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AU TA RQ U IA D O E NS IN O S U P E R IO R D E G AR AN H U NS - A ES GA

C U RS O DE B A C HA R E L ADO EM DI R EI TO
Disc. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Prof.ª Maria do Carmo Silva

AULA 4
O MUNDO ÉTICO
REALE Miguel. Lições Preliminares de Direito. 25ª Ed., São Paulo. Editora Saraiva, 2001.

JUÍZOS DE REALIDADE E DE VALOR

As normas éticas não envolvem apenas um juízo de Em todo juízo lógico, cuja expressão verbal se
valor sobre os comportamentos humanos, mas denomina PROPOSIÇÃO, há sempre um sujeito de que
culminam na escolha de uma diretriz considerada se predica algo. A união entre o sujeito e o predicado
obrigatória numa coletividade. pode ser feita pelo verbo copulativo SER ou, então,
pelo verbo DEVER SER, distinguindo-se os juízos de
No ato de aprovar uma lei, haja sempre certa margem REALIDADE dos de VALOR.
de decisão livre, até mesmo de arbítrio, na realidade
a obrigatoriedade do Direito. “S” é “P” (juízo de realidade; é necessário, mas não
obrigatório)
O certo é que toda norma enuncia algo que DEVE SER, “S” deve ser “P” (juízo de valor; obrigatório)
em virtude de ter sido reconhecido um valor como
razão determinante de um comportamento declarado No que se refere à Moral e ao Direito, onde juízos de
obrigatório. Há em toda regra um “juízo de valor”, cuja valor assumem uma feição diversa em virtude do
estrutura mister é esclarecer, mesmo porque ele está caráter de obrigatoriedade conferido ao valor que se
no cerne da atividade do juiz ou do advogado. quer preservar ou efetivar.

Juízo é o ato mental pelo qual atribuímos, com caráter O legislador não se limita a descrever um fato social
de necessidade, certa qualidade a um ser, um ente. tal como ele é, à maneira do sociólogo, mas baseando-
se naquilo que é, determina que algo DEVA SER, com
A ligação feita entre o sujeito e o predicado é tida a previsão de diversas consequências, caso se
como necessária, sem o que não temos, verifique a ação ou a omissão, a obediência à norma
propriamente, um juízo. A ligação entre o sujeito e o ou a sua violação.
predicado pode ser de duas espécies: indicativa ou
imperativa.

ESTRUTURA DAS NORMAS ÉTICAS

Toda norma ética expressa um juízo de valor, ao qual É essa correlação essencial entre o DEVER e a
se liga uma sanção, isto é, uma forma de garantir-se LIBERDADE que caracteriza o mundo ético, que é o
a conduta que, em função daquele juízo, é declarada MUNDO DO DEVER SER, distinto do MUNDO DO SER,
PERMITIDA, DETERMINADA ou PROIBIDA. onde não há deveres a cumprir, mas previsões que
têm de ser confirmadas para continuarem sendo
A necessidade de ser prevista uma sanção para válidas.
assegurar o adimplemento (cumprimento) do fim
visado (objetivo), já basta para revelar-nos que a A norma ética estrutura-se como um juízo de dever
norma enuncia algo que DEVE SER, e não algo que ser, mas isto significa que ela estabelece, não apenas
TENHA DE SER. uma direção a ser seguida, mas também a medida da
conduta considerada lícita ou ilícita.
A previsão de um dever, suscetível de não
cumprimento, põe-nos diante de um problema que A norma é, em geral, configurada ou estruturada em
envolve a substância da estrutura normativa. É que função dos comportamentos normalmente previsíveis
toda norma é formulada no pressuposto essencial da do homem comum, de um tipo de homem dotado de
LIBERDADE que tem o seu destinatário de obedecer tais ou quais qualidades que o tornam destinatário
ou não aos seus ditames. razoável de um preceito de caráter genérico, o que
não impede haja normas complementares que
É essa alternativa da conduta positiva ou negativa que prevejam situações específicas ou particulares, que
explica porque a violação da norma não atinge a sua agravem ou atenuem as consequências contidas na
validade, a norma ética brilha com esplendor insólito norma principal.
no instante mesmo em que é violada. A regra, embora
transgredida e porque transgredida, continua válida.

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AU TA RQ U IA D O E NS IN O S U P E R IO R D E G AR AN H U NS - A ES GA
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Disc. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Prof.ª Maria do Carmo Silva

FORMAS DA ATIVIDADE ÉTICA

O filósofo alemão contemporâneo Max Scheler BEM INDIVIDUAL e BEM COMUM – todos os
contrapôs à Ética formal de Kant, ou seja, à Ética do homens procuram alcançar o que lhes parecer ser o
DEVER PELO DEVER, uma ÉTICA MATERIAL DE “bem” ou a felicidade. Pode ser vista sob dois prismas
VALORES, mostrando-nos que toda e qualquer fundamentais:
atividade humana, enquanto intencionalmente dirigida a) o valor da subjetividade do autor da ação;
à realização de um valor, em detrimento de outros, b) o valor da coletividade em que o indivíduo atua.
determine aberrações éticas, como é o caso de
homens que tudo sacrificam no altar do poder, da No primeiro caso, o ato é apreciado em função da
beleza, da economia, etc. intencionalidade do agente que visa à plenitude de sua
subjetividade, como individualidade autônoma, como
Poderemos discriminar as espécies fundamentais de pessoa. A Ética que ser verticaliza na consciência
normas, em função de alguns valores cardinais que, individual toma o nome de MORAL, sendo
através dos tempos, têm sido considerados o BEM considerada Ética da subjetividade ou do bem da
visado pela ação. pessoa.

BELO – as atividades relativas à realização do que é Quando a ação ou conduta é analisada em função de
belo, que têm como conseqüência o aparecimento dos suas relações intersubjetivas, a Ética assume duas
juízos estéticos, das normas estéticas. Exemplo: expressões distintas: a da MORAL SOCIAL (Costumes
artistas, poetas, homens para os quais a vida tem uma e Convenções Sociais) e DIREITO.
nota dominante, que é a nota estética.
BEM PESSOAL é aquele que o indivíduo se põe como
ÚTIL – a realização de bens econômicos para seu dever, realizando-o enquanto indivíduo. A virtude
satisfação de nossas necessidades vitais. O valor da temperança realiza-se no indivíduo e para o próprio
daquilo que é “útil-vital” implica um complexo de indivíduo.
atividades humanas no comércio, na indústria, na
agricultura. Relaciona-se à Ciência Econômica e a uma A Justiça é um laço entre um homem e outros homens,
série de atividades empenhadas na produção, como bem do indivíduo, enquanto membro da
circulação e distribuição de riquezas. sociedade e como bem do todo coletivo. O bem social
situa-se em outro campo da ação humana: o DIREITO.
SANTO – é o valor ao qual correspondem as religiões
e os cultos. É o valor divino norteando o homem na Quando os indivíduos se respeitam mutuamente,
sociedade. põem-se uns perante os outros como pessoas, só se
realizando plenamente a subjetividade de cada um em
AMOR – nas suas diferentes espécies e modalidades, uma relação necessária de intersubjetividade. É por
desde a simpatia até a paixão, passando por todas as essa razão que a Moral, visando ao bem da pessoa,
relações capazes de estabelecer um nexo emocional visa ao bem social, o que demonstra a unidade ética,
entre dois seres. muito embora esta possa ser vista sob diversos
prismas.
PODER – é a ciência da organização do poder e a arte
de realizar o bem social com o mínimo de sujeição.

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