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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Agravo Interno Cv Nº 1.0079.13.043402-4/002

<CABBCAACDBBCACBCCBBABBCACAADBCACBADA
ADDABCAAD>

EMENTA: AGRAVO INTERNO – GRATUIDADE DE JUSTIÇA –


PESSOA FÍSICA – MENOR ABSOLUTAMENTE INCAPAZ –
NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA GENITORA - PRESUNÇÃO
IURIS TANTUM – INDEFERIMENTO.
Para a pessoa física, a declaração de insuficiência de recursos,
prevista no art. 4º da Lei nº 1.060/50, veicula presunção iuris
tantum em seu favor, contudo, não implica em direito absoluto, de
modo que, defluindo dos autos provas de que o requerente não faz
jus ao benefício, deve este ser-lhe indeferido.
O menor, absolutamente incapaz, é representado por seu genitor, de
modo que cabe a este a comprovação acerca da hipossuficiência
financeira para fins da concessão do benefício da gratuidade de
justiça.
AGRAVO INTERNO CV Nº 1.0079.13.043402-4/002 - COMARCA DE CONTAGEM - AGRAVANTE(S): PEDRO
HENRIQUE AMORIM SILVA REPRESENTADO(A)(S) P/ PAI(S) DANIELA APARECIDA DA SILVA - AGRAVADO(A)(S):
DMA DISTRIBUIDORA LTDA

AC Ó R D ÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a 11ª CÂMARA CÍVEL


do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da
ata dos julgamentos, à unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO AO
AGRAVO REGIMENTAL.

DES. WANDERLEY PAIVA


RELATOR.

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Agravo Interno Cv Nº 1.0079.13.043402-4/002

DES. WANDERLEY PAIVA (RELATOR)

V OTO

Cuida-se de agravo regimental interposto por PEDRO


HENRIQUE AMORIM SILVA, menor, representado por sua mãe
DANIELA APARECIDA DA SILVA em face da decisão deste
Desembargador de fls.75v-79v/TJ que, monocraticamente, negou
provimento ao Agravo de Instrumento n.º 1.0079.13.043402-4/001, que
originariamente indeferiu ao agravante os benefícios da assistência
judiciária

Em suas razões recursais, acostadas às fls. 82-86/TJ, o


agravante argumenta que “expôs ao d. juízo de 1º grau a sua condição
de menor absolutamente incapaz (situação esta que o impede,
inclusive por determinação constitucional do art. 7º, XXXIII da CF/88 de
exercer atividade remunerada), de modo que não possui renda alguma,
situação esta que faz presumir a sua condição de hipossuficiência
econômica”.

Alega ainda que “a hipossuficiência econômica do


agravante – menor absolutamente incapaz – é de presumida, sendo
que esta situação foi levada ao conhecimento do d. juízo de 1º grau, de
modo que não há desinteresse do agravante em cumprir determinação
judicial”

Ao final, pugnou pelo conhecimento e provimento do


presente recurso, para que o Agravo de Instrumento originário tenha o
seu regular processamento, com o deferimento ao agravante dos
benefícios da gratuidade de justiça.

É o relatório. Decido.

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Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço


do recurso.
O art. 557, do Código de Processo Civil dispõe que:
"Art. 557. O relator negará seguimento a recurso
manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado
ou em confronto com súmula ou com jurisprudência
dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal
Federal, ou de Tribunal Superior.
§1º-A. Se a decisão recorrida estiver em manifesto
confronto com súmula ou com jurisprudência dominante
do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou
de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao
recurso."

A exegese de mencionado dispositivo revela que o


Relator tem poder para negar seguimento ou dar provimento a recurso
(nos casos do caput e do § 1º-A do art. 557 do CPC), por decisão
monocrática, sem necessidade do julgamento colegiado, contra a qual
cabe agravo interno.
Neste aspecto o Supremo Tribunal Federal já decidiu que
"as disposições do art. 557 do CPC que conferem poderes ao Relator
para negar seguimento ou dar provimento ao recurso são
constitucionais" (STF - RTJ 173/948).
No caso dos autos, permissa venia, não trouxe o
agravante qualquer circunstância nova capaz de alterar o rumo do
julgamento de tal recurso, pois examinando as razões recursais em
face da decisão, vê-se que todos os pontos levantados foram
apreciados à saciedade, tendo a decisão prolatada tomado por base o
que dos autos consta, e mais, foi devidamente justificada de acordo
com o que determina o art.93, IX da CF e, principalmente, adstrita ao
que preconiza o princípio do livre convencimento do Juiz, exarada em
conformidade com a doutrina e jurisprudência.

