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http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/viewFile/1059/959
http://ghiraldelli.files.wordpress.com/2008/07/frege.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gottlob_Frege
Mas, como podem as duas frases serem diferentes do ponto de vista informativo, visto
que os nomes envolvidos designam a mesma coisa?
A solução proposta por Frege para o problema consiste em articular o significado dos
designadores em dois elementos, o sentido (Sinn) e a referência (Bedeutung). (Essa
posição de Frege foi um dos alvos de Saul Kripke em *Naming and Necessity*.)
Os nomes "Cícero" e "Túlio" têm a mesma referência, o filósofo romano. Mas não têm
o mesmo sentido, ou valor cognitivo. É por isso que quem diz "Cícero é Túlio" não está
dizendo algo trivial.
O assim chamado quebra-cabeça de Frege representa um dos desafios ao millianismo a
respeito dos nomes: a posição segundo a qual a contribuição de um nome para o
conteúdo das frases em que ocorrem é seu referente.
3 Referências
1. ↑ Ver Tyler Burge, "Belief de Re" (The Journal of Philosophy 74, no. 6 (1977):
338-62), p. 356.
http://www.cobra.pages.nom.br/fmp-kant.html
IMMANUEL KANT
Vida, filosofia e obras de Immanuel Kant
Vida:
Immanuel Kant, filósofo alemão, em geral considerado o pensador mais influente dos
tempos modernos, nasceu em Königsberg, atual Kaliningrado, em 22 de abril de 1724.
Não casou nem teve filhos, falecendo em 1804 aos 80 anos.
Kaliningrado, situa-se onde foi a Prússia Oriental, um território no litoral sul do Báltico,
parte da Rússia desde 1946.
O território da Prússia foi adquirido à Polônia por Frederico Guilherme o Grande Eleitor
de Brandenburgo de 1640 a 1688. Em 1701, Frederico III de Brandemburgo teve
permissão de Leopoldo I, Imperador do Sacro Império Romano, para usar o título de
Frederico I, rei da Prússia. Seu filho, Frederico Guilherme I (1713-1740), formou um
exército bem equipado (o terceiro da Europa, depois da Rússia e da França) e levantou a
economia do reino principalmente com a indústria de lã com que vestia o exército.
Casou com Sofia Dorotéa, filha de George Luís, eleitor de Hanôver (O último dos três
patronos a que Leibniz serviu em Hanôver), que veio a ser George I da Inglaterra.
Frederico II, O Grande (1740-1786), sucessor de Frederico Guilherme, usou o poderoso
exército da Prússia para tomar a grande e próspera província da Silésia à Áustria dos
Habsburgo (1740), e sob seu reinado o filósofo viveu a maior parte de sua vida, toda ela
vivida em Königsberg..
Kant era filho de um artesão que trabalhava couro e fabricava selas. Sua mãe, de origem
alemã, embora não tivesse estudo, foi mulher admirada pelo seu caráter e pela sua
inteligência natural. Ambos seus pais eram do ramo pietista da Igreja Luterana, uma
subdenominação que requeria dos fieis vida simples e integral obediência à lei moral.
Em 1740, aos dezesseis anos, Kant entrou para a universidade de Königsberg onde
estudou até aos 21 anos. Apesar de ter assistido a cursos de teologia e até pregado
alguns sermões, ele foi atraído mais pela matemática e a física. Ajudado por um jovem
professor, Martin Knutzen, que havia estudado com Christian Wolff, um sistematizador
da filosofia racionalista, e que também era um entusiasta da ciência de Sir Isaac
Newton, ele começou a ler os trabalhos deste físico inglês e, em 1744, iniciou seu
primeiro livro, o qual tratava de um problema relativo a forças cinéticas: "Ideias sobre a
Maneira Verdadeira de Calcular as Forças Vivas".
Aos 21 anos – apesar de que a esta altura tivesse decidido a seguir uma carreira
acadêmica –, com a morte de seu pai em 1746 e o seu fracasso em obter o posto de sub-
tutor em uma das escolas ligadas à universidade, Kant se viu obrigado a desistir
temporariamente de seu projeto e a buscar meios imediatos de se manter. Foi compelido
a suspender os estudos universitários e ganhar a vida como tutor particular. Durante
nove anos manteve essa ocupação, atividade em que foi bem sucedido e que lhe
permitiu conviver com a sociedade mais influente e refinada de seu tempo. Serviu a três
famílias diferentes, tendo nesse período viajado à cidade próxima de Arnsdorf. Em 1755
ele retornou a Königsberg e lá passou o restante de sua vida.
