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ALMA DE BRANCOS
E SUAS HARMONIZAÇÕES
POR QUE PRODUTORES ESTÃO
COLHENDO À NOITE
NOVA ESTRELA
BRASILEIRA
LISTA DE MOSCATEL ESPUMANTE
MAIS DE
5 MIL RÓTULOS
CARTAS DE VINHO OU
BÍBLIAS DE VINHO?
OS SEGREDOS DE
GALVÃO BUENO
ANO XI - NO 160 - R$ 18,00 – € 4,00
ISSN 18083722
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GR/D&KDEOLVLHQQHQR%UDVLO
EDITORIAL |
Clássicos
DIREÇÃO
PUBLISHER
Christian Burgos - christian@innereditora.com.br
DIRETORA DE OPERAÇÕES
Christiane Burgos - christiane@innereditora.com.br
A
REDAÇÃO
busca de todo produtor é sempre fazer o melhor vinho possível. EDITOR
Arnaldo Grizzo - a.grizzo@revistaadega.com.br
Se tudo der certo, com o tempo, ele poderá ganhar fama e até
tornar-se um grande clássico. Em se tratando de fama, difícil DIRETOR DE ARTE
Ricardo Torquetto - ricardo@innereditora.com.br
dizer que haja algum produtor brasileiro mais famoso que Galvão
ASSISTENTE DE ARTE
Bueno. Recentemente, ADEGA teve a oportunidade de conversar com Aldeniei Gomes - arte@innereditora.com.br
o narrador-produtor de vinhos antes do lançamento do seu mais novo EDITOR DE VINHO
rótulo, o Anima. Eduardo Milan - eduardo.milan@revistaadega.com.br
Nesta edição, trazemos ainda uma inusitada lista de restaurantes que PUBLICIDADE
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possuem cartas de vinho enciclopédicas. Se você já fica em dúvida no +55 (11) 3876-8200 – ramal 11
que escolher diante de uma carta “convencional”, imagine uma que REPRESENTANTES COMERCIAIS - BRASIL
possui mais de 5 mil rótulos? Pois é, e tem lista muito maior que isso, Renato Scolamieri - renato@rscola.com.br
Carminha Aoki - carminhaaoki.adegasabor@gmail.com
verdadeiras bíblias de vinho.
Continuando nas listas, apresentamos uma seleção de Moscatel RIO GRANDE DO SUL/SANTA CATARINA
Sônia Machado - sonia@vistamontes.com.br
espumante nacional que fará com que você perca o preconceito com
MARKETING
esse estilo de vinho – se é que ainda tem. Em nossas degustações, os marketing@innereditora.com.br
Já ouviu falar de colheita noturna? Ela tem sido cada vez mais CIRCULAÇÃO
comum em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. Então, R.Scola Marketing Editorial
Listamos alguns tintos “com alma de brancos” e damos sugestões de ASSESSORIA JURÍDICA
Machado Rodante Advocacia - www.machadorodante.com.br
harmonização com comidas de verão.
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Quer ficar por dentro das principais novidades do mundo do vinho EGB Editora Gráfica Bernardi LTDA
e ainda conferir uma sempre eclética seleção de vinhos? É só seguir
DISTRIBUIDOR EXCLUSIVO PARA O BRASIL
adiante em nossas páginas. Total Publicações
40 52
12 ENTREVISTA
As opiniões e o desejo de
Galvão Bueno de fazer o
62 ESCOLA DO VINHO
Conheça as vantagens e
desvantagens da colheita
melhor vinho do Brasil noturna
40 ESCOLA DO VINHO
Como um vinho é capaz de se
consagrar e se transformar em
68 ESCOLA DO VINHO
Saiba como funciona o sistema
de solera e criaderas, capaz de
um clássico produzir vinhos singulares
48 ENOBUSINESS
“Quem ganhou e quem
perdeu” no mercado de
74 CURIOSIDADES
A história de “sobrevivência” do
vinho “bebível” mais antigo do
importação brasileiro em 2018 planeta
52 LISTA
Uma seleção de restaurantes
com cartas de vinho
gigantescas
CONTEÚDO |
62
74
78 LISTA
Apontamos 10 Moscatéis
Espumantes para você perder o 87
preconceito
18 | PRESENTES
DROPS 20 | MUNDOVINO
50 Colecionadores
Mercado de leilões
87 | CAVE
99 | CLUBE ADEGA
60 Triste
Gerard Basset faleceu 106 | QUEM DISSE
CARTAS | ESCREVA PARA REDACAO@REVISTAADEGA.COM.BR
By Maurício Ferreira
Da Água para o Vinho, AnaBorba Sommelier
@daaguaparaovinho @tempodevinho
A @revistaadega publicou em Don Guerino Sinais
CABERLOT sua edição número 158, os TOP Moscato Giallo 2018
Incrível história do vinho Caberlot. Fiquei bastante 100 melhores vinhos de 2018. E #revistaadega
curioso com esse cruzamento entre uvas Merlot minha grande satisfação se deu em
e Cabernet Franc. Mais curioso ainda fiquei em encontrar alguns vinhos brasileiros
provar o vinho para saber “do que se trata” no nesta lista. Destaque para o
paladar. Verdadeiramente uma curiosidade. Espumante @casavalduga SUR LIE
Tiago Valadares 30 MESES NATURE (93 ptos) que
ficou na 16a posição. Isso mesmo,
senhores, 16a posição. Muito
CHAMPAGNE merecido. #revistaadega
Não fazia ideia de que era
possível produzir Champagne
com uvas que não fossem Apple & Bruce& Marcela
Pinot Noir, Pinot Meunier @sommeliercats
e Chardonnay. Sempre ouvi E a leiturinha enquanto
dizer que essas eram as uvas a gente torra é a última
obrigatórias e que não se podia edição da
produzir com outras. Achei @revistaadega que chegou
curiosa a matéria da edição aqui em casa. #piscina
159 que trata sobre as uvas #revistaadega
“esquecidas” e que fazem parte
da denominação. Vou procurar conhecer
melhor. Caren Belló Muraro @caren_muraro
Flávio Mascarello Flights são experiências enofílicas
de três vinhos por vez. Dentre os 9
vinhos oferecidos pelo
DUJAC @cobowinebar neste dia, nosso
Fiquei com água na favorito foi o Fausto Brut Rosé,
boca ao ver o artigo da @pizzatovinhasevinhos um
sobre os vinhos do espumante cremoso e delicado,
Domaine Dujac e com uma cor maravilhosa. Também
as harmonizações. gostei muito do Tannat da Paulo Eduardo
Uma pena esse tipo de @torcello_vinicola apesar de não ter @duquiristo
evento ainda estar fora nada a ver com o prato que pedi, Nesse calor de 40 graus,
do meu orçamento, mas, quis degustar, pois já tinha boas uma piscininha pós dia
quem sabe no futuro. referências. Meu marido escolheu o pesado de trabalho e
Parabéns para quem pôde Rosé de Pinot Noir Faces da um rosé bem gelado vão
participar. @lidiocarraro e o Sauvignon Blanc muito bem para ajudar a
Humberto Peralta Seival da @miolowinegroup, além relaxar um pouco. #calor
do queridinho espumante Rosé. #revistaadega
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Onde guardar
o vinho?
“Não tenho adega em casa. Onde posso guardar meus vinhos? A geladeira
é um bom lugar?”, pergunta o leitor José Carlos Dutra
D
efinitivamente, manter seus vinhos em local deve ser escuro, pois raios UV ajudam a en-
uma adegaega climatizada é muito velhecer o vinho. Portanto, luz direta
diret nem pensar.
melhor do que guardá-los em Depois, ache um cancanto onde a tem-
ua casa em que não
algum lugar de sua peratura possa variar pouco.
ariação de tem-
há controle de variação Segundo est estudos, um dos
ade. Mas, já
peratura e umidade. maiores problemas no
dega, não
que não possui adega, armaze
armazenamento de
pense que o melhor hor é ir vinho
vinhos, mais que a
eira. A
direto para geladeira. exp
exposição a tem-
geladeira só é umama peraturas mais
solução (temporá- rá- altas do que
uver
ria), se não houver o recomenda-
outro ponto da do, é a variação
casa resguar- drá
drástica. Em se-
dado do sol e gui
guida, pense em
de variações um lugar em
de temperatura que não haja
muito drásticas. vibrações,
Por que não ão a pois, como já
geladeira? Porque ue a explicado, elas
esar de
temperatura, apesar são tão ou mais danosas
constante, é mais baixa que a ideal para ao vinho qu quanto as varia-
armazenar vinhos e, alémlé di
disso, sua ffaixa
i dde umi-i ções dde temperatura. Depois, o
dade também é muito menor que o recomendado. local deve ter boa ventilação e, possivelmente,
Enquanto o melhor para um vinho seria algo em boa umidade (nem seco, nem super úmido).
torno de 10ºC a 13ºC e 70% a 90% de umidade, Onde achar um lugar assim em casa? Armários
a geladeira tende a ficar abaixo dos 5ºC e com embutidos que não ficam de costas para paredes
menos de 30% de umidade. Outro problema é a externas, ou, pelo menos, paredes que não tomam
vibração causada pelo “liga-desliga” do motor da sol. Cozinha? Melhor não. A temperatura prova-
geladeira. As vibrações também causam danos aos velmente vai variar e, além disso, cheiros e vibra-
vinhos, assim como variações drásticas de tempe- ções podem afetar a bebida. Para quem mora em
ratura. Ou seja, a geladeira só é uma boa opção se casa com escada, o vão da escada pode ser uma
for para manter seu vinho por poucos dias. alternativa. Não tem exatamente o local ideal?
Então, se não na geladeira, onde? Vamos fazer Coloque as garrafas em um canto protegido do sol
uma listinha de “exigências”. Primeiramente, o dentro de uma caixa de isopor.
N
o fim do ano passado, sentei com Gal- Toscana. Em frente a ele, umas 15 garrafas de vinho.
vão Bueno (acho que hoje pouca gen- Ao mesmo tempo, fazia uma vídeo conferência com
te sabe que o nome completo é Carlos os enólogos da Bueno Wines no Rio Grande do Sul.
