Sei sulla pagina 1di 8

Revista da Abordagem Gestáltica:

Phenomenological Studies
ISSN: 1809-6867
revista@itgt.com.br
Instituto de Treinamento e Pesquisa em
Gestalt Terapia de Goiânia
Brasil

Beck, Maximilian
A Última Fase da Fenomenologia de Husserl: Exposição e Crítica (1941)
Revista da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies, vol. XIX, núm. 1, enero-junio, 2013, pp.
119-125
Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt Terapia de Goiânia
Goiânia, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=357735557012

Como citar este artigo


Número completo
Sistema de Informação Científica
Mais artigos Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal
Home da revista no Redalyc Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto
A Última Fase da Fenomenologia de Husserl: Exposição e Crítica (1941)

TEXTOS CLÁSSICOS

A Última Fase da Fenomenologia de Husserl:


Exposição e Crítica (1941)1

Maximilian Beck

(1941)

1. Relatório como princípio da moderna cultura europeia, possibili-


ta a Europeização da humanidade não europeia. A livre
1. Sobre as bases dos tempos modernos, sua filosofia formação através da universalidade da razão chama-se
e ciência. O último artigo de Husserl publicado antes entelecheia, a ideia “inata” do Europeu moderno que, se
de sua morte chama-se “The Crisis of European Science abandonar a concretização da entelecheia, será reduzi-
and Transcendental Phenomenology: An Introduction to do a um tipo antropológico-empírico como o Chinês ou
Phenomenological Philosophy”2. o Indiano. Assim, o drama da europeização de todas as
Para Husserl, a crise que predomina atualmente na raças não significará nada além de uma tolice histórica7.
humanidade parece ser causada, basicamente, por uma
interpretação equivocada da razão, contribuindo para a 2. Equívocos da razão através da filosofia e das ciên-
crise nas ciências Europeias, o ceticismo, irracionalis- cias da Europa moderna. Sobre o que está fundamenta-
mo e, consequentemente, o domínio da desumanidade3. do o equívoco da razão? Num primeiro momento, sobre
Com o sacrifício da razão, entretanto, a humanidade e a o fato de que a sua concepção está atrelada à matemáti-
moderna cultura europeia encontram-se em perigo ainda ca, cujo significado original perdeu-se há muito tempo.
maior de completa destruição, pois os homens e as cul- A filosofia e as ciências modernas pressupõem leis
turas contemporâneos são determinados por uma oposi- de validade universal no mundo real8. Isto significa que
ção consciente ao tradicionalismo da Idade Média que, essas leis estão fundamentadas em relações numéricas e
na opinião de Husserl, era cego e obediente4. Por outro mensurações realmente existentes com relação ao espa-
lado, em tempos modernos, a humanidade tem sido for- ço e tempo, movimento e forma. Também as qualidades
çada a moldar seus entornos e a si mesma pela livre ra- sensuais são reduzidas a movimentos e formas passíveis
zão, segundo sua própria percepção5. Para a moderna de serem calculadas matematicamente9.
humanidade, entretanto, o sacrifício da razão equivale Porém, a matemática e, especialmente, seu protótipo,
à destruição de suas bases e ao cerceamento de todas as a geometria de Euclides eram, em princípio, apenas um
fontes de sua força6. meio empírico de aferição! Isto significa que a geome-
Porém, é preciso lembrar que a essência do homem tria também não encontra objetos matemáticos no mun-
enquanto animal rationale deve existir livremente sob do real, mas tão somente os constrói por meio da imagi-
as condições determinadas pela razão, fato que por si nação, a fim de governar a natureza de modo prático e
só pode fornecer a base para maior valoração da cultu- organizá-la sobre uma base amplamente válida através
ra Europeia, visto que a unidade universal e o senso co- de mensuração10.
mum são essenciais à razão. Esta universalidade da razão, Por essa razão, identidades matemáticas e invariabi-
lidades detinham, originalmente, apenas um mero signi-
1
Título original: “The Last Phase of Husserl’s Phenomenology: An ficado metodológico. Porém, o significado metodológico
Exposition and a Criticism”, publicado na Philosophy and Phenome-
nological Research, Vol. 1, No. 4 (Jun., 1941), pp. 479-491. Revista
original, particularmente aquele dos objetos euclidia-
nos, tem sido mal interpretado pela ciência e pela filoso-
Te x t o s C l á s s i c o s

editada pela International Phenomenological Society. As notas do


autor foram aqui mantidas, na mesma ordem e numeração do texto fia modernas como uma coisa objetivamente existente.
original. As notas explicativas acrescidas pelo Editor estão em Além disso, a criação dessa imaginação tem sido pressu-
formato alfabético, para não interferir no texto original.
2
Publicado em Philosophia, vol. I (1936).
3
Páginas 85-86. 7
Página 92.
4
Página 84. 8
Página 128.
5
Página 141. 9
Páginas 108-113, 136.
6
Páginas 88-92. 10
Páginas 103, 126, 127.

