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8.

SEMELHANÇA APLICADA ÀS MÁQUINAS


HIDRÁULICAS
Testes experimentais de protótipos em tamanho real nem sempre são viáveis, seja por restrições técnicas ou 
de custo. Quando isto ocorre, a única forma de avaliar o comportamento do protótipo é através de testes de modelos 
em laboratório.  

A teoria dos modelos (theory of models) possibilita o estudo de modelos reduzidos/aumentados de máquinas 
de  fluxo,  com  o  objetivo  de  diminuir  o  risco  de  execução  errônea  das  máquinas  de  grande/pequeno  porte.  Pode 
também ser usada para avaliar o comportamento de máquinas de fluxo ditas semelhantes. 

Para garantir que o teste do modelo seja útil para prever o comportamento do protótipo, é necessário que 
alguns requisitos sejam respeitados. Estas regras que garantem a similaridade entre o modelo e o protótipo serão 
vistas nesse capítulo. 

8.1 Teoria das máquinas de fluxo semelhantes

A teoria da semelhança diz que duas máquinas de fluxo são semelhantes (ou fisicamente similares) se, com 
diferentes características de projeto (n, D, etc), submetidas a diferentes condições operacionais (Q, H, ρ, μ), guardarem 
entre si semelhanças geométricas, cinemáticas e dinâmicas. 

A completa semelhança física de condições operacionais requer: 

a. Semelhança geométrica: o modelo deve ser geometricamente semelhante ao protótipo; 
b. Semelhança cinemática: o modelo deve ser cinematicamente semelhante ao protótipo; e 
c. Semelhança dinâmica: o modelo deve ser dinamicamente semelhante ao protótipo. 

Semelhança Geométrica

Para ter  utilidade,  um teste  de modelo deve resultar em dados  que possam,  por meio de  transposição  de 


escala, fornecer forças, momentos e cargas dinâmicas que existiriam no protótipo em tamanho real. Das condições 
exigidas para tal, a mais óbvia é a semelhança geométrica. 

A  semelhança  geométrica  requer  que  modelo  e  protótipo  tenham  a  mesma  forma,  que  suas  dimensões 
lineares respeitem um fator de escala constante, que exista igualdade de ângulos, e que não ocorra nenhuma omissão 
ou adição das partes.  

Considerando duas máquinas de fluxo (MF’ e MF”) geometricamente semelhantes, trabalhando sob alturas 
de  queda  (ou  elevação)  H’  e  H”,  com  diâmetros  D’  e  D”,  e  com  alturas  de  pás  b’  e  b”,  a  relação  de  semelhança 
geométrica, definido pelo fator de escala “λ” será: 

        (8.1) 
D4" b4" D5" b5"
 '  '  '  '  
D4 b4 D5 b5
Desta forma a relação de áreas será: 

A4" A5"           
2   '   (8.2)  
A4' A5  

8‐1 
 
Além da semelhança geométrica, os ângulos construtivos devem ser iguais. 

" "
            (8.3) 
A rugosidade é uma dimensão linear que dificilmente respeita a semelhança geométrica, o que traz alguns 
problemas relacionados à semelhança dinâmica e que serão discutidos mais adiante. 

Semelhança Cinemática

A  condição  de  semelhança  cinemática  impõe  que  as  velocidades  e  acelerações  em  pontos 
correspondentes devem ser vetores paralelos e devem ter relações constantes entre seus módulos. Desta forma 
os triângulos de velocidades de duas máquinas cinematicamente semelhantes devem ser semelhantes em pontos 
correspondentes (ou homólogos). 

Considerando  semelhantes  os  triângulos  de  velocidades  traçados  a  partir  dos  pontos  homólogos 
(semelhantes)  M”  e  M’  mostrados  na  Fig.8.1,  situados  sobre  as  pás  de  duas  máquinas  de  fluxo  MF”  e  MF’ 
geometricamente semelhantes, tem‐se: 
" " " " " " " " " " " "
     (8.4) 

A relação “K” chama‐se razão de semelhança cinemática e é constante para qualquer posição homóloga 
dos pontos M” e M’. Máquinas cinematicamente semelhantes são também geometricamente semelhantes. 

