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Desenvolvimento Local: questões conceituais e metodológicas

Local Development: conceptual and methodological questions


Desarrollo Local: cuestiones conceptuales y metodológicas
Sérgio Ricardo Oliveira Martins
Universidade Católica Dom Bosco
contato: sergiom@ucdb.br
Resumo: A visão humanista e ecológica requer, para sua compreensão e crítica, uma revisão de posturas e de
estrutura de sentimentos, o que significa rever (portanto, questionar) convicções e crenças teóricas. De fato, a
proposta humanista, holística e ecológica está na essência do conceito de desenvolvimento local, que assim adquire
maior complexidade e se torna um desafio à reflexão.
Palavras-chave: Desenvolvimento local; participação social; desenvolvimento endógeno.
Abstract: To understand and criticise the humanistic and ecological viewpoint, it is necessary to review attitudes in
the structure of sentiments, which means reviewing (and as such, to question) convictions and theoretical beliefs. It is
certain that the humanistic, holistic and ecological proposal is the essence of local development, which thus aquires
major complexity and becomes a challenge for reflection.
Key words: Local development; social participation; endogenous development.
Resumen: La visión humanista y ecológica requiere, para su comprensión y crítica, una revisión de posturas y en la
estructura de sentimientos, lo que significa rever (por lo tanto cuestionar) convicciones y creencias teóricas. De hecho,
la propuesta humanista, holística y ecológica están en la esencia del concepto de desarrollo local, que de esta forma
adquiere mayor complejidad y se vuelve un desafio a la reflexión.
Palabras claves: Desarrollo local; participación social; desarrollo endógeno.

1. Introdução maior problema, talvez entender (aceitar


seria uma outra questão!) a proposta huma-
A atual tendência em se pensar e pla- nista, holística e ecológica, que está na es-
nejar o desenvolvimento é dotá-lo de um sência do conceito de desenvolvimento lo-
caráter mais humano, no sentido de consi- cal, seja algo realmente complexo que está a
derar o homem simultaneamente como sujei- exigir muita reflexão. O presente trabalho,
to e beneficiário. Trata-se, pois, de um pres- enquanto produto desta reflexão, se propõe
suposto óbvio, isto é, que as pessoas devem a analisar aspectos conceituais e metodo-
participar ativamente e não apenas serem lógicos do desenvolvimento local, cuja com-
beneficiárias do desenvolvimento. Está cla- preensão, em última análise, requer uma vi-
ro que aspectos fundamentais que identifi- são de mundo bem distinta da convencio-
cam tal mudança de paradigma chegam até nal, aquela centrada no racionalismo objeti-
nós nas leituras e nas discussões sobre de- vista e cartesiano e em valores materialistas
senvolvimento local, que é muito mais do que e adeptos do consumismo.
um conceito. Entende-se aqui que a dificul- Enquanto estratégia de planejamento e
dade de entender (por conseguinte de acei- de ação, o desenvolvimento local aparece
tar) o desenvolvimento local é decorrente de num contexto em que se esgotam as concep-
concepções e posturas pouco ou nada conci- ções de desenvolvimento associadas a pro-
liáveis e mesmo opostas ao estabelecimento gresso material (acúmulo de riquezas), pes-
de uma nova cultura do desenvolvimento. soal (“ganhar a vida”) e ilimitado (“quanto
Entende-se que os pressupostos da vi- mais melhor”), mas sobretudo é um produto
são humanista e ecológica requerem, para da iniciativa compartilhada, da inovação e
sua compreensão, uma revisão de posturas. do empreendedorismo comunitários. Mais do
Não há espaços para fetichismos e radicalis- que um conceito, o desenvolvimento local é,
mos de qualquer espécie, tampouco para na verdade, um evento sui generis, resultante
concepções restritas de cultura. Igualmente do pensamento e da ação à escala humana,
necessário é rever a nossa estrutura de sen- que confrontam o desafio de enfrentar pro-
timentos, porque se exige sensibilidade em blemas básicos e alcançar níveis elementares
dose suficiente para não conciliar com a ar- e auto-referenciados de qualidade de vida na
rogância tecnicista e, não raro, etnocêntrica. comunidade. É certo que compreender o de-
Certamente nada disso é fácil, sobretudo senvolvimento local requer, indispensa-
porque, no mínimo, significa rever (portan- velmente, que se reflita sobre conceitos bási-
to, questionar) convicções e crenças teóricas, cos que, em última análise, estão diretamente
o que certamente poucos estão dispostos a implicados no cenário formado pela própria
empreender e aceitar. Se de fato este não é o dinâmica da vida e o ambiente de entorno.

