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Culturas, Fronteiras e Identidades – Aula de 25/04/2019.

Marcos Briccius.

BURKE, Peter. A grande tradição. In: ______. O que é história cultural? Tradução de Sérgio
Goés de Paula. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005. Cap. 1, p.15-31.

BURKE, Peter. Problemas da história cultural. In: ______. O que é história cultural?
Tradução de Sérgio Goés de Paula. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005. Cap. 2, p.32-43.

Cap. 1 – A grande tradição

O autor inglês Peter Burke, abre o capítulo trazendo a informação de que na


Alemanha a História Cultural já era uma prática há pelo menos 200 anos. Ele esboça de forma
bem sintética a história da história cultural (BURKE, 2005, p.15), a qual ele divide em quatro
períodos: (1º) História Clássica, (2º) História Social da Arte, (3º) História da Cultura Popular e
(4º) Nova História Cultural (que não é abordado no capítulo em questão).
A História Clássica, conforme o entendimento de Burke, reconhece como época de
1800 – 1950, tendo como principais autores os historiadores o suíço Jacob Burckhardt e o
holandês Johan Huizinga. O método de análise de Burckhardt foi uma hermenêutica da arte
desde a Grécia Antiga ao Renascimento italiano, buscando aproximações entre a arte, filosofia
e literatura. Já Huizinga, utilizando-se também da hermenêutica, sobre a Índia Antiga à França
do século XII e a cultura neerlandesa do século XVII, descobrindo os padrões de cultura através
dos temas, símbolos sentimentos e formas (HUIZINGA apud BURKE, 2005, p.19).
A fase da História Social da Arte se desenvolve através dos sociólogos alemães
Max Weber e Norbert Elias. Weber busca uma explicação cultural para a mudança econômica
(WEBER apud BURKE, 2005, p.20) e Elias fala sobre os processos de domesticação dos nobres
(antes guerreiros e agora ditos civilizados) durante os séculos XV e XVIII até a concentração
do Estado. Papel notório nesse período foi também o de Aby Warburg que desenvolveu a noção
de fórmulas ou esquemas culturais de percepção.
Devido a ascensão de Hitler ao poder e os ideais nazistas, vários cientistas, artistas
e filósofos (sobretudo os de origem judaica) mudam-se para os Estados Unidos e Inglaterra, o
que veio a contribuir grandemente com o crescimento e desenvolvimento tanto da História
Cultural quanto para a História da Arte e Sociologia.
O terceiro e último período apresentado neste capítulo, a História da Cultura
Popular, tem origem assim como a História Cultural no século XVIII também na Alemanha,
através de canções, danças e contos populares (conforme livro publicado por Burke em 1978
intitulado Cultura Popular na Idade Moderna). Porém só a partir de 1960 volta a ser estudada
por historiadores na academia.
Grandes nomes aparecem, Eric Hobsbawm em História social do Jazz (1959) cuja
pesquisa elucida a música como forma de protesto social e político; Edward Thompson com a
análise do lugar da cultura popular no processo de A formação da classe operária inglesa
(1963) e Stuart Hall na direção do Centro de Estudos Culturais Contemporâneos da
Universidade de Birmingham.
Assim como as tradições políticas, econômicas e sociais; a cultura como campo de
conhecimento e pesquisa lança atenção a novas possibilidades históricas e historiográficas.

Cap. 2 – Problemas da história cultural

Enquanto ciência, a História e os historiadores, devem ter uma seleção e análise


criteriosa, e sempre questionarem suas fontes, métodos e suposições. As fontes devem passar
pelo crivo dos por quês da sua construção e constituição enquanto fonte, seu contexto histórico
e seus objetivos. Os métodos para a análise das fontes também devem ser sensíveis para uma
apreciação cuja abordagem não seja apenas quantitativa, mecanicista, que possam vir a passar
desapercebidas as informações e dados relevantes à pesquisa. A questão das suposições também
é importante de questionamento, pois tais hipóteses podem ser entendidas como uma unicidade
cultural ou o espírito de uma época, sem a consideração específica dos recortes espaço-
temporais.
As críticas marxistas aos historiadores culturais são sobre a falta de elementos de
base social ou econômica e da pouca visibilidade dos conflitos entre as classes sociais.
Acusando de culturalismo, cuja ênfase está nas idéias e experiências, e “não nas duras
realidades econômicas, sociais e políticas” (BURKE, 2005, p.37).
Um ponto a definir a cultura popular é a sua distinção da cultura erudita, a cultura
do povo e a da elite. E aos historiadores culturais, uma outra problemática: incluir ou não as
elites? Pode não haver distinções culturais entre os ricos e as pessoas comuns. Sem olharmos
aos objetos ou práticas, e sim pelas classes sociais, as classes mais altas na Europa eram
“biculturais”, participando da cultura popular e também da erudita, o mesmo não ocorrera com
os mais pobres, e sendo posterior ao século XVII uma separação das elites em geral das culturas
populares (CHARTIER apud BURKE, 2005, p.42).
E a cultura, como um conceito complexo, que inicialmente entender-se-ia como
referente às ciências e às artes, passando por entender e agregarem o folclore, a música, a
medicina populares até as visões antropológicas de Bronislaw Malinowski considerando “as
heranças de artefatos, bens, processos técnicos, idéias, hábitos e valores” (MALINOWSKI
apud BURKE, 2005, p. 43), como também a definição do antropólogo Edward Tylor onde a
cultura é “o todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral lei, costume e outras
aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade” (TYLOR apud
BURKE, 2005. p. 43).

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