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TINTOS COM

ALMA DE BRANCOS
E SUAS HARMONIZAÇÕES
POR QUE PRODUTORES ESTÃO
COLHENDO À NOITE

NOVA ESTRELA
BRASILEIRA
LISTA DE MOSCATEL ESPUMANTE

MAIS DE
5 MIL RÓTULOS
CARTAS DE VINHO OU
BÍBLIAS DE VINHO?

COMO UM VINHO MAIS DE


SE TORNA UM
CLÁSSICO 500
ANOS
SOLERA O VINHO
ENTENDA “BEBÍVEL”
COMO MAIS ANTIGO
FUNCIONA DO MUNDO

OS SEGREDOS DE

GALVÃO BUENO
ANO XI - NO 160 - R$ 18,00 – € 4,00
ISSN 18083722

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GR/D&KDEOLVLHQQHQR%UDVLO
EDITORIAL |

Clássicos
DIREÇÃO
PUBLISHER
Christian Burgos - christian@innereditora.com.br

DIRETORA DE OPERAÇÕES
Christiane Burgos - christiane@innereditora.com.br

A
REDAÇÃO
busca de todo produtor é sempre fazer o melhor vinho possível. EDITOR
Arnaldo Grizzo - a.grizzo@revistaadega.com.br
Se tudo der certo, com o tempo, ele poderá ganhar fama e até
tornar-se um grande clássico. Em se tratando de fama, difícil DIRETOR DE ARTE
Ricardo Torquetto - ricardo@innereditora.com.br
dizer que haja algum produtor brasileiro mais famoso que Galvão
ASSISTENTE DE ARTE
Bueno. Recentemente, ADEGA teve a oportunidade de conversar com Aldeniei Gomes - arte@innereditora.com.br
o narrador-produtor de vinhos antes do lançamento do seu mais novo EDITOR DE VINHO
rótulo, o Anima. Eduardo Milan - eduardo.milan@revistaadega.com.br

Em uma conversa bastante descontraída, com a presença do enólogo CORRESPONDENTES INTERNACIONAIS


Roberto Cipresso, Galvão falou sobre como sua visão evoluiu depois de Patricio Tapia e Steven Spurrier

10 anos como produtor na Campanha Gaúcha. Vale a pena conferir COLABORADORES


Beto Duarte, Christiane Miguez, Daniel Perches,
suas opiniões e também seu novo vinho, que tem tudo para se tornar um Felipe Granata Kosikowski, Guilherme Velloso, Mauricio Leme,
clássico. João Paulo Gentille e Juliana Trombetta Reis (texto)

Nesta edição, trazemos ainda uma inusitada lista de restaurantes que PUBLICIDADE
publicidade@innereditora.com.br
possuem cartas de vinho enciclopédicas. Se você já fica em dúvida no +55 (11) 3876-8200 – ramal 11
que escolher diante de uma carta “convencional”, imagine uma que REPRESENTANTES COMERCIAIS - BRASIL
possui mais de 5 mil rótulos? Pois é, e tem lista muito maior que isso, Renato Scolamieri - renato@rscola.com.br
Carminha Aoki - carminhaaoki.adegasabor@gmail.com
verdadeiras bíblias de vinho.
Continuando nas listas, apresentamos uma seleção de Moscatel RIO GRANDE DO SUL/SANTA CATARINA
Sônia Machado - sonia@vistamontes.com.br
espumante nacional que fará com que você perca o preconceito com
MARKETING
esse estilo de vinho – se é que ainda tem. Em nossas degustações, os marketing@innereditora.com.br

Moscatéis mostram-se um dos espumantes mais consistentes do Brasil. INTERNATIONAL SALES


Você sabe o que é e como funciona o sistema de solera e criaderas, Estados Unidos
Inner Publishing - sales@innerpublishing.net
muito comum na produção dos vinhos Jerez, mas também usado no
FINANCEIRO
Vinho do Porto, Madeira e outros? Confira aqui e entenda como esse financeiro@innereditora.com.br
sistema de “envelhecimento dinâmico” é capaz de produzir vinhos PRODUÇÃO
singulares. Baunilha Editorial

Já ouviu falar de colheita noturna? Ela tem sido cada vez mais CIRCULAÇÃO
comum em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. Então, R.Scola Marketing Editorial

ADEGA foi vasculhar os porquês de alguns produtores estarem colhendo ASSINATURAS


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na calada da noite. +55 (11) 3876-8200
Quer saber que vinhos tintos podem combinar com pratos leves? Distribuição Nacional pela Treelog S.A. Logística e Distribuição

Listamos alguns tintos “com alma de brancos” e damos sugestões de ASSESSORIA JURÍDICA
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Revista ADEGA é uma publicação mensal da INNER Editora Ltda.


A Inner Editora não se responsabiliza por opiniões, ideias e conceitos
emitidos nos textos publicados e assinados na revista ADEGA, por serem
de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).
Saúde,
www.revistaadega.com.br

Christian Burgos e Arnaldo Grizzo


12

40 52

12 ENTREVISTA
As opiniões e o desejo de
Galvão Bueno de fazer o
62 ESCOLA DO VINHO
Conheça as vantagens e
desvantagens da colheita
melhor vinho do Brasil noturna

40 ESCOLA DO VINHO
Como um vinho é capaz de se
consagrar e se transformar em
68 ESCOLA DO VINHO
Saiba como funciona o sistema
de solera e criaderas, capaz de
um clássico produzir vinhos singulares

48 ENOBUSINESS
“Quem ganhou e quem
perdeu” no mercado de
74 CURIOSIDADES
A história de “sobrevivência” do
vinho “bebível” mais antigo do
importação brasileiro em 2018 planeta

52 LISTA
Uma seleção de restaurantes
com cartas de vinho
gigantescas
CONTEÚDO |

62

74

78 LISTA
Apontamos 10 Moscatéis
Espumantes para você perder o 87
preconceito

82 HARMONIZAÇÃO TODO MÊS


“Tintos com alma de brancos”
e opções de pratos leves para 08 | CARTAS
acompanhá-los
10 | ADEGA RESPONDE

18 | PRESENTES

DROPS 20 | MUNDOVINO

50 Colecionadores
Mercado de leilões
87 | CAVE

99 | CLUBE ADEGA
60 Triste
Gerard Basset faleceu 106 | QUEM DISSE
CARTAS | ESCREVA PARA REDACAO@REVISTAADEGA.COM.BR

By Maurício Ferreira
Da Água para o Vinho, AnaBorba Sommelier
@daaguaparaovinho @tempodevinho
A @revistaadega publicou em Don Guerino Sinais
CABERLOT sua edição número 158, os TOP Moscato Giallo 2018
Incrível história do vinho Caberlot. Fiquei bastante 100 melhores vinhos de 2018. E #revistaadega
curioso com esse cruzamento entre uvas Merlot minha grande satisfação se deu em
e Cabernet Franc. Mais curioso ainda fiquei em encontrar alguns vinhos brasileiros
provar o vinho para saber “do que se trata” no nesta lista. Destaque para o
paladar. Verdadeiramente uma curiosidade. Espumante @casavalduga SUR LIE
Tiago Valadares 30 MESES NATURE (93 ptos) que
ficou na 16a posição. Isso mesmo,
senhores, 16a posição. Muito
CHAMPAGNE merecido. #revistaadega
Não fazia ideia de que era
possível produzir Champagne
com uvas que não fossem Apple & Bruce& Marcela
Pinot Noir, Pinot Meunier @sommeliercats
e Chardonnay. Sempre ouvi E a leiturinha enquanto
dizer que essas eram as uvas a gente torra é a última
obrigatórias e que não se podia edição da
produzir com outras. Achei @revistaadega que chegou
curiosa a matéria da edição aqui em casa. #piscina
159 que trata sobre as uvas #revistaadega
“esquecidas” e que fazem parte
da denominação. Vou procurar conhecer
melhor. Caren Belló Muraro @caren_muraro
Flávio Mascarello Flights são experiências enofílicas
de três vinhos por vez. Dentre os 9
vinhos oferecidos pelo
DUJAC @cobowinebar neste dia, nosso
Fiquei com água na favorito foi o Fausto Brut Rosé,
boca ao ver o artigo da @pizzatovinhasevinhos um
sobre os vinhos do espumante cremoso e delicado,
Domaine Dujac e com uma cor maravilhosa. Também
as harmonizações. gostei muito do Tannat da Paulo Eduardo
Uma pena esse tipo de @torcello_vinicola apesar de não ter @duquiristo
evento ainda estar fora nada a ver com o prato que pedi, Nesse calor de 40 graus,
do meu orçamento, mas, quis degustar, pois já tinha boas uma piscininha pós dia
quem sabe no futuro. referências. Meu marido escolheu o pesado de trabalho e
Parabéns para quem pôde Rosé de Pinot Noir Faces da um rosé bem gelado vão
participar. @lidiocarraro e o Sauvignon Blanc muito bem para ajudar a
Humberto Peralta Seival da @miolowinegroup, além relaxar um pouco. #calor
do queridinho espumante Rosé. #revistaadega
#revistaadega

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Siga @revistaadega e marque as imagens com #revistaadega

8 ADEGA >> Edição 160


Cada garrafa,
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Onde guardar
o vinho?
“Não tenho adega em casa. Onde posso guardar meus vinhos? A geladeira
é um bom lugar?”, pergunta o leitor José Carlos Dutra

D
efinitivamente, manter seus vinhos em local deve ser escuro, pois raios UV ajudam a en-
uma adegaega climatizada é muito velhecer o vinho. Portanto, luz direta
diret nem pensar.
melhor do que guardá-los em Depois, ache um cancanto onde a tem-
ua casa em que não
algum lugar de sua peratura possa variar pouco.
ariação de tem-
há controle de variação Segundo est estudos, um dos
ade. Mas, já
peratura e umidade. maiores problemas no
dega, não
que não possui adega, armaze
armazenamento de
pense que o melhor hor é ir vinho
vinhos, mais que a
eira. A
direto para geladeira. exp
exposição a tem-
geladeira só é umama peraturas mais
solução (temporá- rá- altas do que
uver
ria), se não houver o recomenda-
outro ponto da do, é a variação
casa resguar- drá
drástica. Em se-
dado do sol e gui
guida, pense em
de variações um lugar em
de temperatura que não haja
muito drásticas. vibrações,
Por que não ão a pois, como já
geladeira? Porque ue a explicado, elas
esar de
temperatura, apesar são tão ou mais danosas
constante, é mais baixa que a ideal para ao vinho qu quanto as varia-
armazenar vinhos e, alémlé di
disso, sua ffaixa
i dde umi-i ções dde temperatura. Depois, o
dade também é muito menor que o recomendado. local deve ter boa ventilação e, possivelmente,
Enquanto o melhor para um vinho seria algo em boa umidade (nem seco, nem super úmido).
torno de 10ºC a 13ºC e 70% a 90% de umidade, Onde achar um lugar assim em casa? Armários
a geladeira tende a ficar abaixo dos 5ºC e com embutidos que não ficam de costas para paredes
menos de 30% de umidade. Outro problema é a externas, ou, pelo menos, paredes que não tomam
vibração causada pelo “liga-desliga” do motor da sol. Cozinha? Melhor não. A temperatura prova-
geladeira. As vibrações também causam danos aos velmente vai variar e, além disso, cheiros e vibra-
vinhos, assim como variações drásticas de tempe- ções podem afetar a bebida. Para quem mora em
ratura. Ou seja, a geladeira só é uma boa opção se casa com escada, o vão da escada pode ser uma
for para manter seu vinho por poucos dias. alternativa. Não tem exatamente o local ideal?
Então, se não na geladeira, onde? Vamos fazer Coloque as garrafas em um canto protegido do sol
uma listinha de “exigências”. Primeiramente, o dentro de uma caixa de isopor.

10 ADEGA >> Edição 160


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ENTREVISTA | p o r CHRISTIAN BURGOS

12 ADEGA >> Edição 160


Em busca do
melhor do Brasil Uma conversa informal, regada à vinho, com
o mais famoso produtor do país: Galvão Bueno

N
o fim do ano passado, sentei com Gal- Toscana. Em frente a ele, umas 15 garrafas de vinho.
vão Bueno (acho que hoje pouca gen- Ao mesmo tempo, fazia uma vídeo conferência com
te sabe que o nome completo é Carlos os enólogos da Bueno Wines no Rio Grande do Sul.
Eduardo dos Santos Galvão Bueno) Eram amostras dos lotes da safra 2018 e Cipresso es-
em seu escritório em São Paulo para tava visivelmente satisfeito.
falar sobre vinhos e sobre seu novo vinho, Anima, que Finalizada a conferência, começamos a conversar
seria lançado poucos dias depois em Nova York, em e a degustar. Provei provavelmente a mais pura amos-
um jantar exclusivíssimo, ao lado de estrelas italianas. tra de Merlot brasileiro das muitas que já degustei.
Conversei pela primeira vez com Galvão (como Cipresso me disse que essa amostra fará parte de uma
as pessoas de sua equipe o chamam) em 2008 no futura edição de Anima, o vinho que fui convidado a
Vale dos Vinhedos. Na época “pré-batalha” das cotas degustar com o próprio Galvão.
de importação, Galvão exibia um discurso contra o Mais interessante ainda foi degustar amostras do
preconceito ao vinho nacional, a favor da proteção mesmo vinhedo, com e sem o “segredo” de Cipresso,
à produção brasileira e, como objetivo, o de fazer o uma manta branca estendida no solo de algumas par-
melhor vinho do Brasil. Concordávamos no combate celas, cujo objetivo é refletir o sol de baixo para cima,
ao preconceito, discordávamos fortemente do prote- aumentando o efeito da luz solar sobre as videiras,
cionismo e eu percebia como arroubo de produtor como ocorre naturalmente, por exemplo, em Jerez,
iniciante o desejo de fazer o melhor vinho do Brasil. e com as pedras brancas espalhadas no vinhedo de
Uma década depois, estamos muito mais alinhados: Tignanello, na Toscana. A maior maturação das uvas
partilhamos a visão contra o preconceito, o protecio- provenientes das amostras das fileiras com a manta
nismo sumiu da pauta e acredito que ele realmente refletora é clara e surpreendente.
produziu um dos melhores vinhos tintos já elabora- Galvão chegou quando minha conversa com Ci-
dos no Brasil. presso já corria animada e fomos todos para sua sala,
Por sorte, Galvão estava atrasado e, na sala de que impressiona pela vista e pela memorabilia, com
reunião ao lado de onde o esperava, encontrava-se destaque especial para lembranças do campeão Ayr-
o enólogo italiano Roberto Cipresso, que assessora ton Senna de quem, como se sabe, Galvão tornou-se
Galvão tanto nos vinhos que produz na Campanha um dos mais próximos amigos. A seguir, os destaques
Gaúcha como no projeto conjunto que mantém na da entrevista que nos concedeu.

Edição 160 >> ADEGA 13


Christian Burgos

Aprendi
a ter um Fiquei muito impressionado com o componente Merlot
respeito 2018 do Anima. O Douglas (Delamar, parceiro de

muito grande Galvão na Bueno Wines) tinha me falado do Anima e eu


disse: “Está bom. A história é muito boa, mas preciso
pela mãe degustar o vinho”.
natureza, que Galvão Bueno - O Anima é uma coisa dife-
rente, para criar um impacto na história do vi-
me mudou nho brasileiro. Deixe-me dar uma folheada nesta
como ser ADEGA aí. A melhor lembrança que nós temos
humano da ADEGA foi em 2014, quando a gente foi vi- ofereceram uma vinícola pequena por lá e
nho do ano com o Brunello de Montalcino Ri- pensei: “Deixe-me orientar com quem sabe”
serva 2004. e procurei o Darci. Fizemos uma grande de-
gustação com o Adriano, Antonio, Paulo e,
Antes de você lançar seus vinhos, encontramo-nos em quando vi, tinha 20 taças na frente de cada
2008 no Vale dos Vinhedos com o Adriano Miolo. um. Naquela hora pensei: “A que horas a
GB - Foi exatamente quando eu comecei. ambulância vem me buscar”. Foi o primeiro
O vírus do vinho já tinha se espalhado e contato que tive de verdade com a indústria
tomado conta. A minha vida já era intensa de vinhos do Brasil. E eles me orientaram
na Campanha Gaúcha, mas com criação de em outra direção, que pudesse me dar a qua-
gado e cavalos. A minha relação com o Dar- lidade e a excelência, que é o que eu busco
ci (Miolo) era assim: eu vendia touro para em tudo o que faço. O primeiro vinho que
ele e ele vendia carneiro para mim. Mas eu lancei foi justamente o Paralelo 31 da safra
já tinha isso na cabeça. Num momento me 2008, com uvas e vinificação da Miolo. Eu

14 ADEGA >> Edição 160


“Quando fui ver, era
uma estância de gado
largada. Transformar
num vinhedo foi um
aprendizado intenso e
custoso”

não tinha paciência nem idade para esperar possibilidade de plantar na minha propriedade
anos para vender minha primeira garrafa de e chegamos à conclusão que era bom para pas-
vinho. (nota: Galvão fará 69 anos em julho). tagem e para boi, mas não para fazer vinho. Os
Miolo já tinham analisado o terreno da estân-
Uma videira leva uma década para produzir com cia do Bella Vista e o Adriano me orientou a
equilíbrio. 10 anos depois, o que mudou na sua comprar e plantar lá. Quando fui ver, era uma
concepção sobre vinho? estância de gado largada. Transformar num
GB - Mudou absolutamente tudo! O tempo vinhedo foi um aprendizado intenso e custo-
é senhor das coisas. Mas se tinha uma paixão so – criar quilômetros de canais de drenagem
pelos vinhos, eu me apaixonei pelo proces- com pedras e tubos, a escolha exata do que
so todo, que termina numa taça de vinho. O plantar e, a princípio, plantamos Cabernet
quanto exige de cuidado, de respeito, de téc- Sauvignon, Petit Verdot e Merlot. Isso tudo foi
nica, de tempo, de paciência. Vi como o pro- mudando a minha forma de entender o que é
cesso é lá, no campo, na parreira... Avaliamos a o vinho. Aprendi muito com o Adriano e com

Edição 160 >> ADEGA 15


E daí tem a interpretação do homem...
GB - A partir daí é a equipe de agronomia e
enologia. Por mais que tenhamos todas as aná-
lises de laboratório, é no dedo e na boca do
enólogo que se define o dia exato da colheita.
Para ajudar, a gente criou um negócio com
nome bonito: o Bueno Wines Intelligence
Center.

O que vocês fazem?


GB - A primeira coisa que a gente fez foi im-
plementar uma estação agrometeorológica
aqui e na Itália, interligadas. Diariamente rea-
lizamos monitoramento e também colhemos
amostras. O negócio é unir o terroir, a infor-
mação, tecnologia e capacidade da equipe.

o Michel Rolland, e minha par- Neste momento, Cipresso abre o Anima 2015 e
ticipação foi dizer que queria nos conta que somos os primeiros de fora da viní-
um bordalês autêntico, da mar- cola a degustar este vinho, que seria apresentado
gem esquerda do rio, com mais em Nova York alguns dias depois. E Galvão pede
Cabernet Sauvignon. Hoje, o para não beber ainda.
Roberto fez o vinho atravessar
o rio para o lado direito. (nota: GB - O vinho é um pobre prisioneiro. Pri-
aqui, Galvão faz referência aos meiro nos tanques. Quando ele pensa que vai
vinhos das margens esquerda e ser solto, vai para a barrica. Quando abrimos
direita do estuário da Gironde, a barrica, ele pensa: “É agora”, e vai para a
em Bordeaux. Na primeira, a garrafa, onde fica anos a esperar o momento
estrela é a Cabernet Sauvignon; de se libertar. Então precisamos de um pou-
na segunda, a Merlot). co de paciência. Este aqui está preso há quase
quatro anos. O maior pecado é abrir, servir e
Acho que ele fez a travessia certa... beber. Vamos dar tempo a ele para se recupe-
A pergunta nunca deve ser o que a rar, porque ele é um ser vivo. Vamos deixar
Evento em Nova York
marcou o lançamento
gente quer, mas o que a terra pode dar... um pouco em taça enquanto falamos...
do vinho Anima GB - É. Hoje tem mais Merlot que Cabernet
Sauvignon. E eu acabei por concordar. Foi Roberto Cipresso - A primeira colheita que a
um período que só fez aumentar minha pai- natureza nos acompanhou mesmo foi 2018.
xão. É fascinante! Então, toda a história deste vinho desde quan-
do começamos até 2018 foi bastante difícil.
E trabalhar com Cipresso?
GB - Aprendi a ter um respeito muito grande GB - Tanto que só fizemos o Anima em 2015,
pela mãe natureza, que me mudou como ser e agora 2018.
humano. Não só os vinhedos. Cresceu meu
respeito pela natureza, pela preservação. Um De fato, 2015 está muito bom, mas os lotes de 2018 têm
ciclo de um ano em que cada dia é fundamen- tudo para criar um dos vinhos brasileiros mais especiais
tal para aquilo que você vai fazer na colheita. que já provei.
Você está na mão da mãe natureza e daquilo GB - 2018 é uma safra especialíssima. A me-
que ela lhe oferece naquele ano. lhor dos últimos 10 anos.

16 ADEGA >> Edição 160


“Segredo” de Cipresso,
uma manta branca
estendida no solo de
algumas parcelas, cujo
objetivo é refletir o sol
de baixo para cima,
aumentando o efeito
da luz solar sobre as
Fiquei feliz que vocês não deixaram a uva ficar videiras
sobremadura em 2018. Foi uma tentação desta safra...
RC – Encantam-me os vinhos com equilí-
brio, que podem ser estruturados e, ao mes-
mo tempo, elegantes.

E o vinho bom nasce bom...


