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Effy Vaughn

#1 Asher

Série Boys South of the Mason Dixon

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Asher Copyright © 2014 Effy Vaughn

~2~
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~3~
SINOPSE

Os garotos Sutton - essas três palavras trazem um sorriso aos


rostos de mulheres de todas as idades, na pequena cidade de Malroy,
Alabama. Cinco irmãos que ajudam sua mãe a cuidar de sua fazenda
durante a semana de trabalho, e tiram as mulheres fora de suas
calcinhas com uma fala doce nos fins de semana.

Cada irmão tem uma história e, assim como com todas as


famílias e pequenas cidades, as suas histórias giram juntas em um
emaranhado que muda cada uma das suas vidas para sempre. Porque
para cada irmão vai chegar um momento em que ele tem que tomar a
decisão de continuar a jogar ou, finalmente, se tornar um homem.

Um GANHARÁ um presente que todo homem anseia.

Um deles será quebrado.

Um será perdido.

Um vai descobrir o que significa ser possuído.

Um vai fazer o sacrifício final.

~4~
A Série

Série Boys South of the Mason Dixon

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DIXIE MONROE

O saco de papel em minhas mãos estava sendo abusado.


O aperto de morte que eu tinha sobre ele desde o momento que
eu notei aquela velha azul caminhonete Ford puxando lentamente
através da luz fraca na rua principal estava fazendo minha mão ficar
dormente. Eu não estava pronta para ver a caminhonete. Ainda não.
Steel não tinha me avisado sobre isso.

Mas então... Steel não pode saber. Olhei por cima do ombro para
ver se a caminhonete estava indo pra que eu pudesse respirar de novo.
A pesada batida do meu coração acelerou quando vi a caminhonete
estacionar no estacionamento da Farmácia de Harrod. Ele estava
saindo.

Eu precisava olhar. Eu não quero que ele me pegue olhando para


ele. Era patético, realmente. Completamente patético. Asher tinha me
destruído. Eu não deveria me importar mais que seu rosto fosse bonito
e seu corpo era dos sonhos de qualquer mulher.

Antes que eu pudesse reunir o meu bom senso e autopreservação,


a porta da caminhonete abriu e pernas vestindo jeans gastado saíram
para a calçada. O cabelo escuro que eu costumava correr meus dedos
foi cortado, apenas realçando seu rosto perfeitamente esculpido. A
barba cobria seu queixo o fazendo parecer um anjo perigoso. A camisa
de flanela que ele usava estava desbotada e bem apertada sobre o peito.
Um peito que eu sabia muito bem que era além de perfeito.

— Não vá lá, Dixie, — Scarlet North, a minha melhor amiga desde


o ensino médio, sussurrou em meu ouvido. Sua mão segurou meu
braço e me puxou com força suficiente para tirar o meu olhar de Asher.

— Mau! Lembre-se disso, Dixie. Ele é mau! Mais bonito do que


qualquer homem tem o direito de ser, mas pura maldade. Você sabe
disso. Além disso, não se esqueça de Steel, — ela disse em uma voz tão
baixa para que só eu pudesse ouvi-la.

Fofoca em uma pequena cidade era ruim. Em Malroy, Alabama,


era muito pior. Este lugar é o centro da fofoca. Todo mundo sabia de
tudo. Havia uma boa chance de que as pessoas estivessem espreitando
para fora de suas janelas para ver se eu iria sequer olhar na direção de
Asher. Foi falado muito nesta cidade sobre nós dois para durar uma

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vida. E dois anos na faculdade não mudou nada. Asher Sutton me
odiava. E eu não tinha ideia do por quê.

— Eu não sabia que ele estava voltando para casa, — eu disse


simplesmente, tentando acalmar o meu ritmo cardíaco com a visão dele.
Eu não tinha visto ele em muito tempo. Ele não tinha voltado para casa
no verão passado. Ele tinha ficado em Gainsville, Flórida, e tido aulas
de verão na Universidade ao invés.

— Ele provavelmente está aqui apenas para ver a mãe dele. Ele
vai sair em breve. Steel teria te dito se Asher estivesse voltando para
casa para o verão, — Scarlet me assegurou.

Eu consegui balançar a cabeça e segurei a bolsa perto de mim


como se fosse um escudo. Asher estava de volta. Eu não tinha certeza
de como lidar com essas informações. O que eu deveria esperar dele?
Será que ele continua fingindo que eu não existo? Ele poderia até
mesmo fazer isso agora? Steel disse a ele? Será que Asher se importa?

Não, eu sabia a resposta. Asher não se importaria em tudo. Ele


deixou bem claro para toda a cidade que ele não me queria. Ele não se
importava comigo. Ele estava farto de mim. Passei de a outra metade do
‘casal de ouro’ para a menina descartada que deve ter feito algo terrível
para Asher para ele terminar com ela de forma tão rápida e fácil.

Certa vez, ele tinha sido meu porto seguro. Eu estava segura em
seu amor. Eu dei a minha inocência para ele, pensando que só seria
dele para sempre. Então um dia ele me rejeitou. Aconteceu
completamente do nada.

As pessoas que eu achava que eram meus amigos viraram contra


mim também, pois todos acreditavam que isso deve ter sido minha
culpa. Todos eles adoravam a estrela do futebol que colocou nossa
cidade no mapa. Asher Sutton levou sua equipe para um Campeonato
Estadual e ganhou dois anos seguidos. Ele não podia fazer nada errado.

Sem dizer uma palavra, ele virou todos contra mim.

Todos, exceto Scarlet.

— Ele é um idiota gigante. Cheio de si mesmo. O grande e


poderoso Sutton, — ela rosnou.

Revirei os olhos e me virei para olhar para ela. — Não aja como se
ser um menino Sutton fosse uma coisa ruim. Você é tão apaixonada por
Brent Sutton que você não consegue enxergar direito, — eu apontei.

~7~
Ela sorriu e deu de ombros. — Sim. Bem, nem todos os meninos
Sutton são ruins. Só isso.

Eu concordei com ela. Os meninos Sutton foram uma grande


parte da minha vida. Eles sempre seriam. Nossas fazendas eram ao lado
da outra. Nossas famílias estavam entrelaçadas.

Olhei para o pequeno diamante na minha mão esquerda, uma vez


que brilhava a luz do sol. — Não, eles não são de todo ruins, — eu
disse.

Scarlet soltou um suspiro e balançou a cabeça. — Por que você


está usando isso? Eu pensei que você estava pensando sobre isso.

Voltei a olhar para a caminhonete azul, incapaz de agir como se


ele não estivesse lá. Meu coração torceu dolorosamente. Ele ainda tinha
alguma influência louca sobre mim e isso era injusto. — Eu queria ver
como era, — eu admiti antes de olhar de volta para o anel que Steel
tinha me dado há duas semanas. Não tinha sido uma proposta
tradicional. Mas, então, nosso relacionamento era complicado. Aquela
caminhonete azul me lembrou do por que eu não tinha sido capaz de
dizer sim a Steel.

— Pare de olhar, — Scarlet rosnou em frustração.

— Você acha que ele vai saber... Sobre o anel, eu quero dizer? —
perguntei. Só Scarlet tem que ver o quão incrivelmente vulnerável Asher
me fez.

— Oh, Dixie, — ela suspirou e me puxou para um abraço. — Você


sabe que ele não vai. Já se passaram três anos. Você tem que deixar
Asher ir. Para o seu bem.

Fecho os olhos e deixo que ela me abrace um segundo, porque eu


senti que precisava de apoio. Ela estava certa. Ela estava sempre certa.
— Como posso esquecer? — o arranhar em minha voz só fez Scarlet
suspirar novamente.

— Se deixe amar Steel. Ele ama você. Seja a garota que ele
merece, — disse Scarlet e depois ela se afasta para olhar para mim.
Ambas suas mãos estão nos meus ombros quando ela me olha nos
olhos. — Asher Sutton quebrou você. Esqueça ele. Steel Sutton te
adora. Ele não é nada como seu irmão. Ele te deu um anel, querida. É
hora de deixar seu coração ir pelo antigo menino Sutton e se apaixonar
pelo Sutton que merece a sua beleza.

~8~
ASHER SUTTON

Mamãe não tinha me dito que o médico queria colocá-la


em uso de medicação de pressão arterial. Eu tinha permanecido
calmo enquanto Frank Harrod me disse o quanto estava feliz que
mamãe tinha decidido tomar o medicamento. Ele tinha ouvido falar
sobre quão perigoso era na idade dela não tratar a pressão arterial
elevada. Por que o maldito doutor John não tinha me ligado antes?

Eu puxei a minha caminhonete no caminho de cascalho fora da


casa que eu cresci e respirei fundo. Eu não tinha estado aqui desde o
Natal. Mesmo assim, a minha visita tinha sido curta. Eu queria correr
para o mais longe possível daqui. As memórias me assombravam
demais quando eu chegava perto deste lugar.

A batida forte me assustou e eu empurrei minha cabeça para ver


Bray sorrindo como um tolo. — Você está em casa, filho da puta! —
disse ele segurando a porta onde a janela foi rolada para baixo.

Bray era apenas 12 meses mais novo que eu e vê-lo sorrir era
raro. Ele era um dos dois. Brent era seu irmão gêmeo e ele era o feliz.
Um sorriso sempre estava no rosto de Brent enquanto Bray
normalmente franzia o cenho. Não era muito animado esse meu irmão
mais novo. Isso só me fez sentir culpado por ficar fora tanto tempo.

Abri a porta e peguei o saco com os remédios que eu tinha


apanhado, destinados a forçar mamãe a começar a tomar. Eu não podia
perdê-la. Havia um monte de merda na minha vida, mas minha mãe era
a única pessoa que eu dependia de estar lá. Eu diria que ninguém sabia
que eu era o menino da mamãe, mas a verdade é que todo mundo
sabia. Mas não era só comigo. Todos os meus quatro irmãos amavam
nossa mãe. Ela era a nossa casa. Sabíamos disso, enquanto ela estava
aqui em casa, tínhamos um lugar para correr.

— Não parece muito animado em me ver. Eu poderia pensar que


você sentiu saudade de mim, — eu provoquei Bray, que apenas sorriu
ainda mais. Ele nem sequer tentou esconder o fato de que ele estava
feliz em me ver.

— Porra. Estou feliz por você estar aqui. Já era hora de você
voltar para casa.

— Inferno! Esso não pode ser meu irmão perdido há muito tempo
que acha que é muito bom para voltar para casa, — disse Brent

~9~
gritando da varanda da frente antes de pegar o corrimão e balançar as
pernas em um movimento rápido que todos nós tínhamos aperfeiçoado
ao longo dos anos. Quando seus pés tocaram o chão, ele tomou vários
passos largos antes de me agarrar e me puxar para um abraço.

Este era o gêmeo feliz. Tudo estava bem com o mundo. Tão
contente quanto Bray tinha estado em me ver, ele não tinha ficado tão
animado como Brent. Ele me deu um tapa nas costas e deu um passo
para trás. — Mamãe vai ser a mulher mais feliz de Malroy, — disse
Brent.

— Não, a mulher mais feliz de Malroy é Jenny Wilson. Passei uns


bons 30 minutos com a cabeça entre as pernas dela na noite passada,
— Bray disse.

— Cara, porra, você não acabou de dizer isso, — respondeu


Brent.

Eu só balancei a cabeça e ri. Eu senti saudade disso. Estar longe


da minha família era tão difícil. Incapaz de me ajudar, eu levantei meu
olhar para olhar sobre o campo em direção à cerca branca que cercava
a casa apenas sobre a colina. Gostaria de saber se ela ainda estava
morando em casa com os pais dela. Se ela parecia mais velha... Eu
balancei minha cabeça. Foda-se. Isso é tão fodido. Só aqui isso chegava
até a mim. Eu não podia pensar nisso.

— Mamãe está lá dentro fazendo um pouco de geleia de morango.


Ela não vai deixar nenhum desses morangos irem para o lixo, então ela
está trabalhando nisto tem dias. Vamos ter boa geleia de morango velho
em nossos biscoitos durante todo o ano, — disse Brent, com seu sorriso
de covinhas.

— Com você em casa, podemos conseguir que ela use algumas


dessas frutas para fazer para a gente algumas tortas. Senti falta dessas
tortas, — Bray saltou.

Eu queria falar com mamãe sozinho. Esta merda com ela não
querendo tomar os remédios era séria e eu tinha que acertar as coisas.
Então eu precisava sair. Correr como o diabo, porque agora tudo o que
eu queria fazer era olhar para trás para aquela cerca branca esquecida.

— Onde está Steel e Dallas? — eu perguntei a Brent quando ele


veio ao meu lado e nós andamos em direção à varanda.

— Uh, — ele respondeu e voltou a olhar para Bray antes de


responder. Eu conhecia aquele olhar. Alguma coisa estava acontecendo.

~ 10 ~
Foda-se. Eu tinha estado fora por muito tempo. Que outra merda eu
preciso corrigir antes que eu possa sair?

— Uh, provavelmente na loja de ração. Estávamos com falta de


algumas coisas. Steel disse que ele iria buscar. Claro que Dallas foi com
ele. A caminhonete branca está com eles, — respondeu Brent. Ele
estava mentindo. Seu tom de voz distante mostrava isso.

— Filho da puta, chupa essa porra, — disse Bray balançando a


cabeça e passando por nós. Ele tomou dois degraus de cada vez, em
seguida, foi para a porta da frente como se estivesse com pressa de ir
embora.

— O que eu estou perdendo aqui? Porque eu com certeza estou


perdendo alguma coisa. — eu disse parando nos degraus e olhando da
expressão de Brent como um cervo pego nos faróis olhando para Bray
com as costas rígidas.

— Basta dizer a ele, — disse Bray sem olhar de volta para mim.

Brent não disse nada e todos nós ficamos ali parados por alguns
instantes. O silêncio era ensurdecedor. — Se há algo errado com um
deles, eu preciso saber porra, — eu disse com um rugido zangado
apenas sob a minha respiração.

Bray tirou a mão da porta e se virou para olhar para mim. A


hesitação que eu tinha visto no rosto de Brent não estava em seu
gêmeo. Havia um olhar irritado em seu lugar. — Eles estão bem. Todo
mundo está fodidamente fantástico. Então, se acalme, — disse ele
mudando seu olhar de mim para o quintal atrás de mim. Eu podia vê-lo
tentando controlar seu temperamento. Isso era outra coisa que ele e
Brent eram diferentes. Brent não perdia isso facilmente. Inferno, você
teve sorte, se você realmente pode irritá-lo. Mas Bray... Ele era uma
arma carregada. Ele socava alguém muito fácil. Eu tinha afiançado sua
bunda longe de problemas mais vezes do que gostaria de admitir.

— Onde estão eles? — eu repeti olhando para Bray.

Bray não olhou de volta para mim. O músculo em sua mandíbula


endureceu enquanto ele manteve seu olhar sobre o pátio vazio. Ele
estava pensando em tudo o que quer que fosse. Eu não gosto de ficar
esperando, mas eu também não queria voltar para casa e acabar em
uma briga no quintal da frente com meu irmão antes mesmo de dar à
minha mãe um abraço.

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— Steel está namorando Dixie por quase um ano agora, — disse
Bray com calma, mas o aviso não foi perdido em sua voz. Ele estava
protegendo o nosso irmão mais novo. Mas ele não tinha ideia do que
estava protegendo ele.

Meu mundo parecia que tinha acabado de ser enviado girando,


agarrei o corrimão ao meu lado para me equilibrar. Isso não estava
acontecendo. Eu tinha ido embora para proteger um segredo... Para
proteger Dixie. Mas isso... Santa merda.

Eu poderia não destruí-la, mas não consegui... Isso não poderia


estar acontecendo, porra. Eu tinha perdido tudo. Eu tinha caminhado
pelo inferno e eu ainda estava andando através dele diariamente. Cada
sonho em que ela apareceu, me lembrou de que ninguém jamais seria o
suficiente. Decepção tinha arruinado minha vida. Eu não iria deixar
isso arruinar ela e eu com certeza não iria deixar isso arruinar o meu
irmão mais novo.

— Não estrague tudo para ele. Ele adora você. Ele faria qualquer
coisa por você. Mas ele a ama. Não estrague tudo para ele, — disse Bray
quando ele olhou para mim.

Ele não sabia o que ele estava dizendo. Nenhum deles sabia,
ninguém sabia, apenas eu. Eu não estava prestes a perder as minhas
coisas por causa de ciúmes. Eu tinha aprendido a conviver com o ciúme
que me comia vivo toda hora em que eu pensava em alguém tocando
nela.

— Será que eles... — eu não poderia mesmo dizer isso. Minha


garganta fechou e eu queria gritar com a crueldade deste mundo. O
aperto no meu peito e raiva batendo em minhas veias eram as emoções
que eu conhecia bem. Emoções que eu não deveria estar sentindo. A
ideia de Dixie dormindo com outra pessoa me destroça, mas então eu
estava vivendo esse pesadelo durante três longos anos de merda. O fato
cruel e injusto era que eu não deveria estar todo ciumento. Eu deveria
estar doente. Eu deveria estar horrorizado que manter minha boca
fechada levou a isso. Eu deveria ser a porra de um monte de coisas,
mas tudo que eu conseguia pensar era em Steel tocando minha Dixie.

— Porra! — eu rugi antes de correr de volta para o quintal


precisando de distância de todos. Meu coração estava batendo tão forte
que parecia que estava prestes a bater fora do meu peito. A gama de
emoções agitadas bateu na minha cabeça. — Filho da puta, que inferno!
— eu gritei jogando o saco de remédios da minha mãe no chão e
agarrando minha cabeça para impedi-la de explodir.

~ 12 ~
Meus joelhos ficaram fracos e eu desisti quando me agachei
descansando os cotovelos nas coxas e segurando minha cabeça com a
dor que passou por mim. A dor que eu tinha tentado tão duramente
escapar. Eu tinha acabado de salvar a mim e a ela. Estar aqui era
muito difícil. Mas, a fim de salvá-la da mesma dor que me assombraria
pelo resto da minha vida, eu tinha deixado o meu irmão entrar no
mesmo pecado horrível. Eu não tinha protegido ele. Santo inferno, como
eu poderia dizer isso a ele? Como eu poderia deixar ele se transformar
neste escudo de uma pessoa que eu havia me tornado?