Eduardo dos Santos Galvão Bueno) Eram amostras dos lotes da safra 2018 e Cipresso es-
em seu escritório em São Paulo para tava visivelmente satisfeito.
falar sobre vinhos e sobre seu novo vinho, Anima, que Finalizada a conferência, começamos a conversar
seria lançado poucos dias depois em Nova York, em e a degustar. Provei provavelmente a mais pura amos-
um jantar exclusivíssimo, ao lado de estrelas italianas. tra de Merlot brasileiro das muitas que já degustei.
Conversei pela primeira vez com Galvão (como Cipresso me disse que essa amostra fará parte de uma
as pessoas de sua equipe o chamam) em 2008 no futura edição de Anima, o vinho que fui convidado a
Vale dos Vinhedos. Na época “pré-batalha” das cotas degustar com o próprio Galvão.
de importação, Galvão exibia um discurso contra o Mais interessante ainda foi degustar amostras do
preconceito ao vinho nacional, a favor da proteção mesmo vinhedo, com e sem o “segredo” de Cipresso,
à produção brasileira e, como objetivo, o de fazer o uma manta branca estendida no solo de algumas par-
melhor vinho do Brasil. Concordávamos no combate celas, cujo objetivo é refletir o sol de baixo para cima,
ao preconceito, discordávamos fortemente do prote- aumentando o efeito da luz solar sobre as videiras,
cionismo e eu percebia como arroubo de produtor como ocorre naturalmente, por exemplo, em Jerez,
iniciante o desejo de fazer o melhor vinho do Brasil. e com as pedras brancas espalhadas no vinhedo de
Uma década depois, estamos muito mais alinhados: Tignanello, na Toscana. A maior maturação das uvas
partilhamos a visão contra o preconceito, o protecio- provenientes das amostras das fileiras com a manta
nismo sumiu da pauta e acredito que ele realmente refletora é clara e surpreendente.
produziu um dos melhores vinhos tintos já elabora- Galvão chegou quando minha conversa com Ci-
dos no Brasil. presso já corria animada e fomos todos para sua sala,
Por sorte, Galvão estava atrasado e, na sala de que impressiona pela vista e pela memorabilia, com
reunião ao lado de onde o esperava, encontrava-se destaque especial para lembranças do campeão Ayr-
o enólogo italiano Roberto Cipresso, que assessora ton Senna de quem, como se sabe, Galvão tornou-se
Galvão tanto nos vinhos que produz na Campanha um dos mais próximos amigos. A seguir, os destaques
Gaúcha como no projeto conjunto que mantém na da entrevista que nos concedeu.
Aprendi
a ter um Fiquei muito impressionado com o componente Merlot
respeito 2018 do Anima. O Douglas (Delamar, parceiro de
não tinha paciência nem idade para esperar possibilidade de plantar na minha propriedade
anos para vender minha primeira garrafa de e chegamos à conclusão que era bom para pas-
vinho. (nota: Galvão fará 69 anos em julho). tagem e para boi, mas não para fazer vinho. Os
Miolo já tinham analisado o terreno da estân-
Uma videira leva uma década para produzir com cia do Bella Vista e o Adriano me orientou a
equilíbrio. 10 anos depois, o que mudou na sua comprar e plantar lá. Quando fui ver, era uma
concepção sobre vinho? estância de gado largada. Transformar num
GB - Mudou absolutamente tudo! O tempo vinhedo foi um aprendizado intenso e custo-
é senhor das coisas. Mas se tinha uma paixão so – criar quilômetros de canais de drenagem
pelos vinhos, eu me apaixonei pelo proces- com pedras e tubos, a escolha exata do que
so todo, que termina numa taça de vinho. O plantar e, a princípio, plantamos Cabernet
quanto exige de cuidado, de respeito, de téc- Sauvignon, Petit Verdot e Merlot. Isso tudo foi
nica, de tempo, de paciência. Vi como o pro- mudando a minha forma de entender o que é
cesso é lá, no campo, na parreira... Avaliamos a o vinho. Aprendi muito com o Adriano e com
o Michel Rolland, e minha par- Neste momento, Cipresso abre o Anima 2015 e
ticipação foi dizer que queria nos conta que somos os primeiros de fora da viní-
um bordalês autêntico, da mar- cola a degustar este vinho, que seria apresentado
gem esquerda do rio, com mais em Nova York alguns dias depois. E Galvão pede
Cabernet Sauvignon. Hoje, o para não beber ainda.
Roberto fez o vinho atravessar
o rio para o lado direito. (nota: GB - O vinho é um pobre prisioneiro. Pri-
aqui, Galvão faz referência aos meiro nos tanques. Quando ele pensa que vai
vinhos das margens esquerda e ser solto, vai para a barrica. Quando abrimos
direita do estuário da Gironde, a barrica, ele pensa: “É agora”, e vai para a
em Bordeaux. Na primeira, a garrafa, onde fica anos a esperar o momento
estrela é a Cabernet Sauvignon; de se libertar. Então precisamos de um pou-
na segunda, a Merlot). co de paciência. Este aqui está preso há quase
quatro anos. O maior pecado é abrir, servir e
Acho que ele fez a travessia certa... beber. Vamos dar tempo a ele para se recupe-
A pergunta nunca deve ser o que a rar, porque ele é um ser vivo. Vamos deixar
Evento em Nova York
marcou o lançamento
gente quer, mas o que a terra pode dar... um pouco em taça enquanto falamos...
do vinho Anima GB - É. Hoje tem mais Merlot que Cabernet
Sauvignon. E eu acabei por concordar. Foi Roberto Cipresso - A primeira colheita que a
um período que só fez aumentar minha pai- natureza nos acompanhou mesmo foi 2018.
xão. É fascinante! Então, toda a história deste vinho desde quan-
do começamos até 2018 foi bastante difícil.
E trabalhar com Cipresso?
GB - Aprendi a ter um respeito muito grande GB - Tanto que só fizemos o Anima em 2015,
pela mãe natureza, que me mudou como ser e agora 2018.
humano. Não só os vinhedos. Cresceu meu
respeito pela natureza, pela preservação. Um De fato, 2015 está muito bom, mas os lotes de 2018 têm
ciclo de um ano em que cada dia é fundamen- tudo para criar um dos vinhos brasileiros mais especiais
tal para aquilo que você vai fazer na colheita. que já provei.
Você está na mão da mãe natureza e daquilo GB - 2018 é uma safra especialíssima. A me-
que ela lhe oferece naquele ano. lhor dos últimos 10 anos.
Elétrica
O modelo S da Electric Bike Company
conta com tecnologia inovadora de
baterias que as torna uma das e-bikes
mais tecnológicas e seguras do
mercado.
US$ 2.299
https://electricbikecompany.com
Filme
A Leica Sofort Instant Film Câmera é para quem não quer deixar
para trás os dias de impressão fotográfica, mas também quer ter as
facilidades de um aparelho intuitivo, tipo smartphone.
US$ 290
www.bhphotovideo.com
Old style
A madeira Zebrano é assim chamada por seu grão listrado com
aparência de zebra. O material foi usado para criar este conjunto de
barbear da Czech & Speake.
US$ 550
www.mrporter.com
De olho
nas fraudes
Polícia britânica investiga quem já
foi vítima de fraudes de vinho para que
não caiam em novos golpes
Segundo a polícia britânica, vítimas de
golpes de vinhos estão cada vez mais sendo
novamente visadas por fraudadores, que
obtêm suas informações pessoais e depois
se oferecem para recuperar seus prejuízos
anteriores. O Action Fraud, um serviço da
polícia de Londres, trabalhando em conjunto
com o Bureau Nacional de Inteligência de
Fraude (NFIB), declarou que houve um
aumento nos relatórios dessa natureza nos
últimos meses.
Entre 1 de junho de 2018 e 31 de
dezembro de 2018, houve 22 denúncias desse
crime, com as vítimas perdendo um total
de £ 97.914. Antigas vítimas de fraudes do
Jardim vinho, que foram enganadas por golpistas há
quatro e seis anos, agora estão sendo atacadas
de vinho novamente por indivíduos que afirmam que
podem revender seus vinhos em troca de
Uma nova ideia de decoração um seguro ou taxa de envio. Essas vítimas
com garrafas de vinho enviaram cerca de £ 2.000, em média, para
uma conta de terceiros através de uma
Não são poucas as ideias de decoração com
transferência bancária.
garrafas de vinho. Uma que está sendo explorada
A Action Fraud afirma que os fraudadores
recentemente por uma empresa norte-americana
estão obtendo informações sobre companhias
são mini-jardins cultivados em garrafas de vinho
de vinho liquidadas e seus diretores em
cortadas ao meio. Trader Joe’s está vendendo
fóruns e informações on-line divulgadas na
estes jardins em garrafas recicladas para lojas
imprensa. Nenhuma das vítimas conseguiu
na Califórnia e Nevada. Elas custam US$
recuperar o pagamento inicial, enquanto
12,99.
alguns perderam mais dinheiro depois de
pagar uma “taxa de recuperação antecipada”.
A diretora da Action Fraud, Pauline
Smith, disse: “O fato de fraudadores estarem
se aproveitando de vítimas anteriores de
fraude é desprezível. Se você for contatado
por um indivíduo que sabe muito sobre
o dinheiro que você perdeu, mas deseja
uma taxa primeiro, é essencial que você
interrompa toda a correspondência
imediatamente. Se você acha que foi vítima
de fraude, denuncie imediatamente”.
Mais valor
Quais foram os principais mercados dos vinhos
australianos e sul-africanos em 2018?
Segundo relatório divulgado pela Outro bom crescimento foi visto pela 2018, para US$ 1,23 bilhão. Isso
Wines of South Africa (WOSA), as Suécia (sexto maior mercado para os ajudou as exportações de vinhos
exportações do país aumentaram 4% sul-africanos), com aumento de 8%. australianos a subir 10% em relação
em valor, para 9,06 bilhões de Rands As exportações para outros a 2017, para US$ 2,82 bilhões.
