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Tutoria (28/03 e 04/04)

É menino! Ou melhor... É um casal!


• Entender o funcionamento do planejamento familiar
A atuação dos profissionais de saúde, no que se refere ao Planejamento Familiar, deve
estar pautada no Artigo 226, Parágrafo 7, da Constituição da República Federativa do Brasil,
portanto, no princípio da paternidade responsável e no direito de livre escolha dos indivíduos
e/ou casais.
Em 1996, um projeto de lei que regulamenta o planejamento familiar foi aprovado pelo
Congresso Nacional e sancionado pela Presidência da República. A Lei estabelece que as
instâncias gestoras do Sistema Único de Saúde (SUS), em todos os seus níveis, estão
obrigadas a garantir à mulher, ao homem ou ao casal, em toda a sua rede de serviços,
assistência à concepção e contracepção como parte das demais ações que compõem a
assistência integral à saúde. Uma questão fundamental desta Lei é a inserção das práticas
da laqueadura de trompas e da vasectomia dentro das alternativas de anticoncepção,
definindo critérios para sua utilização e punições para os profissionais de saúde que as
realizarem de maneira inadequada e/ou insegura.
Do ponto de vista formal, essa medida democratiza o acesso aos meios de
anticoncepção ou de concepção nos serviços públicos de saúde, ao mesmo tempo que
regulamenta essas práticas na rede privada, sob o controle do SUS.
Neste sentido, o Planejamento Familiar deve ser tratado dentro do contexto dos direitos
reprodutivos, tendo, portanto, como principal objetivo garantir às mulheres e aos homens um
direito básico de cidadania, previsto na Constituição Brasileira: o direito de ter ou não
filhos/as.
Ainda hoje o quadro de uso dos métodos de anticoncepção reflete algumas distorções
da oferta dos mesmos no país desde a década de 60, quando ela foi iniciada pelas
entidades privadas de controle da natalidade, tendo como métodos quase exclusivos a pílula
e a laqueadura de trompas. É importante salientar que o planejamento familiar, com
conhecimento dos métodos e livre escolha, é uma das ações da Política de Assistência
Integral à Saúde da Mulher preconizada pelo Ministério da Saúde, desde 1984. Portanto,
dentro dos princípios que regem esta política, os serviços devem garantir o acesso aos
meios para evitar ou propiciar a gravidez, o acompanhamento clínicoginecológico e ações
educativas para que as escolhas sejam conscientes.
No que concerne à anticoncepção, os serviços de saúde devem fornecer todos os
métodos anticoncepcionais recomendados pelo Ministério da Saúde.
Ao mesmo tempo, os profissionais de saúde devem empenhar-se em bem informar aos
usuários para que conheçam todas as alternativas de anticoncepção e possam participar
ativamente da escolha do método. Considerando que a AIDS vem se tornando uma das
principais causas de morte entre mulheres jovens, é fundamental que se estimule a prática
da dupla proteção, ou seja, a prevenção simultânea das doenças sexualmente
transmissíveis (DST), inclusive a infecção pelo HIV/AIDS e a gravidez indesejada. Isso pode
se traduzir no uso dos preservativos masculino e feminino ou na opção de utilizá-los em
associação a outro método anticoncepcional da preferência do indivíduo ou casal.
A atuação dos profissionais de saúde na assistência à anticoncepção envolve,
necessariamente, três tipos de atividades:
- Atividades educativas: devem ser desenvolvidas com o objetivo de oferecer à clientela
os conhecimentos necessários para a escolha e posterior utilização do método
anticoncepcional mais adequado, assim como propiciar o questionamento e reflexão sobre
os temas relacionados com a prática da anticoncepção, inclusive a sexualidade. As ações
educativas devem ser preferencialmente realizadas em grupo, precedendo a primeira
consulta, e devem ser sempre reforçadas pela ação educativa individual. É de fundamental
importância que as práticas educativas tenham um caráter participativo, permitindo a troca
de informações e experiências baseadas na vivência de cada indivíduo do grupo. A
linguagem utilizada pelo profissional de saúde deve ser sempre acessível, simples e precisa.
- Aconselhamento: é entendido como um "processo de escuta ativa individualizado e
centrado no indivíduo. Pressupõe a capacidade de estabelecer uma relação de confiança
entre os interlocutores visando o resgate dos recursos internos do indivíduo para que ele
tenha possibilidade de reconhecer-se como sujeito de sua própria saúde e transformação".
Esta prática pressupõe: (1) a identificação e acolhimento da demanda do indivíduo ou casal,
entendida como suas necessidades, dúvidas, preocupações, medos e angústias entre
outras, relacionadas às questões de planejamento familiar e prevenção das DST/AIDS; (2)
avaliação de risco individual ou do casal, para a infecção pelo HIV e outras DSTs; e (3) o
reconhecimento pelo profissional de que o sucesso a ser alcançado depende da ação
conjunta dos interlocutores (profissional e indivíduo ou casal). Implica, portanto, na
promoção de um diálogo no qual a mensagem é contextualizada às características e
vivência da(s) pessoa(s) e na necessidade de participação ativa nesse processo. A ideia
demarcada no aconselhamento é a troca. Dessa forma torna-se possível o desenvolvimento
de uma relação de confiança, condição básica para a realização dos procedimentos
presentes no processo de aconselhamento.
- Atividades clínicas: devem ser realizadas levando-se em conta que todo e qualquer
contato que a mulher venha a ter com os serviços de saúde deve ser utilizado em benefício
da promoção, proteção e recuperação da sua saúde. De tal forma que a primeira consulta
deve ser feita após as atividades educativas incluindo: a anamnese; exame físico geral e
ginecológico, com especial atenção para a orientação do autoexame de mamas e
levantamento de data da última colpocitologia oncótica para avaliar a necessidade de
realização da coleta ou encaminhamento para tal; análise da escolha e prescrição do
método anticoncepcional. As consultas subsequentes ou consultas de retorno visam um
atendimento periódico e contínuo para reavaliar a adequação do método em uso, bem como
prevenir, identificar e tratar possíveis intercorrências.
Essas atividades devem ser desenvolvidas de forma integrada, tendo-se sempre em
vista que toda visita ao serviço de saúde constitui-se numa oportunidade para a prática de
ações educativas que não devem se restringir apenas às atividades referentes à
anticoncepção, no enfoque da dupla proteção, mas sim abranger todos os aspectos da
saúde integral da mulher.
Deve-se, ainda, promover a interação dos membros da equipe de saúde, de forma a
permitir a participação dos diversos elementos, nessas atividades, de acordo com o nível de
responsabilidade requerido em cada situação.

1. Métodos Naturais
São aqueles que o casal ou a pessoa pode utilizar para evitar ou obter uma gravidez,
identificando o período fértil da mulher.
MUCO
O muco varia de aparência em cada período do ciclo menstrual. Aprendendo essas
diferenças, é possível saber qual é o período fértil. O aspecto do muco é mais importante do
que a quantidade. O que interessa é se ele é pastoso, líquido, elástico, ou se não aparece.
TABELA
Através da tabela, a mulher é capaz de descobrir a época do mês em que está no
período fértil. Tabelas prontas não são seguras. A tabela de uma mulher não serve para
outra, pois cada uma tem um ciclo menstrual diferente. É importante ter um calendário para
marcar, a cada mês, o início do ciclo menstrual.
TEMPERATURA
O método da temperatura ajuda a conhecer a época do ciclo menstrual em que a mulher
pode ficar grávida (período da ovulação). Ele é feito através da tomada da temperatura do
corpo. O corpo feminino sofre uma alteração de temperatura no período da ovulação, ou
seja, no período fértil.

2. Métodos de Barreira
São aqueles que evitam a gravidez impedindo a penetração dos espermatozoides no
útero.