— Asher? — a voz de mamãe soou alta e clara sobre o jardim da


frente e deixei minhas mãos caírem enquanto eu olhava para ela. Ela
estava em pé na varanda da frente com seu avental e as mãos nos
quadris. O olhar pisado no rosto dela significava que ela estava
chateada. As manchas vermelhas marcadas em todo seu avental me fez
lembrar de momentos felizes. Dias em que furtar comida da mamãe era
o único problema que eu tinha.

— Vocês dois tiveram que ir e dizer a ele antes mesmo que ele
chegasse à porta? Seus merdinhas. Eu não vejo o meu filho desde o
Natal e vocês o perturbam, — mamãe repreendeu Bray e Brent antes de
balançar a cabeça e apontar para mim. — Levante-se daí, pelo amor de
Deus. Você é grande demais para agir como uma criança de cinco anos
fazendo birra. Venha ver a sua mãe e depois me diga por que diabos
você sumiu e trouxe remédios para mim sem que eu pedisse. Vou te
fazer uma torta enquanto você explica, — disse ela em um tom que
todos nós sabíamos que soava irritada. — E vocês dois, — disse ela
acenando a toalha em suas mãos entre os dois. — Vocês deviam se
envergonhar. Não é a maneira de fazer as coisas.

Levantei-me deixando a dormência correr em cima de mim. Era a


única maneira que eu poderia passar por isso. Eu tomei uma decisão
há três anos na qual o meu irmão iria agora pagar o preço. O buraco
negro no meu peito, onde o meu coração costumava estar, cresceu
ainda mais quando peguei o saco de remédios da mamãe. Sem me
deixar pensar mais nisso, eu andei lentamente de volta para a varanda
e para os braços abertos da minha mãe. Quando seu um metro e
setenta me segurou com força, lágrimas brotaram dos meus olhos. Eu
não tinha chorado desde a noite em que eu percebi que tinha perdido
tudo. Ou, mais precisamente, a noite que eu percebi que isso nunca
tinha sido meu. Mas ter mamãe me abraçando me fez querer quebrar.

~ 13 ~
DIXIE MONROE

Eu estava na varanda com vista para o campo. Eu só


podia ver o telhado da casa dos Sutton porque ele estava do
outro lado da colina. Mas eu sabia o que estava lá. Eu estive por aqui
muitas vezes e deixei o meu olhar se estabelecer sobre o telhado de
zinco. Memórias sempre voltam para mim, me assombrando e
quebrando meu coração tudo de novo.

Quando eu tinha esbarrado em Steel em agosto do ano passado


do lado de fora do supermercado, eu tinha deixado cair a minha sacola
e seu conteúdo tinha rolado livre fazendo nós dois corrermos para
alcançá-los. Quando Steel tinha agarrado a lata de sopa e a entregado
para mim, o sorriso em seu rosto tinha sido tão semelhante ao de Asher
que tinha tomado o meu fôlego.

Steel tinha estado na minha sala na escola. Ele era o menino


Sutton que eu deveria ter crescido afeiçoada, mas ele não tinha sido.
Asher tinha sido tudo o que eu podia ver. Desde o momento em que eu
fiz 13 anos e ele tinha me dado uma carona para a escola em sua
caminhonete, eu tinha sido completamente consumida por ele.

Ele não se sentia da mesma maneira, é claro. Eu era muito jovem


para ele na época. Mas havia crescido percorrendo os mesmos campos e
nadando no mesmo riacho. Ele era meu amigo. Mesmo que ele era o
garoto mais popular da cidade.

Esse ano todo eu tinha o adorado de longe. Quando ele


perguntava se eu precisava de uma carona, eu sempre disse que sim.
Então no verão antes da nona série, meu corpo decidiu se transformar.

No meu primeiro dia de escola, Asher tinha sido a minha sombra.


Se algum cara olhasse em minha direção, sua presença os fazia fugirem
correndo. Eu adorei. Porque eu o amava. Ele ficou ao meu lado na hora
do almoço e sempre me deu uma carona para a escola. Quando ele
perguntou se eu queria esperar por ele terminar o treino do futebol para
que ele pudesse me levar para casa, eu tinha dito que sim. Estar perto
de Asher era tudo que eu sempre quis.

Não foi até em fevereiro, quando fiz quinze anos e que Asher
Sutton me apoiou contra a sua caminhonete e colocou as mãos em cada
lado de mim que eu sabia que tudo estava prestes a mudar. Seus lábios
tocaram os meus e eu me iluminei como um fogo de artifício. Nós

~ 14 ~
éramos inseparáveis depois disso. Ele conseguiu uma bolsa de futebol
na faculdade júnior local em vez de ir para uma faculdade maior apenas
para que ele pudesse estar perto de mim. Ele disse que ia esperar por
mim. Quando me formei, ele poderia sempre ir a uma faculdade grande,
então.

Mas isso não aconteceu. Nada disso aconteceu.

Certa noite, ele estava me amando e dizendo que me queria para


sempre. No dia seguinte, ele não podia me olhar nos olhos. E ele nunca
me disse por quê.

O triturar de cascalho sob os pneus me tirou do transe que eu me


deixei cair. Eu olhava contra o sol para ver a caminhonete branca de
Steel descendo a unidade. Ele estava aqui para me dizer que Asher
estava em casa. Eu esperava esta visita. Eu só não sabia o que ele
queria fazer. Quando Asher tinha voltado para casa para o Natal, eu
tinha ido para Oklahoma para minha avó. Eu não tinha tido corajem
para enfrentá-lo depois. Mas agora... Se Asher estava em casa, eu teria
que enfrentar isso. Encará-lo e meu relacionamento com Steel.

A caminhonete parou e vi como Steel saltou se levantando do


caminhão. Seu jeans desgastado parecia bom para ele, mas ele não se
compara com Asher. Não na aparência. Ninguém o faz.

Sacudi-me mentalmente para fora desse pensamento, me odiando


por isso. Steel não merecia isso. Não de mim. Não quando ele tinha sido
tão bom para mim.

— Ei. — eu disse forçando um sorriso que eu não senti quando


Steel subiu os degraus da varanda. Sua expressão séria estava em mim.

Ele abaixou a cabeça por um momento e, em seguida, deu uma


pequena sacudida antes de olhar para mim. — Você já sabe, não é? —
eu não acho que foi realmente uma pergunta. Eu tinha certeza que
estava na minha cara.

Eu apenas assenti.

Ele soltou um suspiro profundo e enfiou as mãos nos bolsos da


calça jeans. — Eu não o vi ainda. Bray me ligou para me avisar que ele
estava aqui e ele sabe. Bray disse a ele.

Ele sabia. Sobre nós? Havia um milhão de perguntas que eu


queria perguntar: porque Bray disse e como ele reagiu. Mas não o fiz.

— Ok. — foi tudo o que eu disse.

~ 15 ~
Steel deu mais um passo até que ele estava de pé há apenas
alguns centímetros de mim. Seus olhos azuis se pareciam tanto com
Asher, mas a cor dourada de seu cabelo era diferente. — Nós vamos ter
que enfrentá-lo. Nós dois. Bray não acha que ele vai sair em breve e eu
não quero que ele saia. Eu sinto falta dele, você sabe. Eu quero que ele
volte. Eu sei que mamãe quer que ele volte. Eu acho que ele precisa de
nós. Então, essa coisa entre mim e você, — disse ele com um pequeno
sorriso nos lábios, — é algo com o qual ele vai ter que lidar. Eu acho
que ele vai ficar bem. Nós só precisamos acabar com isso. Vocês dois
terem um encerramento...

Encerramento. Isso era algo que Scarlet tinha dito que precisava
há três anos agora. Qual foi o encerramento realmente? Se Asher me
disse por que ele deixou de me amar, teria realmente fazer tudo melhor?
Será que eu, então, seria capaz de seguir em frente? Eu duvidava
seriamente. A ferida que iria rasgar nunca poderia se curar. Pelo menos
agora acabou e eu estava vivendo novamente.

— Vamos lá, baby. — disse ele estendendo a mão para pegar


minha mão e me puxar suavemente em direção a ele. — Ele é meu
irmão mais velho. Eu quero que isso esteja bem com a gente e ele.
Porque eu amo vocês dois.

Sua crença sincera que eu poderia viver a vida com ele enquanto
eu permanecia metade de uma pessoa, porque o meu coração tinha sido
danificado tão mal por Asher que não poderia ser reparada, mostrou o
quanto ele não sabia sobre mim.

— Você vai passar um tempo com seu irmão. Nós vamos lidar
comigo levando as coisas depois de ter apanhado. Eu não quero deixar
ninguém desconfortável.

Steel pressionou um beijo no topo da minha cabeça. — Ele vai


ficar bem com isso. Quando ele perceber o que eu sinto, tudo vai ser
bom. Eu prometo.

Eu sabia que Steel acreditava completamente nisso e eu deixei.


Talvez ele estivesse certo. O que eu sabia? Não que Asher verbalmente
disse que me odiava. Ele simplesmente nunca me reconheceu
novamente. Quando eu tinha ido para a casa dele, depois de ligar para
ele várias vezes e ele não atender, ele olhou através de mim. Então, ele
tinha me deixado. Ele tinha ido para ficar com seu tio no Texas por um
mês. Ninguém tinha uma resposta para mim. Todos olharam para mim
com piedade em seus olhos.

~ 16 ~
Quando Asher voltou, era como se ele não soubesse quem eu era.
O Asher que me amou tão ferozmente foi embora. Em seu lugar, voltou
essa pessoa fria e sem emoção. Meu Asher nunca mais voltou. Este
permaneceu. Este terminou a faculdade júnior, ganhou uma bolsa para
a Universidade da Flórida e saiu sem olhar para trás.

E eu... Eu ainda estava tentando agarrar a minha saída do


desespero. Apenas quando eu pensei que eu tinha conseguido, ele
caminhou de volta para a minha vida. Mas por quanto tempo?

~ 17 ~
ASHER SUTTON

Dallas tinha deixado seu cabelo preto crescer muito e


agora estava preso em um rabo de cavalo. Quando eu estava em
casa para o Natal, ele estava prendendo-o atrás das orelhas, mas não
tinha sido puxado para trás ainda. Ele tinha os olhos verdes de nossa
mãe e coloração de nativo americano. Ela sempre disse que Dallas era o
bebê mais bonito do lote.

Ele também foi mimado pra caralho por todos e quaisquer


fêmeas. Incluindo a minha mãe. Tomei um grande gole do copo de leite
que mamãe tinha me dado e dei um sorriso para meu irmãozinho. Ele
estava ansioso para Steel voltar porque Dallas pensou que eu ia brigar
com ele. E Dallas adorava uma boa briga. O menino colocava apostas
em lutas subterrâneas o tempo todo e ele pensou que eu não sabia
sobre isso. Estúpido filho da puta. Eu sabia de tudo o que ele fez. Eu
poderia estar à milhas vivendo longe, mas, eu mantive o controle sobre
todos eles. Com exceção de Steel, aparentemente. Ninguém estava
disposto a admitir para mim que Steel estava vendo Dixie.

— Quer outra torta? — mamãe me perguntou, olhando por cima


do ombro enquanto ela colocava outra na frigideira.

— Não, obrigado. Eu estou bem.

— Eu quero uma, mamãe. Lutar me deixa com fome, — Dallas


falou lentamente, e Brent o empurrou, fazendo-o tropeçar de lado, ele
gargalhou com o riso.

— Não há briga nenhuma acontecendo por aqui. E vocês dois


parem de ser ásperos na minha cozinha, — mamãe franziu a testa para
Brent e Dallas.

— Ainda posso ter outra torta? — perguntou Dallas. Sério? Ele


tinha dezessete anos e ele estava fazendo um fodido beicinho sobre uma
torta frita?

— Claro. Vá se sentar e seja bonzinho, — respondeu ela e Dallas


piscou para ela, fazendo-a revirar os olhos e voltar a fritar a torta.

— Você é um merda, você sabe disso, não sabe? — eu disse


quando ele puxou uma cadeira e a virou antes de montar nela.

— Senti sua falta, — ele respondeu usando seu charme em mim


como ele fazia com o resto do mundo.

~ 18 ~
— Seu rosto bonito não funciona comigo, — eu respondi e tomei
outro gole do meu leite.

— Ele está aqui, — Bray anunciou quando ele entrou na cozinha.


— Acabei de o ver subir. Você vai jogar limpo? — ela me perguntou,
olhando diretamente para mim.

Eu não estava com raiva de Steel. Eu estava com raiva porque


essa merda ia tocá-lo também. Ele seria mudado para sempre, assim
como eu tinha sido. Eu queria mantê-los a salvo, mas eu não tinha
conseguido. Ir embora não ajudou nada. Isso tinha acabado de fazer a
coisa ainda pior.

— Eu estou calmo, — eu respondi quando percebi que todos os


quatro pares de olhos estavam em mim.

A porta de tela se abriu novamente e desta vez foi Steel que


entrou. Ele olhou para mim e parou. Ele veio com um olhar
determinado, mas agora que ele estava realmente aqui, ele parecia
nervoso.

— Finalmente você chegou em casa, — eu disse casualmente, em


seguida, me levantei.

Ele deu um passo para trás.

— Eu não te vejo desde o Natal, — eu disse fechando o espaço


entre nós e puxando ele para um abraço. — Senti sua falta, irmão.

A tensão em seus ombros relaxaram quando ele me abraçou de


volta. — Que bom que você está em casa, — ele finalmente disse, e
parecia que ele estava falando sério.

— Awww! Porcaria, — Dallas lamentou e amaldiçoou na frente de


mamãe. — Eu estava esperando por alguma ação. Vocês dois vão ficar
todo melosos e tal.

— Pare de ser um idiota, — Bray rosnou para Dallas.

Mamãe virou e apontou a colher em Bray. — Você diz ‘idiota’ na


minha cozinha mais uma vez e eu vou mandar você para a loja para
comprar alguma porcaria. Me entendeu rapaz?

Mamãe não parecia se importar que nós fôssemos crescidos


agora. Ela tratou a todos como se nós ainda fôssemos seus meninos.
Bray assentiu e murmurou um pedido de desculpas. Uma vez, ele tinha
chamado Brent de filho da puta e mamãe o levou ao supermercado e o

~ 19 ~
fez comprar seus tampões. Quando chegaram ao caixa, ela o fez
entregá-los ao caixa e, em seguida, levar o saco uma vez que a senhora
tinha ensacado eles. Para um menino de treze anos de idade, tinha sido
traumático. Mas Bray nunca mais chamou alguém de filho da puta na
frente da mamãe novamente. Na verdade, ele não usou essa palavra de
novo, até que ele finalmente conseguiu alguma buceta 1 alguns anos
mais tarde.

— Uma vez que estamos todos juntos e todo mundo está bem, por
que não deixar mamãe para seus programas de televisão e uma garrafa
de vinho e aproveitar esta festa no Jack. É o aniversário de Karly Walsh,
estão todos indo para lá hoje à noite. — Brent disse quando seus olhos
encontraram os meus. Eles ainda não confiam em mim para eles saírem
e perderem alguma coisa, caso eu decida dizer algo para Steel.

— Soa bem! Eu tinha esquecido sobre a festa de Karly, — Dallas


disse, pulando para cima com um grande sorriso bobo que as mulheres
adoravam.

— Viram? Ele não é velho o suficiente para ir com vocês ao Jack,


— mamãe disse olhando incisivamente para mim. Ela sempre esperava
que eu os mantivesse a salvo e fora de perigo. Mesmo após eu ter ido,
ela ainda se virava para mim para eu cuidar deles quando eu voltava
para casa.

— Eu vou mantê-los fora da cadeia, — eu prometi, quando todos


nós nos levantamos e nos dirigimos para a porta.

— Tome esta torta frita, — mamãe chamou Dallas, que se virou e


pegou a torta de morango frita que ela tinha embrulhado em um
guardanapo para ele. Ele beijou a bochecha dela, e ela sorriu para os
1,90 m de seu bebê e acariciou seu rosto.

Algumas coisas nunca mudam. Exceto o fato de que meu


irmãozinho era agora tão alto como eu.

1Do original pussy, que quer dizer tanto filho da puta, idiota, como buceta mesmo.
Então deixei as outras como filho da puta e essa como buceta.

~ 20 ~
DIXIE MONROE

A mão de Steel estava apertada ao redor da minha cintura


enquanto caminhávamos para Jack. Ele me mandou uma
mensagem para encontrá-lo aqui. Jack era um bar, mas era também
um salão de bilhar. Todo mundo vinha aqui para jogar sinuca. E eles
não servem álcool a menores de idade, ou pelo menos foi o que
disseram a todos. Eu já tinha visto uma garçonete trazer a um menino
Sutton uma cerveja mais de uma vez na minha vida. Quando eu dirigi
para cima e vi a caminhonete de Asher lá fora, liguei para Steel. Ele veio
para me buscar. Ele me assegurou que Asher estava bem com nós
estarmos juntos e ele tinha sido só sorrisos.

Seria errado de minha parte me sentir decepcionada que Asher


estava feliz que eu estava com o seu irmão? Eu não deveria querer que
ele estivesse bem com isso? Steel me amava. Steel queria casar comigo.
Steel não ia me jogar fora como o lixo de ontem.

Mas...

Asher estava em casa.

Olhei para a multidão. Eu poderia mentir e dizer a mim mesma


que eu não estava olhando para Asher, mas eu estava. Eu precisava vê-
lo. Eu tinha que lidar com isso. Se ele está bem comigo namorando
Steel, então bem. Bom para ele.

Gargalhadas do Brent me chamou a atenção e eu sabia que


Scarlet estava com ele, mas meus olhos não procuram Brent ou Scarlet.
Eles procuraram Asher. Ele estava sentado em um banco do bar
segurando um taco de sinuca, enquanto observava Brent insultar Bray.
O sorriso no rosto de Asher não era como o de quem eu tinha tanto
amado. Em vez disso, era triste. Será que chegar em casa o fez triste?
Porque ele quis voltar para casa? Uma vez, eu teria sido capaz de
envolver meus braços em torno dele e perguntar o que estava errado e
ele teria me dito.

— Quer uma Coca-Cola? — Steel perguntou quando ele me puxou


na direção de seu irmão.

Eu não tinha certeza do que eu queria.

Eu balancei minha cabeça e Steel se inclinou para beijar o topo


da minha cabeça. — Juro, babe, está tudo bem, — ele sussurrou.

