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Quaderns de Psicologia | 2017, Vol.

19, No 3, 277-286 ISNN: 0211-3481

 https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1413

História de Vida, Pesquisa Narrativa e Testimonio: Perspectivas


nos Estudos Biográficos
Life History, Narrative Research and Testimonio: Perspectives in the
Biographical Studies

Eliane Regina Pereira


Renata Fabiana Pegoraro
Emerson Fernando Rasera
Universidade Federal de Uberlândia

Resumo
Os estudos biográficos abrangem uma importante orientação teórico-metodológica que vem
sendo desenvolvida nas ciências humanas e sociais, nos quais há valorização do sentido atri-
buído pelo sujeito aos acontecimentos ou situações narradas. Este artigo tem como objetivo
discutir e comparar os métodos da história de vida, pesquisa narrativa e testimonio, por
meio da análise do contexto histórico de sua emergência, da definição de seu conceito cen-
tral, dos procedimentos metodológicos, de suas principais contribuições, bem como das crí-
ticas mais significativas, destacando assim, suas semelhanças e diferenças.
Palavras-chave: História de vida; Pesquisa narrativa; Testimonio; Estudos biográficos

Abstract
Biographical studies cover an important theoretical and methodological framework that
has been developed in the human and social sciences, in which there is an appreciation of
the meaning attributed by the subject to events or narrated situations. This study aims to
discuss and compare the methods of life history, narrative research and testimonio, by the
analysis of the historical context of its emergence, the definition of its central concept,
the methodological procedures, their main contributions, as well as the most significant
criticism, highlighting their similarities and differences.
Keywords: Life History; Narrative Research; Testimonio; Biographical Studies
278 Pereira, Eliane Regina; Pegoraro, Renata Fabiana & Rasera, Emerson Fernando

