W2 ξ 2 + W3 ξ3 = 0
2
W1 ξ12 + W2 ξ 22 + W3 ξ 32 =
3
(A.11)
W1 ξ13 + W2 ξ 23 + W3 ξ33 = 0
2
W1 ξ14 + W2 ξ 24 + W3 ξ 34 =
5
W1 ξ15 + W2 ξ 25 + W3 ξ 35 = 0
5 8
W1 = W3 = = 0,555555555555556 e W2 = = 0,888888888888889
9 9
3
ξ1 = −ξ 3 = − = −0,774596669241483 e ξ 2 = 0 (A.12)
5
W1 = W2 = 0,347854845137454
W3 = W4 = 0,652145154862546
(A.14)
ξ1 = −ξ 2 = −0,861136311594053
ξ 3 = −ξ 4 = −0,339981043584856
por quadratura de Gauss, basta avaliar a integral interna fazendo η constante, isto é,
1 n
∫−1 G (ξ ,η ) dξ = ∑Wi G (ξ i ,η ) = F (η ) (A.16)
i =1
1 n n n
I = ∫ F (η ) dη = ∑ W j F (η j ) = ∑ W j ∑ Wi G (ξ i ,η j )
−1 j =1 j =1 i =1
ou seja,
1 1 n n
I = ∫ ∫ G (ξ ,η ) dξ dη = ∑ ∑ W j Wi G (ξ i ,η j ) (A.17)
−1 −1 j =1 i =1
A Fig. A.5 mostra a posição dos quatro pontos de integração para a solução exata de
integrais de polinômios até terceira ordem em cada direção.
1 1
ξ1 = ξ 3 = −ξ 2 = −ξ 4 = − e η1 = η 2 = −η 3 = −η 4 = +
3 3
A Fig. A.6 mostra a posição dos nove pontos de integração para a solução exata de
integrais de polinômios até quinta ordem em cada direção.
3
ξ1 = ξ 4 = ξ 7 = − ξ 3 = −ξ 6 = −ξ 9 = − e ξ 2 = ξ5 = ξ8 = 0
5
3
η1 = η 2 = η 3 = − η 7 = −η 8 = −η 9 = + e η 4 = η5 = η6 = 0
5
⎛ 5 ⎞ ⎛ 5 ⎞ 25
W1 = W3 = W7 = W9 = ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ =
⎝ 9 ⎠ ⎝ 9 ⎠ 81
⎛ 8 ⎞ ⎛ 5 ⎞ 40
W2 = W4 = W6 = W8 = ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ =
⎝ 9 ⎠ ⎝ 9 ⎠ 81
106
⎛ 8 ⎞ ⎛ 8 ⎞ 64
W9 = ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ =
⎝ 9 ⎠ ⎝ 9 ⎠ 81
A Fig. A.7 mostra a posição dos dezesseis pontos de integração para a solução exata de
integrais de polinômios até sétima ordem em cada direção.
Usando a enumeração dos pontos de Gauss como mostrado na Fig. A.7, as coordenadas
naturais destes pontos são
Para i = 1, 4 , 13 , 16 :
Para i = 2 , 3 , 5 , 8 , 9 , 12 , 14 , 15 :
MÉTODO DE CHOLESKY
[K ]{X } = {F } (B.1)
onde,
{F } é o vetor independente;
{X } é o vetor incógnita.
Há vários métodos disponíveis para resolver o sistema de equações da Eq. (B.1). Nos
casos em que a matriz [K ] for simétrica e positiva definida, pode-se usar, por exemplo, o
método de Cholesky
[K ] = [L][L]T (B.2)
109
[L][L]T {X } = {F } (B.3)
Fazendo,
Portanto, uma vez determinada a matriz [L ] através da Eq. (B.2), calcula-se o vetor {y}
usando a Eq. (B.5). O vetor incógnita {X } será determinado utilizando a Eq. (B.4) com {y} e
[L] conhecidos.
Agora, o método de Cholesky pode ser aplicado para resolver a Eq. (B.1). Para
determinar o vetor {X } da Eq. (B.1), devem ser conhecidos o vetor independente {F } e a
Usando a Eq. (B.2) e adotando a matriz [L ] como sendo triangular inferior, tem-se que
j ≤ i ≤ n , vem que
Para j = 1 :
k11 = L11
2
k 21 = L11L21
k31 = L11L31
k 41 = L11L41
k n1 = L11Ln1
Para j = 2 :
k 22 = L221 + L222
k32 = L21L31 + L22 L32
k 42 = L21L41 + L22 L42
k n 2 = L21Ln1 + L22 Ln 2
Para j = 3 :
Para j = 4 :
Para j = n ,
111
Portanto,
L11 = (k11 )1 / 2
L21 = k 21 / L11
L31 = k31 / L11
L41 = k 41 / L11
Ln1 = k n1 / L11
L22 = (k 22 − L221 )1 / 2
L32 = (k32 − L21L31 ) / L22
L42 = (k 42 − L21L41 ) / L22
Ln 2 = (k n 2 − L21Ln1 ) / L22
L11 = (k11 )1 / 2
e fazendo
⎡ L11 0 0 0 0 ⎤ ⎧ y1 ⎫ ⎧ f1 ⎫
⎢L L22 0 0 0 ⎥⎥ ⎪⎪ y2 ⎪⎪ ⎪⎪ f 2 ⎪⎪
⎢ 21
⎢ L31 L32 L33 0 0 ⎥ ⎪⎪ y3 ⎪⎪ ⎪⎪ f 3 ⎪⎪
⎢ ⎥⎨ ⎬ = ⎨ ⎬
⎢ L41 L42 L43 L44 0 ⎥ ⎪ y4 ⎪ ⎪ f 4 ⎪
⎢ ⎥⎪ ⎪ ⎪ ⎪
⎢ ⎥⎪ ⎪ ⎪ ⎪
⎣⎢ Ln1 Ln 2 Ln3 Ln 4 Lnn ⎦⎥ ⎪⎩ yn ⎪⎭ ⎪⎩ f n ⎪⎭
então,
L11 y1 = f1
L21 y1 + L22 y2 = f 2
L31 y1 + L32 y2 + L33 y3 = f 3
L41 y1 + L42 y2 + L43 y3 + L44 y4 = f 4
Portanto,
y1 = f1 / L11
y2 = ( f 2 − L21 y1 ) / L22
y3 = ( f 3 − L31 y1 − L32 y2 ) / L33
y4 = ( f 4 − L41 y1 − L42 y2 − L43 y3 ) / L44
y1 = f1 / L11
e fazendo 2 ≤ i ≤ n , determinar yi em
113
⎛ i −1 ⎞
yi = ⎜⎜ f i − ∑ Lij y j ⎟⎟ / Lii
⎝ j =1 ⎠
Então,
Lnn xn = yn
xn = yn / Lnn
xn = yn / Lnn
e fazendo
⎛ n ⎞
x j = ⎜⎜ y j − ∑ L ij xi ⎟⎟ / L jj e, por último, imprimir xi fazendo 1 ≤ i ≤ n.
⎝ i = j +1 ⎠
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