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MINISTÉRIO CASADOS E ABENÇOADOS

PERDÃO
Pr. Antônio Francisco Gomes Silva

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INTRODUÇÃO
Perdão é uma palavra conhecida no meio cristão, bastante pregada,
comentada, discutida, debatida, contudo não basta apenas isso. É necessário abrir
mão de vaidade, orgulho para de fato não apenas conhecer sobre o assunto, mas viver
na integralidade do nosso dia a dia, nos relacionamentos pessoais, na família, igreja,
sociedade, local de emprego enfim em todos os lugares.
A palavra perdão significa, de acordo com o Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa, «remissão de pena ou de ofensa ou de dívida; desculpa, indulto» ou «ato
pelo qual uma pessoa é desobrigada de cumprir o que era de seu dever ou obrigação
por quem competia exigi-lo». Como interjeição, trata-se de «fórmula de civilidade com
que se pede desculpa». Este termo vem «do latim medieval perdonet, "que ele perdoe",
3.ª pessoa do subjuntivo presente do verbo perdonare». O perdão é uma das coisas
mais libertadoras que alguém pode fazer. A falta de perdão é como uma pedra
amarrada na perna de alguém, que a arrasta para o fundo do mar.

Uma pesquisa realizada na Igreja Evangélica Assembleia de Deus/ Ministério de


Madureira-Templo Central, em julho/2018, no culto de terça-feira, com cem
entrevistados, responde a duas perguntas básicas e enfatiza o sentimento dos
entrevistados em relação ao tema proposto, são elas:

1. Há alguém em sua vida que você necessita perdoar?


1 Sim= 35% Não= 50% Não quiseram responder= 15%
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2. Sua dificuldade em perdoar ou sua relutância em pedir perdão têm atrapalhado o
seu relacionamento com Deus ou com outra pessoa?
Sim= 23% Não= 60% Não quiseram responder= 17%

A pesquisa mostra um quadro preocupante, a porcentagem alta de pessoas que


ainda vivem necessitando perdoar alguém (35%). Outra situação que chama atenção é
que ao ter dificuldade em perdoar ou pedir perdão não vai atrapalhar o relacionamento
com Deus e com as pessoas ou por falta de entendimento ao responder, ou falta de
conhecimento do assunto (50%).
Jesus falou sobre o tema de forma bem clara, objetiva vejamos a declaração que
foi feita: “E, quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém,
perdoem-no, para que também o Pai celestial perdoe os seus pecados. Mas, se vocês
não perdoarem, também o seu Pai que está nos céus não perdoará os seus
pecados”. Mc. 11:25-26. Ensinamento que exige o exercício de entregar primeiro de si,
mesmo antes de receber, se tiverem alguma coisa contra alguém; perdoem-no, para
depois receber. Para que também o Pai celestial perdoe os seus pecados. Não se trata
de opção, de sentimentos, “se eu sentir, eu perdoo”, mas está condicionado o ato de
ser perdoado.
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Neste contexto abordaremos o tema Perdão nas diversas formas de
relacionamento interpessoal.

1. Perdoe a você mesmo:

Infelizmente algumas pessoas, tem dificuldade de perdoar a si mesma, a falta de


perdão tem feito com que alguns vivam angustiados, num estado doentio, sentindo-se
desprezados e amargurados, quando o problema é que eles não se perdoam. Atribuem
um sentimento de culpa, dizendo que Deus não lhes perdoou, porém, a Bíblia diz que
Deus nos perdoa; “dos seus pecados jamais me lembrarei" (Jeremias 31:34). Se Deus
não se lembra mais, por que ficar preso a esse sentimento de complexo de
inferioridade, de coitadinho, de incapaz?
O Pr. Wilson de Souza no livro: “Perdoando para viver” no sub-tema
“Apropriando-se do perdão, e recebendo a cura”; conta a experiência de um irmão que
estava enfermo há dois anos e os médicos não conseguiam diagnosticar nenhuma
enfermidade, perder peso e ficar debilitado. Após a conversa com o Pastor, o homem
falou que havia cometido um pecado e sabia que Deus não o havia perdoado. O Pastor
perguntou se ele havia pedido perdão para Deus, e ele respondeu que sim. Porém o
peso da consciência ainda era grande. Foi necessário muito aconselhamento pastoral
para o homem então conseguir ser curado daquele sentimento de culpa e ficar curado
de sua enfermidade.