Introdução Histórias de vida


As biografias ainda ocupam um lugar impor- A história de vida é, segundo José Meihy
tante no imaginário social na contemporanei- (1996), uma das modalidades da História Oral.
dade. No cinema, na literatura e no jornalis- É um dos recursos da moderna história mo-
mo, elas nos convidam a sermos testemunhas derna, que vem ganhando destaque a partir
de outras vidas e experiências, de outras his- da Escola de Chicago, na década de 1920, nos
tórias pessoais e coletivas. Na academia, as Estados Unidos. Para Sônia Maria Santos e
biografias são fonte de estudos para diferen- Osmar Ribeiro Araújo (2007, p. 196), a histó-
tes campos do conhecimento, sendo fonte de ria oral de vida pode ser comparada e um “re-
entendimento da vida social (Borges, Torales, trato que o narrador faz de si mesmo”. O uso
& Guerra, 2011; Macedo & Goellner, 2013; desta modalidade permite que se trabalhe
Priore, 2009). com a trajetória do entrevistado, na tentativa
de construção da biografia do depoente e,
Os estudos biográficos constituem uma forma
deste modo, possibilita vislumbrar aspectos
de produzir conhecimento calcada na biogra-
sócio-historico-culturais que não são observa-
fia, mais especificamente, no gênero biográ-
dos por meio de outras fontes, segundo a re-
fico, o qual envolve distintas formas, como a
visão de Santos e Araujo (2007). Logo, permi-
memória, diários, confissões, testemunhos,
te a narrativa do passado a partir do presen-
autobiografia, história oral, romances biográ-
te. Isto implica na compreensão de que as ex-
ficos. Essas variadas formas correspondem a
periências do narrador são incorporadas e que
diferentes campos disciplinares, tradições
não há um significado único a se atribuir a um
epistemológicas, os quais visam certos objeti-
acontecimento (Santos & Araujo, 2007). Aluí-
vos e se organizam a partir de determinadas
sio Ferreira Lima (2014, p.17) retoma Queiroz
práticas.
(1998, p. 20) que defende a idéia da história
Essa diversidade, por um lado, constitui um oral de vida como “o relato do narrador sobre
rico conjunto de possibilidades para os pes- sua experiência através do tempo”, de forma
quisadores; por outro, pode causar inquieta- que, a partir de seu relato, seja possível re-
ções e dúvidas que trazem insegurança e afas- construir os acontecimentos vividos e transmi-
tam os interessados. Buscando contribuir para tir a experiência adquirida neste processo,
um melhor entendimento desse campo de es- captando o que acontece na encruzilhada da
tudos, o objetivo desse artigo é compreender vida individual e social.
a história de vida, a pesquisa narrativa e o
Santos e Araujo (2007) apresentam a história
testimonio como abordagens no campo dos
oral tanto como uma técnica quanto como um
estudos biográficos. A escolha dessas três
método, a partir da perspectiva de Thompson
abordagens possibilita uma análise que inclui
(1998, em Santos & Araujo, 2007). Como mé-
tanto perspectivas mais tradicionais e conhe-
todo, ela transmite informações sobre deter-
cidas, bem como aquelas mais recentese ino-
minado tema, a partir da visão do narrador.
vadoras.
Como técnica, a história oral é fonte com-
Metodologicamente, buscaremos apresentar plementar a outra fonte, servindo para “para
cada uma dessas abordagens situando o con- completar falhas ou lacunas constantes de ou-
texto histórico de sua emergência, a definição tra documentação” (Santos & Araujo, 2007, p.
de seu conceito central, os procedimentos 194). Se compreendida como um método, im-
metodológicos, suas principais contribuições, plica no planejamento e na realização de um
bem como as críticas mais significativas. conjunto de entrevistas.
Esperamos, assim, permitir uma visão compa- Para Marianne Gullestad (2005), pesquisado-
rativa entre essas três diferentes abordagens res do campo da história e ciências sociais
de forma a contribuir para uma maior preci- usam as histórias de vida para extrair infor-
são conceitual, além de apontar para a rique- mações sobre o curso de vida. Já críticos lite-
za teórico-metodológica proporcionada pelo rários, ao enfatizarem a história e não a vida,
estudo de variadas formas de biografia. preocupam-se com a narrativa. Há, ainda, ou-
tras aplicações, como aquela feita por Josso
(1999), que apresenta as histórias de vida a
serviços de projetos e por Pineau (2006), que
foca as histórias de vida em formação. Este

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último ainda diferencia: biografia, autobio- Outro emprego da técnica de narrativas ou