CONDOM (CAMISINHA)
A camisinha é um método para ser usado pelo homem, no momento da relação sexual,
constituída de borracha bem fina, porém resistente, impedindo que os espermatozóides
penetrem na vagina da mulher e serve também para prevenir as DST/AIDS.
DIAFRAGMA
O diafragma é uma capa de borracha ou silicone, que a mulher coloca, na vagina, antes
da relação sexual, tapando, assim, o cólo do útero. Ele evita a gravidez, impedindo que os
espermatozoides penetrem no útero. Deve ser usado com um espermaticida, para garantir
maior segurança.
ESPERMATICIDA
Espermaticidas são produtos para serem colocados na vagina antes da relação sexual.
Eles impedem que os espermatozoides penetrem no útero, evitando assim, a gravidez. Os
espermaticidas podem ser usados sozinhos, porém são mais seguros quando usados juntos
com outros métodos (camisinha, diafragma, tabela). Existem vários tipos: cremes, geleia,
tabletes ou óvulos.

3. Métodos Hormonais
PÍLULA
As pílulas anticoncepcionais podem ter uma composição combinada (estrógeno +
progestógeno) ou simples (apenas progestógeno). Elas impedem a ovulação, evitando
assim a gravidez. Existem diferentes tipos de pílulas, as mais usadas vêm em cartelas com
21 comprimidos. A pílula só faz efeito se tomada corretamente.
As pílulas anticoncepcionais de emergência podem ser tomadas a qualquer momento
até cinco dias após o sexo desprotegido. Quanto antes elas forem ingeridas após o sexo
desprotegido, maior será a sua eficácia.
INJETÁVEIS
Os injetáveis mensais contêm dois hormônios - um progestógeno e um estrógeno -
semelhantes aos hormônios naturais progesterona e estrógeno. Os anticoncepcionais
injetáveis de "acetato de medroxiprogesterona de depósito" (AMPD - aplicação trimestral) e
"enantato de noretisterona" (NET-EM aplicação mensal) contêm, cada um, um progestógeno
similar ao hormônio natural progesterona. Não contêm estrógeno e, por isso, podem ser
usados durante toda a amamentação e por mulheres que não podem utilizar métodos com
estrógeno.
ADESIVO COMBINADO
Um pequeno e fino quadrado de plástico flexível que é usado em contato com o corpo
libera continuamente dois hormônios - um progestógeno e um estrógeno - diretamente
através da pele para a corrente sanguínea. Usa-se um novo adesivo a cada semana,
durante três semanas, e a seguir não se usa nenhum adesivo na quarta semana. Ao longo
desta quarta semana, a mulher ficará menstruada.
ANEL VAGINAL COMBINADO
Trata-se de um anel flexível que é inserido na vagina, liberando continuamente dois
hormônios, um progestógeno e um estrógeno, de dentro do anel. Os hormônios são
absorvidos através da parede da vagina indo diretamente para a corrente sanguínea. O anel
é mantido no lugar por três semanas, depois é retirado durante a quarta semana. Na quarta
semana, a mulher habitualmente ficará menstruada.
IMPLANTES
São pequenas cápsulas ou hastes plásticas, cada uma do tamanho aproximado de um
palito de fósforo, que liberam um progestógeno. Um profissional devidamente treinado para
este fim realiza um pequeno procedimento cirúrgico para inserir os implantes sob a pele no
lado de dentro do antebraço da mulher. Não contêm estrógeno e, por isso, podem ser
utilizados durante toda a amamentação e por mulheres que não podem utilizar métodos com
estrógeno. Sua duração pode variar de três a cinco anos, dependendo de sua formulação.
4. Método Mecânico
DIU
O dispositivo intra uterino - DIU - é um dispositivo feito de um plástico especial, que vem
enrolado por um fio de cobre bem fino. Este aparelho é colocado através da vagina dentro
do útero da mulher. Apenas o médico pode colocar o DIU. A época ideal para a colocação
do DIU é durante ou logo após a menstruação. O DIU tem um tempo de validade (cerca de
seis a dez anos), dependendo do tipo. Depois desse tempo, ele deve ser retirado ou
trocado.

5. Esterilização
Além dos métodos recomendados pelo Ministério da Saúde, existem formas de evitar
definitivamente a gravidez através de cirurgia. Pode ser feita no homem ou na mulher. No
homem chama-se vasectomia e na mulher laqueadura (amarração ou ligadura de trompas).
Segundo a resolução presente na Lei nº 9.263/96 de 12 de Janeiro de 1996, como
exposto no Art. 10. - Somente é permitida a esterilização em:
Homens e mulheres com capacidade civil plena;
Maiores de vinte e cinco anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos;
Prazo mínimo de sessenta dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico,
período no qual será propiciado acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo
aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce;
Situação de risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em
relatório escrito e assinado por dois médicos.
LAQUEADURA TUBÁRIA
A laqueadura feminina é uma operação feita nas trompas, para impedir o encontro do
óvulo com o espermatozoide, evitando assim, a gravidez. Até a década de 1960, as
esterilizações sofreram muitas críticas e sua utilização permaneceu limitada. Entretanto, a
partir de 1970, foi ganhando popularidade e seu emprego se espalhou pela Europa, Ásia,
China e América Latina.
Este crescimento deveu-se, em grande parte, à facilidade de realizar a esterilização
através de métodos semiambulatoriais - minilaparotomias e laparoscopias - que
demonstravam menor risco e menor permanência em regime hospitalar e como
consequência menores custos, do que as laparotomias.
No Brasil, os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde são que, em 2003, o número de
laqueaduras financiadas pelo SUS foi de 31.216, aumentando progressivamente até 2008
com 61.847 procedimentos.
VASECTOMIA
Este procedimento consiste em esterilização ou contracepção masculina de caráter
permanente através de punção ou pequena incisão cirúrgica (Fig. 2). Após o procedimento,
o sêmen é ejaculado, mas não pode engravidar. A reversão da vasectomia é solicitada em
6% dos vasectomizados de 17% que se arrependem ao longo da vida.5
Em locais onde é possível a avaliação do sêmen após três meses, a taxa de gravidez é
< 1%, com uma eficácia global de 99,8%. Já em locais onde não é possível tal avaliação, a
taxa de gravidez é 2% a 3%, com uma eficácia de 97% a 98%. Deve-se atentar que até o
terceiro mês após a vasectomia, os cuidados contraceptivos devem ser mantidos.
No Brasil, os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde são que, em 2001, o número de
vasectomias financiadas pelo SUS foi de 7.798, aumentando progressivamente até 2009
com 34.144 procedimentos.
O Conselho Federal de Medicina publicou no Diário Oficial da União a Resolução
1901/2009 contendo as normas éticas para a cirurgia de esterilização masculina, conhecida
como vasectomia.
Art. 1º - A esterilização masculina é um conjunto de ações complexas das quais o ato
médico-cirúrgico de ligadura bilateral dos canais deferentes é apenas uma das etapas.
Art. 2º - O procedimento cirúrgico de esterilização masculina pode ser realizado apenas
em pacientes com capacidade civil plena, de acordo com o previsto na Lei nº 9.263/96 de 12
de Janeiro de 1996 e somente 60 (sessenta) dias depois da manifestação de vontade.
Art. 3º - A manifestação de vontade, bem como o procedimento realizado, deve estar
devidamente registrada em prontuários.
Art. 4º - O médico que se propõe a realizar um procedimento de esterilização masculina
deve estar habilitado para proceder a sua reversão.
A gravidez após a vasectomia pode ocorrer por algum erro do profissional durante o ato
cirúrgico, pela não utilização de métodos contraceptivos durante os primeiros três meses
após o procedimento, ou pelo crescimento e união das pontas cortadas do vaso deferente.
O procedimento não possui efeitos colaterais ou riscos à saúde. Entretanto,
complicações incomuns ou raras podem ocorrer como sangramentos (hematomas); infecção
no local da incisão ou no interior da mesma; dor aguda no escroto ou no testículo que dura
por meses ou anos.