119 Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies – XIX(1): 119-125, jan-jul, 2013
Maximilian Beck

posta como sendo uma realidade objetiva do mundo físi- pectiva, ou seja, não seria possível visualizar o objeto de
co11 (Husserl obviamente chegou a esta opinião através frente e de costas simultaneamente)16.
da tentativa de justificar a matemática moderna que, de O equívoco referente à existência das coisas e do
fato, é um meio prático para calcular e dominar a natu- mundo, como algo além de consciências-aparências, gera
reza12, o que o fez também abandonar o significado do consequências graves e conduz ao ceticismo radicalista.
conhecimento objetivo da matemática clássica, particu- Desse equívoco, compreende-se que a realidade é divida
larmente a euclidiana, em função de seu significado pre- em duas partes com valores completamente diferentes:
sumidamente prático. Assim, absurdos são descartados, de um lado está a realidade objetiva das coisas físicas.
resultado da opinião de que um campo de equivalentes Esta realidade é tomada para se revelar ao conhecimen-
objetivos corresponde à matemática moderna não percep- to simplesmente como a realidade de um objeto e movi-
tível. É preciso lembrar que essa matemática contradiz o mentos no espaço-tempo; de outro lado está a realidade
antigo e a si mesma se entendida como asserções acerca da consciência, ou da alma, ou da subjetividade como
da realidade. Existem, por exemplo, várias geometrias). totalidade, algo que não existe em si objetivamente, mas
Também a física moderna não é mais do que a mera apenas “subjetivamente”.
matemática aplicada e seus objetos são, também, total- Isso sem mencionar que se tenta sempre coordenar
mente não perceptíveis. Husserl nega que a física seja o esses dois polos. Dentro do campo de pesquisa de uma
conhecimento de uma realidade objetiva e reforça seu ciência em particular, como no caso da psicologia, é pos-
significado prático. Assim, o dualismo intolerável entre a sível também relacionar realidade e subjetividade. Porém,
realidade sensível e perceptível e o mundo no qual vive- essa realidade física (res cogitans) é sujeitada a méto-
mos de um lado e, o mundo totalmente abstrato da física dos de pesquisa físicos (more geometrico), ignorando-se
moderna de outro, acaba sendo eliminado. Esse dualismo qualquer outra concepção de realidade que não seja físi-
torna-se ainda mais intolerável ao declarar que o mun- ca (res extensa)17.
do sensível-perceptível existe meramente na aparência, Tal divisão entre um ser objetivamente real e outro
enquanto o mundo não perceptível da física é entendido “meramente” subjetivo leva a contradições inerentes. O
como sendo objetivamente real13. mero reconhecimento de uma entidade objetivamente
Falando assim, no entanto, já teremos ido muito além real pertence à esfera subjetiva da consciência da alma18.
da causa dos equívocos da razão matemática. Esse se- Quando o homem começou a desenvolver um ponto de
gundo mal entendido da razão, de acordo com Husserl, vista sobre o mundo físico, ele certamente esperava ser
é o fato de que a realidade objetiva não é urgente apenas capaz de avançar gradualmente em direção à verdadeira
para os objetos matemáticos, mas também para o mundo realidade, constante e objetiva, separando o subjetivo do
no qual a razão matemática é aplicada. Este segundo mal mensurável e objetivamente determinável19.
entendido consiste na garantia da objetividade do mundo Mas, o que tinha sido admitido como firme e objeti-
como algo independente da subjetividade que o produz14. vo num primeiro momento, foi também descoberto como
“Mundo, “natureza”, seriam então suprimidos da consci- sendo subjetivo através de contínuas pesquisas, como por
ência que os produz, visto que são entendidos como real- exemplo, espaço, tempo, massa, causalidade20. Entretanto,
mente existentes, um “in sich abgeschlossene Körperwelt”, à parte as tentativas de compreensão de uma realidade
“abgekapselt”, “além da consciência – aparência que por objetiva além de toda subjetividade, não havia outro sig-
si só os traz para o campo do conhecimento15. A falta de nificado para o conhecimento científico e filosófico em
razão dessa proposição não é visível. Ela consiste em fa- vista; por isso a ciência e a razão parecem ter sido aban-
lar da existência objetiva das coisas, além das aparên- donadas (ceticismo de Hume)21.
cias pelas quais elas se manifestam para a consciência. A separação entre subjetividade e realidade objetiva
De acordo com Husserl, a essência das coisas é a sua re- tem ainda outra consequência. Muitos problemas impor-
alização por meio das “matizes” (Abschattungen); as coi- tantes de grande interesse para o homem, como questões
sas existem somente por meio da certeza de serem meras sobre o sentido e o valor do mundo, do próprio homem
imagens mentais (Bewusstseinserscheinungen). como ser e o seu semelhante tem ficado, desde o início,
Husserl afirma também que a geometria das coisas, fora do campo de pesquisa científica. Essas perguntas e
assim como seu movimento, não são dados objetivamen- respostas se originam em interesses particulares do ho-
te em si mesmas, mas apenas na sucessão de suas pers- mem, na subjetividade banida da esfera da ciência. É jus-
pectivas, relativamente a certos pontos de vista (mesmo tamente por isso que a ciência objetiva está condenada
Deus seria incapaz de ver qualquer coisa – um globo, por
Te x t o s C l á s s i c o s