A seguir, por 15 anos, ele ensinou na universidade, primeiro dando aulas de ciência e
matemática, mas gradualmente ampliando seu campo de interesse a quase todos os
ramos da filosofia. A Física newtoniana o impressionou, não apenas pelas suas
implicações filosóficas quanto pelo seu conteúdo científico. Impressionou-o igualmente
as asserções leibnizianas, as quais criticaria no futuro.
Sua fama como professor e escritor aumentou constantemente durante seus 15 anos
como livre-docente. Cedo ele já lecionava sobre muitos assuntos além de física e
matemática, incluindo lógica, metafísica, e filosofia moral. Até mesmo ensinou sobre
fogos de artifício e fortificações e cada verão, por 30 anos, deu um curso popular sobre
geografia física. Seu estilo, que diferia grandemente daquele de seus livros, era
humorístico e vivo, vivificados por muitos exemplos de suas leituras em literatura
inglesa e francesa, viagem e geografia, ciência e filosofia.
Conflito com o governo. O ensino não ortodoxo de religião de Kant, que era baseado no
racionalismo mais que na revelação, o colocaram em conflito com o governo da Prússia,
e em 1792 ele foi proibido pelo rei Frederico Guilherme II de ensinar ou escrever sobre
temas religiosos. Ele obedeceu essa ordem por cinco anos, até a morte do Rei e então
sentiu-se liberado dessa proibição. Em 1798, o ano que se seguiu a sua aposentadoria da
universidade, publicou um resumo de seus pontos de vista religiosos.
Sedentarismo. Apesar de que ele falhou duas vezes em obter uma cátedra em
Konigsberg, Kant recusou aceitar ofertas que o teriam levado para fora, inclusive o
professorado de literatura em Berlim, que lhe teria dado grande prestígio. Preferiu a paz
de sua cidade natal para trabalhar e desenvolver seu pensamento. Sua filosofia crítica
brevemente estava sendo ensinada em cada universidade de língua alemã importante, e
os jovens afluíam a Königsberg como à Meca da Filosofia. Em alguns casos o governo
prussiano até pagava- lhes as despesas. Kant passou a ser consultado como um oráculo
em todo tipo de questão, inclusive em assuntos como a legalidade da vacinação.
Morte. Após um declínio gradual que foi muito doloroso para seus amigos tanto quanto
para ele próprio, Kant morreu em Königsberg em 12 de fevereiro de 1804. Suas últimas
palavras foram "isto é bom".
Filosofia:
Durante o período de sua carreira acadêmica, estendendo de 1747 a 1781, Kant, como
professor, seguiu a filosofia então prevalecente na Alemanha, que era a forma
modificada do racionalismo dogmático de Wolff com fundamento em Leibniz. Porém,
as aparentes contradições que ele descobriu nas ciências físicas, e as conclusões a que
Hume havia chegado na sua análise do princípio de causa, dizendo que a relação de
causa e efeito é uma questão de hábito e não uma "verdade de razão" como supunha
Leibniz, acordaram-no para a necessidade de revisão ou criticismo de toda experiência
humana do conhecimento, com o propósito de permitir um grau de certeza para as
ciências físicas, e também para o propósito de colocar sobre uma fundação sólida as
verdades metafísicas que o ceticismo fenomenalista de Hume tinha destruído.
Kant achou que o velho racionalismo dogmático havia dado muita ênfase aos elementos
a priori do conhecimento e que, por outro lado, a filosofia empírica de Hume tinha ido
muito longe quando reduziu todo conhecimento a elementos empíricos ou a posteriori.
Portanto, ele se propõe passar o conhecimento em revista em ordem a determinar
quanto dele deve ser consignado aos fatores a priori ou estritamente racionais, e quanto
aos fatores a posteri resultantes da experiência. Ele mesmo afirmava que o negócio da
filosofia é responder a três questões: O que eu sei? O que devo fazer? O que devo
esperar? No entanto, as respostas para a segunda e terceira perguntas dependem da
resposta para a primeira: nosso dever e nosso destino podem ser determinados somente
depois de um profundo estudo do conhecimento humano.
Metafísica
Proposições ou juízos. Toda proposição ou juízo consiste num sujeito lógico do qual se
diz algo, e um predicado, que é aquilo que se diz desse sujeito. Kant, como os filósofos
aristotélicos, diferenciava modos de pensar –, ou seja, as proposições ou juízos – em
analíticos e sintéticos.
Os juízos analíticos, são o resultado de se tomar parte do sujeito como predicado, sem
referência imediata à experiência. Leibniz os chamou "Verdades de razão"; todos os
juízos analíticos são a priori, porque a ligação, o nexo, neles, é percebido sem apelo à
experiência.