Apesar de toda informação disponível, ainda há grandes mitos quanto ao procedimento,
principalmente em relação à sexualidade. A vasectomia não remove os testículos, não
diminui o desejo sexual, não afeta a função sexual (Ereção e ejaculação continua a mesma),
não faz com que o homem engorde ou fique mais fraco, menos masculino ou menos
produtivo, não provoca qualquer doença mais adiante na vida e não previne a transmissão
de doenças sexualmente transmissíveis, entre elas o HIV.
Mediante aconselhamento adequado e consentimento esclarecido assinado, qualquer
homem pode submeter-se a uma vasectomia, mesmo sem exames de sangue ou testes
laboratoriais de rotina (teste de hemoglobina, exame de colesterol ou de função hepática),
sem verificação da pressão arterial e mesmo que o sêmen não possa ser examinado com
microscópio posteriormente para verificar se ainda contém espermatozoides.5
O aconselhamento deve abranger todos os seis pontos do consentimento esclarecido.
Em alguns programas, o cliente e o aconselhador assinam um termo de consentimento
esclarecido.
Para dar consentimento esclarecido à vasectomia, o cliente deve compreender os
seguintes pontos:
Também há anticoncepcionais temporários à disposição do cliente.
A vasectomia é um procedimento cirúrgico.
Existem certos riscos, bem como benefícios, na execução do mesmo. (Tanto os riscos
quanto os benefícios devem ser explicados de uma maneira que o cliente possa entender.)
Se bem sucedido, o procedimento fará com que o cliente nunca mais possa ter filhos.
O procedimento é considerado permanente e provavelmente não poderá ser revertido.
O cliente pode mudar de ideia e decidir não mais fazer o procedimento a qualquer
momento antes da realização do mesmo (sem que, com isso, perca seus direitos a outros
serviços e benefícios médicos e de saúde).
Antes do procedimento, o homem deve vestir roupas limpas e largas. Após o
procedimento ele deve descansar por 2 dias, se possível. Colocar compressas frias no
escroto nas primeiras 4 horas, o que poderá diminuir a dor e o sangramento. Ele sentirá um
pouco de incômodo, inchaço e equimose. Estes sintomas devem desaparecer em dois a três
dias. Vestir calça ou cueca confortável por dois a três dias para ajudar na sustentação do
escroto. Isto diminuirá o inchaço, o sangramento e a dor. Manter o local da incisão limpo e
seco por dois a três dias. Ele poderá utilizar toalha para limpar o corpo. Não fazer sexo por
pelo menos dois a três dias. Usar preservativos ou outro método de planejamento familiar
eficaz por três meses após o procedimento. (A opção anteriormente recomendada, de
aguardar vinte ejaculações, mostrou-se menos confiável que a espera de três meses, por
isso não é mais recomendada.)
O desconforto no escroto geralmente dura dois a três dias. Podem ser utilizados
analgésicos de baixa potência. Ele não deve tomar aspirina, pois esta pode alterar a
coagulação do sangue. Ele deve retornar depois de três meses para fazer a análise do
sêmen, se disponível. Contudo, o procedimento não deve ser negado a nenhum homem em
função da dificuldade ou impossibilidade de haver acompanhamento.
Ética médica e planejamento familiar no Brasil
Um casal que solicita anticoncepção, não está doente, não apresenta sintomas nem dor.
Com a utilização de algum método contraceptivo, existe a possibilidade de ter algum
problema que derive do uso do método e não será visto como próprio de "doença" que não
existia, podendo ser tolerado ou não, dependendo de sua gravidade, da forma como interfira
nas rotinas diárias e na qualidade de vida da pessoa, e, sobretudo do seu nível de
motivação para não engravidar. Assim, no caso da anticoncepção é mais fácil perceber a
diferença entre a perspectiva do médico e a da pessoa, no tocante à qualidade do
atendimento, e a imposição do ponto de vista médico acaba tendo ainda menor justificativa
ética.
Princípios éticos básicos
Diversos autores propõem alguns princípios éticos básicos, entre os quais se destaca o
princípio da autonomia ou liberdade individual, ou seja, todo indivíduo tem plena liberdade
de decisão e de ação, desde que esta não interfira com os direitos de outras pessoas.
Neste ponto exista uma concordância com a Constituição da República Federativa do
Brasil, que no parágrafo 7º do artigo 226 cita que "fundado nos princípios da dignidade da
pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do
casal... (sendo) vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou
privadas".
Tradicionalmente, o principal problema ético encontrado na prática do planejamento
familiar é a possibilidade que o médico tem de impor este ou aquele método, seja por ação
direta seja por omissão de informar e oferecer métodos que a mulher ou o homem poderiam
preferir àquele que o médico recomenda.
Classificação dos métodos segundo possibilidade de imposição6
1. Início e interrupção de uso controlado pelo indivíduo.
a. (Condom, métodos hormonais e injetáveis)
2. Início de uso controlado pelo médico; interrupção controlada pelo indivíduo.
a. (Diafragma e métodos naturais)
3. Início e interrupção de uso controlado pelo médico.
a. (DIU e implantes)
4. Início de uso controlado pelo médico; interrupção impossível ou muito duvidosa.
a. (Ligaduras tubárias e vasectomias)
Acreditamos que nosso "saber médico" está acima dos desejos de pessoas que
carecem desse conhecimento. Assim sendo, muitas vezes ,não nos preocupamos em
transmitir esse saber para permitir uma escolha informada, porque acreditamos que a
pessoa não tem capacidade para entender, outras vezes porque não temos tempo a perder,
quando a escolha nos parece óbvia.
O conceito dos direitos de escolha de cada indivíduo, e a consciência de que ao
realizarmos uma prescrição sem antes consultarmos a opinião das pessoas que sofrerão
seu efeito é um desrespeito à sua liberdade. Esse direito de escolha é particularmente válido
no caso do planejamento familiar. Portanto, faz-se necessário lembrarmos que ao
desconsiderá-lo estamos violando o princípio ético básico da autonomia e liberdade
individual.
Os Quatro pilares da orientação em planejamento familiar da organização mundial de
saúde.
1. Os critérios Médicos de Elegibilidade para Uso de Métodos Anticoncepcional
2. Recomendações Práticas Selecionadas para Uso de Métodos Anticoncepcionais
3. Ferramentas para Tomada de Decisões para Clientes e Serviços de Planejamento
Familiar.
4. Manual Global para Serviços de Saúde.
Os dois primeiros pilares fornecem aos planejadores de políticas públicas e aos gestores
de programas recomendações que possam ser utilizadas no estabelecimento ou na
atualização de diretrizes e políticas de programas nacionais, fornecendo orientação com
relação à segurança e eficácia do uso de métodos contraceptivos específicos para pessoas
portadoras de determinadas condições ou problemas médicos, bem como respondem a
perguntas específicas sobre como utilizar diversos métodos contraceptivos.
O terceiro pilar incorpora as orientações dos dois primeiros pilares e reflete a
comprovação científica facilitando a escolha, a utilização de um método de planejamento
familiar e auxilia a orientar as consultas de retorno.
Como quarto pilar, oferece informações técnicas para auxiliar os serviços de
atendimento à saúde a fornecer métodos de planejamento familiar de forma correta e eficaz.
• Entender os métodos de fertilização (natural e artificial)
Fertilização natural
O local usual da fertilização é a ampola da tuba uterina em sua parte mais longa e mais
larga. Quando o ovócito não é fertilizado neste local, ele avança lentamente pela tuba e
chega ao útero, onde degenera e reabsorvido. Apesar de a fertilização poder ocorrer em
outras partes da tuba, ela não ocorre no útero.
