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SEFAZ-BA

SECRETARIA DO ESTADO DA FAZENDA DA BAHIA

Gramática
A SINTAXE DO PERÍODO SIMPLES – PARTE II

Pós-edital

Livro Eletrônico
© 03/2019

 Gabriel Granjeiro

VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado

COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes

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ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Jéssica Sousa, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima

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autorais e do editor.
BRUNO PILASTRE

Doutor em Linguística (teoria e análise grama-


tical) pela Universidade de Brasília. Atua na
área de Concursos Públicos desde 2009, prin-
cipalmente na elaboração de materiais didáti-
cos. É autor das obras “Guia Prático de Língua
Portuguesa” e “Guia de Redação Discursiva
para Concursos”, ambas editadas pela editora
Gran Cursos.
GRAMÁTICA
A Sintaxe do Período Simples – Parte II
Prof. Bruno Pilastre

1 Complemento Nominal .............................................................................5


2 Adjunto Adnominal...................................................................................7
3 Adjunto Adverbial ....................................................................................9
4 Vozes Verbais . .......................................................................................12
4.1 Voz Ativa . ..........................................................................................13
4.2 Voz Passiva . .......................................................................................14
4.3 Reflexiva . ...........................................................................................21
Resumo. ..................................................................................................23
Questões de Concurso . ..............................................................................26
Gabarito . .................................................................................................36
Gabarito Comentado . ................................................................................37
Referências . .............................................................................................57
Glossário . ................................................................................................58

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A Sintaxe do Período Simples – Parte II
Prof. Bruno Pilastre

Introdução

Olá! E então, como foi a resolução das questões de concurso da aula passada?

Espero que você tenha tido um bom aproveitamento.

Continuaremos o estudo do período simples. Isso quer dizer que faremos uma

abordagem dos termos que formam uma oração nucleada por UM verbo (a oração

absoluta). Já vimos, na aula passada, o sujeito, os predicados (nominal, verbal

e verbo-nominal) e os predicativos (do sujeito e do objeto). Também estudamos

o vocativo (termo à parte da oração) e o aposto (termo acessório).

Agora chegou a hora de estudarmos:

• os termos acessórios adjunto adnominal e adjunto adverbial; e

• os termos integrantes complemento nominal e agente da passiva.

Já adianto que a banca CE(BRA)SPE (e as principais, como FCC, FGV e ESAF)

solicita com frequência esses conteúdos. Por isso, vamos seguir com a mesma

atenção e dedicação de sempre, ok?

1 Complemento Nominal
Na aula anterior, vimos que o predicado verbal pode ser formado por verbos

transitivos. Os verbos transitivos são aqueles que exigem um complemento (o

objeto). Com os nomes, ocorre o mesmo: substantivos e adjetivos (e advérbios)

podem exigir complementos.

Vamos ilustrar os complementos nominais com os seguintes exemplos:

(1)

a) O temor do perigo nos torna mais atentos.

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b) A execução da ordem era urgente.

c) O general sempre era cobiçoso de honras.

d) Edward Gibbon analisou a destruição de Roma.

e) O professor mora perto da faculdade.

Se observarmos bem, os nomes temor, execução, cobiçoso e destruição

são derivados de verbos transitivos: temer algo (o perigo), executar algo (a or-

dem), cobiçar algo (honras) e destruir algo (Roma). Assim, podemos dizer que

esses nomes “herdam” a transitividade do verbo, ou seja, a necessidade de ter

complemento.

Outra propriedade observada é a necessidade de o complemento nominal ser

preposicionado: do perigo, da ordem, de honras e de Roma.

O complemento nominal possui alguns traços semânticos: nunca indica posse,

tem valor passivo (ou seja, é sobre ele que recai a ação – claro, ele retoma o obje-

to direto do verbo transitivo, também passivo!). Por fim, o complemento completa

(!) o sentido de substantivos abstratos, adjetivos e advérbios (por exemplo: perto/

longe de).

A última propriedade relevante dos complementos nominais é a obrigatoriedade

de sua presença (e a ausência do complemento, consequentemente, “faz falta”).

Certo. Até aqui, tudo bem, professor. Podemos seguir!

Ok, então podemos estudar as características dos adjuntos adnominais.

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2 Adjunto Adnominal
Vamos observar o par de orações a seguir:

(2)

a) O garçom está de licença.

b) O melhor garçom do restaurante Fasano está de licença.