exemplo – como uma figura completa e absoluta sem pers- 16


As análises formais de Husserl, especialmente Ideen zu einer reinen
Phänomenologie und phänomenologischen Forschung, p. 315, estão
11
Páginas 103, 126, 127. pressupostas aqui.
12
Páginas 119, 121. Cf. meu artigo “Geiz als Wurzel der faustisch- 17
Páginas 136, 138, 139.
-dynamischen Kultur”, Philosophische Hefte, vol. III (1931), p. 15. 18
Páginas 142, 143.
13
Página 129. 19
Página 141.
14
Página 137. 20
Página 162.
15
Página 135. 21
Página 163, 171.

Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies – XIX(1): 119-125, jan-jul, 2013 120
A Última Fase da Fenomenologia de Husserl: Exposição e Crítica (1941)

a perder importância. Ao mesmo tempo, o antagonismo da subjetividade que afeta o significado de uma validade
entre a realidade e a razão está declarada22; pois os ob- e de uma realidade objetivas é apenas a origem de uma
jetivos e valores da realidade estão reduzidos a ilusões. “objetividade” erroneamente entendida como científica
(Wissenschaftlichkeit)30.
3. Os objetivos da fenomenologia da Husserl. Husserl
chama o ensaio analisado aqui de “Crise das Ciências 4. O método fenomenológico. É o método da elimina-
Europeias e a Fenomenologia Transcendental” ao qual ção radical (“Ausschaltung”) de todas as asserções sobre
adiciona ainda o subtítulo “Uma Introdução à Filosofia a realidade ou o método da suspensão (como a “epoché”
Fenomenológica”, por acreditar que sua fenomenologia do ceticismo grego). O que isso significa?
seria capaz de acabar com a crise das ciências europeias. Husserl enfatiza o que constitui essencialmente a
O que é esta fenomenologia? “epoché” feita por Descartes: este, a fim de obter uma
Ela é, primeiramente, a base da razão e da ciência inte- base absolutamente sólida para o filosofar, começa suas
ligível, visto que descobre e emprega as origens da razão Meditationes através de uma dúvida metodológica para
e da ciência, ao invés da tradição cega e das lembranças a realidade das coisas, visto que poderiam não passar de
de experiências reais anteriores23. sonhos. Pelo simples fato de duvidar, ele descobre, como
Em segundo lugar, a fenomenologia mostra o que re- evidência e verdade absolutamente concreta, que a dúvi-
almente significa a “existência verdadeira”, “verdade”, da em si, o “ato” de duvidar, enquanto forma de pensa-
“existência objetiva”, “realidade”; e, também, o que razão mento (cogitatio) não pode ser simplesmente sonhado. A
e ciência não significam, ou seja, mostra que as coisas não dúvida é, ela “existe” em si mesma. Mas o que é pensado
existem independentes do pensamento, tendendo a ele não existe? O cogitatum existe apenas como pensamento,
por meio das cogitationes. Para a fenomenologia, a razão qua cogitatum, mesmo se for apenas sonhado.
é a síntese universal de cogitações pela concordância de No entanto, Descartes confunde o cogitatio evidente
que uma entidade objetivamente verdadeira é realizada com o cogitatio do ego individual real e afirma que a re-
como realidade idêntica ao mundo, válida para todos os alidade deste ego é assegurada pela dúvida metodológica.
seres pensantes24. Descartes confunde também o pensamento ou cogitatum
Fica claro, portanto, o porquê de a filosofia buscar ser qua cogitatum como uma parte integrante do ego, uma
sempre sistemática; e o verdadeiro significado do método realidade psíquica. Husserl, pelo contrário, enfatiza que
progressivo infinito das modernas ciências europeias fica este ego individual empírico constrói sua existência so-
igualmente claro. Para uma ideia de um sistema filosófi- mente através da consciência, juntamente com a concre-
co, como o progresso infinito da ciência gera equívocos tização de coisas externas, notadamente por certa síntese
em relação ao horizonte e harmonia infinitos da experi- e sucessão de cogitationes. Por essa razão, somente tais
ência, como correspondentes a uma realidade que exista cogitationes são imediatamente evidentes. A realidade
igualmente infinita e objetiva em si mesma25. do meu próprio ego é tão duvidosa quanto a realidade
Num terceiro momento, entretanto, a fenomenologia do mundo físico exterior. Portanto, a verdadeira dúvida,
tenta descobrir o sistema de normas e leis da razão, em conforme o método fenomenológico de Husserl consiste
virtude das quais normas válidas universalmente e uma na suspensão radical (“epoché”) da manutenção de toda a
realidade consonante poderiam ser estabelecidas para to- realidade. O fenomenologista descarta a realidade (“schal-
dos os homens que concordassem uns com os outros26. tet aus”) não apenas do mundo exterior, como também
Assim, a fenomenologia desmascara a razão científica do próprio ego fenomenologizado, como sendo realmente
como derivada de uma razão prática precedente funda- uma individualidade. Em vez de cooperar com a manuten-
da sobre a subjetividade27. ção da realidade, o fenomenologista analisa os atos dessa
Porém, o verdadeiro significado da razão, sua auto- manutenção; assim, portanto, o fenomenologista não vive
nomia e a liberdade de se auto determinar, deve servir à ingenuamente na realidade, mas a torna objeto de pes-
subjetividade prática por meios de razão livre28. Os an- quisa, obtido através da “epoché” e “Ausschaltung”, cha-
tigos ideais da filosofia grega reforçaram radicalmente e mado por Husserl de “consciência transcendentalmente
tornaram-se o impulso da ciência e da filosofia europeia purificada”. Essa é a única base original e imediatamente
moderna: autodeterminação do homem através do co- evidente que Descartes buscava31.
nhecimento do qual é a verdade final o que, no entanto,
é reconhecidamente subjetividade29. E, essa penetração
2. Nota
Te x t o s C l á s s i c o s

