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O direito penal é composto por normas que associam os factos juridicamente relevantes a

consequências jurídicas desfavoráveis.

Os factos juridicamente relevantes são:

os crimes

As consequências juridicamente desfavoráveis são:

Penas – Principais – Prisao ou multa

Outras medidas penais – medidas de segurança ou medidas de correccao

Prisao ou multa

A Prisao (restrição de liberdade) vai de mínimo de 1 mês a máximo de 20 anos (ou 25 apenas
se previsto na Lei) art 41 do CP prevê duração das penas prisao e art 132 do CP é um dos casos
em que prevê pena de 25 anos.

A multa vai de 10 dias a 360 dias, e de €5/dia a €500/dia em função da condição económica do
arguido . art 47

A multa pode ser substituída por trabalho – art 48

O não pagamento da multa, não tentando as varias hipóteses de pagamento conferidas pelo
código pode levar a prisão efectiva. A prisão efectiva sera igual a dois terços do total de dias de
multa, mesmo que sejam menos de 1 mês previstos como período mínimo de pena de prisão.
Por exemplo quem for condenado ao pagamento de 15 dias de multa e não o fizer pode ser
preso por dez dias (2/3 da pena de multa) – art 49

Medidas de segurança

O principio da culpa é basilar. So posso aplicar uma pena a quem pratique um acto previsto na
lei como crime desde que tenha culpa. Os menores de 16 anos e os inimputáveis em razão de
anomalia psíquica (art 19 e 20) são inimputáveis, logo não existe culpa e em consequência não
posso aplicar penas de prisão ou multa.

Posso no entanto aplicar em ambos os casos uma medida de segurança em ambos os casos,
não assente na culpa mas sim na perigosidade. Os menores de 16 estao sujeitos nestes casos à
Lei tutelar de menores e os inimputáveis por razão de anomalia psíquica podem ter medidas
de segurança privativas da sua liberdade – art 91 a 108 explica bem as medidas de segurança

Medidas de correccao

O DL 401/82 no seu artigo 6 explica bem as medidas de correccao (pag 591 – regime penal
especial para jovens)

Hoje já não temos contravenções mas apenas contraordenações (ver dicionário)

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O que é o crime?

Temos 4 perspectivas para entender:

Perspectiva formal, estrutural, sociológica e material

Formal

Crime é um facto sancionado com uma pena. Todo o facto ilícito que pode ser punido com
uma pena. Tudo o que esta descrito no código penal.

Estrutural

Crime é um comportamento humano descrito numa norma que tem uma previsão
(comportamento humano) a que corresponde uma estatuição (que prevê a pena para o
crime). Explicado a lápis no art 131 do CP

Esta é a regra mas no entanto nem todos os crimes tem esta estrutura, pelo que de seguida
faremos uma critica a esta perspectiva.

Os crimes podem aparecer na forma consumada ou na forma tentada. A responsabilidade


criminal existe para quem consuma e para quem tenta (art 22).

A tentativa so é punível se ao crime consumado corresponder uma pena superior a três anos, a
não ser que se tenha legislado de outra forma (art 23). Por exemplo a tentativa de ofensa à
integridade física simples (art 143) é impune uma vez que a moldura penal vai ate ao máximo
de três anos. A não ser que a lei diga o contrario. Na parte especial do CP não vem a estrutura
do tipo: para quem tente agredir alguém existe uma pena y. a tentativa não cumpre a
estrutura previsão/estatuição. Quando o legislador pretende punir a tentativa para casos com
moldura penal ate três anos, fica expresso na Lei.

Tambem quando um individuo não é o autor material do crime (caso de comparticipação


criminosa) esta estrutura não se faz. O autor (art 26) tem o seu crime previsto na parte
especial do código o que não acontece para o cúmplice (art 27). O cúmplice também praticou
um crime embora na parte especial não se cumpra a estrutura previsão/estatuição.

Nota importante: o cúmplice tem de saber da situação, tem de saber as consequências das
suas accoes ou seja agir com dolo para poder ser considerado cúmplice (Se A empresta a arma
a B, porque B diz que quer ir a caça e depois B mata C com essa arma não podemos considerar
A cúmplice. Se B pede a arma a A para matar C e A empresta, A é cúmplice). Em ambos os
casos (tentaiva e cumplicidade) o CP prevê penas excepcionalmente atenuadas (art 23 e 27)

Alem disso também as contra ordenações (direito de mera ordenação social) tem uma
estrutura previsão/estatuição em que a consequência jurídica da contra ordenação é uma
coima (se tem coima não é crime, é contra ordenação). Exemplo o DL 28/84, no seu artigo 57,
pag 225 – abate de reses

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Sociologica

Crime é quando a accao humana não esta de acordo com as concepções ético/sociais
dominantes na sociedade. É quase sempre assim mas por vezes não há coincidência entre o
que é crime, segundo a descisao do legislador e a concepção da sociedade.

Exemplos: O adultério é socialmente reprovável mas não é crime. O incesto, desde que ambos
maiores, é brutalmente reprovado pela sociedade mas não é crime. Transportar uma arma,.
Sem lhe dar nenhum uso, para a entregar a um amigo é aceite pela sociedade mas é crime
segundo o legislador. Ou seja, nem sempre há uma coincidência entre o ordenamento
jurídico/penal e as convicções éticas/sociais/religiosas.