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Revista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 3, N. 5, p. 51-59, Set. 2002.
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2. Desenvolvimento ou Desenvolvimento endógeno seria


(des)envolvimento: a questão da aquele balizado por iniciativas, necessidades
participação e recursos locais, tal como uma comunidade
que de fato se conduz a caminho do desen-
O termo desenvolvimento tem sido volvimento, ou da promoção do seu bem-
associado à noção de progresso material e estar. Neste processo, a participação comu-
de modernização tecnológica. Sua promo- nitária assumiria uma destacada condição
ção, mediante o desrespeito e a desconside- do desenvolvimento local, seja de sua efeti-
ração das diferenças culturais, da existência vação, seja de continuidade (La Dinámica,
de outros valores e concepções, já teria 1992). Como propõe Martín (1999, p. 172),
funcionado como “Cavalo de Tróia”, que, o desenvolvimento local proporcional à es-
vestido da sedução do progresso, teria carre- cala humana deve ser entendido como a sa-
gado em seu interior o domínio e a imposição tisfação das necessidades humanas funda-
culturais que desequilibram e abalam as mentais através do “protagonismo real e ver-
sociedades. É, pois, certo que a história do dadeiro de cada pessoa”. Entende-se que
desenvolvimento, na qual invariavelmente se criar as condições para que a comunidade
atribui importância secundária à dimensão efetivamente exerça este protagonismo se afi-
cultural, estão presentes mentalidades etno- gura como o maior desafio para que o de-
cêntricas, evolucionistas e racionalistas senvolvimento local aconteça, considerando
(Verhelst, 1992). que, diferentemente da Europa, estamos di-
Desenvolvimento associado a progres- ante de realidades locais nas quais persistem
so material decorre de uma visão positivista algumas ausências importantes: da cidada-
que só enxerga desenvolvimento no cresci- nia, da identificação sociocultural e territo-
mento de taxas e indicadores econômicos. rial e do sentido de vizinhança.
Também encontramos a crença do progres- Assim, o caráter necessariamente
so linear e tecnicista, características, aliás, do participativo e democrático do desenvolvi-
próprio modernismo (Harvey, 1998). Enten- mento local é o seu “calcanhar de Aquiles”,
der o desenvolvimento, de fato, não se trata uma vez que a participação é de fato uma
de mera questão conceitual, mas de postura conquista a ser empreendida individualmen-
e de sentimento, basicamente sustentados te por cada pessoa, num processo em que
pela modéstia e promotores da simplicida- cada vez mais ela se torna cidadã (Demo,
de. A dimensão humana do desenvolvimento 1988). Na essência da participação pessoal
está fundamentalmente na valorização das está, além da tomada de consciência, a for-
pessoas em sua plenitude, que supõe cresci- mação de um senso crítico e a sensibilidade.
mento econômico não como fim, mas como Por certo, são estes requisitos difíceis de se-
meio de reduzir as privações e as aflições rem obtidos, sobretudo quando não estimu-
humanas (Torras, 1995). Voltar-se para as lados e mesmo sufocados por períodos de
pessoas e não para os objetos, eis o princípio pouca ou nenhuma democracia.
básico do desenvolvimento à escala huma- Ávila (1993, p. 5), defendendo o que
na (Max-Neef, 1986). Não obstante, objetivar denomina de “municipalização qualitativa”,
as pessoas e propor a sua participação em em termos de que seja esta uma “...saída,
todo o processo de desenvolvimento (do pla- talvez porta única, na atualidade, para a
nejamento à ação), mesmo que resultem em endogeneização de nosso desenvolvimen-
melhorias efetivas das condições materiais to...”, atribui importante papel à participa-
de vida, são insuficientes para assegurarem ção popular. Entende-se que a participação
a continuidade do processo. O verdadeiro comunitária não se deve resumir a envolvi-
diferencial do desenvolvimento local não se mentos esporádicos e parciais de alguns ór-
encontra em seus objetivos (bem-estar, qua- gãos e instituições de representação social.
lidade de vida, endogenia, sinergias etc), mas Participação é empenho pessoal por um
na postura que atribui e assegura à comuni- aprendizado difícil das regras e meios de se
dade o papel de agente e não apenas de fazer ouvir, entender e atender. A avaliação
beneficiária do desenvolvimento. Isto impli- feita por Fernández (1995 p. 34) dos grupos
ca rever a questão da participação. locais da iniciativa comunitária Leader 1, na