É assustador o crescimento de uma doença atual por nome psicossomática, que


também está relacionado a falta de perdão. O que é essa doença? Quais os sintomas?
Vejamos: A somatização é um transtorno psiquiátrico em que a pessoa apresenta
múltiplas queixas físicas, localizadas em diversos órgãos do corpo, como dor, diarreia,
tremores e falta de ar, mas que não são explicadas por nenhuma doença ou alteração
orgânica. Geralmente, uma pessoa com doença psicossomática está frequentemente
em consultas médicas ou pronto - socorros devido a estes sintomas, e o médico
costuma ter dificuldade em encontrar a causa. Cada pessoa pode manifestar
fisicamente as suas tensões emocionais em diferentes órgãos, podendo simular ou
piorar muitas doenças. Os principais exemplos são:
a) Estômago: dor e queimação no estômago, sensação de enjoo, piora de gastrites e
úlceras gástricas;
b) Intestino: diarreia, prisão de ventre;
c) Garganta: sensação de nó na garganta, irritações mais fáceis constantes na
garganta e amígdalas;
d) Pulmões: sensações de falta de ar e sufocamento, podendo simular doenças
pulmonares ou cardíacas;
e) Músculos e articulações: tensão, contraturas e dores musculares;
f) Coração e circulação: sensação de dores no peito, que pode, até ser confundida
com infarto, além de palpitações, surgimento ou piora da pressão alta;
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g) Rins e bexiga: sensação de dor ou dificuldade para urinar, que pode imitar doenças
urológicas;
h) Pele: coceira, ardência ou formigamentos;
i) Região íntima: piora da impotência e diminuição do desejo sexual, dificuldade para
engravidar e alterações do ciclo menstrual;
j) Sistema nervoso: crises de dor de cabeça, enxaqueca, alterações da visão, do
equilíbrio, da sensibilidade (dormências, formigamentos) e da motricidade, podendo
simular doenças neurológicas.

Perdoar a si mesmo talvez seja um dos maiores desafios do ser humano, pois
está relacionado com a (capacidade e dificuldade) que cada um tem de se amar e se
aceitar. Algumas chegam ao ponto de se culparem por terem nascido e ficam
pensando o tempo todo que são um fardo na vida dos outros. Para compensarem
esse sentimento de rejeição, elas passam a vida toda tentando mostrar o quanto são
úteis e importantes (como forma de provarem para si próprias que são merecedoras da
vida). Vivemos uma época em que o sentir é supervalorizado.

Imagine que você está doente. Uma infecção tomou conta de seu corpo,
provocando febre e aquele mal-estar característico. Você, então, se dirige ao hospital,
e o médico receita um remédio, garantindo que ele resolverá seu problema. Quando
você toma a primeira dose do medicamento, parece que nada acontece. Dificilmente
alguém já se sente totalmente recuperado de uma infecção após a primeira dose do
antibiótico. O remédio já está em seu organismo e as bactérias já começaram a ser
atacadas, mas você continua a não sentir nenhum resultado. Porém, a partir desse
momento já passa a ter certa tranquilidade no coração, por que sabe, racionalmente,
que o processo necessário para ter a saúde totalmente restabelecida já está em
andamento. Do mesmo modo, quando pecamos, nos arrependemos e pedimos perdão
a Deus, muitos ficam infelizes por “não sentir” esse perdão. E é isso que estão errando.
O perdão não está relacionado com sentir e sim com saber.

Há pessoas enlutadas consigo mesmas que, embora tenham sido perdoadas por
Deus, não se sentem perdoadas. Acordam todos os dias de manhã sem coragem de se
encarar no espelho. Não se olham nos olhos. Estão verdadeiramente arrependidas,
fora de fato perdoadas pelo Redentor, mas elas mesmas ainda não se perdoaram nem
reconheceram o perdão divino. E carregam o jugo do pecado por anos, ainda que já
tenham alcançado graça aos olhos do Pai. Então não atrele o perdão a sentir alguma
coisa, basta saber.