grafia, relato. entrevistas de história de vida foi feito por
Suzana Burnier et al (2007) em estudo com
Segundo Lima (2014), no Brasil, a história de
vinte professores da capital do Estado de Mi-
vida como uma técnica foi inicialmente em-
nas Gerais. Os pesquisadores realizaram a
pregada na área de Psicologia Social com
gravação em áudio e vídeo de suas histórias
Eclea Bosi, em estudo clássico sobre memória
de vida pessoal e profissional por cerca de 1
social. Neste sentido, foi usada em investiga-
hora. Em seguida, foram feitas perguntas so-
ções sobre aspectos sociais pouco documen-
bre as escolhas que levaram o entrevistado a
tados tais como grupos étnicos, categorias
se tornar professor, seus valores e perspecti-
profissionais, no meio urbano ou rural (Quei-
vas quanto ao ensino.
roz, 1998, citado por Lima, 2014). Além disso,
o autor diferencia o uso da história de vida no Além do emprego no campo da saúde e edu-
campo da Sociologia e da Psicologia. Na So- cação, as histórias de vida também tem sido
ciologia buscam-se marcas dos grupos étnicos adotadas na área de Administração. Lisiane
aos quais pertenciam os entrevistados. Já o Quadrados Closs e Sidinei Rocha-de-Oliveira
seu emprego pela Psicologia busca as particu- (2015) as empregaram para analisar as in-
laridades que singularizavam os indivíduos. fluências e os limites das trajetórias profissi-
Lima (2014) defende que, com A. C. Ciampa, onais de executivos. Os autores, com base em
no campo da Psicologia Social, a dicotomia Smith (2012, em Closs & Rocha-de-Oliveira,
social/individual foi superada no estudo sobre 2015), argumentam que as entrevistas de his-
identidade. Ciampa usou o método de história tória de vida permitem que se investiguem
de vida de forma a ser adequado, segundo motivações, valores e escolhas relacionados à
Lima (2014), a denominação “narrativa de carreira. No contato inicial com os participan-
história de vida”. O registro é feito com o uso tes buscou-se estabelecer um clima de confi-
de um gravador e o número de entrevistas é ança necessária a este tipo de pesquisa. Na
determinado pelo ponto de saturação de sen- primeira entrevista, era solicitado que falas-
tido. Após a gravação, realiza-se a transcrição sem sobre suas trajetórias de vida, com des-
literal e, em seguida, a apresentação da taque para as experiências significativas em
transcrição aos participantes para receber au- suas carreiras. O pesquisador, neste tipo de
torização de uso de conteúdo e esclarecer entrevista, deveria pouco intervir e “seguir os
pontos obscuros. Após a transcrição (Lima, atores” (Delory-Momberger, 2012, p. 528 ci-
2014), as informações são divididas em propo- tado por Closs e Rocha-de-Oliveira, 2015, p.
sições indexadas (quem fez o que, quando, 531), registrando-se observações relevantes
onde e porque) e não indexadas (juízos, valo- em diário de campo. A análise do material de
res), as quais são diferenciadas em sentidos, Closs e Rocha-de-Oliveira (2015) foi efetuada
experiências vividas e argumentos (reflexões a partir de Denzin (1989, em Closs & Rocha-
sobre os eventos). de-Oliveira, 2015), com uma estratégia inter-
pretativa. Foram realizadas de 2 a 3 entrevis-
Uma pesquisa na base Scielo revelou o em-
tas de cerca de 90 minutos com cada entre-
prego da história de vida como uma técnica
vistado.
em estudos brasileiros do campo da Saúde e
Educação. Marília Bense Othero e José Ricar- Os estudos anteriormente destacados, possibi-
do de Carvalho Mesquita Ayres (2012) utiliza- litam-nos refletir que, por trazer informações
ram a história de vida como uma técnica para sobre pessoas e acontecimentos, a história de
identificar as necessidades de saúde das pes- vida pode permitir que se conheçam trans-
soas com deficiência, com destaque para a formações sobre valores e ideias culturais de
forma de captação dos sujeitos, o tempo de grupos específicos (Gullestad, 2005). As histó-
duração das entrevistas e a análise das mes- rias de vida são, segundo Marianne Gullestad
mas. Mariana Cardim e Martha Cristina Nunes (2005), documentos históricos cuja relevância
Moreira (2013) empregaram historias de vida se assenta na tensão revelada entre sua singu-
como complemento ao genograma e Ana Pris- laridade (a história da vida da pessoa que nar-
cila de Oliveira Benites e Neuza Barbarini ra) e a presença de conhecimentos e conven-
(2009) discutiram gênero a partir da história ções socioculturais neste relato, tornando-o
de vida de mulheres. patrimônio cultural.

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Aplicadas ao campo da formação e condição cativa, toda narrativa precisa de um modelo