(a moeda local que equivale a menos países africanos aumentaram 16% O nordeste da Ásia foi o
de 30 centavos de real), mas tiveram em 2018, graças principalmente ao mercado mais valioso para os
uma queda de 6% em volume em Quênia, Zimbábue e Zâmbia. Isso vinhos australianos no ano passado,
2018. A queda do volume é atribuída fez com que o continente africano se igualando o valor combinado da
a uma safra menor no ano passado, tornasse um mercado de exportação América do Norte e da Europa.
que teria influenciado os estoques. mais lucrativo do que os Estados Isso enfatiza a maior confiança
O Reino Unido continua a ser o Unidos, que caiu 15% em termos da indústria de vinhos australiana
maior mercado de exportação para de valor. As exportações para a na China nos últimos anos, e
o vinho sul-africano em valor, com China também caíram 5%. Falando provavelmente também reflete os
crescimento de 5% em relação a de varietais, Chenin Blanc viu o benefícios de um acordo de livre
2017 para 1,84 bilhão de Rands. maior crescimento em 2018, com as comércio assinado entre a Austrália e
Vale dizer que as exportações de exportações aumentando 10,3%. a China no final de 2015.
vinho a granel para o Reino Unido No entanto, a Wine Australia
aumentaram 16% em valor. Apesar Austrália também destacou um aumento
do aumento em valor, houve queda Em relação aos vinhos de 7% nas exportações de vinho
em volume, de 3% – segundo a australianos, as exportações para a Europa em 2018, para
WOSA devido a uma estratégia de cresceram 10% em valor em US$ 615 milhões. As exportações
focar em vinhos premium. 2018, apesar da queda no volume, para a América do Norte caíram
Em segundo lugar está a informou a associação Wine 0,1% em valor em relação a 2017,
Alemanha, que em 2018, teve um Australia. As exportações de vinhos chegando a US$ 636 milhões. Isso
aumento de 9% (o que representa 1,33 australianos para o nordeste da Ásia, foi impulsionado pelo crescimento
bilhão de Rands). Em terceiro está predominantemente impulsionadas de 12% no Canadá, enquanto os
a Holanda, que cresceu apenas 1%. pela China, aumentaram 19% em Estados Unidos diminuíram 5%.
DIFERENTES OPINIÕES,
DIVERSOS VINHOS,
UMA CONCLUSÃO
MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO
10 milhas subterrâneas?
Uma curiosa corrida foi realizada em uma adega da Moldávia
um só lugar. Atualmente, possui cerca tradicional da Moldávia, além de
de 2 milhões de garrafas em galerias terem acesso a bebidas e comida local
subterrâneas cujo comprimento total é de ao longo de toda a rota. “Em vez
200 quilômetros. E foi nessa cidade sob a de beber vinho em uma mesa, que
terra que ocorre uma curiosa corrida. tal correr e beber”, afirmou Dmitri
Mais de 350 corredores de todo Voloshin, presidente da empresa
o mundo participaram, segundo a organizadora.
organizadora Sporter, uma empresa de Esta, porém, não é a primeira
competições esportivas da Moldávia. A corrida subterrânea em uma adega
Milestii Mici Wine Run foi realizada da Moldávia. A primeira corrida do
pela primeira vez no dia 20 de janeiro. gênero foi organizada no dia 25 de
A adega da vinícola Milestii Mici é Os participantes percorreram 10 km janeiro de 2015 com 50 participantes
considerada a maior do mundo. Em pelas adegas Milestii Mici a 80 de correndo 7 quilômetros através dos
2005, a vinícola entrou no Guinness, profundidade. túneis (cerca de 100 quilômetros) das
o livro dos recordes, por armazenar o Durante o trajeto, os corredores Minas de Cricova, não muito longe da
maior número de garrafas de vinho em foram puderam ouvir música Milestii Mici.
Novo gerente
Famílias Rothschild e Catena apontam novo gestor para sua joint-venture
A Bodegas Caro, empreendimento novo capítulo em uma história que por sua dedicação em ajudar nossas
iniciado em 1998 pela Domaines tem fortes raízes na França e na duas famílias a fazer um Grand Vin
Barons de Rothschild, da França, Argentina, como ele. Nos últimos na Argentina. Estou pessoalmente
em conjunto com a vinícola Catena, anos, Buscema foi fundamental ansiosa para continuar trabalhando
na Argentina, tem um novo gerente, em nossos esforços para construir a com Fernando no Instituto Catena e
Philippe Rolet. Paralelamente, identidade de Caro, procurando o para fazer as colheitas anuais de Caro
Fernando Buscema, que foi diretor equilíbrio perfeito entre Cabernet com Saskia, Philippe e a equipe da
técnico da joint-venture desde 2012, Sauvignon e Malbec e entre dois vinícola por muitas décadas ainda”.
ingressará no Instituto Catena de países. Desejamos a ele o melhor no
Vinhos em tempo integral, onde já Instituto Catena”, disse Saskia
ocupa o cargo de diretor executivo. de Rothschild, presidente
Rolet, de 46 anos, foi CEO do Domaines Barons de
da Bodegas Argento e CEO e Rothschild (Lafite).
presidente do Grupo Alta Vista Laura Catena, membro do
em Mendoza. Ele começou sua conselho da Caro e fundadora
carreira no Domaine William Fèvre. do Instituto Catena, disse: “Meu
“Bodegas Caro é um assunto de pai, Nicolás, e eu estamos
família entre nós e os Catenas e entusiasmados em receber
estamos entusiasmados em receber o talentoso Philippe Rolet e
Rolet para nos ajudar a escrever um queremos agradecer a Fernando
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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO
Millennials
desapontam
Vendas nos Estados Unidos
caem e a culpa é dos jovens
Novas
denominações
no Rhône
Sete locais foram reconhecidos
no começo deste ano
Julgamento e da Cata
du Rhône foram oficializadas como parte
da região do Rhône, tornando a região a
Vinhos chilenos “surpreendem” em prova às cegas em Londres segunda maior da França em termos de
produção e de vinhedos.
Durante uma degustação às Aconcágua Costa Chardonnay O Rhône agora é composto por 32
cegas promovida em Londres, 2016, Siegel Reserva Especial denominações de origem e 2 indicações
o Wines of Chile Sommelier Viognier 2017, Siegel Single geográficas. Michel Chapoutier,
Challenge, os resultados Vineyard Cabernet Sauvignon presidente da Inter-Rhône, disse que eles
alegraram os organizadores. 2014, Aresti Trisquel Série “contribuem para a diversidade da gama
O evento foi promovido pela Altitud Merlot 2016, Casa de produtos de alta qualidade da região.
Wines of Chile na tentativa de Silva Ranco Riesling 2017, É um enorme benefício para todo o Vale
promover os vinhos premium Siegel Single Vineyard do Rhône”.
do país e parece que deu Carménère 2016, VIK Milla A maior adição ao Rhône são as
resultado. Cala 2014; Aresti Family quatro denominações Dies, que cobrem
Foram provados 51 vinhos Collection 2014 e Valdivieso 1.600 hectares de vinha e vários estilos
às cegas, sendo que 46 eram Caballo Loco No 17. e variedades. Entre os mais famosos
chilenos, enquanto cinco O principal vinho não- estão os espumantes de Clairette e
foram escolhidos de outros chileno, que ficou em 12º Crémant de Die. “É um grande prazer
países. Membros do trade de lugar, foi o McManis Family fazer parte da maravilhosa família
vinhos, incluindo sommeliers, Viognier 2016 da Lodi, na de vinhedos do Vale Rhône. Agora
compradores e jornalistas, Califórnia. “A ideia por trás todos podemos avançar nesta grande
votaram para escolher os cinco do desafio é demonstrar às aventura juntos. Podemos confiar em
melhores. pessoas, particularmente aos suas habilidades organizacionais e
Os resultados revelaram sommeliers, que o Chile energia para nos ajudar a desenvolver
que os 10 mais votados pode produzir muitos estilos nosso programa de turismo de vinhos na
eram todos chilenos, o que diferentes de vinho. Os França e aumentar a conscientização
a associação chamou de sommeliers adoram uma sobre nossas denominações no exterior.
“realização surpreendente”. O degustação às cegas e essa é Estou convencido de que existe uma
Siegel Unique Selection 2012 uma ótima maneira de atrair sinergia positiva entre os vinhos tintos e
ficou no topo, com 43,9% das pessoas de estabelecimentos os vinhos espumantes do Vale do Rhône,
pessoas colocando-os entre de alta qualidade”, afirmou que podemos canalizar a nosso favor”,
seus cinco primeiros votos. um representante da Wines of afirmou Fabien Lombard, presidente da
Ele foi seguido por Errázuriz Chile. Clairette de Die.
Culpa de quem?
Vinícola processa empresa de
fornecimento de energia elétrica
por danos
Uma vinícola de Malibu, além de vários
moradores da região, estão processando
a empresa de fornecimento de energia
elétrica Southern California Edison
(SCE), alegando que ela foi responsável pelos danos
causados pelo devastador incêndio que varreu a área em
novembro do ano passado.
A vinícola Cielo Farms entrou com uma ação
culpando a SCE pelas perdas causadas pelo Woolsey Fire,
como o incêndio ficou conhecido. Ele começou no dia
8 de novembro do ano passado, queimou quase 100.000
acres, destruiu mais de 1.600 estruturas e matou três Icewine
pessoas. Quase 300.000 pessoas foram evacuadas.
Em sua alegação, a Cielo Farms afirma que o 10 anos depois
Woolsey Fire destruiu 3.000 de suas vinhas, diversas Schloss Johannisberg conseguiu fazer
estruturas e 1.400 árvores, causando “uma perda Icewine novamente após uma década
de negócios multimilionária”. “O local da ação foi
A célebre vinícola alemã Schloss Johannisberg
eleito o local de casamento número 1 no condado
anunciou que foi capaz de produzir seu
de Los Angeles nos três anos anteriores ao incêndio”,
primeiro Icewine após uma década. Isso graças a
prosseguiu o processo.
temperaturas de menos de -10°C que atingiram
Os demandantes alegam que o equipamento elétrico
o Reno e permitiram que se colhesse as uvas
da SCE causou o incêndio. Em um comunicado, um
congeladas.
porta-voz da SCE disse: “Neste momento, a SCE não
As estimativas iniciais indicam que apenas
está comentando quaisquer ações judiciais associadas
algumas centenas de garrafas de vinho estão
ao Woolsey Fire”. Em dezembro do ano passado, a
sendo feitas. Os requisitos específicos necessários
empresa publicou uma carta enviada à Comissão de
para o Icewine alemão fazem com que eles
Serviços Públicos da Califórnia (CPUC) detalhando
sejam uma das mais raras de todas as formas de
o funcionamento de seu sistema elétrico em 8 de
vinho de colheita tardia.
novembro, nas proximidades de onde o Woolsey Fire
Além de ser a primeira vez em 10 anos que
teria começado. Também mencionou seus esforços
a propriedade de
contínuos para minimizar o risco de incêndios florestais.
