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REALISMO E

NATURALISMO
“O Realismo é uma reação
contra o Romantismo: o
Romantismo era a
apoteose do sentimento; -
o Realismo é a anatomia
do caráter. É a crítica do
homem. É a arte que nos
pinta a nossos próprios
olhos – para condenar o
que houver de mau na
nossa sociedade”
José Maria de Eça de Queirós
Eça de Queirós (1845-1900)
Realismo e Naturalismo

 Combate ao Romantismo,
resgate ao objetivismo e
gosto pelas descrições
 Esgotamento da proposta
romântica de literatura com
os seus diversos tipos de
idealizações e com sua visão
parcial e subjetiva da
realidade
 A função da arte era educar
e retratar a sociedade

CAILLEBOTTE, Gustave. Jeune homme


à la fenêtre. (1875)
1) Momento Histórico
 Segunda metade do século XIX: sociedade europeia vive
os efeitos da Revolução Industrial e do amplo progresso
científico que a acompanha. É uma época de benefícios
materiais e econômicos para a burguesia industrial;
contudo, o operário vive um período de intensa crise e
miséria.
 1848: o ano das revoluções: conturbações sociais
produzidas pelas camadas populares baseadas em ideias
liberais, nacionalistas e socialistas.
 Publicação do Manifesto Comunista, de Karl Marx e
Frederick Engels. Socialismo Científico: a sociedade
igualitária só seria alcançada por meio da luta de classes e
da extinção da burguesia e do sistema capitalista.
1) Momento Histórico
Positivismo: criado por August Compte, parte do princípio de
que o único conhecimento válido é o oriundo das ciências. É
uma filosofia empírica, que se baseia na observação do
mundo físico e, por isso, rejeita a metafísica.
Determinismo: criado por Taine, parte do princípio que o
comportamento humano é determinado por três aspectos:
raça, meio e momento histórico.
Darwinismo: teoria da seleção natural: a natureza ou o meio
selecionam, entre os seres vivos, aquelas variações que
estão mais aptas a sobreviver e a perpetuar-se. Assim, os
mais fortes sobrevivem e procriam e os mais fracos são
eliminados.
Liberalismo (Adam Smith): existe uma ordem natural para os
fenômenos econômicos, cujo equilíbrio é conquistado pela
manutenção da livre concorrência e pela não intervenção do
Estado na economia.
2) As designações
 Realismo: desejo de aproximação com a realidade ao
descrever detalhadamente os costumes, as relações sociais,
os conflitos interiores do ser humano, a crise das Instituições
(Estado, Igreja, família, casamento).
❖ Romance documental: o romance realista procura retratar,
em detelhes, os mais diversos aspectos da sociedade para
criticá-la.
▪ Naturalismo: tendência que procurava atribuir um caráter
científico ao Realismo
❖ Romance de tese (ou experimental): são provadas certas
teorias, extensão das ideais científicas da época.
❖ Realce dos traços institivos e patológicos do ser humano,
identificado com um animal.
❖ Enfoque aos aglomerados humanos e às camadas pobres
da população.
REALISMO

CAILLEBOTTE, Gustave. Interior (1880)


3) O Realismo: a realidade desnuda
 Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época,
os autores realistas desejavam retratar o homem e a
sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face
sonhadora e idealizada da vida como fizeram os
românticos; era preciso mostrar a face nunca antes
revelada: a do cotidiano massacrante, do amor adúltero, da
falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem
comum diante dos poderosos.
 Em lugar do egocentrismo romântico, verifica-se um
enorme interesse em descrever, analisar e até em criticar a
realidade. A visão subjetiva e parcial da realidade é
substituída pela visão que procura ser objetiva, fiel, sem
distorções. Em lugar de fugir da realidade, os realistas
procuram apontar suas falhas como forma de estimular a
mudanças das instituições e dos comportamentos
humanos. Em lugar dos heróis, surgem pessoas comuns,
cheias de problemas e limitações como qualquer um de
nós.
3) Realismo: a realidade desnuda
 O objetivismo aparece como a negação do sujeito romântico e
nos mostra o homem voltado para aquilo que está distante e fora
dele, o não eu. (Oposição ao egocentrismo e ao subjetivismo
românticos).
 Materialismo leva à negação do sentimentalismo e da
metafísica: procura da realidade concreta, material
 Contemporaneidade: preocupação com o presente histórico
(Oposição à volta ao passado histórico romântica)
 A literatura é um instumento de transformações sociais
 Descrições e adjetivações objetivas, tentando captar o real como
ele é
 Mulher não idealizada, mostrada com defeitos e qualidades
 Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais.
 Casamento como instituição falida, contrato de interesses
3) Características do Realismo
 “Herói” problemático, cheio de fraquezas, manias e
incertezas.
 Personagens trabalhadas psicologicamente
 Perspectiva universalista

 Os autores realistas são:


❖ Antimonárquicos: defendem claramente o ideal
republicano
❖ Anticlericais: criticam padres corruptos e a hipocrisia das
beatas
❖ Antiburgueses: demonstram a decadência da família
burguesa
CAILLEBOTTE, Gustave. Esquisse pour le pont de l’Europe (1876)
Naturalismo

PELEZ, Fernand. Sans asile ou Les Expulsés (1883)