docente, segundo Burnier et al. (2007), as de ação interacional, pois é atividade discur-
histórias de vida podem contribuir para com- siva. Narrativa es el nombre de esa cualidad
preender a relação entre os sujeitos e sua que estrutura la experiencia que va a ser es-
profissão/ofício, já que permitem que o pes- tudiada, y es también el nombre de los patro-
quisador tenha acesso às referências que em- nes de investigación que van a ser utilizados
basam a construção de significados pelos de- para su estudio (Connelly & Clandinin, 1995,
poentes, bem como compreender aspectos p. 12).
constitutivos da identidade docente.
Quando Michael Connelly e Jean Clandinin
No campo da Administração, as histórias de (1995) definem que narrativa é tanto o objeto
vida podem ser úteis para se entender aspec- a ser estudado quanto o método, definem
tos objetivos e subjetivos envolvidos na esco- também de que tipo de pesquisa narrativa fa-
lha e construção da carreira, tema interdisci- lamos. A pesquisa narrativa tem três dimen-
plinar, segundo Closs e Rocha-de-Oliveira sões escrevem Guilherme do Val Prado, Ro-
(2015), tais como contextos politico econômi- sauro Soligo e Vanessa Simas (2014) quais se-
co e emocionais do depoente. jam: fonte de dados, registro de percurso e
modo de produzir conhecimento. Segundo os
Apesar da contribuição da história de vida no
autores, primeiramente os dados vão sendo
campo da pesquisa, Gullestad (2005) alerta
produzidos a partir da narrativa dos sujeitos,
para a necessidade de se olhar um texto au-
logo, o percurso do trabalho deve ser regis-
tobiográfico como reconstrução de experiên-
trado em uma narrativa reflexiva e, finalmen-
cias e superação da dicotomia fato – ficção.
te, os dados produzidos devem apresentar o
As histórias de vida não devem ser vistas co-
sujeito pesquisado e o pesquisador implicados
mo “janela para a realidade externa”, nem
no processo.
como construção puramente pessoal e poéti-
ca. Clandinin e Connelly (2011) apresentam algu-
mas possibilidades de produção de dados,
destacando entre eles memoriais, história
Pesquisa Narrativa oral, história de vida, escrita autobiográfica,
Antonio Bolívar, Jesús Domingo e Manuel Fer- escrita de diários, diários de campo, fotogra-
nández (2001) escrevem que o enfoque narra- fias, caixa de memórias e entrevistas narrati-
tivo e biográfico, usado nas ciências sociais, vas. Sobre esta última Jovchelovitch e Bauer
teve seu principio com a crise da modernida- (2002) escrevem que é preciso cuidado na en-
de, mais especificamente com a crise da in- trevista, uma vez que ela é um convite para
vestigação positivista convencional. A investi- que o outro conte uma história, portanto o
gação narrativa é segundo os autores, um lu- modelo pergunta-resposta não cabe na estru-
gar de encontro e intersecção entre as diver- tura da narrativa e, ainda é preciso se atentar
sas ciências sociais e se configura em um ainda a três características: quanto menos se
campo transversal onde linguística, antropo- sabe sobre o tema mais detalhes é preciso sa-
logia, psicologia, filosofia, educação etc., ber (textura detalhada), é necessário narrar
tem reivindicado a narrativa como campo de aspectos relevantes segundo a perspectiva de
pesquisa. mundo do sujeito (fixação de relevância) e a
história deve ter inicio, meio e fim (fecha-
Segundo Sandra Jovchelovitch e Martin Bauer mento de gestalt). A pesquisa narrativa se ba-
(2002) a narrativa é uma forma discursiva. Ao seia nas histórias que gera e, portanto, ela “é
narrar o sujeito fala de si e da sociedade, ele aberta quanto aos procedimentos analíticos”
organiza a experiência em sequencia e encon- (Jovchelovitch & Bauer, 2002, p. 105).
tra possíveis explicações para a cadeia de
acontecimentos. Segundo os autores ainda, Das publicações encontradas na base de dados
toda narrativa tem uma dimensão cronológica Scielo: Rodrigo Aragão (2008) descreve uma
e uma dimensão de enredo. Contar histórias pesquisa com sete alunos de um curso de Le-
implica os sujeitos aos acontecimentos e sen- tras, especificamente Inglês e através de fil-
timentos. Fritz Schutze (2014, p. 14) escreve magens, diários, entrevistas, conversas infor-
que “toda narrativa é, por princípio, intera- mais, notas de observação em sala de aula,
ção”. Segundo o autor, para ser desenvolvida, representação visual das emoções o autor dis-
compreendida e analisada de maneira signifi- cute que ao narrar suas historias de aprendi-

