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Escolhi como dois caminhos para me guiar aos fins da presente pesquisa:
a etnografia e a etnometodologia. Porém, existe uma metodologia mista destes
dois campos que é etnografia construtivista. Da etnografia construtivista apliquei
as orientações gerais de imersão dentro do campo, pois tinha como objetivo
captar a percepção do ambulante do metrô sobre a própria estrutura e
organização do mercado em que faz parte, além de explorar o universo das
relações entre ambulantes, funcionários do METROREC e usuários do metrô e
os espaços de sociabilidade, ou os pedaços (Magnani, 2011) – as estações do
metrô e o composição do metrô em si – em que são feitas novas conexões na
rede de interações entre os ambulantes e onde são feitos os acordos e as
estratégias de resistência à repressão dos seguranças. No entanto, não se trata
de dar voz aos ambulantes, ou de reproduzir as perspectivas destes como uma
narrativa que representa uma verdade. As situações descritas nas entrevistas
eram mediadas através da análise de dados que procuraram identificar os
fenômenos que se repetiam e as experiências diferentes daquelas relatadas,
além de acrescentar os conteúdos presenciados pelo pesquisador através da
observação.
Carlos abriu meus olhos para outras coisas: como uma divisão entre os
ambulantes – os mais velhos e aqueles já são comerciantes do metrô há alguns
anos (que ele rotulou como ambulantes do bem) e os mais novos, que são a
maioria atualmente, e que o número só aumenta no transcorrer dos dias
(chamados de ambulantes do mal – em sua maioria); me falou sobre a violência
sofrida pelos ambulantes na relação com os seguranças do metrô; falou sobre o
que o trabalho de comerciante no metrô significa para a sua vida e quais foram
os motivos que levaram a sua neste mercado, além das perspectivas e
percepções do mesmo sobre a atividade. Essa entrevista me induziu a continuar
as observações para entender o que fora relatado pelo ambulante. Não quis
fazer outras entrevistas neste momento, pois receava ficar conhecido entre os
ambulantes da estação e ter dificuldade para realizar minhas observações totais
sem ser identificado e ter cenas simuladas que não corresponderiam com as
ações cotidianas dos ambulantes.