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Espanha, cujo resultado aponta uma escas- se uma clara preocupação com a geração de
sa participação da população local, faz crer emprego e renda, que tem sido a tônica na
que este é o maior desafio a ser enfrentado Europa, aparecendo de forma contundente
por qualquer estratégia de desenvolvimento também aqui no Brasil2. Dowbor (1996), por
local. exemplo, após admitir que o desenvolvimen-
É importante visualizar a participação to local não deve ser apenas pensado por
enquanto resultado do processo de constru- uma “lógica economicista”, afirma que tal
ção social, portanto sujeito a fatores históri- estratégia de ação de base local, na atuali-
cos e culturais. Neste sentido, a participa- dade econômica e social do Brasil, deve con-
ção parece manter uma relação direta com siderar o “problema da necessidade da ge-
a capacidade individual ou coletiva de ração de emprego e renda”. É certo que o
interagir, cooperar, associar-se e confiar, isto desenvolvimento local não constitui a única
é, com o chamado capital social. Embora saída para a crise do desemprego, mas en-
complexo e conceitualmente ainda impreci- cerra a perspectiva do enfrentamento deste
so, o capital social assume patente visibili- e de outros problemas socioeconômicos. De-
dade enquanto recurso potencial de desen- senvolvimento local, todavia, não equivale
volvimento, tanto mais pelo fato de que tem a geração de emprego e renda, não obstante
seu aporte na dimensão cultural e não ape- tem sido esta a tônica de grande parte dos
nas sociológica ou espacial1. projetos (não raro, práticas sem fundamen-
Conclui-se que a participação não pode to teórico) que levam a rubrica de desenvol-
ser vista como um mero requisito metodo- vimento local.
lógico na estratégia de sensibilização ou cons- Mahbub Ul Haq (1978), após apontar
cientização popular. Ela é muito mais do que os “sete pecados” dos planejadores desenvol-
um atributo do diagnóstico ou um recurso vimentistas, conclui que o desenvolvimento
da ação planejadora. Negligencia-se a par- deve ser uma ação de enfrentamento real às
ticipação mesmo quando se empreendem to- piores manifestações da pobreza, objeti-
dos os esforços em oferecer às pessoas a opor- vando a igualdade de opções e não de ren-
tunidade ampla e irrestrita de participar. O da. A oportunidade de escolha, o direito à
esvaziamento de uma reunião pode não ex- liberdade e a condição das pessoas de opta-
pressar desinteresse, mas ser um indicativo rem e buscarem por melhores condições de
importante de que o seu conteúdo não foi vida formam, pois, o cerne do conceito de
perfeitamente entendido ou aceito. Neste desenvolvimento humano.
sentido, participativo não é o processo em Para Rozas (1998), desenvolvimento
que apenas se assegura a oportunidade da local é a organização comunitária em torno
participação, mas aquele que a promove em de um planejamento para o desenvolvimen-
todos os sentidos, porque nela deposita sua to, por uma perspectiva de construção soci-
própria condição de vitalidade. Isto signifi- al, constituindo assim em um instrumento
ca acreditar muito mais nas pessoas do que fundamental, de caráter orientador e con-
estamos acostumados, possibilitando e dutor, de superação da pobreza. Não se tra-
condicionando sua participação qualitativa ta, contudo, de buscar tão somente o aten-
e não apenas quantitativa. dimento às carências materiais, mas a iden-
tificação e a promoção das qualidades, ca-
3. Desenvolvimento local para quê? pacidades e competências existentes na co-
munidade e no lugar. Mas a superação das
Na Europa, o Comitê Econômico e So- piores manifestações da pobreza na atuali-
cial das Comunidades Européias (Comitê, dade requer igualmente uma revisão de con-
1995) concebe o desenvolvimento local como ceitos e, sobretudo, de posturas. Muito apro-
um processo de reativação da economia e priadamente, Yunus (1998) afirma que não
de dinamização de uma sociedade local, com se pode solucionar o problema da pobreza
base no aproveitamento ótimo dos recursos com o mesmo “marco teórico” que permitiu
endógenos, objetivando o crescimento da ou ajudou na sua criação.
economia, a criação de emprego e a melhoria O enfrentamento e a superação da
da qualidade de vida. Neste caso, observa- pobreza têm sido a tônica do desenvolvimen-