A fertilização é uma sequência complexa de "eventos moleculares coordenados", que se
inicia com o contato de um espermatozoide com um ovócito e termina com o
embaralhamento dos cromossomos maternos e paternos na metáfase da primeira divisão
mitótica do zigoto, um embrião unicelular. Falhas em qualquer dos estágios na sequência
destes eventos podem causar a morte do zigoto. É possível que moléculas ligantes de
carboidratos presentes na superfície dos gametas estejam envolvidas no processo da
fertilização possibilitando o reconhecimento dos gametas e a união destas células.
Fases da fertilização
As fases da fertilização são:
• Passagem do espermatozoide através da corona radiata, que envolve a zona pelúcida do
ovócito: a dispersão das células foliculares da corona radiata, que envolvem o ovócito e a
zona pelúcida, parece resultar, principalmente, da ação da enzima hialuronidase, liberada
pelo acrossoma do espermatozoide. Enzimas da mucosa da tuba também parecem auxiliar
a hialuronidase. Os movimentos da cauda do espermatozoide também são importantes para
sua penetração na carona radiata.
• Penetração na zona pelúcida que envolve o ovócito: esta é a fase importante do início da
fertilização. A formação de um caminho para o espermatozoide passar pela zona resulta da
ação de enzimas liberadas pelo acrossoma. As enzimas - esterases, acrosina e
neuraminidase – parecem causar lise da zona pelúcida, formando, desta maneira, um
caminho para o espermatozoide chegar ao ovócito. A mais importante destas enzimas é a
acrosina, uma enzima proteolítica. Quando o espermatozoide penetra na zona pelúcida,
ocorre a reação da zona - uma mudança das suas propriedades - nesta camada amorfa,
tornando-a impermeável a outros espermatozoides. A composição da capa extracelular de
glicoproteínas muda após a fertilização. Acredita-se que a reação da zona resulte da ação
de enzimas lisossômicas liberadas pelos grânulos corticais perto da membrana plasmática
do ovócito. O conteúdo destes grânulos, que são liberados no espaço perivitelino, também
causa mudanças na membrana plasmática do ovócito que a tornam impermeável aos
espermatozoides.
• Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozoide: As membranas
plasmáticas, ou celulares, do ovócito e do espermatozoide fundem-se e sofrem dissolução
na área da fusão. A cabeça e a cauda do espermatozoide penetram no citoplasma do
ovócito, mas a membrana plasmática fica para trás.
• Término da segunda divisão meiótica do ovócito e formação do pronúcleo feminino: depois
da entrada do espermatozoide, o ovócito, que estava parado na metáfase da segunda
divisão meiótica, completa esta divisão e forma um ovócito maduro e um segundo corpo
polar. Depois da descondensação dos cromossomos matemos, o núcleo do ovócito maduro
toma-se o pronúcleo feminino.
• Formação do pronúcleo masculino: dentro do citoplasma do ovócito, o núcleo do
espermatozoide aumenta de tamanho, formando o pronúcleo masculino, e a cauda do
espermatozoide degenera. Morfologicamente, os pronúcleos masculino e feminino são
indistinguíveis. Durante o crescimento dos pronúcleos, eles replicam seu DNA – 1n
(haploide), 2c (duas cromátides).
• As membranas dos pronúcleos se dissolvem, os cromossomos se condensam e se
dispõem preparando-se para a divisão celular mitótica: a primeira divisão de clivagem. O
ovócito fertilizado, ou zigoto, é um embrião unicelular. A combinação dos 23 cromossomos
de cada pronúcleo resulta em um zigoto com 46 cromossomos.
A fertilização termina em até 24 horas após a ovulação. Uma proteína
imunossupressora - o fator do inicio da gravidez (EPF) - é secretada pelas células do
trofoblasto e aparece no soro materno 24 a 48 horas após a fertilização. A EPF é a base do
teste de gravidez durante os primeiros 10 dias do desenvolvimento.
Resultados da Fertilização
• Estimula o ovócito secundário a completar a segunda divisão meiótica, produzindo o
segundo corpo polar.
• Restaura o número diploide normal de cromossomas (46) no zigoto.
• Resulta na variação da espécie humana através do embaralhamento dos cromossomas
maternos e paternos.
• Determina o sexo cromossômico do embrião; um espermatozóide portador de X produz um
embrião feminino, e um espermatozoide portador de Y produz um embrião masculino.
• Causa a ativação do ovócito, que inicia a clivagem (divisão celular do zigoto).
O zigoto é geneticamente único, pois metade de seus cromossomos vem da mãe e a outra
metade do pai. O zigoto contem uma nova combinação de cromossomos, diferente da
existente nas, células de ambos os genitores. Este mecanismo forma a base da herança de
ambos os genitores e da variação na espécie humana. A meiose possibilita a escolha ao
acaso de cromossomos maternos e paternos entre as células germinativas. O crossing-over
dos cromossomos, ao redistribuir segmentos dos cromossomos maternos e paternos,
“embaralha” os genes e, desta maneira, recombina o material genético.
Fertilização artificial
Os avanços da medicina possibilitaram descobertas relacionadas à engenharia genética
e às procriações artificiais. E, apesar de já existirem grandes estudos científicos, apenas a
partir da década de 70, os conhecimentos relacionados à genética molecular e à reprodução
assistida foram concretizados de forma mais efetiva.
A esterilidade é um problema que sempre esteve presente na vida humana. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), infertilidade é conceituada como a falta de uma
concepção depois de no mínimo dois anos de relações sexuais sem a utilização de
contraceptivos.
Assim, as novas técnicas médicas de reprodução assistida apresentam solução viável
para casais que sofrem com a dificuldade ou impossibilidade de procriar pelo método
natural. É exatamente nos casos de esterilidade que as técnicas de reprodução assistida se
mostram mais eficientes, ressaltando-se que estas devem ser vistas como uma última
alternativa de solução para os problemas na reprodução.
Apesar de todos os avanços tecno-científicos na área, não há grande segurança quanto
ao resultado que será obtido com a reprodução assistida. É possível que a fecundação não
ocorra; que se formem embriões defeituosos; ou diversos outros resultados que não sejam a
formação de um embrião saudável, e que venha a ter um perfeito desenvolvimento dentro
do corpo da mulher. Por esse motivo, ao realizar tais procedimentos, são comumente
fertilizados mais de um óvulo, e assim, consequentemente, são gerados mais de um
embrião.
Os métodos de reprodução assistidas são paliativos, pois não resolvem o problema da
infertilidade. São, porém, uma grande ajuda para aqueles casais que desejam ter filhos, mas
não foram favorecidos biologicamente. Os métodos mais utilizados para esse tipo de
reprodução são a Inseminação Artificial e a Fertilização in vitro (FIV). Tais processos são
complexos e demandam grandes desgastes emocionais e financeiros, reforçando o motivo
pelo qual eles devem ser vistos como última alternativa de tratamento para a infertilidade ou
esterilidade.
A inseminação artificial é a técnica mais antiga de reprodução assistida, sendo que as
suas origens retomam a Idade Média. Esse método pode ser descrito, de forma superficial,
como o processo pelo qual o esperma, do marido ou de um doador, é introduzido
artificialmente na cavidade uterina ou no canal cervical da mulher para que os seus óvulos
sejam fecundados. Este método é indicado para casos como hipofertilidade, dificuldades
nas relações sexuais, entre outros.
A fertilização in vitro (FIV), por sua vez, consiste em um método por meio do qual os
óvulos da mulher são retirados do seu organismo para serem fecundados em laboratório.
Após essa etapa o embrião será transferido para o útero materno, para que lá ele possa se
desenvolver. A indicação deste método abrange os casos de esterilidade tubária bilateral
feminina, obstrução nas trompas, entre outros.
Para se garantir o sucesso desses tratamentos, o ideal é que se extraiam diversos
óvulos, através de uma estimulação hormonal. E, a partir desse processo, são originados e
transferidos para o útero da mulher mais de um embrião. Cuidados, porém, são necessários,
pois é possível que haja uma indesejada gravidez múltipla, além de uma produção de
embriões sem destino.