Os juízos analíticos são sempre verdadeiros, visto que não dizem mais como predicado
que aquilo que já está no sujeito mesmo, de tal forma que os juízos em questão
consistem apenas em um processo de análise. Assim, nos juízos analíticos, dentro do
conceito do sujeito tem que estar os seus próprios predicados. Uma proposição analítica
é uma na qual o predicado está contido no sujeito como na afirmação: "A casa verde é
casa". São universais, porque o que dizem é independente de tempo e lugar, e são
necessários porque não podem ser de outro modo; distinguem-se do conhecimento
empírico pela universalidade e necessidade.. São, pois, como dito acima, a priori, "sem
apelo à experiência", razão pura, que não tem sua origem na experiência. Conforme o
exemplo, uma casa é uma casa, mesmo que não exista nenhuma casa no mundo.
Kant usa indiferentemente o termo "a priori" e o termo "puro". Razão pura é razão a
priori; intuição pura é intuição a priori. Puro e a priori, ou independente da experiência,
são expressões que ele utiliza como sinônimos. A verdade, neste tipo de proposição, é
evidente, porque afirmar o inverso seria fazer a proposição contraditória. Tais
proposições são chamadas analíticas porque a verdade é descoberta pela análise do
próprio conceito.
A filosofia de Leibniz, que Kant conhece através de Christian Wolff, estava baseada no
princípio supremo da não-contradição. Qualquer conceito que contenha uma
contradição não expressa a possibilidade, e por isso não pode expressar a realidade. Por
isso a proposição analítica é a verdadeira, porque diz algo necessário, inescapável, de
que não se pode fugir de admitir, conclusão obrigatória, contra o que não se pode
levantar uma contradição. Mas torna-se um juízo óbvio, tautológico. Kant diz que o
juízo analítico não faz avançar o conhecimento porque fica dentro dos conceitos da
mesma proposição, e nada avança além dos dados desses conceitos. O juízo analítico
está fundado no princípio de identidade e não é mais do que uma tautologia; repete no
predicado aquilo que já está enunciado no sujeito.
Os juízos sintéticos, diferentemente, são aqueles em que não se pode chegar à verdade
por pura análise de suas proposições. Os juízos sintéticos, as proposições sintéticas, são
resultado de se "juntar" (síntese) os fatos, ou dados, da experiência. Ainda de acordo
com os aristotélicos, todos os juízos sintéticos são a posteriori, porque eles são
dependentes da experiência.
Juízos sintéticos a priori. Ao mesmo tempo que os juízos sintéticos são tomados como
base do conhecimento científico, o qual se baseia na observação, eles se tornam leis que
pretendem ser verdadeiras todo o tempo, e universais. Portanto, tais juízos teriam que
ser conhecimento sintético a priori, porque, uma vez suas leis estabelecidas pela
observação, passam a ser universais e independentes da experiência. Efetivamente,
Newton havia demonstrado, na Física, a possibilidade de reduzir a fórmulas
matematicamente exatas as leis fundamentais da natureza. A ciência está, portanto,
constituída por juízos a priori que são sintéticos, e não juízos analíticos.
Intuição sensível. A arrojada tese de Kant na "Crítica da Razão Pura" é que é possível
fazer juízos sintéticos a priori. Essa posição filosófica é usualmente conhecida como
transcendentalismo. Mas para isso ele introduz um conceito novo na metafísica: o de
intuição sensível.
A intuição sensível é a condição para que o ato do conhecimento se faça segundo juízos
sintéticos que são também a priori, apesar de obtidos fora da análise conceitual própria
da razão pura, uma vez que resultam da intuição exercida sobre a observação e a
experiência, e somente poderiam ser particulares e momentâneos. Mas, abrindo na razão
esse comportamento da intuição sensível, Kant podia agora fazer importantes correções.
Em geral, Kant acredita que a tarefa de mostrar como juízos sintéticos podem ser feitos
a priori é a primeira tarefa da Metafísica. Ele sustentou que os grandes metafísicos do
passado falharam em fazer isto. Intuição intelectual é uma ficção. Nenhuma inferência
além da experiência, na intuição intelectual, se justifica. Análises de conceitos não irão
produzir verdades além de puras tautologias, quando o que, de fato, conduz a um
conhecimento novo são as verdades sintéticas, por via da intuição sensível.
O que era preciso corrigir em Hume: Hume corretamente construiu o juízo causal como
sintético mas, incorretamente, concluiu que ele era por isso exclusivamente empírico, a
posteriori, não correspondia a verdades de razão, como queria Leibniz (que o havia
tomado erradamente como analítico). Ora, corrigido que o juízo causal não era analítico,
como havia pretendido Leibniz, mas sintético, intuído da experiência, era também
verdade de razão, era intuição, por isso gerava conhecimento a priori, necessário, do
mesmo modo que os conhecimentos a priori intuídos das proposições analíticas.