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to local pensado e praticado na América um agente que, de acordo com suas potencia-
Latina. Cada vez mais seus pressupostos lidades e limitações, pode favorecer ou difi-
humanistas têm servido a projetos que obje- cultar o desenvolvimento (González, 1998).
tivam erradicar a miséria. Neste contexto, a É esta precisamente a idéia do território en-
participação representa um desafio ainda quanto meio inovador, na medida em que é
maior, haja vista que os segmentos mais ca- considerado fator, e não apenas locus, da ino-
rentes, não raro migrantes, portanto viven- vação, isto é, do pensamento criativo que,
tes em um processo de inserção socioespacial, na forma de empreendedorismo, planeja-
têm ainda mais dificuldade de se envolver e mento de ações, se volta para a solução de
contribuir efetivamente nos projetos. Colocá- problemas sociais, econômicos e ambientais.
los na condição de maiores beneficiários do Parece mesmo elementar que toda re-
processo, contudo, assegura apenas o aten- flexão, investigação ou ação na escala local
dimento emergencial às suas necessidades. devam ser realizadas à luz da realidade co-
tidiana, isto é, que devam incidir sobre pro-
4. Local, essencialmente um sentido de blemas relevantes e concretos de uma comu-
lugar: a questão da escala nidade em seu entorno ou lugar, sem perder
de vista as múltiplas determinações e inte-
Implícita no conceito de desenvolvi- rações com outras escalas ou níveis de aná-
mento local está obviamente uma questão de lise. O lugar é o cenário interativo dos acon-
escala territorial. O entendimento da escala tecimentos, onde os fenômenos naturais e
local, como aquela que permite a eficácia das humanos acontecem e produzem seus efei-
ações e um melhor acompanhamento dos tos. Por isso não é apenas porção e sim sín-
resultados, está associado ao fracasso de um tese da totalidade socioespacial. Há, pois,
modelo de desenvolvimento pautado na in- uma “ordem local” diretamente associada
dustrialização a qualquer custo, no consu- ao cotidiano das pessoas, cujos parâmetros
mo de massa, em altíssimos custos ambien- são a co-presença, a vizinhança, a intimida-
tais e sociais, viabilizado por ampla disponi- de e a cooperação (Santos, 1996a). Esta é a
bilidade de capitais (Leroy, 1997, p. 88-89). escala humana, que se identifica pela rela-
Uma nova concepção de desenvolvimento, ção entre as pessoas, entre estas e o seu en-
que valoriza o local como referência terri- torno (ambiente, empresas e instituições),
torial (sentido de lugar) e que ganha força, pautada na interdependência e na comuni-
na Europa, a partir dos anos 80, quer apro- dade de interesses, mas também, e princi-
ximar-se das pessoas, apoiar-se na solidarie- palmente, no cotidiano conflitante e solidá-
dade comunitária, instrumentalizar a comu- rio vivido em comum.
nidade, envolvendo-a efetivamente na supe- A força do lugar (ordem local) reside
ração dos problemas e na promoção do de- no território compartilhado e identificado
senvolvimento endógeno (Gobierno Vasco, por uma consciência social e comunitária de
1994). entorno, cuja essência é a própria história
Quando se fala de “local”, está-se refe- vivida em comum (Santos, 1996a; Le
rindo à escala das inter-relações pessoais da Bourlegat, 2000). O lugar se apresenta para
vida cotidiana, que sobre uma base territorial as pessoas por sua materialidade, pela apa-
constróem sua identidade. O lugar é essa rência conhecida e familiar dos elementos
base territorial, o cenário de representações que o compõem – casas, ruas, campos, a vi-
e de práticas humanas que são o cerne de zinhança, o clima habitual, etc. É certo que
sua singularidade; o “espaço da convivên- tal materialidade participa ativamente da
cia humana”, onde se localizam os desafios vida das pessoas, envolvendo-as por todos
e as potencialidades do desenvolvimento os lados, sendo assim, é no território, que os
(Martín, 1999). É, pois, fundamental obser- fatos ganham plena significação, tornando-
var que o território adquire um destacado se fatos socioespaciais. O enfoque socioespa-
papel enquanto condição e fator de desen- cial deve transcender a representação espa-
volvimento, qualquer que seja a comunida- cial e a localização dos fatos, e apreender o
de considerada. Não se trata, portanto, de processo em que estes mesmos fatos adqui-
mero suporte das ações humanas, mas de rem em significação social. A cidadania, por