22
Páginas 82, 83, 85.
23
Página 94; Ideen, pp. 43, 121, 147. A incoerência da crítica que se segue pode ser explica-
24
Páginas 174, 151, 157.
25
Páginas 96-97.
da pela minha intenção de resumir não apenas algumas
26
Páginas 86, 92. objeções contra o artigo sob análise, mas também contra
27
Páginas 101-102.
28
Página 92. Página 83.
30

29
Páginas 90, 92, 174. Páginas 152-157.
31

121 Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies – XIX(1): 119-125, jan-jul, 2013
Maximilian Beck

a filosofia posterior de Husserl. Quando jovem fui liber- de uma humanidade racional”33. Porém, palavras como
tado por Husserl daquele mesmo subjetivismo ao qual eu “inata” e “entelecheia” não devem nos levar a sobrepor à
o encontrei debruçado quando de suas bases filosóficas transcendência dessas pressuposições de Husserl.
posteriores. Isto talvez ajude a explicar a acidez da minha A mera factualidade da seleção e sucessão de fenô-
crítica. Mas quero também enfatizar minha enorme gra- menos presentes na consciência, não deve ser descarta-
tidão para com o autor de Logische Untersuchungen, cujo da, eliminando-se o significado da realidade objetiva de
jeito de filosofar tenta sustentar as asserções apenas sobre sua síntese. O fluxo da consciência, na qual a convicção
a experiência imediata. Convém lembrar que o método da realidade de um mundo real objetivo é formada, falta
fenomenológico, adequadamente praticado, difere de sua à necessidade lógica. Esse fluxo existe apenas enquanto
explanação e justificação teórica. Mesmo os resultados está presente. É óbvio, no entanto, que esse fluxo existe,
desse método apropriadamente praticado podem ser dife- pois não há como negar o fato de que eu tenha consciên-
rentes de acordo com diferentes pressuposições teóricas. cia dos fenômenos (cogitata qua cogitata). Porém, a ime-
Em minha opinião, Husserl conseguiu chegar ao diata auto-evidência da existência de uma certa consci-
subjetivismo somente através de sua identificação com ência é radicalmente diferente da auto-evidência da ra-
a consciência e a intencionalidade, como tentei demons- zão auto-evidente.
trar na minha Psychologie32 que, por razões de espaço, (3) É preciso também fazer uma distinção entre a ló-
não será abordada aqui. gica da percepção imediata e a lógica da compreensão
através da razão. Somente a lógica racional pertence à
esfera da razão, enquanto o método perceptível, empre-
3. Crítica gado pela fenomenologia, independe completamente de
compreensão racional. Ele apenas mostra ‘o que’ e ‘como’
(1) O método de Husserl pretende ser um começo ori- é consciente, como um sucede o outro e como está co-
ginal, sem quaisquer premissas, mas assume as regras nectado a ele [método]; em outras palavras, ele afirma
da lógica. Não é o que pretende ser, uma mera descrição apenas o que é. Sua certeza lógica imediata é apenas a
da cogitata qua cogitata, pois requer também o exercí- certeza do conhecimento factual, visto que não mostra
cio do julgamento, conclusões prévias e o uso da razão. as razões necessárias para a conexão dos fenômenos da