 
Figura 8.1 – Máquinas geometricamente semelhantes 
 

Utilizando a equação de Euler (ou equação fundamental das máquinas de fluxo): 

2       (8.5) 
Aplicando esta equação à duas máquinas de fluxo semelhantes MF” e MF’, tem‐se: 

2  ,      (8.6) 
" " " " " "
2  ,     (8.7) 

Multiplicando os dois lados da Eq.(8.6) por K2 e substituindo “K” do lado direito por suas respectivas relações 
dadas pela Eq.(8.4): 

" " " " " "


2      

Pode‐se verificar que: 

.              (8.8) 
 

Lembrando que: 

8‐2 
 
             (8.9) 
O coeficiente “a” é igual para máquinas geometricamente semelhantes, então: 

.             (8.10) 
Ou ainda, levando em conta que a energia teórica (Ht) e as perdas internas (“Jh”) estão relacionadas à energia 
hidráulica (H) efetivamente entregue ao fluido por: 

J             (8.11) 
Sendo Jh” e Jh’ perdas internas de origem hidráulicas, podendo ser proporcionais ao quadrado das velocidades, 
podem ser representadas por: 

J ′.   ou   J" ′′. "


       (8.12) 
Dividindo uma pela outra, as relações dadas pelas eqs. (8.12), e considerando que as constantes são iguais e 
usando o coeficiente de semelhança cinemática “K” dado pela eq.(8.4): 

J" . J            (8.13) 
 

Substituindo a eq.(8.11) em (8.10) e usando (8.13): 

"
J" . J                
"
. .J J               

"
. .J .J          

"
. 0 

H"
K=             (8.14) 
H'
 
Para chegar à Eq. (8.14) assumiu‐se a premissa de que as constantes const’ e const” na Eq.(8.12) são iguais. 
Vejamos em que caso isto ocorre. 

Sabendo que a perda hidráulica está relacionada com a perda de carga (Hp) que é função de: 

J f C , , , g, Re . C

As constantes serão função de: 

const f , , ,  

Desta forma, para que as constantes sejam iguais, é necessário que entre as duas máquinas: 

a. tenham a mesma relação L/D; 
b. as rugosidades relativas (e/D) sejam as mesmas;  
c. ação da gravidade seja a mesma para ambas as máquinas; e  
d. os números de Reynolds sejam os mesmos.  

8‐3 
 
Se as máquinas tiverem semelhança geométrica completa (incluindo rugosidade) os itens “a” e “b” são 
respeitados.  Se  as  máquinas  trabalham  em  regiões  onde  as  variações  da  aceleração  da  gravidade  (g)  são 
desprezíveis, então o ítem “c” é respeitado. O ítem “d” será respeitado se as máquinas tiverem o mesmo número 
de Reynolds, para isto basta que se respeite a semelhança dinâmica, que será visto a seguir.  

Logo, se existe semelhança geométrica, cinemática e dinâmica, as constantes da Eq. (8.12) serão iguais, e 
a relação dada pela eq. (8.14) é válida. 

Semelhança Dinâmica

A condição para obtenção da semelhança dinâmica é que tipos idênticos de força sejam vetores paralelos e 
que a relação entre seus módulos seja constante para pontos correspondentes.  

" " "


é ã
            (8.15) 
é ã

Duas máquinas de fluxo hidráulicas são dinamicamente semelhantes se houver simultaneamente a igualdade 
do número de Reynolds e do número de Euler1. 

' " ' "


Finércia Finércia Fpressão Fpressão
      Re'  Re"         Eu '  Eu"  
Fvis' cos as Fvis" cos as '
Finércia "
Finércia

De forma a simplificar o estudo dos modelos e protótipos, busca‐se identificar qual das forças é preponderante 
no fenômeno que se quer estudar, e com base nisto usar o número adequado para cada um dos casos. De um modo 
geral, para máquinas de fluxo, o número de Reynolds é a condição mais importante para semelhança dinâmica.  

Os requisitos para semelhança dinâmica são os mais restritivos. A semelhança cinemática requer semelhança 
geométrica. Já a semelhança cinemática é um requisito necessário, mas não suficiente, para semelhança dinâmica.  

A  semelhança  dinâmica  entre  máquinas  geometricamente  semelhantes  é  algumas  vezes  problemática.  A 


igualdade do número de  Reynolds  e a semelhança  geométrica da rugosidade, espessura e  folgas nem sempre são 
realizáveis o que acaba afetando o rendimento, fenômeno conhecido por efeito de escala. Com isto, a experiência 
com os modelos não permite prever com precisão o rendimento do protótipo. Em alguns casos o modelo deve operar 
com Re menor que o protótipo, resultando em rendimento menor. 