~ 21 ~
Ele pensou que eu estava preocupada com Asher estar chateado.
Eu estava realmente preocupada sobre como eu iria reagir a estar perto
de Asher novamente. Eu seria capaz de respirar? Será que o meu
coração ia explodir? Eu poderia fisicamente fazer isso? Eu olhei para
Scarlet, mas eu só vi Brent.

Brent olhou para cima da mesa de sinuca, onde ele estava


assistindo Bray afundar uma bola e seu sorriso vacilou. Ele não tinha
certeza sobre isso também. Ótimo. Steel estava errado sobre isso? —
Acho que estamos todos juntos novamente. Maldito tempo. Scarlet está
a caminho, — disse Brent com um sorriso, então ele piscou para mim
antes de pegar um taco e ir caminhando até a mesa.

Bray se levantou e olhou para mim. Sua carranca preocupada me


disse que não estava de acordo com essa ideia. Bem, nem eu, isso era
algo que Steel queria.

— Ei, Em, por que você não vem entreter Asher enquanto eu tomo
o lugar dele neste jogo, — Bray chamou Emily James. Maldito. Ele
estava fazendo isso de propósito? Eu tinha visto Emily James dando
encima de Asher durante um ano inteiro, ela ofegava atrás dele há
anos. Eu odiava isso, então a ideia fez minha pele arrepiar agora.

— Que diabos, nunca, — disse Steel sorrindo. — Se Asher está


fora, então eu também. Você teve sua vez. — Steel me deixou perto da
mesa de bilhar. Minha rede de segurança foi embora.

Recusei-me a olhar para cima para Asher e Emily fodida James.


Eu sabia que ela era alta, com pernas mais longas do que a média do
sexo feminino e eu sabia que ela tinha grandes e agradáveis seios
postiços, sua mãe tinha comprado quando ela tinha 18 anos de idade.
Eu também sabia que ela tinha espalhado essas pernas para Asher
mais de uma vez. A fofoca tinha chegado ao redor e não doeu menos
agora do que antes.

— Ele não está nem prestando atenção em Em. Pare de ficar


tensa. Steel vai notar, — Dallas sussurrou em meu ouvido. O mais novo
garoto Sutton também era o maior. Ele também era o mais astuto de
todos eles. Ele nunca perdeu uma coisa. — Ash não se amarra em
peitos falsos de qualquer maneira, — acrescentou ele com um sorriso
divertido.

Olhei para ele e ele deu de ombros, como se dissesse: — O que?


Você sabe que eu estou certo.

~ 22 ~
— Nada falso sobre as pernas dela, porém, — eu respondi em tom
amargo que eu odiava. O olhar de Dallas jogou por cima do ombro na
direção da voz de Em e onde Asher estava sentado.

— Sim, é verdade, mas uma vez um par de pernas que foi aberta
em torno de cada homem no município, as pernas não parecem ter toda
a glória mais.

Eu não conseguia parar de rir, isso explodiu de mim. Os olhos de


Dallas encontraram os meus novamente e ele sorriu, obviamente
satisfeito consigo mesmo por me fazer rir. — Bem melhor. Nenhum de
nós quer ver todos vocês franzindo a testa e essa merda. Nós amamos
Ash e estamos entusiasmados, porra ele está em casa, mas queremos
que todos nós estejamos bem de novo.

Em outras palavras, eu tinha que superar com Asher.

Eu balancei a cabeça. — Eu também, — eu respondi


honestamente. Porque não havia nada que eu quisesse mais no mundo
do que não sentir a dor que me cortava toda vez que eu pensava em
Asher. Três anos era muito tempo para ser afetada por alguém. Quando
terminaria?

— Venha aqui, baby, — disse Steel chamando minha atenção


para ele. Ele estava segurando seu taco. — Vou mostrar a este
espertinho como se faz. Estou farto de ver Bray acabar com todos.

Steel. Eu estava aqui com Steel. Ele me amava.

Fui até ele e sua mão deslizou pela minha cintura me puxando
para ele. Nós sempre fomos assim, mas tendo Asher a poucos metros de
distância de nós, me fez sentir como se eu estivesse em um palco sendo
julgada. Eu odiava esse sentimento.

— Estou indo embora. Vejo vocês todos lá em casa, — disse Asher


se levantando e indo embora sem dizer mais nada. O silêncio que caiu
sobre todos quando ele deixou o bar, só fez isso ainda mais estranho.
Ele não me queria aqui. Ele nunca me queria por perto.

— Acho que eu estava empurrando isso. Que merda. Eu deveria


ter ficado aliviado com isso, — disse Steel olhando para Bray. Quando
Asher não estava por perto, era Bray que o resto dos meninos Sutton
obedecia. Ele é o segundo mais velho, mesmo que apenas por cinco
minutos.

~ 23 ~
— Sim, provavelmente não deveria tê-la chamado de “baby”,
merda! — disse Brent quando ele deu um tapa na nuca de Steel e pegou
sua bebida. — Ele estava apenas começando a relaxar.

Steel gemeu e passou a mão pelo cabelo. — Eu vou falar com ele.
Porra, isso é foda. Ele não deveria se preocupar mais.

Eu não queria estar aqui ouvindo essa conversa. Eu era o


problema e eu me senti ainda mais fora do lugar. — Talvez eu devesse ir
para casa, — eu finalmente disse, lembrando a Steel que eu estava
aqui. Ouvindo essa coisa toda.

Ele olhou para mim e fez uma careta. — Desculpe por isso. Mas,
sim, eu preciso ir falar com Ash. Eu não quero que ele vá embora
novamente. Mamãe ficaria arrasada se ele não ficar por algum tempo. E
todos nós estamos com saudades dele.

Eu balancei a cabeça. Eu entendia. Eu realmente entendia, mas


eu só queria que não fosse assim. Mas, novamente, eu estava desejando
um monte de coisas durante o tempo que eu soube de Asher Sutton.

~ 24 ~
ASHER SUTTON

Meu quarto permaneceu o mesmo. Ele já tinha sido o


sótão. Mas quando eu tinha treze anos e cansei de compartilhar
um quarto tanto com Brent como com Bray, eu tinha feito um acordo
com a mãe. Se eu limpasse o sótão e o transformasse em um quarto, ela
me daria uma janela para colocar lá em cima, então eu teria
aquecimento e ar quando necessário.

Levei um mês, mas quando eu tive tudo limpo, minhas coisas


mudadas, mamãe tinha mantido sua palavra. Os outros meninos
reclamaram que eu tinha um quarto só para mim, mas mamãe lembrou
a eles que eu era o mais velho.

Quando eu tinha saído, ninguém havia tentado pegar o meu


quarto. Eu esperava que os gêmeos fossem brigar por ele, mas
surpreendentemente não fizeram. Culpa veio até mim. Foi porque tudo
o que eles esperavam era que eu fosse voltar para casa? Será que eles
me querem aqui? O que foi que eu perdi?

Joguei minha mochila no chão e me sentei na minha cama. Senti


falta da minha casa. Eu amava aqui. Eu adorava ter meus irmãos
comigo e trabalhando na mesma terra que meu pai tinha trabalhado.
Esta era a minha vida. Ou tinha sido, até o dia em que tudo desabou ao
meu redor.

Eu tinha levado o segredo comigo, mas eu não seria capaz de


manter isso em segredo por mais tempo. Steel tinha que saber. Seu
coração seria quebrado, mas o meu tinha sido quebrado além do
reparo. Ele iria sobreviver a isso.

O pensamento persistente de que Dixie tinha com tanta facilidade


se apaixonado por alguém estava me deixando louco. Só porque eu não
poderia encontrar alguém para preencher o vazio na minha vida não
significa que ela não seria capaz de seguir em frente. Eu queria que ela
fosse feliz. Sabendo que isto ia machucá-la só piorava.

Passos pesados me alertou que eu tinha companhia. Eu estava


esperando Steel. Eu sabia que quando eu saí do Jack ele me seguiria
para casa. Parte de mim queria que ele o fizesse, mas não pela razão
que ele estava pensando. Sim, eu tinha ficado com ciúmes quando ele
tinha chamado Dixie de “baby”. Mas não era por isso que eu saí. As
razões pelas quais estava tão fodido estavam martelando na minha

~ 25 ~
cabeça e eu sabia que tinha que lhe dizer. Eu não poderia apenas
sentar e assistir a isto. Ele tinha que saber.

Levantando o olhar do chão, eu percebi a expressão ainda


determinada de Steel. Ele estava aqui para lutar por ela. Para mantê-la.
Para se certificar de que eu não estrague isso. Eu tinha que dizer a ele.
Talvez não tivesse que sair desta sala. Talvez houvesse uma maneira de
segurar essa dor dentro, de modo que, pelo menos Dixie fosse poupada.

— Eu a amo, — meu irmão mais novo disse quebrando o silêncio.

— Ela é fácil de amar, — eu respondi.

Os lábios de Steel formaram uma linha apertada. Ele não queria


sentir como se tivesse que competir comigo. — Você a magoou e depois
a deixou. Ela é minha agora, Asher. Ela é minha. Eu vou lutar por ela,
se você me fizer fazer isso.

Levantei-me e vi Steel tenso. Será que ele realmente acha que eu


iria pará-lo? Eu o tinha protegido e bati pra caralho em mais do que um
valentão ao longo dos anos para ele. Ele era meu irmão. Eu queria que
ele fosse feliz. Se deixá-lo ter Dixie fosse o único problema que teríamos
aqui, então eu teria saído e o deixado ficar com ela. Dane-se, tudo para
o inferno... O que não era o problema.

Caminhando até o canto mais distante do sótão, me movi sobre


uma tábua solta do chão e me abaixei para tirar uma caixa de sapato
velho. Meu mundo tinha sido quebrado após a descoberta desta caixa
há três anos. Toda a boa memória e o momento em que eu tinha em
minha vida nesse momento foram centrados em torno de Dixie. O
conteúdo deste caixa velha tinha tomado tudo para longe de mim, me
deixando um homem vazio.

Eu tiro a poeira. A caixa não tinha sido tocada desde o dia em que
eu tinha encontrado, enquanto me movia em torno de alguns móveis
para que a cama não atingisse a tábua estridente diretamente sobre a
sala de estar. Eu estava fazendo planos para trazer Dixie até aqui
naquele fim de semana.

Voltei para minha cama, segurando a caixa com cuidado. Era


uma fonte de agonia apenas por tocá-la, e saber o que havia dentro.
Não havia nenhuma dúvida ou questão de saber se o que isso carregava
era verdade. Olhando para cima, até Steel, eu sabia que não estava
acabando somente com qualquer esperança que ele tinha de um futuro
com Dixie, mas também com todas as lembranças que tinha do nosso
pai também seria alterado. Assim como a minha tinha sido.

~ 26 ~
— Eu nunca a abandonei. Eu nunca parei de amá-la, — eu disse
e depois levantei a tampa da caixa. — Achei isso há três anos, Steel. Eu
nunca quis ter que compartilhar isso com ninguém, mas eu nunca
planejei que um dos meus irmãos se apaixonasse pela minha garota, —
eu balancei minha cabeça. — Ela não é minha namorada. Ela não pode
ser minha garota. — cheguei na caixa, tirei as cartas que tinham sido
dobradas e desdobradas tantas vezes, que as bordas estavam
desgastadas. — Ela não pode ser sua garota, — eu disse, em seguida,
mostrei os papéis para o meu irmão.

Steel estava me olhando com um medo em seus olhos, como se


tivesse entendido o horror antes mesmo que ele olhasse para dentro da
caixa. — O que é isso? — ele perguntou em uma voz que era instável e
insegura.

— É a razão pela qual eu a deixei. É a razão pela qual eu não


posso tê-la. Por que você não pode tê-la.

Steel abriu a primeira carta. Eu não podia olhar para ele


enquanto ele lia. Abaixei minha cabeça em minhas mãos e esperei em
silêncio. Seu mundo ia ser mudado para sempre. Assim como o meu
tinha sido. E era impotente eu salvá-lo da dor.

Todas as letras foram escritas pela mãe de Dixie. Em cada carta,


ela diz ao homem que ela está escrevendo o quanto ela o ama e sente
falta dele. Ela implora para ele tirá-la de sua vida para que pudessem
começar uma nova. A paixão em suas palavras teria sido um lindo, se
cada uma dessas palavras não fosse dirigida a meu pai. Um homem que
eu admirava. Um homem cujo nome eu tinha tido o orgulho de
suportar. Um homem que eu tinha lamentado. Um homem que enganou
a todos nós.

— Isto é, — Steel disse com uma voz firme, então eu senti o


colchão abaixar quando ele se sentou ao meu lado. — Eu não posso, —
ele murmurou novamente.

— Continue lendo, — eu disse a ele como o ácido na minha


garganta, ardia.

Eu tinha memorizado a última carta que ela tinha escrito para


ele. Cada palavra foi queimada no meu cérebro.

~ 27 ~
Vance,

Não vou continuar a escrever essas cartas para você. Não se você
vai continuar me ignorando. Eu não concordo com as palavras que você
me disse. Acredito que podemos ter a felicidade juntos. Esta criança
dentro de mim, nós dois merecemos. Vai ser uma parte de você, assim
como aqueles meninos são. Você disse que me amava. Você disse que ia
estar comigo, fez você me sentir jovem novamente. Completa. Mas agora,
que eu estou carregando a sua filha você não vai falar comigo. Será que é
porque ela está grávida de novo? Eu sei que ela é sua esposa, mas eu
tenho um marido também. Um que eu estou disposta a me afastar. Um
que eu estou disposta a deixar por você.

Isso significa que eu te amo mais? Porque eu estou disposta a te


contar a verdade. Que eu te amo. Que esta criança dentro de mim é sua.
A prova de que a paixão que sentimos um pelo outro é digno de uma
chance. Eu não vou manter isso de seus meninos. Eu sei que você vai
amá-los como deveria. Mas você não ama a mãe deles. Você me ama.

Fique comigo, Vance. Corrija todos os erros do nosso passado. Nós


erramos todos esses anos atrás, quando nós seguimos nossos caminhos
separados. Meu coração tem sido seu desde que eu tinha quinze anos.
Ele sempre será. Não me deixe. Não vire as costas para a nossa filha.

Te amo para sempre e sempre,

Millie

Meu pai traiu minha mãe.

Dixie é minha irmã.

Me senti mal novamente, deixando que as palavras da carta deem


um replay na minha cabeça. Eu tinha feito amor com Dixie. Eu tinha
estado dentro dela e isso tinha sido o céu como eu nunca tinha
experimentado novamente. No entanto, isso era errado. Foi sórdido e eu
mais do que qualquer coisa, queria transformar essa emoção na minha
cabeça, mas eu não podia.

— Você mostrou isso para a mamãe? — perguntou Steel. Sua voz


soava tensa. Eu entendi o que ele estava passando.

~ 28 ~
— Não, e eu nunca vou, — eu respondi soltando minhas mãos no
meu colo e olhando para o meu irmão.

Ele estava olhando para frente para a parede com as cartas


entrelaçadas firmemente em suas mãos. — Ele era um idiota. Um
bastardo mentiroso, — a dor de Steel foi pesada com cada palavra.

— Sim, ele era. — eu não ia discutir isso. Ele também permitiu


um outro homem criar sua filha como sua. Estas cartas foram todas
datadas com meses antes do nascimento de Dixie. Antes do nascimento
de Steel. A carta final foi do meu pai. Ele tinha apagado qualquer
dúvida de que eu poderia ter tido sobre a verdade naquelas palavras.
Papai tinha reivindicado como sua, mas ele disse que nos amava mais.
Ele queria mamãe e nós. Ele não podia nos deixar e ele disse que ela
precisava deixa-lo ir. Sua filha seria de Luke Monroe.

Não havia outra carta depois disso, pelo menos não nesta caixa. A
mãe de Dixie havia fugido quando Dixie era uma criança, deixando
Luke para cuidar dela sozinho. Quando Dixie tinha cinco anos, Luke
Monroe se casou com uma mulher chamada Charlotte que adorava
Dixie. Charlotte se tornou a mãe que Dixie nunca tinha tido. E, embora
Charlotte a amasse intensamente, Dixie sempre quis saber sobre sua
verdadeira mãe. Ela planejava encontrá-la um dia. Ela queria saber por
que ela a havia deixado.

Eu nunca quis que ela encontrasse Millie Monroe. Eu esperava


que a mulher estivesse morta e levado esse segredo com ela. Dixie
nunca poderia saber. Ela teve muita perda e dor em sua vida. Foi por
isso que eu tinha sofrido em silêncio. Para protegê-la. Sempre para
protegê-la.

— Por que você não disse a ela? — Steel me perguntou.

Virei o meu olhar para o seu e estudei ele. Sua dor estava lá. A
descrença em seus olhos quando ele percebeu que seu mundo feliz
estava desmoronando. Mas o que eu vi mais foi à falta de necessidade
de protegê-la. Sem necessidade de manter Dixie segura.

— Porque eu morreria para manter ela longe deste tipo de dor, —


eu respondi. Porque eu a amo mais do que você jamais poderia. Eu não
disse essas últimas palavras em voz alta, mas nós dois sabíamos que
elas estavam lá.

— Eu não posso dizer a ela, posso? Você não vai me deixar


explicar isso a ela? Eu só tenho que magoá-la como você fez?

~ 29 ~
Levantei-me e me afastei dele. Eu precisava de alguma distância
entre nós. Ele estava pensando em si mesmo. Ele não estava pensando
nela. Isso me enfureceu. Ele tinha planejado fazer uma vida com ela,
mas ele não estava disposto a se sacrificar por ela.

— A dor que você a faria passar, terminar com ela não é nada
comparado a este tipo de dor. Eu... Fazia amor com ela. Eu estive
dentro dela. Tomei a inocência dela... E eu sou irmão dela, caramba.
Isso fodeu com a minha cabeça. Isso me rasgou em dois. Isso me enoja
e ainda me quebra uma e outra vez. Por que... Eu. Amo. Ela.

Steel sentou lá e olhou para mim em silêncio por vários minutos.


Esperei que ele discutisse comigo, mas ele não disse uma palavra.

Finalmente, quando ele se levantou, segurou as cartas para mim.


— Eu não vou dizer a ela. Eu não vou contar a ninguém, — disse ele,
com a voz cheia de emoção. — Eu a amo demais... Porra, isso é doente.
Luke não sabe? Inferno, eu a pedi em casamento, ele ia nos deixar ficar
juntos.