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zagem, estes estudantes dão voz e sentido as que contar, narrar, provoca em si, mudanças
suas experiências. Maria Luiza Vassallo e João na forma como as pessoas compreendem a si
Telles (2008) investigam sua própria experi- e aos outros, o que poderia ser considerado
ência em aprender a língua estrangeira um do uma estratégia de formação e de emancipa-
outro. Com uma proposta conhecida como ção dos sujeitos pesquisados.
tandem, um aprendeu português e o outro
Clandinin e Connelly (2011) escrevem sobre
italiano. Anotações de campo, mensagens re-
desafios desse tipo de pesquisa: a) os comitês
flexivas de e-mails trocadas durante o período
de éticas, com seus guias técnicos, detalha-
e o conteúdo anotado durante as aulas consti-
dos e legalistas não permitem considerar as
tuem o método para análise narrativa. Nesse
“relações” entre pesquisadores e informan-
artigo os autores fazem destaque ao conceito
tes, dificultando o que, na pesquisa narrativa
de identidade e, portanto, discutem o proces-
é muito importante, desse modo, a definição
so de aprender a língua e constituir-se sujeito
de um projeto de pesquisa a priori, a assina-
através das historias narradas. Vera Lúcia Pai-
tura de um TCLE sem que o projeto pudesse
va (2008) apresenta reflexões sobre a aquisi-
ter sido construído no processo de pesquisar,
ção de língua inglesa, utilizando narrativas de
questões relacionadas a exigência de anoni-
aprendizagem de língua inglesa, em que os
mato interferem muitas vezes no tipo de pes-
narradores revelam aspectos de seus proces-
quisa realizada. b) Outro desafio destacado,
sos de aprendizagem por meio de textos, hi-
diz respeito a necessidade ou não de o pes-
pertextos, imagens e sons. Os narradores fa-
quisador identificar se a narração é fato ou
lam livremente sobre suas memórias e suas
ficção e, os autores defendem que as narrati-
emoções ao dar sua própria explicação sobre
vas não estão abertas a comprovações, uma
como aprendem outra língua. Segundo a auto-
vez que tanto ficção quanto fato são quase
ra, esses relatos ajudam a entender certos
completamente autobiográficas. c) Outro ris-
aspectos medo, ansiedade, influência familiar
co destacado é possibilidade de produção de
envolvidos na aquisição de uma língua. Em
enredos “Hollywoodianos” os típicos enredos
outro artigo, Lilian Landskron e Tania Sperb
suavizados, necessariamente com final feliz.
(2008) entrevistam nove professoras que nar-
d) E o ultimo desafio, talvez o mais difícil, é o
ram suas historias com alunos diagnosticados
da fluidez da pesquisa. Por não ter métodos
com TDAH. O estudo permite investigar como
fixos, previamente definidos, pode o pesqui-
essas professoras experienciam o cotidiano de
sador que não esteja em estado de alerta, se
trabalho, como percebem e lidam com o di-
perder, não estabelecendo critérios para si,
agnostico das crianças e como manejam situ-
não definindo limites, nem exigindo qualida-
ações concretas. Marcos Junior e Dione Carva-
de.
lho (2014) descrevem o espaço de supervisão
de estagio, onde os estagiários tinham como
tarefa escrever diários descritivos e reflexivos O testimonio
sobre as aulas observadas e lecionadas e, em
supervisão esses diários eram analisados. Nos Os estudos biográficos envolvem diferentes
diários haviam registros de situações instigan- formas de fazer pesquisa, com uma variedade
tes em relação ao processo de ensino e de orientações teóricas, técnicas de coleta e
aprendizagem dos alunos; de informações so- análise de dados, bem como compromissos
bre a prática para melhor entendê-las; estudo políticos e éticos. O testimonio é uma forma
e planejamento de ações a fim de abordá-las; de produzir e estudar narrativas biográficas
desenvolvimento da ação planejada; realiza- que produz um questionamento epistemológi-
ção de reflexão sobre o desenvolvimento da co e político radical, nos fazendo refletir so-
ação para propor mudanças; e, por fim, uma bre os objetivos do conhecimento científico e
reflexão geral sobre todo o processo. O estu- seu papel na transformação da sociedade.
do segundo os autores procurou analisar a O testimonio é objeto de reflexão especial-
constituição do professor nas tensões do dia a mente dos estudos literários, com diálogos no
dia. campo das ciências humanas e sociais. Sua
De modo geral, todos os artigos pesquisados, origem histórica se dá no contexto latino
defendem que a narrativa permite “dar voz americano da década de 1960 e 1970. Impor-
ao sujeito” da pesquisa, implicar o sujeito a tante para a identificação e difusão do testi-
historia que conta. Alguns defendem ainda, monio foi sua inclusão como uma categoria