Material

O crime é todo o comportamentos humano que lesa ou coloca em causa bens jurídicos
fundamentais (Bens jurídicos em penal = direitos fundamentais em Constitucional). Quando o
legislador legisla em direito penal o que pretende é a defesa dos bens jurídicos (se existir uma
norma que puna um crime que não vise a defesa de um bem jurídico, a norma deve ser
inconstitucional).

Chamam-se crimes uniofensivos aqueles que lesam apenas 1 bem jurídico

Chamam-se crimes pluriofensivos ou pluridimensionais aqueles que lesam vários bens jurídicos
(exemplo: a violação lesa os bens jurídicos da liberdade sexual, dignidade, integridade física,
vida , etc)

Bens jurídicos – são interesses da sociedade, considerados essenciais do ponto de vista


funcional num determinado momento, de tal forma que se não forem acautelados podem
criar caos social.

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Facto típico – o que está tipificado na Lei

Categorias analíticas – analisar um facto para perceber se é um crime

Técnica substantiva sucessiva – chegar ao final passando por todos os “apeadeiros” temos de
analisar todas as categorias analíticas e so se ok para todas é um crime.

Categorias analíticas:

 Accao relevante para o direito?


 Tipicidade (o facto é típico, ou seja é proibido por lei?)
 Ilicitude (o facto é ilícito?)
 Culpa (Existe culpa? O sujeito é imputável?)
 Punibilidade (se quem praticou o crime de homicídio tb morreu, já não posso
condenar um morto a pena de prisão)

Art 142 – Casos de exclusão de ilicitude em que IVG não é punida

Art 19 e art 20 – Inimputabilidade

Art 13 – Dolo e negligencia (muito importante: todos os crimes são dolosos a não ser que o
legislador diga que é apenas negligente) Sempre que o legislador quiser punir alguém por
negligencia tem de o escrever (exemplo art 137, homicidio por negligencia ou artigo 148) caso
contrario é sempre doloso.

Definições importantes

Norma jurídica – Regra destinada a regular relações inter subjectivas que assumem
importância relevante na sociedade, emanadas dos órgãos ou enridades competentes para
definir o direito com caracteristicas de generalidade, abstraccao, hipotecidade e
coercibilidade.

Estatuição e Previsao

A norma compõe-se normalmente por 2 partes: previsão e estatuição. A previsão é a


caracterização abstracta da situação a que o facto se reporta. A estatuição é o enunciado da
regra ou dos efeitos jurídicos aplicáveis que a verificação concreta da situação jurídica prevista
desencadeia.

Sancao jurídica – Consequencia desfavorável que recai sobre aquele que incumpra a norma.

Pena – consequência jurídica do crime. A lei não contem uma definição material de pena.

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Bem jurídico fundamental

O Direito penal visa a proteccao dos bens jurídicos fundamentais, que são valores essênciais
à subsistência da sociedade em condições de igualdade. O conceito não e fechado mas pode
definir-se bem jurídico como a expressão de um interesse num determinado momento e local
, da pessoa ou da comunidade, relevante para a sociedade e por isso reconhecido
juridicamente como valioso. Um bem jurídico é um interesse ou um valor.

Atraves da interpretação teleológica ou finalística posso olhar para a norma e tentar perceber
o bem jurídico fundamental (ou os bens jurídicos fundamentais) que o legislador tentou
proteger. Um bem jurídico fundamental depende do enquadramento espácio/temporal. Ou
seja depende do tempo e do espaço onde é analisado. Não há dois códigos penais de dois
estados que sejam rigorosamente iguais. Em Cuba o incesto é crime e no Uganda a
homossexualidade é crime. Em Portugal nenhum desses factos é crime. Ou seja depende de
uma analise de espaço. Há cem anos em Portugal não havia crime de burla informática nem
de assedio pela internet pelo que o crime, a proteccao de bens jurídicos fundamentais, varia
de acordo com uma analise temporal. O CP, na sua parte especial, já faz uma divisão clara dos
bens jurídicos a proteger e tenta agrupa-los. Nos casos em que protege vários bens jurídicos
coloca a norma no “grupo” do bem jurídico que releva mais.

Artigos 272 e seguintes são crimes de perigo comum (incêndios, explosoes e outras condutas
especialmente perigosas) que podem colocar em causa um leque muito variado de bens
jurídicos fundamentais (vida, integridade física, liberdade, propriedade, património, etc)

Principio da subsidiariedade do direito penal – direito penal como “ultima ratio”

A intervenção do direito penal so terá legitimamente lugar quando os demais ramos do


direito ou outros quadros sancionatórios do nosso ordenamento jurídico se afigurar ineficaz
na proteccao dos bens jurídicos fundamentais ou valores cuja proteccao é pretendida. O
direito penal so deve intervir em ultima instancia ou em ultima ratio. Trata-se de uma
decorrência do principio da necessidade, plasmado no numero 2 do artigo 18 da CRP.

Quando alguém pratica um crime aplica-se uma pena. As penas são as sanções mais brutais no
nosso ordenamento jurídico. O direito penal é subsidiário e so posso evoca-lo em ultima
instancia. Não posso restringir a liberdade (principio da necessidade, 18.2 da CRP) a não ser
que seja mesmo necessário.