Vejamos que não se trata de merecimento pessoal, não é pelas boas obras que
obtemos perdão, Jesus na Cruz garantiu o perdão por completo dos nossos pecados,
das nossas culpas. Se você cometeu algum pecado, não fique preso a isso, ore,
confesse, deixe e alcançará misericórdia conforme (Pv.28:13) “O que encobre as suas
transgressões nunca prosperará, mas o que confessa e deixa alcança misericórdia”.
Livre-se desse passado, abandone-o hoje para receber a cura deste sentimento que só

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piora sua vida. Paulo escrevendo aos irmãos de Filipenses 3.13,14 “Irmãos, quanto a
mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me
das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim,
Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.”
Ao nos apropriarmos do perdão, da nova vida que o Senhor nos oferece, no
momento em que acertarmos com Deus e com os homens, devemos fazer exatamente
o que a palavra nos ordena: esquecer-nos das coisas que para trás ficaram. Assim
valorizaremos o precioso sangue de Jesus com o qual Ele nos comprou

2. O Perdão ao próximo

Vivemos em sociedade, nosso relacionamento pessoal é constante com nosso


próximo, nem sempre agradamos com palavras, gestos ou ações, nem tão pouco nos
agradamos com as mesmas coisas que recebemos, nas relações profissionais,
estudantil, com pessoas do bairro, vizinhos enfim relacionamento com o próximo.
Jesus dá a resposta certa que nos ensina sobre o dever de perdoar nosso
próximo, vejamos em Mt. 18.21-22 “Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou:
Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até
sete vezes? Jesus respondeu: Eu lhe digo: não até sete, mas até setenta vezes sete.”
Na época de Cristo, essa afirmação seria como dizer, em nossos dias, “estou
morto de fome”, “O céu desabou hoje”, “Estou louco para sair de férias” - mas o sujeito
não estava morto, o céu continuava no mesmo lugar de sempre e a sanidade não
chegou de fato a ser afetada pela vontade descansar do trabalho. Na língua
portuguesa essas expressões são chamadas de Figuras de linguagem, também
chamadas de figuras de estilo, são recursos estilísticos utilizados na linguagem oral e
escrita que aumentam a expressividade da mensagem. Neste caso uma Hipérbole, Na
hipérbole ocorre a intensificação de uma sentimento ou ação, que se traduz num
grande exagero da realidade. O que acontece é que expressões como essas usam
certos termos e imagens que não podem ser levados ao pé da letra, mas que
expressam outras realidades. Na cultura judaica da época de Jesus acontecia a
mesma coisa.
Quando alguém dizia que era preciso perdoar “setenta vezes sete”, não estava
dizendo que você precisa pegar um caderninho e, a cada ofensa cometida por certo
individuo riscar um. Depois, dois, depois três e assim por diante, até chegar a 490
vezes. Em 491... ufa, finalmente posso não perdoar mais. Não é isso.
Naquela sociedade, “setenta vezes sete” poderia ser considerado sinônimo de
infinito. “Se o seu irmão pecar, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe. Se
pecar contra você sete vezes no dia, e sete vezes voltar a você e disser: Estou
arrependido, perdoe-lhe” (Lc. 17.3-4). Não me resta outra opção, senão perdoar quem
me ofende, não preciso esperar sentir algo para perdoar, devo fazer por que isso vai
gerar paz, liberdade, leveza, porque é a coisa certa a fazer. Não fique esperando sentir

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vontade de perdoar. Simplesmente tome a iniciativa de perdoar, o resto virá depois,
você ficará surpreso com as maravilhas que o perdão é capaz de proporcionar.
O que Jesus está dizendo é: não importa quanta vezes o outro erre, estenda-lhe
perdão. Essas palavras traduzem a vontade de Cristo e o padrão de comportamento
que ele espera de nós. Afinal, não é exatamente isso que Deus faz conosco, pessoas
que erram diariamente, e muito?
2.1 Pedir perdão ao próximo