GB - É o mesmo na Fórmula 1. O carro bem-
-nascido vai terminar a temporada na frente.
O malnascido não tem jeito... Eu não sou
enólogo, não sou sommelier. Também não
sou enófilo, que é uma palavra que eu detes-
to. Não sei quem inventou isso. Parece pedó-
filo, que é uma coisa horrorosa e está muito
próximo de uma coisa muito ruim no mundo
do vinho que é o enochato [risos]. A minha Já podemos degustar? Está liberado? [risos]
ligação com o vinho é paixão e sensibilidade, GB - Está liberado! Salud y Plata. É a primei-
mas claro que aprendi muito nestes anos. ra vez que estamos degustando com alguém.
Agora, só no jantar de lançamento em Nova
E como nasceu o Anima? York. Depois vamos enviar o vinho para 60
GB - É o primeiro vinho brasileiro que soli- pessoas aqui no Brasil.
citou ser denominado Gran Reserva. Precisa
atender a certos critérios: deve ter 36 meses
de envelhecimento com mínimo de seis me-
ses em madeira. Nesse caso, tem dois anos. E
ter acima de 14,1% de álcool. Anima é alma. VINHOS AVALIADOS
É um vinho que não é para ganhar dinhei-
ro; é um “conceitualizador”. Roberto e eu AD 91 pontos
ANIMA 2015
somos almas-gêmeas e somos realmente ami-
Bueno Wines, Campanha Gaúcha, Brasil (R$ 564).
gos. Somos ambos artistas, cada um naquilo Empolgante e promissor Merlot de Galvão Bueno.
que faz. E isso nos torna por essência sonha- Perfil clássico no estilo de Bordeaux da margem
dores. Queremos sempre inovar e fazer algo direita com belo equilíbrio. O primeiro vinho a solicitar
que marque e que dê uma resposta à frase a denominação Gran Reserva no Brasil. Revela o
que me disse o Michel Rolland: “O proble- bom uso da madeira, com especiarias, mirtilo,
framboesa e terra molhada. Depois, frescor,
ma da indústria de vinhos finos no Brasil não
bons taninos e um toque quase salino, e final
é a qualidade, é o preconceito”. Este vinho vibrante. Com o tempo, a taça se abre ao
tem um segredo, utilizamos um tecido bran- tabaco. CB
co que importamos da Itália e colocamos nas
ruas entre as videiras. Isso era utilizado no AD 89 pontos
BELLAVISTA DESIRÉE BRUT ROSÉ
cultivo de frutas na Itália e aplicamos aqui
Bueno Wines, Campanha Gaúcha, Brasil (R$ 103).
pela primeira vez no Brasil. Espumante rosado elaborado pelo método Charmat e
composto de Merlot, Cabernet Sauvignon e Pinot Noir,
Neste momento, entra a filha de Galvão, Letí- mantido em tanque por, pelo menos, dois meses em
cia, com a notícia de que acabaram de receber contato com as leveduras. Nessa versão, surpreende
o primeiro pedido de importação de seus vinhos pela harmonia entre fruta vermelha madura, gostosa
acidez e cremosidade, conferindo maior sensação de
vindo da China. Aí virou tudo celebração, com equilíbrio e complexidade ao vinho. Tem final com
mais uma fronteira cruzada na história da Bueno toques de morango e de frutos secos. EM
Wines.

Edição 160 >> ADEGA 17


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aparência de zebra. O material foi usado para criar este conjunto de
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18 ADEGA >> Edição 160


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criança? Que tal esse Monopoly
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Love da Chaumet, tem corpo O mostrador salmão do
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Edição 160 >> ADEGA 19


1
MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

De olho
nas fraudes
Polícia britânica investiga quem já
foi vítima de fraudes de vinho para que
não caiam em novos golpes
Segundo a polícia britânica, vítimas de
golpes de vinhos estão cada vez mais sendo
novamente visadas por fraudadores, que
obtêm suas informações pessoais e depois
se oferecem para recuperar seus prejuízos
anteriores. O Action Fraud, um serviço da
polícia de Londres, trabalhando em conjunto
com o Bureau Nacional de Inteligência de
Fraude (NFIB), declarou que houve um
aumento nos relatórios dessa natureza nos
últimos meses.
Entre 1 de junho de 2018 e 31 de
dezembro de 2018, houve 22 denúncias desse
crime, com as vítimas perdendo um total
de £ 97.914. Antigas vítimas de fraudes do
Jardim vinho, que foram enganadas por golpistas há
quatro e seis anos, agora estão sendo atacadas
de vinho novamente por indivíduos que afirmam que
podem revender seus vinhos em troca de
Uma nova ideia de decoração um seguro ou taxa de envio. Essas vítimas
com garrafas de vinho enviaram cerca de £ 2.000, em média, para
uma conta de terceiros através de uma
Não são poucas as ideias de decoração com
transferência bancária.
garrafas de vinho. Uma que está sendo explorada
A Action Fraud afirma que os fraudadores
recentemente por uma empresa norte-americana
estão obtendo informações sobre companhias
são mini-jardins cultivados em garrafas de vinho
de vinho liquidadas e seus diretores em
cortadas ao meio. Trader Joe’s está vendendo
fóruns e informações on-line divulgadas na
estes jardins em garrafas recicladas para lojas
imprensa. Nenhuma das vítimas conseguiu
na Califórnia e Nevada. Elas custam US$
recuperar o pagamento inicial, enquanto
12,99.
alguns perderam mais dinheiro depois de
pagar uma “taxa de recuperação antecipada”.
A diretora da Action Fraud, Pauline
Smith, disse: “O fato de fraudadores estarem
se aproveitando de vítimas anteriores de
fraude é desprezível. Se você for contatado
por um indivíduo que sabe muito sobre
o dinheiro que você perdeu, mas deseja
uma taxa primeiro, é essencial que você
interrompa toda a correspondência
imediatamente. Se você acha que foi vítima
de fraude, denuncie imediatamente”.

20 ADEGA >> Edição 160


Edição 160 >> ADEGA 21
MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Jovens com menos


conhecimento Da caipirinha
Pesquisa mostra que número de consumidores jovens para o vinho
está diminuindo nos Estados Unidos Francês que vai substituir brasileiro
em montadora francesa tem
Segundo Lulie Halstead, diretora executiva da consultoria propriedade em Provence
Wine Intelligence, entre os consumidores regulares de
vinho nos Estados Unidos, 21% deles têm 65 anos ou Depois da confusão envolvendo
mais. Três anos atrás, essa parcela era de 16%. E, mais o brasileiro Carlos Ghosn,
preocupante é que o número de consumidores entre 21 a então presidente da Renault,
GHOSN TAMBÉM
35 anos está diminuindo. Havia que foi acusado e preso TÊM VINHAS
7,5 milhões de consumidores no Japão, a montadora Carlos Ghosn, de origem
regulares de vinho nessa faixa francesa apontou Jean- libanesa, é também um dos
principais acionistas da vinícola
etária há três anos. Agora Dominique Senard como Ixsir, que conta com 66
existem 6,5 milhões. seu sucessor. Ele tem uma hectares no vale do Bekaa,
Segundo ela, além de carreira ligada a grandes no Líbano.
diminuir o número de empresas do país, incluindo
consumidores jovens, estes Total, Saint-Gobain, Pechiney e
têm menos conhecimento Michelin, mas também é dono do
sobre vinho. Segundo ela, os Domaine de Lagoy, em Provence.
jovens agora conhecem menos Sénard, de 65 anos, não entrou no mundo do vinho
regiões vinícolas e varietais do recentemente. A propriedade de 18 hectares em Saint
que os bebedores de sua idade Remy-de-Provence está em sua família há 350 anos. O
três anos atrás e, além disso, edifício do Domaine no coraçãoc do
seu nível de confiança sobre o Regi
Parque Natural Regional de
vinho também diminuiu. “Eles Alpilles, no plana
planalto de Petite
estão mais conscientes sobre os Crau, é classific
classificado como
preços e estão moderando mais monumento hi histórico. A
em termos do consumo geral propriedade da família Sade
de álcool”, apontou Lulie, que foi erguida no iinício do
alegou as facilidades da vida moderna (informações diretas século XVIII.
no smartphone) para justificar o menor conhecimento O Domaine Lagoy tem
dos consumidores sobre o vinho (“Eles simplesmente não produção quase inteiramente
conseguem se lembrar, porque agora estamos em um orgânica e produ
produz apenas
mundo onde você não precisa se lembrar das coisas”). vinhos tintos e rosados.
Outra tendência relatada é que os consumidores que A propriedade
propri
dizem gostar de experimentar novos vinhos regularmente é culti
cultivada
estão diminuindo, enquanto aqueles que dizem que princ
principalmente
aderem ao que já conhecem estão aumentando. “Isso não com Grenache,
precisa necessariamente ser algo negativo”, disse Halstead, ma também
mas
pois significa só que os consumidores sabem do que gostam C
Cinsault,
por estarem mais familiarizados. Syrah,
Segundo pesquisas, os consumidores também acham Cabernet
que o vinho é mais caro, mesmo quando não é. Como Sauvignon
resultado, o impacto visual do rótulo e do design da garrafa e Merlot.
tem ganhado importância.

22 ADEGA >> Edição 160


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Mais valor
Quais foram os principais mercados dos vinhos
australianos e sul-africanos em 2018?
Segundo relatório divulgado pela Outro bom crescimento foi visto pela 2018, para US$ 1,23 bilhão. Isso
Wines of South Africa (WOSA), as Suécia (sexto maior mercado para os ajudou as exportações de vinhos
exportações do país aumentaram 4% sul-africanos), com aumento de 8%. australianos a subir 10% em relação
em valor, para 9,06 bilhões de Rands As exportações para outros a 2017, para US$ 2,82 bilhões.
(a moeda local que equivale a menos países africanos aumentaram 16% O nordeste da Ásia foi o
de 30 centavos de real), mas tiveram em 2018, graças principalmente ao mercado mais valioso para os
uma queda de 6% em volume em Quênia, Zimbábue e Zâmbia. Isso vinhos australianos no ano passado,
2018. A queda do volume é atribuída fez com que o continente africano se igualando o valor combinado da
a uma safra menor no ano passado, tornasse um mercado de exportação América do Norte e da Europa.
que teria influenciado os estoques. mais lucrativo do que os Estados Isso enfatiza a maior confiança
O Reino Unido continua a ser o Unidos, que caiu 15% em termos da indústria de vinhos australiana
maior mercado de exportação para de valor. As exportações para a na China nos últimos anos, e
o vinho sul-africano em valor, com China também caíram 5%. Falando provavelmente também reflete os
crescimento de 5% em relação a de varietais, Chenin Blanc viu o benefícios de um acordo de livre
2017 para 1,84 bilhão de Rands. maior crescimento em 2018, com as comércio assinado entre a Austrália e
Vale dizer que as exportações de exportações aumentando 10,3%. a China no final de 2015.
vinho a granel para o Reino Unido No entanto, a Wine Australia
aumentaram 16% em valor. Apesar Austrália também destacou um aumento
do aumento em valor, houve queda Em relação aos vinhos de 7% nas exportações de vinho
em volume, de 3% – segundo a australianos, as exportações para a Europa em 2018, para
WOSA devido a uma estratégia de cresceram 10% em valor em US$ 615 milhões. As exportações
focar em vinhos premium. 2018, apesar da queda no volume, para a América do Norte caíram
Em segundo lugar está a informou a associação Wine 0,1% em valor em relação a 2017,
Alemanha, que em 2018, teve um Australia. As exportações de vinhos chegando a US$ 636 milhões. Isso
aumento de 9% (o que representa 1,33 australianos para o nordeste da Ásia, foi impulsionado pelo crescimento
bilhão de Rands). Em terceiro está predominantemente impulsionadas de 12% no Canadá, enquanto os
a Holanda, que cresceu apenas 1%. pela China, aumentaram 19% em Estados Unidos diminuíram 5%.

24 ADEGA >> Edição 160


“ESTOU COMPLETAMENTE “É IMPRESSIONANTE A
APAIXONADA PELOS VINHOS MINERALIDADE E O POTENCIAL
COSTEIROS E PELO FRESCOR DO DA UVA CABERNET
SAUVIGNON BLANC.” SAUVIGNON NO CHILE."
JÉSSICA MARINZECK / SOMMELIÈRE DÉBORA BREGINSKI / SOMMELIÈRE

DIFERENTES OPINIÕES,
DIVERSOS VINHOS,
UMA CONCLUSÃO
MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

10 milhas subterrâneas?
Uma curiosa corrida foi realizada em uma adega da Moldávia
um só lugar. Atualmente, possui cerca tradicional da Moldávia, além de
de 2 milhões de garrafas em galerias terem acesso a bebidas e comida local
subterrâneas cujo comprimento total é de ao longo de toda a rota. “Em vez
200 quilômetros. E foi nessa cidade sob a de beber vinho em uma mesa, que
terra que ocorre uma curiosa corrida. tal correr e beber”, afirmou Dmitri
Mais de 350 corredores de todo Voloshin, presidente da empresa
o mundo participaram, segundo a organizadora.
organizadora Sporter, uma empresa de Esta, porém, não é a primeira
competições esportivas da Moldávia. A corrida subterrânea em uma adega
Milestii Mici Wine Run foi realizada da Moldávia. A primeira corrida do
pela primeira vez no dia 20 de janeiro. gênero foi organizada no dia 25 de
A adega da vinícola Milestii Mici é Os participantes percorreram 10 km janeiro de 2015 com 50 participantes
considerada a maior do mundo. Em pelas adegas Milestii Mici a 80 de correndo 7 quilômetros através dos
2005, a vinícola entrou no Guinness, profundidade. túneis (cerca de 100 quilômetros) das
o livro dos recordes, por armazenar o Durante o trajeto, os corredores Minas de Cricova, não muito longe da
maior número de garrafas de vinho em foram puderam ouvir música Milestii Mici.

Novo gerente
Famílias Rothschild e Catena apontam novo gestor para sua joint-venture
A Bodegas Caro, empreendimento novo capítulo em uma história que por sua dedicação em ajudar nossas
iniciado em 1998 pela Domaines tem fortes raízes na França e na duas famílias a fazer um Grand Vin
Barons de Rothschild, da França, Argentina, como ele. Nos últimos na Argentina. Estou pessoalmente
em conjunto com a vinícola Catena, anos, Buscema foi fundamental ansiosa para continuar trabalhando
na Argentina, tem um novo gerente, em nossos esforços para construir a com Fernando no Instituto Catena e
Philippe Rolet. Paralelamente, identidade de Caro, procurando o para fazer as colheitas anuais de Caro
Fernando Buscema, que foi diretor equilíbrio perfeito entre Cabernet com Saskia, Philippe e a equipe da
técnico da joint-venture desde 2012, Sauvignon e Malbec e entre dois vinícola por muitas décadas ainda”.
ingressará no Instituto Catena de países. Desejamos a ele o melhor no
Vinhos em tempo integral, onde já Instituto Catena”, disse Saskia
ocupa o cargo de diretor executivo. de Rothschild, presidente
Rolet, de 46 anos, foi CEO do Domaines Barons de
da Bodegas Argento e CEO e Rothschild (Lafite).
presidente do Grupo Alta Vista Laura Catena, membro do
em Mendoza. Ele começou sua conselho da Caro e fundadora
carreira no Domaine William Fèvre. do Instituto Catena, disse: “Meu
“Bodegas Caro é um assunto de pai, Nicolás, e eu estamos
família entre nós e os Catenas e entusiasmados em receber
estamos entusiasmados em receber o talentoso Philippe Rolet e
Rolet para nos ajudar a escrever um queremos agradecer a Fernando

26 ADEGA >> Edição 160


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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Estrelas Barolo perde


nas vinícolas ícones
Guia Michelin premiou restaurantes de
célebres vinícolas francesas Beppe Colla, um dos grandes
nomes do Piemonte, morreu
No seu guia de 2019, o guia Michelin premiou com
estrelas 75 novos restaurantes franceses. E entre os Aos 88 anos, um dos ícones de Barolo, Giuseppe
estreantes estão os restaurantes L'Oustalet, da família “Beppe” Cola, faleceu em janeiro de 2019, ano
Perrin, no Rhône, e o recém-inaugurado Lalique, do em que celebraria sua 70ª colheita. Em 1960, ele
Château Lafaurie-Peyraguey, em Sauternes. uniu forças com Renato Ratti e Gildo Cavallotto
Os Perrins, proprietários do Château de (entre outros produtores) na comissão para traçar
Beaucastel, administram o L'Oustalet em as fronteiras de Barolo, preparando o que seria a
Gigondas com o chef Laurent Deconinck, denominação de origem.
que supervisiona o restaurante desde 2009. O Beppe Colla começou a fazer vinho depois de
restaurante, porém, tem mais de 40 anos e possui se formar em 1949 na Scuola Enologica em Alba.
uma adega de 1.200 vinhos. “É maravilhoso. A Depois de administrar a Casa Vinicola Bonardi,
Michelin seguiu minhas façanhas e a evolução da ele comprou a
minha cozinha e hoje tudo fez sentido”, afirmou vinícola de Cavalier
MAIS UM BEPPE
Deconinck. Prunotto em Essa é a segunda perda
O Château Lafaurie-Peyraguey é propriedade 1956, produzindo importante para a região de
excelentes safras do Barolo em pouco tempo.
do presidente da Lalique, Silvio Denz, e o Giuseppe “Beppe” Rinaldi
restaurante é administrado pelo jovem chef Jerôme Barolo Prunotto até faleceu no início de setembro do
Schilling. Ele está aberto há cerca de seis meses. 1990. Ele também ano passado. Ele tinha 70 anos
Além do restaurante, a propriedade conta com um foi um dos primeiros e foi um dos mais respeitados
produtores a produtores de Barolo de sua
hotel de luxo. Denz comprou Lafaurie-Peyraguey geração.
em 2014 e o reformou completamente. introduzir os Crus
Estes dois restaurantes de vinícolas não são, de Barolo em 1960,
contudo, os primeiros e tampouco os únicos a engarrafando seus
ostentarem estrelas do afamado guia. Antes deles vinhos como Bussia, após uma visita à região da
já receberam prêmios o Le Logis de la Cadène, Borgonha.
do Château Angélus, e o Les Belles Perdrix, do Ele foi um dos primeiros a entender a
Château Troplong Mondot, ambos em St-Émilion, importância da extração excessiva com as uvas
assim como o Château Cordeillan-Bages, em Nebbiolo, algo que ainda pode ser um problema
Pauillac, entre outros. hoje. Muitos italianos lembram seus desafios
como presidente do Consorzio di Tutela Barolo
Barbaresco durante o escândalo do metanol,
especialmente porque ele sempre trabalhou pelos
vinhos de qualidade.
Nos anos 90, ele começou uma colaboração
com Piero Antinori, a quem ele então vendeu a
vinícola. Alguns anos depois, fundou sua vinícola
familiar, Poderi Colla, com seu irmão Tino e o
sobrinho Pietro. Foi também um dos fundadores
da Ordem dos Cavaleiros da Trufa e dos Vinhos
de Alba, associando-se à gastronomia de Langhe.

28 ADEGA >> Edição 160


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Millennials
desapontam
Vendas nos Estados Unidos
caem e a culpa é dos jovens

As vendas de vinhos nos Estados


Unidos têm mostrado sinais de
desaceleração à medida que mais baby
boomers (pessoas nascidas após a II
Guerra) atingem a aposentadoria, ou
seja, os millennials (pessoas nascidas
perto da virada do milênio) não estão
ocupando o lugar nos mais velhos
nesse mercado. Isso é o que revela um
relatório do Banco do Vale do Silício
(SVB), na Califórnia.
Os millennials, que atualmente
têm uma idade média de 30 anos,
representam cerca de 17% do
consumo de vinho nos Estados Unidos
e ainda devem se tornar o maior
grupo consumidor de vinho no país
até 2027. Mas, essa geração até agora
não se envolveu com vinho, tanto
quanto se esperava. “A infeliz realidade
é que, enquanto os millennials têm
uma melhor apreciação do vinho, sua
apreciação não se reflete no consumo”, TOPO
disse Rob McMillan, fundador da DE
divisão de vinhos do SVB. GAMA
As vendas de vinhos
“Os millennials não têm premium nos Estados
capacidade financeira, atualmente Unidos ainda devem crescer
preferem destilados premium e entre 4 e 8% em 2019, depois de
aumentarem cerca
cervejas artesanais, e têm sido lentos de 5,2% em
em suas carreiras. A demanda de 2018, apontou o
cannabis distorce os homens mais SVB, mas alertou
que essa busca
jovens hoje, e isso também está silêncio no varejo, particularmente pelos vinhos topo
provavelmente desempenhando um para produtos discricionários e de luxo, de gama (acima
papel na apreciação tardia do vinho”, é ensurdecedor”, disse McMillan. de US$ 10) está
aponta o executivo. Por enquanto, a chamada Geração se aproximando
de seu ápice.
No entanto, o relatório ressaltou X, que fica entre os boomers e os Esta categoria
que ainda há tempo para uma millennials, e é menor em tamanho comanda 54%
mudança. “Com a idade média de 30 geral do que as duas, deve se tornar o do mercado de
vinhos no país em
anos, esta geração ainda tem tempo maior grupo consumidor de vinho nos valor e cerca de
para se posicionar. Mas, hoje, seu Estados Unidos até 2022. 30% do volume.

30 ADEGA >> Edição 160


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Novas
denominações
no Rhône
Sete locais foram reconhecidos
no começo deste ano

A partir de 1 de janeiro deste ano, as


denominações Château-Grillet, Crémant
de Die, Clairette de Die, Châtillon en
Diois, Coteaux de Die, e as indicações
geográficas Eau de Vie des Côtes du
No encalço do Rhône e Eau de Vie de Marcs de Côtes

Julgamento e da Cata
du Rhône foram oficializadas como parte
da região do Rhône, tornando a região a
Vinhos chilenos “surpreendem” em prova às cegas em Londres segunda maior da França em termos de
produção e de vinhedos.
Durante uma degustação às Aconcágua Costa Chardonnay O Rhône agora é composto por 32
cegas promovida em Londres, 2016, Siegel Reserva Especial denominações de origem e 2 indicações
o Wines of Chile Sommelier Viognier 2017, Siegel Single geográficas. Michel Chapoutier,
Challenge, os resultados Vineyard Cabernet Sauvignon presidente da Inter-Rhône, disse que eles
alegraram os organizadores. 2014, Aresti Trisquel Série “contribuem para a diversidade da gama
O evento foi promovido pela Altitud Merlot 2016, Casa de produtos de alta qualidade da região.
Wines of Chile na tentativa de Silva Ranco Riesling 2017, É um enorme benefício para todo o Vale
promover os vinhos premium Siegel Single Vineyard do Rhône”.
do país e parece que deu Carménère 2016, VIK Milla A maior adição ao Rhône são as
resultado. Cala 2014; Aresti Family quatro denominações Dies, que cobrem
Foram provados 51 vinhos Collection 2014 e Valdivieso 1.600 hectares de vinha e vários estilos
às cegas, sendo que 46 eram Caballo Loco No 17. e variedades. Entre os mais famosos
chilenos, enquanto cinco O principal vinho não- estão os espumantes de Clairette e
foram escolhidos de outros chileno, que ficou em 12º Crémant de Die. “É um grande prazer
países. Membros do trade de lugar, foi o McManis Family fazer parte da maravilhosa família
vinhos, incluindo sommeliers, Viognier 2016 da Lodi, na de vinhedos do Vale Rhône. Agora
compradores e jornalistas, Califórnia. “A ideia por trás todos podemos avançar nesta grande
votaram para escolher os cinco do desafio é demonstrar às aventura juntos. Podemos confiar em
melhores. pessoas, particularmente aos suas habilidades organizacionais e
Os resultados revelaram sommeliers, que o Chile energia para nos ajudar a desenvolver
que os 10 mais votados pode produzir muitos estilos nosso programa de turismo de vinhos na
eram todos chilenos, o que diferentes de vinho. Os França e aumentar a conscientização
a associação chamou de sommeliers adoram uma sobre nossas denominações no exterior.
“realização surpreendente”. O degustação às cegas e essa é Estou convencido de que existe uma
Siegel Unique Selection 2012 uma ótima maneira de atrair sinergia positiva entre os vinhos tintos e
ficou no topo, com 43,9% das pessoas de estabelecimentos os vinhos espumantes do Vale do Rhône,
pessoas colocando-os entre de alta qualidade”, afirmou que podemos canalizar a nosso favor”,
seus cinco primeiros votos. um representante da Wines of afirmou Fabien Lombard, presidente da
Ele foi seguido por Errázuriz Chile. Clairette de Die.