O espaço e o tempo. Revirando na mente a questão das intuições Kant foi descobrindo
mais coisas. O espaço e o tempo eram duas formas fundamentais de sensibilidade,
formas indispensáveis à intuição sensível. E disse o que chocaria muita gente não fosse
dito por ele, Kant, que as proposições ou juízos matemáticos eram sintéticos, porque
dependiam dessas formas fundamentais, e, no entanto, estava convencido de que eram
verdades necessárias.
Para a geometria, o espaço puro é o primeiro suposto. A geometria supõe o espaço sob
os seus conceitos de polígonos. Ex: "A linha reta é a distância mais curta entre dois
pontos" (qualquer linha reta = universalidade; em quaisquer condições = necessidade).
Embora não tenha em si o princípio de não contradição, e dependa da intuição de espaço
e portanto é sintética, essa firmação é conhecimento puro ou a priori porque a intuição
do espaço está na mente. Uma vez concebida, não depende mais da experiência
sensível. É verdade de razão, distinguindo-se do empírico pela universalidade e
necessidade.
O que foi esquecido, contesta Kant (em um rodapé no Apêndice de seu livro
"Prolegomena a qualquer futura Metafísica"), é que ha um tipo de conhecimento a
priori associado com os sentidos. Em particular, as verdades matemáticas são
conhecidas porque espaço e tempo são "formas de intuição sensível". Eles são pré-
requisitos absolutos para a representação de objetos sensíveis; qualquer objeto da
experiência precisa ser representado em espaço e tempo. A Geometria é a ciência do
espaço e a aritmética a ciência do tempo, e suas proposições são verdades necessárias
relativas aos objetos no espaço e no tempo. Em fim, nós raciocinamos sobre as
condições de representação, e a intuição intelectual torna-se dispensável.
No entanto, fora do espaço e do tempo elas não são absolutamente necessárias. Para que
fossem, seu oposto precisava implicar a contradição. Mas Kant reconhece a consistência
de geometrias alternativas, que podem implicar proposições contrárias. Assim, uma
proposição pode ser verdade em uma e falsa em outra (p. ex. a soma dos ângulos de um
triângulo é 180 graus, o que é verdade na geometria euclidiana mas falsa nas geometrias
não euclidianas).
De outro lado, Kant reconheceu o princípio da razão suficiente (para coisas no tempo:
cada alteração de uma coisa tem uma causa) como uma verdade necessária. Kant alegou
que os princípios da matemática são necessários enquanto forem condições da
representação sensível. Podemos agora dizer que eles são sintéticos, quanto a que seu
oposto não implica uma contradição. Princípios de "ciência natural pura" tal como o
princípio causal acabado de ser mencionado, são também sintéticos e conhecido a
priori. Eles são condições para a coerência ou "unidade" da experiência. São
necessários para que nós sejamos capazes de representar um mundo de objetos como
pertencentes a uma única experiência.
O tempo também não é conceito, porque não existem muitos tempos: o tempo, como o
espaço, é intuição.
Importância relativa entre espaço e tempo. O Espaço e tempo são "subpostos" como
condições de conhecimento, condições que, partindo do sujeito, precisam realizar-se
para que o objeto seja efetivamente objeto do conhecimento. Esses subpostos Kant
chama "condições transcendentais da objetividade". Espaço e tempo seriam, assim, duas
condições sem as quais é impossível conhecer, mas são formas de sensibilidade, por
isso Kant os trata na Estética Transcendental.
Lógica - Gottob
Frege
Frege (1848-1925) e Peano
(1858-1932) trabalharam para
fornecer bases mais sólidas à
álgebra e generalizar o raciocínio
matemático.
Peano tinha
objetivo
semelhante a
Frege, mas
mais realista.
Ele
desenvolveu
uma notação
formal para
raciocínio
matemático
que
procurasse
conter não só
a lógica
matemática
mas todos os
ramos mais
importantes
dela. O simbolismo de Peano e seus axiomas - dos quais
dependem tantas construções rigorosas na álgebra e
análise - "representam a mais notável tentativa do século
de reduzir a aritmética comum, e portanto a maior parte
da matemática, a um puro simbolismo formal. Aqui o
método postulacional atingiu novo nível de precisão, sem
ambigüidade de sentido, sem hipóteses ocultas"
http://pt.wikipedia.org/wiki/Zen%C3%A3o_de_C%C3%ADtio
Zenão de Cítio
4 Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Zenão de Cício (340 a.C. - 264 a.C.) foi um filósofo helenista, fundador do estoicismo.