A dificuldade aqui está na necessidade de se humilhar e reconhecer o erro (Lc


6.42). E uma dúvida bastante comum é que “se eu já pedi perdão pra Deus, eu ainda
preciso pedir perdão pra pessoa?” Sim, é um mandamento! (Mt. 5.23-26). “Mas se a
pessoa já morreu?”, neste caso pedir perdão a Deus é suficiente, ou então você pode
procurar um familiar da pessoa. E como vou saber para quem devo pedir perdão? O
Espírito Santo te faz lembrar da pessoa e também causa um incômodo quando você
encontra com ela (Jo 14.26). E é claro que você pode orar e pedir a para Deus te
revelar quais são essas pessoas.

2.2 Como deve ser meu pedido de perdão?

a) Levantar a dívida

O pedido de perdão ao próximo deve ser específico, não funciona dizer “desculpa
qualquer coisa”. Você precisa “levantar a dívida”, ou seja, dizer exatamente o que
aconteceu e reconhecer o erro (Tg 5.16).

b) Evitar justificativas

É preciso cuidado para que o pedido de perdão não venha acompanhado de


justificativas, dizer que errou porque “estava nervoso” ou porque “teve um problema
com o chefe” etc, é preciso assumir a responsabilidade pelo erro, independente das
circunstâncias (1Pe 5.6). Podemos explicar uma situação, mas não devemos fazer uso
dela para manipular a consciência alheia, minimizando a gravidade do nosso pecado
ou até mesmo colocando a culpa em uma terceira pessoa. E se, mesmo diante disso, a
pessoa não te perdoar, o problema será dela. A sua parte foi feita (Lc 6.33-35), já
houve arrependimento, e esse é o papel de quem é perdoado. E finalmente, talvez o
ponto mais difícil no processo do perdão: perdoar o próximo!