O núcleo do sujeito das duas orações é o mesmo: garçom. Esse núcleo perten-

ce à classe dos substantivos.

Ainda que o núcleo seja o mesmo, podemos perceber uma diferença entre as

orações: na primeira oração, o substantivo garçom é acompanhado apenas pelo

artigo o. Na segunda, o substantivo garçom é acompanhado pelo artigo e por duas

outras expressões: melhor e do restaurante Fasano. Essa diferença tem conse-

quência semântica: a segunda oração traz mais detalhes sobre o garçom, é mais

específica em relação ao substantivo. Ficou claro?

Há uma característica importante em relação aos termos que acompanham o

substantivo garçom nas orações em (2). Se você observar bem, todos eles podem

ser suprimidos (eliminados, retirados), e ainda assim o núcleo substantivo é capaz

de ser sujeito da oração (ainda que possua uma semântica menos específica):

(x) Garçom é uma profissão importante.

Essa é uma característica que diferencia os adjuntos adnominais dos comple-

mentos nominais (adjuntos adnominais podem ser suprimidos; complementos no-

minais não podem ser suprimidos). Outra característica dos adjuntos adnominais é

a possibilidade de modificarem o núcleo nominal em duas posições:

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melhor garçom do restaurante


pré-núcleo núcleo pós-núcleo

Os complementos nominais, como vimos, somente ocorrem em posição pós-no-

minal (depois do núcleo substantivo, à direita).

Temos então a seguinte definição de adjunto adnominal:

1) Definição sintática: são expressões vinculadas a um núcleo substantivo (ou

equivalente).

2) Definição semântica: caracterizam/especificam/determinam a semântica do

núcleo substantivo ao qual se vinculam.

Você se lembra da aula sobre morfologia? Eu falei que classe morfológica é

diferente de função sintática. É por isso que fazemos a seguinte classificação:

O rapaz chegou
Morfologia artigo substantivo verbo
Sintaxe adjunto adverbial núcleo do sujeito núcleo do predicado verbal

Muito bem. Mas agora precisamos saber quais classes morfológicas funcionam

como adjunto adnominal. São essas:

Pré-núcleo Artigos  Os amigos


(determinantes simples) Numerais  Dois amigos
Pronomes adjetivos  Meus amigos

Entre esses determinantes e o núcleo substantivo pode haver um adjetivo (que

também será, na sintaxe, um adjunto adnominal).

Após o núcleo substantivo, pode haver um adjunto adnominal de tipo adjetivo

ou um adjunto adnominal introduzido por preposição (de natureza diferente da do

complemento).

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Para encerrar a parte sobre adjunto adnominal, informo que a relação entre nú-

cleo substantivo e adjunto(s) é a mesma para o sujeito da oração e para o objeto

da oração. Assim, o objeto direto do verbo ver, a seguir, é formado por um núcleo

substantivo e por três adjuntos:

(3) Eu vi o famoso escritor americano.

“O famoso escritor americano” é o objeto do verbo ver. Nesse objeto, há um

núcleo substantivo (escritor), os adjuntos adnominais pré-núcleo (o e famoso) e

o adjunto adnominal pós-núcleo (americano).

Na linguística, chamamos o conjunto [núcleo substantivo + adjuntos] de

SINTAGMA NOMINAL. O sintagma nominal pode exercer as funções de sujeito, ob-

jeto direto e aposto.

3 Adjunto Adverbial
Os adjuntos adverbiais indicam circunstâncias do fato expresso pelo verbo. Há

duas formas de ocorrência dos adjuntos adverbiais:

• formas lexicais (bebeu muito; dormiu pouco; almocei bastante; ele res-

pondeu corretamente); ou

• expressões preposicionadas (as chamadas locuções adverbiais, como “naque-

la noite”; “à tarde”, “em breve”).

Nas formas lexicais (advérbios), a propriedade morfológica importante é a de

não serem flexionadas (em gênero e número). No caso das locuções adverbiais,

o importante é notar o fato de serem introduzidas por preposição. Então observe o

seguinte:

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• Se uma expressão na oração é introduzida por preposição, relaciona-se com o

verbo e não é complemento indireto, estamos diante de uma locução adver-

bial (cuja função sintática é de adjunto adverbial).

• A diferença entre um complemento indireto (objeto indireto, sempre introdu-

zido por uma preposição ou em forma pronominal oblíqua) e um adjunto ad-

verbial (locução adverbial, também introduzida por preposição) é a seguinte:

o objeto indireto não pode ser suprimido; o adjunto adverbial, por outro lado,

pode ser suprimido.