32 ADEGA >> Edição 160


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Culpa de quem?
Vinícola processa empresa de
fornecimento de energia elétrica
por danos
Uma vinícola de Malibu, além de vários
moradores da região, estão processando
a empresa de fornecimento de energia
elétrica Southern California Edison
(SCE), alegando que ela foi responsável pelos danos
causados pelo devastador incêndio que varreu a área em
novembro do ano passado.
A vinícola Cielo Farms entrou com uma ação
culpando a SCE pelas perdas causadas pelo Woolsey Fire,
como o incêndio ficou conhecido. Ele começou no dia
8 de novembro do ano passado, queimou quase 100.000
acres, destruiu mais de 1.600 estruturas e matou três Icewine
pessoas. Quase 300.000 pessoas foram evacuadas.
Em sua alegação, a Cielo Farms afirma que o 10 anos depois
Woolsey Fire destruiu 3.000 de suas vinhas, diversas Schloss Johannisberg conseguiu fazer
estruturas e 1.400 árvores, causando “uma perda Icewine novamente após uma década
de negócios multimilionária”. “O local da ação foi
A célebre vinícola alemã Schloss Johannisberg
eleito o local de casamento número 1 no condado
anunciou que foi capaz de produzir seu
de Los Angeles nos três anos anteriores ao incêndio”,
primeiro Icewine após uma década. Isso graças a
prosseguiu o processo.
temperaturas de menos de -10°C que atingiram
Os demandantes alegam que o equipamento elétrico
o Reno e permitiram que se colhesse as uvas
da SCE causou o incêndio. Em um comunicado, um
congeladas.
porta-voz da SCE disse: “Neste momento, a SCE não
As estimativas iniciais indicam que apenas
está comentando quaisquer ações judiciais associadas
algumas centenas de garrafas de vinho estão
ao Woolsey Fire”. Em dezembro do ano passado, a
sendo feitas. Os requisitos específicos necessários
empresa publicou uma carta enviada à Comissão de
para o Icewine alemão fazem com que eles
Serviços Públicos da Califórnia (CPUC) detalhando
sejam uma das mais raras de todas as formas de
o funcionamento de seu sistema elétrico em 8 de
vinho de colheita tardia.
novembro, nas proximidades de onde o Woolsey Fire
Além de ser a primeira vez em 10 anos que
teria começado. Também mencionou seus esforços
a propriedade de
contínuos para minimizar o risco de incêndios florestais.
Rheingau produziu
um Icewine, é a
Buscando culpados primeira vez em
Após investigação, um sistema elétrico particular ao lado de 20 anos que será
uma residência foi responsabilizado pelo Tubbs Fire, que capaz de oferecer,
matou 23 pessoas durante uma série de incêndios florestais com a safra 2018,
na região vinícola da Califórnia em 2017. O relatório de 80 a gama completa
páginas publicado pelo Departamento de Silvicultura e Pre- de Rieslings através
venção de Incêndios da Califórnia (Cal Fire) revelou que, de todas as várias
em vez da Pacific Gas and Electric Company (PG & E), que denominações
havia sido responsabilizada por 17 dos incêndios florestais de Qualitäts e
em outubro de 2017, um sistema privado foi, na verdade, o Prädikatswein.
culpado no caso do Tubbs Fire.

34 ADEGA >> Edição 160


DE SCUBRA OS MITOS E VERDADE S
SOBRE VINHOS COM QUEM
É REFERÊNCIA NO A S SUNTO HÁ MAIS
DE 20 ANOS. A ABS-SP OFERECE
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MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Prenúncio
de recorde?
Da A Sotheby’s anunciou um leilão com a maior
ficção ao estimativa de pré-venda da história

realismo? A casa de leilões Sotheby’s anunciou uma venda de três


Produtor decide criar dias em Hong Kong em março, com a maior estimativa
um vinho baseado nas de pré-venda da história. O evento deve ocorrer de 29
referências de Game of a 31 de março e a venda contará com 16.889 garrafas e
Thrones deverá atingir de US$ 19 a 26 milhões.
Chamada de venda “Tran-scend-ent”, ela contará
O enólogo Thibault Bardet, com todos os grandes nomes de Bordeaux, Borgonha,
da Vignobles Bardet, em Saint-Émilion, resolveu Champagne, Rhône e Itália, e todos vêm da adega de
pesquisar como o vinho Dornish, da série televisiva um único colecionador. O leilão contará com mais de
Game of Thrones, seria realmente. Ele se baseou em 250 lotes de Domaine de la Romanée-Conti, 80 lotes de
como ele é descrito nos livros, assim como a sua região Domaine Leroy, 600 lotes de Coche-Dury, apresentando
produtora, a árida Westeros, é retratada na série. uma biblioteca completa de vinhos da propriedade
“O projeto começou depois de assistir a um episódio que remonta a 1980 e com o número de garrafas
de Game of Thrones com um amigo. Achamos que “potencialmente superior ao estoque da própria vinícola”.
seria muito interessante ter a possibilidade de beber Há também uma grande quantidade de Champagne,
o vinho Dornish. Infelizmente, depois de algumas incluindo Dom Pérignon Oenothèque e variantes P2 e
pesquisas, descobri que não havia um vinho como esse. P3 que remontam à década de 1960. Do Rhône existem
Então decidi fazer o meu próprio vinho”, afirmou o mais de 140 lotes de Guigal, incluindo muitos vinhos da
enólogo. famosa safra de 1985 e a primeira safra de La Landonne
“No programa de TV, eles não falam muito sobre (1978). Bordeaux é representado por todos os Premiers
o sabor do vinho Dornish, mas no livro há muitas Grand Crus, incluindo Mouton Rothschild 1945, La
descrições sobre ele. Depois de ler todos os livros, eu Mission Haut-Brion 1945, Lafite 1961 e Latour 1959.
tinha mais de 40 páginas de informações. As principais Adam Bilbey, diretor da Sotheby’s Wine Ásia, disse:
eram: frutado, poderoso, mas fácil de beber, e com “Temos testemunhado uma forte dinâmica no mercado
intensa cor escura”. asiático de vinhos, com seu apetite voraz pelos melhores
Para Thibault e seu pai, Philippe, essa descrição vinhos. A ‘Tran-scend-ent’ oferecerá aos apreciadores de
contemplava a Merlot. Uma vez que conseguiram vinho da região a oportunidade de adquirir vinhos de
a uva, eles sabiam que a vinha precisaria se originar qualidade impecável em quantidades substanciais”.
em solos arenosos, para imitar o terreno da península
fictícia que é Dornish; assim um verão quente e seco em
Bordeaux, em 2016, deu a eles o clima apropriado.
O resultado não é um, mas dois vinhos feitos no
estilo Dornish: Dornish Wine Castillon Côtes de
Bordeaux Red 2016 e The Imp's Delight St-Émilion
Red 2016. Este último – nomeado em homenagem
ao vinho que Tyrion (um dos personagens da série)
espera um dia fazer quando se aposentar – é vinificado
sem sulfitos, como Thibault acha que provavelmente o
vinho Dornish teria sido feito naqueles dias míticos.

36 ADEGA >> Edição 160


MUNDOVINO | EVENTOS DO MUNDO DO VINHO

Vinhos na prisão Mais um


Cadeia australiana se transforma
em adega para colecionadores em “La Place”
Joseph Phelps será vendido
pelos negociantes de Bordeaux

Joseph Phelps, vinícola do Napa Valley, tornou-se


a mais nova integrante da “Place de Bordeaux”,
entregando seus vinhos para serem vendidos pelo
vários négociants bordaleses – um sistema que
remonta quase à Idade Média.
A vinícola americana seguiu os passos da
propriedade Inglenook, de Francis Ford Coppola, (que
também se juntou à Place recentemente) e nomeou as
empresas CVBG, Duclot (de propriedade da família
Moueix) e Maison Joanne (de propriedade da família
A empresa Enterprising nesse prédio. Gaols (nome Castéja) para representá-la fora das Américas.
Britons montou uma australiano para prisões) “Estamos muito satisfeitos em fazer parceria
adega de vinhos em uma são lugares muito seguros com esses três négociants de renome internacional
penitenciária australiana por razões óbvias... Eu e estamos confiantes de que eles expandirão ainda
de mais de 150 anos. sempre disse que o prédio mais a distribuição global do Insignia e Joseph Phelps
A prisão de Pentridge deveria ter adegas”, falou o Napa Valley Cabernet Sauvignon. Ao entrarmos no
abriu suas portas em diretor e fundador Michael nosso 47º ano de excelência em fabricação de vinhos,
Coburg, no subúrbio de Woodworth. esperamos trabalhar com a CVBG, DUCLOT
Melbourne, em 1851 O local passou por e JOANNE para aumentar nossa exposição
e abrigou alguns dos uma grande reforma: as internacional”, disse Mike McEvoy, vice-presidente e
criminosos mais perigosos paredes espessas foram diretor de vendas da vinícola.
da Austrália, como Ned mantidas, mas as celas Assim, Joseph Phelps, se une à nomes como Opus
Kelly, o gangster Joseph se tornaram adegas, com One, Catena Zapata, Balasto (Garzón), Masseto,
“Squizzy” Taylor, Russell unidade controlada e Seña e Almaviva, além da Inglenook, como vinhos
Street Bomber, “Mr. iluminação ambiente. Os internacionais vendidos sob o sistema de négociants.
Rent- a-Kill”, entre outros. colecionadores podem
Agora, o prédio histórico, personalizar a cor das
fechado em 1997, ganhou paredes e da madeira das
nova vida. prateleiras de vinho, e o
Em agosto do ano preço começa em US$
passado, a antiga ala da 81.500. Você tem acesso
“Divisão D” abriu como 24 horas por dia, sete
Pentridge Cellars, que dias por semana, aos seus
ainda funciona como uma vinhos. Apesar de estarem
instalação de segurança em uma prisão, os vinhos
máxima, mas desta vez ficam sob monitoramento
não para presos, e sim de segurança de última
para o vinho. “Meu geração. Até agora, 40
sonho sempre foi criar clientes já instalaram seus
um empório de vinho vinhos no local.

38 ADEGA >> Edição 160


Edição
Edi
Ed
dii ção
ão 1 60 >>
160
16 ADEGA 39
ESCOLA DO VINHO | p o r ARNALDO GRIZZO

40 ADEGA >> Edição 160


Como criar
um clássico
O que faz com que um vinho
se torne um rótulo consagrado

Edição 160 >> ADEGA 41


“Acho que existem dois tipos de vinhos no
mundo, os vinhos da civilização e os vinhos
do prazer. Os primeiros estão enraizados no
trabalho de homens e gerações que criaram
o que chamamos de terroir”, afirma François
Perrin

D
iz-se que um grande vinho já mas esta evolução deve estar em adequação com
nasce grande. Seria mesmo? suas tipicidades e suas origens, são o que eu cha-
Atualmente, é relativamente cor- mo de vinhos de solo histórico. Suas adaptações
riqueiro ver o lançamento de um seguem a cronologia das gerações e o trabalho dos
rótulo que desde o começo é pro- homens que as lapidam. Os vinhos de prazer de-
movido como sendo um grande vinho, mesmo vem se adaptar ao mercado”.
que ninguém (ao menos nenhum consumidor) A visão de Perrin resume muito do que se
tenha sequer degustado antes. E por que isso considera um clássico – principalmente aqueles
acontece? Por vários fatores, entre eles o “em- com potencial para se tornarem grandes ícones
préstimo” de um prestígio anterior por parte do do mundo do vinho –, falando do terroir e da pas-
produtor, do enólogo ou do local onde o vinho sagem do tempo. Mas não devemos nos esquecer
é produzido e também devido ao marketing, ob- que um rótulo clássico não necessariamente é
viamente. inalcançável. Se por um lado podemos ter um
Questionado sobre o que são vinhos clássicos, Château Latour como sendo um grande clássi-
François Perrin, do mítico Château de Beaucastel, co, podemos dizer que um Casillero del Diablo
fez a seguinte observação: “Acho que existem dois também é. Cada um a seu modo. Se o primei-
tipos de vinhos no mundo, os vinhos da civilização ro faz parte dos ícones históricos de Bordeaux,
e os vinhos do prazer. Os primeiros estão enraiza- com preços elevados, o segundo é um dos rótulos
dos no trabalho de homens e gerações que criaram populares consagrados não só no Chile, mas no
o que chamamos de terroir (solo, mais uva, mais mundo todo, com preços acessíveis. Qual seria o
clima, mais homem). Estes vinhos devem evoluir, mais clássico?

42 ADEGA >> Edição 160


Philippe Martineau
“Fazer vinho é fácil, só
Antes de tentar responder a isso, o melhor de reflete bem os desafios do mundo do vinho. os 200 primeiros anos é
que são difíceis”, já dizia
seria tentar entender como um vinho pode se Um vinho nascido hoje precisa vencer o tempo a baronesa Philippine de
tornar um clássico. Vamos então listar algumas para se provar. Os rótulos clássicos costumam ser Rothschild
características que podem fazer com que uma fruto de um trabalho de gerações, que passam sa-
bebida se torne um rótulo consagrado. Confira. fras e mais safras buscando fazer dele o melhor
possível dentro de seus objetivos. Além desse tra-
Tempo balho “infinito”, o tempo também vai dar a res-
A sábia baronesa Philippine de Rothschild, her- posta “comercial”. Por mais marketing que en-
deira do Château Mouton-Rothschild, já dizia: volva o surgimento de um vinho hoje, se ele não
“Fazer vinho é fácil, só os 200 primeiros anos é se provar ao longo do tempo, se os consumidores
que são difíceis”. Essa frase, dita em tom de brin- não “comprarem a ideia”, ele não se torna uma
cadeira, pode parecer presunçosa, mas na verda- referência.

Edição 160 >> ADEGA 43


variações de safra são naturais, deve-se ter um fio
condutor que possa ser reconhecido.

Persistência
Um clássico é um clássico porque perdura. A
obra de Shakespeare, por exemplo, é imortal.
Assim como uma obra de arte, um vinho deve
resistir. Resistir às tentações de mudanças, resistir
aos modismos, resistir à passagem do tempo com
constância de propósito. Só assim um rótulo vai
perdurar. Um clássico é capaz de transpor modis-
mos passageiros e se manter íntegro por anos e
anos a fio, sem ser abalado. Assim que as modas
passam, ele continua lá, sempre revisitado, como
um livro clássico que nunca deixa de ser relança-
do de tempos em tempos, alcançando milhares
de edições. Ou seja, para criar um verdadeiro
clássico, os produtores devem evitar as “distra-
ções” e “desvios” que certamente surgirão.

Essência
A essência de um vinho pode ser seu terroir –
aquele local específico, trabalhado de forma sin-
gular, que gera um produto único. Aí você pode
pensar que somente vinhedos super reconheci-
dos podem gerar um clássico, como um Roma-
née-Conti, por exemplo. No entanto, apesar de
o local certamente ajudar muito a criar a aura de
vinho clássico, a questão da essência pode estar
Não importa se na matéria-prima de modo geral, como a varieda-
um vinho é caro
ou barato, é a sua
de selecionada, por exemplo. Há clássicos cujas
consistência que Consistência uvas provêm de diferentes locais dependendo
vai ajudá-lo a se
transformar em um
A consistência obviamente está ligada ao tempo. da safra. Isso também nos leva a concluir que a
clássico Um clássico precisa, com o tempo, mostrar que essência pode estar na vinificação, nos métodos
tem um estilo confiável. E aqui é onde se criam escolhidos pelos produtores para criar um vinho.
os clássicos independentemente da faixa de pre- Assim, um clássico não necessariamente precisa
ço. Não importa se um vinho é caro ou barato, é ser o “melhor”, mas, como já dissemos antes, o
a sua consistência que vai ajudá-lo a se transfor- mais consistente.
mar em um clássico. Ano após ano, ele deve en-
tregar um determinado nível de qualidade para Determinação
que o consumidor adquira confiança ao comprá- Além do terroir, da variedade, do sistema de pro-
-lo. Ou seja, não importa se o consumidor paga dução etc., um clássico surge da determinação
caro ou barato por um vinho, se o rótulo não se de um produtor. Aqui junta-se a constância de
mostrar consistente, não importa o preço, ele propósito, os meios, mas também deve-se levar
não vai continuar comprando. Mas e os vinhos em conta a estética. A estética considerada não
de terroir, que “mudam” de acordo com a safra? apenas como aparência, mas como filosofia, no
Aqui vale voltar à fala de François Perrin no iní- que define o que é belo – dentro do contexto de
cio do artigo, mas, resumindo, mesmo quando as uma bebida, obviamente. Se formos para Hegel,

44 ADEGA >> Edição 160


Philippe Martineau
No mundo
um belo vinho seria aquele que apresenta a ver-
dade do espírito, do princípio divino, ou da ideia.
consumidor. Se há sinergia entre críticos e con-
sumidores, um clássico está montado.
do vinho, o
Ou seja, vai além do que a natureza oferece e é reconhecimento
capaz de despertar um sentimento de sublimida- Marketing pode vir tanto
de. E assim cabe ao produtor a determinação de Esse não é um fenômeno atual. O marketing
encontrar e ser capaz de manter esse conceito de correto pode ser capaz de criar clássicos instantâ- de críticos e
beleza. neos – desde de que, obviamente, os produtos en- especialistas,
Reconhecimento
treguem o que se promete. Hoje, um lançamento
estrondoso, um posicionamento de marca em lo-
quanto do
Aqui voltamos a falar, de certa forma, também cais estratégicos, uma ação agressiva em pontos próprio
de estética. Um clássico indubitavelmente será de venda etc., geram um chamariz instantâneo consumidor.
reconhecido. No mundo do vinho, o reconheci-
mento pode vir tanto de críticos e especialistas,
para alguns vinhos que, se bem trabalhados,
manterão um status capaz de transformá-los em
Se há sinergia
quanto do próprio consumidor. Em um sistema clássicos duradouros. Deve-se unir a tudo isso um entre críticos e
muitas vezes dominado por notas, uma sequên- design bem feito da garrafa e do rótulo. Não há, consumidores,
cia de altas pontuações de diversos críticos pode por exemplo, quem não reconheça uma garrafa
fazer com que um rótulo se torne um clássico transparente do lendário Champagne Cristal, um clássico está
de uma hora para outra. Mas, obviamente não por exemplo. A identidade visual também conta montado
basta apenas o reconhecimento pela crítica espe- muito em um clássico para que ele seja reconhe-
cializada, é preciso que isso seja assimilado pelo cido como tal.

Edição 160 >> ADEGA 45


compra segura
vai muito além
do cadeadinho
SELEÇÃOADEGA.COM.BR
Aqui todos os vinhos foram bem
avaliados por Robert Parker,
ADEGA, Descorchados ou
Wine Spectator
ORCHAD
SC
RP
94

OS
DE
95pts AD pts

AD 93 AD

93
pts
pts
93
pts

2HFRPPHUFHRāFLDOGDUHYLVWDADEGA
ENOBUSINESS | p o r CHRISTIAN BURGOS

Destaques de 2018
Após apresentar os dados de importação do ano, agora é a vez de
pinçar detalhes importantes do mercado

A
pós os números de fechamento das CHAMPAGNES
importações de 2018 que anteci- Entre as categorias macro,
pamos na edição passada, Felipe vinhos cresceram 2,4% em
Galtaroça, da Ideal Consultoria, valor FOB, espumantes e
Proseccos aumentaram 8,1%
enviou-nos uma abertura porme- e Champagnes caíram 28%.
norizada dos números de onde extraímos al- Mas, mesmo em Champagne,
guns dados muito interessantes que comparti- há gente comemorando:
lhamos com vocês.

TOP 10 ESPUMANTES
Já na categoria espumantes e
Proseccos, que cresceu 8,1%, as
TOP 10 marcas em importação são:

Freixenet Veuve du Vernay


Mumm Valdivieso
Nicolas William Bollinger Jean Krug
Breban Serena
Feuillatte Deutz +180% Pierre +552%
Codorniu Pol Clement
+30,7% +95,3% Fleury
Marques de Tomares Luis Felipe Edwards
+205%

TOP 5 CHILE TOP 5 URUGUAI TOP ARGENTINA


Em vinhos, as TOP No Uruguai, Bodega Na Argentina, com
5 marcas mais Garzon dobrou de Catena Zapata, a
importadas do Chile: tamanho e alcançou o importadora Mistral lidera
topo do ranking, com seguida do Grupo Pão de
Santa Rita duas marcas de vinícolas Açucar e Wine.com.br
Concha y Toro Reservado brasileiras produzindo lá
Santa Carolina em destaque no TOP 5:
Tarapaca
Luis Felipe Edwards Bodega Garzon
La Hacienda
Traversa
Marcus James
Vinícola Aurora

48 ADEGA >> Edição 160


IMPORTADORES
DE PORTUGAL
Em Portugal (exceto
Vinho do Porto) por
tipo de importadores TOP 10 PORTUGAL
em valor FOB foi:
Entre os vinhos tranquilos de Portugal,
segue o TOP 10 de importações:

Supermercados Importadores .COM Negativos Aveleda Sogrape


+ 22,8% + 20,7% 4,1% Fundação Eugênio de Almeida Carmim
Casa Santos Lima Periquita
Herdade do Esporão Alexandre Relvas
Caves Aliança Adegamãe

11%
PORTO
A importação de Vinho
do Porto cresceu 11%
em valor.