Perdoar é amar quem não é amável, só é possível perdoar com base no amor,
quem ama perdoa, já o egoísta retém o perdão, Perdoar aquele que pisou no nosso pé
sem querer é fácil, mas e perdoar aquele que causou grande dor, grandes tribulações,
tribulações estas que deixaram sequelas irreversíveis. Por consequência de um ato
alheio, padecemos, pagamos, sofremos e até mesmo somos “destroçados”. Nossos
sonhos, nossas amizades, nosso amor, tudo que mais temos estima, consideração,
são retirados de nós sem ao menos nos perguntarem, e as vezes sem ao menos nos
darem escolhas. E são nessas horas que a “a carne” se manifesta, a vontade de ficar
quite (ou se não de ganhar ou se vingar), a vontade até mesmo de matar ou de pagar
na mesma moeda.
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Só quem já foi ferido por um ato de traição, falta de consideração ou mesmo
algo que consiga te tirar do sério, te tirar do seu eixo pode explicar esta sensação.
Perdoar é mais do que simplesmente abandonar o ressentimento e o desejo de
vingança, perdoar é permitir que aquele que foi perdoado, de alguma forma, se
aproxime (Ef 2.13). Não significa que essa pessoa vai se tornar seu melhor amigo, mas
algo precisa ser restaurado (Ef 2.16). Perdoar não é somente desconsiderar uma
dívida, perdoar é assumir a dívida.
Amar quem nos persegue, esse foi o mandamento deixado por Cristo em (Mt 5,
43-48) O perdão não justifica outra pessoa, mas liberta você.
Então irmãos quaisquer que sejam os que nos aborrecem, e suas atitudes,
devemos perdoá-los e entender que somos todos fracos e que devemos ajudá-los a se
reerguerem e que nossa força está em Jesus. Perdão é comparado a uma arte, quanto
mais prática, mais apta e mais livre a pessoa se torna, isso significa dizer que quando
oramos pedindo ao senhor que nos ensine a perdoar, ele vai nos ensinar na prática,
prepare-se que virão situações que vai exigir muitas praticas de perdão e isso pode
ocorrer em varias áreas de sua vida, portanto se estão acontecendo situações
diversas, que têm exigido você usar a arte de perdoar, não adianta reclamar,
espernear, fazer bico, murmurar. Te convido a executar a prática mesmo gemendo ou
chorando, mais continuar a perdoar, vai chegar a hora que você se sentirá totalmente
livre e apta a perdoar ou a pedir perdão a quem te feriu.
O Apostolo Paulo aconselhando os irmãos da igreja de Efésio 4.31-32 “Toda a
amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre
vós, Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns
aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”. Os verbos usados neste texto
estão no imperativo, ou seja, são ordens. Livrem-se. Sejam. Não são sugestões, dicas,
opões ou conselhos. Poderíamos abordar os diversos ângulos do que Paulo diz, mas
vamos nos concentrar na questão do perdão. Como se perdoa? É preciso sentir Algo?
Tenho que ir até a pessoa conversar? É necessário esperar o pedido de perdão?
Afinal, de que maneira se perdoa na prática?
Existe dois aspectos fundamentais na prática do perdão: 1) Amor; 2) Sacrifício
pessoal. O amor verdadeiro é demonstrado por atitudes, por isso devemos agir em
favor de quem estamos perdoando, fazendo-lhe o bem, abrindo mão da vingança,
procedendo de fato como se age com alguém que teve sua dívida conosco cancelada.
Isso sempre exigirá amor como motivação e sacrifício como prática. Quem perdoa
sempre precisa se sacrificar mais do que quem é perdoado.
Orar em favor da pessoa perdoada é um excelente exercício de perdão. Mesmo
que você não se lembre dessa pessoa com carinho, ainda que haja sentimentos
negativos em seu coração por ela, você não deve esperar mudanças no que sente;
deve agir para eu haja mudanças! Ore por ela. Peça a Deus que lhe faça o bem. E seja
totalmente transparente na sua oração.
É possível perdoar uma pessoa que cometeu um abuso sexual ou até mesmo
um assassinato? É possível perdoar quando o dano causado é tão grande? Se a Bíblia
diz que eu preciso perdoar para ser perdoado por Deus (Jo 20.23), significa que de
alguma forma isso tem que ser possível.

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Jesus fala sobre o perdão em uma parábola, em Mateus 18, onde um homem
que devia uma quantia impagável ao rei, nem que ele trabalhasse por 100 anos ele não
conseguiria pagá-la. E ele implora ao rei por misericórdia, e o rei perdoa a dívida. Logo
depois, este mesmo homem encontra alguém que lhe devia uma quantia extremamente
inferior, equivalente a mais ou menos 100 dias de trabalho. Essa pessoa implora por
misericórdia, da mesma forma como ele implorou ao rei, porém, ele não perdoa e exige
que essa pessoa pague cada centavo. E, por causa dessa atitude, o rei voltou atrás e
exigiu que ele também pagasse cada centavo da sua dívida. (Mt 18.23-34). E o
significado desta parábola é muito claro, a dívida com o rei é a nossa dívida com Deus.
E a dívida menor é a dívida que nós devemos perdoar o próximo! Não perdoar é agir
como o homem da parábola, e a consequência é a mesma (Mt 18.35).