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Não obstante, in casu, ressalto apenas que, não há


dúvidas de que o acesso à justiça é um exercício de cidadania,
garantido constitucionalmente (CF, art.1º, II), corroborado pela Lei n.º
1060/50, a qual prevê em seu art.4º, que a simples declaração da parte
de que não possui recursos suficientes para arcar com o pagamento
das custas processuais, implica na presunção de veracidade de suas
declarações, e consequentemente, no deferimento de tal benefício pelo
Magistrado.
Todavia, conforme exposto na decisão monocrática de
fls.75-79-v, referida presunção não é de natureza absoluta, pois a Lei nº
1060/50, que dispõe que a parte gozará dos benefícios da assistência
judiciária mediante simples afirmação, foi recepcionada somente em
parte pela atual Constituição Federal, uma vez estabelecer em seu
art.5º, inciso LXXIV, que “o Estado prestará assistência jurídica integral
e gratuita aos que comprovarem falta de recursos”.
Neste ínterim, a declaração de insuficiência de recursos,
firmada pelo interessado, é, em princípio, bastante para a concessão
da assistência judiciária, mas não deve ser aceita como verdade
‘absoluta’, quando das circunstâncias do caso concreto, se verificarem
indícios de que possui condições para arcar com as despesas
processuais.
Portanto, muito embora a Lei n.º 1060/50 admita a
concessão dos benefícios da assistência judiciária de forma quase que
irrestrita, entendo que, para sua concessão, deve o Magistrado agir
com cautela, observando-se as condições das partes e o que dos autos
consta, isto é, a presunção de veracidade da declaração do requerente
do benefício, não afasta o dever de ofício do magistrado de, estando
convencido de que a declaração não é compatível com outras

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declarações do postulante, como sua qualificação ou a causa do


pedido, exija a comprovação da renda.
Neste linear, ao meu aviso, em havendo dúvidas acerca
da miserabilidade declarada pela parte, deve o Magistrado pautado no
poder geral de cautela que lhe é peculiar, antes de pronunciar-se pelo
deferimento ou não do benefício, determinar à parte que comprove
suas declarações.
No caso específico dos autos, convém ressaltar que o
agravante é menor, portanto absolutamente incapaz, contudo é sabido
que o absolutamente incapaz vive às expensas de seu representante
legal, de modo que a determinação para comprovação da
hipossuficiência financeira recai sobre este.
Compulsando o Estatuto da Criança e do Adolescente
não se encontra tratamento diferenciado aos menores, em relação aos
requisitos necessários para a concessão da gratuidade da justiça. Ao
contrário, a regra dispõe que o assunto deve ser submetido aos termos
da legislação específica. Vejamos:

Art. 111 - São asseguradas ao adolescente, entre outras,


as seguintes garantias: (...)
IV- assistência judiciária gratuita e integral aos
necessitados, na forma da lei;

Dessa forma, entendo que não há ilegalidade na


exigência de que os genitores do menor comprovem a insuficiência de
recursos para arcar com custas processuais.
Este é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.


MENORES REPRESENTADOS POR GENITOR. NÃO
NECESSITADOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA PREVISTA

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NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.


DESNECESSIDADE. CUSTAS. POSSIBILIDADE. LEI
ESTADUAL Nº 11.608/2003. NÃO-INCIDÊNCIA.
APELAÇÃO. AUSÊNCIA DE PREPARO. PENA DE
DESERÇÃO. APLICABILIDADE. I. Para que menores
gozem dos benefícios da assistência judiciária
gratuita prevista no Estatuto da Criança e do
Adolescente além do requisito da menoridade, exige-
se também outro requisito, que é o da necessidade,
condição claramente não preenchida pelos menores
em causa. (...) IV. Recurso Especial provido. (REsp
945.086/SP, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE
BARROS, Rel. p/ Acórdão Ministro SIDNEI BENETI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 25/03/2008, DJe
31/03/2009).

Neste sentido, também é o entendimento deste Eg.


Tribunal de Justiça.

EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E LEGISLAÇÃO


ESPECIAL. IMPUGNAÇÃO À ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
GRATUITA. DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA.
PRESUNÇÃO DE VERACIDADE. MENOR. SITUAÇÃO
ECONÔMICA DO REPRESENTANTE. AFERIÇÃO.
INEXISTÊNCIA DE PROVA CONCRETA DE SUA
SUFICIÊNCIA ECONÔMICA. RECURSO PROVIDO. A
declaração de hipossuficiência da pessoa natural firma
em seu favor, até que devidamente desconstituída por
prova em sentido contrário, presunção de necessidade do
benefício, nos termos do artigo 4º, caput, e § 1º da Lei nº
1.060/50. Sendo a parte menor de idade deve-se
perquirir sobre a higidez ou tibiez econômica de seu
representante, pois torna-se evidente que aquele não
detém economia própria capaz de propiciar o
pagamento das custas e honorários do processo. Não
havendo nos autos evidência bastante de que a
representante do menor possui recursos suficientes ao
custeio do processo, mantém a assistência judiciária
gratuita deferida em seu favor e de seu filho. Dar
provimento ao recurso. (Apelação Cível
1.0040.09.096553-0/001, Relator(a): Des.(a) Sebastião
Pereira de Souza , 16ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em
13/07/2011, publicação da súmula em 22/07/2011)