Rheingau produziu
um Icewine, é a
Buscando culpados primeira vez em
Após investigação, um sistema elétrico particular ao lado de 20 anos que será
uma residência foi responsabilizado pelo Tubbs Fire, que capaz de oferecer,
matou 23 pessoas durante uma série de incêndios florestais com a safra 2018,
na região vinícola da Califórnia em 2017. O relatório de 80 a gama completa
páginas publicado pelo Departamento de Silvicultura e Pre- de Rieslings através
venção de Incêndios da Califórnia (Cal Fire) revelou que, de todas as várias
em vez da Pacific Gas and Electric Company (PG & E), que denominações
havia sido responsabilizada por 17 dos incêndios florestais de Qualitäts e
em outubro de 2017, um sistema privado foi, na verdade, o Prädikatswein.
culpado no caso do Tubbs Fire.
VINHO TINTO
SÓ COMBIN A COM
C ARNE VERMELHA?
Prenúncio
de recorde?
Da A Sotheby’s anunciou um leilão com a maior
ficção ao estimativa de pré-venda da história
D
iz-se que um grande vinho já mas esta evolução deve estar em adequação com
nasce grande. Seria mesmo? suas tipicidades e suas origens, são o que eu cha-
Atualmente, é relativamente cor- mo de vinhos de solo histórico. Suas adaptações
riqueiro ver o lançamento de um seguem a cronologia das gerações e o trabalho dos
rótulo que desde o começo é pro- homens que as lapidam. Os vinhos de prazer de-
movido como sendo um grande vinho, mesmo vem se adaptar ao mercado”.
que ninguém (ao menos nenhum consumidor) A visão de Perrin resume muito do que se
tenha sequer degustado antes. E por que isso considera um clássico – principalmente aqueles
acontece? Por vários fatores, entre eles o “em- com potencial para se tornarem grandes ícones
préstimo” de um prestígio anterior por parte do do mundo do vinho –, falando do terroir e da pas-
produtor, do enólogo ou do local onde o vinho sagem do tempo. Mas não devemos nos esquecer
é produzido e também devido ao marketing, ob- que um rótulo clássico não necessariamente é
viamente. inalcançável. Se por um lado podemos ter um
Questionado sobre o que são vinhos clássicos, Château Latour como sendo um grande clássi-
François Perrin, do mítico Château de Beaucastel, co, podemos dizer que um Casillero del Diablo
fez a seguinte observação: “Acho que existem dois também é. Cada um a seu modo. Se o primei-
tipos de vinhos no mundo, os vinhos da civilização ro faz parte dos ícones históricos de Bordeaux,
e os vinhos do prazer. Os primeiros estão enraiza- com preços elevados, o segundo é um dos rótulos
dos no trabalho de homens e gerações que criaram populares consagrados não só no Chile, mas no
o que chamamos de terroir (solo, mais uva, mais mundo todo, com preços acessíveis. Qual seria o
clima, mais homem). Estes vinhos devem evoluir, mais clássico?
Persistência
Um clássico é um clássico porque perdura. A
obra de Shakespeare, por exemplo, é imortal.
Assim como uma obra de arte, um vinho deve
resistir. Resistir às tentações de mudanças, resistir
aos modismos, resistir à passagem do tempo com
constância de propósito. Só assim um rótulo vai
perdurar. Um clássico é capaz de transpor modis-
mos passageiros e se manter íntegro por anos e
anos a fio, sem ser abalado. Assim que as modas
passam, ele continua lá, sempre revisitado, como
um livro clássico que nunca deixa de ser relança-
do de tempos em tempos, alcançando milhares
de edições. Ou seja, para criar um verdadeiro
clássico, os produtores devem evitar as “distra-
ções” e “desvios” que certamente surgirão.
Essência
A essência de um vinho pode ser seu terroir –
aquele local específico, trabalhado de forma sin-
gular, que gera um produto único. Aí você pode
pensar que somente vinhedos super reconheci-
dos podem gerar um clássico, como um Roma-
née-Conti, por exemplo. No entanto, apesar de
o local certamente ajudar muito a criar a aura de
vinho clássico, a questão da essência pode estar
Não importa se na matéria-prima de modo geral, como a varieda-
um vinho é caro
ou barato, é a sua
de selecionada, por exemplo. Há clássicos cujas
consistência que Consistência uvas provêm de diferentes locais dependendo
vai ajudá-lo a se
transformar em um
A consistência obviamente está ligada ao tempo. da safra. Isso também nos leva a concluir que a
clássico Um clássico precisa, com o tempo, mostrar que essência pode estar na vinificação, nos métodos
tem um estilo confiável. E aqui é onde se criam escolhidos pelos produtores para criar um vinho.
os clássicos independentemente da faixa de pre- Assim, um clássico não necessariamente precisa
ço. Não importa se um vinho é caro ou barato, é ser o “melhor”, mas, como já dissemos antes, o
a sua consistência que vai ajudá-lo a se transfor- mais consistente.
mar em um clássico. Ano após ano, ele deve en-
tregar um determinado nível de qualidade para Determinação
que o consumidor adquira confiança ao comprá- Além do terroir, da variedade, do sistema de pro-
-lo. Ou seja, não importa se o consumidor paga dução etc., um clássico surge da determinação
caro ou barato por um vinho, se o rótulo não se de um produtor. Aqui junta-se a constância de
mostrar consistente, não importa o preço, ele propósito, os meios, mas também deve-se levar
não vai continuar comprando. Mas e os vinhos em conta a estética. A estética considerada não
de terroir, que “mudam” de acordo com a safra? apenas como aparência, mas como filosofia, no
Aqui vale voltar à fala de François Perrin no iní- que define o que é belo – dentro do contexto de
cio do artigo, mas, resumindo, mesmo quando as uma bebida, obviamente. Se formos para Hegel,
OS
DE
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93
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ENOBUSINESS | p o r CHRISTIAN BURGOS
Destaques de 2018
Após apresentar os dados de importação do ano, agora é a vez de
pinçar detalhes importantes do mercado
A
pós os números de fechamento das CHAMPAGNES
importações de 2018 que anteci- Entre as categorias macro,
pamos na edição passada, Felipe vinhos cresceram 2,4% em
Galtaroça, da Ideal Consultoria, valor FOB, espumantes e
Proseccos aumentaram 8,1%
enviou-nos uma abertura porme- e Champagnes caíram 28%.
norizada dos números de onde extraímos al- Mas, mesmo em Champagne,
guns dados muito interessantes que comparti- há gente comemorando:
lhamos com vocês.
TOP 10 ESPUMANTES
Já na categoria espumantes e
Proseccos, que cresceu 8,1%, as
TOP 10 marcas em importação são:
11%
PORTO
A importação de Vinho
do Porto cresceu 11%
em valor.
USA
Nos Estados Unidos, apesar da queda nas
importações em geral, os supermercados entraram
NOVA ZELÂNDIA no jogo com um crescimento de 1.436%.
1.436%
A importadora Grand
Cru foi a responsável
pelo crescimento das
importações da Nova
Zelândia, com a
marca Saint Clair.
ISRAEL
De Israel, a marca Tabor, chegou
em 2018 com mais de 60% das
importações do país nas mãos do
Grupo Pão de Açúcar.
+60%
ON-LINE
A informação mais interessante do ano parece ser que as importadoras .COM, com inegável
protagonismo nas importações, pela primeira vez, ao invés de contribuir para (e abocanhar) o
crescimento foram os responsáveis pela queda das importações ao diminuírem a suas compras
em 21% em volume e com queda de 12,5 % em valor FOB. Isso gera algumas análises possíveis:
O
mercado de leilões de vinho foi bastante Ritchie, diretor mundial da Sotheby’s. Jeff Zacha-
agitado em 2018 e, em alguns momentos, ria, presidente da Zachys, concordou: “Em 2017,
alcançou-se preços recorde como no caso vendemos mais Borgonha [em valor] do que Bor-
do Romanée-Conti de 1945, por exemplo. No ano deaux pela primeira vez, e essa tendência con-
passado, os totais mundiais de leilões de vinhos tinuou em 2018. Além disso, todos os nossos 10
(dos mercados dos Estados Unidos, Reino Unido, melhores vinhos em 2018 foram da Borgonha”.
Genebra, Hong Kong e Xangai, além das vendas
on-line) aumentaram impressionantes 26%, para Recordes
US$ 479,7 milhões, ante US$ 381,7 milhões em Em outubro, a Sotheby’s de Nova York leiloou
2017, e superaram, por pouco, o recorde mundial duas garrafas extremamente raras de Romanée-
anterior de US$ 478 milhões em 2011. -Conti 1945 pelos valores de US$ 558.000 e US$
As vendas nos Estados Unidos subiram qua- 496.000, respectivamente, superando em muito
se 20% acima de 2017, para US$ 222 milhões. o maior valor anterior (US$ 310.700) já pago por
Os mercados combinados de Londres e Genebra uma garrafa – um Château Mouton-Rothschild
aumentaram 12%, para US$ 46,4 milhões. Hong 1945 na própria Sotheby’s em 2007.
Kong e Xangai subiram 40%, para US$ 137,2 No entanto, apesar desse recorde impressio-
milhões. Os totais online aumentaram em 30%, nante, a garrafa mais cara do ano foi um whisky,
para US$ 74,9 milhões. The Macallan 1926, cuja garrafa teria sido pin-
Entre as principais casas de leilões, a Acker Mer- tada pelo artista irlandês Michael Dillon, e foi
rall & Condit liderou o grupo com US$ 105,2 mi- vendida por mais de US$ 1,5 milhão. Foi a quar-
lhões em vendas totais, seguida pela Sotheby’s em ta garrafa do The Macallan 1926 a ir leilão em
US$ 98,1 milhões e a Zachys em US$ 80,7 milhões. 2018, com as outras sendo arrematadas por valo-
Hart Davis Hart realizou US$ 67,9 milhões em ven- res entre US$ 843.299 e US$ 1,2 milhão.
das de leilões ao vivo, um recorde para eles, e outros Uma venda da Zachys, em outubro, chama-
US$ 9,2 milhões em leilões em seu aplicativo mó- da “The Vault III”, superou US$ 20 milhões e
vel. Pelo oitavo ano consecutivo, a empresa vendeu se tornou o maior resultado individual do ano.