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para o concurso da Casa das Americas, em net, sendo que, no Brasil, é difícil localizar
Cuba, em 1971. Seu reconhecimento em um testimonios significativos. O uso de biografias
âmbito mais amplo, contudo, se deu nas dé- metonímicas tais como o testimonio tem sido
cadas de 1980 e 1990, a partir de sua inserção pouco frequente na literatura, estando mais
nos debates sobre multiculturalismo e estudos presentes nas campanhas e programas televi-
subalternos. No contexto americano, houve sivos das disputas políticas. Para além dos es-
um intenso debate, com centenas de artigos, tudos literários, no campo da Psicologia brasi-
livros e capítulos de livro. A obra ícone desse leira, parece ainda haver um completo desco-
movimento é “Meu nome é Rigoberta Menchú nhecimento sobre os usos e potencialidades
e assim nasceu minha consciência”, de Eliza- do testimonio.
beth Burgos (1993).
Tipicamente, o debate em torno do testimo-
Como um gênero literário, ele é complexo e nio se dá mais diretamente relacionado à sua
de difícil definição, sendo uma combinação condição de gênero literário e às perspectivas
de biografia, história oral, alegoria e coro de de emancipação social, portanto, em seus as-
vozes coletivas (Mueller, 2012). Marca carac- pectos epistemológicos e políticos, do que re-
terística do testimonio é a presença de um lativos aos procedimentos metodológicos efe-
pesquisador ou escritor profissional que grava tivos para a produção de um conhecimento
e transcreve o relato oral de um narrador que correto e válido. Contudo, apesar de não ha-
tem poucas condições de se expressar por es- ver uma literatura consistente sobre o assun-
crito. Uma definição muito citada sobre o que to, é possível se encontrar algumas orienta-
seria o testimonio é a de John Beverly, na ções sobre o processo de redação de um tes-
qual ele afirma: timonio. Assim, metodologicamente, a cons-
Por testimonio eu entendo um romance ou uma
trução de um testimonio requer a gravação
narrativa do tamanho de um romance em um li- dos relatos apresentados pelo narrador da his-
vro ou panfleto (ou seja, impresso ao invés de tória, a qual é transcrita e editada segundo os
acústico), apresentado em primeira pessoa por interesses do narrador. Entre as etapas para o
um narrador que também é o real protagonista ou
testemunha dos eventos que ela ou ele conta e
desenvolvimento de um testimonio estão:
cuja unidade narrativa é usualmente a “vida” ou preparar, desenvolver o roteiro de entrevista,
uma experiência de vida significativa (Beverly, entrevistar, usar o gravador, tomar notas,
1989, pp. 12-13). transcrever, criar arquivo e tomar cuidados
Essa definição de testimonio pode ser melhor éticos (Randall, 1985).
compreendida se comparada com alguns ou- A escrita dos testimonios traz várias contri-
tros tipos de pesquisa que guardam várias se- buições para o conhecimento social. De ma-
melhanças, porém, algumas diferenças. As- neira mais tradicional, podemos entender que
sim, em relação à história de vida, podemos os testimonios servem para preservar a histó-
entender que a organização narrativa privile- ria cultural popular, e mais do que isso, reco-
giada é a do interlocutor que produz o texto, nhecer a história social a partir de represen-
sendo o narrador apenas um informante. Já tantes do povo, e não das classes dominantes.
no testimonio, o narrador usa da oportunida- Trata-se, então, de uma estratégia de memó-
de oferecida pelo interlocutor e produz uma ria subalterna. Para além do valor intrínseco
“narrativa de urgência”, que busca mudar a dessa contribuição, podemos analisar as con-
história de seu grupo de pertencimento. Em sequencias epistemológicas e políticas da es-
relação à autobiografia, tipicamente, ela bus- crita de um testimonio. Nesse sentido, ele é
ca a afirmação da experiência pessoal, cen- uma forma de estudo biográfico que se com-
trada no indivíduo, numa perspectiva já pas- bina com um modo de intervenção social. Ele
sada e elaborada. No testimonio, a identida- é uma crítica às práticas de escrita da aca-
de do narrador não está separada de um gru- demia que são elas próprias formas de domi-
po subalterno ou situação de classe, e se dá nação e manutenção da subalternidade. As-
no momento vivido. (Berverly, 2005). sim, de maneira radical, o testimonio subver-
Segundo Christian Dutilleux (2011), exemplos te o lugar do intelectual e do subalterno. Po-
significativos de testimonios são obras como liticamente, ele possibilita aos intelectu-
“Se me deixam falar” de Domitilia Barris de ais/pesquisadores/escritores uma coalizão
Chungara e Noema Viezzer e “Biografia de un com os subalternos, uma participação na
cimarrón” de Esteban Montejo e Miguel Bar- transformação da sociedade. Na relação com