Certamente, o método seria incapaz de fazer qualquer consciência. Portanto, seria um erro sugerir que o méto-
asserção sem, por exemplo, pressupor a validade da lei do fenomenológico é capaz de esclarecer e estabelecer a
da identidade. auto compreensão da razão. A fenomenologia seria, nesse
Além disso, o método supõe conexões entre ideias sentido, apenas a ciência dos fatos, uma ciência “positivis-
muitas abrangentes como, por exemplo, de que toda ação, ta” apesar de toda supressão metodológica da realidade.
pensamento ou dúvida é impossível sem um sujeito que Husserl, na verdade, se esforça para alcançar o mes-
age, pensa ou duvida. O próprio Husserl chama seus mo que Kant já havia buscado. Ele quer mostrar que a
questionamentos de “egológicos”. Assim, ele também razão é um organismo autônomo em relação a estruturas
pressupõe um “ego” como sujeito da “consciência trans- e funções da consciência, um tipo de textura física na
cendentalmente purificada” que diga-se, não corresponde qual cada um teria necessariamente que pensar a verda-
ao ego real e individual de Descartes. Porém, o ego geral, de e a realidade-mundo, se pensasse de fato. Entretanto,
em Husserl, não é também um cogitatum qua cogitatum; em vez de mostrar a necessidade dessa textura física,
ele é apenas um a priori aceito como uma premissa ne- Husserl atesta o contrário da necessidade ao falar de um
cessária de qualquer pensamento. estilo-causal-universal34 como se estivesse se referindo a
(2) Além disso, Husserl é incapaz de descartar, ain- um estilo barroco ou clássico na história da arte. Husserl
da que metodologicamente, a existência transcendental identifica uma objetividade idêntica e não relativa com
desse ego. Mesmo que sua existência fosse descartada validade de medida intersubjetiva35; ele interpreta ideias
em favor de uma subjetividade imanente da consciência como polos invariáveis e inatingíveis em direção à expe-
fenomenológica, ainda seria incompreensível o porquê riência que tende a se completar e se aperfeiçoar de forma
de a sucessão e a teleologia do fenômeno da consciên- constante36. Porém, esta forma de interpretação é típica
cia estarem além do livre arbítrio de toda subjetividade. do empirismo que é completamente falho para conceber
Em Ideen zu einer reinen Phänomenologie (p. 111, a razão e a necessidade.
Jahrbuch de Husserl, Halle, 1913), Husserl supôs, como (4) De fato, Husserl chegou ao modo empírico de filo-
“causa da factualidade de uma consciência constitucio- sofar contra o qual ele já havia lutado bravamente e, por
Te x t o s C l á s s i c o s

nal correspondente”, um Deus criativo e transcendente isso, acaba cometendo os mesmos erros que censurou
ao mundo e a uma consciência absoluta, mas neste ar- em seus opositores quando escreveu seu primeiro traba-
tigo, Husserl fala de uma “razão inata” ou “entelecheia
33
Páginas 91-92.
34
Página 103.
Leiden (Netherlands), 1938. Cf. especialmente pp. 46ff, onde o §37
32 35
Página 102.
das Ideen de Husserl é discutido. 36
Página 100.

Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies – XIX(1): 119-125, jan-jul, 2013 122
A Última Fase da Fenomenologia de Husserl: Exposição e Crítica (1941)