Exemplo: O direito penal tutela o bem jurídico fundamental vida. Não pode ficar apenas no
âmbito do direito civil (sancao pecuniária) senão os muito ricos podiam matar quem quisessem
pagando e os muito pobres podiam matar quem quisessem porque não tendo dinheiro nem
bens e não havendo prisão por dividas matavam e nada lhes acontecia.

O direito penal so intervem se necessário e eficaz (respeitar sempre este binómio)

Principio da fragmentariedade do direito penal

Resulta da circunstancia de apenas ser crime o comportamento que atente contra bens
jurídicos fundamentais da vida em sociedade de modo particularmente grave (caracter

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duplamente fragmentário do direito penal). Dito de outra forma, so os comportamentos
mais graves são qualificados como crime pelo que o critério de seleccao é a gravidade não
tendo a lei penal a pretensão de abranger todo o sector da vida social. O Direiro penal divide
os bens jurídicos em fundamentais e não fundamentais (so se debruça sobre os
fundamentais, esta é a primeira fragmentação). Dentro dos bens jurídicos fundamentais
divide de novo (daí a designação dupla fragmentação) entre a gravidade da accao e o grau
de colocação em causa dos bens jurídicos fundamentais(amplitude da tutela – negligencia so
é crime quando o legislador o escrever expressamente e tentativa apenas nos casos em que a
moldura penal para a consumação seja superior a três anos, a não ser que o legislador
escreva expressamente que quer punir a tentativa em crimes com moldura penal inferior a
três anos). Para esta divisão é importante perceber se o bem jurídico tem ou não dignidade
penal e depois se carece ou não da intervenção do direito penal em função do principio da
subsidiariedade (ultima ratio, CRP 18.2)

2 formas de imputar o crime do ponto de vista subjectivo do direito penal: Dolo ( o agente quis
fazer aquilo, é propositado) e negligencia (o agente não quis fazer aquilo, não e propositado)

Artigo 13 do CP – So há crimes dolosos. Quando o legislador quiser punir a negligencia a lei


tem de o referir expressamente (art 137,148)

Tirando estas excepções o que é negligente é apenas do âmbito civil, porque a tutela civil é
suficiente e eficaz. Por exemplo não há crimes de negligencia contra a propriedade no direito
penal (se vou a casa de alguém e parto um bule não vou preso mas posso ter de comprar um
bule novo ou pagar o valor do bule em dinheiro)

Principio da necessidade do Direito penal –– artigo 18.2 da CRP

A restrição de DLG so pode ter legitimamente lugar quando absolutamente necessária para a
proteccao de outros valores, também eles com dignidade constitucional. Este principio
impõe especial ponderação em matéria de pena, quer no momento da determinação
concreta (exemplo art 72, 1 do CP) quer no momento da sua previsão abstracta pela lei. Este
principio também se observa no art 193 do CPP.

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Aula Pratica – 8/10/2012

O art 152 tutela imensos bens jurídicos para la da integridade física

O objecto do crime – é o quid, a coisa, sobre quem recai o crime (a pessoa, a propriedade, etc)

Agente – autor do crime

Sujeito – dicionario

Facto típico – o que pode ser qualificado como crime

A dignidade penal é fundamental para determinar o grau de ataque a bem jurídico


fundamental

Ex: art 140 – não existe punição para aborto por negligencia. Não é punido.

A parte geral é uma extensão da parte especial do código penal

Aula teórica de 15/10/2012

Notas importantes:

art 31 a 39 falam de exclusão de ilicitude

Art 127 – Não há punibilidade por morte do autor

Art 144 – explica o que o legislador considera com ofensa a integridade física grave. Aparece
em muitos artigos a ofensa a integridade física grave. Não vale a pena inventar mas sim ler o
que o legislador considera.

A criminologia tenta estudar as causas dos crimes

Lombroso – Causa biológica em funcao de ma formacao congénita. Estava predestinado a


homens com testa pequena, mãos grandes e com muita capilosidade corporal. O homem já
nascia pré destinado para o crime.

Ferri – Causa social – Os crimes principais para Ferri eram a prostituição e o envenenamento.
As criminosas actuavam por dificuldades sociais e financeiras. Era genro de Lombroso. O
homem/mulher não era livre porque estava destinado ao crime.

Garófalo – Causa psicológica. Negava o livre arbítrio. O homem praticava o crime por
problemas de ordem psicológica.

Politica criminal ou penal (pode sair na frequência)

Congrega um conjunto de princípios que devem estar vigentes no nosso ordenamento jurídico.
Por exemplo, a culpa é um pressuposto da pena, sendo a culpa também relevante para a
medida de pena a aplicar. A extensão da pena depende do grau de culpa (dignidade da pessoa
humana, art 25 da CRP). A diferente gravidade deve corresponder diferente moldura penal –

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Principio da Proporcionalidade – Restricoes aos DLG so podem ter legitimamente lugar desde
que proporcionais à gravidade e aos efeitos dos factos cuja pratica as fundamenta. Tem que
ser observado este principio quer na atribuição das penas quer seja determinação abstracta
(moldura penal) ou concreta (atribuída por Juiz)

O Principio da Subsidariedade deve ser levado em conta

Assim como o o principio da dupla fragmentação

Assim como o principio da necessidade

Assim como o principio da mediação judicial ou judicializacao na aplicação lei penal

(CRP art 27.2, 27.3 27.4 27.5)

Ninguem pode ser privado, total ou parcialmente, da liberdade a não ser em consequência de
decisão judicial condenatória por pratica de acto punido por lei com pena de prisão ou
aplicação de medida de segurança (CRP27.2) Excepções a esta pratica na CRP 27.3

Principio da representatividade politica ou da resrva da lei formal ou democrático

So a AR ou governo com autorização especial da AR pode legislar sobre crimes, penas, medidas
de segurança e processo criminal – CRP, 165.1.C

Principio da igualdade

CRP 13

Principio da humanidade das penas

CRP 24.1 25.1 25.2 (sobretudo o 25.2) Este principio resulta da dignidade da pessoa humana.

