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Quando Paulo estava na cidade havia pouco mais de dois anos, os novos cristãos
acenderam um grande fogueira para destruir seus antigos livros de ocultismo e as
parafernálias relacionadas. Eles queimaram todo esse material (Atos 19.19) e Lucas
registra o valor. Lucas gostava de contar coisas. Ele foi o primeiro a registrar a
história da Igreja, e ele viu a importância de manter registros precisos, que incluíam
números.
Ele observa que a quantidade de material que foi queimado custava
aproximadamente 50 mil moedas de prata. Uma moeda de prata equivalia
aproximadamente a um dia de salário de um homem. Não é à toa que esse
acontecimento impactou Éfeso.
E não foi só isso que aconteceu. Uma outra mudança decorrente do impacto do
Evangelho na cidade foi a diminuição do comércio de ídolos. As pessoas que
trabalhavam fazendo os ídolos se reuniam em forma de um sindicato e o seu líder
chamava-se Demétrio. Ele ficou muito chateado com a queda nas vendas de ídolos.
A preponderância dos cristãos na cidade tornou-se tão grande que o mercado de
ídolos estava secando.
Por conseguinte, a cidade estava à beira de sofrer grandes perdas econômicas. Acho
significativo que um dos resultados do impacto do Evangelho sobre essa cidade foi o
fato de que afetou a sua economia. É uma maneira bastante incomum medir o
impacto do Evangelho em uma cidade pela forma como afeta a sua economia, mas
acho-a salutar e intrigante. Quando as pessoas se tornam crentes, seus hábitos de
compra tornam-se diferentes.
Algumas indústrias que apoiavam antes de serem crentes não são mais apoiadas
depois de aceitarem Jesus. Assim, sem qualquer organização de marchas ou piquetes
de greve ou boicote oficial, mas simplesmente como uma questão de desuso, a
economia principal da cidade – a venda de ídolos – passa por um tremendo
sofrimento só porque os cristãos que vivem sob o poder do Evangelho de Jesus Cristo
alteraram o seu padrão de vida. Veja o quanto o Evangelho invadiu a cidade. Paulo
começou com doze pessoas em Éfeso e, em dois anos, toda a Ásia (ver as cidades cujas
igrejas são mencionadas em Apocalipse 2 e 3, e que cercam Éfeso) foi afetada.
Provavelmente, uma população de meio milhão a um milhão de pessoas ouviram o
Evangelho e uma enorme percentagem destes tinha acreditado na mensagem de
Cristo. Doze pessoas! Acredita-se que a comunidade cristã em Éfeso teria sido de 50
mil pessoas.
Foi algo extremamente dinâmico o que aconteceu nesta cidade. Como isso
aconteceu? E isso é um padrão? Estou convencido de que podemos aprender com
todos os fundadores de igrejas no Novo Testamento. O Senhor não necessariamente
nos está a dizer pela Sua Palavra que o mesmo programa de trabalho em Éfeso
devemos colocar em prática aqui. O espírito é único em cada situação. Ao estudar o
Novo Testamento, você encontrará que havia singularidade na fundação de cada
igreja. Assim como havia conversões únicas. Como Lídia, que abriu calmamente a
sua vida ao Senhor. Ela foi o que chamaríamos de uma conversão não-dramática. E
temos Saulo de Tarso, que foi literalmente lançado ao chão devido à natureza
dinâmica do aparecimento do Senhor ressuscitado para ele. E nós, particularmente,
poderíamos contar cada um uma história diferente de conversão, porque Deus
trabalha na individualidade.
Algumas coisas me parecem específicas na fundação da igreja em Éfeso, nesse grande
avivamento que ocorreu naquela cidade, e que nos mostram o tipo de fenômeno que
aconteceu naquela igreja. É diferente da fundação da Igreja em Antioquia, que tinha
começado realmente como resultado de um esforço planejado. Leigos de Chipre e
Fenícia decidiram ir a Antioquia e começaram a compartilhar o Evangelho. Mas, os
resultados da Igreja de Éfeso são furtos de um esforço direto de uma missão – o
apóstolo Paulo – para plantar uma igreja. Quais são os principais ingredientes desse
trabalho?
Fome de aprender
Mas, há ainda mais coisa a dizer a respeito de Éfeso. Falamos sobre Paulo como um
líder chamado por Deus, falamos de três formas estratégicas usadas por ele para
evangelizar a fim de ver a congregação cristã em Éfeso crescer naquela grande
medida, mas uma outra coisa muito importante ocorreu: o impacto do sobrenatural
nessa cidade. Isso é parte de Deus.