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exemplo, poderá não passar de figura de do pelas pessoas que nele moram (ou mora-
retórica se não relacionada com o território. ram). Grosso modo, as pessoas, considera-
Cidadão não é todo aquele que tem direitos das em suas distintas possibilidades sociais
e deveres assegurados por lei, mas aquele que e econômicas, relacionam-se com as condi-
efetivamente tem condições de exercer esses ções de ocupação e sobrevivência do lugar,
direitos e deveres. Neste sentido, Santos com ele se identificam, dele se apropriam,
(1996b, p. 123) afirma que as condições de nele formam raízes. Insiste-se que esta é a
acesso aos meios de vida dependem, em essência do lugar, chave da elaboração e da
grande medida, de como as pessoas estão compreensão de sua identidade. Na perspec-
situadas (e não apenas localizadas) no lu- tiva da vida à escala humana, na medida
gar, e conclui que “O cidadão é o indivíduo em que o objetivo maior é a conquista do
num lugar”. Isto quer dizer que, ao envol- bem-estar, o dimensionamento do lugar só
ver práticas territoriais, em distintas espacia- adquire sentido se considerado em função
lizações e em uma sociedade diferenciada, a da abrangência e contigüidade espacial dos
cidadania pode ser plena para uns e nula interesses, dos problemas vividos pela comu-
para outros. nidade e dos recursos existentes.
Na atualidade, as relações entre o Lacoste (1988, p. 74) ensina sobre a sig-
global e o local adquirem papel fundamental nificação da escala, observando seu caráter
no desvendamento de ambos. Local e global qualitativo e não apenas quantitativo. Afir-
são, com efeito, duas ordens imbricadas, es- ma que diferentes escalas não correspondem
sencialmente contraditórias e insupera- tão somente a “diferenças quantitativas”,
velmente dialéticas (Benko, 1996, p. 65). A mas igualmente a “diferenças qualitativas”.
ordem global é a representante dos interesses A escala de estudo não deve, pois, resultar
“estranhos” ao lugar e à comunidade. A de uma única e derradeira escolha, mas é
idéia de estranheza, cada vez maior entre fundamental estar consciente das limitações
as “ações” e os lugares (neste incluindo as e possibilidades que se interpõem à análise
pessoas), torna-se imprescindível à análise através da escala. Se a realidade diante dos
do mundo de hoje. É mais uma vez Santos olhos não é a mesma segundo a escala dada
(1996a, p. 65) que chama a atenção para o é sobretudo porque ela é mutidimensional e
fato de que, na atualidade, deve-se conside- multiescalar, não permitindo que o mesmo
rar que as “ações” são cada vez mais estra- fenômeno possa ser observado em escalas
nhas ao lugar e às pessoas, criando duas distintas. A seriedade da questão da escala
escalas, uma de “realização” e outra de reside precisamente nas possíveis distorções
“comando”. O estudo do lugar requer assim (e “ocultações”) que ela possa engendrar na
sua observação a partir de distintos níveis realidade observada (p. 84). Lacoste propõe
de análise. que a escolha da escala deva ocorrer em fun-
É oportuno retomar o problema da ção do nível de análise, isto é, no “tamanho
delimitação física ou cartográfica do lugar. do espaço” a ser considerado pelo estudo (p.
Trata-se de uma interessante questão de 88-90). A escolha da escala é, pois, submissa
método, que certamente se complica, se for ao tipo de problema ou à ação que se quer
meramente considerada como uma questão praticar. É interessante observar, que o nú-
de precisar limites territoriais. Mas, como mero de variáveis (“interseção de conjuntos
afirma Castro (1995), definir “tamanhos” é espaciais”) se torna cada vez maior à medi-
um problema elementar da abordagem geo- da que o tamanho do espaço se reduz (p.
gráfica, além de constituir uma inquietação 90). É, pois, como certa vez alertou Milton
para outras áreas que lidam com o espaço. Santos: “Quanto mais pequeno o lugar exa-
Obviamente tem-se aí uma questão de esca- minado, tanto maior o número de níveis e
la, entendida esta mais como “unidade de determinações externas que incidem sobre
concepção” e não como unidade de medi- ele. Daí a complexidade do estudo do “mais
da, limitada a um mero exercício matemáti- pequeno” (Santos, 1988, p. 3).
co. Entende-se que o espaço local define-se Assim, o manejo da escala na análise
por um conteúdo ecologicamente dinâmico territorial está longe de constituir um exer-
e historicamente elaborado e experimenta- cício meramente matemático ou restrito à