A fertilização in vitro pode ser utilizada também por aquelas mulheres que não têm
capacidade de ter uma gestação saudável. O casal pode originar embriões proveitosos em
laboratório, e estes posteriormente serão colocados no útero de outra mulher. O referido
processo é conhecido como cessão temporária de útero, no qual se tem as figuras do casal
que deu o seu material genético e da mãe por substituição. É possível, ainda, que a própria
gestante tenha cedido os seus óvulos para o casal.
A Resolução nº 1.358/92 do CFM ao tratar da utilização de tais técnicas estabelece:
O consentimento informado será obrigatório e extensivo aos pacientes inférteis e doadores.
Os aspectos médicos envolvendo todas as circunstâncias da aplicação de uma técnica de
RA serão detalhadamente expostos, assim como os resultados já obtidos naquela unidade
de tratamento com a técnica proposta. As informações devem também atingir dados de
caráter biológico, jurídico, ético e econômico.
Tal resolução visa proteger os pacientes e os doadores, protegendo a autonomia desses
indivíduos. O consentimento informado é peça fundamental nesse contexto.
Tanto a inseminação artificial como a fertilização in vitro são métodos que podem ser
desenvolvidos na modalidade homóloga e heteróloga. Cada tipo é indicado como solução
para problemas diferentes e, apesar de procedimentalmente semelhantes, trazem
consequências e resultados substancialmente diferentes.
Na reprodução homóloga, o que é introduzido no organismo da mulher, ou utilizado para
fecundar os seus óvulos em laboratório, é o esperma do seu próprio marido ou
companheiro. Na reprodução heteróloga, o sêmen ou o óvulo não é do (a) companheiro(a),
mas sim de um doador fértil. Este doador tem o seu esperma ou óvulo selecionado para a
verificação de sua qualidade. Porém, apesar de haver identificação de
algumas características do doador, a sua identidade é preservada.
• Conhecer as etapas do período embrionário (fecundação até a oitava semana)
AS DUAS PRIMEIRAS SEMANAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
O desenvolvimento humano começa com a fertilização (concepção) quando um
ovócito de uma mulher é fertilizado por um espermatozoide de um homem. A fertilização se
completa quando os dois pronúcleos se unem e os cromossomas maternos e paternos se
misturam durante a metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto, a célula que constitui a
origem do ser humano.
A formação do zigoto, normalmente, ocorre na ampola da tuba uterina (tuba de
Falópio), a parte mais longa e mais larga da tuba.
A fertilização inicia o desenvolvimento embrionário estimulando o zigoto a passar por
uma série de divisões celulares mitóticas denominadas clivagem. Vinte e quatro horas após
a fertilização, o zigoto divide-se em duas células denominadas blastômeros, e continua a
divisão mitótica (4, 8, 16...). Durante a clivagem, os blastômeros mudam de forma e
tamanho e se ajustam firmemente uns aos outros formando uma bola compacta de
blastômeros denominada mórula. A mórula, um agrupamento de 12 a 16 blastômeros,
forma-se cerca de 3 dias após a fertilização, imediatamente antes de penetrar no útero.
Pouco após a mórula entrar no útero aparecem espaços cheios de fluido entre os
blastômeros centrais. Logo as células se separam em duas partes: (1) uma delgada camada
celular externa denominada trofoblasto, que forma a parte fetal da placenta; e (2) um grupo
de blastômeros localizados centralmente, que forma a massa celular interna ou
embrioblasto, primórdio do embrião. O concepto (o embrião e suas membranas) é agora
denominado blastocisto.
O blastocisto flutua livremente na cavidade uterina durante dois dias. Enquanto flutua
no útero, o blastocisto nutre-se das secreções das glândulas uterinas. Cerca de 6 dias
depois da fertilização o blastocisto prende-se ao epitélio endometrial. Quando isto ocorre, o
trofoblasto prolifera formando duas camadas: (1) o citotrofoblasto interno (citotrofoblasto
celular) e (2) o sinciciotrofoblasto externo (trofoblasto sincicial). Prolongamentos digitiformes
do sinciciotrofoblasto projetam-se do epitélio endometrial secretando substancias que
corroem os tecidos endometriais. No fim da primeira semana, o blastocisto está implantado
superficialmente no endométrio e obtêm nutrientes e oxigênio dos tecidos do endométrio
materno.
Com oito a nove dias, aparece uma cavidade amniótica com um espaço entre o
citotrofoblasto e o embrioblasto. Amnioblastos, originários do epiblasto, logo forram a
cavidade amniótica formando o âmnio. Durante a formação do saco amniótico desenvolve-
se o saco vitelino forrado por células endodérmicas, enquanto no sinciciotrofoblasto formam-
se espaços denominados lacunas. A fusão das lacunas forma uma rede de lacunas
contendo sangue materno. O fluxo de sangue através das redes de lacunas estabiliza a
circulação uteroplacentária primordial.
A implantação do blastocisto se completa no fim da segunda semana. Enquanto este
processo está ocorrendo, acontecem mudanças no embrioblasto levando à formação de um
disco embrionário bilaminal composto por duas camadas, o epiblasto e o hipoblasto.
Enquanto o blastocisto se implanta no endométrio, o sinciciotrofoblasto produz a
gonadotrofina coriônica humana (hCG), que vai para o sangue materno. Este hormônio
mantem endométrio e constitui a base de testes de gravidez.
Uma gravidez ectópica ocorre quando o blastocisto se implanta fora do útero, mais
frequentemente na tuba uterina. Há várias causas de gravidez ectópica, mas locais de
implantação anormal estão, com frequência, relacionados com fatores que retardam ou
impedem o transporte do zigoto para o útero. Abortos espontâneos são comuns durante as
duas primeiras semanas e resultam de anormalidades do blastocisto e de problemas
associados à sua implantação. Muitos abortos espontâneos iniciais ocorrem sem o
conhecimento da mãe (aborto não reconhecido ou subclínico).
DA TERCEIRA À OITAVA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Os primórdios de todas as principais estruturas externas e internas são estabelecidos
durante este período.
A TERCEIRA SEMANA
O rápido desenvolvimento do embrião, a partir do disco embrionário que se formou
durante a segunda semana, caracteriza-se pelo aparecimento da linha primitiva, a formação
da notocorda e a diferenciação das três camadas germinativas das quais formam-se todos
os tecidos e órgãos. O inicio da morfogênese (desenvolvimento da forma do corpo) constitui
o evento mais significativo da terceira semana. A gastrulação, o processo que estabelece as
três camadass germinativas começa com a formação da linha primitiva no epiblasto. Com 15
dias, o embrião, discoide, é oval ou redondo.
A linha primitiva apresenta-se com um sulco primitivo estreito e ladeado por pregas
levemente salientes, vindo a aparecer no inicio da terceira semana como um espessamento
delimitado pelo epiblasto na extremidade caudal do disco embrionário. A linha primitiva
resulta da migração de células do epiblasto para o plano mediano do disco embrionário. Sua
extremidade caudal alonga-se pela adição de células, enquanto sua extremidade cefálica
prolifera formando o nó primitivo, que contem uma pequena depressão, a fosseta primitiva.
A invaginação de células do epiblasto da linha primitiva dá origem a células
mesenquimatosas, que migram ente o epiblasto e o hipoblasto, ventral, lateral e
cefalicamente. Células mesenquimatosas produzidas pela linha primitiva logo se organizam
formando uma terceira camada germinativa, o mesoderma intraembrionário. Logo que a
linha primitiva começa a produzir células mesenquimatosas, a camada do epiblasto passa a
ser denominada ectoderma embrionário. Algumas células do epiblasto deslocam o
hipoblasto e formam o endoderma embrionário. Desta maneira, as células do epiblasto dão
origem a todas as três camadas germinativas do embrião, os primórdios de todos os tecidos
e órgãos.