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EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO DE


CONCESSÃO DE JUSTIÇA GRATUITA. MENOR
IMPÚBERE. AUSÊNCIA DE REQUISITOS. DECISÃO
MANTIDA. 1 - O benefício da justiça gratuita apenas pode
ser concedido àqueles que não têm condições de arcar
com as despesas do processo, sem prejuízo para seu
sustento e de sua família. 2 - A declaração de pobreza
feita por pessoa natural possui presunção apenas relativa
de veracidade. 3 - Não há ilegalidade na exigência de
que os genitores do menor comprovem a
insuficiência de recursos para arcar com as custas
processuais. 4 - Agravo não provido. (Agravo de
Instrumento Cv 1.0518.10.019742-6/001, Relator(a):
Des.(a) José Marcos Vieira , 16ª CÂMARA CÍVEL,
julgamento em 04/05/2011, publicação da súmula em
13/05/2011)

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO


MONITÓRIA - ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA -
AGRAVANTE MENOR - NECESSIDADE DE PROVA
CONVINCENTE DA HIPOSSUFICIÊNCIA - SITUAÇÃO
ECONÔMICA DO REPRESENTANTE LEGAL -
COMPROVAÇÃO - DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO. A
norma constitucional é no sentido de que se deve
comprovar a carência de recursos, deixando os critérios
ao prudente arbítrio do julgador. Por se tratar de norma de
conteúdo tributário, portanto de natureza cogente, não há
presunção de veracidade de tais afirmações. Nem
tampouco fica o não deferimento ou revogação do
benefício condicionado à impugnação da parte contrária.
É indispensável que a parte comprove a necessidade do
benefício, com base em documentos convincentes. Não
se espera que os menores tenham economia própria,
vez que estão sujeitos ao poder familiar (art. 1630 do
CC/2002), cabendo aos pais o custeio daquilo que
necessitam "para viver de modo compatível com a
sua condição social, inclusive para atender às
necessidades de sua educação" (art. 1694 do
CC/2002). Pela regra da solidariedade familiar resta
expressa a responsabilidade dos pais ou
responsáveis legais quanto ao custeio do menor,
incluindo-se, pelo mesmo raciocínio, a

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responsabilidade quanto ao pagamento de despesas


e custas processuais das ações por ele propostas,
principalmente, na espécie, pelo fato de se tratar de
direito creditício, logo, disponível. (Agravo de
Instrumento Cv 1.0024.11.060277-8/001, Relator(a): Des.
(a) Elpídio Donizetti , 18ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em
29/11/2011, publicação da súmula em 02/12/2011)
No caso em apreço, acertadamente, o juiz singular, em
razão do aludido poder geral de cautela, através do despacho de fls.
61/TJ, para fins de exame da pretensão relativa à assistência judiciária,
determinou à parte que comprovasse sua hipossuficiência financeira.
No entanto, considerando que o autor, ora agravante, é
menor incapaz tal obrigação recairia sobre sua genitora, todavia esta
quedou-se inerte, sem trazer aos autos qualquer prova de sua
condição de hipossuficiência financeira, resultando, assim na decisão
agravada de fls. 15/TJ, em que o Juiz a quo indeferiu-lhe o benefício
pleiteado.
Vejamos: “(...) Porém, não juntou aos autos documentos
que comprovassem a renda atualizada da representante/genitora do
autor que é necessária para a análise do benefício requerido”
Com a devida venia, ao meu aviso, não merece reforma a
decisão agravada, pois o autor, ora recorrente, após demonstrar seu
claro desinteresse, vem agora, em sede recursal, mais uma vez, sem a
devida comprovação de penúria econômica, tentar reverter uma
decisão que somente foi prolatada em razão de sua resistência em
cumprir uma simples determinação judicial, qual seja, a apresentação
de prova inequívoca de condição de hipossuficiência por meio da
comprovação de sua renda.
Ademais, a interposição do recurso trouxe uma nova
oportunidade ao agravante de juntar aos autos documentos que
comprovassem sua miserabilidade.

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Feitas estas considerações, a meu ver não há como


acolher a pretensão recursal, razão pela qual mantenho ‘in totum’ a
decisão monocrática de fls. 75-79v/TJ, por seus próprios e jurídicos
fundamentos, em conseqüência, NEGO PROVIMENTO AO AGRAVO
REGIMENTAL.

DES. ALEXANDRE SANTIAGO - De acordo com o(a) Relator(a).

DESA. MARIZA DE MELO PORTO - De acordo com o(a) Relator(a).

SÚMULA: "SÚMULA: NEGAR PROVIMENTO AO


AGRAVO REGIMENTAL."

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