(4) a) O João devolveu o livro para a professora no sábado.

Nessa oração, temos duas expressões preposicionadas: para a professora

(preposição para) e no sábado (preposição em).

Qual é o adjunto e qual é o complemento indireto?

Se você fizer o teste e retirar o complemento, verá que ele “faz falta”. A ausên-

cia do adjunto adverbial, diferentemente, não causa problema à oração.

Outra diferença importante entre o complemento indireto e o adjunto adverbial

é o seguinte:

• o complemento indireto pode ser substituído por um pronome pessoal oblíquo

(lhe, por exemplo);

• para os adjuntos, essa possibilidade de substituição não existe.

Mais uma propriedade relevante dos adjuntos adverbiais: eles são relativamen-

te flexíveis em relação à posição sintática que ocupam. Eu posso muito bem dizer,

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sem mudança semântica no conteúdo da proposição: “Ontem, eu fui ao cinema”,

“Eu fui ontem ao cinema” ou “Eu fui ao cinema ontem”.

No entanto, pode ser que a mudança da posição típica do adjunto adverbial

(mais à direita da predicação) cause mudança de sentido. É esse o caso da sequ-

ência de orações a seguir:

(5)

a) A diretora provavelmente dará os brinquedos às crianças.

b) A diretora dará provavelmente os brinquedos às crianças.

c) A diretora dará os brinquedos provavelmente às crianças.

d) Provavelmente a diretora dará os brinquedos às crianças.

e) Provavelmente, a diretora dará os brinquedos às crianças.

Você, que é sagaz, conseguirá interpretar cada uma das interpretações geradas

pelas distintas posições do adjunto provavelmente.

Para encerrar o conteúdo sobre adjuntos adverbiais, temos uma regra de pon-

tuação: adjuntos adverbiais de maior extensão deslocados de sua posição original

(contíguo ao verbo) devem ser isolados por vírgula.

(6)

a) À noite os professores já haviam terminado o projeto.

b) Ao longo da noite, os professores trabalharam no projeto.

Veja que em (6a) não é obrigatória a presença da vírgula (mas, se for aplicada,

não será inadequada). Em (6b), indica-se o uso da vírgula (para clareza de enten-

dimento da proposição).

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Em nosso banco de questões de concurso, há exemplos de questões que ava-

liam essa regra.

Agora podemos passar para o próximo conteúdo: as vozes verbais.

4 Vozes Verbais
O fenômeno de voz verbal tem relação com o modo como o verbo se relaciona

com o agente e com o paciente do evento verbal. Imagine um evento simples, do

tipo abraçar. Nesse evento, temos dois participantes, o “abraçador” (o agente do

evento) e o “abraçado” (o paciente do evento). Então esse evento é descrito da

seguinte maneira:

(7) O pai abraçou o filho.

Nessa oração, o “abraçador” é o pai e o “abraçado” é o filho. Podemos claramen-

te perceber que o pai é o agente e o filho é o paciente. Essa configuração entre o

verbo abraçar e os participantes do evento (pai e filho, respectivamente agente e

paciente) é chamada de VOZ ATIVA:

Na voz ativa, o sujeito do verbo é o agente do evento e o objeto do verbo é o

paciente do evento.

Agora imagine que eu queira dar destaque ao paciente do evento. Nesse caso,

quero transmitir ao meu interlocutor o fato de que o filho recebeu um abraço. Como

eu posso estruturar a oração? Bom, é simples: eu coloco o paciente da ação na

posição de sujeito, formando a oração a seguir.

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(8) O filho foi abraçado pelo pai.

Nessa oração, as posições de “abraçador” e “abraçado” se invertem: agora o

“abraçado” é o sujeito da sequência verbal foi abraçado e o antigo agente (o pai)

passa agora a ocorrer introduzido pela preposição por. Essa configuração é cha-

mada de VOZ PASSIVA:

Na voz passiva, o sujeito da sequência verbal é o paciente do evento. O agente

do evento, quando está presente na voz passiva, é um termo preposicionado.

A partir dessa introdução, de caráter intuitivo, vamos aos detalhes de cada uma

das construções. Começamos pela ativa.