lho, Logische Untersuchungen, no qual mostrava que os (7) De acordo com Husserl, as peculiaridades ou es-
universais já haviam sido supostos por aqueles que ar- pecificidades da coisa material são físicas e geradas pela
gumentavam contra ele. Ele sustenta, por exemplo, que subjetividade humana38. Porém, todos distinguem pecu-
os universais são fundamentados sobre a experiência de liaridades psíquicas e físicas como qualidades. Não se
muitas coisas reais as quais são similares entre si. Um pode diferenciá-las entre si apenas aplicando-as ao objeto
universal pode ser obtido abstraindo-se suas próprias ou ao ego individual. Existem diferenças essenciais entre
diferenças. Husserl, entretanto, opôs-se corretamente: se o físico e psíquico, excluindo-se a priori, por exemplo, a
eu entendesse o universal como idêntico, em coisas si- cor vermelha de se tornar atributo de uma pessoa ou o
milares, eu não saberia nem em que aspecto essas coisas sentimento de alegria como atributo da coisa material.
são diferentes e nem quais aspectos eu teria que abstrair. Dessa maneira, o objeto material, como o açúcar por
Toda similaridade já pressupõe o universal, partindo-se exemplo, não significa somente uma realidade objetiva
da perspectiva de que as coisas são similares entre si. formal ou uma identidade ou um acordo de aparências,
Em seu último ensaio Husserl comete os mesmos er- pois tudo é também uma entidade determinada como
ros típicos dos nominalistas ao lidar com conceitos de certo quid. Resumindo: as diferenças entre a coisa física
“prática do aperfeiçoamento”, “aproximação”, “seme- e o ego psíquico são determinadas muito antes de qual-
lhança típica”, “repetição” e “costume”. Destes, Husserl quer fenômeno de realização, enquanto a essência geral
explica como resulta o significado idêntico e invariante do objeto refuta todos os métodos de pesquisa oriundos
de figuras geométricas, embora tais figuras não existam do mundo das coisas físicas da subjetividade humana,
objetivamente. Porém, todos esses conceitos supõem ape- contraditória a priori.
nas aquelas figuras determinadas como objetivos e alvos (8) Mas isso não é tudo. Não se poderia concordar, ao
idênticos e invariantes das experiências de “aperfeiçoa- que me parece, com a hipótese fundamental da teoria e
mento”, “aproximação”, “repetição”, “costume” e “seme- do método de Husserl de que apenas o físico é esboçado
lhança típica”37. É impossível, por exemplo, mirar ou apro- pelas aparências, enquanto o psíquico não. Toda a teoria
ximar um movimento num determinado espaço sem que de Husserl da evidência imanente da consciência perma-
se saiba previamente onde mirar ou ao que se aproximar. nece ou é revogada com esta tese. De fato, a teoria cai por
Não existe o ato de mirar ou aproximar sem ter um obje- terra, pois o psíquico se descreve, se delineia por si só
tivo. Sem conteúdos distintos, que possam servir como e (re)aparece em outro fenômeno também psíquico. Por
objetivo para prescrever onde e em qual direção o movi- exemplo, o sujeito psíquico, eu mesmo, enquanto certa
mento deve acontecer, é impossível falar de regras fixas essência individual39 se manifesta em seus atos exata-
de movimento ou determinar métodos para controlá-los. mente como uma coisa inanimada em função de suas
E, estes conteúdos, no entanto, são figuras geométricas. peculiaridades. Existe uma ciência muito antiga e com-
(5) Eu também não posso admitir que sejamos inca- plexa relativa a estes fenômenos que é a dos psicólogos
pazes de uma intuição plena e adequada das figuras geo- práticos, dos grandes poetas e moralistas, dos teólogos
métricas simultaneamente e sem uma perspectiva distor- e filósofos, capaz de apreender o ser físico de maneira
cida. Apesar de todas as teorias, é fato que percebemos, constante através de muitos fenômenos físicos distintos.
por exemplo, retângulos e cubos de forma retangular e A hipótese de Husserl de que o psíquico não se esboça40,
não inclinada, correspondendo a sua perspectiva de dis- não passa de uma invenção teórica e contraditória em
torção. Normalmente percebemos os retângulos de nossas relação à experiência.
casas ou mobília através da perspectiva de sua aparência. (9) Husserl quer verdadeiramente descrever a consci-
Perceber as distorções exige dos desenhistas e artistas, ência de uma realidade objetiva do mundo. Mas sua aná-
como todos sabem, muita prática e treinamento. lise contradiz a convicção do senso comum, distorcendo-
(6) Porém, as experiências empíricas de visualizar -o por completo. Todos tem ciência de que tudo tem um
o objeto real através de sua aparência distorcida não se lado oposto; sabe-se disso a priori através da evidência da
aplicam apenas às figuras geométricas, mas também às natureza comum de uma coisa material enquanto esta se
coisas reais em si mesmas. Esta penetrante característica prolonga no espaço. Por essa razão, Husserl espera que,
(Mehr-schichtigkeit) das experiências perceptivas contra- ao movimentar o objeto, ele consiga ver esse outro lado,
diz radicalmente a descrição de Husserl. É verdade que a seu avesso, seu oposto.
realidade objetiva de um objeto idêntico significa apenas Husserl, entretanto, converte esse fato nisso: através
certa concordância de aspectos que se sucedem uns aos da continuidade da experiência consentida relativa à
outros num fluxo de consciência contínuo; no entanto, no descrição das coisas, estou sempre esperando o lado re-
Te x t o s C l á s s i c o s

que diz respeito a aspectos individuais, separadamente, verso desse objeto. Se essa expectativa puder ser compro-
as coisas se manifestam como certas e idênticas, através vada, ela marca uma experiência consensual racional e
de vários aspectos. Elas se manifestam como diferentes
tanto em seu aspecto único como no totalizante. 38
Páginas 165, 171-2, 157.
39
Isto, obviamente, não pode ser confundido com o que Husserl chama,
de acordo com sua teoria, o sujetito psíquico individual.
Páginas 99, 100, 105.
37 40
Cf. Ideen, p. 77.