Células do mesoderma intraembrionário migram para as bordas do disco embrionário
onde se unem ao mesoderma extra-embrionario, que cobre o âmnio e o saco vitelino. No fim
da terceira semana há mesoderma por toda a extensão entre o ectoderma e o endoderma,
exceto na membrana orofaríngea, no plano mediano ocupado pela notocorda e na
membrana cloacal.
Usualmente a linha primitiva diminui de tamanho e torna-se uma estrutura
insignificante situada na futura região sacrococcígea do embrião. (teratoma sacrococcígeo:
tumor causado por persistencia de resquicios da linha primitiva).
No inicio da terceira semana, células mesenquimatosas originárias do nó primitivo da
linha primitiva formam o processo notocordal, que se estende cefalicamente a partir da linha
primitiva, sob a forma de um bastão celular, entre o ectoderma e o endoderma do embrião.
A fosseta primitiva penetra no processo notocordal e forma o canal da notocorda. Quando
totalmente desenvolvido, o processo notocordal estende-se do nó primitivo até a placa pré-
cordal. Formam-se aberturas no assoalho do canal da notocorda, que logo coalescem
formando a placa notocordal. Esta placa se dobra formando a notocorda, o eixo primordial
do embrião, e em torno da qual forma-se a coluna vertebral. A notocorda funciona como
indutor primário do embrião inicial.
A neurulação é um evento importante que se inicia no fim da terceira semana. Ela
envolve a formação da placa neural e seu dobramento formando o tubo neural. A placa
neural começa seu desenvolvimento como um espessamento do ectoderma embrionário,
cefalicamente ao nó primitivo. A formação da placa neural é induzida pela notocorda em
desenvolvimento. Na placa neural forma-se o sulco neural, longitudinal, que é flanqueado
pelas pregas neurais. A fusão destas pregas forma o tubo neural, o primórdio do sistema
nervoso central. Enquanto as pregas neurais se fundem para formar o tubo neural, células
neuroectodermicas das margens laterais da placa neural migram dorsalmente formando a
crista neural situada entre o ectoderma da superfície e o tubo neural. A crista neural logo
divide-se em duas massas celulares que dão origem aos gânglios sensitivos dos nervos
cranianos e espinhais. Outras células da crista neural migram do tubo neural e dão origem a
várias outras estruturas.
Enquanto o tubo neural se desenvolve, o mesoderma extraembrionário prolifera
formando colunas de mesoderma intermediário, que, lateralmente, se adelgaça de modo
gradual, formando a camada de mesoderma lateral. No fim da terceira semana, as
extremidades cefálicas das colunas paraxiais de mesoderma já começaram a dividir-se
formando dois a três pares de corpos cuboides denominados somitos. Os somitos dão
origem à maior parte do esqueleto axial, aos músculos do tronco e dos membros e à derme
da pele. A formação e a especificação dos segmentos dos somitos são controladas por uma
combinação especifica de genes Hox (código Hox). O celoma intra-embrionario surge como
espaços, ou vesículas, isolados entre as camadas do mesoderma lateral e constitui o
primórdio das cavidades do corpo. Subsequentemente, as vesículas celômicas coalescem
formando uma cavidade única em forma de ferradura, que dão origem às cavidades
pericárdica, pleural e peritoneal.
O inicio do desenvolvimento do sistema cardiovascular também ocorre durante a
terceira semana. Os primeiros vasos sanguíneos aparecem na parede do saco vitelino, da
alantoide e do córion. Pouco depois, vasos formam-se dentro do embrião e surgem espaços
dentro de agregações de mesênquima denominados ilhotas sanguíneas. Estes espaços
logo ficam forrados por endotélio derivado das células mesenquimatosas. Estes vasos
primordiais se unem com outros vasos formando o sistema cardiovascular primordial. Perto
do fim da terceira semana, o coração está representado por pares de tubos cardíacos,
endoteliais, aos quais se unem vasos sanguíneos do embrião e das membranas
extraembrionárias (saco vitelino, cordão umbilical e saco coriônico). No fim da terceira
semana, os tubos cardíacos endoteliais fundiram—se formando um coração tubular ao qual
se unem os vasos do embrião, saco vitelino, córion e pedículo de união formando o sistema
cardiovascular primordial. As células sanguíneas primordiais – hemocitoblastos – originam-
se principalmente das células endoteliais dos vasos sanguíneos das paredes do saco
vitelino e da alantoide. Os eritrócitos fetais e do adulto provavelmente originam-se de
precursores hematopoiéticos distintos.
As vilosidades coriônicas, que começaram a desenvolver-se no fim da segunda
semana, diferenciam-se formando as vilosidades secundarias e, depois, as terciarias
(vilosidades tronco), que contem redes arteriocapilares. As vilosidades coriônicas primarias
tornam-se as vilosidades coriônicas secundarias ao adquirirem um centro mesenquimatoso.
Antes do fim da terceira semana formam-se capilares nas vilosidades coriônicas
secundarias transformando-as em vilosidades coriônicas terciarias. Extensões
citotrofoblásticas das vilosidades tronco unem-se formando uma capa citotrofoblástica, que
prende o saco coriônico ao endométrio. O rápido desenvolvimento das vilosidades
coriônicas durante a terceira semana aumenta grandemente a área da superfície do córion
disponível para as trocas de oxigênio e nutrientes, assim como de outras substancias, entre
a circulação materna e a embrionária.
A QUARTA SEMANA
No inicio da quarta semana o embrião é quase reto e os somitos formam elevações
visíveis na superfície. Um evento significativo que ocorre durante a quarta semana é o
dobramento do disco embrionário trilaminar formando um embrião.
O dobramento do embrião se dá tanto no plano mediano como no horizontal e resulta do
seu rápido crescimento e em particular do sistema nervoso central (SNC), isto é, do encéfalo
e da medula espinhal. O dobramento do embrião produz as pregas cefálicas e caudal. O
dobramento do embrião no plano horizontal produz as pregas laterais, direita e esquerda.
Cada prega desloca-se em direção do plano mediano curvando o disco embrionário em
sentido ventral e formando um embrião grosseiramente cilíndrico.
A fusão das pregas neurais, durante a quarta semana, forma o tubo neural, o primórdio
do SNC. Na extremidade cefálica do embrião, as pregas neurais se espessam formando o
primórdio do encéfalo. Na metade da quarta semana, o tubo neural está formado na altura
dos somitos, mas está aberto nos neuroporos rostral e caudal. Normalmente, o neuroporo
rostral (anterior) fecha-se entre os dias 24 e 26, enquanto o caudal (posterior) fecha-se em
torno do dia 28. O embrião apresenta-se, então, levemente curvado em consequência das
pregas cefálica e caudal, enquanto o coração produz uma grande saliência ventral.
Quando o tubo neural se separa do ectoderma da superfície, forma-se a crista neural.
Ela constitui uma massa celular achatada, irregular, situada entre o tubo neural e o
ectoderma da superfície. Células da crista neural migram e dão origem aos gânglios
espinhais (gânglios da raiz dorsal), aos gânglios autônomos e aos gânglios de alguns nervos
cranianos. Estas células também formam as bainhas dos nervos periféricos, as meninges
que cobrem o SNC e varias outras estruturas, tais como os componentes esqueléticos e
musculares da cabeça e pescoço.
Com 26 dias são visíveis três pares de arcos faríngeos (branquiais), enquanto o
neuroporo rostral já esta fechado. O não fechamento deste neuroporo resulta em
meroanencefalia (anencefalia) ou em meningoencefalocele. O não fechamento do
neuroporo caudal resulta em espinha bífida. O encéfalo anterior causa, agora, uma elevação
acentuada da cabeça enquanto o dobramento do embrião no plano médio lhe dá uma
curvatura em forma da C característica.