3. O Perdão entre Cônjuges

No relacionamento entre duas pessoas dentro do casamento é natural que em


vários momentos cometa-se erros, todo mundo erra no casamento. Respire aliviado,
pois você acabou de descobrir que não é um ET, mas um entre 7 bilhões de pessoas
normais ao redor do planeta que cometem erros. A grande questão não é se você erra
ou não, mas o que fazer diante da compreensão de que erra. É absolutamente
impossível viver ao lado de uma pessoa por anos sem pisar na bola muitas vezes.
Todo mundo erra; apenas cometemos erros diferentes uns dos outros. É uma certeza:
em algum momento, você vai decepcionar seu cônjuge, magoá-lo, irritá-lo, fazer coisas
de que ele não gosta, tentar passar por cima, ignorar, reagir mal, negligenciar. Isso não
é desejável, mas é liquido e certo. E por uma única razão: você é humano e humanos
erram.
O que não quer dizer que deva se conformar com isso, reconhecer que você erra é
justamente o primeiro e indispensável grande passo para não errar mais , pois é da
percepção do seu erro, quando você se torna capaz de dizer “ sim, eu confesso: errei”,
que as portas se escancaram para que tudo melhore. Infelizmente a causa da maioria
dos divórcios é a falta de perdão, “Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com
os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados.”
1 Pedro 4:8.
O perdão é o caminho da restauração e isso agrada o coração de Deus o Sl 42.7
diz: “Um abismo chama outro abismo”. Nenhum casamento acaba do dia para a noite.
Na maioria dos casos, a destruição de um relacionamento conjugal é resultado de um
lento processo de erosão. Dada a proximidade e a intimidade, marido e mulher
começam a, eventualmente, entrar em atrito.

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São atritos promovidos por discordâncias, ofensas, agressões, comparações,
traições, desrespeito, palavras duras e diversos outros elementos que começam a
modificar o formato inicial do relacionamento. O marido e a mulher fustigam um ao
outro com posturas que, lentamente, minam os aspectos racionais e sentimentais e
tornam o amor que levou aquele homem e aquela mulher a se unirem uma lembrança
distante.
Cessam as atitudes amorosas. Interfere-se no sentimento. Questiona-se por que
continuar juntos. Se esse processo não for interrompido pelo arrependimento e a
mudança na prática dos erros, o atrito tende a se tornar frequente e intenso. E, assim,
aos poucos, o casamento vai erodindo. Caso não seja feito algo a respeito, o resultado
é certo: a relação desmoronará e o matrimônio será destruído.
Pode ser que o seu casamento já esteja em estado adiantado de erosão, em razão
de um longo período de atritos sem arrependimento e sem perdão. Ações que
ofendem, omissões que magoam, palavras que prejudicam. Diferentes elementos vão,
pouco a pouco, debilitando e arrebentando o matrimônio, tal como a água, o vento e o
gelo fazem com a rocha.
Você acha que perdoar as vezes é difícil? não só as vezes é, mas sempre! Porém a
falta de perdão provoca destruição, feridas que nunca cicatrizam e uma consequência
espiritual séria, o melhor a se fazer é perdoar.

4. O Perdão entre Pais e Filhos(as)

Em meio ao mundo globalizado, onde cada dia que passa tentam desvirtuar a
homogeneidade da família, além de inverter valores na relação entre pais e filhos, é
preciso que os pais tenham muito cuidado para que não entrem na onda deste século e
venham trazer ao seu lar maldição que podem separar a boa convivência entre ambos.
Em Ef. 6.4 aprendemos “E vós, pais, não provoqueis a ira dos vossos filhos, mas
educai-os de acordo com a disciplina e o conselho do Senhor. Caminhando como
servos”. Pesa sobre os pais a responsabilidade do equilíbrio da balança de não
provocar a ira dos filhos, e ainda educar com disciplina e conselho do Senhor. Não
devemos esquecer que estamos sujeitos em algum momento falhar neste processo,
porém devemos agir com sabedoria e ser humildes para ensinar na prática quando
falhamos e pedir perdão e também perdoar quando for necessário. "Pedir perdão é
colocar remédio na ferida causada na alma do outro ". Qual é o pai que não erra com o
filho no exercício da sua missão como educador? O reconhecimento do erro é a atitude
daqueles que vivem na busca da excelência. Lembre-se que o perdão é a possibilidade
da convivência harmoniosa. No relacionamento com os filhos, quando os pais não
praticam a arte de perdoar e de pedir perdão, os canais de comunicação são
bloqueados e o diálogo morre. E onde há silêncio falta perdão. O silêncio afasta os
próximos, causa estranheza nos conhecidos e cria suspeições. É perdoando que os
pais ensinam o filho a perdoar. É pedindo perdão que os filhos aprendem a reconhecer
os seus erros.