100% dos lotes oferecidos. E outra venda da Zachys, em novembro, estabe-
“Acredito que o interesse no mercado da Bor- leceu o vinho americano mais caro já vendido:
gonha trouxe a demanda, já que mais pessoas uma garrafa de seis litros do célebre Heitz Cellar
percebem quão grandes e raros são esses vinhos, Martha’s Vineyard Cabernet Sauvignon 1974, ar-
e os altos preços trouxeram a oferta”, disse Jamie rematada por US$ 96.330.
Restaurant Latour
O estado de Nova Jersey parece mesmo
inclinado a oferecer restaurantes com
cartas de vinho fenomenais. Além do
The Pluckemin Inn, o restaurante La-
tour, dentro do resort Crystal Springs,
possui uma lista de vinhos com mais
de 6 mil rótulos e conta com uma ade-
ga de cerca de 60 mil garrafas. O nome
do restaurante, obviamente, é uma
homenagem ao Château preferido do
fundador do resort Gene Mulvihill.
Blackberry Farm
Em 1976, o charme da Blackberry
Farm, no Tennessee, Estados Unidos,
cativou Kreis e Sandy Beall que mon-
taram sua casa, mas também abriram a
bela propriedade para o público como
uma pousada campestre de seis cômo-
dos. Hoje, a proprietária Mary Celeste
Beall continua a tradição da família
de hospitalidade. A coleção de vinhos,
com impressionantes 9.000 rótulos, co-
meçou do nada. O hotel e o restaurante
de luxo precisavam de uma permissão
especial para servir bebidas alcoólicas e
o foco inicial da lista foram os peque-
nos produtores, mas logo a adega (que
na verdade são seis) alcançou 160.000
garrafas.
N
o dia 16 de janeiro, o mundo do com sua esposa, Nina, em New Forest, no
vinho ficou abalado com a notícia sul da Inglaterra.
da morte de Gerard Basset, um dos “Enquanto estamos devastados por ter
mais prestigiados sommeliers do planeta. Ele que nos despedir de Gerard pela última
faleceu aos 61 anos devido a um câncer no vez, extraímos força das amáveis mensagens
esôfago que foi diagnosticado no ano passado. que já recebemos das muitas pessoas cujas
Ele será lembrado como um dos prin- vidas ele tocou. Ele lutou uma brava bata-
cipais atores do mundo do vinho e como a lha contra o câncer e estamos consolados
primeira e única pessoa do mundo até então que ele tenha morrido em casa cercado por
ter os títulos de Master of Wine e Master sua família e que agora ele está em paz.
Sommelier, isso sem contar um MBA em Tanto Romané [nosso filho] quanto eu esta-
negócios de vinhos e um mestrado. Basset mos profundamente agradecidos pelo apoio
também ganhou o título de melhor som- que recebemos de nossos amigos em todo
melier do mundo em 2010 e recebeu uma o mundo, incluindo muitos dos setores de
Ordem do Império Britânico em 2011. vinho e hospitalidade, e de saber que Ge-
Basset ajudou muitos jovens sommeliers rard foi tão amado por todos aqueles que o
durante sua carreira, e vários deles passa- conheceram”, disse Nina Basset.
ram a ser classificados entre os melhores do Basset nasceu e foi criado na França. Ele
mundo. “As palavras não podem expressar originalmente tentou ser chef. No entanto,
o quanto estamos tristes ao saber do faleci- depois de se mudar para o Reino Unido na
mento de nosso ex-presidente e amigo, Ge- década de 1980, começou a trabalhar como
rard Basset. Ele tem sido um mentor e ins- sommelier. Diz-se que ele só foi para o Rei-
piração para muitos, um exemplo brilhante no Unido para um jogo de futebol em Li-
de cortesia, humildade e profissionalismo verpool, mas acabou ficando e construindo
que todos nós devemos aspirar”, disse um sua carreira no comércio de hospitalidade
comunicado da Master Sommelieres. do país.
Basset fez parte do corpo de avaliadores Um crowdfunding foi criado para publi-
de vinhos de diversos concursos interna- car seu livro de memórias “Tasting Victory
cionais. Ele também é um dos fundadores – The Life & Wines of the World’s Favouri-
do Hotel du Vin e abriu o hotel TerraVina te Sommelier”.
Dan Holmes
John McPherson
L
uzes se movendo em meio aos vi- a manter algumas características, especialmente
nhedos em plena madrugada. Esse aromáticas, das uvas – principalmente de varie-
tipo de cena ainda é raro no Brasil, dades brancas, mais suscetíveis ao calor. “Manter
mas é algo comum em lugares como as uvas frias protege os delicados sabores, peles e
a Califórnia, nos Estados Unidos, por polpa. O calor pode ‘cozinhar’ a fruta e torná-la
exemplo, assim como outras regiões vitivinícolas flácida, destruindo parte importante da acidez e
do planeta, especialmente as mais quentes. Mas, amolecendo a polpa, fazendo com que a fruta fi-
por que colher uvas durante a noite? que ‘gorda’. Ao vindimar quando a fruta está mais
A razão, obviamente, está na temperatura. fria, as uvas permanecem limpas e frescas. Você
“Durante a noite, a temperatura é naturalmente pode sentir a diferença no suco antes mesmo
mais baixa. Por exemplo, na madrugada do pri- de transformá-lo em vinho – é crocante e rico e
meiro dia de colheita da Sauvignon Blanc, a uva dança na língua”, afirmou Rob Davis, da Jordan
chegou à adega com 18°C. Durante o dia, fez-se Winery, que colhe suas uvas Chardonnay à noite
31°C. A Sauvignon Blanc é uma uva aromática, desde o ano 2000 na Califórnia.
cujo vinho vive de aromas terpénicos de origem As temperaturas frias mantêm a acidez mais
tiólica, e estes são facilmente oxidáveis, perdidos. alta, minimizam a extração fenólica das peles
Temperaturas altas aceleram estes fenômenos e mantêm a fermentação sob controle. O calor
oxidativos”, aponta o enólogo da Miolo, Miguel pode alterar a composição do açúcar das uvas e
Ângelo Almeida, ao falar sobre o início da colhei- também promover uma fermentação indesejável
ta para o Miolo Reserva Sauvignon Blanc 2019. da levedura selvagem. Níveis mais altos de açúcar
Ou seja, colher em temperaturas baixas ajuda também elevam os teores alcoólicos do vinho.
Homem x máquina
Há quem possa pensar que a ideia da colheita
noturna tenha surgido recentemente, graças aos
efeitos do aquecimento global, que fez com que
os produtores buscassem formas de evitar o calor
intenso. No entanto, acredita-se que as primei-
ras colheitas noturnas tenham sido promovidas
nos Estados Unidos no começo dos anos 1970,
quando se passou a usar as primeiras colheitadei-
ras mecânicas na Califórnia e também no estado
de Nova York. Atualmente mais de dois terços da
produção californiana é colhida durante a noite.
A questão tecnológica parece que foi – e, de
certa forma ainda é – determinante para as co-
lheitas noturnas, pois, com máquinas, agiliza-se
enormemente a vindima e diminui-se a quanti-
dade de trabalhadores necessários, o que reduz
os custos de mão-de-obra direta – mesmo com
Jason Tinacci
os aumentos dos encargos trabalhistas envolvidos
devido ao trabalho noturno.
A opção pela máquina à noite também se
mostra ligada ao “intervalo” de trabalho. Há uma As primeiras colheitas
“janela de oportunidade” que vai apenas até o se optarmos por colheita mecanizada, menos noturnas teriam sido
promovidas nos Estados
nascer do sol e, se é preciso velocidade e con- trabalhadores envolvidos, menos burocracias la- Unidos no começo dos
sistência, não há como fazer isso colhendo ma- borais...”, revela Almeida, que admite também: anos 1970, quando
se passou a usar as
nualmente. “Uma máquina colhe 12 toneladas “A vindima manual à noite precisa de muita mão primeiras colheitadeiras
e meia. Um homem colhe 500 quilos em oito de obra. E, para cumprir a lei trabalhista, os en- mecânicas
horas de trabalho”, diz Almeida, que costuma co- cargos trabalhistas são maiores, além de, no dia
meçar a colher entre 2 e 4 horas da madrugada. seguinte, ter de dar folga aos trabalhadores e ficar
“As vantagens [da colheita noturna] são inú- sem vindimar”.
meras: menos oxidação, mais característica va-
rietal nos vinhos, mais aroma e melhor sabor, Custos
menos consumo de energia elétrica para abai- Almeida toca em outra questão de redução de
xamento da temperatura das massas vínicas e, custos também importante, que é o de energia
A cata (engarrafamento do vinho velho) e o orva- flor, uma solera de Manzanilla pode facilmente ter
lho (reabastecimento dos barris) costumam ocorrer seis ou mais “sacas” por ano. Em geral, não mais do
várias vezes por ano e dependem do estilo do vinho que um terço de uma barrica será transferida, mas
– lembrando que há Jerez Fino, Manzanilla, Amon- normalmente entre 10 e 20% da capacidade (de 500
tillado, Oloroso etc. – assim como das opções do a 600 litros) das soleras serão retiradas e renovadas.
produtor. Para se ter ideia, uma solera de Jerez Fino Um pouco menos nos Manzanilla.
será renovada de duas a quatro vezes por ano. Em O tempo médio de envelhecimento no siste-
Sanlúcar de Barrameda, devido à maior atividade da ma – que é atribuído a um rótulo – é determinado
pelo quociente que resulta da divisão do volume
total do vinho contido no sistema pelo volume
que representa a “saca” anual da solera. De acor-
ORGANIZAÇÃO DA SOLERA
Embora uma solera seja geralmente em cima uns dos outros e é melhor do com as regras do Conselho Regulador, este
representada como camadas de colocar barris de Fino e Manzanilla número deve ser superior a três, ou seja, é preciso
barris empilhadas umas sobre as perto do chão, onde é mais frio, e que tenha ao menos três anos de envelhecimento
outras (conforme gráfico da página tipos oxidativos de Jerez mais acima.
anterior), isso raramente é o que O número de camadas entre a solera
para atingir o mercado.
acontece. Normalmente os barris são e a última criadera varia muito e
empilhados em blocos em vez de depende do estilo do vinho e das Homogeneização
fileiras. Aqui tratamos de centenas de preferências do produtor. Em geral, O trasfego do vinho após cada cata, o que costu-
barris, ou seja, muitas vezes, uma sala soleras de Manzanilla e Fino terão
inteira é composta por apenas uma mais criaderas do que as de Oloroso meiramente se chama de orvalho, talvez seja o pro-
criadera. Algumas das maiores soleras e outros Jerez envelhecidos de forma cesso mais delicado do sistema. É preciso cuidado
costumam estar distribuídas em oxidativa. E, em geral, vinhos mais para não alterar o véu de flor que cobre a superfície
diferentes edifícios. Além do tamanho, velhos terão menos criaderas. Uma
existem duas razões técnicas para solera de Fino típica costuma variar do vinho, que passa por envelhecimento biológico,
esse tipo de disposição: a estabilidade entre três e sete criaderas. Uma de e tampouco mexer nos depósitos de borras que se
pode ser um problema quando mais Manzanilla pode facilmente ter oito acumulam no fundo das barricas ao longo dos anos
de três ou quatro barris são colocados ou nove, ou até vinte.
