DISCIPLINA: HISTÓRIA DATA: ___/___/_____ TURMA: 7º ANO PROFESSORA: LUCIANA SCHEUER BRUM ESTUDANTE:
POVOS DA ANTIGUIDADE OCIDENTAL: GRÉCIA ANTIGA
1 Os gregos e os romanos são os dois povos que marcaram a época chamada Antiguidade Ocidental.. Na Grécia antiga surgiram vários conceitos que influenciam a vida ocidental até nossos dias, entre eles a ideia de democracia. A Roma antiga formou um império que se espalhou por quase toda a Europa, difundindo sua língua, sua cultura e seus costumes para todo o mundo ocidental conhecido na época. O português, língua falada pela imensa maioria dos brasileiros, evoluiu a partir da língua dos antigos romanos, o latim. 2 As cidades gregas mais conhecidas são Esparta e Atenas, dois modelos muito diferentes de organização política. A primeira, uma cidade militar e aristocrática. A segunda, um exemplo da democracia grega. Todos os homens de Esparta, chamados de esparciatas, eram guerreiros, sendo proibidos por lei de exercer atividades que entrassem em conflito com a carreira militar. Devemos nos lembrar de que, no mundo antigo, as guerras eram sazonais, ou seja, ocorriam, normalmente, no verão. Durante o restante do tempo, os esparciatas ficavam mobilizados em acampamentos militares, sempre em exercícios militares e, mesmo para dormir não largavam suas armas, as quais estavam sempre ao lado dos soldados. 3 Os meninos espartanos tinham uma educação militar rígida. Nada mais sisudo do que o modo de vida de Esparta. Nesta sociedade de ferro, desde a mais tenra infância, os garotos eram criados como futuros guerreiros, submetidos a condições muito duras, tanto para seu corpo como para seu espírito, de maneira a se tornarem pessoas extremamente resistentes e, por isso, se usa, até hoje, o adjetivo "espartano" para designar a sobriedade, o rigor e a severidade. Ficavam todo o tempo treinando para a guerra. 4 Os rapazes aprendiam a ler e escrever apenas o necessário aos objetivos de se tornarem soldados disciplinados e cidadãos submissos, concentrando-se no aprendizado militar. Conforme cresciam, suas provações aumentavam: eram obrigados a andar descalços e nus, de modo que adquiriam uma pele grossa, só se banhavam com água fria e dormiam em camas de junco, feitas por eles mesmos. Aos vinte anos de idade, o homem espartano adquiria uns poucos direitos políticos; aos trinta, casava-se, adquiria mais alguns outros e uma certa independência. Entretanto, apenas aos sessenta estaria liberado de suas F IGURA 1 G UERREIRO ESPARTANO obrigações para com o Estado e seu esquema de mobilização militar constante.
5 Democracia — algo tão valioso para nós —
é um conceito surgido na Grécia antiga. Por cerca de um século, a partir de meados do século v a.C., Atenas viveu esta experiência única em sua época. Democracia, em grego, quer dizer "poder do povo", à diferença de "poder de um", a monarquia, ou o "poder de poucos", a oligarquia ou aristocracia. A democracia ateniense era direta: todos os cidadãos podiam participar da assembleia do povo (Eclésia), que tomava as decisões relativas aos assuntos políticos, em praça pública. Entretanto, é bom deixar bem claro que o regime democrático ateniense tinha os seus limites. Em Atenas, eram considerados cidadãos apenas os homens adultos (com mais de 18 anos de idade) nascidos de pai e mãe atenienses. Apenas pessoas com esses atributos podiam participar do governo democrático ateniense, o regime político do "povo soberano". Os cidadãos tinham três direitos essenciais: liberdade individual, igualdade com relação aos outros cidadãos perante a lei e direito a falar na assembleia. 6 Na democracia ateniense, como foi dito, apenas tinham direitos integrais os cidadãos. Calcula-se que, em 431 a.C., havia 310 mil habitantes na Ática, região que compreendia tanto a parte urbana como rural da cidade de Atenas, 172 mil cidadãos com suas famílias, 28.500 estrangeiros com suas famílias e 110 mil escravos. Os escravos, os estrangeiros e mesmo as mulheres e crianças atenienses não tinham qualquer direito político e para eles a democracia vigente não trazia qualquer vantagem. 7 Os estrangeiros, além dos impostos, eram obrigados a pagar uma taxa especial, pagavam impostos e prestavam serviço militar. Estavam autorizados a atuar em diversas profissões e acabavam exercendo a maior parte das atividades econômicas, artesanais e comerciais, que os cidadãos tendiam a desprezar. 8 Os escravos de Atenas eram em sua maioria prisioneiros de guerra (gregos ou "bárbaros", como eram chamados pejorativamente os não gregos) e seus descendentes, considerados não como seres humanos dignos, mas como "instrumentos vivos". Dos escravos, cerca de trinta mil trabalhavam nas minas de prata, das quais se extraía metal para armamentos, ferramentas e moedas, 25 mil eram escravos rurais e 73 mil eram escravos urbanos empregados nas mais variadas tarefas e ofícios, permitindo que seus donos se ocupassem dos assuntos públicos. 9 Em todas as fases da vida, havia muitas diferenças entre homens e mulheres da Grécia Antiga. As mulheres gregas arrastadas viviam separadas dos homens em cômodos diferentes reservados a elas dentro da casa, chamados de gineceus, onde ficavam confinadas a maior parte do tempo. As mansões da elite eram divididas em duas partes, masculina e feminina. As meninas também pouco contato tinham com os meninos depois da primeira infância, como mandava a "boa educação". Elas tinham brinquedos que se referiam à vida que teriam como adultas, basicamente como mães e donas de casa, dedicadas à costura da lã, ao cuidado dos filhos e ao comando dos escravos domésticos. 10 Os meninos brincavam de lutas, já antecipando sua entrada no exército. Quando chegavam à [pág. 043] adolescência, as meninas participavam de cerimônias que as preparavam para o casamento; as garotas de famílias com mais recursos podiam aprender também a tocar e dançar. Já os rapazes, começavam o treinamento para o serviço militar. A caça, para eles, era um treino para a guerra, assim como as competições esportivas de que participavam. A educação dos rapazes consistia no conhecimento das letras, da poesia e da retórica, ainda que se pudesse seguir e continuar a instrução, com o estudo da Filosofia. 11 A vida pública compreendia a participação em assembleias e no exército. Os camponeses eram também soldados, trabalhavam a terra a maior parte do ano e iam à guerra no verão. As mulheres e crianças não eram cidadãos e, nesse sentido, não faziam parte da vida pública. Tampouco participavam dela os estrangeiros residentes na cidade, muito menos os escravos. Fonte: FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo : Contexto. 2002 - (Repensando a História)