No século XIV, na Europa ocidental, a população vivia dentro de determinadas características,
que vinham sendo construídas desde o século III, e às quais denominamos feudalismo. As relações de produção se baseavam no Trabalho servil prestado fundamentalmente nas terras dos “senhores feudais”: os nobres e os elementos da alta hierarquia da Igreja Católica. O crescimento da população, verificado entre os séculos XI e XIV, foi extraordinário. Os nobres aumentaram em número e tornaram-se mais exigentes com relação aos seus hábitos de consumo: isso determinava a necessidade de aumentar suas rendas e para consegui-lo, aumentou-se grandemente o grau de exploração da massa camponesa. Esta super exploração produziu protestos dos servos, consubstanciados em numerosas revoltas e fugas para as cidades. A repressão a esses movimentos foi enorme, mas a nobreza e o alto clero tiveram razões para temer por sua sobrevivência. Paralelamente, importantes alterações do quadro natural provocaram sérias consequências. Durante o século XIII ocorrera uma expansão das áreas agrícolas, devido ao aproveitamento das áreas de pastagens e à derrubada de florestas. O desmatamento provocou alterações climáticas e chuvas torrenciais e contínuas, enquanto o aproveitamento da área de pastagens levou a uma diminuição do adubo animal, o que se refletirá na baixa produtividade agrícola. Com as péssimas colheitas que se verificaram, ocorreu uma alta de preços dos produtos agrícolas. Os europeus passaram a conviver com a fome. Os índices de mortandade aumentaram ainda mais com o advento da Peste negra. Uma população debilitada pela fome teve que enfrentar uma epidemia de extrema gravidade que matou 1/3 da população européia. Dificuldades econômicas de toda ordem assolavam a Europa, que passou a conviver com um outro problema: o esgotamento das fontes de minérios preciosos, necessários para a cunhagem de moedas, levando os reis a constantes desvalorizações da moeda. Isso só fazia agravar a crise. No plano social, ao lado dos problemas já levantados, importa verificar o crescimento de um novo grupo: a burguesia comercial, residente em cidades que tendiam para uma expansão cada vez maior, pois passaram a atrair os camponeses e os elementos “marginais” da sociedade feudal. Politicamente, a crise se traduz pelo fortalecimento da autoridade real, considerado necessário pela nobreza, temerosa do alcance das revoltas camponesas. A unificação política, ou surgimento dos Estados Nacionais, aparece desta forma, como uma solução política para a nobreza manter sua dominação. Finalmente, a crise se manifesta também no plano espiritual—religioso. Tantas desgraças afetaram profundamente as mentes dos homens europeus, traduzindo-se em novas necessidades espirituais (uma nova concepção do homem e do mundo) e religiosas (a igreja Católica não conseguia atingir tão facilmente os fiéis, necessitados de uma teologia mais dinâmica). Esta crise é o ponto de partida para se compreender o processo de transição do Feudalismo ao Capitalismo. Atividades 1. Procure no dicionário as palavras que não sabe o significado e faça um glossário em seu caderno. 2. Enumere os principais fatos que compõem a crise que ocorreu na Europa no Século XIV. 3. O século XIV foi um período de crise para a Europa. Cite e explique 3 elementos que revelam esta crise. 4. Descreva resumidamente de que forma a fome e a peste negra contribuíram para a desagregação do mundo feudal.
5. 5. Interprete a frase: “Esta crise é o ponto de partida para se compreender o processo de