– que são chamados de “cabezuelas”.
Vale lembrar que o sistema de solera favorece
AD 93 pontos
FERNANDO DE CASTILLA
JEREZ ANTIQUE AMONTILLADO
Fernando de Castilla, Jerez, Espanha
(Porto a Porto R$ 270). Branco
fortificado seco de reservas antigas
elaboradas exclusivamente a partir
de uvas Palomino, apresenta linda
cor âmbar de reflexos alaranjados,
bem como aromas de frutos secos,
mesclados por notas salinas e minerais,
além de complexos toques oxidativos,
florais, de baunilha e de especiarias
picantes. Complexo e cheio de
frescor, impressiona pela harmonia
e equilíbrio do conjunto, mostrando boa
estrutura, ótima textura e vibrante acidez.
Longo e profundo, com notas de avelãs e
nozes, num estilo mais elegante, que alia
potência e finesse. Álcool 19%. EM
AD 93 pontos
COSSART GORDON MALMSEY
Uma das mais SINGLE HARVEST 1998
antigas soleras ainda Cossart Gordon, Ilha da Madeira, Portugal
o envelhecimento biológico sob o véu de flor. A em uso está na (Decanter - não disponível). Branco
manutenção dessa cultura de leveduras deve-se a vinícola Valdespino, fortificado doce produzido exclusivamente
desde 1842
micronutrientes essenciais, o que é conseguido pela a partir de uvas Malvasia unicamente do
adição de pequenas frações de vinhos de safras mais ano 1998. Exemplo perfeito de equilíbrio
jovens, ou seja, a constante renovação do conteú- entre acidez e doçura, já que possui 110
g/l de açúcar residual e não se percebe
do dos compostos necessários para a formação do
toda essa quantidade ao prová-lo.
véu. Esse trasfego contínuo também ajuda a dissol- Estruturado e untuoso, possui ótimo
ver quantidades de oxigênio, que estimulam a re- volume de boca, gostosa textura e final
generação e o crescimento do véu. Esse oxigênio é longo, profundo e delicioso, com toques salinos e de
rapidamente consumido pela levedura, deixando o frutos secos. Álcool 19%. EM
vinho protegido sob uma atmosfera inerte. No caso
AD 89 pontos
dos vinhos não submetidos a envelhecimento bio- HEREDAD DE HIDALGO JEREZ FINO
lógico, essas operações de transferência ajudam a Hidalgo, Jerez, Espanha (Mistral US$
acelerar os processos oxidativos de maturação. 36). Branco fortificado seco elaborado
Originalmente, esse processo de trasfego era exclusivamente a partir de uvas
manual, mas hoje, tende a ser mecanizado. E, Palomino Fino, com amadurecimento
no sistema de solera. Apresenta
além disso, o vinho de uma criadera costuma ser aromas agradáveis de frutas brancas
misturado em um tanque antes de ser inserido na e de caroço acompanhadas de notas
criadera abaixo ou na solera. Tudo para melhorar florais, minerais e de frutos secos,
o máximo possível a homogeneidade. Algumas além de toques tostados e especiados.
das mais antigas soleras ainda em uso são das viní- Seco e potente, mostra um estilo mais
estruturado e de mais volume de boca,
colas Osborne (Capuchino estabelecido em 1790
tudo envolto por acidez refrescante,
e Sibarita em 1792), El Maestro Sierra (1830), gostosa textura e final untuoso e
Valdespino (1842) e Gonzalez Byass (1847). As- persistente, com toques salinos. Álcool
sim como a ideia da unicidade de cada terroir, diz- 15%. EM
-se que cada solera têm sua personalidade.
O
“Banca Monte dei Paschi di Sie-
na” é considerado o primeiro ban-
co do mundo, tendo iniciado suas
atividades em 1472 como monte-
pio – instituição ligada à religião
na qual os pobres podiam obter empréstimos e pe-
nhorar seus pertences por taxas mais baixas do que
as oferecidas pelos usurários da época (lembrando
que a usura – a famosa agiotagem – era um dos
pecados mais em voga na Idade Média). E é in-
teressante pensar que uma instituição financeira
perdure tanto, tendo passado e “sobrevivido” nesse
tempo todo pelas mais diversas fases da economia
mundial – do feudalismo à Revolução Industrial,
das navegações às moedas virtuais – e, obviamen-
te, por todas as crises que ocorreram.
Mas, aos 547 anos, o Monte dei Paschi di Siena
segue firme com suas atividades. Que outra “ins-
tituição” poderia durar tanto tempo, sobreviver a
tantas crises, altos e baixos etc.? Será que um vi-
nho poderia? Pouco provável, não? No entanto,
parece que sim, que um fermentado de uva pode
suplantar os cinco séculos de existência e ainda ser
bebível. Uma barrica contendo um vinho de 1472
ainda “sobrevive” no coração da Alsácia. A adega
do Hospices de Strasbourg contém o que é consi-
derado o vinho “passível de ser consumido” mais
antigo do mundo.
A adega do hospital foi construída em 1395,
quando a instituição teve que ser transferida para
fora da cidade de Estrasburgo, na França. Na época,
os monges ofereciam abrigo aos pobres, peregrinos nal da “Direction Générale de la Concurrence,
e doentes e os pacientes costumavam “pagar” pelos de la Consommation et de la Répression des Frau-
serviços com doações de terras, muitas delas, com des” de Estrasburgo realizaram um exame e seu
vinhedos, ou então de colheitas de todos os tipos, veredicto foi: “o vinho tem uma cor muito bonita,
de cereais a uvas. Foi assim que o Hospices passou brilhante, muito âmbar, um nariz poderoso, muito
a ser dono de diversas terras, precisou criar meios fino, muito complexo, com aromas reminiscentes
para estocar os mantimentos e, obviamente, vinifi- de baunilha, mel, cera, cânfora, especiarias finas,
car as uvas que recebia. Vale lembrar que, durante avelã e licor de frutas...”
Vinho só foi provado em a Idade Média, o vinho muitas vezes era ministrado Mais recentemente, porém, a bebida precisou
três ocasiões e o general como parte do tratamento dos doentes. Aliás, diz-se passar por um processo delicado, pois sua barrica
Leclerc, libertador de
Estrasburgo, foi o último que os pacientes do hospital de Estrasburgo rece- estava vazando e necessitou de reparos. “O velho
a degustá-lo, em 1944 biam cerca de 2 litros por dia. Isso sem falar do uso barril estava muito velho e vazou”, disse Thibaut
do vinho nos trabalhos religiosos, é claro. Baldinger, chefe da adega do Hospices de Stras-
bourg. Depois de descobrir que alguns litros eva-
É vinho! poraram, o hospital colocou a bebida em um tan-
A adega do hospital conta, na verdade, com três que de aço inoxidável em abril de 2014, enquanto
barricas verdadeiramente muito antigas dentre se aguardava a fabricação do novo barril. Xavier
as cerca de 50 peças abrigadas em uma área de Gouraud e Jean-Marie Blanchard, dois dos mais
1.200 metros quadrados. Desses barris, três estão respeitados toneleiros da França, construíram
datados como sendo de 1472, 1519 e 1525. E, uma barrica idêntica à anterior, em forma de ovo.
dentro do de 1472, com capacidade para 300 Assim, em 2016 foi feita uma rápida transferên-
litros, repousa um vinho branco seco, que, foi cia do líquido para outra barrica e quem ajudou
atestado como apto para ser bebido da última vez no procedimento atesta que o vinho ainda vive.
que foi analisado organolepticamente, em 1994. A enóloga Pelagie Hertzog disse: “É um mistério
Na época, enólogos do laboratório inter-regio- enológico. O vinho tem muita estrutura e perma-
Um sobrevivente
Quem acha que o vinho possa ter sofrido durante
esse processo (com tantas tecnologias disponí-
veis, ele sequer teve contato com o ar), nem ima-
gina pelo que ele precisou passar para chegar até
os nossos dias. Assim como o “Banca Monte dei
Paschi di Siena”, o vinho de Estrasburgo superou
diversas crises.
Uma das mais graves foi o incêndio de 1716
que assolou todo o Hospices. A adega subterrânea
com seu teto de tijolos abobadados, porém, mila-
grosamente permaneceu intacta. Anos mais tarde,
eclodiu a Revolução Francesa. As terras da igreja
foram expropriadas e o Hospices perdeu grande
parte de seus vinhedos. Os vinhos da adega, mais
uma vez, sobreviveram.
Com menos terras para cultivar e com foco na
parte médica – que foi paulatinamente deixando
de receitar vinho como remédio –, o hospital tam-
bém foi deixando de lado a adega. Nesse tempo,
vieram ainda sucessivas guerras, especialmente as
I e II Guerras Mundiais. E, ainda assim, aquela
barrica de 1472 sobreviveu intacta.