Zenão nasceu em Cítio, na ilha de Chipre. Transferiu-se para Atenas por volta de 312 ou
311 a.C., atraído pela filosofia (ou, segundo outros, após perder sua fortuna em um
naufrágio na costa da Ática).
Zenão propôs uma tripartição na filosofia: lógica, física e ética. A lógica fornece um
critério de verdade. A física constitui um materialismo monista e panteísta. A ética
regula as ações humanas, cujo objetivo é a conquista da felicidade e esta deve ser
perseguida segundo a natureza.
A doutrina filosófica de Zenão de Cítio afirma que o ser humano atinge a plenitude e a
felicidade quando abandona todas as paixões terrenas, contrariedades, aborrecimentos e
desassossegos. Para Zenão a única forma de viver sem essas contrariedades é viver em
ataraxia ou apatia, ou seja, abandonado ao destino, impassivamente, nada receando e
nada esperando.
http://www.consciencia.org/estoicismobrehier.shtml
Chama-se época helenística o período de tempo durante o qual a cultura grega passa a
ser o bem comum de todos os países mediterrâneos, impondo-se, desde a morte de
Alexandre até os dias das grandes conquistas romanas, do Egito a Síria até Roma e
Espanha, nos meios judeus médio instruídos como na nobreza romana. A língua grega,
na forma de dialeto comum (koiné) é o instrumento desta cultura.
I – Os Estóicos e o Helenismo
Quanto à filosofia, é evidente que toma uma forma completamente nova e não continua
nenhuma das direções que até então tinha tomado. Os grandes dogmatismos que vemos
nascer então – estoicismo e e epicurismo – em nada se parecem ao que lhes precede;
ainda que sejam muitos os pontos de contato com seus antecessores, seu espírito é
completamente novo. Este é caracterizado por dois traços brilhantes: o primeiro é que é
impossível ao homem encontrar regras de conduta ou alcançar a felicidade sem apoiar-
se em uma concepção do universo determinada pela razão; a investigação acerca da
natureza das coisas não tem um fim em si mesma, na satisfação da curiosidade
intelectual, mas exigem também a prática. O segundo traço, mais ou menos manifesto, é
a tendência à disciplina de escola, segundo o qual o novo filósofo não tem que buscar o
que já foi encontrado antes e a razão e o raciocínio só servem para consolidar nele os
dogmas da escola e dar-lhes uma segurança inabalável; mas nestas escolas não se trata,
muito menos, da investigação livre, desinteressada e ilimitada da verdade, mas de se
assimilar uma verdade já encontrada.
Tantos traços novos não foram aceitos sem resistência, e já veremos que continua, no
século III, por debaixo dos grandes dogmatismos, a tradição dos socráticos.
Para compreender bem o alcance e o valor destes dois traços, convém perguntar quem
eram os homens que introduziram estas novidades e como reagiram ante as novas
circustâncias históricas criadas pela hegemonia macedônica.
Atenas continua sendo o centro da filosofia, mas nenhum dos novos filósofos é
ateniense, nem mesmo grego continental. Todos os estóicos conhecidos do século III
são metecos vindos de países que estão às margens do helenismo, da grande tradição
cívica e pan-helênica, influenciados por muitas outras correntes que não a helênica, em
especial a dos povos vinhos da raça semita. Uma cidade de Chipre, Citio, deu
nascimento a Zenão, o fundador do estoicismo, e a seu discípulo Perseo; o segundo
fundador da escola, Crisipo, Antipater e Arquedemo também são de Tarso. De países
propriamente semitas vem Herilo de Cartago, discípulo de Zenão, e Boeto de Sidón,
discípulo de Crisipo. Os procedentes das comarcas mais próximas são Cleantos de
Assos (costa eólia) e outros dois discípulos de Zenão, Estero de Bósforo e Dionísio de
Heraclea, em Bitinia, sobre o Ponto Euxino. Na geração que se segue à de Crisipo,
Diógenes da Babilônia e Apolodoro de Selêucia vem da remota Caldéia.
A maior parte destas cidades não tinha atrás de si, como as cidades da Grécia
continental, longas tradições de independência nacional, e seus habitantes estavam
acostumados a viajar até os mais longínquos países por motivos comerciais. Se diz que
o pai de Zenão de Cítio era um comerciante chipriota que, quando vinha a Atenas para
seus negócios, comprava livros dos socráticos, cuja leitura inspirou no filho o desejo de
escutar tais mestres. [1]
Mas estes semi bárbaros se mantinham totalmente indiferentes à política local das
cidades gregas. Assim o comprova a atitude política dos protagonistas da escola durante
o século que vai desde a morte de Alexandre (323) até a intervenção dos romanos nos
assuntos gregos, em 205.