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É comum para você pedir perdão aos filhos sempre que necessário? É comum para
você também perdoá-los? Os seus filhos têm um coração "perdoador" porque
aprenderam o valor do perdão com você? Há lares com filhos doentes, com o coração
cheio de ódio, mágoa dos seus pais, e não sabem como resolver essa situação, sofrem
calados ou não sabem a quem recorrer diante desta situação, isso pode gerar um
sentimento de tristeza a ponto de os filhos pensarem que não são importantes para
seus pais, e as vezes chegam a pensar em tirar sua vida. No livro “Uma História de
perdão e cura”, relata a situação de Stormie, a filha de um casal; sua mãe, por ela
haver pedido um copo com água, ficou brava e mandou ela para dentro de um pequeno
armário

– “Quando os passos se aproximaram do armário, prendi a respiração. Quem


sabe ela vai me deixar sair, pensei, ou será que vou levar outra surra?”, ela
passou direto e entrou na cozinha. – ela deve ter me esquecido aqui”,
comecei a chorar baixinho e me perguntei quanto tempo ficaria presa daquela
vez. - Por que a mamãe está sempre brava comigo? Só por pedir um copo
com água ela havia se virado para mim e gritado: “Eu não suporto olhar para
você! Para dentro do armário, já! Lágrimas quentes começaram a correr pelo
meu rosto. Por que a mamãe estava sempre brava comigo? Será que todas
as crianças tinham que ficar de castigo em armário escuros e abafados?
Minha mãe tinha duas personalidades distintas, e uma delas, a má, ela
reservava para mim quando estávamos sozinhas. Nessa, ocasiões, ela era
crítica, fria e imprevisível. Seus ataques repentinos de raiva me assustavam,
e tinha muitos pesadelos com ela. Mas quando havia outras pessoas por
perto, ela se preocupava ao extremo em manter as aparências. Era
importante que ela parecesse perfeita. Aliás, ela costumava me dizer: - sou
perfeita. Nunca fiz nada errado. – nunca! Eu questionava incrédula. – nunca -
ela declarava com veemência. Eu sabia que sempre ficaria aquém dessa
perfeição. Ela me dizia com frequência que eu era feia e burra e que nunca
seria nada na vida”.

Em uma casa onde reina a graça de Deus, o perdão é praticado e a unidade da


família, preservada. Quando falta perdão, o relacionamento entre pais e filhos fica
fragilizado, a família perde a confiança e ninguém caminha com liberdade dentro dessa
casa. Pedir perdão e perdoar é amar incondicionalmente e oferecer aquilo que o outro
não merece: é graça, favor, bondade.

O perdão é a única maneira de fazermos uma faxina no coração e


reconstruirmos aquilo que foi destruído. Quando pais e filhos pedem perdão e se
perdoam, eles mantêm abertos os canais por onde flui a vida de Deus na família. A
manutenção da comunhão da família depende da predisposição de cada membro em
perdoar uns aos outros no temor de Cristo. É a partir do perdão incondicional que pais
e filhos criam um ambiente emocional positivo, o qual contribui para o crescimento de
todos. Quando errar, não se esqueça de pedir perdão.