Existem crimes públicos, semi públicos e particulares

Tipos de crime

Publicos – Basta que alguém tenha conhecimento do facto e dar conhecimento a policia
criminal que encaminha para Ministerio publico para inquérito. Se CP não diz nada o crime é
publico.

Semi públicos – Para que o MPublico tenha legitimidade para abrir inquérito o titular deve
apresentar queixa (ex art 143 a lei diz que procedimento depende de queixa)

Particulares – Para que o MPublico tenha legitimidade para abir inquérito o titular deve
apresentar queixa e fazer a acusação aprticulat descrevendo os factos com detalhe. A lei
nestes casos diz que o procedimento depende de queixa e acusação (ex final do art 188 que
remete para todos do 180 ao 187 do CP)

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ILICITO DE MERA ORDENAÇÃO SOCIAL – DL 433/82 DE 27 OUTUBRO

Historicamente, na Alemanha do pos guerra o Estado começa a ter intervenção em múltiplos


domínios e cria muitas regras cuja inobservância era crime. Com o aumento do numero de
crimes, os tribunais não conseguiam dar vazão aos processos e muitos prescreviam. Exageros
como considerar crime um homicídio ou furar as regras das senhas de racionamento (em uso
na época) levam a que sendo tudo crime nada é crime e as penas deixam de ter um efeito
dissuasor. Na Alemanha em 1952 é criada a figura do ilícito de mera ordenação social para
todos os factos dignos de titela jurídica mas que não são criminalizados mas sim sancionados
com coima. Em 1979 o movimento de purificacao do Direito Penal, liderado pelo Prof Eduardo
Correia decidiu retirar do ilícito penal os comportamentos que não tinham dignidade penal. No
direito penal so ficam os crimes que colocam em causa bens jurídicos fundamentais e que não
possam ser eficazmente protegidos por outros ramos do direito. (O Preambulo do DL 433/82 é
uma boa e legitima cabula para esta matéria e o seu artigo 1 define com clareza o que é uma
contra ordenação)

O crime é típico, ilícito e culposo e a contraordenação é típica (facto), ilícita (ilícito) e culposa
(censurável) como explanado no art 1 do DL 433/82.

DIFERENCA ENTRE ILICITO CIVIL E PENAL

 No civil o credor pode renunciar aos direitos disponíveis. No penal não pode se crime
for publico.
 No civil as sanções podem ser fixadas antecipadamente em caso de incumprimento.
No penal as penas não são negociáveis e são fixadas previamente pelo legislador.
 HÁ transmissibilidade da responsabilidade civil inter vivos e mortis causa. No penal
intransmissibilidade sem excepção.
 Civil tem presunção culpa e penal a presunção inocencia
 No civil é possível a inversão do ónus da prova mas no penal não
 No civil para pessoas singulares e colectivas sem distinção. No penal a regra é para
pessoas singulares excepto art 11 CP.
 Coima no Civil e pena e multa no penal.
 No civil não há restrição liberdade mas no penal pode haver.

DIFERENÇA ENTRE ILICITO PENAL E ILICITO MERA ORDENACAO SOCIAL

NO IMOS podem ficar normas neutras ou sem dignidade penal.

Ponto de vista sancionatório/punitivo

A coima é pecuniária, sendo que o legislador define o seu mínimo e máximo. A multa pode ser
convertida em pena de prisão (art49 CP) mas a coima jamais sera convertida em pena de
prisão. A restrição total ou parcial de liberadde não existe no ilícito de mera ordenação social
(a excepção de detenção para identificação)

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Ponto de vista processual

 No penal quem aplica as penas são os tribunais. No IMOS quem aplica as coimas é a
Administração. Se o cidadão não se conformar pode recorrer aos tribunais comuns (na
maioria dos casos) ou Administrativo (p ex para questões fiscais)
 No penal existem medidas de coaccao (TIR, pulseira electronica, prisão preventiva,
prisão domiciliaria, etc antes do julgamento). No IMOS não podem ser aplicadas
medidas de coacção que privem a liberdade (excepção detenção para identificação)
 No Penal as testemunhas são ajuramentadas (prestam juramento) mas no IMOS não
são ajuramentadas.
 No penal admite-se recurso da 1ª instancia para a relação e se pena de prisão superior
a 8 anos para o Supremo. No IMOS as contraordenações so admitem o recurso para a
Relação em casos de montantes elevados e não existe recurso para supremo.