Suponha  que  o  protótipo  (“a”)  de  uma  turbina  hidráulica  seja  investigado  pelo  uso  de  um  modelo  (“b”) 
geometricamente semelhante, e 5 vezes menor. Dessa forma a semelhança geométrica diz que: 

Da
  5 
Db

Supondo que o mesmo fluido será usado e que pretenda‐se observar a semelhança dinâmica, ou seja, os Re 
devem ser iguais nos dois casos: 

 aVa Da  bVb Db mesmo _ fluido D V


   Va Da  Vb Db  a  b    K 1  K  0,2  
a b Db Va

                                                            
1
  A  semelhança  dinâmica  exige  que  todas  as  forças  que  são  importantes  no  escoamento  sejam  consideradas,  ou  seja,  de  inércia, 
viscosas, de pressão, de tensão superficial, de compressibilidade e outras. Nesse caso foram consideradas somente as forças de inércia, viscosas 
e de pressão. 
8‐4 
 
Supondo que o protótipo terá rotação de 600 rpm, o modelo que será usado deverá ter uma rotação de: 

na  nb K1  nb  na K 1  600.5.5  15.000 rpm  

Valor que é inaceitável para uma turbina. Logo, o modelo que será avaliado deve trabalhar com um Re menor 
que o protótipo, o que implica em rendimento também menor. 

Consideração sobre as diferenças de rendimentos

Considerando o rendimento hidráulico (ηh) de uma máquina de fluxo dado por, 

H .              (8.17) 
Substituindo a Eq. (8.17) na relação dada pela Eq. (8.10), 

.           (8.18) 

Assim, para que a eq.(8.14) seja válida, então, 

"
               
Este resultado pode ser estendido aos rendimentos totais das duas máquinas de fluxo. O rendimento total 
é o produto do rendimento hidráulico pelo rendimento mecânico pelo rendimento volumétrico. É de se esperar 
que o rendimento volumétrico das duas máquinas sejam iguais, uma vez que depende das vazões, que são função 
da  velocidade  e  da  área,  ou  seja,  respeitadas  as  semelhanças  geométrica  e  cinemática,  espera‐se  que  o 
rendimento  volumétrico  de  máquinas  semelhantes  sejam  os  mesmos.  Quanto  ao  rendimento  mecânico,  são 
valores próximos à unidade, logo pode‐se considerar neste caso, 

"
            (8.19) 
 

Caso  a  semelhança  geométrica  não  possa  ser  seguida  a  nível  de  rugosidade  (fator  de  escala),  ou  a 
semelhança dinâmica não seja uma consideração válida, então: 

H
Ht   
 h 1
Substituindo em (8.10): 

1
H" H'  " 
H K H 
" 2 '
K 2
 H "  K H '  h' 2
  
t t
 " 1
h   ' 1
h h 

1
H "   h' 
K               
H '   h" 

8‐5 
 
Para casos em que não são considerados iguais rendimentos, algumas fórmulas empíricas podem ser usadas 
para corrigir o rendimento. Algumas são dadas a seguir.  

Fórmula de MOODY2 (para bombas)


" / /
/ /
. λ .K         (8.20) 
" "

 ηt ‐ rendimento total, 
 D ‐ diâmetro  
 H ‐ altura de elevação.  

Fórmula de HUTTON3 (turbinas hélice e Kaplan)


" /
0,3 0,7.           (8.21) 
"

 ηt : rendimento total  
 Re: número de Reynolds para as duas máquinas semelhantes, definido por: 

Re 2. g. H             (8.22) 
 D: diâmetro característico da turbina, normalmente o diâmetro externo,  
 ν: viscosidade cinemática 
 g: aceleração da gravidade e  
 Hn :  altura de queda nominal ou de projeto. 

Fórmula de MOODY (turbinas Francis)


Segundo a NB‐580,  

" /
            (8.23) 
"

 D: diâmetro característico do rotor, normalmente D4. 

Igualdade de rendimentos (turbinas Pelton)


Segundo a NB‐580, para turbinas Pelton o efeito de escala não é considerado resultando: 

"
              (8.24) 

Fórmula de ACKERET4 (ventiladores)


De acordo com a AMCA standard, 

" /
0,5 0,5.             (8.25) 
"

sendo ηe o rendimento estático ótimo e Re o número de Reynolds para as duas máquinas. Com Reynolds dado por: 

π. n. D
Re  
ν
 n: velocidade de rotação do ventilador em [rps] 
 D: diâmetro característico do ventilador, normalmente “D5” em [m] para ventiladores radiais e “De” em [m] para 
ventiladores axiais,  
 ν: viscosidade cinemática [m2s‐1] 

                                                            
2
 Segundo Stepanoff, em STEPANOFF, A.J. Centrifugal and Axial Pumps 
3
 De acordo com a NB‐580 
4
 De acordo com a AMCA standard. 
8‐6 
 
Fórmula V de CAMMERER
" , /
            (8.26) 
, /
"

Restrições ao emprego da teoria

A  teoria  das  máquinas  de  fluxo  mecanicamente  semelhantes  permite  determinar,  com  excelente 
aproximação, as principais características de uma grande turbina protótipo, por exemplo, partindo de resultados 
de  ensaios  feitos  sobre  uma  pequena  turbina  modelo  (ou  padrão).  Mas  esta  teoria  não  é  um  rigor  absoluto  e 
certamente haverá pequenos desvios entre o protótipo e o modelo. Estes desvios podem ser favoráveis (como é 
o caso dos rendimentos), ou preocupantes (como nos fenômenos de cavitação). 