123 Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies – XIX(1): 119-125, jan-jul, 2013
Maximilian Beck

que adquire significado através da realidade objetiva das de uma maneira completamente diferente da nossa. Da
coisas; não é uma coisa real existindo de forma indepen- mesma forma é verdade que o mundo das percepções
dente de suas experiências, mas apenas a continuidade humanas está sempre sendo envolvido em uma mudan-
e a harmonia dessas. ça histórica como mostraram Hegel e seus seguidores
Isso contradiz radicalmente o senso comum ao acredi- (incluindo Dilthey).
tar que a subjetividade produz (“leistet”) o mundo. Todos Tudo isso parece comprovar a hipótese de Husserl de
sabem que o mundo é pré-determinado a todas as suas que o mundo objetivo é, na verdade, apenas causado pela
percepções. Esse mundo produzido pela subjetividade subjetividade humana. Mas, ainda assim ele está errado.
humana não seria chamado de realidade, objetividade ou Por quê? Porque a subjetividade (enquanto função do ego
verdade pelo senso comum, mas sim de ilusão, decepção! psíquico) e a consciência (enquanto função do intelecto
(10) É verdade que um objeto material sempre é visto percipiente) são diferentes.
a partir de uma perspectiva, fragmentado e nunca com- A evidência dessa posição, juntamente com uma ex-
pleto de uma só vez. Husserl afirma que esse objeto é plicação do conceito de intencionalidade de Husserl, são
necessariamente fundado na natureza básica de um ob- analisados por mim no meu Psychologie. Como resulta-
jeto material, não como existindo real e objetivamente do desse trabalho, pode-se mencionar que a subjetivi-
em si mesmo, mas tão somente como sucessão e síntese dade humana também existe de modo real e subjetivo
de aparências para a consciência. Porém, o fato de que para o intelecto percipiente da mesma forma como exis-
coisas tornam-se realidade para nós, através da suces- te na aparência do ambiente criado pela subjetividade.
são de aparências unilaterais, as chamadas perspectivas Na Psychologie trabalho com a tese do “perspectivismo
(“Abschattungen”) não prova a subjetividade das coisas. realista”42 que afirma que as aparências também exis-
Isso é apenas consequência das nossas próprias finitu- tem de forma real e que são criadas pela subjetividade,
des. Nosso intelecto, enquanto elo corporal é compelido ao invés de estruturadas pelo intelecto como resultado
a perceber as coisas materiais de um único ponto de vis- da percepção, pois são estruturadas e objetivamente pré-
ta apenas, que é aquele do nosso próprio corpo. Por essa -determinadas pelo intelecto, a partir de um certo ponto
razão, podemos logicamente ver apenas os lados do ob- de vista objetivo.
jeto que, de maneira objetiva, se voltam ao nosso campo (12) A crítica mais importante contra as afirmações
de visão. Devido ao fato de as coisas materiais existirem de Husserl é o seu conceito equivocado sobre a razão. Ele
real e objetivamente em si mesmas, elas expõem muitos a descreve como, primeiro, estruturando-se de forma au-
dos seus lados a diferentes perspectivas. A correlação en- tônoma ao construir (e não preceder) a experiência real43.
tre determinados pontos de vista de percepção do objeto Anteriormente, Husserl estava no caminho certo
e suas faces é prova de que a realidade objetiva de uma sobre a concepção da razão quando, em suas Logische
coisa material é pré-determinado ao fato de ser percebi- Untersuchungen ele se distanciou das interpretações equi-
da. A legalidade dessa correlação, desprovida de todo li- vocadas dos fenômenos universais existentes “idealmen-
vre arbítrio, é suficiente para contradizer a subjetivida- te”. Somente no curso do assim chamado “Platonismo”
de da percepção. (hoje completamente mal interpretado como fábula sobre
Interpretar o fato de que as coisas aparecem para nós coisas misteriosas além da experiência) o problema da
conforme a natureza básica do objeto material em si, bem razão pode ser resolvido, reconhecidamente, como fenô-
como afirmar a impossibilidade de outros modos de per- meno de relações necessárias e evidentes entre o “o que”
cepção do objeto não pode ser aceito. O intelecto onipre- e os “quais” das coisas existentes, enquanto uma abstra-
sente de Deus pode, certamente, ser tido como capaz de ção é feita dos casos particulares presentes aqui e agora.
perceber para além de todos os pontos de vista específi- Mais tarde, entretanto, o próprio Husserl interpretou
cos. Essa é uma consequência lógica da Sua onipresen- equivocadamente o fenômeno como existência “ideal” e
ça, o fato de Ele perceber objetos materiais em sua forma “irreal” construindo a experiência na qual casos reais
completa, ao invés de ter apenas um único lado. únicos são aproximadamente iguais e repetidos de ma-
Por essa razão, a sucessão e a síntese das aparências neira invariável. Enquanto fenômeno vivenciado, de um
unilaterais não podem ser consideradas também como, único caso, ele se tornou novamente fenômeno da expe-
necessariamente, constituintes do senso comum, regu- riência relativa à realidade, ao invés de fenômeno relati-
lando a percepção das coisas. vo a experiência das ideias.
(11) É certo que as nossas experiências e interesses Convém repetirmos: a realidade e a factualidade des-
geram o mundo das nossas percepções41. Não deveríamos ta experiência não podem ser descartadas eliminando
Te x t o s C l á s s i c o s