Eu balancei minha cabeça. — É claro que ele não sabe. Ele nunca
nos deixaria ficar com Dixie. Esta fodida merda aconteceu porque as
duas únicas pessoas que sabiam já não existem mais.

Tirei as cartas e segurei as palavras que eu odiava mais do que


qualquer coisa neste mundo. — Como é que eu vou machucá-la? — ele
parecia tão rasgado. Eu tinha estado lá uma vez também. Eu queria
explicar. Toda vez que ela me olhava com aqueles grandes olhos tristes,
eu queria dizer a ela o quanto eu a amava, mas era errado. Isso só iria
machucá-la mais. Ela adorava Luke Monroe. Não só dizer a ela
bagunçaria sua cabeça, tiraria também sua segurança de saber que seu
pai a ama. Isso iria destruí-la.

— Isso var acabar com ela. Você sabe disso, — eu disse a ele.

Ele balançou a cabeça e, em seguida, cobriu o rosto com as duas


mãos enquanto estávamos lá em silêncio. Eu entendi o que ele estava
sentindo. Eu estive lá também. Eu vivi isso todos os dias. Eu sentia
falta dela a cada respiração que eu tomei. Isso não ia ficar mais fácil
para ele. Mas Dixie curaria e ela encontraria a felicidade. Isso era tudo
ao que eu tinha que me agarrar. Sabendo que um dia ela teria a vida
que ela merecia. Toda a porra de felicidade do mundo. Minha menina
pertencia ao sol. Eu queria que ela existisse. Esta escuridão torcida e
doente tinha sido minha para sofrer. Agora, meu irmão iria partilhá-la
comigo.

~ 30 ~
Steel virou para ir embora. Eu não o impedi. Eu sabia que ele
precisava de tempo. Estar sozinho era melhor por agora. Fiquei ali
ouvindo seus passos quando ele começou a andar para fora. Longe
desse quarto e dessas cartas. Ele teria que machucá-la agora. Mais uma
vez, ela sofre por causa deste pecado.

— Seja gentil com ela. Por favor, — eu disse, incapaz de parar.

Steel parou no topo da escada. — Nada sobre isso é suave. Eu


não sei como eu posso ser, — ele respondeu.

Eu não tinha sido capaz de sequer olhar para ela depois que eu
tomei conhecimento. Havia tantas coisas que eu desejei poder ter feito
diferente. Ela merecia mais de mim do que eu lhe tinha dado. — Segure
ela enquanto ela chora, — eu disse a ele. Porque mais do que qualquer
coisa, é o que eu gostaria de ter feito.

~ 31 ~
DIXIE MONROE

Steel não ligou ontem à noite e ele não tinha vindo aqui
hoje.

Eu poderia ter ficado com raiva dele, mas então eu não tinha sido
capaz de colocar o anel que ele tinha me dado de volta depois de tirá-lo
ontem. Antes de ver Asher novamente, usar o anel não tinha sido difícil.
Mas agora... parecia... errado. Como se eu estivesse traindo Asher
apesar de ele ter sido o único a se afastar de mim.

Eu saí do meu carro e olhei para baixo, para a casa dos Sutton.
Por que eu deixei Asher me afetar? Será que eu nunca paro de me
preocupar que ele me jogou fora depois que eu dei tudo a ele? Eu
empurrei a porta do meu Jeep vermelho ao mesmo tempo em que meu
telefone começou a tocar no meu bolso. Parei e puxei meu telefone.

Era Steel.

Finalmente.

Mas eu não queria atender.

Ele continuou a tocar. Finalmente, no quarto toque eu desisti e


disse: — Olá.

—Ei, — disse ele, em seguida, fez uma pausa. Com apenas uma
palavra eu sabia que algo estava errado. Seu tom era tenso. — Nós
precisamos conversar.

Asher. Isso tudo foi por causa de Asher.

— Por quê? Você falou com Asher? Ele não está bem com a gente?

Steel não respondeu. Seu silêncio falou volumes. Isso foi por
causa de Asher. Mas por quê? Por que Asher se importa? Por que eu
estava deixando o fato de que ele poderia se importar me afetar? Por
que não fui capaz de usar aquele maldito anel de diamante com medo
de ferir Asher? Por que isso era tão regiamente fodido? E por que Asher
não me ama mais?

Olhei para meus dedos como eles ficaram brancos enquanto eu


segurava a porta do carro. Ele ainda não tinha falado comigo em três
anos, mas ele ainda me rasgava em pedaços cada vez que ele estava de
volta na cidade. Eu precisava do meu encerramento. Eu precisava de

~ 32 ~
algum tipo de fechamento entre nós para que eu pudesse seguir em
frente.

— Bem. Vamos conversar, mas eu tenho um lugar que eu preciso


estar no momento. Mais tarde? Eu ligo para você? Tudo bem? — eu
disse simplesmente, não me importando se estava tudo bem ou não. Eu
não iria falar com Steel novamente até que eu encontrasse Asher e
falasse com ele.

— Uh, sim, sim, — respondeu ele, parecendo nervoso.

— Bom. Eu te ligo mais tarde, — eu disse, em seguida,


rapidamente terminei a chamada antes que ele pudesse dizer mais.

Subindo no meu jipe, optei por não pensar sobre o que eu ia


dizer. Se eu soubesse, eu teria falado disto. Em vez disso, eu virei meu
Jeep descendo a colina para a casa dos Sutton, em vez da cidade. Asher
tinha fugido de mim por muito tempo. Ele precisava enfrentar isso. Nós.
O que ele fez, e onde estávamos.

A caminhonete branca de Steel se foi quando eu estacionei ao


redor da casa e em direção ao celeiro. A caminhonete azul de Asher
estava estacionada onde ele sempre estacionava. À direita da casa de
bomba. Ele sempre disse que ele podia vê-la da janela de seu quarto,
quando ele estacionava lá. Dessa forma, um de seus irmãos não poderia
passar despercebido com ele.

Parei ao lado dele e desliguei meu Jeep, isso foi o mais longe que
eu poderia ir. Estar diante de Asher era aterrorizante. Sua rejeição e
recusa a olhar para mim, sempre pareceu como se alguém mergulhasse
uma faca bem no meu coração. Eu precisava de um tempo para me
preparar mentalmente para isso. Eu não podia fazer isso com ele e ir
embora ilesa. Eu estava pedindo punição por estar aqui.

A batida na minha janela me assustou e me virei para ver Bray


parado ali franzindo a testa para mim. Eu sabia que se eu não abrir a
minha porta agora, eu nunca iria sair. Com mais uma respiração
profunda, eu fechei os dedos em torno do fecho de metal e abri a porta,
em seguida, pulei.

— Steel não está aqui, mas então eu estou achando que você
sabe, vendo como você estacionou ao lado de Ash.

O tom de Bray foi um que continha uma advertência. Ele não me


queria atrapalhando o relacionamento dos seus irmãos. Ele pensou que
eu estava aqui para causar problemas. Eu não estava. Não mais do que

~ 33 ~
Asher tinha causado quando ele voltou para a cidade e enviou o meu
coração em uma pirueta de novo.

— Já passou da hora de eu ter um encerramento, Bray. Se afaste


e me deixe ir ver ele. Ele teve três anos para tirar a cabeça da bunda
dele. Agora, eu estou pronta para seguir em frente e eu preciso fechar
essa... Essa... Coisa que foi deixada sem ser dita entre nós.

Bray ficou ali por um momento, então suspirou e deu um passo


para trás para que eu pudesse passar por ele. — Você está certa. Esta
merda precisa ser esclarecida. Mamãe sumiu com Brent para comprar
algumas coisas e flores para os vasos da frente. Asher está-

— Bem aqui, — aquela voz profunda, familiar que ainda me


provocava nos meus sonhos. Bray interrompeu. Asher tinha me visto
subir. Eu esperava por isso. Foi por isso que eu estacionei aqui. Eu
queria que ele soubesse que eu estava chegando.

— Corrijam esta merda, — disse Bray olhando para seu irmão


mais velho, então se virou e foi embora para a casa, nos deixando ali em
pé sozinhos pela primeira vez em anos.

Eu tinha vindo para exigir o fechamento e agora que eu tinha


toda sua atenção, eu não podia me mover. Eu não conseguia formar
nenhuma palavra. Asher estava a poucos metros de mim vestindo uma
calça jeans desgastadas que pendiam baixo o suficiente em seus
quadris que esses oblíquos sensuais menores fizeram um corte em V
perfeito. Em seus jeans ele estava em uma visão clara. Onde diabos
estava sua camisa? Pelo amor de Deus, isso não foi exatamente justo.

Como se ele pudesse ler minha mente, o tecido de algodão preto


de sua camiseta caiu sobre os músculos que eu gostava de pensar que
foram feitos para o sexo, quando era comigo que ele estava fazendo
sexo. Levantando os olhos, me peguei olhando em seus cabelos
molhados e seu rosto recém barbeado e percebi que tinha acabado de
sair do chuveiro.

— Você falou com Steel? — ele perguntou e meus joelhos ficaram


fracos. Por que meus joelhos ficaram fracos? Por que estar perto dele
assim me consumia insanamente, como tinha sido há três anos? Ele me
jogou fora como lixo.

— Não exatamente. Vamos nos encontrar mais tarde para


conversar. Antes que eu fale com ele, eu queria falar com você. — eu
tinha tomado todas as minhas forças para falar com calma e não gritar
com ele perguntando por que ele me odiava tanto.

~ 34 ~
— Você precisa falar com o Steel. Não eu, — disse Asher, então
ele se virou para ir embora.

Assim como antes, ele estava me bloqueando. Se recusando a me


reconhecer. Eu o odiava novamente. Eu odiava como ele me usou e
depois poderia facilmente me esquecer. Eu odiava que eu o amava. Um
grito rasgou de mim e eu investi contra ele, agarrando seu braço para
impedi-lo de sair.

Desta vez eu não iria levar essa merda. Desta vez, eu lhe diria que
ele foi horrível. — Não! — eu rugi com minhas mãos em volta do braço
duro que uma vez tinha me segurado como se eu fosse algo precioso.
Empurrando as memórias para longe, eu apertei seu braço e o puxei
para mim tão duro quanto eu podia.

Asher parou e todo o seu corpo ficou tenso. Asher Sutton não era
um cara pequeno. Ele era todo linhas duras e músculos, ombros largos
e uma cintura estreita. Coxas que fizeram as mulheres babar. No
entanto, aqui estava eu gritando com ele e puxando seu braço como
uma criança tendo um chilique.

— Não desta vez. Você não vai se afastar neste momento, — jurei
na raiva, mas tentando fazer isso soar mais como determinação.

Asher lentamente se virou e eu deixei o braço dele ir como se


tivesse de repente pegado fogo. Quando seus olhos encontraram os
meus, o sofrimento refletido neles me tirou o fôlego e eu tive que dar um
passo atrás.

— Não tenho feito o suficiente? Isto não pode ser tudo o que tenho
que suportar? Você quer que eu continue matando a nós dois?

Ele não tentou substituir sua dor com uma máscara de


indiferença que ele tinha usado comigo por tanto tempo. Ele ficou ali
vulnerável e tomou o último pedaço do meu coração que me restava.
Porque tudo o que me importava agora era segurá-lo e fazer aquele
olhar em seus olhos ir embora.

— Por quê? Eu preciso saber por quê? — eu disse enquanto eu


permanecia onde eu estava. Eu não iria até ele, porque eu sabia que ele
iria me afastar. Mesmo que ele tivesse me permitido ver que isso o
afetou, que estava arranhando a ele também, ele não teria que me
deixar tocá-lo. Não agora.

— Eu não posso ser quem você precisa. Eu não posso ser quem
você merece. Eu pensei uma vez que eu poderia, mas eu descobri um

~ 35 ~
pouco tarde demais que eu cometi um erro grave. Um que não podemos
ter de volta, — ele fechou os olhos com força e murmurou uma
maldição antes de abri-los de volta e nivelá-los em mim. — Se eu
pudesse apagar o passado, o nosso tempo juntos, eu o faria. Gostaria
de tirar tudo. Cada momento, Dixie. Eu daria tudo por cada momento
maldito. Para que você pudesse seguir em frente e esquecer de mim.
Basta caminhar para longe de nós. Este lugar... Você não foi feita para
pertencer a um menino Sutton.

~ 36 ~
ASHER SUTTON

Seu belo rosto estava amassado por minhas palavras, eu


me odiava por isso. A morte seria muito gentil para mim. Eu
odiava o ar que eu respirava. Eu odiava que tudo o que eu poderia fazer
era machucá-la. Quando tudo que eu queria fazer era estimá-la. Amá-
la. Possui-la.

— Não, — ela disse balançando a cabeça. — Não, — ela repetiu,


enquanto as lágrimas corriam livremente por seu rosto agora. — Eu não
acredito nisso. Você está me empurrando para longe. Você está
tentando me machucar. Eu não vou ouvir você. Você está mentindo.
Isso dói muito. Eu só não consigo entender por que você está fazendo
isso. Por que você está nos destruindo tanto, — disse ela quando ela
deu um passo em minha direção e eu dei um passo para trás.

Eu não confio em mim mesmo para ficar muito perto dela. Eu


queria envolvê-la em meus braços e dizer a ela que tudo ficaria bem,
quando eu sabia que nunca ficaria.

— Por favor, me diga. Me diga por que você me deixou. Pelo


menos me dê isso, Asher. Eu te dei tudo e você jogou fora como se não
significasse nada para você. Eu te amei e eu te dei a minha inocência.
Você foi a única pessoa que eu queria me tocando. Pensei que seríamos
pra sempre. Você me disse que seríamos pra sempre. Você me disse que
nunca iria querer mais ninguém. Que eu era tudo para você.

— Você era! — eu rugi. Eu não podia continuar ouvindo ela. Eu


não poderia ficar aqui e deixar que ela me dissesse o quanto eu a tinha
decepcionado. Quanto eu a tinha machucado. Eu sabia disso. Ela tinha
que sair. Isso tinha que acabar. — Você foi para mim. Droga, Dixie, você
provavelmente sempre será. Mas não pode ser. Há coisas que você não
sabe que tornam isso impossível. Coisas que eu não vou te dizer. Eu
vou para a porra do túmulo antes de eu te machucar mais. Isso dói. Eu
te machucar, e eu sinto muito. Eu vou me arrepender para o resto da
minha vida. Mas você vai seguir em frente e se apaixonar por um cara
que pode te amar. Eu não posso. — parei e vi quando a caminhonete
branca de Steel deu a volta na casa. Ele terá que enfrentar isso agora.
Isso tinha que acabar. — E nem Steel pode.

— Steel me ama, — disse ela quando sua voz falhou.

~ 37 ~
— É claro que ele ama. Qualquer um que tem a chance de
conhecer iria te amar. Você é... Você, Dix. Você é você, — eu ia dizer
mais. Parei de falar e cerrei os dentes quando Steel estacionou sua
caminhonete e saiu.

Ele parecia pálido. Como se tivesse estado doente. Ele tinha que
ser mais forte do que isso. Estar diante dessa merda era algo que
ninguém jamais deveria passar. Mas tivemos isso, graças ao homem
que tivemos como pai. Ele deixou para trás um legado de mentiras. Um
que me deixaria sem alma para o resto da minha vida.

— Steel, o que há de errado? — a preocupação em sua voz me deu


inveja. Eu era ridículo. Dixie era minha irmã e eu ainda estava com
ciúmes dela. Esta vida torcida e nojenta que tinha sido jogada era
injusta. Era tão fodidamente injusta.

Eu podia sentir Steel olhando para mim para ajudá-lo. Eu não


podia fazer isso por ele. Ele tinha que terminar com ela. Ele tinha que
mandá-la embora. — Lembra do que eu disse, — eu disse a ele na
esperança de que ele entendesse que eu queria que ele a segurasse
quando ela quebrasse.

— Eu não posso, — ele disse balançando a cabeça.

Eu não tinha certeza do que ele quis dizer. O que foi que ele não
poderia fazer? Ele não podia ficar com ela. Isso era um fato. O que ele
estava precisando de mim?

— Dixie, você é nossa irmã. — as palavras saíram da sua boca


antes que eu pudesse registrar na minha cabeça o que ele quis dizer.
Ele apenas disse. Ele apenas disse a ela.

Ouvi seu suspiro e como se estivesse em câmera lenta, vi


confusão encher os olhos dela quando ela olhou para mim. Eu tinha
que consertar isso. Ele não podia fazer isso. Não com Dixie. Ela nunca
ia se recuperar. Isso iria arruiná-la também. Ela seria tão vazia quanto
eu era e eu não poderia suportar isso.

— Sua mãe -

— Não! — eu gritei, parando o meu irmão de dizer qualquer outra


coisa. Por que eu confiei nele? Que diabos eu estava pensando? Eu
tinha lhe dado o poder de ferir minha Dixie. — Não faça isso, — eu
disse a ele quando eu me movi para ele.

— Ela teve um caso com o nosso pai.

~ 38 ~
Essas palavras foram a última coisa que saiu de sua boca antes
de meu punho batesse em seu queixo, derrubando-o de volta contra a
sua caminhonete. Se fosse qualquer outra pessoa e não o meu irmão,
eu teria continuado a surrá-lo até que ele desmaiasse. Até que eu
soubesse que não podia mais falar. Mas Steel era meu para proteger
também.

Eu estava em cima dele quando ele agarrou seu queixo e olhou


para mim. — Ela merecia saber, — disse ele como um insulto.

— Ela não merecia isso. Ninguém merece isso, — eu disse a ele.

— Asher? — sua voz suave veio atrás de mim e eu tencionei


odiando o fato de que eu tinha que encará-la agora.

— Porra, diga a ela. Ela sabe agora. Acabe com isso, — disse Steel
quando ele ficou no chão segurando o rosto dele.

Uma mão tocou meu braço suavemente e eu estremeci. Eu não


queria que ela me tocasse. Eu não podia suportar a memória daquele
dia. Quando ela me agarrou antes, eu sentia sua raiva e isso estava
bem, mas seu toque suave era insuportável. — Você não quer ouvir
isso, Dixie, — eu disse. Incapaz de me virar e encará-la.

— Sim, eu sei, — respondeu ela.

— Não, Dix. Basta deixar pra lá. Corra como o diabo e não se
aproxime de nós novamente. Vá para casa, para aquela casa lá em cima
e deixe o seu pai te abraçar. Lembre-se que você é amada e você merece
uma porra de um conto de fadas. Não é o que você vai conseguir aqui.
Não podemos te dar... Nada. — eu me afastei dela e de Steel, não
querendo olhar em seus olhos.