Este é o quadro em que se desenrola a história do Antigo Estoicismo, presidida por seus
três grandes escolarcas: Zenão de Cítio (324-264), Cleanto (264-232) e Crisipo (232-
204). Esta breve recapitulação histórica foi necessária para se compreender a atitude
política estóica, que é perfeitamente clara. Entre as cidades gregas que fazem os últimos
esforços para conservar suas antigas liberdades e os diádocos, que fundam extensos
estados, estes filósofos não duvidam: toda a sua simpatia é para os diádocos e,
particularmente, para os reis da Macedônia. Continuam assim a tradição dos cínicos,
admiradores de Alexandre e Ciro. Zenão e Cleanto jamais pediram o direito de
cidadania ateniense, e Zenão, segundo relatos, se vangloriava do título de Cidadão de
Cítio [2] . Os reis concendiam-lhes dádivas e lisonjas, pois compreenderam que havia
em tais escolas uma força moral que não podia se desprezar. Principalmente Antígono
Gonatas é um grande admirador de Zenão, escuta suas lições quando vai a Atenas,
assim como depois as de Cleanto, e envia um e a outro subsídios. Quando morre Zenão,
ele é quem toma a iniciativa de pedir à cidade de Atenas que erga um monumento à sua
honra no bairro de Cerâmico. Era um personagem suficientemente importante para que
não deixassem de visitá-lo os embaixadores que Ptolemeu enviava a Atenas. [3]
Antígono gostava de rodear-se de filósofos; tinha um na sua corte, Arato de Soles, autor
de Fenômenos, onde se encontra exposta a astronomia de Eudoxio; quis levar consigo
Zenão, como conselheiro e diretor de consciência; este, já ancião, recusou, mas lhe
enviou dois de seus discípulos: Filónides de Tebas e Perseu, jovem de Cítio que havia
sido seu servidor e cuja educação filosófica havia orientado. Perseu se converteu num
cortesão, e sua influência era intensa o bastante para receber as adulações do estóico
Aristón, se dermos crédito ao poema satírico de Tímon. Muitos anos depois, em 243, o
encontramos como chefe da guarnição macedônica de Acrocorinto no momento em que
a cidade é sitiada por Arato de Sicione, e parece que perdeu a vida defendendo a causa
macedônica contra as liberdades da Grécia.Nós o vemos intervir nas negociações que
um outro filósofo megárico, Menedemo de Eretria, político importante de sua cidade
natal, tinha entabulado com Antígono para livrar a Eretria dos tiranos e estabelecer nela
a democracia. E Perseu, ao que parece, serviu somente à política macedônica,
sustentada por toda a parte pelos tiranos, quando procura impedir que Antígono
satisfaça as petições de Menesdemo. [4]
Assim como Zenão envia a Perseu Antígono, Cleanto envia Esfero Ptolemeu Evergetes.
Este Esfero era o mestre estóico que havia ensinado filosofia em Esparta, onde contava
entre seus alunos Cleómenes, [5] que restabeleceu em Esparta a constituição de Licurgo
e se inspirou, talvez, no estoicismo para suas reformas políticas; mas na realidade,
carecia do espírito helênico que animava seu inimigo, o chefe da Liga Aqueía, Arato de
Sicione.
Mas há ainda grande distância entre estas influências gerais e a doutrina estóica, que
não se reduz a uma pedagogia moral, mas é uma ampla visão do universo que irá
dominar o pensamento filosófico e religioso durante a toda antiguidade e parte dos
tempos modernos. Há no estoicismo algo como um novo zarpar e não a continuação das
agonizantes escolas socráticas.
Devemos procurar suas origens no solo grego? Provavelmente sim, pelo menos em
parte. O pensamento do século IV não se esgota nem no conceitualismo de Aristóteles e
de Platão e nem nos ensinamentos dos socráticos, mas se mostra muito mais
diversificado. As escolas médicas eram prósperas, e se ocupavam cuidadosamente das
questões da natureza da alma e da estrutura do universo. Recordemos as inesperadas
aparições da medicina no Fedro e, sobretudo, no Timeu de Platão.