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a sociedade, o testimonio interpela o leitor e Conclusões


o mobiliza para a ação, sendo uma forma de
resistência política (Beverly, 2005). Nas três abordagens (ver tabela 1), a marca
autobiográfica está presente, mas enquanto
É nessa combinação entre memória e resis- na História de Vida e no Testimonio o narra-
tência que se encontra a força e a fraqueza dor fala sobre si, na Pesquisa Narrativa ele é
do testimonio. A principal crítica endereçada chamado para falar sobre um acontecimento.
ao testimonio se refere à questão da autenti- Procedimentos para coleta e análise são dis-
cidade e da verdade. Conforme vários estudi- cutidos mais aprofundadamente na literatura
osos do campo (Beverly, 2005; Dutilleux, sobre Histórias de Vida e Pesquisa Narrativa,
2011; Mueller, 2012), David Stoll protagonizou enquanto o Testimonio, por si, é o principal
esse debate ao acusar a obra de Rigoberta resultado.
Menchu de conter falsidades e invenções.
Contudo, o testimonio é importante mais por As três abordagens sofrem críticas quanto à
seus efeitos performáticos, de criação de no- autenticidade do que é narrado, o que remete
vas realidades, do que em seu caráter de des- a um modelo de ciência distante dos para-
crever os fatos. Como um texto escrito, ele é digmas qualitativos, nos quais há valorização
construído a partir de determinadas práticas do sentido atribuído pelo sujeito aos aconte-
que geram determinados efeitos, não sendo cimentos ou situações narradas. Considera-se
um espelhamento da realidade histórica. A que, dentro da perspectiva qualitativa, dado
partir desse modo de entendimento, o testi- seu caráter êmico e indutivo, o emprego das
monio é um meio e não um fim, sendo a ética três abordagens é de grande valia.
um critério orientador mais do que a objetivi-
dade.

Tabela 1. Síntese das Principais Características.