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representação cartográfica. Souza (1996, p. Em Lefebvre, o cotidiano é concebido


16) propõe uma espécie de “raciocínio como a dimensão constituída e instituída
multiescalar” para se alcançar maior poder pelo “vivido”. Para ele, a vida cotidiana não
explicativo e perceber melhor a magnitude acontece sem o “uso” que se faz do espaço e
dos fenômenos. À escala local, por exemplo, do corpo, mas também da “repetição” dos
a segregação socioespacial é qualificada afazeres de todos os dias (Seabra, 1996; Sil-
como problema socioeconômico (e, obvia- va, 1997). Tarefas simples diariamente exe-
mente, político) para o poder público local, cutadas sempre da mesma maneira, como
preocupado com a elevação da pobreza ur- “levantar-se”, “tomar café” ou “ler o jornal”,
bana ou com o déficit habitacional. À escala marcam o compasso do dia e contêm as di-
regional, são os fluxos migratórios articula- mensões da existência. Mas se o cotidiano
dos para o trabalho, percebidos como resul- faz-se da “repetição” (da mesmice), ele dá
tado e condição de uma atividade econômi- margem para o conflito e para o surgimento
ca. Somente à escala do lugar é possível apre- do novo, a “insurreição do uso”.
ender a dimensão humana do sofrimento, O espaço cotidiano (o entorno) apare-
das angústias, frustrações e expectativas. ce como um campo de possibilidades onde
se dá a “prática social”, por sua vez corres-
5. Cotidiano e situação de vizinhança pondente a uma prática espacial. Sem omi-
tir o mundo real, a consciência (o pensamen-
Ao se tratar aqui do conceito de coti- to) constrói um espaço de “virtualidades”,
diano, far-se-á investido da consciência de um objeto de representações. Eis o que
estar transitando entre duas correntes de Lefebvre chama de “consciência do possí-
pensamento que se opõem (sem se excluírem) vel”, que representa uma ordem estabele-
no que se refere à existência das coisas (dos cida, mas freqüentemente a subverte (Lutfi
“objetos”, do espaço). De um lado, o mate- et al., 1995, p. 96-97).
rialismo e a objetividade, desde Aristóteles a Em Certeau (1999, p. 201-2), o lugar
Karl Marx (passando por leva de pensado- como ordem na consistência de seus elemen-
res, como Descartes e Newton), segundo os tos, como “configuração instantânea” de
quais as coisas existem independente da posições, é também um campo de possibili-
consciência humana3. Do outro, o idealismo dades que se abrem às pessoas. Para o au-
subjetivo, desde Berkeley a Kant (passando tor, da prática do lugar que subverte a sua
por Leibniz e, com certa dose de objetivida- “geometria”, sublevando-se contra a ordem
de, por Hegel) que genericamente negava a estabelecida em sua configuração territorial,
realidade objetiva e somente admitiam a exis- nasce o espaço (“...o espaço é um lugar pra-
tência material por via das “idéias” (Olivei- ticado.”). Nesta “fenomenologia do existir no
ra, 1988; Haesbaert, 1990). mundo”, que é o cotidiano, prática do dia-
Acredita-se que o estudo do cotidiano a-dia, confrontar-se-iam o lugar (o material,
pode acrescentar novos significados ao lu- estático, ordem construída) e o espaço (a
gar. Mas o que vem a ser o cotidiano? percepção, a representação, a subversão). O
O cotidiano aparece em Kosik (1989) lugar seria o campo do “permitido” enquan-
como expressão da própria existência huma- to o espaço, o do “possível”. Na essência
na no mundo. Trata-se, pois, da realização desta distinção, feita por Certeau, está a sua
dos afazeres diários, repetição das ativida- concepção de cotidiano, feito da prática que
des vitais. Movida por preocupações, a pes- cumpre a ordem estabelecida, mas sobretu-
soa organiza seu dia-a-dia, criando uma rede do da prática que subverte esta ordem, que
de relações que a influencia; o modo como vai além do permissível porque orientada
vive (“existência”) expressa uma cotidiani- pelo possível.
dade. Nas palavras do autor, “A vida coti- Certeau mostra uma concepção aber-
diana é antes de tudo organização, dia a dia, tamente subjetiva de espaço, sendo este
da vida individual (das pessoas); a repeti- construído pelo sujeito histórico que atua no
ção de suas ações vitais é fixada na repeti- “teatro objetivo”, que é o lugar. Neste senti-
ção de cada dia, na distribuição do tempo do, o espaço seria a percepção (e a perspec-
em cada dia” (p. 69). tiva) das pessoas com base na experiência