Ponto de vista Substantivo

 Por regra so as pessoas singulares podem ser responsabilizadas penalmente (excepção


para previsto no artg 11 CP). No IMOS não existe distinção (art 7 DL 433/82)
 No penal os crimes prescrevem entre os 2 e 15 anos (art 18 CP). No IMOS os ilicitos
prescrevem mais rápido, entre 1 a 5 anos (art 27 DL 433/82)
 No penal as penas prescrevem de 4 a 20 anos (art 122 CP). No IMOS prescrevem de 1 a
3 anos (art 29 DL 433/82)
 No penal a tentativa é punivel se crime consumado com moldura penal superior a 3
anos ou se legislador assim entender e escrever (art 23.1 CP). No IMOS a tentativa so é
punível se a lei assim o determinar.

Ambito e diversidade do direito penal

O Direito penal geral é aquele contido na parte geral do código (princípios aplicabeis a parte
especial eà legislação avulsa)

O Direito Penal especial é o que contempla o comportamento humano lesivo aos bens
jurídicos tipificados como crime. Existe na parte especial do código penal e na legislação
avulsa. Há mais crimes previstos fora da parte especial do código do que na parte especial
(economia, saúde publica, cibercrime, direitos autor, propriedade industrial, infraccoes
tributarias, legislação laboral, crimes contra a segurança social, etc).

Razoes para legislação fora do código:

 Segundo Figueiredo Dias no CP so devem estar crimes que coloquem em causa os BJ


previstos no titulo II da CRP
 Alem disso com tantos crimes novos a entrar e outros a sair, o código penal não seria
estável e a estabilidade do CP é muito valorizada.
 Alem disso muitos crimes estão próximos de algumas áreas de saber jurídico e devem
estar noutros códigos para serem mais facilmente interpretados.

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Aula pratica 22/10/2012 e 29/10/2012

Quando aparece nos artigos (se do comportamento anterior resultar … “, isto implica um crime
agravado pelo resultado (art 18 do CP prevê agravamento da pena pelo resultado). É um crime
praeterintencional (1º existe uma conduta dolosa e depois desse facto advem um resultado
mais grave, no mesmo objecto, a titulo de negligencia – os três factos tem de ser comulativos)

Ex: alguém da um murro a alguém que se desequilibra e cai das escadas morrendo. O crime é
ofensa a integridade física (não quis matar) agravado pela morte.

Crimes gerais ou comuns – qualqyer agente pode cometer

Crimes específicos – so alguns agentes o podem cometer (o crime especifico grava sempre a
actuacao do agente porque sobre eles incidem especiais deveres – exemplo: crimes cometidos
por funcionários)

O que pode ser considerado como funcionário esta descrito no art 386 do código penal. São
imensos e são cada vez mais. Na alínea c deste artigo cabe quase tudo.

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Aula teórica – 29/10/2012

Existe o direito penal geral (da parte geral do código) e o direito penal especial (parte especial
do código e legislação extravagante.

O Direito penal especial é o conjunto de actos humanos que por lesarem bens jurídicos
fundamentais são crime.

Direito penal especial pode ter uma perspectiva Vertical ou Longitudinal

Perspectiva Vertical pode ser central ou lateral

Vertical central se norma contida na parte especial do CP

Vertical lateral se norma fora do codigo

Perspectiva Longitudinal pode ser principal ou complementar

Lateral principal – se não há similitude com o plasmado na parte especial do código

Lateral complementar – se há similitude com o plasmado na parte especial do código

Central principal e central lateral so posso falar se estiver a ver a perspectiva histórica …

Ilicito disciplinar

Sanções disciplinares para funcionários, no exercício das suas funções. O processo disciplinar é
nulo se a pessoa não se puder defender ou se a acusação não for detalhada nas acusações
imputadas ao infractor.

Nota: o artigo 36.2 do CP fala do conflito de deveres e na obrigação de obediência hierárquica.

Outra nota: Principio da respeitosa representação: A não concorda com a ordem de B, seu
chefe. Pode recorrer para C, Chefe de B

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Direito penal Internacional

A norma 29.2 da CRP não faz sentido. Ou quer dizer o mesmo que 29.1 ou quer dizer que o
costume internacional é lei, mesmo que não esteja vertido na ordem interna. Nesse caso o
principio da legalidade (29.1 CRP) não se satisfaz porque não sem lei escrita previa, não há
crime nem pena.

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TEORIAS DOS FINS DAS PENAS

As penas tem fins mediatos (obtenção dos fins do Estado. Todo o direito é fruto de actividade
legislativa e a lei visa a obtenção dos fins do Estado)

As penas tem fins imediatos (teoria absoluta dos fins das penas e teoria relativa dos fins das

penas)

Teoria absoluta dos fins das penas – retribuição, castigar, retribuir o mal com o mal.

Kant – Imperativo categórico ético. A pena não tem nenhum fim pragmático em vista. Integra
no direito penal o conceito de culpa e de a pena não pode ultrapassar a culpa (CP40.2 e 71 se
não estou em erro)

Hegel – A pena é apenas a reposição da validade da norma violada

Teoria da prevenção geral – Para que os demais membros da sociedade não cometam crimes,
proteccao da Comunidade.

Teoria da prevenção especial – Para que o autor não volte a reincidir, proteccao do próprio.

Historicamente a retribuição domina a historia (exemplo: Lei de Talião – olho por olho, dente
por dente - mas não resulta porque se matou cem pessoas não o posso matar cem vezes e se
provocou aborto a ex mulher não posso fazer igual porque homens não engravidam).