História de Vida Pesquisa Narrativa Testimonio

- Recurso da história moderna com - Origem histórica se dá no contexto - Origem histórica se dá no contexto
destaque a partir da Escola de Chica- da crise da modernidade, mas especi- latino americano da década de 1960 e
go, na década de 1920, nos Estados ficamente na crise da investigação po- 1970.
Unidos. sitivista. - Romance em primeira pessoa de um
- Narrativa do passado a partir do pre- - O modelo pergunta-resposta não ca- narrador que é o protagonista ou tes-
sente que permite relevar o retrato be na estrutura narrativa, é preciso temunha dos eventos apresentados; a
que o narrador faz de sua experiência, um convite para que o informante fa- unidade narrativa é uma experiência
reconstruindo acontecimentos vividos. le, seguindo três características: tex- de vida significativa; pesquisador que
- Registro de entrevistas por meio de tura detalhada, fixação de relevância grava e transcreve o relato oral de um
gravador e transcrição literal para lei- e fechamento de Gestalt. narrador que tem poucas condições de
tura e divisão das informações em - A pesquisa narrativa se baseia nas se expressar por escrito.
proposições indexadas e não- histórias que gera e, portanto, é aber- - Apesar de possuir alguns procedi-
indexadas, destacando-se os sentidos, ta quanto aos procedimentos analíti- mentos para sua construção, metodo-
as experiências vividas e os argumen- cos. logicamente, vai além de uma pers-
tos utilizados pelo entrevistado. - A narrativa permite “dar voz” ao su- pectiva de coleta e análise de dados,
- Permite conhecer transformações jeito da pesquisa e implica o sujeito à sendo o texto do testimonio o princi-
sobre valores e ideias culturais de gru- historia que conta. pal resultado do fazer intelectual.
pos específicos. - As narrativas não estão abertas a - Forma de estudo biográfico que se
- Documento histórico que revela a comprovações uma vez que tanto fic- combina com um modo de intervenção
tensão entre a singularidade da pessoa ção quanto fato, são quase completa- social, funcionando como uma estra-
que narra e conhecimentos e conven- mente autobiográficas. tégia de memória subalterna, além de
ções socioculturais. ser uma forma de resistência política.
- Necessidade de ser vista como re- - Críticas referentes à questão da au-
construção de experiência e superação tenticidade e da verdade.
de dicotomias “fato-ficção” e “reali-
dade externa-relato pessoal”.

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ELIANE REGINA PEREIRA


Psicóloga, com mestrado e doutorado em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina. É
Professora Adjunta da Universidade Federal de Uberlândia, no Instituto e no Programa de Pós-
Graduação em Psicologia (PGPSI).

RENATA FABIANA PEGORARO


Psicóloga, Mestre e Doutora pela Universidade de São Paulo (1996, 2002, 2007) É Professora da Univer-
sidade Federal de Uberlândia, no Instituto e no Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PGPSI).

EMERSON FERNANDO RASERA


Psicólogo, Mestre e Doutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1995, 2000, 2004), com pós-
doutorado pela University of New Hampshire/EUA (2011-2012). Atualmente é Professor Associado III da
Universidade Federal de Uberlândia/Brasil. Foi Coordenador do Programa de Pós-graduação em Psico-
logia (2008-2009). É Presidente da Associação Brasileira de Psicologia Social (2016/2017).

DIRECCIÓN DE CONTACTO
eliane@ufu.br

FORMATO DE CITACIÓN
Pereira, Eliane Regina; Pegoraro, Renata Fabiana & Rasera, Emerson Fernando (2017).História de Vida,
Pesquisa Narrativa e Testimonio: Perspectivas nos Estudos Biográficos. Quaderns de Psicologia, 19(3),
277-286. http://dx.doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1413

Quaderns de Psicología | 2017, Vol. 19, No 3, 277-286


286 Pereira, Eliane Regina; Pegoraro, Renata Fabiana & Rasera, Emerson Fernando

HISTORIA EDITORIAL
Recibido: 17-05-2017
1ª Revisión: 15-08-2017
Aceptado: 19-08-2017

http://quadernsdepsicologia.cat

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