Até que, em 1994, já totalmente sem vinhe-
dos, a adega foi abandonada. Os barris de madei-
Barrica contendo o vinho
ra degradaram-se rapidamente, com os menores “bebível” mais antigo do
começando a apodrecer, e os maiores secando. mundo precisou passar
por reparos recentemente
Devido à falta de resultados e sem perspectiva de Zurique, na Suíça. Na época, o vinho já tinha
desenvolvimento, a adega estava condenada. As- impressionantes 104 anos. A prova seguinte ocor-
sim como o vinho. Porém, uma nova política de reu em 1718, dois anos depois de o incêndio ter
gestão do Hospices procurou restaurar o legado destruído o hospital, para celebrar a reconstrução
vínico do local, transformando-o em um museu, do Hospices (agora já se passavam 246 anos da
abrindo espaço para visitações e venda de vinhos safra). E, por fim, em 1944, quando a cidade de
novamente produzidos lá. Agora, a adega é uma Estrasburgo foi libertada na II Guerra pelo gene-
fonte de renda para o hospital. ral Philippe Leclerc de Hauteclocque, que teve a
honra de degustar um vinho de 472 anos de ida-
Três vezes apenas de. O general, todavia, morreu apenas três anos
Há alguma perspectiva de esse vinho histórico ser após e não poderá dizer se o vinho evoluiu desde
provado? Na verdade, não. Durante seus quase a última vez que o provou. E assim segue a lenda
550 anos de vida, em apenas três ocasiões ele foi da adega do Hospices de Strasbourg, até que um
degustado. A primeira foi em 1576, para celebrar novo fato histórico seja razão para que alguém
um acordo de assistência mútua com a cidade de deguste o vinho mais antigo do mundo.
A
frase “para cada ocasião, existe a ves- dentemente do estilo, já é reconhecido como o
timenta adequada” pode ser aplica- vinho de qualidade mais consistente que produ-
da em gênero, número e grau para zimos. Mas, quando falamos particularmente do
o mundo dos vinhos. Pergunte a Moscatel, o panorama é ainda mais animador.
um sommelier experiente ou a um ADEGA degusta algumas centenas de espuman-
enófilo de carteirinha (não a um enochato), que tes nacionais anualmente, tanto para a revista,
ambos irão discorrer sobre a variedade de estilos quanto para o Guia ADEGA de Vinhos do Brasil,
– é verdade, uns mais versáteis que outros –, que e podemos categoricamente afirmar, sem ufanis-
praticamente podem acompanhar as mais diversas mo, que o estilo Moscatel Espumante está sem-
ocasiões, sejam elas gastronômicas ou não. pre entre os mais consistentes e de melhor rela-
Do mesmo modo que não costumamos ir a ção entre preço e qualidade ano após ano.
um casamento em trajes de banho, é questioná- É verdade que os melhores costumam vir da
vel ou no mínimo estranho acompanhar uma Serra Gaúcha, mais precisamente da zona de Far-
torta de frutas frescas, com um tinto seco e en- roupilha – que desde 2016 tem uma I.P. específi-
corpado. Para essa sobremesa específica, o ideal ca para esse estilo de vinho –, mas também temos
seria um vinho leve e refrescante, com baixo teor bons exemplares sendo produzidos na Serra Cata-
alcoólico, boa acidez, dulçor suficiente para ri- rinense e também no Vale do Rio São Francisco.
valizar com o açúcar da torta e, de preferência, Um bom Moscatel não pode ser enjoativo e deve
contendo borbulhas para limpar adequadamente ser leve, vibrante e refrescante, tendo geralmente
o palato para uma próxima garfada. Sendo assim, fruta branca, de caroço e/ou cítrica, além de no-
um Moscatel espumante, branco ou rosado, po- tas florais e de ervas. Mas deve, principalmente,
deria ser a companhia perfeita. ter acidez pulsante, para equilibrar seu dulçor.
Apesar do preconceito, velado ou não, o Mos- Para guiá-lo em suas próximas escolhas e ajudá-
catel merece ser mais lembrado e valorizado. Seja -lo a deixar o preconceito de lado, elencamos 10
para acompanhar sobremesas, seja para um chá da consistentes Moscatéis produzidos no Brasil, lem-
tarde ou brunch num dia quente – quando café ou brando que outras dezenas de opções podem ser
chá fariam qualquer um sentir ainda mais calor. encontradas no Guia Adega de Vinhos do Brasil
Hoje em dia, o espumante nacional, indepen- 2018/2019.
AD 89 pontos
AURORA MOSCATEL ESPUMANTE AD 90 pontos
Aurora, Bento Gonçalves, Brasil (R$ 30). GÁVIA MOSCATEL ESPUMANTE
Espumante branco doce elaborado pelo BellaQuinta, Farroupilha, Brasil (R$ 55). Espumante
método Asti a partir de Moscato Giallo e branco doce elaborado pelo método Asti a partir de
Moscato Bianco. Fresco e vibrante, mostra Moscatel. Sempre consistente, nessa versão mostra
frutas brancas e cítricas equilibradas por mais tensão e perfil de frutas brancas e cítricas
gostosa acidez e boa textura. Cativante e fácil mais frescas, tudo equilibrado por vibrante acidez,
de gostar, tem final com toques salinos e de gostosa textura e final agradável, com toques florais
limão, que aumentam ainda mais a sensação e de ervas. Uma delícia. Álcool 7,5%. EM
de frescor. Álcool 7,5%. EM
AD 89 pontos
AD 88 pontos GEORGES AUBERT MOSCATEL ESPUMANTE
GARIBALDI MOSCATEL ROSÉ ESPUMANTE CRS Brands, Farroupilha, Brasil (R$ 34). Novamente
Cooperativa Vinícola Garibaldi, Garibaldi, o Brasil prova que sabe fazer ótimos Moscatéis, não
Brasil (R$ 30). Espumante branco doce deixa nada a dever aos Astis italianos. Este Moscatel
elaborado pelo método Asti composto abre seu nariz com uma marcante nota de jasmim,
de Moscato de Hamburgo e Moscato que depois é seguido por mel e frutas brancas. Em
de Alexandria. Nessa versão, mostra o boca, sua entrada é bastante untuosa e redonda,
costumeiro estilo de frutas vermelhas e depois se destaca o ótimo equilíbrio entre sua
brancas mais maduras, mas dessa vez tem doçura, excelente acidez e suas borbulhas bastante
vibrante acidez que traz vivacidade ao vinho. finas, que ajudam a limpar o paladar. Em seu final,
Tem final agradável, com toques cítricos. as notas cítricas e sua acidez ajudam a manter a sua
Álcool 7,5%. EM “drinkability” alta. Álcool 7,5%. MSL
AD 91 pontos
MONTE PASCHOAL MOSCATEL ROSÉ ESPUMANTE
Irmãos Basso, Farroupilha, Brasil (R$ 35). Este
Moscatel rosado faz um lindo par com seu irmão
branco, mantendo o ótimo equilíbrio entre doçura e
acidez. Além de esbanjar frutas vermelhas e cítricas
vívidas e intensas, oferece deliciosa textura, que traz
firmeza e sustentação ao conjunto. Álcool 7,5%. EM
AD 89 pontos
NATURELLE MOSCATEL ESPUMANTE AD 88 pontos
Casa Valduga, Vale dos Vinhedos (R$ 50). SALTON MOSCATEL ESPUMANTE
Espumante branco doce elaborado exclusivamente Salton, Tuiuty, Brasil (R$ 39). Espumante branco
a partir de uvas Moscato. Leve e refrescante, mostra doce elaborado pelo método Asti a partir de
maçãs e peras acompanhadas de notas florais e Moscato. Exibe acidez pulsante e refrescante, que
herbáceas, que se confirmam na boca. Sua acidez traz equilíbrio à sua fruta branca madura. De boa
vibrante tem papel importante, trazendo sustentação tipicidade, é cremoso e tem final com agradáveis
e equilíbrio ao conjunto. Álcool 7,5%. Em toques cítricos e florais. Álcool 7,5%. EM
AD 89 pontos AD 88 pontos
PONTO NERO LIVE CELEBRATION MOSCATEL TERRANOVA MOSCATEL ESPUMANTE
Domno do Brasil, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 39). Miolo Wine Group, Vale do São Francisco, Brasil (R$
Espumante branco doce elaborado pelo método Asti 34). Espumante branco doce elaborado pelo método
exclusivamente a partir de uvas Moscato Branco. Asti a partir de Moscato. De boa tipicidade, mostra
Esbanja frescor, cremosidade e gostosa textura, tudo aromas de frutas brancas maduras escoltadas por
em meio a muita fruta branca, notas florais e de ervas notas florais e de ervas, tudo bem equilibrado por
frescas. Sua acidez vibrante e o final com toques cítricos refrescante acidez e textura agradável. Leve, tem
e salinos levantam todo o conjunto. Álcool 7,5%. EM final médio, confirmando o nariz. Álcool 7,5%. EM
TINTOS
COM
ALMA DE
BRANCOS
Sugestões de harmonização para
estilos de tintos leves
M
uitos se perguntam: “O que se-
ria um tinto leve?” Não é tão
simples responder essa pergun-
ta focando somente na questão
varietal. Apesar de algumas va-
riedades de uva costumeiramente gerarem vinhos
menos encorpados, muito do corpo do vinho pode
ser definido pelo estilo de vinificação. Passagens
mais curtas por madeira (ou mesmo não passar
por madeira), uso de maceração carbônica, menor
extração de taninos, entre outras técnicas e opções
dos enólogos, pode tornar um tinto mais “leve”.
Dessa forma, atualmente temos, cada vez mais,
encontrado tintos – mesmo quando feitos com va-
riedades que estamos acostumados a vincular com
vinhos encorpados e tânicos – muito mais sutis.
Hoje é possível vermos Malbec, Cabernet Sauvig-
non e até Tannat vinificados de modo a torná-los
leves, descomplicados e fáceis de beber, inclusive
durante as estações mais quentes.
E foi pensando nesses tintos com “alma de
brancos”, ou seja, vinhos menos encorpados e
“veraneios”, que ADEGA quis montar uma pe-
quena lista com alguns capazes de harmonizar
com pratos também leves, típicos de verão. Con-
fira então como você pode combinar calor, pra-
tos leves e vinhos tintos.