4) Características do Naturalismo
 O homem é um caso, um objeto a ser cientificamente
estudado
 Linguagem naturalista: exatidão das descrições, apelo à
minúcia: linguagem simples, coloquial
 Determinismo: para os naturalistas, o homem é uma
máquina guiada pela ação de leis físicas e químicas, pela
hereditariedade e pelo meio físico e social. Os seres
aparecem, então, como produtos, como consequências
de forças preexistentes que lhes roubam o livre arbítrio,
que limitam sua responsabilidade e os tornam, em casos
extremos, verdadeiros joguetes nas mãos do destino
 Despreocupação com a moral
4) Características do Naturalismo
 Preferência por temas de patologia social: os autores
naturalistas não hesitaram em ressaltar os efeitos de
taras, das doenças e dos vícios na formação do
caráter, juntando-lhes ainda os efeitos
complementares da formação familiar, da educação e
do nível cultural. Interessam-se por temas como
miséria, adultério, criminalidade, desequilíbrio
psíquico etc.
 Preferência pelo proletariado, que é trazido ao centro
do romance.
FRIANT, Émile. Discussão Política (1881)
5) O Realismo/Naturalismo no Brasil
 1881: As publicações de Memórias póstumas de Brás Cubas,
de Machado de Assis, e de O mulato, de Aluísio de Azevedo,
inauguram, respectivamente, o Realismo e o Naturalismo no
Brasil.
 Na divisão tradicional da história da Literatura Brasileira,
considera-se como data final do Realismo o ano de 1893, em
que são publicados Missal e Broqueis , ambos de Cruz e
Souza. É importante salientar que essas obras registram o
início do Simbolismo, mas não o término do Realismo (D.
Casmurro -1900; Esaú e Jacó -1904). Na realidade, nos
últimos vinte anos do século XIX e nos primeiros vintes anos
do século XX, três estéticas se desenvolvem paralelamente –
O Realismo, o Simbolismo e o Pré-Modernismo, até o
advento da Semana da Arte Moderna, em 1922.
5) O Realismo/Naturalismo no Brasil
 A observação da produção literária dos autores da última
geração romântica, dos anos 1860-1870, revela a existência
de algumas tendências que apontavam cada vez mais para
uma literatura voltada para o seu tempo, o que caracterizaria
o Realismo alguns anos depois. São exemplos dessa
tendência a denúncia de problemas sociais e o sentimento
libertário e reformador da poesia social de Castro Alves.
 Essas obras, em parte já distanciadas de algumas posturas
iniciais do Romantismo, como o exotismo, a fuga da
realidade, o mal-do-século, representam o início de um
processo que culminaria numa forma diferente de sentir e ver
a realidade, menos idealizada, mais verdadeira e crítica: a
perspectiva realista.
5.1) Momento histórico brasileiro
❖ Final do século XIX: o Brasil enfrenta um cenário de
crise:

 1864-1870: Guerra do Paraguai


 1888: fim da escravidão no Brasil
 1889: fim do Império e início da República

 Com a Lei Áurea, o Império perde seu último


sustentáculo: os latifundiários cafeeiros do Vale do
Paraíba, que eram contra o fim da escravidão por
utilizarem essa mão-de-obra. Sem sustentação política,
o Império cai e dá lugar a República
Homenagem da Revista Ilustrada à proclamação da República
Brasileira
6) Machado de Assis
 Costuma-se dividir a obra de
Machado de Assis em duas
fases distintas: a primeira
apresenta o autor ainda
preso a alguns princípios da
escola romântica, sendo por
isso chamada de fase
romântica ou de
amadurecimento; a
segunda apresenta o autor
completamente definido
dentro das ideias realistas,
sendo, portanto, chamada
de fase realista ou de
maturidade.
6.1) A primeira fase machadiana
 Ressureição (1872), A mão
e a luva (1874), Helena
(1876) e Iaiá Garcia (1878)
fazem parte da primeira fase
machadiana. Apresentam
estrutura das narrativas
românticas, com princípio,
meio e fim, construídas com
o objetivo de provocar
surpresa e emoção. Essa
estrutura demonstra uma
intenção evidente de divertir
e moralizar, muito presa à
forma imposta pelo folhetim.
6.2) A segunda fase machadiana
 A obra da segunda fase
machadiana é composta por
Memórias póstumas de Brás
Cubas (1881), Quincas
Borba (1891), Dom
Casmurro (1899), Esaú e
Jacó (1904) e Memorial de
Aires (1908). Os romances
concentram-se na falsidade
da vida depois do
casamento, marcado pela
traição. As relações
humanas são sempre
motivadas pelo interesse.
6.3) O estilo de Machado de Assis
 Machado de Assis
construiu um Realismo
diferente daquele que
surgiu com Flaubert
(1821-1880) e chegou ao
Brasil com os romances
de Eça de Queirós (1845-
1900). Como Machado de
Assis avisou no prólogo,
seu livro “é taça que pode
ter lavores de igual
escola, mas leva outro
vinho”
6.3) O estilo de Machado de Assis
Machado extrapola os limites
da escola realista ao utilizar as
seguintes técnicas:
• O narrador em 1ª pessoa.
• Fuga ao determinismo e à
descrição exterior
exagerada
• Tempo psicológico (quebra
da linearidade do enredo)
• Linguagem ambígua, irônica
• Visão pessimista sobre o
homem
• Digressão: diálogo com o
leitor e metalinguagem
Referências
ABAURRE, Maria Luiza; PONTARA, Marcela; CESILA,
Juliana Sylvestre. Realismo: origens e chegada a
Portugal. In: Literatura – Ensino Médio. UNO sistema de
ensino.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza


Cochar. Literatura Brasileira. São Paulo: Atual, 2000.

NICOLA, José de. Literatura Brasileira: das origens aos


nossos dias. São Paulo: Scipione, 1998.

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