8.2 Escalas de Semelhança

Aplicando  as  leis  aproximadas  da  semelhança,  que  ignoram  a  semelhança  dinâmica  e  requerem  como 
condição de semelhança apenas a semelhança geométrica e cinemática, a semelhança de duas máquinas de fluxo 
MF’ e MF” é caracterizada por: 

 Razão de semelhança geométrica (λ) 
 Razão de semelhança cinemática (K) 
 Igualdade entre os rendimentos totais (dado pela Eq.8.19)  
 

A razão de semelhança geométrica pode ser fixado arbitrariamente e a razão de semelhança cinemática 
“K” depende das alturas de queda ou elevação sob as quais irão funcionar as duas máquinas. Como a queda do 
modelo, a ser construído, vai ser fixada em conformidade com as disponibilidades técnicas do laboratório, fica 
implícito que o coeficiente “K” também pode ser fixado arbitrariamente.  

Este tipo de semelhança em que o projetista tem dois graus de liberdade – fixação dos coeficientes λ 
e K – recebe o nome particular de semelhança de Combes‐Rateau e permite a obtenção das seguintes escalas.  

A similaridade Combes‐Rateau (similaridade parcial das turbomáquinas) exige três condições: 

 Semelhança geométrica dos dois rotores que se compara 
 Semelhança cinemática para pontos homólogos nos rotores 
 Razão constante entre a pressão e o quadrado da velocidade 

Escala de velocidades (rotações)

" " "


".R"             (8.27) 

′.R'              (8.28) 

Dividindo a Eq.(8.27) pela Eq.(8.28) e isolando “n”, resulta: 

" ′. .               (8.29) 

Escala de vazões

Genericamente tem‐se que: 

" "
"               (8.30) 
8‐7 
 
A'                (8.31) 
 

Dividindo a Eq.(8.30) pela eq.(8.31) e isolando Q”, resulta: 

" ′. .               (8.32) 

Escala de potências (hidráulica)

Genericamente tem‐se que: 

P" γ"Q"H"              (8.33) 


P γ′Q′H'               (8.34) 
Dividindo a eq.(8.33) pela eq.(8.34) e isolando P”, resulta: 

 " H" ' 2


Ph"  P K        
' H' h

Usando a Eq. (8.15), 

1
 " ' 3 2   h" 
P  Ph K   '     
"
h
' h 

Se os fluidos são os mesmos e se há igualdade de rendimentos, então: 

  Ph"  Ph' K 3 2               (8.35) 

Escala de potências (efetiva)

Genericamente tem‐se que: 

Ph"
Pef"               
 
" 1
t

Ph'
Pef'   
 
t
' 1

Dividindo uma pela outra 

1 1
"  "    t' 
P  Pef' K 32  h' 
"
 "             
'
ef
h   t 
1
"  '  ' 
P  Pef' K 3 2  m" V"
"
              
'   mV
ef

Se é o mesmo fluido e se há igualdade de rendimentos então: 

Pef"  Pef' K 32      

8‐8 
 
 

Escala de momentos

Genericamente tem‐se que: 

P" M". w"            (8.36) 


P M′.w'              (8.37) 
Dividindo a Eq.(8.36) pela Eq.(8.37), considerando as Eqs. (8.4) e (8.35) e  isolando M”, resulta: 

M" M′. K . λ               (8.38) 

8.3 Leis de Variação

As leis da variação (similarity laws) relacionam, para uma mesma máquina de fluxo, parâmetros como alturas 
de queda/elevação, vazão e potência em função da variação da velocidade de rotação.  Para isto são usadas as relações 
aproximadas de semelhança, que consideram a semelhança geométrica e cinemática, desconsiderando a semelhança 
dinâmica, e considerando a igualdade de rendimentos. 

As escalas definidas a seguir consideram que o rendimento hidráulico varia muito pouco, mesmo com grandes 
variações da rotação, podendo ser considerado o rendimento constante. 