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5. O perdão entre Irmãos

Não é de hoje que, os irmãos entre famílias desentendem-se e isso pode gerar
problemas sérios levando-os fazerem coisas horríveis, ou deixarem de fazer coisas
boas aos seus irmãos. Todos lembrados de Gn. 4. Conta a história de dois irmãos que,
por inveja um do outro chega a tramar e executar o mal contra ele, tão horrível que teve
coragem de tirar a vida do seu irmão de sangue. Por que isso pode acontecer no seio
de uma família que têm tudo para viver em paz e harmonia, é exatamente a falta de
perdão e amor. Ao contrario deste fato, temos outro que serve para ser copiado e
seguido por todos nós, de um certo jovem que foi traído por seus irmãos e qual foi a
atitude dele? Vejamos: Podemos notar que José tinha todas as razões do mundo, além
dos meios necessários, para guardar ressentimentos dos irmãos e puni-los pelo mal
que lhe fizeram. Após a morte de seu pai, os irmãos de José temeram que, agora que
seu pai não estava mais lá, José começasse a persegui-los por causa do mal que lhe
haviam feito. Sua consciência continuava pesada e temiam o castigo que poderiam vir
a sofrer das mãos do poderoso José. Eles então mandaram uma mensagem a José
informando-o que, antes de morrer, Jacó havia lhes ordenado que pedissem perdão a
ele e, portanto, eles pediam seu perdão. É possível que Jacó não tivesse feito tal coisa,
mas José percebeu o temor e humilhação de seus irmãos e, generoso como era,
chorou por eles. Quando, mais tarde, vieram e se prostraram diante dele,
completamente submissos, ele os surpreendeu ao dizer que não era Deus para se
vingar deles. Embora intentassem o mal contra ele, Deus havia tornado o mal em bem
para que pudessem viver (escapando da fome que havia prevalecido na sua terra).
José ainda prometeu sustentá-los, e aos seus filhos. Surpreendentemente ele fez o
oposto. Perdoou os irmãos e promoveu seu bem-estar. Se José tivesse agido de outra
forma, a história seria diferente e dificilmente haveria um povo numeroso descendendo
de Abraão por meio do qual Jesus nasceria em forma humana. Seu perdão foi
completo, ilustrando como o perdão de Deus ao pecador contrito também é absoluto. É
também um exemplo de como nós devemos perdoar aos que nos fazem mal. O bom
exemplo de José deve encorajar cada um a olhar de frente para essa área tão
problemática: o perdão.

Quanto maior orgulho pessoal de alguém, maior dificuldade há para perdoar as


ofensas. Isso acontece porque a visão elevada que o orgulhoso tem de si, faz com que
as ofensas sejam intoleráveis. Por isso, muitas pessoas guardam mágoas por
incontáveis anos, nutrindo amargura tal que as torna pessoas de difícil convivência.

CONCLUSÃO
Diante do exposto sobre o tema abordado, não resta dúvidas de que perdoar é
preciso. É o melhor caminho a seguir, por mais que seja difícil e que fira o nosso
orgulho. Muitas vezes, não perdoamos porque achamos que somos melhores que os
outros, mas devemos nos lembrar que nós também temos defeitos e pecamos, e
mesmo assim Deus sempre nos dá uma nova chance. Quando perdoamos a nós
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mesmos, ao nosso cônjuge, aos filhos e nossos irmãos, nós nos aproximamos do
Senhor e isso nos traz paz, saúde física, mental e espiritual. Por isso, se você foi ferido
ou magoado por alguém e ainda não perdoou, tome coragem, procure essa pessoa
o quanto antes, perdoe-a, libere perdão e receba a cura por completo deste sentimento
que te segue e aprisiona. Deus se agradará de você e te trará para mais perto Dele.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.

Bíblia Sagrada – Almeida – Edição Corrigida e Revisada


Souza, Wilson. Perdoando para Viver – Perdoe a si mesmo e receba a cura.
Rio de Janeiro, Editora MK, 2005.
Zágari, Maurício. Perdão total no casamento – Perdoar e se arrepender no
casamento.
São Paulo, Editora Mundo Cristão, 2017
Osmartian, Stormie. Uma História de perdão e cura – Lembranças da
Infância.
São Paulo, Editora Mundo Cristão, 2007
Consulta à Internet

BIOGRAFIA
Antônio Francisco Gomes Silva é Pai de Acza Camille (8 anos) e Hadassa
Carine (5 anos), fruto de um casamento abençoado com Crisliane Nascimento da Silva.
Casado há 15 anos construiu uma história de lutas, conquistas e grandes vitórias.
Cursou Letras/Línguas Vernáculas na Universidade ULBRA, tendo concluído em 2010.
Com cinco meses de casado, foi chamado ao ministério pastoral, para
dirigir sua primeira congregação, a qual pastoreou por 9 (nove) anos e a segunda por 5
(cinco) anos. Atualmente está como 2º vice-Presidente do campo de Porto velho da
igreja Evangélica Assembleia de Deus Central em Porto Velho, Ministério de
Madureira.

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