— Ele está dizendo a verdade? Eu sou... Eu sou... — ela parou,


sua voz soando como se fosse muito longe.

— Nossa irmã, Dixie. Você é nossa irmã, — disse Steel novamente


e eu o puxei.

Dois braços em volta do meu me empurrando de volta. — Não. Ele


está certo. Esta merda é algo que ela precisa ouvir. É a vida dela
também, — a voz de Bray estava tensa enquanto eu puxava contra ele,
querendo fechar a boca de Steel. — Não posso acreditar que você
manteve essa merda maldita para si mesmo, — disse Bray, a dor
gravada em suas palavras.

~ 39 ~
— Vá para casa, Dixie. Vá para casa, por favor, — imploro a ela
antes que Steel possa dizer mais.

Ela balançou a cabeça e se afastou de nós dois. Seu rosto


empalideceu e eu percebi que a condução provavelmente não era seguro
para ela agora.

— Espere, não dirija. Não assim. Eu te levo o caminho de volta, —


eu disse sacudindo os braços livres do aperto de Bray.

— Como você sabe? — ela perguntou.

Dizer a ela algo mais só iria machucá-la mais. As pessoas que


havia concebido ela a tinham abandonado. Isso tudo era pior para ela
do que para nós. Steel não entende isso? Ela estava perdendo muito
mais. Eu queria que Dixie vivesse a vida que eu não podia lhe dar. O
que eu tinha planejado. A vida onde ela era acalentada e nunca
duvidasse do quão especial ela era ou como amava ela. Não esta...
Nunca isso.

— Isto, — eu disse apontando para Steel. — Você vai ignorar isso,


— eu disse, como se apenas dizer poderia fazer tudo desaparecer.

— Como? — perguntou ela olhando para mim com um olhar sem


esperança em seus olhos. A luz que eu adorava ver se foi
completamente apagada agora. Steel tinha destruído a alma dela. Eu
nunca seria capaz de perdoá-lo por isso. — Você não vai me dizer nada.
Como eu mesmo sei que isso não é um erro estúpido? Quem te disse
isso, Asher?

Se eu disser a ela sobre as cartas, ela exigirá que eu mostre a ela.


Eu não queria que isso a tocasse mais do que já tinha. Eu preferia
deixá-la ir embora e não saber. — Vá para casa de seu pai, — eu repeti.

— Ele encontrou cartas. Da sua mãe para o nosso pai. Ele


encontrou elas sob uma tábua no sótão há três anos. Ele não disse a
ninguém porque ele acha que está protegendo você, — disse Steel,
enquanto se levantava, mantendo os olhos nivelados em mim.

A mão de Bray apertou o cerco em meu ombro. — Ela merece


saber isso também. Pare de tentar protegê-la, — disse ele.

— Cartas? Você tem cartas? — ela perguntou, seus olhos agora


brilhando com lágrimas não derramadas. — Você tem cartas dizendo
que meu pai não é meu pai? Você tem... — ela parou e cobriu a boca,
deixando escapar um soluço me desfiando.

~ 40 ~
Seus joelhos se dobraram e eu comecei a me mover em direção a
ela, mas Bray me parou. — Não, deixa comigo, — disse ele, pisando em
torno de mim. Eu o deixei ir. Ele a amava muito, mas ele a amava da
maneira como um irmão deveria.

Bray a puxou em seus braços e a segurou enquanto colocava a


cabeça sob o queixo dela e chorou lastimosamente. Alguém estava
segurando-a. Isso era tudo que eu queria. Alguém para segurá-la do
jeito que ela precisava.

— Ela merecia saber, — disse Steel, me lembrando de que ele


ainda estava aqui.

— Ninguém merece isso, — respondi, em seguida, me virei e


caminhei para a minha caminhonete. Eu tinha que sair. Eu não poderia
ficar aqui e assistir Dixie desmoronar. Apenas quando eu pensei que
não poderia machucar mais, eu provei o contrário. Sabendo que Dixie
agora iria viver esse pesadelo era mais do que eu poderia suportar.

~ 41 ~
DIXIE MONROE

Por três anos eu queria respostas. Noites incontáveis eu


tinha ficado na cama pensando, tentando saber se Asher ainda
me amava e teria ficado tudo bem. Nada mais teria importância. Nada
poderia doer mais do que Asher não me amar mais.

Eu estava errada.

Muito, muito errada.

— Vamos, Dix. Vamos levá-la para casa, — disse Bray quando ele
começou a me mover em direção ao meu Jeep.

Casa. A minha casa. É ainda a minha casa? Será que papai sabe
disso? Será que ele me ama mesmo assim? Eu poderia dizer a ele?

— Será que meu pai sabe? — eu perguntei a Bray.

Ele chegou perto de mim e abriu a porta do passageiro. — Eu


nem sabia. Então, eu não tenho certeza de que ele saiba, mas não vai
fazer diferença para o seu papai. Ele te ama e te amou toda a sua vida.
No coração dele, você é a sua menina. Isso é algo positivo sobre o qual
eu tenho certeza.

Deixei Bray me ajudar no jipe. Eu me sentia como se eu estivesse


andando pela neblina. Nada fazia sentido. Eu tinha visto a caminhonete
de Asher ir embora, mas eu não o vi deixar Steel. Eu não conseguia
olhar para ele agora. Ele tinha sido o que eu esperava que pudesse me
curar, mas ele só tinha feito pior.

— Por que ele iria esconder isso de mim? — eu perguntei, olhando


pela janela no campo de feno.

— Porque ele vem protegendo você desde que ele era criança. Ele
faria qualquer coisa para te proteger. Não foi a decisão certa, mas era
porque ele te ama Dix. Ele sofreu sozinho com isso por três anos,
porque ele te ama. Ele não queria que você soubesse disso. Ele queria
que você fosse feliz.

Ele me queria feliz? Ele tinha quebrado meu coração. Como isso
me faria feliz? — Ele não pode me amar. Suas ações provam o contrário.

Bray soltou um suspiro profundo e entrou no Jipe. — O amor dele


não é normal quando se trata de você. Nunca foi, — respondeu ele. —

~ 42 ~
Mas não tenho dúvida de que ele te ama. Droga, Dix, ele quebrou a cara
do nosso pequeno irmão porque ele estava tentando te proteger. Asher
nunca bateu em nenhum de nós. Nós batemos uns nos outros, mas ele
está sempre nos protegendo. Ele escolheu você à Steel. Isso é enorme
pra caralho. Fique brava com ele por não ter te contado, mas não acho
que ele não te ama.

Eu não podia ouvir isso. Ele era meu irmão. Asher era meu irmão.
O horror do fato tomou conta de mim e um gemido encheu o jipe
quando eu me enrolei em uma bola e deixei a tristeza me consumir.

~ 43 ~
STEEL SUTTON

Asher não tinha voltado para casa na noite passada. Bray


e Brent tinha ido procurá-lo, mas chegaram em casa depois das
duas da manhã sem sorte. Mamãe ia notar esta manhã que ele não
estava aqui. Manter o seu desaparecimento dela seria difícil. Eu podia
sentir o cheiro de bacon agora e eu sabia que teríamos um grande café
da manhã à espera de nós.

Eu tinha feito a coisa certa. Dixie precisava saber. Foi errado para
manter esse tipo de coisa dela. Por que ele não pode ver isso? Eu não
podia simplesmente abandoná-la do jeito que ele fez. Ela precisava
saber as razões. Asher não estava pensando claramente. Ele não tinha
olhado para o grande esquema das coisas.

Dixie teria descoberto um dia por conta própria e ele não estaria
lá para ajudá-la a lidar com isso. Ela planejava encontrar sua
verdadeira mãe um dia, e que é o tipo de coisa que Dixie precisava
saber antes que ela fosse pega de surpresa por alguma cadela que não a
amava. Não é como nós fazemos isso.

E eu a amava. Isso não mudou.

Eu não tinha certeza de que jamais faria.

— O quarto dele ainda está vazio, — disse Brent quando ele


entrou no meu quarto.

— A caminhonete se foi também. Mas as coisas dele estão toda


aqui ainda, — disse Dallas seguindo Brent para o quarto. Ele tinha se
levantado cedo para ir trabalhar no celeiro. Era a sua rotina matinal.

— Mamãe não vai ficar feliz com isso. O que vamos dizer a ela? —
eu perguntei olhando para Bray.

Ele balançou a cabeça e caminhou até a janela. — Sei lá. Não


posso dizer a ela a verdade. Iria matá-la.

— Claro que não importava para Steel se isso iria matar Dix, —
Dallas disparou irritado. Ele tinha se chateado quando ele percebeu que
Asher tinha mantido o segredo de Dixie para protegê-la e eu disse a ela.
Mas Dallas achava que Asher não podia errar. Dallas não me lembra do
nosso pai. Asher sempre foi o homem mais velho na vida dele. Assim,
para ele, Asher era Deus.

~ 44 ~
— Dixie precisava saber, — disse Bray olhando de volta para
Dallas.

— É sério? Porque você quer manter isso de mamãe para protegê-


la. Já pensou se isso era o que Asher queria para Dixie? — Dallas
rebateu. Ele era dois centímetros mais alto que Bray e seus ombros
eram mais largos. Nós ainda o víamos como um bebê embora. Ninguém
mais em Malroy iria mexer com Dallas... além de nós.

— Cale-se, Dallas! Você não entende.

— O caralho que eu não entendo! Eu entendo que Asher fez


merda em guardar segredo e eu confiava nele para proteger Dixie, e ele
não fez isso! — Dallas disse quando ele apontou para mim.

— Acabem com isso, — disse Brent quando ele entrou na sala


vesgo contra a luz do sol entrando pela janela. Ele ainda estava em suas
calças de pijama de flanela e seu cabelo escuro estava espetado em
várias direções. Ele raramente ficava sem camisa por causa da
tatuagem em suas costelas, ele ainda estava escondendo de mamãe.
Brent era o último que nós todos esperávamos que fizesse uma
tatuagem. Diferente de nós, e Scarlet, ninguém sabia que ele tinha. A
palavra "ontem" foi coberta em seu osso do quadril direito.

Ninguém sabia o que significava. Exceto possivelmente Bray,


porque esses dois raramente tinham que falar verbalmente para
entender um ao outro. A ligação de gêmeos sempre foi a coisa deles.

— Bela Adormecida, ainda bem que pode se juntar a nós, — Bray


arrastou.

— Me acordou. Mamãe tinha que ter ouvido vocês também, —


Brent resmungou e caiu para trás na cama desfeita de Dallas.

— E para que conste, eu acho que foi uma coisa nada a ver você
contar para ela também, — disse Brent quando levantou a cabeça do
travesseiro para olhar para mim antes de cair de volta para baixo.

— O voto majoritário é seu, — Dallas acrescentou.

Bray gemeu e se virou para filmar seu bravo brilho mal-humorado


para todos nós. — Está feito. Cale a boca e deixe isso ir. Ela sabe agora
e Asher tem que ter uma porra de uma mão. Não podemos deixá-lo cair
ao fundo do poço, porque ele estava bem perto antes que isso
acontecesse. Ele levou essa merda em torno de si durante três anos.
Nosso objetivo é encontrá-lo. Não sentar aqui e discutir se Steel fez a
coisa certa ou não.

~ 45 ~
Olhei para o meu telefone. Dixie não me mandou uma mensagem.
Eu tinha quase esperado algo dela. Nós estávamos noivos porra...
Quase... Agora somos parentes. Meu estômago se virou novamente. A
única coisa que me impedia de perder a cabeça foi o fato de que não
havia feito sexo com ela. Tínhamos chegado perto, mas ela sempre
colocou freios sobre mim, eu estava ficando irritado.

Asher tinha que viver sabendo que ele tinha dormido com ela. Não
apenas isso, mas ele tinha tomado sua virgindade maldita. Porra... Eu
não poderia imaginar isso.

— A coisa passando na minha cabeça fode comigo. Eu não posso


imaginar o que ele esteve lidando por três anos. Tudo que eu quero é ir
beber muito, até que eu não consiga sentir mais nada.

A carranca de Bray aprofundou e ele se dirigiu para a porta. —


Eu vou encontrá-lo, — ele disse simplesmente antes de deixar todos nós
sentados olhando para ele.

— Acho que isso deixa a gente para explicar a ausência deles para
mamãe, — Dallas disse indo para a porta.

— Eu deveria ir com ele, — disse Brent sentado. Ele não era uma
pessoa da manhã e Bray tinha parecido um homem em uma missão.

— Ele já está indo. Ele vai embora antes que você possa conseguir
em um par de jeans. Deixe ele ir. Você vai jogar um chame na mamãe
como o menino bonito que você é, — eu disse balançando a cabeça em
direção a Dallas, onde tinha ido.

Brent assentiu e saiu para pegar uma camisa antes de descer


para a cozinha com Dallas e mamãe.

~ 46 ~
ASHER SUTTON

Às sete da manhã, eu estava sentado na minha


caminhonete, que eu tinha estacionado atrás do campo de
futebol do colégio, quando eu recebo uma mensagem de texto de Dixie.
Ela me perguntou onde eu estava. Eu tinha sentado lá e olhei para o
celular por 10 minutos antes de responder. Ela não me perguntou por
que eu estava aqui. Ela saberia. Me sentia seguro aqui. Estava deserto
nesta época do ano, com a escola em férias, esse era o único lugar que
eu poderia pensar em ser capaz de apenas estacionar e que seria
deixado sozinho.

Trinta minutos mais tarde o lado do passageiro do meu carro se


abriu e Dixie entrou. Ela não bateu, e eu a esperava. Quando eu disse a
ela onde eu estava, eu sabia que ela viria. Eu conhecia Dixie melhor do
que eu conhecia qualquer outra pessoa. Eu a amava mais do que eu
qualquer um. Eu tinha provado isso ontem a Steel.

Steel.

Eu o amava, mas eu não podia confiar ela perto dele agora.

— Você esteve aqui à noite toda? — perguntou Dixie.

— Sim, — eu respondi.

— Você dormiu um pouco?

— Não.

Eu ainda não tinha sido capaz de fechar os olhos. Eu queria... Eu


queria fugir disto apenas por um momento. Mas eu não tinha sido
capaz de fazer isso na noite passada. Tudo o que eu via quando eu
fechei meus olhos, era Dixie chorando nos braços de Bray. Então eu
tive que lutar contra o desejo de ir encontrar Steel e bater nele pra
caralho por fazer isso com ela.

— Bray veio ontem à noite procurando por você.

Eu tinha ignorado todas as suas mensagens de texto e chamadas.


Colocando meu telefone no silencioso, eu o coloquei fora e sentei-me
aqui sozinho. Eles queriam ter certeza que eu estava bem, mas eu não
estava bem. Eu nunca estaria.

~ 47 ~
— Eu estava com raiva de você. Ontem. Eu odiei você por um
momento. Por não me dizer. Por manter isso de mim, — sua voz suave
me corta. Eu sabia que ela me odiava. Ela tinha tantos motivos para me
odiar. Mas ouvir isso dos lábios dela não foi fácil.

— Eu sei, — eu consegui coaxar através da emoção obstruindo


minha garganta.

— Eu entendo. Pensei nisso a noite toda e eu entendo. Eu


entendo, — disse ela, em seguida, sua mão tocou minha a minha, me
fazendo recuar a partir do contato.

— Só queria te proteger, — eu disse, precisando que ela soubesse


que eu nunca quis machucá-la. Eu faria qualquer coisa para não deixa
que ela se machucasse novamente.

— Eu sei disso agora. Tudo... me faz lembrar disso. Coisas que eu


tinha bloqueado porque só era muito doloroso, eu me lembrei de tudo
ontem à noite. Como você costumava ser... Como nós costumávamos
ser. Como eu tinha certeza que você me amaria para sempre. Então
você só se afastou sem dizer uma palavra. Eu nunca entendi. Foi algo
que me assombrou. Eu amei você... Eu te amei tanto. Mas você me
amava também. É por isso que você fez isso. Eu entendo.

Porra, isso era difícil. Era tempo passado, fizemos isso, mas era
difícil. O cheiro familiar de coco e mel encheu a caminhonete. Fazia
muito tempo desde que eu tinha estado perto o suficiente de Dixie para
sentir o cheiro dela. O cheiro dela me lembrou de quão boa ela havia
sido em meus braços. Como sua pele era suave como o cetim, e quente,
como quando eu afundei nela, nada tinha sido tão perfeito. O prazer em
seu rosto fez meu coração correr com a posse. Ela era minha.

— Eu não posso fazer isso. Você... Eu preciso que você saia! Estar
tão perto de você... Eu não estou pronto para isso. Eu acho que nunca
estarei. Meu coração parece não entender que eu não posso ter você, —
eu parecia desesperado. Eu não conseguia olhar para ela. Eu só
precisava que ela saísse.

Dixie se mexeu, mas não abriu a porta da caminhonete. Ela


chegou mais perto de mim e seu cheiro em volta de mim me deixou
tonto. Porra, ela tinha que sair.

— Dix, — eu avisei, segurando o volante.

— Eu vou embora. Mas, primeiro... Você me abraça?

~ 48 ~
Como é que eu digo não a ela? E como eu ia deixaria ir, se eu me
permitir tocá-la?

— Por favor, Ash. Só me segure uma vez. Eu preciso desse


encerramento.

Eu soube há muito tempo que eu sacrificaria minha alma por esta


menina. Agora ela é uma mulher e não seria diferente. Eu deixei de lado
o aperto da morte que eu tinha no volante e deslizei um braço ao redor
da parte de trás do assento. Dixie se aconchegou contra mim, e então
deitou a cabeça no meu peito.

Fechando meus braços em torno dela, eu respirei fundo e deixei o


seu calor me encher uma última vez. Nós não tivemos um adeus. Eu
não nos dei isso. Ela estava certa. Este era o final que precisávamos na
época, mas eu não estava pronto para dar a ela.

— Eu acho que eu sempre vou te amar. Eu não posso deixar isso,


— ela disse em voz baixa.

Eu sabia que sempre a amaria, mas dizer isso só iria machucá-la


mais. Dixie tinha que seguir em frente e descobrir que era a luz do sol
que ela pertencia. O homem que iria amá-la e dar a ela felicidade e
crianças. O homem que iria tornar seus sonhos realidade. O homem
que iria tratá-la melhor que uma princesa, ou eu fazê-lo desejar nunca
ter nascido.