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vivida. Assim dependente da percepção e da 6. Por uma abordagem integrada


experiência, o espaço não pode passar de um
produto da consciência humana. Entende- Fugir da concepção de mundo
se aqui que tal concepção de espaço, depen- fragmentária e mecanicista (cartesiana-
dente da consciência para existir (“espaço newtoniana) supõe buscar uma visão inte-
mental”), serve menos à compreensão da grada ou holística (ou ainda ecológica) que
realidade, do que aquele que confronta a se aperceba da natureza sistêmica da reali-
consciência, mesmo sendo também um pro- dade socioespacial. No mundo atual, verifi-
duto dela. A distinção feita por Certeau en- ca-se a superposição cada vez mais nume-
tre lugar e espaço, o primeiro como equiva- rosa e imbricada de interesses e de forças,
lente da configuração territorial, mera dis- em qualquer que seja a porção do espaço
posição de materialidades, e o segundo, a observada, invalidando quaisquer concep-
prática cotidiana que reinventa (“atualiza”) ções ou conceitos estanques, parcializados
o lugar, a “ordem”, na verdade se presta à ou estáticos, por qualquer que seja a área do
apreensão muito mais de uma dimensão do conhecimento.
espaço e do lugar, o cotidiano. Se o lugar é Capra (1982, p. 14) assinala que uma
materialidade construída, é também residên- ampla crise está a promover uma mudança
cia do sentimento, da emoção. É oportuno de paradigma, que marca a superação da
lembrar que tal materialidade traz em si tam- concepção mecanicista-fragmentária pela
bém a idéia (ou a ideologia!) de quem a con- holística-integrada. Para este autor, uma
cebeu em um plano antes de produzi-la. A compreensão “apropriada” do mundo atu-
ordem construída, além de ordem precon- al, dos seus inúmeros problemas, não pode
cebida pela consciência, é ordem também se dar sem uma “... nova visão da realidade,
condicionadora (às vezes ditadora) de no- uma mudança fundamental em nossos pen-
vas consciências. Como na fenomenologia de samentos, percepções e valores”.
Husserl, segundo a qual “toda consciência é A racionalidade e o reducionismo que
consciência de alguma coisa”. cindiu a unidade entre a natureza e o “ho-
Se o cotidiano serve à análise geográ- mem”, o corpo e a mente, concernente ao
fica, é sobretudo por sua inseparabilidade do método cartesiano, não obstante ter sido res-
lugar, por ser essencialmente prática socioes- ponsável pelo grande desenvolvimento cien-
pacial. O cotidiano remete à proximidade de tífico, forjou pensamentos e atitudes incapa-
uma situação de vizinhança. Segundo San- zes ou inconciliáveis à apreensão intuitiva
tos (1996a, p. 255), em uma análise da situ- da realidade. Para Capra (1982, p. 35), o co-
ação de vizinhança, a proximidade cumpre nhecimento intuitivo se assenta na experi-
um papel fundamental enquanto base da ência direta, no “estado ampliado da per-
“socialidade” e geradora da solidariedade e cepção consciente”, que é tendencialmente
da identidade. sintetizador, holístico e ecológico.
No lugar, a dialética entre a coopera- Presencia-se esta (re)descoberta, isto é,
ção e o conflito move a vida social em comum. a crescente valorização do conhecimento
Neste contexto, onde se supõe o conheci- intuitivo, quando o cotidiano e outras dimen-
mento entre as pessoas e o conhecimento do sões da existência humana como “emoção”,
lugar, como ficam aqueles que chegam de “percepção” são cada vez mais utilizados
fora, os migrantes, que trazem, na memória, como recursos analíticos na compreensão da
outro cotidiano, a experiência vivida em realidade, do espaço.
outros lugares? Santos (1996a, p. 263) afirma Para ser integrada ou holística e, deste
que, para os migrantes, a memória, voltada modo, conveniente com uma “nova visão da
para o passado, lhes é inútil. Passada a realidade”, a abordagem deve ainda conce-
“perplexidade” e o “atordoamento”, a idéia ber a totalidade como sistêmica, isto é, fun-
de futuro se forma enquanto se vai conhe- dada na consciência do “estado de inter-re-
cendo o “novo” lugar. O desconhecimento lação e interdependência”, dos fenômenos
do espaço força-os a uma nova consciência, físicos, biológicos, psicossociais e culturais
a que “olha para o futuro” (p. 263-4). (Capra, 1982, p. 259). O princípio sistêmico
supõe considerar que o modo como as par-