Nota: Penas mais duras não implicam mais segurança: Primeiro porque os criminosos
primários não conhecem as penas. Depois porque o crime é praticado muitas vezes em tensão.
Depois porque penas mais elevadas não permitem a hipótese de ressocialização. A teoria
absoluta dos fins das penas caiu em desuso e devemos ponderar a utilização das outras duas,
em conjunto. Separadas também podem levar a extremos. O que conta é a prevenção e a pena
deve servir para proteger o bem jurídico, imputando aos criminosos decisões jurídicas
desfavoráveis e fazendo crescer a confiança das pessoas nas normas.

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Aula teórica 5/11/2012

O artigo 40 do CP fala das finalidades das penas. O nosso CP deixou a finalidade retributiva de
fora mas fala da prevenção geral positiva “… proteccao bens jurídicos…” (reforça a confiança
dos cidadãos na norma) e prevenção especial positiva “… reintegração do agente na
sociedade…”

Art 40.1 Esta aqui presente o principio da culpa.

Art 40.2 – A pena nunca pode ultrapassar a culpa. A culpa é o limite máximo da pena. O que
fundamente a pena é a prevenção geral e a prevenção especial. A culpa é um pressuposto da
pena e não um fundamento.

Para o mesmo ilcito criminal a pena pode ser maior ou menor em função da culpa.

O art 71 fala exactamente sobre a determinação da medida da pena: O juiz tem de justificar a
sua escolha face a moldura penal em função dos requisitos plasmados no art 71.2 (art 71.1
verte a obigacao do juiz)

Moldura penal:

O limite mínimo da pena é a exigência da prevenção geral

O limite máximo é a culpa do agente

No meio esta a ponderação da prevenção especial

Definicao pena:

O juiz tem de olhar para as exigências da prevenção especial e geral antes de decidir a pena.

Execucao pena:

Na fase de execução da pena também existem exigências de prevenção geral e especial

art 42 – “…servindo a defesa da sociedade…” (prevenção geral) e a “… reintegração social do


recluso… ” (prevenção especial)

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Teoria do bem jurídico

Dimensão pessoal ou liberal – bj igual a direito subjectivo do titular

Dimensão colectiva – dimensao colectiva do bem jurídico

Exemplo 1 – A compra algo na loja de B e paga com cheque careca. Se A restituir o dinheiro e
reparar o dano na integra não é condenado. Sobrepoe-se o bj individual património de B ao
bem jurídico da comunidade segurança e credibilidade do cheque bancário.

Exemplo 2 – A mata B. A família de B vai a tribunal agradecer a A e diz ao Juiz que ainda fez um
favor porque B era um malando. A sera sempre condenado em função do bem jurídico vida e
do seu valor para a comunidade e o alarde social que provoca.

Por vezes são valorizados os BJ individuais/liberais e outras vezes os colectivos.

Principio da legalidade

Nullum crimen nulla pena sine lege – não há crime nem pena sem lei

A lei tem de ser formal (CRP 165.1.c) – é o principio da representatividade democrática e da


separação poderes

A lei tem de ser prévia (CRP 29.1, 18.3 e art 1 CP) – Principio da retroactividade da lei penal
incriminadora

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Aula Teorica – 26/11/2012

São proibidas as formas de justiça privada (desde as ordenações, por exemplo os duelos).
Exclusividade de punição por lei

Nas ordenações as penas eram aplicadas pelo Juiz quase por livre arbítrio: O casuísmo, a
arbitrariedade e a desigualdade eram características do Direito Penal.

As ordenações estiveram em vigor ate 1852 (data do primeiro código penal). Entre 1603
(ordenações Filipinas) e o primeiro CP surgiu a constituição de 1822 (que nos seus artigos 10 e
11 tinha temas importantes para o Direito Penal). O que muda: Impedida a transmissibilidade
da responsabilidade penal; Embriao do Principio da Subsidariedade; Principio da igualdade das
penas.

Logo em 1853 é constituída uma comissão para rever o código. Em 1886 surge o segundo
código penal (entretanto em 1867 a pena de morte é abolida em Portugal). O código de 1886
vigorou ate ao código de 1982 que entrou em vigor em Janeiro de 1983. Fruto do 25 de Abril, a
constituição de 1976 tambem procedeu a algumas alterações penais.

Em 1963 o Prof Eduardo Correia apresentou a Assembleia Nacional um Projecto de uma parte
geral do código e em 1967 um projecto de uma parte especial. So em 1974 se foi revisitar o
tema e usou-se o trabalho do Prof Eduardo Correia como base do nosso actual código penal.

Revisao de 1995

 Crimes sexuais passam para o âmbito dos crimes contra as pessoas


 Ajustaram-se as molduras penais e agravaram-se as penas dos crimes contra as
pessoas.
 Os crimes contra o património são valorizados e passam do titulo IV para o titulo II
 Criou-se o artigo da finalidade das penas – art 40 CP

Revisao de 2007

 Abrir a responsabilidade criminal às pessoas colectivas (art 11 CP). Ate 2011 a


legislação sobre crimininalizacao faz pessoas colectivas era legislação extravagante.