Eu nunca teria uma esposa. Eu não poderia fazer isso com


ninguém. Não enquanto minha alma pertencia à mesma garota desde
que eu tinha 16 anos de idade. Nenhuma quantidade de mentiras e
pecado iria tirar isso. O que eu sentia por Dixie era puro. Era uma
verdade simples. Uma que eu não queria nem mudar. Gostaria de vê-la
viver sua vida de longe e me certificar de que era tudo o que ela
merecia.

Quando eu não respondi, ela não disse mais. Nós apenas


sentamos lá pela próxima hora. Gostei de segurá-la em meus braços
pela última vez e eu fiz planos na minha cabeça para me certificar de
corrigir todo o mal feito a ela. Foi a única coisa que me mantinha são.

O som de pneus no cascalho e o motor diesel da caminhonete de


Bray quebrou o momento e nos fez separar. Dixie abriu a porta da
caminhonete e saiu sem dizer uma palavra. Tínhamos dito tudo o que
havia para dizer. Eu a observei enquanto ela caminhava até seu jipe.
Ela não cumprimentou Bray. Em vez disso, ela subiu no seu jipe e foi
embora.

~ 49 ~
Esperei por Bray sair e vir até mim. Ele obviamente me
encontrou. Fiquei surpreso que demorou tanto tempo para pensar sobre
este lugar, mas eu estava agradecido por isso. Quando eu o vi se
aproximando da minha porta, eu abri a janela e esperei por ele.

— Vocês conversaram sobre isso? — Bray perguntou com uma


carranca.

— Ela teve o encerramento dela, — eu disse, encontrando seu


cenho franzido assim como eu.

— Estava à procura de sua bunda toda a manhã e parte da noite.


Mamãe fez um grande café da manhã.

Ele entrou na caminhonete. — Não sei se estou pronto para ver


Steel.

Bray suspirou. — Ele achou que ela deveria saber. Talvez ela
devesse mesmo saber. A menina nunca mudou. O jeito que você a
deixou não foi um final para ela. Ela não estava se curando.

— Ela estava noiva de Steel, — eu lembrei a ele. Dixie tinha


mudado. Ela tinha sido capaz de me colocar para trás.

— Merda. Ela ainda não tinha dito que sim. Eu não acho que ela
teria sido capaz de dizer sim até que ela te visse de novo. Isso é tudo
sem sentido agora.

Dixie ia ficar bem. O pai dela iria amá-la e tranquilizá-la. Ela iria
encontrar um homem para amá-la. Eu tinha que acreditar nisso.

— Vamos para casa comer, antes que mamãe venha procurando


por nós dois, — disse Bray.

Com um aceno de cabeça eu mudei de marcha. — Nos vemos lá.

~ 50 ~
DIXIE MONROE

Eu não havia pedido para ver as cartas. Eu precisava


daquele momento para ser apenas sobre nós. Se essa fosse a
última vez que Asher Sutton ia me segurar, então eu precisava. Nada
mais além disso.

Eu não tinha certeza se eu ainda queria ler aquelas cartas. Eu


não conhecia a minha mãe. Ela não tinha estado em torno dela tempo
suficiente para que eu me lembrasse dela. Ler as suas palavras não
significavam muito para mim. Havia alguém que eu queria falar.
Alguém que poderia me dizer a verdade. E se ele não soubesse a
verdade, então nós poderíamos encontrar juntos.

O homem que tinha me criado e me amava era o meu pai. Mesmo


que ele não era o meu sangue, ele era meu pai. Nada poderia mudar
isso. Eu só esperava que o mesmo fosse verdade para ele. Porque eu
teria que enfrentar isso com ele. Eu não poderia enfrentá-lo com Asher
ou Steel.

Papai estava do lado de fora no estábulo com sua mais nova


aquisição, um cavalo, um que mamãe tinha visto e queria quando eles
tinham ido para o pátio de estocagem para comprar algumas cabeças de
gado. Mamãe tinha casado com meu pai quando eu era pequena e ela
era uma mulher maravilhosa que fez meu pai feliz. Ela me amava e eu a
amava. Minha família parecia perfeita.

Ganhar esse conhecimento não foi fácil. A última coisa que eu


tinha pra agarrar na minha vida, senti que oscilava à beira de um
precipício. Talvez uma pessoa normal não fosse determinada a enfrentar
a verdade. Segurando o amor e a segurança que eu tinha era o caminho
mais fácil, mas eu precisava lidar com isso. Perguntar a ele por que ele
tinha me amado de qualquer jeito. Ele me criou como dele. Como ele
poderia olhar para mim?

Quando eu pensei que havia um monstro debaixo da minha cama


quando era criança, eu peguei um taco de beisebol e fui procurar. Eu
nunca recuei ou me escondi. Eu enfrentei os meus medos. Isso não
seria diferente. Era o maior medo que eu já havia enfrentado.

— Ei, botão de ouro, — papai gritou quando ele saiu dos


estábulos e me notei indo em sua direção.

~ 51 ~
— Ei, — eu respondi e minha voz falhou enquanto as lágrimas
encheram meus olhos. Aparentemente, isso não era como lutar contra
os monstros debaixo da cama. Isso era mais assustador. Eu amava esse
homem e confiava nele com a minha vida. Eu confiei nele para estar lá
para mim, não importa o quê.

Seu sorriso caiu. — Quem diabos eu preciso bater? Por que há


lágrimas nos olhos do meu anjo? — ele perguntou dando três passos
largos, em seguida, pegou meus dois braços e olhou para mim. — Isso é
pelo outro menino Sutton? Porque se for, eu vou queimar esse lugar. Eu
juro por Deus que estou cansado daqueles meninos te machucando, —
ele rugiu.

O fato de que ele não sabia a verdade era ainda mais evidente
quando ele falou. Ele não podia saber. Eu tive que dizer a ele. Eu tinha
que destruir o amor que este homem tinha por mim. Eu poderia fazer
isso? Oh Deus... Eu senti meus joelhos fraquejarem. Eu não podia
perder o meu pai.

— Tudo bem, botão de ouro, você está me assustando. Sua mãe


está bem? — ele perguntou olhando de volta para casa.

Eu balancei a cabeça. — Não é sobre ela, — eu consegui dizer,


entre soluços.

— Fale querida, porque você está me assustando. Eu não posso


corrigir isso se eu não sei o que eu preciso corrigir.

Meu pai queria corrigir isso. Ele sempre corrigiu meus problemas.
Só que ele não tinha sido capaz de consertar meu coração partido
quando Asher tinha se afastado de mim. Ele não seria capaz de corrigir
isso também.

— Ouvi que Asher Sutton estava em casa. Isso é sobre ele? —


papai perguntou, sua voz cheia de raiva. — Ele é um homem agora. Eu
não tenho um problema de bater em um homem.

— Papai, — eu disse interrompendo-o a partir de seu discurso


irritado com Asher. — Você... Você sabia que... — como perguntar ao
meu pai se ele sabia que sua esposa tinha dormido com outro homem?
Eu não poderia fazer isso. Eu poderia? Deus, isso era demais.

— Eu sei o que, querida? O que está incomodando você? — suas


palavras tinham suavizado quando ele me puxou mais perto de seu
peito como se ele estivesse me protegendo. Ele nem sabia de quê.

~ 52 ~
— Minha mãe... Ela... — eu parei e engoli em seco. Me senti mal.
Ouvir isso era uma coisa, mas repetir era outra.

— Você disse que não se tratava de sua mãe, — ele disse, olhando
de volta para casa novamente com preocupação. Ele não entendia.

Eu balancei minha cabeça. — Não, a mulher... A minha


verdadeira mãe, — eu disse, e seu corpo ficou tenso. Nós nunca
conversamos sobre ela. Nunca. Nem uma vez. Será que ele sabe de
alguma coisa? E se ela tivesse me deixado por causa de um caso. Será
que ele não percebeu que eu era o produto do caso dela?

— Ela entrou em contato com você? — ele perguntou com a voz


tensa.

Eu balancei minha cabeça. Eu já havia planejado encontrá-la.


Agora, eu não quero mais vê-la. Ela arruinou minha vida. Ela tinha
deixado para trás mentiras que destruiu tudo. — Você sabia que ela
teve um caso com Vance Sutton? — eu perguntei antes que eu pudesse
me parar. Fechando os olhos com força, de repente eu queria pegar
essas palavras de volta. Eu não quero que ele saiba disso. Eu o amava.
Ele era meu pai. Eu não podia perder isso.

— Ela não estava mentalmente bem, querida. Mas sim, eu sabia.


Como você ficou sabendo sobre isso? — suas palavras me
surpreenderam. Eu não esperava que ele soubesse tanto assim. — Será
que os meninos Sutton sabem disso?

Eu balancei a cabeça. — Sim, Asher encontrou cartas de Millie


para Vance. Elas disseram algumas coisas... — lágrimas derramam
livres e rolaram pelo meu rosto. Eu não poderia prendê-las por mais
tempo. Eu tinha enfrentado esse medo e agora eu tinha que esperar.

Papai olhou para mim com uma expressão preocupada e depois,


compreensão iluminou seus olhos. Ele fechou os olhos com força e
murmurou uma maldição, então me puxou contra ele e me apertou. —
Oh não, querida. Eu sei o que você leu. Isso não é o que você pensa,
botão de ouro. Você é a minha princesa. Você está me ouvindo. Você é
minha. Eu tenho a prova disso. Essas cartas eram de uma mulher
mentalmente instável. Uma mulher que magoava os outros, como se a
vida fosse um jogo. A beleza de Millie era algo que ela usava como uma
arma de destruição.

Eu me afastei dele e procurei o seu rosto. — Eu não sou filha de


Vance Sutton, — eu repeti com a necessidade de garantir que nós
entendemos um ao outro.

~ 53 ~
— Não, — papai disse ferozmente. — Claro que não. Você é
minha. Embora Millie tenha tentado destruir eu e Vance Sutton com a
sua mentira. Eu fiz um teste de paternidade quando você nasceu
porque Vance exigiu. Ele queria uma prova de que não era dele. Entendi
isso a partir do momento em que ele lhe entregou a mim e minutos
depois que nasceu, você se tornou minha. Você roubou meu coração.
Um coração que eu não achava que poderia curar. Você o curou em
seus primeiros momentos nesta terra. Eu não teria me importado com o
papel que teria em sua vida, você era a minha menina. Eu estava
disposto a lutar por você. Eu queria você. Millie tinha me quebrado,
mas você, Dixie Monroe, você me salvou. Você foi meu milagre.

Pelo segundo dia consecutivo eu soluçava.

~ 54 ~
ASHER SUTTON

— É melhor comer os biscoitos. Eu não me levantei e fiz


para eles você não comer, — mamãe disse enquanto olhava para
o prato que eu mal tinha tocado. Meu apetite havia desaparecido.

— Sim, senhora, — eu respondi antes de forçar uma porção na


minha boca.

Steel tinha se apressado e terminou o seu café da manhã, e


depois saiu. Ele não me olhou nos olhos também. Isso era bom. Ele
precisava manter a sua distância até que eu fosse capaz de me acalmar.

— Eu posso ter outro? — perguntou Dallas como uma criança de


cinco anos de idade.

— Vá pegar você. Ela não é sua empregada, — eu rebati para ele.

Seus olhos se arregalaram e ele se levantou com o prato e foi para


o fogão.

— Ok, o que te deixou todo emburrado? Você não estava aqui esta
manhã e Bray estava procurando por você, enquanto o resto deles
tentou ser uma distração. Eu fiz criei cada um de vocês. Eu sei quando
um de vocês não volta para casa à noite e eu sei que quando Dallas está
tentando me encantar para que outra pessoa possa sair com alguma
coisa.

Dallas riu quando ele se sentou com outro prato cheio de


biscoitos e molho de tomate. — Figuras, — disse ele com um sorriso.

Me recusei a dizer que mamãe estava errada. Não havia nenhuma


razão para ela sofrer esse tipo de dor agora. Ela tinha boas lembranças
de meu pai e eu queria que ficasse desse jeito. Dizer não iria tornar isso
melhor para ela. Isso não iria fazer nada além de machucá-la sem
motivo.

— Estou me ajustando em casa novamente. Steel terminou com


Dixie e eu não vou mentir, estou feliz. Dixie precisa seguir em frente e
não com um dos meus irmãos.

Eu esperava que minha voz não me traísse.

Mamãe levantou uma sobrancelha e se sentou na minha frente


com um copo de café na mão. — Eu chamo isso de besteira, — ela disse

~ 55 ~
simplesmente e tomou um gole de café enquanto me estudando. —
Besteira, você me entende? Eu não compro isso! — disse ela se
certificando de que ela tenha seu ponto de vista.

— Mamãe, vamos deixar ele em paz, — disse Bray. Ele era o único
corajoso o suficiente para dizer algo assim à mamãe além de mim.

Mamãe se virou para olhar em Bray, que agora estava parecendo


um menino com a mão no pote de biscoitos. Se eu não estivesse em
uma tão maldita merda, eu teria rido. Dallas e Brent, os dois riram.

— Não me lembro de perguntar o que fazer. Eu te carreguei por


nove meses e passei por 10 horas de trabalho de parto doloroso para o
nascimento dele. Então eu limpei sua bunda desagradável, cuidei dele
quando ele estava doente, segurei sua mão enquanto ele tinha pontos, e
deixei ele vomitar em cima de mim enquanto eu o segurava quando teve
uma intoxicação alimentar. Então não me diga o que eu posso e não
posso fazer. Se, e quando eu quero saber sobre um dos meus meninos,
eu vou saber. E você pode ser o próximo, então cale a boca e tome o seu
café da manhã.

Bray baixou a cabeça em uma posição de derrotado. — Sim,


senhora, — ele respondeu.

Mamãe virou sua atenção de volta para mim. — Agora, a última


vez que verifiquei você jogou aquele doce de Dixie Monroe para a
calçada sem olhar para trás. Não falava sobre ela ou olhava para ela.
Eu estava preocupada com você ficando muito sério tão jovem, então eu
não quis te empurrar. Mas três anos depois, quando deveria estar
ligado a uma garota que conheceu na faculdade, você está de volta aqui
ainda solene e solitário. Não está certo! Um homem bonito como você,
ele tem as mulheres batendo a sua porta. Mas você está sozinho.
Explique isso para mim. Porque tem que ser você empurrando elas para
longe. Steel ama essa menina. Ele comprou a ela um anel de diamante.
Deus sabe que ele não pode pagar e agora isso está rompido após dois
dias de sua chegada em casa. Sinto cheiro de M. E. R. D. A.

Olhei para Bray, mas ele estava comendo e não olhando para nós.
Mamãe o havia colocado em seu lugar. Brent estava nos observando
com uma expressão preocupada. Ele sabia que eu não podia dizer a
verdade à mamãe. Eles todos sabiam. Mas nenhum deles estava
tentando me ajudar aqui.

— Talvez ele não a amasse o suficiente. Talvez ele não a amasse o


suficiente para lutar por ela e ter certeza que ela estava protegida de
tudo o que poderia machucá-la. Talvez ele não a amasse o suficiente
~ 56 ~
para sacrificar a sua felicidade por ela. Talvez... — eu parei e me
levantei. — Mamãe, eu te amo, mas não posso falar sobre isso. Não
agora, — eu disse, deixando meu prato na mesa e indo para a porta. Se
Steel pode ir, então eu também posso. Encarar mamãe agora não será
possível.

— Você encontrou as cartas, não é? — as palavras de mamãe me


pararam, quando minha mão tocou a porta de tela e eu congelei.
Cartas. Ela sabia sobre as cartas. Então ela sabia...

Que porra é essa?

Virando, eu olhei para ela e vi a tristeza em seus olhos. — Que


cartas, mamãe? — eu perguntei, precisando que ela me confirmasse
que ela sabia sobre as cartas. O que significava que ela não deveria ter
me deixado ou Steel em qualquer lugar perto de Dixie Monroe.

— As cartas daquela mulher para o seu pai. Eu não sei onde ele
escondeu. Mas achei que você as encontrou há três anos, — ela
balançou a cabeça como se eu tivesse confirmado. — Eu perguntei uma
vez e de novo quando você parecia tão miserável e deprimido, mas
depois pensei que não, certamente que não. Se você encontrou algo
assim, você me perguntaria sobre isso. Mas você não o fez, por isso
achei que era outra coisa. Mas eu vejo que tive um erro grave.

Soltando a minha mão da porta, olhei para minha mãe. Ela sabia.
Mas ela... — Por que você nos deixou-... Me deixou... Estar com ela
dessa forma, se você sabia? — eu perguntei tentando processar o fato
de que minha mãe tinha conhecimento de causa e me deixou cometer
incesto.

Mamãe se levantou e sacudiu a cabeça. — Eu nunca deixaria


uma coisa dessas acontecer. Essa menina não é filha de seu pai. Luke
Monroe tem um teste de paternidade que prova que ela é cem por cento
sua filha. Millie Monroe era a mulher mais bonita do país. Ela poderia
seduzir um homem são como nada que eu já tinha visto, mas aquela
mulher era uma loucura. Mentalmente louca. Ela voltou sua atenção
para o seu pai e isso significava que ela ia ficar com ele.

— Seu pai era um homem. Essa é a única desculpa que eu tenho


por ele. Eu o perdoei há muito tempo. Entenda isso. Ele nunca parou
de tentar fazer as pazes comigo. Ele me amava. Ele só deixou a tentação
sexual obter o melhor dele.

Se meu pai ainda estivesse vivo, eu iria matá-lo agora. Ouvir


minha mãe falar sobre ele ser seduzido por outra mulher me enfureceu.

~ 57 ~
— Millie veio para o celeiro um dia quando eu tinha ido ao médico
e bem... ela fez algumas coisas que qualquer homem teria dificuldade
em recusar. Seu pai cometeu um erro. Então, — ela suspirou, — Millie
voltou e fez novamente mais algumas vezes e seu pai foi fraco. Assim,
quando Millie ficou grávida, não sabíamos. Todos nós sabíamos que
poderia ser filho de seu pai. Ele admitiu para mim. Tudo o que ele tinha
feito. Eu estava grávida de Steel. Eu tinha três bebês eu estava em casa
e dinheiro era escasso. Seu pai usava Millie como uma fuga da
realidade da vida. Eu pensei que eu iria deixá-lo por algum tempo, mas
ele estava tão lamentável, e eu o amava muito. Demorou alguns anos,
mas finalmente o perdoei. De qualquer forma, quando a garotinha
nasceu, eu queria um teste de paternidade e assim seu pai fez. Se o
bebê era dele, ele precisava saber. Mas não era. Ela era toda de Luke
Monroe.