No fim da quarta semana, os brotos dos membros aparecem como intumescências nas
paredes ventrolaterais do corpo. Também são claramente visíveis as fossetas óticas, os
primórdios do ouvido interno. Quatro pares de arcos faríngeos também são visíveis no fim
da quarta semana. Eles estão envolvidos na formação da cabeça e do pescoço. Em ambos
os lados da cabeça, são visíveis espessamentos ectodérmicos, denominados placódios do
cristalino, indicando os futuros cristalinos dos olhos. No fim da quarta semana, a cauda
adelgaçada constitui uma característica típica.
Durante a quarta semana, o SNC, coração, olhos e ouvidos estão nos estágios críticos
de seu desenvolvimento, por isso agentes teratogênicos podem causar anomalias
congênitas graves.
A QUINTA SEMANA
Em comparação com as mudanças que ocorreram na quarta semana, são pequenas as
mudanças que ocorrem durante esta semana, mas o crescimento da cabeça é maior do que
o das outras regiões por causa do rápido desenvolvimento do encéfalo. A face entra logo em
contato com a saliência cardíaca. O segundo arco faríngeo cresce por cima dos terceiro e
quarto arcos formando uma depressão ectodérmica denominada seio cervical. A
extremidade distal dos membros cuperiores assume uma forma de remo. Tem sido relatado
que embriões apresentam movimentos espontâneos na quinta semana, tais como
contrações do tronco e dos membros.
A SEXTA SEMANA
Durante a sexta semana, os membros superiores apresentam uma rápida diferenciação
regional. As regiões do cotovelo e do punho são claramente identificáveis e os raios digitais,
indicando os futuros dedos, são claramente visíveis no fim da sexta semana. O
desenvolvimento dos membros inferiores ocorre cerca de dois dias mais tarde que o dos
membros superiores. Formam-se seis pequenas intumescências em torno do sulco faríngeo,
entre os dois primeiros arcos faríngeos. Este sulco torna-se o meato acústico externo e as
intumescências em torno dele fundem-se formando a aurícula (pina) do ouvido externo. O
olho é então bem nítido, em grande parte porque o pigmento retiniano já se formou. A
cabeça é agora muito maior relativamente ao tronco e está curvada sobre a saliência
cardíaca. Esta posição da cabeça resulta do dobramento do encéfalo na região cervical.
A SÉTIMA E A OITAVA SEMANAS
Durante a sétima semana, os membros passam por mudanças consideráveis. Aparecem
chanfraduras entre os raios digitais das placas das mãos indicando claramente os futuros
dedos. No inicio da oitava semana, os dedos das mãos são curtos e claramente unidos por
membranas. Agora, chanfraduras são claramente visíveis nos raios digitais dos pés,
enquanto a cauda ainda está presente, mas é curta e grossa. O plexo vascular do couro
cabeludo aparece e forma uma faixa característica em torno da cabeça. No fim da oitava
semana, todas as regiões dos membros já são aparentes e os dedos ficam mais compridos
e estão separados. Durante a oitava semana ocorrem movimentos propositados dos
membros. Todos os sinais da cauda desaparecem no fim da oitava semana. O plexo
vascular do couro cabeludo localiza-se, agora, perto do vértice da cabeça.
No fim da oitava semana, o embrião tem características humanas nítidas; entretanto, a
cabeça ainda é desproporcionalmente grande constituindo quase metade do embrião. A
região do pescoço está definida e as pálpebras são mais evidentes. No inicio da oitava
semana, os olhos estão abertos, mas próximo ao fim desta semana, as pálpebras movem-
se uma em direção da outra. As aurículas dos ouvidos externos começam a alcançar sua
forma definitiva, mas ainda têm implantação baixa na cabeça. Apesar de existirem
diferenças sexuais no aspecto da genitália externa, elas ainda não são suficientemente
distintas para permitir, por leigos, uma identificação sexual precisa.
• Descrever como ocorre a determinação sexual na fecundação
A fertilização (concepção) envolve a união de um ovócito de uma mulher com um
espermatozoide de um homem. O sistema reprodutor de ambos os sexos foi projetado para
produzir gametas e assegurar sua união. O ovócito secundário desenvolve-se no ovário e é
expelido quando da ovulação. Ele é levado para o infundíbulo da tuba uterina por
movimentos de varredura das fímbrias da tuba. Ondas peristálticas desta levam o ovócito
para o local da fertilização na ampola da tuba.
Os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos do testículo e
armazenados no epidídimo. Durante a ejaculação, que geralmente ocorre durante a relação
sexual, o sêmen é depositado na vagina. Apesar de haver vários milhões de
espermatozoides no sêmen, somente alguns milhares passam pelo canal cervical e
cavidade do útero e chegam à tuba uterina. Somente cerca de 200 espermatozoides
chegam até a ampola, onde ocorre a fertilização, quando um ovócito secundário está
presente.
O sexo do individuo é determinado no momento da fecundação. Nos mamíferos os
amchos são heterogaméticos (n+XY) e as fêmeas são homogaméticas (n+XX). Assim, a
determinação do sexo, em mamíferos, se estabelece pelo arranjo formado entre o
cromossomo X originário da fêmea e o cromossomo X ou Y originário do gameta masculino.
• Reconhecer a função e os tipos de células tronco
As células-tronco são células capazes de autorrenovação e diferenciação em muitas
categorias de células. Elas também podem se dividir e se transformar em outros tipos de
células. Além disso, as células-tronco podem ser programadas para desenvolver funções
específicas, tendo em vista que ainda não possuem uma especialização.
Basicamente, as células tronco podem se autorreplicar, ou seja, se duplicar, gerando
outras células-tronco. Ou ainda se transformar em outros tipos de células.
Tipos de células-tronco:
Existem três principais tipos de células-tronco: as embrionárias e as adultas, que são
encontradas principalmente na medula óssea e no cordão umbilical, oriundas de fontes
naturais e; as pluripotentes induzidas, que foram obtidas por cientistas em laboratório em
2007.
Células-tronco embrionárias:
As células pluripotentes, ou embrionárias, são assim chamadas por possuir a
capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula adulta. Elas são encontradas no
embrião, apenas quando este se encontra no estágio de blastocisto (4 a 5 dias após a
fecundação).
Em uma fase posterior ao embrião de 5 dias, ele já apresenta estruturas mais
complexas como coração e sistema nervoso em desenvolvimento, ou seja, as suas células
já se especializaram e não podem mais ser consideradas células-troncos.
O corpo humano possui, aproximadamente, 216 tipos diferentes de células e as
células-tronco embrionárias podem se transformar em qualquer uma delas. Esse esquema
exemplificando este processo:
Células-tronco adultas:
Na fase adulta, as células-tronco encontram-se, principalmente, na medula óssea e
no sangue do cordão umbilical, mas cada órgão do nosso corpo possui um pouco de
células-tronco para poder renovar as células ao longo da nossa vida, como mostra a figura.
Elas podem se dividir para gerar uma célula nova ou outra diferenciada. As células-tronco
adultas são chamadas de multipotentes por serem menos versáteis que as embrionárias.
Células-tronco induzidas:
As primeiras células-tronco humanas induzidas foram produzidas em 2007, a partir
da pele. E tem sido daí que são retiradas as células para reprogramação, mesmo que
teoricamente, qualquer tecido do corpo possa ser reprogramado. O processo de
reprogramação se dá através da inserção de um vírus contendo 4 genes. Estes genes se
inserem no DNA da célula adulta, como, por exemplo, uma da pele, e reprogramam o código
genético. Com este novo programa, as células voltam ao estágio de uma célula-tronco
embrionária e possuem características de autorrenovação e capacidade de se diferenciarem
em qualquer tecido, como na figura mais abaixo.
Estas células são chamadas de células-tronco de pluripotência induzida ou pela
sigla iPS (do inglês induced pluripotent stem cells).