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tes se relacionam e participam do todo é mais quer sistema. Mas enquanto totalidade
importante do que as próprias partes, sendo socioespacial, não há uma evolução da soci-
esta uma questão de método fundamental edade independente do seu meio. É funda-
da abordagem integrada. mental, portanto, saber como ela atua sobre
O conhecimento sobre o funcionamen- o meio, como o altera e é alterado por ele.
to de sistemas, a partir das observações dos
organismos vivos, tem revelado princípios de 7. Considerações finais
organização fundamentais à sobrevivência
dos mesmos. Do ponto de vista sistêmico, a Está claro que o desenvolvimento lo-
sobrevivência de um organismo (“sistema cal não é um receituário de medidas pron-
vivo”) não se dá sem associação e interação tas, tampouco padronizadas, para serem
com o ambiente. São estas relações de inte- aplicadas em qualquer lugar, mas uma es-
ração, que explicam e dão sentido à vida in- tratégia de ação coerente com os princípios
dividual, que a concepção mecanicista e frag- e os pressupostos ecológicos e humanistas.
mentária não é capaz de se aperceber e com- O desafio maior é certamente criar e conso-
preender adequadamente. Um sistema, como lidar uma outra “cultura de desenvolvimen-
afirma Capra (1982, p. 260), é uma “totali- to”, cujo objetivo mais importante é, por uma
dade integrada”, de tal modo que não está perspectiva cultural, a elevação do estado de
limitado às suas partes constituintes, sendo bem-estar humano em todas as suas dimen-
também elas totalidades sistêmicas. sões (psicossocial, ambiental e econômica).
A concepção sistêmica, base para uma Neste sentido, o enfrentamento e a supera-
abordagem integrada, holística, pode igual- ção das distintas formas ou manifestações
mente servir como potencial analítico para assumidas pela pobreza requer uma visão
uma compreensão da totalidade socioespa- mais integrada e humanitária do próprio
cial. Em primeiro lugar, uma abordagem desenvolvimento. Requer uma visão mais
sistêmica da formação socioespacial deve dinâmica da própria pobreza, a ser entendi-
fugir à tentação funcionalista de considerá- da como fato historicamente determinado e
la como um organismo vivo. Pode ela ser vis- como realidade sustentada por um conjun-
ta e estudada como um sistema, sendo deste to de relações socioeconômicas e políticas.
modo equiparada a uma organização cuja Tal como Capra (1982, p. 410), aqui se
estrutura, em interação com o meio ambien- acredita que um paradigma voltado para
te, é obrigada a uma constante mutação; a valorização humana, está em andamento
interação com o meio supõe, simultaneamen- apesar das aparências. Por certo há um lon-
te, a adaptação e a ação no processo ininter- go e tortuoso caminho a percorrer. Neste
rupto de busca do equilíbrio (em si e com o sentido, embora difícil, será indispensável
meio), condição aliás indispensável de sua rever algumas de nossas crenças e convic-
continuidade. Internamente, o “sistema so- ções. Sem embargo, este é o desafio maior a
cial” determina os papéis e uma ordem a ser ser enfrentado.
cumprida pelos indivíduos (Brito, 1986). A
questão é complexa e, portanto, de difícil tra- Notas:
tamento. Todo esforço para não “naturali- 1
“La cultura cruza todas las dimensiones del capital social de
zar” o que é social e histórico não será em una sociedad”, afirma Bernardo Kliksberg (1999, p. 90).
vão. Não obstante, uma abordagem sistêmica 2
Cf. “A região como ‘locus’ do desenvolvimento econômico”,
da realidade pode ser mais apropriada à por João Pizysieznig Filho (Gazeta Mercantil, 19/8/
98) e “Emprego e desenvolvimento local”, por Byron
apreensão da totalidade socioespacial, do Queiroz (Idem, 5/9/98).
movimento e da transformação historica- 3
É de Aristóteles a conhecida frase “O que não está em
mente contínuos. As tensões sociais, a sub- nenhum lugar não existe.”
versão da ordem pela vontade pessoal e o
desencontro entre o geral (social) e o indivi-
dual não devem ser encarados como
“disfunções” do sistema social, mas como
forças internas que atuam dialeticamente no
processo evolutivo incessante de todo e qual-

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Desenvolvimento Local: questões conceituais e metodológicas 59

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