— Puta merda, — Bray xingou, me lembrando que não estávamos


sozinhos. Meus irmãos estavam todos sentados lá ouvindo isso
também.

— Não posso acreditar que eu nem era nascido. Você devia ter
matado ele, — Dallas murmurou.

Mamãe se virou e olhou para eles. — Eu amava esse homem. Ele


amava e adorava todos vocês. Ele era um bom homem que teve um
momento de fraqueza. Ele cometeu um erro e eu o perdoei. Isso não
muda o fato de que vocês eram todos o mundo dele. Ele amou cada um
de vocês. — o tom duro dela era determinado. Ela quis dizer o que ela
estava dizendo. Eu não tinha certeza se eu poderia algum dia perdoar o
homem, mas ele se foi e agora estar bravo com ele era inútil. Ele nos
deixou no final de qualquer maneira.

Mamãe se virou para mim. — Onde estavam essas cartas? — ela


perguntou.

— Numa tábua solta no sótão, — eu disse a ela.

Ela assentiu com a cabeça. — Eu deveria ter verificado o lugar


antes de eu te deixado ficar lá em cima. Eu sabia que você era doce com
aquela menina. Ela se parece com a mãe, mas ela não é como a mãe.
Ela tem o coração de seu pai e Luke Monroe é um bom homem. Ele
tentou fazer isso funcionar com Millie, mesmo quando ele sabia que ela
estava louca. Millie fugiu e o deixou com aquela menina e foi a melhor
coisa que poderia ter acontecido com Dixie. Ela não precisava daquela
mulher em sua vida. Ela acabou por ser uma boa mulher, — mamãe fez
uma pausa, em seguida, estendeu a mão e apertou meu braço. — Uma

~ 58 ~
mulher que seu irmão amava o suficiente para propor a ela. Lembre-se
disso, certo?

Lembre-se disso.

~ 59 ~
DIXIE MONROE

O camaro branco de Scarlet desceu na minha longa


entrada. Me sentei no balanço da varanda observando quando
ela fez seu caminho para a casa. Não tínhamos conversado muito nos
últimos dois dias. Ela parecia entender que eu precisava de alguma
distância, agora que Asher estava de volta.

Ela realmente não tinha ideia de quão loucas as ciosas tinham


ficado.

Quando ela parou e a porta do carro se abriu, eu percebi que ela


pode ser minha melhor amiga, mas havia uma coisa sobre o qual eu
não estava pronta para falar com ela. Eu não estava dizendo a ninguém
sobre isso até que eu me tivesse mentalmente pronta para dizer a Asher
que não somos irmãos. Depois que eu percebi que o meu pai era o meu
pai e que ele me amava mais do que eu mesma sabia, fiquei sabendo
que esse segredo horrível que manteve Asher longe de mim não estava
mais lá.

Correr para ele tinha sido a primeira coisa que eu pensei em


fazer, mas depois me lembrei de Steel. Eu tenho que lidar com Steel. E
se... E se isto tinha sido demais para ele, e Asher não me ama mais
desse jeito. Eu só... Eu tinha que pensar. Me sentei na minha varanda e
ouvi a minha mãe cantarolando enquanto preparava o almoço, sabendo
que eu estava segura. Esta vida não estava prestes a ser puxada
debaixo de mim.

— Desde que a minha melhor amiga não poderia pegar um


telefone e me ligar ou até mesmo me mandar uma mensagem, achei
melhor eu ir ver como ela estava. Os meninos Sutton tem você
emaranhada em uma teia ainda? — ela perguntou quando subiu os
degraus da frente da varanda em volta da minha casa.

— Desculpe. Estou gastando muito tempo com os meus


pensamentos, — eu disse a ela acariciando o lugar vazio no balanço ao
meu lado. — Sente-se. Vamos conversar, — eu disse.

Scarlet jogou o cabelo vermelho atrás do ombro e sorriu. — Tudo


bem, mas só porque você é sexy, — brincou ela, em seguida, se sentou
ao meu lado. Ela deu ao balanço um grande impulso com as pernas, em
seguida, puxou ele na frente dela, dobrando os joelhos sob o queixo. —
Brent disse que houve um drama.

~ 60 ~
Eu balancei a cabeça. — Sim, você poderia dizer isso. Mas agora
eu só quero ficar longe e conseguir um pouco de paz. Eu tenho que falar
com Steel, mas ainda não.

Scarlet suspirou. — Por favor, não me diga que você vai terminar
com ele. Ele ama você. Não estrague tudo por causa da bunda sexy de
Asher. Ele não vale a pena.

Ela não sabia de nada disso. Mas ouvi-la falar sobre Asher como
se ele não valesse a pena lutar era difícil. Ele vale tão a pena lutar. Steel
me amava e eu tinha que descobrir se o que eu sentia por ele era amor.
Eu sabia, sem sombra de dúvida, que eu estava apaixonada por Asher.
Eu o adorava. Ele era tudo o que eu sempre quis. Mas ele também era
perigoso. Ele poderia me machucar com tanta facilidade. E ele poderia
não me querer.

Steel queria. Pelo menos eu pensei que ele queria antes de


descobrir a verdade.

— Você falou com Brent hoje? — eu perguntei a ela querendo


mudar de assunto.

Ela assentiu com a cabeça. — Sim, — respondeu ela, em seguida,


olhou para o jardim da frente. — Eu conversei com Bray também.

O fato de que ela havia conversado com Bray não era grandes
coisa... Ou não teria sido se ela não tivesse dito como se sentia culpada
de alguma coisa. Eu a estudei um pouco, e me perguntei se eu tinha
sido tão embrulhada em minha própria vida que eu tinha perdido algo
importante na dela.

— Sim, por que você falou com Bray? — eu perguntei tentando


soar casual.

Ela não olhou para mim, mas a forma de seus ombros tensos não
era um bom sinal. Não é bom em tudo. — Scarlet? — eu perguntei
querendo que ela olhasse pra mim.

— Você já se perguntou sobre o que Bray pensa? Ele é tão


reservado. Ele raramente sorri, — ela fez uma pausa e um pequeno
sorriso tocou seus lábios. — Mas quando ele sorri, é realmente algo.

Whoa. Isto era seriamente ruim.

— Scarlet, humm... Há algo que você precise me dizer?

~ 61 ~
Ela soltou um longo suspiro, em seguida, virou a cabeça e apoiou
a bochecha sobre os joelhos. — Provavelmente não deveria. É ruim. Eu
sou ruim até mesmo por pensar nele. Que tipo de pessoa faz isso? Ele é
o irmão gêmeo de Brent. Mas eles são tão diferentes. Ele é...
Temperamental e mal encarado e misterioso e ele tem esse olhar
irritado e sexy que me faz sentir borboletas no meu estômago, sabe?

Os meninos Sutton são problemas. Lindos problemas. Toneladas


de problemas.

— Bray não é como Brent e isso é bom. Porque Brent a ama. Bray
gosta de meninas e ele gosta de receber sexo oral. Você já ouviu as
histórias. O cara sai com garotas caindo aos seus joelhos e ele é duro
com elas. Lembre-se que Jenn disse sobre ele amordaçando ela e a
chamando nomes enquanto ele estava fazendo isso?

Scarlet sorriu e depois apertou os lábios. — Sim, mas ela também


disse que era sexy e ela voltou para mais e mais.

O quê? — Scar, por favor, me diga que você está brincando


comigo, — eu disse. Nada sobre isso soa sexy.

Scarlet levantou um ombro em um pequeno encolher de ombros.


— A ideia de Bray falando sujo comigo enquanto estou amordaçada me
excita, — ela apertou os olhos com força. — Isso faz de mim uma puta,
não é mesmo? Eu soo horrível, mesmo apenas dizendo isso.

Eu não tinha resposta para isso, porque eu não acho que isso soa
emocionante a qualquer um. Os rumores sobre Bray e suas escapadas
de sexo foram longe. Não apenas em Malroy, mas em todo o país.
Meninas o amavam, mas elas disseram que ele não era doce e fácil. Ele
pegava o que queria.

— Se Asher, — disse ela baixando a voz, — Te empurrasse para


baixo em seus joelhos na frente dele e empurrasse o pau dele em sua
boca e te dissesse que você tem uma boca um pouco suja, e, em
seguida, te chamasse de menina de má e dissesse que é uma
impertinente e precisa ser punida... Não iria deixar você excitada?

Eu não podia responder. A ideia de estar de joelhos na frente de


Asher e ser capaz de trazê-lo ao prazer fez meu coração disparar e meu
corpo se sentir febril. Ok, talvez ela tenha um ponto.

— Mas você ama Brent. Por que a ideia de Bray fazendo essas
coisas excita você?

~ 62 ~
Ela voltou a olhar para trás, para o meu quintal. Ela não olhava
para mim. O que ela não me contou? Se eu tivesse perdido isto
completamente? — Ele é diferente. Eu gosto quando eu posso fazer ele
sorrir. Ele não sorri o suficiente.

Nós duas somos ervilhas em uma vagem. Ambas divididas entre


dois rapazes Sutton. Talvez as nossas razões fossem diferentes, mas
quem era eu pra julgar. Envolvi meu braço em volta dos ombros de
Scarlet e descansei minha cabeça contra a dela.

Com um empurrão dos meus pés eu comecei a nos balançar


novamente, em seguida, puxei meus pés debaixo de mim. — Bray não
pode ser confiável com seu coração. Você sabe disso, né? — eu disse a
ela.

Ela não respondeu de imediato. Ouvimos um zumbido, mamãe e


o som do trator no campo. Estava tranquilo. Até Scarlet responder.

— Assim como Asher não pode ser confiável com o seu.

Ela estava certa. Eu sabia disso. Mas eu odiava ouvir.

A porta da frente se abriu e minha mãe colocou a cabeça para


fora e sorriu para nós. — Eu tenho torta de pêssego quente no forno e
sorvete de baunilha. Vocês querem que eu leve duas taças para fora?

Vendo sua cabeça loira sorridente, quadris levemente amplos e


seu rosto livre de maquiagem sorrindo para mim com tanto amor, me
deu vontade de me levantar e ir abraçá-la apertado. Ela não era o que o
mundo consideraria bonito, mas para mim ela era. Ela era linda por
dentro, que era onde contava. Ela amava uma menina que não era dela
e fez todos os seus sonhos maus desaparecerem. Ela tinha estado lá no
dia que minha primeira menstruação chegou e tinha pavor daquilo, e
ela me segurou quando Asher tinha se afastado de mim. Ela era a
minha mãe e eu era a garota mais sortuda do mundo.

— Vamos entrar e comer alguma com você, — eu disse a ela em


pé.

— Eu preciso de uma pausa, — Scarlet concordou.

Fui até minha mãe e passei meus braços em torno dela. — Eu te


amo, — eu disse a ela quando eu engoli a emoção.

Ela me deu um aperto rápido e, em seguida, beijou meu rosto. —


Eu te amo mais, princesa. Basta se lembrar disso, — ela respondeu.
Essa sempre foi a resposta dela quando eu dizia a ela que eu a amava.

~ 63 ~
ASHER SUTTON

Eu não tinha visto ou falado com Steel em dois dias. Eu


sabia que Bray tinha lhe dito tudo o que a mãe nos tinha dito.
Bray me deixou saber que Steel sabia a verdade sobre Dixie agora. Ir
para Dixie e dizer a ela era a única coisa que eu tinha sido capaz de
pensar agora que eu tenho as minhas emoções sob controle. Mas então
eu percebi que não era o meu lugar.

Steel tinha proposto a Dixie. Mamãe teve a certeza de apontar isso


para mim. Então eu esperei... Para que algo acontecesse. Qualquer
coisa. Mas Steel não veio para me encontrar. Eu estava cansado de
esperar por ele fazer alguma coisa.

Ele havia saído cedo para ir consertar o muro no lado sul. Bray
tinha dito que era a vez de Steel fazer as pazes quando eu tinha
perguntado sobre ele no café da manhã. Eu tinha que falar com Steel
porque eu queria ir para a Dixie, mas eu não podia. Eu não era livre
para fazer isso. A ideia de que eu pudesse abraçá-la. Que eu pudesse
amá-la estava lá, me provocando. A maneira que eu me sentia por ela
não estava errado ou confuso. Estava bem. Estava completamente certo
de que eu a adorava. Que ela pertence a minha alma.

Mas eu estava esperando meu irmãozinho fazer... alguma coisa.

Quando eu desci para o celeiro, eu podia ver a caminhonete da


fazenda vindo para cá e eu sabia que Steel estava nela. A caminhonete
fez um barulho quando o motor diesel retumbou a uma parada atrás do
celeiro.

Steel saiu do caminhão e bateu a porta antes de olhar para mim.


A raiva em seu olhar não era o que eu estava esperando encontrar. Eu
não tinha feito nada para irritá-lo. Ele era o único que tinha ferido
Dixie.

— O quê? — perguntei quando encontrei com seu olhar zangado.

Ele soltou uma risada dura. — O quê? — repetiu ele. — Eu estou


esperando que você me diga que vai ver Dixie. É por isso que você está
aqui, não é? Para me dizer que você vai falar com ela. Para me avisar
que você está prestes a se precipitar e dar a ela o que ela quer. O que
ela queria toda a sua vida. — ele tirou as luvas de trabalho e as jogou
no chão. — Que porra é essa que eu faço com isso? Eu não posso

~ 64 ~
competir. Vá buscá-la, Asher. Vá buscá-la porra. — ele se virou e
caminhou em direção ao celeiro.

Ele a amava. Talvez não do jeito que eu, mas ele a amava. E eu o
amava. Ele era meu irmão mais novo. Eu estava lá quando ele precisava
de mim. Eu havia lhe ensinado como jogar com uma bola de futebol e
como bater numa bola de beisebol.

E eu amava Dixie. Mas a minha chance tinha acabado. Steel


entrou, e estava lá quando ela precisava de alguém. Eu tinha ido
embora sem dizer uma palavra. Eu não a merecia. Steel foi o melhor
homem.

— Steel! — gritei e ele parou pouco antes de ele entrar no celeiro.

Ele se virou e a raiva se foi agora, mas a dor em seus olhos


cimentou a minha decisão. — O quê? — respondeu ele.

— Vá buscá-la. Ela é sua. Ela não foi minha em um longo tempo.


Eu vivi três anos acreditando que o que eu tive com ela foi errado e
sórdido. Você só teve um dia na vida o inferno. O amor que você tem
por ela ainda é puro. Ainda é forte o suficiente. É você que ela precisa.
Não eu. Eu tenho certeza que eu estou quebrado além do reparo.

A postura tensa de Steel caiu e seus olhos se voltaram para as de


um irmão preocupado. — Você não está quebrado. Você é um bom
homem. Um grande homem.

Ele estava errado, mas ele me amava. O amor de Steel era


especial e eu queria isso pra Dixie. Ela não iria se deparar com os
demônios escuros que tinham tomado conta da minha vida. Os que eu
tinha certeza que nunca vão embora. Descobrir a verdade não vai me
corrigir magicamente. Isso me deu liberdade, mas isso não me corrigiu.
Isso requeria algo que eu não estava disposto a assumir. O amor de
Dixie.

— Obrigado, — eu disse a ele. — Mas eu vou deixar. Ela precisa


de um homem que vai estar aqui para ela. Um que vai mostrar a ela o
sol a cada maldito dia de sua vida. Eu tenho muita escuridão na minha
alma para dar a luz do sol que ela merece.

Steel ficou ali olhando para mim e, em seguida, ele finalmente


concordou. — Tudo bem, — respondeu ele. — Eu a amo.

— Eu sei, — eu assegurei a ele.

~ 65 ~
Ele limpou as mãos na calça jeans, então me deu um pequeno
sorriso antes de correr até a caminhonete branca. Vê-lo ir não era fácil,
mas era o certo. A dor em meu peito era uma parte de mim agora. Eu
sabia que tinha que viver com ela. Dixie merecia ser feliz e Steel a fazia
feliz. Eu iria amá-la para o resto da minha vida, mas eu teria que amá-
la de longe.

A porta do celeiro abriu e eu olhei para trás para ver Dallas de pé,
vestindo nada além de um par de calções brancos e luvas de boxe. Ele
estava olhando para mim. Eu não sabia que havia alguém dentro do
celeiro.

— Eu amo todos os meus irmãos. Mas só para esclarecer, você é o


melhor. Nós todos sabemos disso. Mesmo Steel, — Dallas disse com um
sorriso triste. Então, ele acenou com a cabeça em direção ao interior do
celeiro. — Venha bater no saco de pancadas. Acabei de terminar e eu
estou prestes a levantar alguns pesos. O saco é todo seu.

Bater em algo soava realmente muito bom. Fui até a porta do


celeiro e Dallas tirou as luvas e jogou elas para mim com um tapa no
meu estômago. — Aqui está, meu velho.

Peguei as luvas e senti puxar um sorriso nos lábios pela primeira


vez em muito tempo. — Este velho poderia bater o seu rabo, — disse
ele.

Dallas riu e apontou para si mesmo, então flexionou os braços


muito impressionantes. — Cara, você olhou para mim ultimamente? Eu
sou uma besta, — disse ele.

Então eu ri. Eu realmente ri.

A expressão de surpresa no rosto de Dallas foi fugaz, então ele


estava sorrindo também.

~ 66 ~
STEEL SUTTON

Puxando na estrada de terra que ligava o nosso caminho


com de Dixie, notei a caminhonete de Bray estacionada no
campo. Diminuindo a velocidade, eu olhei para ver se ele estava bem e
não precisava de nada. Então eu vi uma cabeça vermelha e um par de
que eu tinha certeza que eram seios. Sorrindo, eu balancei a cabeça e
me dirigi a Dixie. Aquele desgraçado tinha uma garota lá fora, no meio
do dia e ele estava transando com ela. O cara era louco.