Em seu livro Contra Juliano, o médico Galeno, uma das melhores fontes para a história
do estoicismo, nos ensina que Zenão, Crisipo e outros estóicos escreveram amplamente
sobre as doenças; que, de resto, uma escola médica, a escola metódica, se dizia
inspirada por Zenão, e finalmente, que as teorias médicas dos estóicos eram as mesmas
de Aristóteles e de Platão. Ele as resume assim: Há no corpo vivo quatro qualidade
opostas, duas a duas: o quente e o frio, o seco e o úmido; estas qualidades tem como
suporte quatro humores: bílis e atrabílis, o fleuma ácido e o fleuma salgado; a saúde se
deve à mistura acertada destas quatro qualidades, e a doença (ao menos a doença de
regime) se deve ao excesso ou carência de uma destas qualidades, ainda que outras
enfermidades se originem na ruptura da continuidade das partes do corpo. Acontece
também que estas e outras opiniões físicas dos estóicos (sobre o assento da alma no
coração, sobre a digestão, sobre a duração da gravidez), são afastadas por Fílon de
Alexandria [9] como opiniões tomadas dos médicos pelos filósofos da natureza.
Se pode precisar o alcance destes exames graças aos fragmentos que restam da obra de
Diokles de Karystos, um médico do século IV citado por Aristóteles. Segundo esta
doutrina fisológica atribuída aos estóicos, Diokles pensava que todos os fenômenos da
vida dos animais são governadas pelo quente e o frio, o seco e o úmido, e que há em
cada corpo vivo um calor inato que, ao alterar os alimentos ingeridos, produz os quatro
humores: o sangue, a bílis e os dois fleumas, cujas proporções explicam a saúde e a
doença. Mas, por outro lado, vemo-os admitir que o ar externo, atraído até o coração
pela laringe, o esôfago e os poros, se converte dentro do coração no sopro psiqúico em
que reside a inteligência, dá temperatura e sustenta o corpo, se estendendo por todo ele,
e origina os movimentos voluntários. "Os corpos vivos, diz Diokles, são assim
compostos de duas coisas, o que conduz e o que é conduzido. O que conduz é a
potência, o que é levado ao corpo". Muitas doenças devem-se à obstrução desta
potência, idêntica ao sopro, quando impedida de circular pelos vasos por causa da
acumulação de humores.
Análogas são as teorias dos estóicos sobre o ser vivo, mas a explicação para eles se
generaliza e todo corpo, animado ou inanimado, é concebido à maneira de um ser vivo.
Há nele um sopro (pneuma) cuja tensão sustenta as partes. As diversas gradações de
tensão explicam a dureza do ferro assim como a solidez da pedra. O universo todo
(como no Timeu, tão impregnado de idéias médicas) é também um ser vivo cuja alma,
sopro ígneo estendido através de todas as coisas, sustenta as partes.
Mas o deus dos estóicos não é um olímpico nem um Dionisos, é um deus que vive em
sociedade com os homens, com os seres racionais, e que dispõe todas as coisas do
universo em favor deles. Sua potência penetra todas as coisas e nenhum detalhe, por
ínfimo que seja, escapa à sua providência. É uma maneira completamente nova de
conceber a relação divina com o homem e com o universo. Já não é aquele solitário
estranho ao mundo que atrai por sua beleza, ele é o autor mesmo do mundo, cujo plano
concebeu em seu pensamento. A virtude do sábio não é nem a assimilação de Deus que
sonhava Platão, nem a simples virtude cívica e política que pintava Aristóteles; ela é a
aceitação da obra divina e a colaboração desta obra graças à inteligência do sábio. Está
aqui a idéia semítica do Deus todo-poderoso que governa o destino dos homens e das
coisas, tão diferente da concepção helênica. Zenão, o fenício, vai dar o tom ao
helenismo. Certamente, esta não é uma importação brusca dentro do pensamento grego:
o Deus de Platão, no Timeu, é um demiurgo, o das Leis se ocupa dos homens e dirige o
Universo em todos os detalhes, e o deus de Sócrates e de Xenofonte, que deu aos
homens seus sentidos, inclinações e inteligência, os guia também mediante os oráculos
e a adivinhação. Anunciava-se assim o tema demiúrgico e providencialista que com
Zenão se converte na chave da filosofia. Veremos, na continuação desta história, como
estas duas concepções – semita e helênica – fundem-se e às vezes se enfrentam com
pleno conhecimento de suas divergências, e talvez encontraremos nas diversas formas
que seu conflito toma, até a época contemporânea, uma das mais profundas oposições
da natureza humana.
IV – O Racionalismo Estóico
http://www.brasilescola.com/biografia/george-boole.htm
Álgebra Booleana
Para descrever os circuitos que podem ser construídos pela combinação de portas
lógicas, um novo tipo de álgebra é necessário, uma em que as variáveis e funções
podem ter apenas valores 0 e 1. Tal álgebra é denominada álgebra booleana, devido ao
seu descobridor, o matemático inglês George Boole (1815 - 1864).
Do mesmo modo que existem funções em álgebra "comum", também existem funções
na álgebra booleana. Uma função booleana tem uma ou mais variáveis de entrada e
fornece somente um resultado que depende apenas dos valores destas variáveis.