Aplicando a condição de D”=D’, ou seja λ 1 , às Eqs. (8.29), (8.32) e (8.35) e usando a Eq. (8.14) resulta: 

"
" ′.             (8.39) 
"
H" H.             (8.40) 
"
P" P′.             (8.41) 

Caso o rendimento não seja considerado constante, então: 

3
 n"   t
'
P"  P'   "  
 n'   t

8.4 Grandezas unitárias5

Continuando com as premissas da seção 8.3, alterando os índices, e aplicando H1=1 [mca] às Eqs.(8.39) à (8.41) 
resultam as grandezas unitárias dadas por, 

/
Velocidade relativa:        n n. H (8.42)
/
Vazão relativa: Q Q. H (8.43)
/
Potência relativa: P P. H (8.44)
As equações anteriores dão a lei da variação da rotação, vazão e potência no eixo para uma mesma máquina 
de fluxo trabalhando com alturas de queda/elevação variáveis.  

Os índices nesta seção se relacionam com os índices das equações (8.39)  a (8.41) da seguinte forma: 

H’→H1 ;  Q’→Q1 ; n’→n1 e P’→P1 

                                                            
5
 Souza (2011, p. 72) define essas como grandezas relativas 
8‐9 
 
H”→H ;  Q”→Q ; n”→n e P”→P 

8.5 Grandezas biunitárias6

Na seção 8.4 foram consideradas as relações de semelhança para uma mesma máquina, ou seja, D”=D’. Agora 
será considerada uma máquina semelhante (semelhança aproximada) que tem D11=1 [m] e H11=1[mca] resultam as 
relações biunitárias. Usando as eqs. (8.29), (8.32) e (8.34): 

/
∙ ∙            (8.45) 
/
P P∙D ∙H (8.46)
/
n∙D∙                        (8.47) 
/
M∙ ∙                  (8.48) 
 
As relações acima são as grandezas biunitárias e, supondo rendimentos constantes, são iguais para máquinas 
de fluxo semelhantes.  Isto permite o seu uso na transposição de valores entre um modelo e a máquina em tamanho 
real (protótipo). Devido ao efeito de escala, a correção de rendimento, se necessária, será efetuada pela utilização das 
fórmulas já apresentadas anteriormente. 

Os índices nesta seção se relacionam com os índices das equações (8.39)  a (8.41) da seguinte forma: 

H”→H11 ;  Q”→Q11 ; n”→n11 e P”→P1 
H’→H ;  Q’→Q ; n’→n e P’→P 

8.6 Rotação Específica

A rotação específica é um importante parâmetro  adimensional usado em  máquinas de fluxo.  Utilizado 


para agrupar máquinas, de tal forma que, aquelas com mesma rotação específica são semelhantes entre si.  

Apesar de o conceito ser o mesmo em todas as literaturas, é importante observar as unidades que são 
apresentadas nas tabelas e diagramas. Seguem as diferentes rotações específicas.  

“Máquinas  homólogas  são  aquelas  que  são  semelhantes  geometricamente  e  têm  a  mesma  rotação 
específica. Se não tem o mesmo Re então não terão o mesmo rendimento”. (Souza, 2011, p. 75). 

Rotação específica relacionada à vazão (nq)

É a velocidade de operação na qual a máquina produz altura unitária a uma vazão volumétrica unitária.  

Considerando‐se duas máquinas hidráulicas com similaridade de Combes‐Rateau, e considerando que se 
uma das máquinas hidráulicas trabalhar nas condições de altura de queda (H’) de 1,0 [mca] e vazão (Q`) de 
1,0 [m3/s], tem‐se:  

′.
" ′. . ⇒  
"

" ′. .  

Substituindo uma em outra com Q’=1 e resolvendo para n’: 

                                                            
6
 Souza (2011, p. 74) define essas como as grandezas unitárias “antigas” 
8‐10 
 
, ,
′ ". " .  

Lembrando que K=(H/H)1/2 e H’=1 [mca]: 
, /
′ ". " . "  

Suprimindo os índices: 
/ /
. .           (8.49) 
 n – [rpm] 
 Q – [m3s‐1] 
 H – [mca] 
 

Neste caso, a M.F. que gira com rotação “n” é semelhante à M.F. que gira com rotação nq , dando 1,0 mca 
(H) e 1 m3/s (Q). Todas as M.F. semelhantes a esta M.F. de referência pertencem à mesma “família”. 

Para ventiladores: 

/
/ ∆p
. . γ         (8.50) 
 n – [rpm] 
 Q – [m3s‐1] 
 ϒ– [N m‐3] 
 Δp – [Pa] 
 

Que é a rotação específica a vazão7 cujo conceito é de ser a rotação de uma máquina semelhante à 
original que sob a queda de 1 [mca] é atravessada por uma vazão de 1 [m3s‐1]. É muito utilizada no estudo 
das bombas hidráulicas e ventiladores. 