4.1 Voz Ativa

A forma ativa possui as seguintes características:

i) o agente do evento verbal ocupa a posição de sujeito sintático;

ii) o paciente do evento ocupa a posição de objeto do verbo (e esse objeto é

direto – ou seja, não é introduzido por preposição); e

iii) o verbo que é núcleo do predicado deve selecionar um complemento direto

(objeto direto). Esse verbo pode ter forma simples (comprou) ou perifrástica (havia

abraçado, com auxiliar + forma nominal invariável).

(9)

O pai abraçou o filho.


Agente Paciente  PROPRIEDADE SEMÂNTICA

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Sujeito Objeto Direto  POSIÇÃO SINTÁTICA OCUPADA

Apenas verbos que selecionam complemento direto podem ser transformados em

voz (ativa  passiva). Veremos que não é possível apassivar verbos de ligação,

verbos intransitivos ou verbos transitivos indiretos.

4.2 Voz Passiva

Eu já falei que a passiva é uma voz em que o paciente do evento ocorre na po-

sição de sujeito sintático e o agente ocorre introduzido por uma preposição. Essas

propriedades caracterizam mais propriamente o que chamamos de passiva analí-

tica. No entanto, há outra construção em que o paciente pode ocorrer na posição

de sujeito sintático: a passiva sintética (também chamada de pronominal). Vamos

a cada uma delas.

4.2.1 Passiva Analítica

A passiva analítica tem uma estrutura desenvolvida (em relação à sintética).

A estrutura é a seguinte:

O filho foi abraçado pelo pai


Sujeito paciente Verbo auxiliar + Agente da passiva
Particípio do verbo lexical

Uma das características da passiva analítica é a obrigatoriedade da presença

da sequência [verbo auxiliar + particípio do verbo lexical]. O verbo auxiliar

típico da passiva é o ser, mas pode ser outro (estar ou ficar). O particípio, como

vimos na aula sobre a classe dos verbos, é uma forma nominal do verbo, tipica-

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mente terminado em -do. Outra característica da passiva analítica é a possibilida-

de de se retomar o agente por meio da estrutura preposicionada (pelo pai). Essa

estrutura preposicionada que introduz o agente do evento é chamada de AGENTE

DA PASSIVA.

Veja que constantemente estou falando que essa estrutura preposicionada (o

agente da passiva) PODE estar presente. Isso é um fato importante. Vamos ver as

duas orações a seguir:

(10)

a) O filho foi abraçado pelo pai.

b) O filho foi abraçado.

Na oração em (10b), não temos a presença do agente da passiva. A ausência

de pelo pai torna a oração (10b) incorreta ou incompleta? NÃO! Pois bem, essa é

uma das características da passiva analítica:

Na passiva analítica, o agente da passiva pode ou não estar presente.

Certo, professor, estou entendendo!

Espero que sim! Vamos agora para a passiva sintética.

4.2.2 Passiva Sintética

A passiva sintética é caracterizada pela presença da forma pronominal se, cha-

mada de partícula apassivadora. Olhe a oração ativa a seguir:

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(11) A Gontijo vende três apartamentos neste feirão da CAIXA.

Imagine que eu queira fazer uma propaganda. Nessa propaganda, tenho que

dar destaque aos apartamentos (isto é, ao paciente do evento de vender). Ainda

nesse espírito da propaganda, eu não quero dar atenção à construtora (porque ela

não está me pagando pela propaganda! Quem está pagando é o organizador do

evento!). Como devo estruturar a oração? Uma possibilidade é a passiva analítica:

(12) Três apartamentos são vendidos neste feirão da CAIXA.

Além dessa forma, estruturada pela sequência AUXILIAR + PARTICÍPIO, existe

a forma a seguir:

(13) Três apartamentos se vendem neste feirão da CAIXA.

No lugar da sequência AUXILIAR + PARTICÍPIO (que é uma característica da

passiva analítica), eu tenho a sequência SE + VERBO LEXICAL (característica da

passiva sintética).

Você deve estar pensando:

Professor, eu não costumo ouvir a oração em (13) dessa forma. Ela está estra-

nha…

Eu sei o porquê desse estranhamento. É que, na passiva sintética, o sujeito sin-

tático está posposto (após) o verbo:

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(14) Vendem-se três apartamentos neste feirão da CAIXA.

Ah, agora sim!

Então, até o momento, temos as seguintes características sobre a voz passiva

SINTÉTICA:

• o paciente ocorre na posição de sujeito sintático;

• o núcleo do predicado se estrutura pela sequência VERBO LEXICAL + PRONO-

ME SE (partícula apassivadora);

• tipicamente, o sujeito sintático (o paciente) ocorre posposto ao verbo (ou

seja, após o verbo).