USA
Nos Estados Unidos, apesar da queda nas
importações em geral, os supermercados entraram
NOVA ZELÂNDIA no jogo com um crescimento de 1.436%.

1.436%
A importadora Grand
Cru foi a responsável
pelo crescimento das
importações da Nova
Zelândia, com a
marca Saint Clair.

ISRAEL
De Israel, a marca Tabor, chegou
em 2018 com mais de 60% das
importações do país nas mãos do
Grupo Pão de Açúcar.

+60%
ON-LINE
A informação mais interessante do ano parece ser que as importadoras .COM, com inegável
protagonismo nas importações, pela primeira vez, ao invés de contribuir para (e abocanhar) o
crescimento foram os responsáveis pela queda das importações ao diminuírem a suas compras
em 21% em volume e com queda de 12,5 % em valor FOB. Isso gera algumas análises possíveis:

1 - um ajuste de estoque das .COM


2 - ajustes estratégicos e estruturais das .COM
3 - mudança de comportamento do consumo
4 - os importadores chamados convencionais e supermercados
entram no jogo e capturam vendas por internet

Eu assinalaria as opções 1, 2 e 4, mas não existe resposta certa.


Só os números do futuro dirão.

Edição 160 >> ADEGA 49


DROPS |

50 ADEGA >> Edição 160


Na batida
do martelo
Leilões de vinhos superam US$ 479 milhões
em 2018 e batem recorde

O
mercado de leilões de vinho foi bastante Ritchie, diretor mundial da Sotheby’s. Jeff Zacha-
agitado em 2018 e, em alguns momentos, ria, presidente da Zachys, concordou: “Em 2017,
alcançou-se preços recorde como no caso vendemos mais Borgonha [em valor] do que Bor-
do Romanée-Conti de 1945, por exemplo. No ano deaux pela primeira vez, e essa tendência con-
passado, os totais mundiais de leilões de vinhos tinuou em 2018. Além disso, todos os nossos 10
(dos mercados dos Estados Unidos, Reino Unido, melhores vinhos em 2018 foram da Borgonha”.
Genebra, Hong Kong e Xangai, além das vendas
on-line) aumentaram impressionantes 26%, para Recordes
US$ 479,7 milhões, ante US$ 381,7 milhões em Em outubro, a Sotheby’s de Nova York leiloou
2017, e superaram, por pouco, o recorde mundial duas garrafas extremamente raras de Romanée-
anterior de US$ 478 milhões em 2011. -Conti 1945 pelos valores de US$ 558.000 e US$
As vendas nos Estados Unidos subiram qua- 496.000, respectivamente, superando em muito
se 20% acima de 2017, para US$ 222 milhões. o maior valor anterior (US$ 310.700) já pago por
Os mercados combinados de Londres e Genebra uma garrafa – um Château Mouton-Rothschild
aumentaram 12%, para US$ 46,4 milhões. Hong 1945 na própria Sotheby’s em 2007.
Kong e Xangai subiram 40%, para US$ 137,2 No entanto, apesar desse recorde impressio-
milhões. Os totais online aumentaram em 30%, nante, a garrafa mais cara do ano foi um whisky,
para US$ 74,9 milhões. The Macallan 1926, cuja garrafa teria sido pin-
Entre as principais casas de leilões, a Acker Mer- tada pelo artista irlandês Michael Dillon, e foi
rall & Condit liderou o grupo com US$ 105,2 mi- vendida por mais de US$ 1,5 milhão. Foi a quar-
lhões em vendas totais, seguida pela Sotheby’s em ta garrafa do The Macallan 1926 a ir leilão em
US$ 98,1 milhões e a Zachys em US$ 80,7 milhões. 2018, com as outras sendo arrematadas por valo-
Hart Davis Hart realizou US$ 67,9 milhões em ven- res entre US$ 843.299 e US$ 1,2 milhão.
das de leilões ao vivo, um recorde para eles, e outros Uma venda da Zachys, em outubro, chama-
US$ 9,2 milhões em leilões em seu aplicativo mó- da “The Vault III”, superou US$ 20 milhões e
vel. Pelo oitavo ano consecutivo, a empresa vendeu se tornou o maior resultado individual do ano.
100% dos lotes oferecidos. E outra venda da Zachys, em novembro, estabe-
“Acredito que o interesse no mercado da Bor- leceu o vinho americano mais caro já vendido:
gonha trouxe a demanda, já que mais pessoas uma garrafa de seis litros do célebre Heitz Cellar
percebem quão grandes e raros são esses vinhos, Martha’s Vineyard Cabernet Sauvignon 1974, ar-
e os altos preços trouxeram a oferta”, disse Jamie rematada por US$ 96.330.

Edição 160 >> ADEGA 51


LISTA | p o r ARNALDO GRIZZO

Uma das seis


adegas do Palais
Coburg

52 ADEGA >> Edição 160


Tamanho é
documento?
Quer opções? Conheça 10
restaurantes que possuem cartas de
vinho monstruosas

Edição 160 >> ADEGA 53


Q uando você vai a um restaurante
e quer escolher um vinho, gosta
de ver muitas opções na carta?
Ou prefere as mais enxutas para
não ficar muito perdido? Quantos rótulos você
Existem restaurantes ao redor do mundo com ade-
gas enormes e seleções de vinho tão gigantescas
que são quase impraticáveis. Como assim? Para se
ter uma ideia, a carta do aclamado Bern’s Steak
House, na Flórida, tem quase 200 páginas. Ou
acha que uma carta de vinhos deve ter? Você acha seja, um livro. E é preciso de um índice para poder
que encontra algo interessante em uma seleção pensar em consultá-la, pois são mais de 6.500 refe-
com 100 vinhos? Quem sabe com 200? 500 tal- rências. Aliás, em alguns restaurantes, nem adian-
vez? Diante de mil rótulos diferentes, você faria ta solicitar a carta ao sommelier, pois ou ela se-
uma boa escolha? E se fossem mais ainda, acha quer existe fisicamente ou é tão volumosa e pouco
que daria conta de escolher algo por si só ou dis- prática que é melhor pedir uma indicação do que
pensaria a carta e pediria ajuda ao sommelier? tentar encontrar algo específico. Confira então 10
Mas há cartas assim enciclopédicas? Sim, há. restaurantes com listas de vinhos “infindáveis”.

54 ADEGA >> Edição 160


La Tour d’Argent
Essa “instituição” parisiense, um dos restauran-
tes mais celebrados do planeta, conhecido por
seu típico “caneton” (pato) numerado, também
mantém uma das mais impressionantes adegas
do Velho Mundo. Um labirinto subterrâneo abri-
ga mais de 400 mil garrafas de 15 mil rótulos di-
ferentes, o que dá uma carta com 400 páginas.
David Ridgway, sommelier e diretor da
adega do Tour d’Argent, diz que rara-
mente um cliente pede para ver a car-
ta. A fama de sua adega é tamanha que
atualmente eles possuem até rótulos
próprios, que são vendidos online.

Bern’s Steak House


Na década de 1960, quando Bern Laxer come-
çou a colecionar vinho, ele tinha como objetivo
oferecer aos clientes a oportunidade de beber
qualquer tipo de vinho, de qualquer lugar do
mundo, a um preço razoável. Laxer morreu em
2002, mas seu filho, David Laxer, continuou seu
legado. Assim, a coleção de vinhos hoje possui
aproximadamente 6.500 rótulos diferentes com
uma adega de cerca de 500 mil garrafas nessa
churrascaria consagrada em Tampa, na Flórida,
Estados Unidos.

Edição 160 >> ADEGA 55


Palais Coburg
Que tal contar com seis adegas com 60 mil garra-
fas ao todo? Um dos musts de Viena, na Áustria,
o Palais Coburg, um hotel com restaurante de
luxo oferece ao enófilo uma carta com cerca de
5.400 rótulos diferentes. As adegas são divididas
da seguinte forma: adega da França, adega do
Novo Mundo, adega do Velho Mundo, adega de
Champagne, adega de raridades e, por que não,
uma adega só para o Château d’Yquem – que
conta com uma garrafa de cada safra desse magis-
tral Sauternes desde 1893. Em 2007, investiu-se
US$ 21 milhões para duplicar a oferta de vinhos
da casa.

The Pluckemin Inn


São tantas as referências na
carta do restaurante do Pluckemin Inn que o
sommelier da casa decidiu fazer uma seleção
chamada “Pluckemin 200”, com 200 rótulos es-
pecialmente selecionados por ele dentre os cerca
de 6 mil que a casa oferece. São mais de 40 mil
garrafas em estoque nesse restaurante montado
em uma casa de fazenda do século XVIII, no es-
tado de Nova Jersey, Estados Unidos. Esse “im-
pério” do vinho foi construído por Carl LaGrassa
em 2005 e hoje, após sua morte em 2009, é man-
tido por sua esposa, Gloria.

56 ADEGA >> Edição 160


Restaurant Mosaic
Dentro do hotel Orient, em Pretoria, na África
do Sul, está o Mosaic, aberto em 2006 por Cobus
Du Plessis e Mari Dartnall para dar à sua filha,
a chef Chantel Dartnall, um local para exibir
seus atributos culinários. Além da gastronomia
da moça, o restaurante conta com uma “singe-
la” adega de aproximadamente 75 mil garrafas, o
que se traduz em uma carta com mais de 6 mil
referências. Destas, cerca de 3 mil são somente
de vinhos sul-africanos.

Via Allegro Ristorante


O nome é italiano, mas o restauran-
te fica em Ontário, no Canadá. A
carta do Via Allegro tem mais de 5
mil rótulos. No entanto, para ten-
tar facilitar a escolha do cliente, a
equipe de sommeliers criou sele-
ções temáticas menores, incluindo
uma de vinhos abaixo de US$ 50.
A enoteca do local conta com 20
mil garrafas estocadas, mas outras
30 mil ficam guardadas também
refrigeradas.

Edição 160 >> ADEGA 57


Robuchon au Dôme
Até 2018 gerenciado pelo falecido Joël Ro-
buchon, o restaurante Robuchon au Dôme,
dentro do Grand Lisboa Hotel, de Macau,
na China, além da culinária impecável – três
estrelas Michelin por 11 anos consecutivos
–, tem a mais extensa coleção de vinhos da
Ásia, com quase 17 mil rótulos listados. A
magnanimidade da carta de vinhos talvez só
seja superada pelas esculturas representando
os famosos Châteaux de Bordeaux que deco-
ram as adegas do local.

Restaurant Latour
O estado de Nova Jersey parece mesmo
inclinado a oferecer restaurantes com
cartas de vinho fenomenais. Além do
The Pluckemin Inn, o restaurante La-
tour, dentro do resort Crystal Springs,
possui uma lista de vinhos com mais
de 6 mil rótulos e conta com uma ade-
ga de cerca de 60 mil garrafas. O nome
do restaurante, obviamente, é uma
homenagem ao Château preferido do
fundador do resort Gene Mulvihill.

58 ADEGA >> Edição 160


D-Wine
Quando se une restaurante com loja de
vinhos, geralmente as ofertas são muito
maiores, certo? Mas um restaurante-loja
espanhol, o D-Wine, de Málaga, certa-
mente tem ido além do esperado. Em
sua carta, ele aponta impressionantes
5.500 rótulos, com uma adega de 220
mil garrafas. O melhor, você pode tomar
o vinho no restaurante ou levar para a
casa pelo mesmo preço que aparece na
gôndola.

Blackberry Farm
Em 1976, o charme da Blackberry
Farm, no Tennessee, Estados Unidos,
cativou Kreis e Sandy Beall que mon-
taram sua casa, mas também abriram a
bela propriedade para o público como
uma pousada campestre de seis cômo-
dos. Hoje, a proprietária Mary Celeste
Beall continua a tradição da família
de hospitalidade. A coleção de vinhos,
com impressionantes 9.000 rótulos, co-
meçou do nada. O hotel e o restaurante
de luxo precisavam de uma permissão
especial para servir bebidas alcoólicas e
o foco inicial da lista foram os peque-
nos produtores, mas logo a adega (que
na verdade são seis) alcançou 160.000
garrafas.

Edição 160 >> ADEGA 59


DROPS |

60 ADEGA >> Edição 160


Perda
importante Um dos mais respeitados sommeliers do mundo,
Gerard Basset, faleceu

N
o dia 16 de janeiro, o mundo do com sua esposa, Nina, em New Forest, no
vinho ficou abalado com a notícia sul da Inglaterra.
da morte de Gerard Basset, um dos “Enquanto estamos devastados por ter
mais prestigiados sommeliers do planeta. Ele que nos despedir de Gerard pela última
faleceu aos 61 anos devido a um câncer no vez, extraímos força das amáveis mensagens
esôfago que foi diagnosticado no ano passado. que já recebemos das muitas pessoas cujas
Ele será lembrado como um dos prin- vidas ele tocou. Ele lutou uma brava bata-
cipais atores do mundo do vinho e como a lha contra o câncer e estamos consolados
primeira e única pessoa do mundo até então que ele tenha morrido em casa cercado por
ter os títulos de Master of Wine e Master sua família e que agora ele está em paz.
Sommelier, isso sem contar um MBA em Tanto Romané [nosso filho] quanto eu esta-
negócios de vinhos e um mestrado. Basset mos profundamente agradecidos pelo apoio
também ganhou o título de melhor som- que recebemos de nossos amigos em todo
melier do mundo em 2010 e recebeu uma o mundo, incluindo muitos dos setores de
Ordem do Império Britânico em 2011. vinho e hospitalidade, e de saber que Ge-
Basset ajudou muitos jovens sommeliers rard foi tão amado por todos aqueles que o
durante sua carreira, e vários deles passa- conheceram”, disse Nina Basset.
ram a ser classificados entre os melhores do Basset nasceu e foi criado na França. Ele
mundo. “As palavras não podem expressar originalmente tentou ser chef. No entanto,
o quanto estamos tristes ao saber do faleci- depois de se mudar para o Reino Unido na
mento de nosso ex-presidente e amigo, Ge- década de 1980, começou a trabalhar como
rard Basset. Ele tem sido um mentor e ins- sommelier. Diz-se que ele só foi para o Rei-
piração para muitos, um exemplo brilhante no Unido para um jogo de futebol em Li-
de cortesia, humildade e profissionalismo verpool, mas acabou ficando e construindo
que todos nós devemos aspirar”, disse um sua carreira no comércio de hospitalidade
comunicado da Master Sommelieres. do país.
Basset fez parte do corpo de avaliadores Um crowdfunding foi criado para publi-
de vinhos de diversos concursos interna- car seu livro de memórias “Tasting Victory
cionais. Ele também é um dos fundadores – The Life & Wines of the World’s Favouri-
do Hotel du Vin e abriu o hotel TerraVina te Sommelier”.

Edição 160 >> ADEGA 61


ESCOLA DO VINHO | p o r ARNALDO GRIZZO

62 ADEGA >> Edição 160


Na calada
da noite
Luz do luar? Romance? Que nada,
colheitas noturnas visam eficiência
e um melhor vinho

Dan Holmes
John McPherson
L
uzes se movendo em meio aos vi- a manter algumas características, especialmente
nhedos em plena madrugada. Esse aromáticas, das uvas – principalmente de varie-
tipo de cena ainda é raro no Brasil, dades brancas, mais suscetíveis ao calor. “Manter
mas é algo comum em lugares como as uvas frias protege os delicados sabores, peles e
a Califórnia, nos Estados Unidos, por polpa. O calor pode ‘cozinhar’ a fruta e torná-la
exemplo, assim como outras regiões vitivinícolas flácida, destruindo parte importante da acidez e
do planeta, especialmente as mais quentes. Mas, amolecendo a polpa, fazendo com que a fruta fi-
por que colher uvas durante a noite? que ‘gorda’. Ao vindimar quando a fruta está mais
A razão, obviamente, está na temperatura. fria, as uvas permanecem limpas e frescas. Você
“Durante a noite, a temperatura é naturalmente pode sentir a diferença no suco antes mesmo
mais baixa. Por exemplo, na madrugada do pri- de transformá-lo em vinho – é crocante e rico e
meiro dia de colheita da Sauvignon Blanc, a uva dança na língua”, afirmou Rob Davis, da Jordan
chegou à adega com 18°C. Durante o dia, fez-se Winery, que colhe suas uvas Chardonnay à noite
31°C. A Sauvignon Blanc é uma uva aromática, desde o ano 2000 na Califórnia.
cujo vinho vive de aromas terpénicos de origem As temperaturas frias mantêm a acidez mais
tiólica, e estes são facilmente oxidáveis, perdidos. alta, minimizam a extração fenólica das peles
Temperaturas altas aceleram estes fenômenos e mantêm a fermentação sob controle. O calor
oxidativos”, aponta o enólogo da Miolo, Miguel pode alterar a composição do açúcar das uvas e
Ângelo Almeida, ao falar sobre o início da colhei- também promover uma fermentação indesejável
ta para o Miolo Reserva Sauvignon Blanc 2019. da levedura selvagem. Níveis mais altos de açúcar
Ou seja, colher em temperaturas baixas ajuda também elevam os teores alcoólicos do vinho.

64 ADEGA >> Edição 160


Colher em
temperaturas
mais baixas ajuda
a manter algumas
características,
especialmente
aromáticas, das uvas

Homem x máquina
Há quem possa pensar que a ideia da colheita
noturna tenha surgido recentemente, graças aos
efeitos do aquecimento global, que fez com que
os produtores buscassem formas de evitar o calor
intenso. No entanto, acredita-se que as primei-
ras colheitas noturnas tenham sido promovidas
nos Estados Unidos no começo dos anos 1970,
quando se passou a usar as primeiras colheitadei-
ras mecânicas na Califórnia e também no estado
de Nova York. Atualmente mais de dois terços da
produção californiana é colhida durante a noite.
A questão tecnológica parece que foi – e, de
certa forma ainda é – determinante para as co-
lheitas noturnas, pois, com máquinas, agiliza-se
enormemente a vindima e diminui-se a quanti-
dade de trabalhadores necessários, o que reduz
os custos de mão-de-obra direta – mesmo com

Jason Tinacci
os aumentos dos encargos trabalhistas envolvidos
devido ao trabalho noturno.
A opção pela máquina à noite também se
mostra ligada ao “intervalo” de trabalho. Há uma As primeiras colheitas
“janela de oportunidade” que vai apenas até o se optarmos por colheita mecanizada, menos noturnas teriam sido
promovidas nos Estados
nascer do sol e, se é preciso velocidade e con- trabalhadores envolvidos, menos burocracias la- Unidos no começo dos
sistência, não há como fazer isso colhendo ma- borais...”, revela Almeida, que admite também: anos 1970, quando
se passou a usar as
nualmente. “Uma máquina colhe 12 toneladas “A vindima manual à noite precisa de muita mão primeiras colheitadeiras
e meia. Um homem colhe 500 quilos em oito de obra. E, para cumprir a lei trabalhista, os en- mecânicas
horas de trabalho”, diz Almeida, que costuma co- cargos trabalhistas são maiores, além de, no dia
meçar a colher entre 2 e 4 horas da madrugada. seguinte, ter de dar folga aos trabalhadores e ficar
“As vantagens [da colheita noturna] são inú- sem vindimar”.
meras: menos oxidação, mais característica va-
rietal nos vinhos, mais aroma e melhor sabor, Custos
menos consumo de energia elétrica para abai- Almeida toca em outra questão de redução de
xamento da temperatura das massas vínicas e, custos também importante, que é o de energia

Edição 160 >> ADEGA 65


terar a composição do açúcar das uvas, sendo
assim, é preciso diminuir a temperatura após a
colheita, passando os grãos por um banho frio,
ou fazendo trocas de calor, ou com jaquetas tér-
micas em tanques de aço inoxidável, e isso tudo
consome muita energia.
Outro ponto de “eficiência” da colheita no-
turna é a possibilidade de intercalar recebimen-
tos de colheitas de variedades diferentes quando
há pouco espaço na vinícola. Ou seja, à noite
pode-se colher as uvas brancas e usar o maqui-
nário para elas, e, durante o dia, o maquinário já
está liberado para receber as tintas, por exemplo.
Nos Estados Unidos, onde a prática é bastante
difundida, parece haver um maior consenso tam-
bém entre os colhedores sobre as vantagens de
trabalhar durante a noite. “As noites frias criam
melhores condições de trabalho – a temperatura
não é apenas mais tolerável, mas abelhas e casca-
véis ficam longe à noite. E os processos são con-
cluídos de forma mais eficiente quando evitamos
o calor do dia”, apontou Lino Bozzano, gerente
de operações da Laetitia Vineyard & Winery.
“No começo, foi um pouco difícil recrutar
equipes noturnas. Trabalhar à noite era uma
John McPherson

ideia nova, e foi preciso convencer os trabalha-


dores a mudar seus hábitos. Nossas uvas Char-
donnay são colhidas estritamente à mão, tornan-
do o trabalho extremamente duro e meticuloso.
A colheita noturna Embora o Russian River Valley possa ser bem
tende a diminuir os
custos de energia,
elétrica. Com uvas chegando com temperatu- frio durante a noite, os dias também podem ser
assim como ajuda ras mais amenas na vinícola, ou não é preciso muito quentes, e a equipe rapidamente percebeu
na logística dos
recebimentos da
resfriá-las durante os processos seguintes, ou, se os benefícios de não trabalhar nos dias quentes
safra, mas custos necessário, o resfriamento é menor. “Preferimos e ensolarados. Os catadores puderam trabalhar
trabalhistas podem uvas que foram colhidas à noite quando chegam mais rápido e também receberam salários mais
ser elevados
à vinícola. Quando colhidas com temperatura altos por trabalhar à noite”, afirma Rob Davis, da
de cerca de 10ºC, as uvas são mais firmes, faci- Jordan Winery.
litando o trabalho, particularmente o desengace.
Além disso, temperaturas mais baixas permitem Só no calor?
que as uvas Pinot Noir cheguem perto da mesma Diante de tudo isso, a opção pela colheita notur-
temperatura necessária para iniciar a imersão a na em locais quentes parece óbvia. Na Austrália,
frio, o primeiro passo na produção desses vinhos. por exemplo, há até mesmo uma vinícola batiza-
Se trouxéssemos uvas colhidas durante o calor do da como o nome de “Night Harvest” (Colheita
dia, muito mais energia precisaria ser gasta para noturna), na região de Margaret River. Mas a vin-
levá-las à temperatura ideal para serem resfria- dima durante a noite é usada em regiões como
das”, diz Eric Hickey, enólogo da Laetitia Vine- Provence e Borgonha, na França, especialmente
yard & Winery, nos Estados Unidos. para seus rosés e brancos, respectivamente. Hoje
As temperaturas a partir de 30ºC podem al- é comum os produtores que apontam o fato de

66 ADEGA >> Edição 160


Bob McClenahan
usarem colheita noturna em seus rótulos. Alguns,
por sinal, vão além e usam a romântica ideia da VINHOS COLHEITA NOTURNA
colheita sob o luar.
AD 88 pontos
“A opção por colhermos à noite não foi mar- MIOLO RESERVA COLHEITA NOTURNA
queteira, foi uma decisão técnica da agronomia SAUVIGNON BLANC 2017
com a enologia da Miolo. Alguns podem pensar Miolo Wine Group, Campanha Gaúcha, Brasil (Não
que Sauvignon Blanc não é para regiões quen- disponível). Amarelo muito claro e translúcido com
tes, e esta nossa decisão por colheita noturna tons esverdeados, este branco revela notas cítricas
que merecem atenção especial, mas também
reside em querermos alterar precisamente este
tem espaço para lichia, pêssego branco e grama
pensamento. Sim, é possível conseguir Sauvig- cortada no nariz e na boca. No paladar, a acidez e
non Blanc típicos em regiões quentes. Portanto, o álcool estão equilibrados. É bem feito, agradável e
a opção por ela não está relacionada com regiões, com final saboroso. Álcool 11,5%. JTR
mas, sim, com uvas, características varietais a se-
AD 89 pontos
rem preservadas”, resume Miguel Almeida, lem-
MIOLO RESERVA COLHEITA NOTURNA
brando que a Miolo começou as colheitas notur- SAUVIGNON BLANC 2018
nas em 2016. Miolo Wine Group, Campanha Gaúcha, Brasil
Ou seja, muito mais que um marketing ligado (R$ 56). Branco elaborado exclusivamente a
ao romantismo, a colheita noturna é uma forma partir de Sauvignon Blanc, sem passagem por
de otimizar a produção. Se as forças da noite e madeira. Uma das melhores, senão a melhor
versão desse branco. Cheio de tipicidade,
do luar influenciam no sabor? Sim, influenciam, mostra ótimo volume de boca e persistência, tem
mas, como explicado, concentra-se na questão gostosa textura e final agradável, com toques
do frescor. Se há algo além disso? Aí depende da salinos e de ervas frescas. Álcool 12,5%. EM
imaginação de cada um.