Rotação específica relacionada a potência (ns)

É a velocidade de operação na qual a máquina produz potência unitária a uma carga unitária. 

Considerando‐se duas máquinas hidráulicas geometricamente semelhantes cujos escoamentos obedecem 
aos critérios de semelhança de Combes‐Rateau, e considerando que se uma das máquinas hidráulicas trabalhar 
nas condições de altura de queda (H’) de 1,0 [mca] e potência (Pef`) de 1,0 [CV], tem‐se:  

" ′. .  

" ′. .  

Se uma destas máquinas trabalhar sob uma altura de 1,0 mca (H’) e produzir a potência de 1,0 CV (P’) 
com o mesmo rendimento da MH”, tem‐se: 

, ,
" ′. . ⇒ " .  

, ,
" ′. . ⇒ " ′. . . "  

Resolvendo para n’, resulta: 

                                                            
7
 Ou velocidade de rotação específica ou coeficiente de forma 
8‐11 
 
, ,
′ ". " .  

Como k=(H”/H’)1/2, resulta: 
, /
    ′ ". " . "             (8.51) 

À velocidade de rotação n’, deu‐se a designação de rotação específica8. Sua definição é como sendo 
a rotação de uma máquina semelhante à original, que sob a queda de 1,0 mca fornece uma potência de 1,0 
CV.  Esta  é  uma  grandeza  específica  que  depende  do  fluido,  bem  como  do  rendimento  total  da  máquina, 
permitindo comparar somente máquinas que trabalhem com mesmo fluido e mesmo rendimento. 

Se houver uma comparação entre as máquinas de fluxo MF’ e MF”, ou MF’ e MFn, e resultar para n’ 
sempre  o  mesmo  valor,  pode‐se  concluir  que  duas  máquinas  de  fluxo  em  semelhança  de  Combe‐Rateau 
possuem a mesma rotação específica, cujo símbolo é ns. 
, /
        . .             (8.52) 
 n – [rpm] 
 Pef – [CV] 
 H – [mca] 
 
Suas dimensões no sistema métrico são [rpm.CV1/2.m‐5/4]. Alguns autores consideram ns em [rpm], 
porque a potência e a altura unitária possuem módulo unitário, mas dimensão tal que torna ns e n com a 
mesma  dimensão.  Outros  autores  utilizam  ns/n  e  chamam‐no  de  coeficiente  de  rotação  específica 
(adimensional).  

Relação entre a rotação específica relacionada a vazão e a potência

Considerando como fluido a água (ρ=1000 kg.m‐3) pode‐se relacionar as duas rotações específicas: 

, /
ρQH / / / /
. . n . 3,65. η . . .  
75η

Como  a  premissa  inicial  considera  duas  máquinas  semelhantes  de  rendimentos  iguais,  então  pode‐se 
considerar a potência efetiva ou hidráulica para obtenção de ns, desta forma, o rendimento é desconsiderado, e: 

3,65.             (8.53) 

Coeficiente de forma segundo Addison (nqA)

Na literatura pode‐se achar outro índice denominado “nqA”, que é o coeficiente de forma segundo 
Addison9, dado por: 
/ /
3. . .           (8.54) 

 n – [rpm] 
 Q – [m3s‐1] 
 H – [mca] 
 
                                                            
8
 Zulcy Souza (nst) e a define como a rotação específica relacionada a potência 
9
 ADDISON, H. Centrifugal and other rotodynamic pumps. 
8‐12 
 
Os valores de n, Q e H são os valores de melhor rendimento (projeto). Caso a máquina tenha vários 
estágios (rotores em série) o “H” utilizado corresponde ao salto energético de cada rotor. Para o caso de 
dupla sucção, a vazão será considerada em um dos lados de sucção, normalmente sendo a metade da vazão 
que passa pelo rotor. 

Observações na obtenção das rotações específicas

 Em bombas com rotor de dupla sucção, para o cálculo das rotações específicas deve‐se dividir 
a vazão por dois. 
 Em bombas multi‐estágio deve‐se dividir a carga (H) pelo número de estágios para obter o 
valor de H por estágio e este valor deve ser usado na fórmula 
 Dada a curva característica QxH de uma bomba pode‐se calcular as rotações específicas para 
cada  ponto.  Por  isto,  padronizou‐se  o  cálculo  deste  parâmetro  no  ponto  de  máximo 
rendimento, e também é conhecida como “velocidade específica tipo”.   
 A velocidade específica independe da rotação na qual a bomba é operada.  Considerando que 
uma bomba tem sua máxima eficiência com a rotação n1, com Q1 e H1, e mude‐se a rotação 
para n2, sendo n2/n1=C, então, 
/ / / / / /
. . . . . .  