encontrar nesse mundo coisas como casas, ruas, roupas, seu significado como algo objetivamente existente para
livros, etc, se fossemos meros intelectos sem desejos ma- além da consciência. Mesmo a “consciência transcen-
teriais e/ou práticos. Os homens do passado certamente
consideraram os velhos instrumentos em nossos museus 42
Cf. meu artigo, “Neue Problemlage der Erkenntnistheorie”, em
Deutsche Vierteljahrsschrift für Literaturwissenschraft und Geis-
tesgeschichte, (1928), p. 183.
41
Página 144. 43
Páginas 144, 171-4.

Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies – XIX(1): 119-125, jan-jul, 2013 124
A Última Fase da Fenomenologia de Husserl: Exposição e Crítica (1941)

dentalmente purificada” de Husserl preserva a factuali- Husserl, entretanto, fundamenta tais generalizações
dade e a realidade do “fluxo de consciência”, dentro do sobre uma relação presumida destas com sua realização
qual todas as afirmações fenomenológicas são construí- em casos individuais. Ele entende a validade apodítica
das. A evidência da razão é completamente diferente da das generalizações como constituídas a partir de uma ex-
evidência de qualquer fato vivenciado originalmente e periência indutiva pela qual casos reais individuais são,
de forma imediata. apenas e aproximadamente, repetidos de maneira igual
A auto-evidência da razão é completamente diferente e invariante45. Dessa maneira, o fenômeno das ideias
da auto-evidência de toda facticidade imediata e origi- (assim como o fenômeno da razão) torna-se para Husserl
nalmente experienciada. A auto-evidência da razão é a um problema exclusivamente da factualidade de casos
evidência da compreensão do porque sob as mesmas cir- individuais reais46.
cunstâncias, determinada coisa necessariamente se move
em direção a outra no mesmo caminho. A razão para esta Maximilian Beck (Yale University)
necessidade, entretanto, é vista no o que e como das coi-
sas, que determinam este comportamento em direção a
um outro objeto. O mesmo o que e como, entretanto, po- Nota Biográfica
dem se repetir em um número infinito de casos reais iso-
Maximilian Beck (1887-1950), discípulo de Alexander Pfänder, fez
lados. Assim estruturados, esse o que e como exprimem o parte do grupo fenomenológico de Munich, onde desenvolveu trabalhos
que o Platonismo significa quando fala sobre as “ideias”, sobre estética no seu livro Wesen und Wert (1925).
entendidas como indiferentes em relação a sua realiza-
ção aqui e agora, onde e quando. A princípio, entretanto,
é igualmente importante falar sobre ideias individuais44, Tradução: Profa. Dra. Silvana Ayub Polchlopek
intencionadas como conteúdos, e não como generaliza- (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)
ções, partindo da perspectiva de casos individuais.

Não é por acaso que a separação da fenomenologia realista por


44 Revisão Técnica: Adriano Furtado Holanda
Husserl, principiou com a redescoberta da “essência individual” (Universidade Federal do Paraná)
(Individual-wesen). Não me parece que existe uma conexão neces-
sária entre esta tese e o fortalecimento da tendência realista sobre Páginas 100, 105, etc., 111, 115, 117, 124, 126.
45

universais. Pois desta forma o conteúdo das idéias sozinho, e não Concernente ao Platonismo, cf. meus artigos, “L´Irrationalisme
46

a sua generalidade, é enfatizada como uma questão decisiva, como actuel, sa nature, ses origines, et le moyen de le surmonter”, na
distinto de sua existência. Se a realidade não é mais idêntica à Revue de Metaphysique et de Morale (1934), e “Kants Ablehnung
individualidade, então a realidade não pode ser opor também à der traditionellen Ideenlehre”, em Philosophischer Anzeiger, vol.
idealidade como a generalização de casos individuais reais. IV (1930), no. 3, e “Ideelle Existenz”.

Te x t o s C l á s s i c o s

125 Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies – XIX(1): 119-125, jan-jul, 2013

Potrebbero piacerti anche