Edição 160 >> ADEGA 67


ESCOLA DO VINHO | p o r ARNALDO GRIZZO

68 ADEGA >> Edição 160


De baixo
para cima e
vice-versa
O que é e como funciona
o sistema de solera

Edição 160 >> ADEGA 69


H
Vinho do Porto,
Madeira e Jerez são
alguns estilos que á vinhos famosos por manterem única safra. Mas como funciona esse “envelheci-
costumam utilizar o
sistema de solera e
uma constância e harmonia de sa- mento dinâmico” do sistema de solera?
criaderas bores de uma safra para a outra. As Como dissemos no início, a ideia aqui é que
mais tradicionais casas de Cham- vinhos de diferentes níveis de envelhecimento se
pagne, por exemplo, vangloriam- misturem de forma sistemática para que algumas
-se de ter um estilo que perdura há séculos. O características de aroma e sabor se perpetuem,
mesmo vale para alguns produtores de Vinho independentemente da safra. Sendo assim, pri-
do Porto, Madeira e Jerez. Eles possuem rótulos meiramente um produtor inicia o envelhecimen-
“imutáveis” há séculos. Mas como conseguem? to de um vinho de determinada safra em barri-
No caso dos espanhóis (e também dos por- cas. No ano seguinte, ele coloca novos vinhos (na
tugueses), a resposta está no sistema de solera verdade, não são novos, como explicamos logo
e criaderas. Diz-se que esse famoso método de mais) em novas barricas. Estas últimas são colo-
“envelhecimento dinâmico”, que dá origem a al- cadas sobre as do ano anterior, que ficam no chão
guns dos mais celebrados Jerez, teria surgido no – suelo, em espanhol, daí o nome, solera. No ano
século XVIII, em Sanlúcar de Barrameda, uma seguinte, os novos vinhos vão para novas barricas,
cidade litorânea da região de Andaluzia, na Espa- que são posicionadas acima das do ano anterior.
nha. Antes, os vinhos Jerez eram vendidos apenas E assim por diante, criando uma escala que pode
como Vintage, ou seja, com uvas de apenas uma ter vários andares.

70 ADEGA >> Edição 160


Ideia do sistema
é que vinhos de
diferentes níveis
de envelhecimento
se misturem de
Então, se as barricas que estão no chão rece- forma sistemática
bem o nome de soleras, as que estão acima ga- para que algumas
características de
nham o nome de criaderas. É das soleras que sai aroma e sabor se
o vinho que vai ser engarrafado. Assim, periodi- perpetuem

camente, uma parte do vinho contido em cada


Completadas com vinho do
uma das barricas soleras é extraída em uma ope- sistema de sobretablas
ração chamada “saca”. A parte retirada é pron-
tamente completada (numa operação chamada
“rocío” ou “orvalho”) com o vinho proveniente 8 criadera
dera “Rocío” ou
das barricas criaderas que estão logo acima, ou “orvalho” para
seja, da primeira criadera. Esta fileira de barricas, completar as
7 criadera
deera
d barricas abaixo
por sua vez, é reabastecida com vinho da segun-
da criadera (barricas acima) e assim por diante
até chegar à criadera mais jovem. Esta, por fim, 6 criadera
dera
é completada geralmente com vinho do sistema
de sobretablas – que já passaram por um tipo de
5 criadera
dera
envelhecimento oxidativo, ou seja, como avisa-
mos antes, não são vinhos da safra corrente. Há
exceções? Sim, mas são poucas. Raramente se 4 criadera
dera
começa uma solera do zero.
3 criadera
deera
d
Mistura sobre mistura
Com esse processo, nenhuma barrica fica com-
pletamente vazia, pois parte do vinho permanece 2 criadera
dera
sempre. E esse líquido remanescente, mesmo di-
minuto, vai se perpetuando e deixando sua mar-
1 criadera
deera
ca nos vinhos que são paulatinamente acrescen-
tados. Assim, teoricamente, pode-se encontrar Saca
(retirada
vestígios do primeiro vinho da solera depois de Soleraa
de parte da
vários anos. solera)

Edição 160 >> ADEGA 71


O sistema de
solera favorece o
envelhecimento
biológico sob o véu
de flor

A cata (engarrafamento do vinho velho) e o orva- flor, uma solera de Manzanilla pode facilmente ter
lho (reabastecimento dos barris) costumam ocorrer seis ou mais “sacas” por ano. Em geral, não mais do
várias vezes por ano e dependem do estilo do vinho que um terço de uma barrica será transferida, mas
– lembrando que há Jerez Fino, Manzanilla, Amon- normalmente entre 10 e 20% da capacidade (de 500
tillado, Oloroso etc. – assim como das opções do a 600 litros) das soleras serão retiradas e renovadas.
produtor. Para se ter ideia, uma solera de Jerez Fino Um pouco menos nos Manzanilla.
será renovada de duas a quatro vezes por ano. Em O tempo médio de envelhecimento no siste-
Sanlúcar de Barrameda, devido à maior atividade da ma – que é atribuído a um rótulo – é determinado
pelo quociente que resulta da divisão do volume
total do vinho contido no sistema pelo volume
que representa a “saca” anual da solera. De acor-
ORGANIZAÇÃO DA SOLERA
Embora uma solera seja geralmente em cima uns dos outros e é melhor do com as regras do Conselho Regulador, este
representada como camadas de colocar barris de Fino e Manzanilla número deve ser superior a três, ou seja, é preciso
barris empilhadas umas sobre as perto do chão, onde é mais frio, e que tenha ao menos três anos de envelhecimento
outras (conforme gráfico da página tipos oxidativos de Jerez mais acima.
anterior), isso raramente é o que O número de camadas entre a solera
para atingir o mercado.
acontece. Normalmente os barris são e a última criadera varia muito e
empilhados em blocos em vez de depende do estilo do vinho e das Homogeneização
fileiras. Aqui tratamos de centenas de preferências do produtor. Em geral, O trasfego do vinho após cada cata, o que costu-
barris, ou seja, muitas vezes, uma sala soleras de Manzanilla e Fino terão
inteira é composta por apenas uma mais criaderas do que as de Oloroso meiramente se chama de orvalho, talvez seja o pro-
criadera. Algumas das maiores soleras e outros Jerez envelhecidos de forma cesso mais delicado do sistema. É preciso cuidado
costumam estar distribuídas em oxidativa. E, em geral, vinhos mais para não alterar o véu de flor que cobre a superfície
diferentes edifícios. Além do tamanho, velhos terão menos criaderas. Uma
existem duas razões técnicas para solera de Fino típica costuma variar do vinho, que passa por envelhecimento biológico,
esse tipo de disposição: a estabilidade entre três e sete criaderas. Uma de e tampouco mexer nos depósitos de borras que se
pode ser um problema quando mais Manzanilla pode facilmente ter oito acumulam no fundo das barricas ao longo dos anos
de três ou quatro barris são colocados ou nove, ou até vinte.
– que são chamados de “cabezuelas”.
Vale lembrar que o sistema de solera favorece

72 ADEGA >> Edição 160


VINHOS AVALIADOS

AD 93 pontos
FERNANDO DE CASTILLA
JEREZ ANTIQUE AMONTILLADO
Fernando de Castilla, Jerez, Espanha
(Porto a Porto R$ 270). Branco
fortificado seco de reservas antigas
elaboradas exclusivamente a partir
de uvas Palomino, apresenta linda
cor âmbar de reflexos alaranjados,
bem como aromas de frutos secos,
mesclados por notas salinas e minerais,
além de complexos toques oxidativos,
florais, de baunilha e de especiarias
picantes. Complexo e cheio de
frescor, impressiona pela harmonia
e equilíbrio do conjunto, mostrando boa
estrutura, ótima textura e vibrante acidez.
Longo e profundo, com notas de avelãs e
nozes, num estilo mais elegante, que alia
potência e finesse. Álcool 19%. EM

AD 93 pontos
COSSART GORDON MALMSEY
Uma das mais SINGLE HARVEST 1998
antigas soleras ainda Cossart Gordon, Ilha da Madeira, Portugal
o envelhecimento biológico sob o véu de flor. A em uso está na (Decanter - não disponível). Branco
manutenção dessa cultura de leveduras deve-se a vinícola Valdespino, fortificado doce produzido exclusivamente
desde 1842
micronutrientes essenciais, o que é conseguido pela a partir de uvas Malvasia unicamente do
adição de pequenas frações de vinhos de safras mais ano 1998. Exemplo perfeito de equilíbrio
jovens, ou seja, a constante renovação do conteú- entre acidez e doçura, já que possui 110
g/l de açúcar residual e não se percebe
do dos compostos necessários para a formação do
toda essa quantidade ao prová-lo.
véu. Esse trasfego contínuo também ajuda a dissol- Estruturado e untuoso, possui ótimo
ver quantidades de oxigênio, que estimulam a re- volume de boca, gostosa textura e final
generação e o crescimento do véu. Esse oxigênio é longo, profundo e delicioso, com toques salinos e de
rapidamente consumido pela levedura, deixando o frutos secos. Álcool 19%. EM
vinho protegido sob uma atmosfera inerte. No caso
AD 89 pontos
dos vinhos não submetidos a envelhecimento bio- HEREDAD DE HIDALGO JEREZ FINO
lógico, essas operações de transferência ajudam a Hidalgo, Jerez, Espanha (Mistral US$
acelerar os processos oxidativos de maturação. 36). Branco fortificado seco elaborado
Originalmente, esse processo de trasfego era exclusivamente a partir de uvas
manual, mas hoje, tende a ser mecanizado. E, Palomino Fino, com amadurecimento
no sistema de solera. Apresenta
além disso, o vinho de uma criadera costuma ser aromas agradáveis de frutas brancas
misturado em um tanque antes de ser inserido na e de caroço acompanhadas de notas
criadera abaixo ou na solera. Tudo para melhorar florais, minerais e de frutos secos,
o máximo possível a homogeneidade. Algumas além de toques tostados e especiados.
das mais antigas soleras ainda em uso são das viní- Seco e potente, mostra um estilo mais
estruturado e de mais volume de boca,
colas Osborne (Capuchino estabelecido em 1790
tudo envolto por acidez refrescante,
e Sibarita em 1792), El Maestro Sierra (1830), gostosa textura e final untuoso e
Valdespino (1842) e Gonzalez Byass (1847). As- persistente, com toques salinos. Álcool
sim como a ideia da unicidade de cada terroir, diz- 15%. EM
-se que cada solera têm sua personalidade.

Edição 160 >> ADEGA 73


CURIOSIDADES | p o r ARNALDO GRIZZO

74 ADEGA >> Edição 160


Barrica
histórica
Vinho de quase 550 anos ainda
repousa nas caves histórias do
hospital de Estrasburgo

O
“Banca Monte dei Paschi di Sie-
na” é considerado o primeiro ban-
co do mundo, tendo iniciado suas
atividades em 1472 como monte-
pio – instituição ligada à religião
na qual os pobres podiam obter empréstimos e pe-
nhorar seus pertences por taxas mais baixas do que
as oferecidas pelos usurários da época (lembrando
que a usura – a famosa agiotagem – era um dos
pecados mais em voga na Idade Média). E é in-
teressante pensar que uma instituição financeira
perdure tanto, tendo passado e “sobrevivido” nesse
tempo todo pelas mais diversas fases da economia
mundial – do feudalismo à Revolução Industrial,
das navegações às moedas virtuais – e, obviamen-
te, por todas as crises que ocorreram.
Mas, aos 547 anos, o Monte dei Paschi di Siena
segue firme com suas atividades. Que outra “ins-
tituição” poderia durar tanto tempo, sobreviver a
tantas crises, altos e baixos etc.? Será que um vi-
nho poderia? Pouco provável, não? No entanto,
parece que sim, que um fermentado de uva pode
suplantar os cinco séculos de existência e ainda ser
bebível. Uma barrica contendo um vinho de 1472
ainda “sobrevive” no coração da Alsácia. A adega
do Hospices de Strasbourg contém o que é consi-
derado o vinho “passível de ser consumido” mais
antigo do mundo.
A adega do hospital foi construída em 1395,
quando a instituição teve que ser transferida para
fora da cidade de Estrasburgo, na França. Na época,
os monges ofereciam abrigo aos pobres, peregrinos nal da “Direction Générale de la Concurrence,
e doentes e os pacientes costumavam “pagar” pelos de la Consommation et de la Répression des Frau-
serviços com doações de terras, muitas delas, com des” de Estrasburgo realizaram um exame e seu
vinhedos, ou então de colheitas de todos os tipos, veredicto foi: “o vinho tem uma cor muito bonita,
de cereais a uvas. Foi assim que o Hospices passou brilhante, muito âmbar, um nariz poderoso, muito
a ser dono de diversas terras, precisou criar meios fino, muito complexo, com aromas reminiscentes
para estocar os mantimentos e, obviamente, vinifi- de baunilha, mel, cera, cânfora, especiarias finas,
car as uvas que recebia. Vale lembrar que, durante avelã e licor de frutas...”
Vinho só foi provado em a Idade Média, o vinho muitas vezes era ministrado Mais recentemente, porém, a bebida precisou
três ocasiões e o general como parte do tratamento dos doentes. Aliás, diz-se passar por um processo delicado, pois sua barrica
Leclerc, libertador de
Estrasburgo, foi o último que os pacientes do hospital de Estrasburgo rece- estava vazando e necessitou de reparos. “O velho
a degustá-lo, em 1944 biam cerca de 2 litros por dia. Isso sem falar do uso barril estava muito velho e vazou”, disse Thibaut
do vinho nos trabalhos religiosos, é claro. Baldinger, chefe da adega do Hospices de Stras-
bourg. Depois de descobrir que alguns litros eva-
É vinho! poraram, o hospital colocou a bebida em um tan-
A adega do hospital conta, na verdade, com três que de aço inoxidável em abril de 2014, enquanto
barricas verdadeiramente muito antigas dentre se aguardava a fabricação do novo barril. Xavier
as cerca de 50 peças abrigadas em uma área de Gouraud e Jean-Marie Blanchard, dois dos mais
1.200 metros quadrados. Desses barris, três estão respeitados toneleiros da França, construíram
datados como sendo de 1472, 1519 e 1525. E, uma barrica idêntica à anterior, em forma de ovo.
dentro do de 1472, com capacidade para 300 Assim, em 2016 foi feita uma rápida transferên-
litros, repousa um vinho branco seco, que, foi cia do líquido para outra barrica e quem ajudou
atestado como apto para ser bebido da última vez no procedimento atesta que o vinho ainda vive.
que foi analisado organolepticamente, em 1994. A enóloga Pelagie Hertzog disse: “É um mistério
Na época, enólogos do laboratório inter-regio- enológico. O vinho tem muita estrutura e perma-

76 ADEGA >> Edição 160


nece muito ácido apesar dos séculos”. Esta, con-
tudo, não foi a primeira vez que o vinho precisou
mudar de recipiente. Tem-se notícia de que esse
tipo de procedimento foi feito pelo menos outras
duas vezes. A última havia sido em 1718.

Um sobrevivente
Quem acha que o vinho possa ter sofrido durante
esse processo (com tantas tecnologias disponí-
veis, ele sequer teve contato com o ar), nem ima-
gina pelo que ele precisou passar para chegar até
os nossos dias. Assim como o “Banca Monte dei
Paschi di Siena”, o vinho de Estrasburgo superou
diversas crises.
Uma das mais graves foi o incêndio de 1716
que assolou todo o Hospices. A adega subterrânea
com seu teto de tijolos abobadados, porém, mila-
grosamente permaneceu intacta. Anos mais tarde,
eclodiu a Revolução Francesa. As terras da igreja
foram expropriadas e o Hospices perdeu grande
parte de seus vinhedos. Os vinhos da adega, mais
uma vez, sobreviveram.
Com menos terras para cultivar e com foco na
parte médica – que foi paulatinamente deixando
de receitar vinho como remédio –, o hospital tam-
bém foi deixando de lado a adega. Nesse tempo,
vieram ainda sucessivas guerras, especialmente as
I e II Guerras Mundiais. E, ainda assim, aquela
barrica de 1472 sobreviveu intacta.
Até que, em 1994, já totalmente sem vinhe-
dos, a adega foi abandonada. Os barris de madei-
Barrica contendo o vinho
ra degradaram-se rapidamente, com os menores “bebível” mais antigo do
começando a apodrecer, e os maiores secando. mundo precisou passar
por reparos recentemente
Devido à falta de resultados e sem perspectiva de Zurique, na Suíça. Na época, o vinho já tinha
desenvolvimento, a adega estava condenada. As- impressionantes 104 anos. A prova seguinte ocor-
sim como o vinho. Porém, uma nova política de reu em 1718, dois anos depois de o incêndio ter
gestão do Hospices procurou restaurar o legado destruído o hospital, para celebrar a reconstrução
vínico do local, transformando-o em um museu, do Hospices (agora já se passavam 246 anos da
abrindo espaço para visitações e venda de vinhos safra). E, por fim, em 1944, quando a cidade de
novamente produzidos lá. Agora, a adega é uma Estrasburgo foi libertada na II Guerra pelo gene-
fonte de renda para o hospital. ral Philippe Leclerc de Hauteclocque, que teve a
honra de degustar um vinho de 472 anos de ida-
Três vezes apenas de. O general, todavia, morreu apenas três anos
Há alguma perspectiva de esse vinho histórico ser após e não poderá dizer se o vinho evoluiu desde
provado? Na verdade, não. Durante seus quase a última vez que o provou. E assim segue a lenda
550 anos de vida, em apenas três ocasiões ele foi da adega do Hospices de Strasbourg, até que um
degustado. A primeira foi em 1576, para celebrar novo fato histórico seja razão para que alguém
um acordo de assistência mútua com a cidade de deguste o vinho mais antigo do mundo.

Edição 160 >> ADEGA 77


LISTA | p o r EDUARDO MILAN
Sim,
MOSCATEL
Listamos 10 exemplares de Moscatel
espumante para você perder o
preconceito

A
frase “para cada ocasião, existe a ves- dentemente do estilo, já é reconhecido como o
timenta adequada” pode ser aplica- vinho de qualidade mais consistente que produ-
da em gênero, número e grau para zimos. Mas, quando falamos particularmente do
o mundo dos vinhos. Pergunte a Moscatel, o panorama é ainda mais animador.
um sommelier experiente ou a um ADEGA degusta algumas centenas de espuman-
enófilo de carteirinha (não a um enochato), que tes nacionais anualmente, tanto para a revista,
ambos irão discorrer sobre a variedade de estilos quanto para o Guia ADEGA de Vinhos do Brasil,
– é verdade, uns mais versáteis que outros –, que e podemos categoricamente afirmar, sem ufanis-
praticamente podem acompanhar as mais diversas mo, que o estilo Moscatel Espumante está sem-
ocasiões, sejam elas gastronômicas ou não. pre entre os mais consistentes e de melhor rela-
Do mesmo modo que não costumamos ir a ção entre preço e qualidade ano após ano.
um casamento em trajes de banho, é questioná- É verdade que os melhores costumam vir da
vel ou no mínimo estranho acompanhar uma Serra Gaúcha, mais precisamente da zona de Far-
torta de frutas frescas, com um tinto seco e en- roupilha – que desde 2016 tem uma I.P. específi-
corpado. Para essa sobremesa específica, o ideal ca para esse estilo de vinho –, mas também temos
seria um vinho leve e refrescante, com baixo teor bons exemplares sendo produzidos na Serra Cata-
alcoólico, boa acidez, dulçor suficiente para ri- rinense e também no Vale do Rio São Francisco.
valizar com o açúcar da torta e, de preferência, Um bom Moscatel não pode ser enjoativo e deve
contendo borbulhas para limpar adequadamente ser leve, vibrante e refrescante, tendo geralmente
o palato para uma próxima garfada. Sendo assim, fruta branca, de caroço e/ou cítrica, além de no-
um Moscatel espumante, branco ou rosado, po- tas florais e de ervas. Mas deve, principalmente,
deria ser a companhia perfeita. ter acidez pulsante, para equilibrar seu dulçor.
Apesar do preconceito, velado ou não, o Mos- Para guiá-lo em suas próximas escolhas e ajudá-
catel merece ser mais lembrado e valorizado. Seja -lo a deixar o preconceito de lado, elencamos 10
para acompanhar sobremesas, seja para um chá da consistentes Moscatéis produzidos no Brasil, lem-
tarde ou brunch num dia quente – quando café ou brando que outras dezenas de opções podem ser
chá fariam qualquer um sentir ainda mais calor. encontradas no Guia Adega de Vinhos do Brasil
Hoje em dia, o espumante nacional, indepen- 2018/2019.