Dixie e eu não tínhamos tido relações sexuais e uma vez que


tinha sido um relacionamento por nove meses, eu já tinha passado por
minha mais longa temporada de celibato desde que eu tinha quinze
anos e Brenda Vickers me mostrou os peitos em seus dezoito anos de
idade. Em seguida, Brenda tinha me mostrado o quão bom era sentir
deslizar meu pau em uma boceta molhada e quente. Sexo se tornou tão
importante quanto o oxigênio. Depois disso, eu tinha caído no amor
com Dixie e esperar por ela se tornou mais importante. Recusar
mulheres dispostas não foi fácil. Mas Dixie valeu a pena. Ela era melhor
do que uma noite com algumas mulheres fáceis.

Ver Bray ficando com algumas no meio do dia me deixou com um


pouco de inveja. Eu estava ficando cansado de me masturbar no
chuveiro. Mas o que ele estava fazendo era algo que fácil e acabaria em
breve. Eu tinha algo a mais. Algo que vale o sacrifício.

O jipe da Dixie estava estacionado e eu dei um suspiro de alívio


quando eu fiz o meu caminho para a porta da frente. Eu não queria
esperar mais. Fazia dois dias. Dixie não ligou ou me mandou uma
mensagem. E eu não tinha sido capaz de dizer a ela o que tinha
descoberto a partir mamãe porque eu tinha tido tanta certeza que Asher
poderia vir aqui e levá-la. Eu acreditava que Dixie me amava. Ela me
disse que me amava. Mas eu não tinha certeza de que ela me amava
tanto quanto ela amava Asher.

Ele não estava pensando em vir para ela embora. Ele estava me
deixando ficar com ela sem lutar.

A porta da frente se abriu e Dixie saiu vestindo um par de jeans


rasgados e uma camisa xadrez amarrada com um nó no estômago. Ela
estava descalça e ela parecia a fantasia de todo garoto do sul. — Ei, —
disse ela com um pequeno sorriso.

~ 67 ~
Não parecia que ela estava sofrendo. A dor que eu tinha visto em
seus olhos há dois dias não estava lá agora. Eu não tinha certeza de
como eu me sentia sobre isso. Eu não a queria machucada, mas eu
também queria que ela me quisesse. Que ainda me amasse.

— Como você está? — eu perguntei querendo que ela me desse


alguma esperança.

Ela encolheu os ombros. — Bem. Melhor. Falei com o meu pai.

O jeito que ela disse: “meu pai” com um toque de segurança e


alívio em sua voz me disse que seu pai tinha esclarecido as mentiras
que todos nós acreditávamos.

— Então você sabe a verdade, — eu disse.

Uma pequena carranca tocou as suas sobrancelhas e ela


balançou a cabeça. — Sim, mas não é o que Asher pensa.

Eu balancei a cabeça. — Nós sabemos. Mamãe esclareceu para


nós.

Os olhos de Dixie se arregalaram e ela olhou para baixo em


direção a nossa casa. — Oh. Quando?

— Duas manhãs atrás. Eu queria vir aqui antes, mas todos nós
meio que precisávamos de tempo para lidar. Você sabe.

Ela virou os olhos lentamente para mim com tristeza, isso fez me
querer me chutar. Por que eu disse a ela que eu soube há dois dias e
não tinha chegado a ela? Quão estúpido foi isso?

— Sinto muito, — eu acrescentei.

Ela forçou um sorriso e balançou a cabeça. — Não, está tudo


bem. Eu sabia também e eu não fui lá. Eu só... — ela fez uma pausa e
engoliu em seco. — Não importa. Eu não estou fazendo sentido. Tem
sido um pouco louco esses dias, eu acho.

— Sim, tem, — eu concordei e, em seguida, estendi a mão para


pegar a mão dela na minha. — Mas eu nunca deixei de te amar. Eu te
amei mesmo quando eu pensei que era errado. Eu não podia cortar
isso.

Ela ficou tensa e seu olhar foi em direção a minha casa de novo.

~ 68 ~
Isso foi por Asher. Ela estava esperando por ele. Eu deveria ter
esperado por isso. Eu deveria saber que isto iria acontecer. Ele foi o
único que tinha perdido e nunca superado.

— Esperei por ele, — eu disse a ela. — Ele é a razão de eu não vir


até agora. Eu estava dando a ele a chance de chegar até você. Mas ele
veio até mim esta manhã e me disse para vir vê-la. Para não te fazer
esperar. Que eu te amo mais do que ele jamais poderia e merecia isso.

A dor em seus olhos estava de volta e eu queria rugir pela


injustiça. Por que ela tem que fazer isso comigo? Eu tinha esperado por
ela. Eu tinha sido fiel porque eu a amava. Por que ela tem que querer
mais dele? Ele havia me enviado. Ele tinha que deixá-la ir.

Eu estava aqui.

— Oh, — ela disse incapaz de olhar para mim. Ela estudou as


mãos em seu lugar.

Oh. Nenhum "Eu também te amo" ou "Eu senti sua falta". Apenas
a porra de um "oh".

— Dixie, você quer isso ainda? Nós? — eu perguntei querendo que


ela olhasse pra mim. Pra me dar alguma coisa.

Finalmente, ela levantou o olhar e olhou para mim. — E você? —


ela perguntou.

Será que ela ainda tem que perguntar? — Mais do que tudo,
Dixie.

Ela não respondeu de imediato. Em vez disso, ela esperou alguns


minutos antes dela soltar um suspiro suave. — Ok. Sim, eu quero isso
também.

Alívio tomou conta de mim e eu queria bater em meu peito. Eu


tinha ganhado. Ela era minha. Dixie Monroe era a mulher mais linda
que eu já tinha posto os olhos e ela me escolheu.

— Eu vou te fazer feliz, Dixie. Eu juro baby.

Ela assentiu com a cabeça, em seguida, ela deu um passo em


minha direção e deitou a cabeça no meu peito. Isso era o que eu
precisava. O que eu queria mais do que qualquer outra coisa. Eu
poderia ficar sem sexo até que ela estivesse pronta. Só de saber que
seria em minha cama que Dixie estaria um dia, fez tudo bem.

~ 69 ~
DIXIE MONROE

Na semana seguinte, eu vi Steel todos os dias. Mas eu não


vi Asher uma vez. Sua caminhonete estava estacionada em
frente da casa de bomba, mas quando eu estava lá, ele nunca veio. Eu
não perguntei e Steel para não falou sobre isso. Eu senti que Steel
estava à espera que eu perguntasse, se eu fizesse isso, eu teria falhado
em alguma prova sua.

Scarlet disse que eu tinha que encontrar uma maneira de deixar o


passado ir. Eu não sabia como fazer isso. Asher era mais do que o meu
passado. Ele era uma parte de mim. Um pedaço do meu coração e,
possivelmente, a maior parte era dele. Você não podia simplesmente
abandonar isso. Mesmo quando ele não me queria o suficiente para
lutar por mim.

No momento me apontasse seu dedo, eu temia que eu pudesse


largar tudo e ir correndo para ele. Ele tinha tanto poder sobre mim. Mas
era como se estivesse ido novamente. Scarlet disse que ela o tinha visto
há dois dias trabalhando no celeiro com Bray. Eles tinham ido fazer
algumas reformas. Ele riu, e parecia menos sobrecarregado do que
tinha estado no passado.

Fiquei feliz que ele não estava morando na escuridão que tinha
comido ele nos últimos três anos. Mas eu sentia falta dele. Eu queria
vê-lo. Eu queria ver o velho Asher novamente.

— Droga, ele está de volta, — Steel murmurou me tirando dos


meus pensamentos. Eu me virei para olhar para onde ele estava
franzindo a testa. Eu vi a parte de trás da cabeça de Brent e os cachos
vermelhos familiares de Scarlet na parte de trás da caminhonete de
Bray. Sorrindo, eu balancei minha cabeça. Será que eles acham que
estacionar do lado de fora era um esconderijo real?

— Juro, Bray não pode ficar um dia inteiro de trabalho sem ter
alguma ação, — disse Steel.

Franzindo a testa, me virei para dizer a ele que não era Bray, que
era Brent, mas eu parei e olhei para trás para fora sobre o campo e
apertei os olhos. O sol e a distância tornava difícil ver. Esse era
definitivamente o cabelo vermelho da minha melhor amiga. Era um
vermelho único. Eu teria conhecido em qualquer lugar. Isso era Brent...

~ 70 ~
Não era? Quero dizer, tinha que ser Brent se era Scarlet. Ela foi atraída
por Bray, mas ela não iria realmente dormir com ele.

— Você quer hambúrgueres para o almoço ou frutos do mar? Eu


sou bom com qualquer um. Eu só preciso de algo, estou faminto, —
disse Steel tirando o meu olhar da caminhonete de Bray e eu olhei para
a frente. Ele não pareceu perceber que era Scarlet e até que eu
percebesse o que estava acontecendo, eu não ia apartar.

— Uh... Frutos do mar está bom, — eu respondi.

Eu puxei meu celular do meu bolso e enviei uma mensagem a


Scarlet.

— Por favor, me diga que é Brent. — foi tudo o que eu enviei. Ela
sabe o que eu quis dizer.

~ 71 ~
SCARLET NORTH

— Você transou com ele? — Bray rosnou no meu ouvido


quando ele puxou minha calcinha e as jogou no chão da sua
caminhonete. — Transou? — ele perguntou de novo, desta vez com mais
raiva.

Eu balancei a cabeça negativamente. Encontrar as palavras era


difícil quando Bray estava assim. Ele me animou e eu sabia que era
errado, mas eu não conseguia ficar longe dele. Eu ansiava por isso. Eu
ansiava por ele.

— Abra essas coxas doces, — ordenou ele, empurrando minhas


pernas abertas e me expondo a sua visão completa. — Porra, isso
nunca fica velho. Eu juro que você tem a buceta mais bonita que eu já
vi.

Eu ofegava com antecipação quando Bray correu um dedo na


minha buceta, e depois de volta para baixo lentamente. Eu queria
contrair meus quadris e gritar, mas se fizesse, ele ia ficar louco. Ele
gostava de controle. Era parte do que eu amava sobre ele. Sobre isto.
Ele estava no controle.

Levantando o dedo, ele o colocou entre os lábios e chupou antes


de puxá-lo para fora de sua boca com um estalo alto. — Seu gosto...
sempre tão bom, — ele murmurou com uma voz suave. Era uma voz
enganadora. Ele foi logo me degustando e me tocando. — Você gosta
disso, não é, Scar? Você gosta de que eu toque sua pequena buceta
gananciosa. Eu não deveria estar te tocando, — ele sussurrou, e desta
vez apenas roçou meu clitóris com a ponta de seu dedo. — Não é meu
para tocar.

Eu soluçava.

Seus olhos brilharam com aquele olhar que eu sabia que


significava, que ele estava perto de entrar. Ele estava prestes a ceder e
tomar o que ele queria. Ele não poderia ser bom por muito tempo. Sexo
o deixava louco.

— Eu não quero que ele toque sua buceta, Scar. Eu quero esta
buceta quente somente para mim, — disse ele, e enfiou um terceiro
dedo dentro de mim, me fazendo gritar. — Sim, é isso. Essa é a minha
garota malvada que não consegue manter a boca fechada. Abra essas

~ 72 ~
pernas bonitas para mim. Você não deveria. Devia mantê-las fechada.
Mas você me deixa entrar dentro delas e eu amo a porra dessas coxas.

Eu tremi. — Por favor, — eu finalmente implorei. Eu não


aguentava mais. Manter o silêncio era muito difícil.

Ele se sentou e colocou a mão na parte de trás do assento quando


ele olhou para mim através de seus cílios encapuzados. — Você quer a
minha boca em sua buceta? — ele me perguntou em um tom rouco. As
coisas que ele poderia fazer com a boca são além de maravilhosas. Eu
balancei a cabeça e corri para me mover. Eu sabia o que ele queria de
mim.

— Logo após me chupar, — disse ele, agarrando minha cabeça e


me empurrando para baixo em direção a sua virilha.

Esta era a parte que deveria me desligar. Esta era a parte que
uma menina normal teria desistido. Ficariam enojadas. A não ser que o
cara ordenando que o chupe tenha um corpo de morrer. E Bray Sutton
tinha esse tipo de corpo. Aqueles olhos azuis dele estavam quase
cobertos por espessos cílios negros quando ele olhou para mim como se
eu fosse à coisa mais fascinante do mundo.

Esse tipo de poder era inebriante. Para fazer com que um homem
como Bray olhe para você assim. Seu lábio inferior estava molhado e
inchado de onde ele tinha mordido mais cedo quando ele me tocou.
Agora, sua boca estava levemente aberta enquanto ele esperava que eu
terminasse desabotoasse a calça jeans e as puxasse para baixo.

Seu comprimento duro estava pressionado contra a cueca boxer


preta que ele usava, eu estava como uma criança numa loja de doces
tentando tirá-lo de sua embalagem. Uma vez que eu tinha a pele quente
suave em minhas mãos, eu apertei e Bray vaiou levantando seus
quadris. — Boca, agora, — ele rosnou.

Eu faria qualquer coisa por ele. Eu enchi minha boca com ele até
que a cabeça de seu pau deslizou para baixo na parte de trás da minha
garganta. Sua mão agarrou no meu cabelo e ele empurrou ainda mais
para baixo. Ele iria continuar até que eu estivesse amordaçada, então
ele iria me segurar por um segundo. Quando ele me puxou de volta, ele
me inclinou a cabeça para trás e olhou para mim com admiração em
seu belo rosto.

Seu polegar roçou meu lábio inferior enquanto ele limpava a


minha saliva, em seguida, ele abaixou a cabeça para trás sobre ele

~ 73 ~
novamente. Eu o lambi várias vezes. — Não é um maldito pirulito, — ele
rosnou e empurrou minha cabeça para baixo.

Sorrindo, eu abri e deixei ele me amordaçar novamente, mas não


antes que eu chupasse seu comprimento do meu jeito, fazendo ele
gemer e me elogiar.

— Fodida boca mágica, baby, — ele gemeu quando ele me puxou


para cima novamente. — Melhor boca que eu já tive. Não é justo que
você tenha uma deliciosa buceta e sua boca seja como um nirvana.

Meu corpo formigava sob o seu louvor. Eu ansiava por mais. Eu


queria que ele me engasgasse um pouco mais, em seguida, quando ele
estivesse pronto, eu queria isso duro. Eu adorava vê-lo quando ele me
levava duro e com abandono. Eu sempre fui pelo olhar em seu rosto,
desde quando ele bateu em mim pela primeira vez.

— Não é possível manter esta porra de boca, — ele arquejou. — É


tudo o que posso pensar. Vejo sua boca e isso é tudo o que posso
pensar. Seus grandes olhos, olhando para mim enquanto eu enterro
nos seus lábios cheios. Tenho que parar com isso, Scar. Temos que
parar com isso.

Não, eu não queria parar. Pela primeira vez na minha vida o vazio
em mim foi preenchido. A parte de mim que eu pensei que estava
quebrada foi corrigida. Eu não tremo quando eu penso em sexo, eu não
acreditava que eu estava quebrada por não ter orgasmos, porque eu
estava recebendo vários cada vez que eu estava com Bray.

Ele puxou minha cabeça para cima e me atirou para trás contra o
assento. Seus olhos foram para os meus seios. — Amo seus seios, —
disse ele estendendo a mão para tocar suavemente um, então ele deu
um tapa em seu lugar. Depois esfregou suavemente como uma forma de
aliviá-lo. — Porra, adoro quando eles balançam e ficam vermelhos da
minha mão, — disse ele em um ronco baixo, em seguida, bateu no
outro e assistiu ele fazer exatamente o que ele disse.

— Se vire, Scar e coloque sua bunda para cima, — disse ele


empurrando a calça jeans para baixo. Corri para fazer o que ele disse e
o tapa foi instantâneo na minha nádega direita. Depois um na minha
esquerda. Então ele repetiu. Ele continuou a me espancar até que
estava picando tanto que eu gritei.

— Porra, está vermelha, — disse ele passando a mão sobre a


minha pele macia suavemente. — Tem a impressão da minha mão
sobre ela. Isso me deixa louco, baby.

~ 74 ~
Peguei a borda da parte traseira do assento dele para me segurar.

— Você tem sido tão ruim, Scar. Me deixando tocar em você e


chupando meu pau até que eu visse estrelas. Isso está errado, — disse
ele e deu um tapa na minha bunda dolorida novamente. — Mas você me
faz precisar de você. Andar por aí balançando esta bunda para que eu
possa vê-las naqueles shortinhos. Eu sei o quão bonito elas saltam
quando eu te fodo. Me deixa duro. Você me deixa duro.

Suas mãos agarraram minha cintura e ele me puxou de volta. Mal


tive um momento para respirar fundo antes de ele se afundar em mim.
Eu gritei de prazer misturado com dor e gemi seu nome.

— Está certo. Diga meu nome, Scar. Quem está fodendo com esta
garota? Hmmm? Quem faz sua buceta gozar? Me diga baby, — ele
estava perdido agora pela sensação. Eu adorava quando ele estava
assim.

Então, ele estava fora de mim e antes que eu pudesse reclamar, o


calor úmido de sua língua deslizou sobre a minha bunda, fazendo
minhas pernas tremerem. Ele lambeu meu clitóris e todo o caminho de
volta para o pequeno buraco apertado que ele amava lamber e brincar.
Ele continuou me dizendo que ele iria entrar nisso um dia também. Eu
estava pronta para o que ele queria. Eu confiava nele com o meu corpo
completamente. Ele me provocava, sacudindo a língua sobre o meu
clitóris, então correu o nariz dentro de mim e inalou. — Adoro isso, —
disse ele, em seguida, deu um beijo simples para impulsionar meu
prazer.

A boca de Bray tinha ido embora e ele estava dentro de mim


novamente com um movimento.

Gritei seu nome uma e outra vez enquanto ele me fodia com força.
Toda vez que eu dizia o nome dele, um grunhido de satisfação
arrancava de seu peito. Isso não tinha acontecido da noite para o dia.
Nós não apenas decidimos começar essa porra. Tinha sido uma coisa
gradual... Mas, uma vez que ambos tivemos um gosto e soubemos o que
o outro mais precisava, não podíamos parar. Mesmo quando eu comecei
a namorar Brent, eu não tinha sido capaz de parar.

Eu estava tentando fazer com que Bray se comprometesse com


algo mais do que apenas sexo comigo. Mas eu tinha me apaixonado por
Brent de uma maneira diferente. Bray possuía meu corpo embora. Eu
tinha medo que ele sempre o faria.

~ 75 ~

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