I – NORMAS QUE PROIBEM CERTAS PENAS E CERTAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

 CRP 24.2 – Pena de morte


 CRP 25.2 – Penas cruéis e degradantes
 CRP 30.1 e 30.2 – Penas e medidas de segurança perpétuas, de duração ilimitada ou
indefenida – PRINCIPIO DA HUMANIDADE PENAS + DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
(CRP1)
 CRP 33.3, 33.4, 33.5 e 33.6 – Principios da Extradicao
 CRP 30.4 – Nenhuma pena priva direitos políticos, profissionais ou civis.

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II – PROIBICAO DA TRANSMISSIBILIDADE DAS PENAS (JÁ DESDE A Constituição de 1822)

 CRP 30.3 – Caracter pessoal da responsabilidade criminal

III – DELIMITACAO DA APLICACAO NO TEMPO DAS LEIS PENAIS E FIXACAO DO AMBITO DA


SUA INTERPRETACAO

 CRP 29.1 – Proibicao de retroactividade


 CRP 29.3 – Proibicao de analogia e de interpretação extensiva
 CRP 29.4 - Aplicacao retroactiva da lei penal mais favorável
 CRP 29.5 – Ne bis In Idem – Ninguem pode ser julgado mais de uma vez pela pratica do
mesmo crime

IV – FONTES DO DIREITO PENAL

 CRP 165.1.C – Representatividade politica e reserva lei formal


 CRP 29.2 – Principios gerais do direito internacional

V – PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL

 Principio da Subsidariedade ou da necessidade da pena ou da maxima restrição das


penas ou da intervenção mínima – CRP 18.2
 Principio da Igualdade – CRP 13 e 18.3
 Principio da culpa – CRP 1 e 25.1
 Principio da humanidade das penas – CRP 24.2,25.2, 30.1, 30.2, 30.4, 33.3, 33.4, 33.5,
33.6, etc
 Principio da intransmissibilidade da responsabilidade Criminal – CRP 30.3
 Principio da legalidade – CRP 29 e CP art 1 (função garantistica dos direitos
fundamentais dos cidadãos, como consequência da revolução Francesa.

Decorrencias ou corolários da legalidade penal:

 Exigencia de lei certa – não pode ter na lei conceitos vagos e indeterminados. Tem de
ser uma lei clara, não podem ser clasusulas gerais.
 Exigencia de lei expressa -
 Exigencia de lei escrita – Lei ou DL ao abrigo CRP 165.1.C
 Exigencia de lei estrita – Não posso integrar lacunas para analogia nem interpretar
extensivamente.
 Exigencia de lei previa – 29.1 CRP (não há crime nem pena sem lei – Nullum Crimen
nulla poena sine lege -
 Exigencia de tipicidade
 Mediacao judicial ou principio da jurisdicionalidade da lei penal – CRP 29.1, 27.2 e 32.2
 Proibicao da dupla valoração e da dupla condenação – Ne bis in Idem – CRP 29.5
 Representatividade politica ou reserva lei formal – CRP 165.1.C

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Aula pratica 3/12/2012

O principio da legalidade diz-nos que não há crime nem pena sem lei previa. Ou seja evoca o
principio da irretroactividade da lei penal.

A proibicao da retroactividade da lei penal esta bem expressa nos artigos 29.1 e 29.3 da CRP. A
primeira parte do art 29.4 da CRP também faz essa proibicao. Esta é a regra.

No entanto a parte final do art 29.4 da CRP obriga à aplicacao retroactiva da lei se conteúdo
mais favorável ao arguido. Aplica-se a lei de conteúdo mais favorável e não obrigatoriamente a
que tem a pena mais favorável.

Exemplo: A comete crime em 1 janeiro e vigora a lei X. A 5 Janeiro entra em vigor a lei Y. O
julgamento é em Fevereiro. Embora no momento da pratica do facto se aplicasse a lei X e
embora a regra seja a não retroactividade da Lei Penal, A deve ser julgado ao abrigo da Lei Y
que lhe é mais favorável.

Sucessao de Leis no tempo – art 2 CP

Sucessao em sentido próprio significa que existe uma lei penal cujo regime é modificado por
uma lei posterior. A um regime penal sucede-se outro regime penal (exemplo: uma lei que
mantem a incriminacao mas altera a moldura penal)

Sucessao em sentido impróprio significa que existe uma lei penal e posteriormente outra lei
penal que não modifica a anterior mas antes a elimina do conjunto das infraccoes criminais (é
uma norma revogatória).

2.1 – momento pratica facto= actuacao do agente ao abrigo art 3 CP

A lei penal que se aplica é a vigente no momento de pratica do facto (como plasmado e
previsto no art 3 do CP).

2.2 – Descriminilizacao. Se A pratica um crime típico, ilícito, culposo e punível plasmado na


norma B. Se a norma B desaparece a responsabilidade criminal de A também desaparece. Se a
defesa do bem jurídico fundamental deixa de ser reconhecida pelo legislador, os efeitos penais
também. Atencao: nos casos de pena de multa a multa não é devolvida e nos casos de prisão
efectiva o arguido não é ressarcido pelo tempo já cumprido embora deva ser posto de
imediato em liberdade. É sucessão em sentido improprio. O bem jurídico da norma anterior
deixa de ter dignidade penal. O processo e automático, o arguido não precisa de fazer nada.