Edição 160 >> ADEGA 79


O estilo Moscatel
Espumante está
sempre entre os
mais consistentes
do Brasil, ano após
ano

AD 89 pontos
AURORA MOSCATEL ESPUMANTE AD 90 pontos
Aurora, Bento Gonçalves, Brasil (R$ 30). GÁVIA MOSCATEL ESPUMANTE
Espumante branco doce elaborado pelo BellaQuinta, Farroupilha, Brasil (R$ 55). Espumante
método Asti a partir de Moscato Giallo e branco doce elaborado pelo método Asti a partir de
Moscato Bianco. Fresco e vibrante, mostra Moscatel. Sempre consistente, nessa versão mostra
frutas brancas e cítricas equilibradas por mais tensão e perfil de frutas brancas e cítricas
gostosa acidez e boa textura. Cativante e fácil mais frescas, tudo equilibrado por vibrante acidez,
de gostar, tem final com toques salinos e de gostosa textura e final agradável, com toques florais
limão, que aumentam ainda mais a sensação e de ervas. Uma delícia. Álcool 7,5%. EM
de frescor. Álcool 7,5%. EM
AD 89 pontos
AD 88 pontos GEORGES AUBERT MOSCATEL ESPUMANTE
GARIBALDI MOSCATEL ROSÉ ESPUMANTE CRS Brands, Farroupilha, Brasil (R$ 34). Novamente
Cooperativa Vinícola Garibaldi, Garibaldi, o Brasil prova que sabe fazer ótimos Moscatéis, não
Brasil (R$ 30). Espumante branco doce deixa nada a dever aos Astis italianos. Este Moscatel
elaborado pelo método Asti composto abre seu nariz com uma marcante nota de jasmim,
de Moscato de Hamburgo e Moscato que depois é seguido por mel e frutas brancas. Em
de Alexandria. Nessa versão, mostra o boca, sua entrada é bastante untuosa e redonda,
costumeiro estilo de frutas vermelhas e depois se destaca o ótimo equilíbrio entre sua
brancas mais maduras, mas dessa vez tem doçura, excelente acidez e suas borbulhas bastante
vibrante acidez que traz vivacidade ao vinho. finas, que ajudam a limpar o paladar. Em seu final,
Tem final agradável, com toques cítricos. as notas cítricas e sua acidez ajudam a manter a sua
Álcool 7,5%. EM “drinkability” alta. Álcool 7,5%. MSL

80 ADEGA >> Edição 160


AD 90 pontos
MARCO LUIGI RESERVA MOSCATEL ESPUMANTE
Marco Luigi, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 48).
Espumante branco doce elaborado pelo método
Asti a partir de Moscato Branco. De boa tipicidade e
sempre com consistência, apresenta frutas brancas
de perfil mais maduro, mas bem sustentadas
por gostosa acidez e textura cremosa. Tem final
persistente, com toques salinos e cítricos. Álcool
7,5%. EM

AD 91 pontos
MONTE PASCHOAL MOSCATEL ROSÉ ESPUMANTE
Irmãos Basso, Farroupilha, Brasil (R$ 35). Este
Moscatel rosado faz um lindo par com seu irmão
branco, mantendo o ótimo equilíbrio entre doçura e
acidez. Além de esbanjar frutas vermelhas e cítricas
vívidas e intensas, oferece deliciosa textura, que traz
firmeza e sustentação ao conjunto. Álcool 7,5%. EM

AD 89 pontos
NATURELLE MOSCATEL ESPUMANTE AD 88 pontos
Casa Valduga, Vale dos Vinhedos (R$ 50). SALTON MOSCATEL ESPUMANTE
Espumante branco doce elaborado exclusivamente Salton, Tuiuty, Brasil (R$ 39). Espumante branco
a partir de uvas Moscato. Leve e refrescante, mostra doce elaborado pelo método Asti a partir de
maçãs e peras acompanhadas de notas florais e Moscato. Exibe acidez pulsante e refrescante, que
herbáceas, que se confirmam na boca. Sua acidez traz equilíbrio à sua fruta branca madura. De boa
vibrante tem papel importante, trazendo sustentação tipicidade, é cremoso e tem final com agradáveis
e equilíbrio ao conjunto. Álcool 7,5%. Em toques cítricos e florais. Álcool 7,5%. EM

AD 89 pontos AD 88 pontos
PONTO NERO LIVE CELEBRATION MOSCATEL TERRANOVA MOSCATEL ESPUMANTE
Domno do Brasil, Vale dos Vinhedos, Brasil (R$ 39). Miolo Wine Group, Vale do São Francisco, Brasil (R$
Espumante branco doce elaborado pelo método Asti 34). Espumante branco doce elaborado pelo método
exclusivamente a partir de uvas Moscato Branco. Asti a partir de Moscato. De boa tipicidade, mostra
Esbanja frescor, cremosidade e gostosa textura, tudo aromas de frutas brancas maduras escoltadas por
em meio a muita fruta branca, notas florais e de ervas notas florais e de ervas, tudo bem equilibrado por
frescas. Sua acidez vibrante e o final com toques cítricos refrescante acidez e textura agradável. Leve, tem
e salinos levantam todo o conjunto. Álcool 7,5%. EM final médio, confirmando o nariz. Álcool 7,5%. EM

Edição 160 >> ADEGA 81


HARMONIZAÇÃO | p o r ARNALDO GRIZZO

TINTOS
COM
ALMA DE
BRANCOS
Sugestões de harmonização para
estilos de tintos leves

M
uitos se perguntam: “O que se-
ria um tinto leve?” Não é tão
simples responder essa pergun-
ta focando somente na questão
varietal. Apesar de algumas va-
riedades de uva costumeiramente gerarem vinhos
menos encorpados, muito do corpo do vinho pode
ser definido pelo estilo de vinificação. Passagens
mais curtas por madeira (ou mesmo não passar
por madeira), uso de maceração carbônica, menor
extração de taninos, entre outras técnicas e opções
dos enólogos, pode tornar um tinto mais “leve”.
Dessa forma, atualmente temos, cada vez mais,
encontrado tintos – mesmo quando feitos com va-
riedades que estamos acostumados a vincular com
vinhos encorpados e tânicos – muito mais sutis.
Hoje é possível vermos Malbec, Cabernet Sauvig-
non e até Tannat vinificados de modo a torná-los
leves, descomplicados e fáceis de beber, inclusive
durante as estações mais quentes.
E foi pensando nesses tintos com “alma de
brancos”, ou seja, vinhos menos encorpados e
“veraneios”, que ADEGA quis montar uma pe-
quena lista com alguns capazes de harmonizar
com pratos também leves, típicos de verão. Con-
fira então como você pode combinar calor, pra-
tos leves e vinhos tintos.
PINOT NOIR
É meio que um lugar co-
mum pensar em Pinot Noir
quando falamos em vinhos
tintos mais leves. As caracte-
rísticas da variedade fazem
com que ela raramente re-
sulte em vinhos pesados e,
além disso, quase nenhum
enólogo buscaria obter com
ela algo que não priorizasse o frescor e a
fruta. Ainda assim, há Pinots e Pinots e,
pensando no calor, é sempre bom procu-
rar pelos menos extraídos e amadeirados.
E esses podem harmonizar bem até com
peixes. Experimente uma anchova re-
cheada com cogumelos e ladeada de legu-
mes (ou algum outro peixe de sabor mais
intenso assado). Quer algo mais simples,
apenas para bebericar? Coloque ao lado
de um patê de jamón (ou uma terrine) ou
alguns queijos de meia-cura.

AD 90 pontos
ROBERTSON WINERY PINOT NOIR 2015
Robertson Winery, Robertson Valley, África
do Sul (Vinci US$ 27). Tinto elaborado
exclusivamente a partir de Pinot Noir,
com breve estágio em madeira. De boa
tipicidade, mostras cerejas e framboesas
acompanhadas de notas florais, terrosas,
de ervas e de especiarias, que se
confirmam no palato. De corpo médio e
gostoso de beber, tem gostosa acidez,
taninos de boa textura e final cativante e
agradável. Experimente-o mais resfriado, a
uns 14ºC, preferencialmente na companhia
de pescados ou carnes magras. Álcool
14%. EM

Edição 160 >> ADEGA 83


GAMAY GRENACHE
Esta é a uva típica da re- VALPOLICELLA Uma variedade típica da
gião de Beaujolais, na Nos arredores da cidade região do Rhône, mas que
Borgonha, costumeira- de Verona surge um dos se dá bem em diversas par-
mente vinculada a vinhos vinhos mais tradicionais tes do mundo, especial-
leves e refrescantes como da Itália. Os Valpolicella mente na Espanha, onde
os Beaujolais Nouveau. “básicos” (não Amarone, é conhecida como Garna-
Mesmo sabendo que a Recioto ou Ripasso) cos- cha. Por ser uma uva bas-
Gamay pode gerar vinhos tumam ser vinhos menos tante versátil, ela é capaz
mais estruturados, em geral ela produz alcoólicos, bastante frescos e fáceis de de gerar vinhos dos mais variados estilos e
bebidas menos encorpadas, menos tâ- beber. Eles são produzidos com as uvas ainda ser misturada em blends com outras.
nicas, primando pela acidez. E essa su- locais Corvina, Molinara e Rondinella, Quando vinificada de forma “simples”,
tileza torna esses vinhos fáceis de beber e algumas outras. Por sua estrutura, ele gera vinhos saborosos e descomplicados.
e, melhor, capazes de acompanhar até pode ser apreciado facilmente em épo- Numa época quente, um Grenache pode
mesmo pratos de salada. Uma Caesar cas de calor e consegue acompanhar acompanhar bem uma “parrillada” – car-
Salad, é verdade, seria mais apropriada comidas como um galeto com legumes nes de diversos tipos e também legumes e
(frango grelhado, bacon e parmesão vão assados – ou um frango assado recheado vegetais assados – sem empapuçar. Outra
equilibrar melhor o vinho). Outra opção com farofa. Prefere algo mais praiano? ideia para experimentar seria uma barriga
leve para acompanhar um Gamay seria Experimenta ao lado de uma saborosa de porco com purê de mandioca.
um salmão ou atum grelhados acompa- casquinha de siri.
nhados de vegetais assados. AD 89 pontos
AD 90 pontos LES JAMELLES GRENACHE 2015
AD 91 pontos ZENATO VALPOLICELLA SUPERIORE 2014 Les Jamelles, Languedoc-Roussillon,
HOSPICES DE BELLEVILLE MORGON 2015 Zenato, Vêneto, Itália (World Wine R$ França (Winebrands R$ 75). Tinto
Joseph Drouhin, Beaujolais, França 180). Tradicional empreendimento familiar elaborado exclusivamente a partir de
(Mistral US$ 55). Tinto elaborado fundado em 1960 por Sergio Zenato na Grenache, com estágio de 25% do vinho
exclusivamente com uvas Gamay advindas região do Vêneto, elabora esse tinto a durante nove meses em barricas novas
da propriedade de 12 hectares de partir de 85% Corvina Veronese, 10% e usadas de carvalho francês. Puro suco
Joseph Drouhin no Cru de Morgon, sem Rondinella e 5% Sangiovese, com estágio de cerejas e groselhas, acompanhado de
passagem por madeira. Esbanja frutas de 12 meses em barris de carvalho. Mostra notas florais e de ervas frescas, tudo em
vermelhas e negras seguidas de notas aromas de frutas vermelhas maduras, bem meio a taninos de ótima textura, gostosa
florais, especiadas e de ervas, tudo num como notas minerais, florais e de baunilha. acidez e boa persistência. Fácil de gostar e
contexto de ótima acidez, muita tensão e É frutado e estruturado, tem acidez de entender, parece ser menos complexo
taninos cheios de textura. Refinado e muito gastronômica, taninos que pedem comida do que realmente é. Álcool 13%. EM
gostoso de beber, tem final persistente, e final de boa persistência, confirmando o
com toques terrosos e de couro. Álcool nariz. Álcool 13,5%. EM
13%. EM

84 ADEGA >> Edição 160


BONARDA TEMPRANILLO PAÍS
Quando pensamos em vi- Provavelmente a casta Uma casta típica que vem
nhos argentinos, a primeira mais conhecida e vincula- sendo resgatada no Chile.
coisa que surge na mente é da com os vinhos da Espa- Ela era usada para fazer os
Malbec. Mas não devemos nha, a Tempranillo pode se vinhos que os trabalhado-
nos esquecer de outra va- mostrar de diversas formas. res bebiam correntemente
riedade bastante típica da Ela pode gerar desde bebi- durante o almoço ou jan-
Argentina, a Bonarda. Nos das de corpo muito sutil até tar, em um estilo que ficou
últimos anos, ela quase sempre tem sido grandes massas encorpadas. Tudo depen- conhecido como pipeño. Agora, muitos
trabalhada de forma a gerar vinhos bastante de do estilo de vinificação. Os espanhóis produtores têm seguido essa tradição e
leves. Ainda assim, também tende a ser um costumam classificar como “Joven” os criado vinhos super refrescantes, “sucos de
vinho muito frutado. Dessa forma, um Bo- mais leves, que não passam por madeira uva”, para serem bebericados sem com-
narda pode se revelar uma ótima compa- (ou passam muito pouco). Esse estilo mais plicações, sozinhos ou ao lado de algum
nhia para um dia de pizza, especialmente despojado e refrescante é uma ótima op- tipo de comida. Assim, País pode ser um
as com queijos e ervas, como Margherita, ção de harmonização para hambúrgueres, bom acompanhamento para grelhados (os
ou ainda com linguiças. Em uma noite por exemplo. Outra sugestão para abrir mais variados) com legumes. Vale experi-
com amigos, também vai fazer bonito ao seu Tempranillo Joven é ao lado de uma mentar com uma abobrinha recheada, ou
lado de uma tábua de frios, com queijos e paella valenciana, ou então de um polvo com gaspacho, ou também alguns outros
embutidos variados. na grelha. pratos da culinária mexicana.

AD 90 pontos AD 89 pontos AD 93 pontos


COLONIA LAS LIEBRES CLÁSICO BONARDA 2017 CS TEMPRANILLO 2016 SANTA CRUZ DE COYA PAÍS 2017
Altos Las Hormigas, Mendoza, Argentina Carlos Serres, Rioja, Espanha (La Pastina Roberto Henríquez, Bío Bío, Chile (La
(World Wine R$ 70). Sempre consistente R$ 76). Sempre consistente, este 100% Vinheria R$ 180). Adepto da mínima
safra após safra, este é um belo exemplo Tempranillo, sem passagem por madeira, intervenção, Henríquez elabora esse 100%
de Bonarda sem passagem por madeira é elaborado no estilo “Joven” e mostra País de vinhas de cerca de 200 anos, com
e um verdadeiro precursor desse estilo frutas vermelhas e negras frescas em fermentação espontânea (sem adição de
fresco, frutado e fluido. Cheio de tipicidade, abundância, acompanhadas de notas leveduras). O resultado é um tinto que
é suculento, direto e muito gostoso de florais, minerais, de ervas frescas e de mostra um lado delicado e refinado da
beber. Mostra ameixas seguidas de especiarias, que se confirmam no palato. cepa, com a acidez refrescante, a fruta
notas florais e herbáceas. Tem acidez Frutado e refrescante, tem gostosa acidez, nítida e a ótima textura de taninos ditando
refrescante, taninos macios e final taninos macios e final médio/longo, que as regras. Um autêntico lobo em pele de
persistente. Álcool 13%. EM pede a companhia de embutidos em geral. cordeiro, que se bebe perigosamente fácil.
Álcool 13%. EM Álcool 11,5%. EM

Edição 160 >> ADEGA 85


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Tabela de avaliação
Classificação Pontos
Extraordinário 95 A 100
Excelente 91 A 94
Ótimo 89 A 90
Muito Bom 87 A 88
Avaliações por
Bom 85 A 86
Editor de vinho:
Regular 82 A 84
Eduardo Milan (EM)
Fraco ABAIXO DE 82

Beto Duarte (BD), Evolução


Christian Burgos (CB),
Christiane Miguez (CM), = Beber
Daniel Perches (DP), = Beber ou Guardar
Felipe Granata Kosikovski (FGK), = Guardar
Guilherme Velloso (GV), Observações
João Paulo Gentille (JPG), = BEST BUY - Melhor custo-benefício
Juliana Trombeta Reis (JTR) Os preços são aproximados no varejo e
O
e Mauricio Leme (MSL) sujeitos à variação.
= Vinhos degustados em ocasiões
www.oMelhorVinho.com.br especiais – lançamentos e raridades –
e, portanto, não às cegas.
Degustações realizadas no restaurante
Praça São Lourenço com ajuda do sommelier

Espumantes, página 88
Gustavo dos Santos Barros

Brancos, página 89
Rosé, página 91
Tintos, página 91
Doces, página 98

Hora do saca-rolha
ESPUMANTES

AD 89 pontos AD 91 pontos AD 89 pontos AD 90 pontos AD 90 pontos


CÁRDENAS NATURE ELYSSIA GRAND CUVÉE BRUT GARIBALDI MAXIMO BOSCHI VINHETICA TERROIR
Cárdenas, Porto Freixenet, Catalunha, MOSCATEL ESPUMANTE RACCONTRO BRUT 2016 D’EFFERVESCENCE
Alegre, Brasil (R$ 125). Espanha (Qualimpor Cooperativa Vinícola Maximo Boschi, Serra BRUT ROSÉ
Primeiro vinho que R$ 236). Cava branco Garibaldi, Garibaldi, Gaúcha, Brasil (R$ 96). Vinhetica, Rio Grande
degusto das cercanias brut elaborado pelo Brasil (R$ 31). Espumante branco brut do Sul, Brasil (R$ 45).
da Lagoa dos Patos, um método tradicional a Espumante branco elaborado pelo método Espumante brut rosé
verdadeiro precursor. partir de Chardonnay, doce elaborado pelo tradicional e composto elaborado pelo método
Espumante fino e Macabeo, Parellada método Asti, composto de 75% Chardonnay tradicional a partir
com boa estrutura. e Pinot Noir, com de Moscato Branco e e 25% Pinot Noir, de 50% Pinot Noir,
A parte branca da mínimo estágio de Moscato Giallo. Mais mantido, pelo menos, 30% Chardonnay e
laranja confere 15 meses de contato uma ótima versão desse 12 meses em contato 20% Riesling Itálico,
saboroso amargor. Um com as leveduras. espumante. Muito com as leveduras antes mantido 18 meses
bom toque mineral, Tenso e cremoso, tem bem feito em seu da degola. Mostra em contato com as
quase salino e cítrico, refrescante acidez e estilo de frutas brancas acidez vibrante e leveduras. Mostra perfil
com leve oxidação bom volume de boca, mais maduras, tem boa estrutura, que de frutas vermelhas
emoldurado por boa tudo acompanhado refrescante acidez e sustentam seu estilo de mais maduras bem
acidez. Álcool 12%. CB de frutas brancas e textura cremosa, que fruta tropical e branca equilibradas por sua
de caroço maduras trazem sustentação e de perfil mais maduro. refrescante acidez e
seguidas por notas equilíbrio a toda sua Chama atenção pelo gostosa textura, que
tostadas, de fermento doçura. Álcool 7,5%. ataque cremoso das trazem certa vivacidade
e de especiarias, além EM borbulhas na boca. ao conjunto. Cremoso,
de toques florais, de Frutado, amável e tem final com toques
mel e de frutos secos. cativante. Álcool terrosos, de morangos e
Tem final cheio e 12,5%. EM de ervas. Álcool 12,5%.
persistente, com toques EM
salinos e cítricos.
Álcool 11,5%. EM

88 ADEGA >> Edição 160


BRANCOS >>

AD 90 pontos AD 88 pontos AD 90 pontos


AURORA PINTO BANDEIRA CALAMARES BRANCO CASA VALDUGA TERROIR
CHARDONNAY 2017 Enoport, Minho, EXCLUSIVO VIOGNIER 2018
Aurora, Pinto Portugal (Domno Casa Valduga,
Bandeira, Brasil (R$ R$ 65). Esse é Encruzilhada do
65). Branco elaborado provavelmente o Vinho Sul, Brasil (R$ 80).
exclusivamente a Verde mais famoso no Branco elaborado
partir de Chardonnay, Brasil. Ocupa nossas exclusivamente a
parcialmente taças há muito tempo, partir de Viognier, sem
fermentado em sempre cumprindo um passagem por madeira.
madeira, com posterior papel mais importante Uma agradável
estágio de três meses como aperitivo, pelo surpresa, mostra as
em barricas de carvalho seu frescor, toque típicas notas florais
americano. Uma grata levemente adocicado envolvendo as frutas
surpresa. Apesar de e um gostoso brancas e de caroço
jovem, é muito bem- aroma de pêssego, maduras. Tem vibrante
nascido. Mostra frutas principalmente no acidez, bom volume de
tropicais de perfil nariz. Não tem a boca, gostosa textura e
mais fresco escoltadas pretensão dos grandes final persistente, com
por notas florais e Vinhos Verdes e o toques salinos, de mel e
de especiarias doces. preço também é de limão. Álcool 13,5%.
Tem gostosa acidez, muito mais atraente. A EM
textura cremosa e final ideia de não ter safra
com toques salinos e é justamente para
cítricos, que pedem manter um produto
mais um gole. Álcool homogêneo em todos
13%. EM os anos, assim como
a maior parte dos
Champagnes e Vinhos
do Porto, as safras
podem ser misturadas.
Tem 9,00% de álcool.
BD
BRANCOS