Como uma função de n variáveis possui apenas 2n conjuntos possíveis de valores de
entrada, a função pode ser descrita completamente através de uma tabela de 2n linhas,
cada linha mostrando o valor da função para uma combinação diferente dos valores de
entrada. Tal tabela é denominada tabela verdade.
ABC000010100111
Acima temos a tabela verdade de uma função básica a função AND , ela e um conjunto
de funções da álgebra booleana têm implementação eletrônica através de transistores e
são conhecidas como portas lógicas.
Um circuito digital é regido pela álgebra de Boole, e com as portas lógicas existentes é
possível implementar qualquer função da álgebra booleana. A seguir veremos as
principais portas lógica, simbologia e tabela verdade.
-NOT
A B 0 1 1 0 (a)
(b)
A função AND pode ser definida em linguagem natural como 1 se todas as entradas
forem 1 e 0 se apenas uma das entradas for 0.
ABS000010100111
-OR
ABC000011101111
-XOR
ABC000011101111
Temos acima algumas das principais portas lógicas existente, não são as únicas mas as
outras portas existentes são combinações destas portas básicas, e todos os circuitos
digitais podem ser montados somente com estas portas.
Bibliografia:
Trabalho por Ricardo K. L. Ferreira
Estudante de Ciência da Computação – Mackenzie
http://200.19.92.57/wschui/goodbit/shannon.htm
Suponha, por exemplo, que um emissor transmite a mensagem "bom dia", letra por
letra. Ao emitir as primeiras letras, há uma expectativa da parte do receptor, que vê
surgir as letras "b", "o", "m", um espaço, e depois "d" e o "i". O "a" final é quase inútil,
pois sua probabilidade de ocorrência é tão grande, para dar sentido à sequência anterior,
que a quantidade de informação transmitida por essa letra é muito menor que a
transmitida pelas primeiras. Para medir a quantidade de informação, Shannon criou o
conceito de entropia, diferente do conceito homônimo encontrado em termodinâmica.
Porque esta denominação foi escolhida? Ao que parece, foi o matemático norte-
americano de origem húngara, John von Neumann (1903-1957), quem sugeriu este
termo. Teria dito, ironicamente, "deve chamá-la de 'entropia' por duas razões: primeiro,
porque essa mesma função matemática já é utilizada em termodinâmica, com esse
nome; segundo, e mais importante, porque pouca gente sabe realmente o que é entropia
e, se usar esse termo numa discussão, sairá sempre ganhando."
Embora sua teoria seja bastante técnica, vejamos um exemplo da utilidade que tem tal
unidade de informação. Voltemos ao problema que motivou os estudos de Shannon: o
problema da capacidade de comunicação de um canal transmissor.
A solução do problema é resumida numa fórmula, hoje básica da Teoria da Informação,
a chamada fórmula de Shannon:
ela dá a velocidade máxima Cmax ( em bits por segundo ) com que sinais de potência S
watts podem passar por um canal de comunicação, o qual deixa passar sem distorção
apenas os sinais de frequência até B hertz, e o qual produz ruídos de potência no
máximo N watts ( e esses ruídos são do tipo usual, chamado ruído branco ).
Em 1956, mantendo seu trabalho nos laboratórios da Bell, Shannon aceitou o cargo de
professor no MIT, atividade que exerceu durante muitos anos. Seus alunos lembram-se
dele como sendo "um espírito matemático por excelência". No quadro negro "escrevia
poucas fórmulas e falava muito". Preocupava-se com os conceitos e simplificava ao
máximo a simbologia. Onde outros professores usariam símbolos e mais símbolos,
índices e mais índices, Shannon colocava duas ou três letras e incentivava os alunos a
perceber as relações matemáticas que essas letras traduziam.
Era um espírito irrequieto. "Apenas gosto de ver como as coisas funcionam", dizia. John
Horgan, que há poucos anos o entrevistou para o Scientific American, disse que o
matemático "não conseguia ficar parado" e que, quando lhe perguntou como tinha
criado a teoria da informação, Shannon respondeu: "Não quer ver as minhas máquinas
antes?".
http://www.forumpcs.com.br/noticia.php?b=150959
Na época, o ENIAC se destacou por realizar 5 mil operações por segundo, velocidade
mil vezes superior à de seus antecessores. Hoje, se comparado com os computadores
atuais, o poder de processamento do ENIAC seria menor do que o de uma simples
calculadora de bolso. O computador começou a ser feito em 1943, durante a Segunda
Guerra Mundial, para auxiliar o exército norte-americano a fazer cálculos de balística. O
computador pesava 30 toneladas e ocupava 180 m² de área construída.