8.9 Exercícios
1. Uma turbina Francis de 1020 mm de diâmetro que trabalha no Paraguai (frequência de rede: 50Hz) sob uma queda líquida de 61 mca 
e gera uma potência de 2717 CV com um rendimento total de 83,5% a uma rotação de 375 rpm, foi comprada por uma empresa 
brasileira que deverá instalá‐la sob uma queda de 156 mca. Supondo‐se que a máquina tenha o mesmo rendimento, qual será a vazão 
do rio que deverá ser desviada para a turbina, qual será a nova potência eficaz da máquina e quantos pares de pólos deverá ter o  novo 
gerador a ser comprado? (R. 6,4 m3/s; 11.129 CV; 6 pares de pólos) 
2. Uma turbina pequena cujo diâmetro é de 38 cm fornece uma potência eficaz de 10 CV com  uma vazão de 340 l/s e uma altura de 2,70 
m. A velocidade de rotação é de 180 rpm. Se uma turbina geometricamente semelhante de 1,20 m de diâmetro deve funcionar sob 
uma altura de 7,60 m, quais serão os valores de sua velocidade, vazão e potência eficaz? Determinar ainda o valor dos rendimentos e 
ns das duas turbinas. (R. 96 rpm; 5,69 m3/s; 417,2 CV; 81,7%; ns=165) 
3. Os  ensaios  realizados  sobre  uma  turbina  pequena,  dez  vezes  menor  do  que  outra,  indicam  que  com  uma  carga  de  4,5  m  que 
correspondem  a  45  m  na  outra,  o  eixo  da  primeira  sofre  um  torque  de  54  N.m  quando  a  vazão  é  de  56  l/s,  sendo  de  80%  seu 
rendimento. Qual será a rotação da turbina menor e os correspondentes valores de rotação, momento, vazão e rendimento da turbina 
maior? (R. 440 rpm; 138 rpm; 53,9 kN.m; 17,7 m3/s; 80,0%) 
4. Uma  turbina  possui  as  seguintes  características  D’=0,5  [m];  ηt=80%;  H’=30  m,  Q’=50  l/s;  e  n’=  310  rpm.  Deseja‐se  construir  outra 
turbina  geometricamente  semelhante  a  anterior,  porém  que  gire  a  uma  velocidade  síncrona  de  180  rpm  sob  a  mesma  carga  da 
anterior. Determine a vazão requerida por esta turbina, o valor de seu diâmetro e sua potência. (R. 0,148 m3/s; 0,86 m; 34,8 kW) 
5. Uma turbina tem seu rendimento ótimo sob uma queda líquida de 6 m, a 100 rpm e gerando uma potência de 400 CV. O diâmetro da 
turbina  é  de  1300  mm.  Pergunta‐se  a  rotação  de  uma  máquina  geometricamente  semelhante  a  anterior,  porém  com  metade  do 
diâmetro sob uma queda líquida de 9 m, e qual potência gerará esta segunda turbina. (R. 244 rpm; 181,6 CV) 
6. Calcular  a  rotação,  potência  eficaz  e  vazão  de  uma  turbina  de  1  m  sob  uma  altura  de  queda  de  10  mca,  que  é  geometricamente 
semelhante a outra de 400 mm de diâmetro, queda líquida de 5 mca, que com uma vazão de 400 l/s gira a 150 rpm e tem rendimento 
total de 70%. (R. 1875 rpm; 329,7 CV ; 3,53 m3/s) 
7. Uma turbina deve desenvolver 312 CV sob uma carga de 24 m e seu rotor deve ser geometricamente semelhante a outro de 0,5 m de 
diâmetro que desenvolve 21 CV quando gira a 130 rpm sob a carga de 10 m. Qual será a vazão da turbina menor e os correspondentes 
valores do diâmetro, da rotação e da vazão na turbina maior? Considerar o rendimento de 80%. (Q’=1,2183 m3/s; Q”=0,1968 m3/s; 
D’: 1 m; n’=403 rpm). 
8. Uma bomba centrifuga tem as seguintes características de funcionamento: potência eficaz de 16CV, rotação de 2850 rpm, vazão de 
3000 l/min, e altura de elevação de 25 mca. Deseja‐se substituir o motor elétrico que aciona esta bomba por um diesel de acionamento 
direto a 3100 rpm. Qual será a altura de elevação, a vazão e a potência eficaz nesta nova condição? (R. 29,6 mca; 54,4 l/s; 20,59 CV). 
9. Uma  bomba  centrífuga  girando  a  500  rpm  proporciona  uma  vazão  de  água  de  18000  l/min  a  uma  altura  manométrica  de  5  mca. 
Calcular a velocidade que deve girar uma bomba geometricamente semelhante a anterior que dá uma vazão de 50% da anterior e uma 
altura de elevação de 10 m. Calcular também as relações de semelhança entre as bombas. (R. 1198 rpm; k=1,313; λ=0,59) 
8‐13 
 