Em Atos 19.11, lemos que Deus fazia milagres extraordinários pelas mãos do apóstolo
Paulo. Às vezes, a igreja espera acontecer um milagre para que finalmente o
Evangelho se espalhe. Mas, na igreja de Éfeso não funcionou assim. As pessoas
primeiro vieram ao Senhor, foram instruídas no ensino da Palavra, e em seguida os
milagres vieram como uma espécie de bônus. Creio que a maioria dos cristãos em
Éfeso estava experimentando milagres. Essa parece ser uma inferência lógica diante
do texto bíblico. Não é dito que em Éfeso as pessoas começaram a acreditar no
Evangelho por causa dos milagres, mas que as pessoas passaram a ouvir sobre o
Reino de Deus e a crer nele, a serem ensinados sobre ele e acreditar nele, e então os
milagres começaram a acontecer. Isso não quer dizer que não haja momentos em que
as pessoas realmente vêm à fé em Jesus por causa de um milagre ocorrido. A ênfase
em Éfeso é na obra extraordinária de Deus. É tão extraordinária que Lucas registra
que excepcionalmente lenços e aventais de Paulo eram conduzidos até os doentes,
colocados sobre eles e estes eram curados.
Acho que há muitas razões para isso. Paulo estava tão ocupado ministrando que ele
não tinha tempo para visitar o doente para orar por ele como fazia normalmente. Os
lenços eram pequenas peças usadas para secar o suor na cabeça. O avental era o
revestimento de couro que ele usava quando estava trabalhando na fabricação de
tendas. As pessoas estavam levando as coisas associadas à obra de Paulo, coisas nas
quais estava o seu suor. E se Paulo não poderia ir pessoalmente, elas poderiam ser o
que Oral Roberts chamava de “um ponto de contato”. Assim, as pessoas que estavam
sendo curadas entendiam que o poder que lhes curara era aquele que Paulo pregava:
a autoridade do Senhor Jesus Cristo. Ou seja, os milagres extraordinários em Éfeso
não eram tanto o resultado da fé de Paulo, mas da obra soberana de Deus em
cooperação com a fé dele e daquelas pessoas manifestada naquela cidade.
Também em Éfeso havia exorcismo. Uma das cenas engraçadas da Bíblia está em
Atos 19.13, onde certos exorcistas judeus, sob a liderança de um alto sacerdote por
nome Ceva – os sete filhos de Ceva –, tentaram expulsar alguns espíritos malignos
usando o nome de Jesus. Éfeso era uma cidade onde havia uma forte crença em
encantamentos. Muitos criam que se você declarasse uma determinada expressão,
então as coisas iriam acontecer. Assim, uma vez que essas pessoas acreditavam
nessas coisas, e viam Paulo expulsar demônios no nome de Jesus, acreditaram que
aquela expressão era apenas mais uma expressão mágica e resolveram usar o nome
de Jesus como seu novo amuleto.
Então, um único endemoninhado pulou em cima delas, fazendo com que os sete
irmãos fugissem nus pelas ruas da cidade. Um fato interessante sobre esse exorcismo
está na resposta do demônio aos sete filhos de Ceva: “Sei quem é Jesus, sei quem é
Paulo, mas vós, quem sois?”. No grego, há dois vocábulos diferentes empregados
para se referir ao verbo “conhecer”. Quando o demônio diz “sei quem é Jesus”, o
vocábulo usado carrega a ideia de “Sou bem familiarizado com”. E quando diz “sei
quem é Paulo”, o termo aqui significa “estou familiarizado com”, não transmitindo a
ideia de intimidade. O que é interessante é que Jesus nunca foi a Éfeso, nunca
ministrou fora de Israel. Ele morreu numa cruz em Jerusalém e ressuscitou em
Jerusalém. No entanto, um demônio em Éfeso diz: “Sei quem é Jesus”. Isso mostra a
interligação da comunicação no mundo dos espíritos. “Sei quem é Jesus; e Paulo, que
estava aqui fisicamente, conheço um pouco. Mas, quem são vocês?”. Esse incidente
foi uma grande lição para a comunidade cristã em Éfeso. Como acontece muitas vezes
quando o Evangelho chega a uma nova cultura, algumas pessoas não põem de lado
todas as práticas pré-cristãs, nem todos colocam de lado todos os tipos de hábitos
que tinham antes. Provavelmente, havia em Éfeso alguns cristãos que ainda tinham
alguma “coisa” que gostavam de fazer ligada à cultura ocultista que havia em Éfeso,
mas, depois desse evento, houve um despertamento dentro da igreja nascente ali. Foi
um reavivamento de santidade. A mensagem clara é de que teriam que colocar para
fora de suas vidas tudo o que não é como Jesus.
Foi o que começaram a fazer (At. 19.17-20). O que aprendemos aqui é que, depois de
aceitarmos o Evangelho, ainda devemos nos perguntar a nós mesmos: “Estou
carregando ainda qualquer lixo da minha vida pré-cristã? Estou andando ainda com
alguma coisa que deveria lançar fora a fim de que a minha experiência com o Senhor
seja tão vibrante e real como o Senhor quer que seja?”. Essa ruptura com o ocultismo
é fundamental em Éfeso. Com ela, essa igreja passa a ser uma igreja muito madura.
Vemos isso mais tarde, na Carta de Paulo aos Efésios, que acho que, juntamente com
a Carta aos Romanos, é uma das mais profundas e maduras cartas do Novo
Testamento. A igreja em Éfeso é muito diferente da igreja de Corinto. As Cartas aos
Coríntios não poderiam ter o tipo de peso que a carta de Éfeso revelou. Éfeso havia
avançado mais no Senhor e foram capazes de formar uma grande igreja.
Reavivamento