PINOT NOIR
É meio que um lugar co-
mum pensar em Pinot Noir
quando falamos em vinhos
tintos mais leves. As caracte-
rísticas da variedade fazem
com que ela raramente re-
sulte em vinhos pesados e,
além disso, quase nenhum
enólogo buscaria obter com
ela algo que não priorizasse o frescor e a
fruta. Ainda assim, há Pinots e Pinots e,
pensando no calor, é sempre bom procu-
rar pelos menos extraídos e amadeirados.
E esses podem harmonizar bem até com
peixes. Experimente uma anchova re-
cheada com cogumelos e ladeada de legu-
mes (ou algum outro peixe de sabor mais
intenso assado). Quer algo mais simples,
apenas para bebericar? Coloque ao lado
de um patê de jamón (ou uma terrine) ou
alguns queijos de meia-cura.
AD 90 pontos
ROBERTSON WINERY PINOT NOIR 2015
Robertson Winery, Robertson Valley, África
do Sul (Vinci US$ 27). Tinto elaborado
exclusivamente a partir de Pinot Noir,
com breve estágio em madeira. De boa
tipicidade, mostras cerejas e framboesas
acompanhadas de notas florais, terrosas,
de ervas e de especiarias, que se
confirmam no palato. De corpo médio e
gostoso de beber, tem gostosa acidez,
taninos de boa textura e final cativante e
agradável. Experimente-o mais resfriado, a
uns 14ºC, preferencialmente na companhia
de pescados ou carnes magras. Álcool
14%. EM
ACESSE JÁ O MELHOR
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CAVE C A D E R N O D E AVA L I A Ç Ã O D E ADEGA
Tabela de avaliação
Classificação Pontos
Extraordinário 95 A 100
Excelente 91 A 94
Ótimo 89 A 90
Muito Bom 87 A 88
Avaliações por
Bom 85 A 86
Editor de vinho:
Regular 82 A 84
Eduardo Milan (EM)
Fraco ABAIXO DE 82
Espumantes, página 88
Gustavo dos Santos Barros
Brancos, página 89
Rosé, página 91
Tintos, página 91
Doces, página 98
Hora do saca-rolha
ESPUMANTES
H A R M O N I Z A Ç Ã O P E R F E I TA
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2016, testamos e escrevemos sobre o Coravin, um equipamento
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tirar a rolha, e que era capaz de manter a qualidade do vinho que ADEGA exclusivas em vinhos.
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do Coravin e isso alterou a forma como consumimos vinhos. Coravin e suas cápsulas.
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informamos que o evento de lançamento do Guia Descorchados • Pré-venda com desconto para
2019 acontecerá dia 9 de abril em São Paulo e dia 11 de abril no os eventos de lançamento do
Rio de Janeiro, e os ingressos limitados serão oferecidos primeiro Guia Descorchados 2019 em
aos nossos associados ativos. São Paulo e Rio de Janeiro
GRAN
GOLD
BRASIL
A Quinta da Boa Vista,
assim como a Quinta das
Tecedeiras e a Quinta de
Covela, são fruto da parceria
Nesse mês, a seleção Black traz do investidor brasileiro
dois grandes representantes da Marcelo Faria de Lima e do
jornalista inglês Tony Smith.
Península Ibérica. Do Douro, em
Portugal, conseguimos pinçar o
Boa-Vista, elaborado a partir de
vinhas centenárias pelo afama-
do Rui Cunha, um dos melhores
enólogos portugueses de sua gera-
ção. Já do Priorato, na Espanha,
trazemos o Salmos, um blend de
Garnacha, Syrah e Cariñena, ela-
borado pela família Torres, que
dispensa apresentações. GLOBAL
Umas das famílias produtoras
de vinhos mais tradicionais e
importantes do mundo, os Torres
também possuem vinhedos no
Chile e nos Estados Unidos.
AD
93
pts
AD
93pts
Blend de uvas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Barroca advindas parte de
vinhas velhas, com estágio entre 15 e 20 meses em barricas de carvalho francês.
Concentrado e potente, mostra ameixas acompanhadas de notas florais e de
ervas, além de toques especiados, de chocolate e de alcaçuz, tudo sustentado e
equilibrado por gostosa acidez e taninos finos e de excelente textura. Ainda está
jovem, mas já mostra a precisão e a finesse dos grandes vinhos. Álcool 14%. EM
OS
DE
toques terrosos e de cerejas. Tenso pts
para o Dão, em Portugal, de onde vem o
por onde se olhe. Puro e de ótima Kelman, um tinto de produção limitada e
tipicidade. Álcool 13%. EM AD de vocação gastronômica, que merece ser
92pts
provado. Terminamos nossa jornada no
vale do Aconcágua, no Chile, onde ele-
KELMAN RESERVA TINTO
gemos o Arboleda Pinot Noir, que nessa
2013 | AD 92 pts.
Kelman / Portus (R$ 215)
safra 2017 mostra ótima tipicidade e um
REGIÃO/PAÍS: Dão, Portugal. cativante perfil de fruta vermelha fresca,
oferecendo qualidade equivalente ou su-
Tinto composto de 70% Touriga perior a muitos Borgonha na mesma faixa
Nacional e 30% Tinta Roriz, com pisa de preço.
a pé e fermentação em lagares de
granito, além de estágio da primeira
cepa durante 12 meses em barricas
novas de carvalho francês e, da
segunda, por igual período, em cubas
de aço inox. Equilibrado, mostra boa
harmonia entre toda sua estrutura e
perfil de frutas negras e vermelhas
maduras, com acidez vibrante, gostosa
sensação de mineralidade e taninos
de ótima textura. Gastronômico por
natureza, deve ficar ainda melhor
na companhia de carnes vermelhas
assadas ou ensopadas. Álcool 13%. EM
VOCÊ SABIA QUE...
Cortona é uma DOC da Toscana
LA BRACCESCA ACHELO SYRAH especialmente voltada para tintos
2015 | AD 91 pts. elaborados a partir de Syrah?
Antinori / Winebrands (R$ 207)
REGIÃO/PAÍS: Toscana, Itália.
GRAN
GOLD
AD
90
pts
DUJAC E ROMANÉE-CONTI
Triennes é o projeto em conjunto
de dois dos maiores produtores
da Borgonha, Jacques Seysses,
fundador do renomado Domaine
Dujac, e Aubert de Villaine,
sócio do lendário Domaine de la
Romanée-Conti.
pts
confirmam na boca. Tem taninos macios e de boa textura, gostosa pts
acidez e final médio/longo, que pede a companhia de embutidos.
Álcool 12,5%. EM AD
JS
89 pts
93
pts
AD
90
pts
JOVEM AINDA
A D.O. Calatayud foi
ratificada em 1989 e é a mais
jovem e menor denominação
de origem de Aragón, na
Espanha.
DA FRANÇA PARA
A ARGENTINA
Apesar da origem francesa,
onde também é conhecida como
Cot, a Malbec se tornou a cepa
emblemática da Argentina.
BE ADEG
LU A
C
Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Malbec, com breve passagem por
madeira. Acessível, fácil de entender e agradável de beber, mostra amoras e ameixas,
CNȌOFGVQSWGUHNQTCKUVQUVCFQUGFGGURGEKCTKCU0QRCNCVQEQPƒTOCQPCTK\VGO
VCPKPQUFGDQCVGZVWTCCEKFG\TGHTGUECPVGGƒPCNOȌFKQRGFKPFQCEQORCPJKCFG
carnes vermelhas grelhadas. Álcool 14%. EM
Neste mês, o time Silver traz tintos
de produtores renomados, elaborados
com as castas mais tradicionais em ATLÂNTICO TINTO 2017 | AD 88 pts.
seus países de origem. Do vale Cen- Casa Agrícola Alexandre Relvas / Cantu (R$ 47)
tral, elegemos o chileno Cono Sur REGIÃO/PAÍS: Alentejo, Portugal.
Bicicleta, um Carménère versátil e
gostoso de beber. Partindo para Men- Tinto composto de Alicante Bouschet, Aragonez e Syrah, com estágio de 10% do vinho
doza, na Argentina, selecionamos o em barricas de 400 litros, durante seis meses. O resultado é um vinho direto, frutado e
gostoso de beber, cheio de ameixas e amoras escoltadas por notas florais, herbáceas
Artesano, um Malbec frutado e fresco,
GFGGURGEKCTKCUFQEGU6GOVCPKPQUOCEKQUGƒPCNOȌFKQGCITCFȄXGNEQPXKFCPFQC
da Bodega Argento. Terminamos nos- mais um gole. Polivalente, pode acompanhar desde embutidos em geral até massas
sa jornada em Portugal, de onde vem escoltadas por molhos à base de carne. Álcool 13,5%. EM
o alentejano Atlântico, um delicioso
blend de Alicante Bouschet, Trinca-
deira e Aragonês. CONO SUR BICICLETA CARMÉNÈRE 2016 | AD 88 pts.
Cono Sur / La Pastina (R$ 59)
REGIÃO/PAÍS: Vale Central, Chile.
Tinto elaborado a partir de 85% Carménère e 15% de outras uvas, sendo que parte
do vinho estagia durante nove meses em carvalho. Com as notas de ervas e de
especiarias picantes, típicas da variedade, envolvendo as frutas, como ameixas e
amoras, esse é um vinho suculento e agradável de beber. Versátil, tem taninos macios
e acidez refrescante, podendo acompanhar aperitivos à base de carnes vermelhas ou
pratos mais condimentados. Álcool 13,4%. EM
AD
88
pts
CELEIRO
Contando hoje com mais de 22 mil
hectares de vinhedos, nas primeiras
AD
décadas do século XX o governo
88
AD
88
pts
pts queria fazer do Alentejo o “celeiro” de
Portugal e o vinho, na época, tinha uma
importância diminuta e destinava-se
essencialmente ao consumo local.
“A melhor
educação está
na garrafa. Beba
“Dizem que eu quantos vinhos
falei que posso diferentes você
lembrar de todos os puder – sem que
vinhos que provei. isso lhe prejudique
Nunca disse isso. financeiramente
Esqueci de todos os e no aspecto de
medíocres” saúde. Experimente
Robert Parker, crítico de vinhos novos varietais e
novas regiões”
Michelle Cleveland, enóloga