10. Uma bomba centrífuga dá uma vazão de 50 l/s a uma altura de elevação de 100 m, girando a 1450 rpm. O rendimento da bomba é de 
67%. Pretende‐se que a bomba trabalhe sob uma nova condição de 130 m. Supondo um rendimento igual, calcular a vazão, a potência 
de acionamento e a rotação nesta condição. (R. 57 l/s; 66,2 CV; 1653 rmp) 
11. Um ventilador proporciona uma vazão de 12000 m3/h a 500 rpm, e tem um diâmetro de 970 mm. O ventilador dá uma pressão estática 
de 6 mmca, sendo o peso específico do ar de 1,2 kg/m3. A potência consumida é de 0,43 CV. Alterando‐se o sistema de polias que 
aciona o ventilador de maneira que ele tenha rotação 20% menor, pergunta‐se: qual a nova vazão, a nova pressão estática, a nova 
potência eficaz e os rendimentos? (R. 9600 m3/h;  3,84 mmca ; 0,22 CV; 62%; 62%) 
12. Se o ventilador do problema anterior passar a trabalhar a 500 rpm, porém com um ar de peso específico de 0,96 kg/m3, qual será a 
nova vazão, a nova potência consumida, e o rendimento neste caso?  
13. As características de um ventilador de 800 mm de diâmetro, girando a 450 rpm com um ar cujo peso específico é de 1,12 kgf/cm3 são: 
vazão de 4000 m3/h; pressão estática de 50 mmca; e rendimento total de 50%. Outro ventilador geometricamente semelhante a este 
de 1,0 m de diâmetro tem a mesma rotação. Calcule para as mesmas condições do ar, vazão a potência eficaz e a rotação do segundo 
ventilador. 
14. Um ventilador operando em seu ponto de projeto, com ar de massa específica igual a 1,2 kg/m3, desenvolve uma diferença de pressão 
total de 7357,5 Pa e uma vazão de 38 m3/s, quando gira a uma velocidade de rotação de 1480 rpm. Para um modelo reduzido que 
desenvolve a mesma diferença de pressão total, girando a uma velocidade de 2960 rpm, determinar: a) a vazão do modelo (Resp. 9,5 
m3/s); b) o tipo de ventilador (Resp. centrífugo, com nqA=219,45), o fator de escala geométrica (Resp. λ=2), a potência no eixo do 
modelo, considerando seu rendimento igual ao do protótipo de 75% (Resp. 93,16 kW). 
15. Determine o coeficiente de pressão e o coeficiente de vazão para um ventilador que deve operar com uma rotação de 1200rpm e 
trabalha  com  uma  vazão  de  5000  m3/h  vencendo  uma  pressão  total  de  600  Pa.  Considere  o  diâmetro  do  rotor  igual  a  500  mm. 
Considere o ar a 20ºC. Resposta: KP:0,5  KQ=0,7 
16. Mostre que o coeficiente “a” é igual para duas máquinas geometricamente semelhantes: 
 1
a  1 2 2
 
1   r4 
Z
 r5 
 
 

Referências Bibliográficas:

ALÉ, J.A.V. Sistemas fluido mecânicos: sistemas de bombeamento. Porto Alegre: Apostila PUC‐RS, 2011. 

FOX, R.W.; McDonald, A.T.; Pritchard, P.J. Introdução à mecânica dos fluidos. 6ªed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. 

HENN, E.A.L. Máquinas de fluxo. Santa Maria: UFSM, 2006. 

MACINTYRE, A. J. Bombas e instalações de bombeamento. Rio de Janeiro: LTC, 2013. 

MATTOS, E.E.; FALCO, R. Bombas industriais. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 

SOUZA, L.A.V. Apostila: Máquinas hidráulicas. Curitiba: Apostila UFPR, 1990. 

SOUZA, Z. Projeto de Máquinas de Fluxo: Tomo I. Rio de Janeiro: Interciência, 2011. 

   

8‐14 
 

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