AD 90 pontos AD 92 pontos AD 89 pontos AD 90 pontos AD 88 pontos


CINCO SENTIDOS RESERVA COVELA ESCOLHA LES PETITES JAMELLES PAÇO DE TEIXEIRÓ 2016 PLATEIA SELECTION
TORRONTÉS 2017 BRANCO 2014 BLANC 2016 Quinta do Côtto, BRANCO 2016
Finca Algarve, Quinta de Covela, Les Jamelles, Minho, Portugal Monte Álamo,
Mendoza, Argentina Minho, Portugal Languedoc-Roussillon, (Mistral US$ 23). Alentejo, Portugal
(MMV R$ 75). (Winebrands França (Winebrands R$ Este branco composto (Vinci US$ 18). Branco
Elaborado a partir de R$ 135). Branco 59). É impressionante de Avesso, Loureiro, composto de uvas 70%
uma das uvas brancas composto de Avesso como o Languedoc- Pedernã e Trajadura, Verdelho e 30% Antão
mais emblemáticas e Chardonnay, além Roussillon evoluiu é elaborado no Vaz, cultivadas em
da Argentina, possui de toques de Arinto e rápido e consegue Minho pela família Évora, no Alentejo.
coloração amarela Gewürztraminer, sem fazer vinhos bons e Champalimaud, Apresenta frutas
com tons esverdeados passagem por madeira. acessíveis. Esse Les proprietária da brancas e de caroço
e aroma exótico. Chama atenção pela Petites Jamelles é um renomada Quinta acompanhadas por
Destaque para as notas qualidade das frutas exemplo disso. É um do Côtto, no Douro. notas florais, de ervas e
de frutas cítricas e brancas e de caroço de vinho neutro, com Tem estágio parcial de especiarias picantes.
florais. De corpo leve perfil fresco e vibrante, pouca intensidade em madeira durante Gostoso em sua
e média persistência, tudo num contexto de no aroma e no sabor. a fermentação simplicidade, é fresco,
traz em boca um final ótima acidez e gostosa Na ficha técnica, a malolática, cerca de frutado, tem gostosa
herbáceo com boa textura. Estruturado informação de que o 40/50 dias em barricas acidez e final médio,
acidez e frescor. Álcool e de bom volume vinho foi elaborado novas de carvalho com toques cítricos e
13,6%. FGK de boca, tem final com Sauvignon Blanc português. Mostra salinos. Álcool 12,5%.
profundo e persistente, e Grenache Blanc. Não aromas de abacaxi e EM
com toques salinos e é um vinho elaborado de maçã, bem como
cítricos. Comparado com uvas de um só notas florais, herbáceas
à versão 2013, parece lugar. Ele nasceu para e minerais, além
ainda mais intenso, ser simples e cumpre de toques tostados.
mineral e austero. bem o seu papel. É um Frutado e estruturado,
Álcool 13%. EM vinho com bom frescor, tem boa acidez e final
notas florais e minerais médio/longo agradável,
e bom e equilíbrio. oferecendo volume de
Vale muito pelo preço. boca e untuosidade.
Álcool 12%. BD Álcool 13%. EM

90 ADEGA >> Edição 160


ROSÉS TINTOS >>

AD 90 pontos AD 89 pontos AD 89 pontos AD 87 pontos AD 89 pontos


THERA CHARDONNAY LOTE I ESTREIA ROSÉ 2017 LES LARMES DU VOLCAN NEDERBURG ROSÉ 2017 ALAJA COSECHA TINTO 2018
Vinícola Thera, Serra Adega Cooperativa de ROSÉ 2017 Nederburg, Western Bodegas Luzón,
Catarinense, Brasil (R$ Ponte da Barca, Minho, La Cave La Fontésole, Cape, África do Sul Jumilla, Espanha
129). Branco elaborado Portugal (Conceito Languedoc-Roussillon, (Porto a Porto R$ (Mistral US$ 15).
exclusivamente a Português R$ 39). O França (Adega 55). Atualmente Tinto elaborado
partir de Chardonnay que chama atenção Alentejana R$ 99). pertencente ao grupo exclusivamente a
e fruto de um blend logo ao servir é sua O vulcão do nome Distell, a vinícola partir de Monastrell,
das safras 2015, 2016 e bela coloração, um tom existe, embora extinto. foi fundada em 1791 sem passagem por
2017, com fermentação vívido de cobre. Seu Solos vulcânicos, em pelo alemão Philipus madeira. Direto e
de 20% em barricas nariz também agrada geral, são bons para Wolvaart e elabora acessível, mostra frutas
de carvalho francês. bastante combinando a vinha e certamente este rosado meio seco vermelhas e negras
Cremoso e estruturado, frutas vermelhas frescas contribuíram para a exclusivamente a partir acompanhadas de notas
mostra perfil de frutas com pêssego e uma qualidade da Syrah de uvas Pinotage, sem terrosas, de ervas, de
tropicais e de caroço nota floral. Sua boca (70%) e da Grenache passagem por madeira. especiarias e de couro,
mais maduras, mas é bastante agradável Noir (30%), que Cheio de fruta e com que se confirmam no
bem sustentadas por com leve doçura e sutil compõem o corte certa estrutura, mostra palato. Fresco, tem
refrescante acidez e boa “pétillant”, em um desse bom exemplar do bom equilíbrio entre gostosa textura, acidez
textura. Tem final com corpo médio e com Languedoc. É um rosé sua acidez e doçura na medida e final
toques salinos, de frutos ótimo frescor. Álcool claro com muita fruta (tem 19,5 g/l de açúcar agradável. Para pizzas e
secos e de lima. Álcool 11%. MSL (framboesa/morango) residual), sendo fácil embutidos. Álcool 13%.
12,5%. EM e um floral elegante e gostoso de beber. EM
nos aromas. Em boca, Ideal para o aperitivo,
a acidez se junta à principalmente nos dias
fruta ainda fresca, ensolarados ao redor
formando um conjunto da piscina ou na praia.
agradável, com leve Álcool 12%. EM
dulçor final, nem de
longe enjoativo. Para
bebericar num fim de
tarde ou acompanhar
saladas, com ou sem
frutos do mar. Álcool
13%. GV

Edição 160 >> ADEGA 91


TINTOS

AD 91 pontos AD 92 pontos AD 88 pontos AD 90 pontos AD 91 pontos


ALTOS IBÉRICOS ARBOLEDA PINOT NOIR 2017 ATLÂNTICO TINTO 2017 AVIGNONESI ROSSO DI BACALHÔA MERLOT 2014
RESERVA 2012 Arboleda, Aconcágua, Casa Agrícola MONTEPULCIANO 2015 Bacalhôa, Península
Torres, Rioja, Espanha Chile (World Wine R$ Alexandre Relvas, Avignonesi, Toscana, de Setúbal, Portugal
(Devinum R$ 158). 178). Tinto elaborado Alentejo, Portugal Itália (Divvino R$ 99). (Portus R$ 204).
Tinto elaborado exclusivamente a (Cantu R$ 47). Tinto O vinho passou nove Este tinto, chamado
exclusivamente a partir partir de uvas Pinot composto de Alicante meses em barrica. Tem e conhecido por
de uvas Tempranillo, Noir cultivadas em Bouschet, Aragonez intensidade aromática Má Partilha até
com estágio mínimo de Aconcágua Costa, com e Syrah, com estágio média, com as frutas 2011, é elaborado
16 meses em barricas estágio de 11 meses de 10% do vinho em (framboesa, cereja) exclusivamente a
novas de carvalho em carvalho francês, barricas de 400 litros, aparecendo primeiro, partir de uvas Merlot
francês parcialmente sendo 10% em barricas durante seis meses. acompanhadas de cultivadas em solo
novas e mais 20 novas, 70% em barricas O resultado é um toques florais e couro. argilo-calcários, com
meses em garrafa. O de segundo uso, e 20% vinho direto, frutado e Na boca, é seco, estágio de 18 meses
resultado é um vinho em foudres. Austero e gostoso de beber, cheio tem os taninos bem em barricas novas
que esbanja tipicidade vertical, com os toques de ameixas e amoras presentes, mas com de carvalho francês.
e complexidade, salinos enaltecendo escoltadas por notas uma textura granulada Elegante no nariz,
mostrando cerejas sua vibrante acidez. florais, herbáceas e de bastante interessante. tem as típicas notas
e framboesas Os taninos têm especiarias doces. Tem A acidez segue a linha florais, terrosas e de
acompanhadas de ótima textura e final taninos macios e final da toscana, com um especiarias da cepa,
notas florais, minerais, persistente e cheio, médio e agradável, frescor puro, que ajuda que acompanham as
de especiarias doces com toques terrosos e convidando a mais um a reconhecer a região. ameixas e as amoras.
e de tabaco, que de cerejas. Tenso por gole. Polivalente, pode Bem equilibrado e Refinado, clássico e
se confirmam no onde se olhe. Puro e acompanhar desde persistente. Álcool carnudo, tem taninos
palato. Estruturado de ótima tipicidade. embutidos em geral até 13%. BD de ótima textura,
e equilibrado, tem Álcool 13%. EM massas escoltadas por gostosa acidez e final
taninos de ótima molhos à base de carne. com toques salinos e
textura, refrescante Álcool 13,5%. EM de grafite. Álcool 14%.
acidez e final EM
persistente e cheio,
com toques terrosos,
de couro e de alcaçuz.
Álcool 14,5%. EM

92 ADEGA >> Edição 160


>>

AD 90 pontos AD 89 pontos AD 92 pontos AD 93 pontos AD 92 pontos


CABEÇA DE TOIRO RESERVA CASTILLO LIRIA CHÂTEAU DE SAINT COSME CHÂTEAU LE PUY CHÂTEAU VERNES -
SYRAH 2014 CRIANZA 2012 GIGONDAS 2014 EMILIEN 2014 BEAULIEU 2015
Enoport, Tejo, Portugal Vicente Gandia, Château de Saint Château Le Puy, Univitis , Bordeaux,
(Domno R$ 142). Valência, Espanha Cosme, Rhône, França Bordeaux, França França (Adega
A versatilidade da (La Pastina R$ 77,00). (Winebrands R$ 441). (World Wine R$ 448). Alentejana R$ 234).
Syrah para se adaptar Tinto composto de Tinto composto de Um dos produtores Este é certamente um
a diferentes países Tempranillo e Syrah, 65% Grenache, 18% biodinâmicos excelente exemplar
e regiões é bem com estágio de 12 Mourvèdre, 15% Syrah mais consistentes de um Bordeaux
representada aqui. meses em barricas de e 2% Cinsault com e tradicionais, Le Supérieur. Seu nariz
Cultivada na região do carvalho francês. Num estágio de 12 meses Puy elabora vinhos é cheio de camadas,
Tejo, traz os aromas e estilo mais clássico e em barris de carvalho, seguindo os preceitos da modificando-se ao
sabores típicos da casta, gastronômico, mostra sendo 15% novos. biodinâmica há décadas. longo do tempo em
como frutas negras e frutas vermelhas e Ótimo resultado para Tinto composto de taça. Em boca, sua
toques de pimentas negras acompanhadas uma safra difícil na Merlot, Cabernet Franc, entrada é muito
negras, mas com um de notas florais, região. Mostra as típicas Cabernet Sauvignon, elegante, marcado por
adicional português, terrosas, de tabaco e notas minerais, de Malbec e Carménère, sabor de ginja e taninos
trazendo também notas de especiarias doces, cânfora, de ervas e de com estágio de 24 meses polidos, e muito bem
de ervas. Na boca, é que se confirmam na especiarias escoltando em barris de carvalho trabalhados. Outro
intenso e com taninos boca. Tem taninos as frutas negras de francês. Complexo e destaque fica para seu
fortes, mas macios. macios e de boa perfil maduro, tudo clássico, mostra frutas longo e refinado final
Álcool 14%. DP textura, gostosa acidez bem equilibrado por vermelhas e negras de boca. Álcool 13,5%.
e final médio/longo, taninos de ótima de perfil mais fresco MSL
que pede a companhia textura, gostosa acidez acompanhadas de notas
de embutidos. Álcool e final persistente, com especiadas, florais,
12,5%. EM toques florais, de grafite terrosas, de ervas secas
e de alcaçuz. Álcool e de tabaco. Sempre
14,5%. EM equilibrado e refinado,
tem taninos de excelente
textura, acidez vibrante
e final persistente e
profundo, com toques
minerais e de cassis.
Álcool 13%. EM

Edição 160 >> ADEGA 93


TINTOS

AD 88 pontos AD 94 pontos AD 89 pontos AD 90 pontos AD 92 pontos


CONO SUR BICICLETA GRAVAS DEL MAIPO HUARPE UCO VALLEY KOAN MAXIMUM LE HAUT-MÉDOC D’ISSAN
CARMÉNÈRE 2016 SYRAH 2016 TERROIR BONARDA PETIT PREMIUM BLEND 2014 2014
Cono Sur, Vale Concha y Toro, Maipo, VERDOT 2010 Viña Chocalán, Maipo, Château d’Issan,
Central, Chile (La Chile (VCT R$ 405). Huarpe Wines, Chile (Viníssimo R$ Bordeaux, França
Pastina R$ 59). Tinto O renomado enólogo Mendoza, Argentina 222). Combinação de (Grand Cru R$ 300).
elaborado a partir de Enrique Tirado é (BEV Group R$ 140). várias uvas – Cabernet Tinto composto de 60%
85% Carménère e 15% o responsável por A “quase” argentina Sauvignon, Syrah, Cabernet Sauvignon
de outras uvas, sendo elaborar este tinto Bonarda mostra no Carménère, Malbec, e 40% Merlot, com
que parte do vinho 100% Syrah, com Huarpe que não se Cabernet Franc e estágio em barricas
estagia durante nove estágio de 12 meses em limita apenas a vinhos Merlot, com passagem de carvalho. Essa é a
meses em carvalho. barricas de carvalho simples, mas sim a por barricas por 14 interpretação de Haut-
Com as notas de francês 15% novas e vinhos intensos e de meses. Vinho intenso Médoc do reputado
ervas e de especiarias 85% de segundo uso. grande concentração. e complexo, que vale Château de mesmo
picantes, típicas da De boa tipicidade, Para isso, conta com passar por aeração nome, famoso por seus
variedade, envolvendo mostra aromas e o terroir do vale do antes de beber, para vinhos da região de
as frutas como ameixas sabores de frutas Uco, ideal para uvas que possa liberar todos Margaux. Bordalês dos
e amoras, esse é um negras e vermelhas que precisam de uma os seus aromas, que pés à cabeça, este vinho
vinho suculento e de perfil mais fresco e maturação mais longa e vão desde as frutas mostra frutas vermelhas
agradável de beber. tenso, acompanhadas lenta. Assim, consegue vermelhas e negras em e negras acompanhadas
Versátil, tem taninos de notas florais, de apresentar um nariz compota, passando de notas florais,
macios e acidez ervas e de especiarias, bastante intenso e por ervas aromáticas, terrosas, de ervas e de
refrescante, podendo além de toques de concentrado, marcado chegando em toques especiarias, além de
acompanhar aperitivos alcaçuz. É estruturado por frutas vermelhas de madeira, baunilha. toques terrosos e de
à base de carnes e equilibrado, tem e negras compotadas, Sua estrutura e couro. Chama atenção
vermelhas ou pratos taninos finos e de ótima além de um interessante acidez bem aparente pela textura fina de
mais condimentados. textura, boa acidez e toque de chocolate demonstram potencial seus taninos e pela
Álcool 13,4%. EM final longo e elegante, amargo e mentol. Na para envelhecimento refrescante acidez, que
com toques de grafite. boca, é bastante denso, por mais alguns anos. trazem tensão a todo
Um grande vinho, que, com certa doçura, Acompanha pratos conjunto, terminando
apesar de estar bom que aparece bem de carnes fortes e de modo persistente,
agora, vai melhorar equilibrada pelo bom condimentos. Álcool elegante e com toques
muito nos próximos corpo e por uma acidez 14,5%. DP minerais e de cassis.
cinco anos. Álcool bem integrada. Álcool Álcool 13,5%. EM
14,4%. EM 14%. MSL

94 ADEGA >> Edição 160


>>

AD 88 pontos AD 90 pontos AD 93 pontos AD 90 pontos AD 88 pontos


LOS HAROLDOS NAMPE MAREA DE LEYDA MARQUÉS DE MURRIETA MIOLO MERLOT TERROIR PÉ DO ESPORÃO TINTO 2017
MALBEC 2016 SYRAH 2015 GRAN RESERVA LIMITED 2015 Esporão, Alentejo,
Los Haroldos, Luis Felipe Edwards, EDITION 2010 Miolo Wine Group, Portugal (Qualimpor
Mendoza, Argentina Leyda, Chile (Pão Marqués De Murrieta, Vale dos Vinhedos, R$ 45). Sempre
(Obra Prima R$ de Açúcar R$ 87). Rioja, Espanha Brasil (R$ 161). consistente e fácil
57). Tinto elaborado Tinto elaborado (Clarets R$ 482). Tinto elaborado de agradar, possui
exclusivamente a exclusivamente Tinto composto de exclusivamente a partir coloração violácea de
partir de uvas Malbec a partir de uvas 90% Tempranillo, 5% de uvas Merlot, com média intensidade. Em
cultivadas em San Syrah, cultivadas a 8 Graciano, 3% Garnacha estágio de 12 meses em seus aromas aparecem
Carlos, no vale do Uco. quilômetros do mar, no e 2% Mazuelo, com barricas de carvalho ameixa preta fresca,
Repleto de ameixas e vale do Leyda. De boa estágio de 24 meses em francês. Bem feito em além de traços salinos.
de amoras acompanhas tipicidade, apresenta barricas novas e usadas seu estilo de frutas No paladar, tem acidez
de típicas notas de notas defumadas e de de carvalho americano negras mais maduras, agradável, taninos finos
violeta e de especiarias carne envolvendo as e mais 24 meses em quase licorosas. Depois e de textura mineral.
doces tanto no nariz ameixas e cassis, com garrafa. Complexo e aparecem notas florais, Mostra boa fruta preta
quanto na boca, os toques florais e de elegante nos aromas, terrosas, de couro e de acompanhada de
tudo bem sustentado especiarias dando o mostra cerejas, ervas secas. Estruturado toques picantes, que
por gostosa acidez e tempero final. Firme e ameixas e framboesas e untuoso, tem taninos trazem frescor. Vinho
taninos de boa textura. estruturado, é fluido e acompanhadas por de ótima textura, boa despretensioso e sem
Companhia perfeita muito gostoso de beber. notas florais, de ervas acidez e final cheio e complicações, bem
para o churrasco. Tem refrescante acidez, secas, de tabaco, de longo, com toques de feito, para beber fresco
Álcool 13%. EM taninos de boa textura couro e de especiarias grafite e de alcaçuz. e em bons goles. Álcool
e final persistente, doces. Consegue, de Está jovem ainda. Dê a 13%. JPG
confirmando o nariz. forma equilibrada e ele, pelo menos, mais
Álcool 14,5%. EM harmônica, ser intenso, cinco anos. Álcool
potente e refinado 14%. EM
ao mesmo tempo,
tudo sustentado por
taninos de grãos finos,
refrescante acidez
e final persistente e
profundo, com toques
minerais e de alcaçuz.
Álcool 13,5%. EM

Edição 160 >> ADEGA 95


TINTOS >>

AD 92 pontos AD 88 pontos AD 88 pontos AD 88 pontos AD 92 pontos


PENCOPOLITANO 2016 RAMIRANA VARIETAL RAR COLLEZIONE SALTON PARADOXO SAN MARZANO F
Pedro Parra y Familia, CABERNET SAUVIGNON 2017 MERLOT 2015 CABERNET SAUVIGNON 2014 NEGROAMARO 2015
Itata, Chile (World Ventisquero, Vale RAR, Campos de Cima Salton, Campanha San Marzano, Puglia,
Wine R$ 146). Tinto Central, Chile (Cantu da Serra, Brasil (R$ Gaúcha, Brasil (R$ Itália (Grand Cru R$
composto de Malbec, R$ 48). Alejandro 65). Tinto elaborado 51). Tinto elaborado 290). Tinto elaborado
Syrah, Cinsault, Galaz é o enólogo exclusivamente a partir exclusivamente a exclusivamente a partir
Carignan, Pais e responsável por de uvas Merlot, com partir de Cabernet de uvas Negroamaro
Carménère, sem elaborar este tinto a estágio de oito meses Sauvignon, com estágio cultivadas em Monte
passagem por madeira. partir de Cabernet em barricas de carvalho de seis meses em La Conca, na Puglia,
Mais de boca que de Sauvignon, com estágio francês. Mostra barricas de carvalho com estágio de 12
nariz, chama atenção de quatro meses em aromas de ameixas americano. Mostra meses em barricas de
pela acidez vibrante barricas de carvalho. e amoras maduras ameixas e amoras carvalho. Aqui essa
e pelos taninos firmes Mostra frutas vermelhas acompanhados de notas acompanhadas de notas casta é levada a sério,
e cheios de textura e negras maduras florais e de especiarias florais, herbáceas e para mostrar toda sua
envolvendo suas frutas acompanhadas de notas doces, que evidenciam de especiarias doces. expressão. Cheio de
negras e vermelhas especiadas e ervas, o estágio em madeira. Frutado e de médio frutas maduras como
de perfil mais fresco. que adornam seus Tem boa acidez, corpo, tem gostosa cerejas e ameixas
Estruturado e agradável taninos macios e sua taninos macios e final acidez, taninos de acompanhadas de
de beber, tem final boa acidez. Gostoso, que pede a companhia boa textura e final notas florais, de ervas
longo, com toques direto e sempre de carnes vermelhas médio/longo, com e de especiarias, tudo
minerais. Álcool 14,5%. consistente, é uma cozidas. Álcool 13,5%. toques tostados e de envolto por taninos
EM opção segura e versátil EM mocha. Versátil e finos e de ótima textura
para acompanhar desde fácil de agradar, deve e acidez na medida.
carnes vermelhas mais ficar ainda melhor Um vinho equilibrado
magras grelhadas até acompanhado de e classudo, muito bem
pizzas em geral. Álcool massas ao molho de feito no estilo mais
13%. EM carne. Álcool 13%. EM encorpado. Álcool
14,5%. EM