2.3 – Leis de emergência ou leis temporárias – é a legislação para um determinado momento


em funcao das circunstancias de emergência. Tem um tempo de vigência curto. O agente é
punido, mesmo nos casos em que a lei posterior (reposicao da normalidade, depois do estado
de emergência) lhe seja mais favorável. Se assim não fosse ninguém cumpriria as leis durante o
período de emergência que são sempre mais restritivas.

2.4 – A pena a cumprir pelo agente será a da lei mais favorável, mesmo que ao abrigo de lei
posterior aos factos e posterior à condenacao transitada em julgado. Este artigo é de sucessão
em sentido próprio. Atencao so para leis penais substituídas por outras leis penais. Ate a

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alteração de 2007 se a sentença já tivesse transitado em julgado o condenado já não podia
evocar o art 2.4 do CP em nome da intangibilidade do caso julgado. Hoje em dia já não é assim
e o condenado pode requerer (o processo não e automático) ao abrigo do 371A do CPP a
abertura de audiência de julgamento para fazer cumprir o 2.4 CP. Ver também 29.4 CRP e
considerar para arguido e condenado.

Momento da pratica do facto – art 3 CP

Art 3 CP – o momento em que o agente actuou ou em caso de omissão devia ter actuado.

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Aula teórica – 3/12/2012

Normas penais incriminadoras são aquelas que criam responsabilidade criminal ou que
agravam pressupostos de punibilidade e de punicao (ex art 131 e 140 são normas penais
incriminadoras porque criam responsabilidade criminal). Comparando o art 131 com 132, 132
é norma penal incriminadora porque agrava os pressupostos de punibilidade e punicao.

 Admite-se a interpretacao declarativa


 Admite-se a interpretacao restritiva ( faz sentido porque quanto mais restritiva a
interpretacao, menos casos cabem na incriminacao penal e menos direitos
fundametais são postos em causa)
 Proíbe-se a interpretacao extensiva (não é doutrina unânime. O art 1.3 do CP so proíbe
a analogia mas ao abrigo do artigo 29.3 da CRP prevê que “não podem ser aplicadas
penas ou medidas de segurança que não estejam expressamente previstas” a
Interpretacao extensiva vai para lá do que é expresso.)
 Proibe-se o recurso a analogia (Se Juiz recorre a analogia para o caso omisso ponho em
causa a separacao de poderes entre o poder legislativo e o poder jurisdicional. A lei na
CRP 165.1.I prevê o principio da representatividade democrática. Alem disso se o juiz
decide por analogia para o caso concreto esta a criar direito para o caso concreto o
que viola o disposto no art 18.3 da CRP que prevê que a restricao de DLG so pode ser
feita por lei geral e abstracta)

Normas penais favoráveis são aquelas que visam afastar a responsabilidade criminal e que
tornam mais brandos os pressupostos de punibilidade e punicao (ex: art 32 – legitima defesa
que afasta a responsabilidade criminal ou a comparacao 131vs 133 ou 143 vs 146 em que se
tornam mais brandos os pressupostos de punibilidade e punicao)

 Admite-se a interpretacao declarativa


 Admite-se a interpretacao extensiva (faz sentido porque quanto mais extensiva a
interpretacao, menos casos cabem na incriminacao penal e menos direitos
fundametais são postos em causa)
 Admite-se o recurso a analogia (a doutrina não é unânime)
 Proibe-se a interpretacao restritiva

Interpretacao declarativa – letra igual ao espírito

Interpretacao extensiva – Esticar a letra para chegar ao espírito. O legislador foi parco em
palavras.

Interpretacao restritiva – Encolher a letra para chegar ao espírito. O legislador foi excessivo no
texto

Analogia – aplicar uma norma análoga ao caso omisso.

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Leis Penais em branco

O artigo 132.1 fala de algo especialmente censurável, o que coloca em causa o principio da
legalidade (lei expressa). O 132.2 vem colmatar e repor a legalidade.

As normas penais em branco são normas com sancao por um conjunto de pressupostos de
punibilidade que não estão escritos nessa norma mas remetidos para outra norma, pela
própria norma que prevê a sancao (ex art 277, 152 B ou 279). Essa norma pode ter valor
hierárquico igual ou inferior (exemplo posturas municipais que são um regulamento ou
procedimento)

Estas leis não são claras e alem disso se remetem para normas hierarquicamente inferiores
estão a colocar em causa o principio da legalidade da lei penal formal e o principio da reserva
democrática.

Mas não são inconstitucionais se (segundo a prof):

 A técnica da lei penal em branco seja uma verdadeira necessidade legislativa, ou seja
se o legislador não consegue tutelar bens jurídicos fundamentais de outra forma.
 As normas não podem ser puramente remissivas. Os pressupostos mínimos devem
estar no corpo da norma do código penal.
 Assim sendo embora não cumpra a lei certa do principio da legalidade e o principio da
representatividade democrática é melhor proteger um bj fundamental de forma
deficitária do que não o proteger, desde que cumpra os dois pressupostos acima.

Exemplo de acordao do TC que salvou a constitucionalidade das normas brancas: A é


apanhado com droga e norma penal remete para diploma cientifico que diz que acima de 15
gramas é trafico e não consumo. Mas se A provar ou convencer o Juiz que as 20 gramas que
tinham eram para consumo e não para trafico, o Juiz pode não o condenar e não observar o
parecer técnico do diploma para o qual a lei penal remete. Ou seja a decisão fica com o Juiz.

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