As células troncos e como podem ser usadas:
A pesquisa com as células-tronco é fundamental para entender melhor o
funcionamento e crescimento dos organismos e como os tecidos do nosso corpo se mantêm
ao longo da vida adulta, ou mesmo o que acontece com o nosso o organismo durante uma
doença. As células-tronco fornecem aos pesquisadores ferramentas para modelar doenças,
testar medicamentos e desenvolver terapias que produzam resultados efetivos.
A terapia celular é a troca de células doentes por células novas e saudáveis, e este é
um dos possíveis usos para as células-tronco no combate a doenças. Em teoria, qualquer
doença em que houver degeneração de tecidos do nosso corpo poderia ser tratada através
da terapia celular.
Para pesquisas de células-tronco, todos os tipos são necessários para análise pois
cada uma delas têm um potencial diferente a ser explorado e, em muitos casos, elas podem
se complementar.
Mesmo após a criação das células iPS, não podemos deixar de utilizar as células-
tronco embrionárias, pois sem conhecê-las seria impossível desenvolver a reprogramação
celular. Além disso, embora os resultados sejam muito promissores, as iPS e as
embrionárias ainda não são 100% iguais e o processo de reprogramação ainda sofre com
um mínimo de insegurança por conta da utilização dos vírus. Existem outras opções sendo
estudadas, mas é muito importante que possamos ter e comparar esses dois tipos celulares.
Obstáculos a serem enfrentados para que as células-troncos possam ser
usadas no tratamento de doenças:
Mesmo com os resultados testes sendo positivos ou, pelo menos, promissores, as
pesquisas de células-tronco e suas aplicações para tratar doenças ainda estão em estágio
inicial. É preciso utilizar métodos rigorosos de pesquisa e testes para garantir segurança e
eficácia a longo prazo.
Quando as células-tronco são encontradas e isoladas, é necessário proporcionar as
condições ideais para que elas possam se diferenciar e se transformar nas células
específicas necessárias no tratamento escolhido, e, para esse processo, é necessário
bastante experimentação e testes. Além de tudo, é necessário o desenvolvimento de um
sistema para entregar as células à parte específica do corpo e estimulá0las a funcionar e se
integrar como células naturais do corpo humano.
• Diferenciar os termos congênito e hereditário
A característica hereditária é o traço ou característica física que passa de uma geração a
outra e é determinada pelos genes, localizados nos cromossomos das células.
A doença congênita é a anomalia com que uma pessoa nasce e em geral é o resultado
de um problema surgido durante o desenvolvimento do embrião ou durante o parto, por
exemplo, se uma mulher tiver rubéola durante as primeiras semanas de gravidez, isso deve
prejudicar o embrião, causando cegueira e outros males; não sendo a anomalia hereditária,
não é transmitida geneticamente, porém, resulta em distúrbios do desenvolvimento
embrionário.
Estas tres palabras se utilizan muy frecuentemente para referirse a trastornos,
padecimientos o enfermedades. Parecen decir más o menos lo mismo, pero en realidad sus
significados son bien diferentes.
Genético: referente a los genes, es aquella enfermedad producida por alteraciones en el
ADN, pero que no necesariamente tiene por qué haberse adquirido de los progenitores. En
muchos casos, el origen se debe a que uno o ambos padres son portadores de una
alteración genética que es susceptible de ser transmitida a los hijos. En otros muchos casos
se desconocen las causas exactas por la que un síndrome genético se da en un individuo
concreto sin haber antecedentes familiares.
Algunas veces, un gen anormal puede causar o contribuir a la aparición de condiciones
anormales de: la estructura del cuerpo, funcionamiento y química del organismo.
También podemos hablar de Síndromes Genéticos cuando existen un conjunto o patrón
de síntomas y signos en un individuo y su origen es debido a una alteración genética, ello
suele conllevar cambios importantes en el desarrollo tanto físico como conductual del sujeto
que los padece. Ejemplo de una enfermedad genética
La enfermedad de Tay-Sachs, en la cual la ausencia de una encima causa retraso mental y
la muerte principalmente en personas de ascendencia judía, europea oriental o canadiense
francesa.
Congénito: hace referencia a que se manifiesta desde el nacimiento. Un defecto
congénito es un problema que ocurre mientras el bebé se desarrolla dentro del cuerpo de su
madre. La mayoría de los defectos congénitos ocurren durante los primeros 3 meses del
embarazo.
Un defecto congénito puede afectar el aspecto del cuerpo, su funcionamiento o ambos.
Algunos defectos congénitos, como el labio leporino o los defectos del tubo neural son
problemas estructurales que pueden ser vistos con facilidad. Para encontrar otros, como son
los defectos cardíacos, los médicos usan pruebas especiales. Los defectos congénitos
pueden variar de leves a severos. Algunos resultan de la exposición a medicinas o
sustancias químicas, Las infecciones durante el embarazo, de igual manera se desconoce la
causa de la mayoría de los defectos congénitos.
Algunos defectos congénitos pueden ser mortales. Los bebés con defectos congénitos
pueden necesitar de una cirugía u otros tratamientos médicos. Actualmente, los médicos
pueden diagnosticar muchos defectos congénitos durante el embarazo. Esto les permite
tratar e inclusive corregir algunos problemas antes del nacimiento del niño. Ejemplo de una
enfermedad congénita A finales de los años 50 y principios de los 60 del siglo pasado se
recetó talidomida a muchas mujeres embarazadas para reducir las típicas náuseas del
primer trimestre. Durante aquellos años miles de bebés de todo el mundo cuyas madres
habían tomado talidomida nacieron con focomelia, una anomalía congénita que se
manifiesta en unas extremidades muy reducidas e incluso inexistentes. Un terrible trastorno
que en este caso no es ni genético, ni hereditario.
Hereditario: se refiere a aquello perteneciente o relativo a la herencia o que se adquiere
por ella. El material hereditario es un componente de las células que da las características a
éstas, además de darles una actividad específica. Las enfermedades hereditarias son un
conjunto de enfermedades genéticas caracterizadas por transmitirse de generación en
generación, es decir de padres a hijos, y que se suelen manifestar en la infancia, también
tiene un papel muy importante en el desarrollo de esta el ambiente, como la dieta alimenticia
o el estilo de vida.
Las enfermedades hereditarias provienen del espermatozoide o del óvulo y por tanto
existe desde el principio de la vida intrauterina. Las enfermedades hereditarias se deben a la
presencia de genes patológicos en los cromosomas (enfermedades hereditarias verdaderas,
enfermedades genéticas o genotípicas, genopatías, transmisibles), o bien a una anomalía
de los cromosomas (enfermedad por error cromosómico, raramente transmisibles).
Según el modo de transmisión, se distinguen las enfermedades hereditarias dominantes
autosómicas, las enfermedades hereditarias recesivas autosómicas y las enfermedades
hereditarias ligadas al sexo. Pueden o no ser congénitas, manifestándose en este último
caso durante la adolescencia o la edad madura Ejemplo de una enfermedad hereditaria El
albinismo, es una condición genética en la que hay una ausencia congénita de pigmentación
(melanina) de ojos, piel y pelo. Causado por una mutación en los genes. Es hereditario;
aparece con la combinación de los dos padres portadores del gen recesivo.
Característica hereditária: determinada por genes e transmitida a descendentes.
Exemplo: forma do lobo da orelha, grupo sanguíneo, etc.
Característica genética não hereditaria: ocorre nos genes (mutações somáticas) e não
são transmitidas aos descendentes. Exemplo: muitos tipos de câncer.
Característica congênita: manifesta-se logo após o nascimento. Exemplo: surdez
congênita por rubéola da mãe (ação do meio, não hereditária).
Característica congênita genética hereditária: genes herdados, manifestação ao nascer.
Exemplo: polidactilia.
Característica genética hereditária não congênita: manifesta-se bem depois do
nascimento. Exemplo: doença de Huntington.
• Referências
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0102assistencia1.pdf
http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=254
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