96 ADEGA >> Edição 160


CLASSIFICADOS • PARA ANUNCIAR, LIGUE 11 3876 8200 • CLASSIFICADOS

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TINTOS DOCE ||

AD 90 pontos AD 90 pontos AD 88 pontos AD 89 pontos AD 90 pontos


SANTA CRISTINA TOUR DES GENDRES MERLOT TROFEO CARMÉNÈRE 2017 UMBERTO FIORE CURATOLO ARINI MARSALA
CHIANTI SUPERIORE 2015 MALBEC 2016 Viña del Triunfo, DOLCETTO 2016 FINE SEMI SECCO
Antinori, Toscana, De Conti, Bergerac, Vale Central, Chile Manfredi, Piemonte, Curatolo Arini, Sicília,
Itália (Winebrands R$ França (Sonoma R$ (Vinci US$ 14). Itália (Italia Mais R$ Itália (Decanter R$ 96).
152). Tinto composto 178). Tinto composto Tinto elaborado 98). Aroma cheio de Branco fortificado meio
de 95% Sangiovese e de Merlot e Malbec, exclusivamente a partir personalidade com seco (53 g/l de açúcar
5% Merlot, com estágio com estágio de oito de uvas Carménère ervas que lembram residual) composto
de parte do vinho em meses em barricas cultivadas em Valle mentol envolto com de Grillo, Cataratto e
barricas durante nove de carvalho francês. Alegre, no vale Central, frutas pretas, além de Inzolia, com estágio
meses. Um Chianti de Violetas e notas de sem passagem por traços terrosos. No de dois anos em tonéis
estilo amável e cheio especiarias doces madeira. De boa paladar, é envolvente, do leste europeu de 50
de frutas vermelhas acompanham as frutas tipicidade, mostra médio corpo, com mil litros. Complexo e
como cerejas e negras, como ameixas. as notas de ervas e acidez deliciosa, cativante, mostra figos,
framboesas aparecendo Tem bom corpo, de pimenta preta taninos bem definidos tâmaras, frutos secos e
escoltadas por notas taninos finos e final envolvendo suas frutas e distribuídos, que toques de chocolate,
florais, tostadas, que com toques terrosos negras. De médio trazem textura mineral tudo equilibrado por
evidenciam as notas da e de ervas secas, que corpo, fácil de entender sofisticada. Possui refrescante acidez
passagem por carvalho. trazem complexidade e gostoso de beber, tem ótima duração e leve e textura cremosa.
Redondo, é fácil de ao conjunto. Suculento taninos macios, acidez doçura final, que Tem final cheio e
beber e de agradar, tem e gostoso de beber, na medida e final com ajuda no equilíbrio da persistente, com
taninos macios, gostosa deve ficar ainda toques especiados e de bebida. Vinho fresco, toques de melaço. É
acidez e final médio/ melhor na companhia ameixas. Álcool 13%. leve e delicado, pode uma ótima opção de
longo, com toques de carnes vermelhas EM ser servido geladinho aperitivo na companhia
especiados e de frutas ensopadas. Álcool 14%. sem pretensões ou de frutos secos em
ao licor. Álcool 13%. EM harmonizando muito geral. Álcool 17%. EM
EM bem com uma boa
paella valenciana.
Álcool 12 % JPG

98 ADEGA >> Edição 160


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Rio de Janeiro, e os ingressos limitados serão oferecidos primeiro Guia Descorchados 2019 em
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de lançamento recebe
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de Vinhos do Brasil 2019
BE ADEG
LU A
C

GRAN
GOLD
BRASIL
A Quinta da Boa Vista,
assim como a Quinta das
Tecedeiras e a Quinta de
Covela, são fruto da parceria
Nesse mês, a seleção Black traz do investidor brasileiro
dois grandes representantes da Marcelo Faria de Lima e do
jornalista inglês Tony Smith.
Península Ibérica. Do Douro, em
Portugal, conseguimos pinçar o
Boa-Vista, elaborado a partir de
vinhas centenárias pelo afama-
do Rui Cunha, um dos melhores
enólogos portugueses de sua gera-
ção. Já do Priorato, na Espanha,
trazemos o Salmos, um blend de
Garnacha, Syrah e Cariñena, ela-
borado pela família Torres, que
dispensa apresentações. GLOBAL
Umas das famílias produtoras
de vinhos mais tradicionais e
importantes do mundo, os Torres
também possuem vinhedos no
Chile e nos Estados Unidos.
AD

93
pts

AD

93pts

BOA-VISTA RESERVA 2015 | AD 93 pts.


Quinta da Boavista / Winebrands (R$ 412).
REGIÃO/PAÍS: Douro, Portugal.

Blend de uvas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Barroca advindas parte de
vinhas velhas, com estágio entre 15 e 20 meses em barricas de carvalho francês.
Concentrado e potente, mostra ameixas acompanhadas de notas florais e de
ervas, além de toques especiados, de chocolate e de alcaçuz, tudo sustentado e
equilibrado por gostosa acidez e taninos finos e de excelente textura. Ainda está
jovem, mas já mostra a precisão e a finesse dos grandes vinhos. Álcool 14%. EM

TORRES SALMOS 2015 | AD 93 pts.


Torres / Devinum (R$ 345).
REGIÃO/PAÍS: Priorato, Espanha.

Tinto composto de Garnacha, Syrah e Cariñena, com estágio de 14 meses em


barricas de carvalho francês. No estilo grandioso e opulento do Priorato, porém
com frescor, ótima textura de taninos e mineralidade, que trazem sustentação e
equilíbrio ao conjunto. Gostoso de beber, tem boa acidez e final longo e suculento,
com toques de grafite. Álcool 14,5%. EM
BE ADEG
LU A
C

ARBOLEDA PINOT NOIR GRAN


2017 | AD 92 pts. PLAT
PL
PLAT
ATIN
ATIIN
INUM
NU
UM
M
Arboleda / World Wine (R$ 178) GOLD
REGIÃO/PAÍS: Aconcágua, Chile.

Tinto elaborado exclusivamente a


partir de uvas Pinot Noir cultivadas em
AD
Aconcágua Costa, com estágio de 11
meses em carvalho francês, sendo 10% 91
pts
O Platinum deste mês traz uma seleção
em barricas novas, 70% em barricas de grandes achados, produzidos por pro-
de segundo uso e 20% em foudres. dutores muito conceituados em suas re-
AD
Austero e vertical, com os toques
salinos enaltecendo sua vibrante 92
pts
giões. De Cortona, na Toscana, escolhe-
acidez. Os taninos têm ótima textura mos o Achelo, um Syrah em pureza, com
ORCHAD

e possui final persistente e cheio, com


SC
a assinatura da Antinori. Dali, partimos
92

OS
DE
toques terrosos e de cerejas. Tenso pts
para o Dão, em Portugal, de onde vem o
por onde se olhe. Puro e de ótima Kelman, um tinto de produção limitada e
tipicidade. Álcool 13%. EM AD de vocação gastronômica, que merece ser
92pts
provado. Terminamos nossa jornada no
vale do Aconcágua, no Chile, onde ele-
KELMAN RESERVA TINTO
gemos o Arboleda Pinot Noir, que nessa
2013 | AD 92 pts.
Kelman / Portus (R$ 215)
safra 2017 mostra ótima tipicidade e um
REGIÃO/PAÍS: Dão, Portugal. cativante perfil de fruta vermelha fresca,
oferecendo qualidade equivalente ou su-
Tinto composto de 70% Touriga perior a muitos Borgonha na mesma faixa
Nacional e 30% Tinta Roriz, com pisa de preço.
a pé e fermentação em lagares de
granito, além de estágio da primeira
cepa durante 12 meses em barricas
novas de carvalho francês e, da
segunda, por igual período, em cubas
de aço inox. Equilibrado, mostra boa
harmonia entre toda sua estrutura e
perfil de frutas negras e vermelhas
maduras, com acidez vibrante, gostosa
sensação de mineralidade e taninos
de ótima textura. Gastronômico por
natureza, deve ficar ainda melhor
na companhia de carnes vermelhas
assadas ou ensopadas. Álcool 13%. EM
VOCÊ SABIA QUE...
Cortona é uma DOC da Toscana
LA BRACCESCA ACHELO SYRAH especialmente voltada para tintos
2015 | AD 91 pts. elaborados a partir de Syrah?
Antinori / Winebrands (R$ 207)
REGIÃO/PAÍS: Toscana, Itália.

Tinto elaborado exclusivamente a


partir de uvas Syrah cultivadas em
Cortona, com estágio de 70% do
vinho durante seis meses em barricas DO MESMO
usadas de carvalho francês. Mostra PRODUTOR DO SEÑA
cassis e ameixas acompanhados de A chilena Arboleda é uma vinícola
notas florais, de ervas frescas e de boutique para os padrões chilenos,
especiarias picantes, que se confirmam além de ser uma das joias da coroa
no palato. Estruturado e equilibrado,
do grupo Errázuriz, de Eduardo
tem acidez vibrante, taninos de ótima
textura e final persistente, com toques
Chadwick.
minerais, de alcaçuz e de pimenta
negra. Álcool 14%. EM
BE ADEG
LU A
C

GRAN
GOLD

AD

90
pts

No Grand Gold desse mês, selecionamos


tintos recém-chegados ao nosso mercado,
que merecem ser conhecidos. Do Mai- AD
po, no Chile, vem o Reserva de Proprie- 90
pts
dad, um blend das melhores parcelas de
Carménère, Cabernet Franc e Cabernet AD
Sauvignon dos vinhedos da vinícola Haras
de Pirque. Partindo para o hemisfério nor-
91
pts

te, seguimos para o Douro, em Portugal,


ASCENDÊNCIA
para escolher uma cativante mescla de
ITALIANA
Além de possuir uma linda
castas autóctones portuguesas elaborada
vinícola em formato de
por, nada mais nada menos, que a famí- ferradura, a Haras de Pirque
lia Symington. Dali, vamos direto para a é parte, atualmente,
Provence, na França, onde descobrimos do grupo italiano
o Triennes Les Auréliens, um tinto sucu- Antinori.
lento e refinado, que comprova que essa
região não é somente lugar de rosados.

DUJAC E ROMANÉE-CONTI
Triennes é o projeto em conjunto
de dois dos maiores produtores
da Borgonha, Jacques Seysses,
fundador do renomado Domaine
Dujac, e Aubert de Villaine,
sócio do lendário Domaine de la
Romanée-Conti.

TRIENNES LES AURÉLIENS HARAS DE PIRQUE RESERVA DE RIO BELO RESERVA


ROUGE 2014 | AD 91 pts. PROPRIEDAD 2016 | AD 90 pts. TINTO 2015 | AD 90 pts.
Triennes / Clarets (R$ 149) Haras de Pirque / Winebrands (R$ 91) Symington Family Estates
REGIÃO/PAÍS: Provence, França. REGIÃO/PAÍS: Maipo, Chile. / Devinum (R$ 112)
REGIÃO/PAÍS: Douro, Portugal.
Tinto orgânico elaborado a partir de Este vinho é produzido seguindo as
um blend de Cabernet Sauvignon e práticas orgânicas e sempre com Tinto composto de 40% Touriga Franca,
Syrah, com estágio em barricas de as uvas mais emblemáticas da 25% Touriga Nacional, 15% Tinta Roriz,
carvalho francês do Domaine Dujac, propriedade. Blend de Carménère, 10% Tinta Barroca e 10% Tinta Amarela,
na Borgonha. Muito gostoso de beber, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, com estágio de nove meses barricas de
mostras notas florais, de ervas e de que resulta em um tinto franco e de carvalho francês. Fresco e estruturado,
especiarias picantes envolvendo sua fácil percepção e entendimento de seus mostra frutas vermelhas e negras
fruta, lembrando ameixas e amoras, aromas e sabores, que lembram cerejas, maduras acompanhadas de notas
tudo num contexto de refrescante além de tabaco e um pouco de madeira, florais, de ervas e de especiarias, que se
acidez, taninos de ótima textura e final assim como um toque de ervas confirmam na boca. Tem taninos de grãos
agradável e persistente, com toques aromáticas ao fundo. Álcool 13,5%. DP finos, ótima acidez e final persistente,
minerais. Álcool 13,5%. EM com toques de cassis e de grafite. Álcool
13,9%. EM
BE ADEG
LU A
C

LOMA GORDA CERVERA DE LA CAÑADA


2013 | JS 93 pts / AD 90 pts. GOLD
Bodegas San Gregorio / Grand Cru (R$ 95)
REGIÃO/PAÍS: Calatayud, Espanha.

Tinto composto de Tempranillo e Garnacha, com estágio de três


meses em barris de carvalho. Esbanja frutas negras e vermelhas
de perfil mais maduro acompanhadas de notas florais, terrosas,
defumadas e de especiarias, que se confirmam no palato. Redondo,
tem gostosa acidez e taninos de boa textura, que equilibram todo Esse mês, no Gold, a seleção é eclética,
esse lado frutado, pedindo mais um gole. Álcool 14,8%. EM misturando novidades do Velho Mundo,
com um clássico do Novo Mundo. Co-
ANDELUNA 1300 MALBEC 2016 | DES 90 pts / AD 89 pts. meçamos nosso trajeto em Valência, na
Andeluna / World Wine (R$ 79) Espanha, de onde trazemos o Castillo
REGIÃO/PAÍS: Mendoza, Argentina. Liria Crianza, prova de que essa região
espanhola é capaz também de produzir
Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Malbec, com qualidade. Continuando na Espanha,
estágio de seis meses em barricas de carvalho francês. De boa
viajamos até a pouco conhecida D.O. de
tipicidade e gostoso de beber, mostra ameixas e cassis envoltos
por notas de violeta e de especiarias. Carnudo e de bom corpo, tem Calatayud e escolhemos o Loma Gorda,
ótima estrutura, taninos macios, acidez na medida e final médio, um delicioso blend de Tempranillo e
confirmando o nariz. Álcool 12,9%. EM Garnacha, que vai mexer com sua cabe-
ça. Terminamos nosso passeio em Men-
doza, onde elegemos o argentino Andelu-
CASTILLO LIRIA CRIANZA 2012 | AD 89 pts.
na 1300, um Malbec cheio de tipicidade,
Vicente Gandia / La Pastina (R$ 77)
REGIÃO/PAÍS: Valência, Espanha.
que fará sucesso em qualquer churrasc
churrasco.

Tinto composto de Tempranillo e Syrah, com estágio de 12 meses


em barricas de carvalho francês. Num estilo mais clássico e
AD
gastronômico, mostra frutas vermelhas e negras acompanhadas
de notas florais, terrosas, de tabaco e de especiarias doces, que se
SC
ORCHAD
89
90 OS
DE

pts
confirmam na boca. Tem taninos macios e de boa textura, gostosa pts
acidez e final médio/longo, que pede a companhia de embutidos.
Álcool 12,5%. EM AD
JS

89 pts
93
pts

AD

90
pts

JOVEM AINDA
A D.O. Calatayud foi
ratificada em 1989 e é a mais
jovem e menor denominação
de origem de Aragón, na
Espanha.

DA FRANÇA PARA
A ARGENTINA
Apesar da origem francesa,
onde também é conhecida como
Cot, a Malbec se tornou a cepa
emblemática da Argentina.
BE ADEG
LU A
C

ARTESANO DE ARGENTO MALBEC 2017 | AD 88 pts.


SILVER Argento / Domno (R$ 50)
REGIÃO/PAÍS: Mendoza, Argentina.

Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Malbec, com breve passagem por
madeira. Acessível, fácil de entender e agradável de beber, mostra amoras e ameixas,
CNȌOFGVQSWGUHNQTCKUVQUVCFQUGFGGURGEKCTKCU0QRCNCVQEQPƒTOCQPCTK\VGO
VCPKPQUFGDQCVGZVWTCCEKFG\TGHTGUECPVGGƒPCNOȌFKQRGFKPFQCEQORCPJKCFG
carnes vermelhas grelhadas. Álcool 14%. EM
Neste mês, o time Silver traz tintos
de produtores renomados, elaborados
com as castas mais tradicionais em ATLÂNTICO TINTO 2017 | AD 88 pts.
seus países de origem. Do vale Cen- Casa Agrícola Alexandre Relvas / Cantu (R$ 47)
tral, elegemos o chileno Cono Sur REGIÃO/PAÍS: Alentejo, Portugal.
Bicicleta, um Carménère versátil e
gostoso de beber. Partindo para Men- Tinto composto de Alicante Bouschet, Aragonez e Syrah, com estágio de 10% do vinho
doza, na Argentina, selecionamos o em barricas de 400 litros, durante seis meses. O resultado é um vinho direto, frutado e
gostoso de beber, cheio de ameixas e amoras escoltadas por notas florais, herbáceas
Artesano, um Malbec frutado e fresco,
GFGGURGEKCTKCUFQEGU6GOVCPKPQUOCEKQUGƒPCNOȌFKQGCITCFȄXGNEQPXKFCPFQC
da Bodega Argento. Terminamos nos- mais um gole. Polivalente, pode acompanhar desde embutidos em geral até massas
sa jornada em Portugal, de onde vem escoltadas por molhos à base de carne. Álcool 13,5%. EM
o alentejano Atlântico, um delicioso
blend de Alicante Bouschet, Trinca-
deira e Aragonês. CONO SUR BICICLETA CARMÉNÈRE 2016 | AD 88 pts.
Cono Sur / La Pastina (R$ 59)
REGIÃO/PAÍS: Vale Central, Chile.

Tinto elaborado a partir de 85% Carménère e 15% de outras uvas, sendo que parte
do vinho estagia durante nove meses em carvalho. Com as notas de ervas e de
especiarias picantes, típicas da variedade, envolvendo as frutas, como ameixas e
amoras, esse é um vinho suculento e agradável de beber. Versátil, tem taninos macios
e acidez refrescante, podendo acompanhar aperitivos à base de carnes vermelhas ou
pratos mais condimentados. Álcool 13,4%. EM

AD

88
pts
CELEIRO
Contando hoje com mais de 22 mil
hectares de vinhedos, nas primeiras
AD
décadas do século XX o governo
88
AD

88
pts
pts queria fazer do Alentejo o “celeiro” de
Portugal e o vinho, na época, tinha uma
importância diminuta e destinava-se
essencialmente ao consumo local.

VOCÊ SABIA QUE...


um dos melhores e mais
conceituados enólogos da
atualidade, o italiano Alberto
Antonini é o consultor e um
dos responsáveis por elaborar
os vinhos da Bodega Argento?
BE ADEG
LU A
C

CLEARWATER COVE SAUVIGNON


BLANC 2017 | AD 90 pts. BRANCO
Clear Water Cove / Domno (R$ 91) AD

REGIÃO/PAÍS: Marlborough, Nova 89


pts
Zelândia.

Branco elaborado exclusivamente AD

a partir de Sauvignon Blanc, sem 90


pts
passagem por madeira. Cheio de
tipicidade e frescor, mostra aromas
de maracujá acompanhados de Neste mês, começamos nosso trajeto
notas herbáceas e de aspargos, AD em Marlborough, na Nova Zelândia,
além de toques florais e minerais. 90
pts
onde elegemos o surpreendente Clear-
Frutado e sedutor, tem acidez water Cove, um Sauvignon Blanc de
vibrante, boa textura e final carteirinha, que explica o porquê da
suculento, com toques salinos e fama dos Sauvignon neozelandeses.
cítricos. Ideal na companhia de De lá, viajamos até a Europa e che-
peixes brancos. Álcool 12,5%.
gamos no Alentejo, em Portugal, para
escolher o Rocim Branco, um blend
vibrante de Antão Vaz, Arinto e Vio-
ROCIM BRANCO sinho. Saímos da Península Ibérica
2017 | AD 90 pts. rumo à América do Sul e vamos até
Herdade do Rocim / World Wine (R$ o vale do Leyda, no Chile, de onde
116) trazemos o Leyda Reserva, um 100%
REGIÃO/PAÍS: Alentejo, Portugal. Chardonnay delicioso e cativante, com
as típicas frutas tropicais da variedade.
Branco composto de uvas Antão
Vaz, Arinto e Viosinho cultivadas
em solos arenosos, sem passagem
por madeira. Descontraído e
refrescante, mostra notas florais
e de ervas envolvendo os aromas IMPORTANTE
de frutas brancas e cítricas. Tem Marlborough é a principal e
acidez vibrante, textura agradável mais extensa região vitivinícola
e final médio/longo, com toques da Nova Zelândia, contando
salinos e de peras. Álcool 12,5%. EM com mais de 20 mil hectares de
vinhedos, o que corresponde a
aproximadamente dois terços do
total plantado naquele país.
LEYDA RESERVA
CHARDONNAY 2017 | AD 89 pts.
Viña Leyda / Grand Cru (R$ 75)
REGIÃO/PAÍS: Leyda, Chile.

Branco elaborado exclusivamente DO LOCAL


a partir de Chardonnay, sem A Viña Leyda, pertencente
passagem por madeira. De boa ao grupo San Pedro, elabora
tipicidade, mostra frutas brancas e majoritariamente brancos e
tropicais acompanhadas de notas tintos com uvas cultivadas no
florais, minerais e de ervas, que vale de mesmo nome, merecendo
também aparecem na boca. Tem destaque os vinhos a partir
acidez refrescante, textura cremosa das brancas Chardonnay e
e final médio/longo, com toques
Sauvignon Blanc e os tintos a
salinos e de abacaxi. Álcool 14%.
partir de Syrah e Pinot Noir.
EM

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QUEM DISSE | para BEBER e COMENTAR

“Uma carta de “Quero que as pessoas


vinhos que é apenas gostem do meu vinho,
uma lista de vinhos, mas, se não gostarem,
é chata!” que não gostem por
Paul Grieco, sommelier causa do vinho e não
da rolha – de algo
que escapa ao meu
controle”
Florent Baumard, produtor
“Muitas pessoas que gostam de
Borgonha sabem muito de vinho,
pois é mais difícil de entender
as especificações. Dentro de
um metro, pode-se mudar de
denominação. E elas são diferentes
apesar de estarem próximas. E você
sente as diferenças no vinho”
Paul Seysses, produtor

“A melhor
educação está
na garrafa. Beba
“Dizem que eu quantos vinhos
falei que posso diferentes você
lembrar de todos os puder – sem que
vinhos que provei. isso lhe prejudique
Nunca disse isso. financeiramente
Esqueci de todos os e no aspecto de
medíocres” saúde. Experimente
Robert Parker, crítico de vinhos novos varietais e
novas regiões”
Michelle Cleveland, enóloga

106 ADEGA >> Edição 160

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