Outras duas importantes características da voz passiva sintética (também ava-

liada em concursos) são essas:

1) O verbo lexical que ocorre na passiva sintética MANIFESTA concor-

dância em relação ao sujeito sintático.

Assim:

(15)

a) Vende-se um apartamento de luxo no feirão da CAIXA.

b) Vendem-se três apartamentos no feirão da CAIXA.

Por que há a concordância? Ora, eu já disse que o sujeito sintático está presente

e ocorre após o verbo.

Na passiva analítica, também há concordância, mas da seguinte maneira:

(16)

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a) Um apartamento de luxo é vendido no feirão da CAIXA.

b) Três apartamentos são vendidos no feirão da caixa.

Nessa passiva analítica, tanto o auxiliar quanto o particípio manifestam a con-

cordância: o auxiliar manifesta as propriedades de número e pessoa do sujeito e o

particípio manifesta as propriedades de gênero e número.

2) Na voz passiva sintética, NÃO SE ADMITE A PRESENÇA DO AGENTE

DA PASSIVA!

Vamos ler o par a seguir:

(17)

a) Vendem-se três apartamentos no feirão da CAIXA.

b) Vendem-se três apartamentos pela Gontijo no feirão da CAIXA.

Na oração (17b), a presença do agente da passiva torna a oração incorreta. As-

sim, concluímos que a passiva sintética não admite agente da passiva.

Para encerrar essa parte da aula sobre as vozes, apresento mais uma informa-

ção relevante:

• Para descobrir se estamos diante de uma oração na voz passiva, temos que

nos perguntar:

− i) o verbo núcleo da predicação seleciona complemento direto (objeto di-

reto)?

− ii) o paciente do evento é o sujeito sintático da oração?; e

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− iii) o núcleo verbal está sob a forma AUXILIAR + PARTICÍPIO (passiva ana-

lítica) ou VERBO LEXICAL + SE (passiva sintética)?

Por fim, a pergunta mais importante para saber se uma oração está na voz pas-

siva é a seguinte:

É possível transformar essa construção em uma ativa?

Imagine que a banca pergunte se a oração “O Gustavo foi casado por 30 anos”

é uma passiva analítica. A resposta é clara! Não estamos diante de uma passi-

va, pois não há uma contraparte ativa: a oração “30 anos casou o Gustavo” não é

possível.

Agora, se estamos diante de uma oração como “O Gustavo foi casado pelo Pe.

Fábio de Melo”, aí temos uma passiva: é possível transformar essa oração em uma

ativa: “O Pe. Fábio de Melo casou o Gustavo”.

Nossa, vimos bastante coisa até agora, mas como esse conteúdo é muito im-

portante (e muito avaliado pelas bancas), eu vou insistir em continuar na temática.

Falarei agora da diferença entre a passiva sintética e o sujeito indeterminado (que

vimos na última aula). Se você quiser fazer uma pausa e voltar daqui a pouco, fique

à vontade.

4.2.3 Passiva Sintética x Sujeito Indeterminado

Na aula anterior, eu afirmei que o sujeito indeterminado pode ocorrer sob a for-

ma de verbo na 3ª pessoa do singular + se. Um exemplo era a oração “Vive-se

bem quando há bons serviços públicos”.

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Qual é a diferença dessa construção de sujeito indeterminado e a passiva sin-

tética, que também ocorre com a forma “se”?

Bom, temos essas diferenças:

PASSIVA SINTÉTICA SUJEITO INDETERMINADO


O predicado possui um sujeito sintático O predicado NÃO possui um sujeito sintá-
(o paciente). Esse sujeito pode não estar tico.
manifesto fonologicamente, mas é recupe-
rável ao longo da cadeia do discurso.
O verbo lexical MANIFESTA concordância O verbo SEMPRE fica na terceira pessoa do
(em relação ao sujeito sintático). singular (não manifesta concordância).
É possível recuperar uma forma ativa. Não há contraparte ativa, pois a oração
com sujeito indeterminado já está em voz
ativa.
Ocorre com verbos que selecionam comple- Ocorre com verbos que: i) não selecio-
mento direto (objeto direto). nam um complemento direto (intransitivo);
ii) selecionam um complemento indireto
(objeto indireto, selecionado por um verbo
transitivo indireto); e iii) selecionam um
complemento direto (desde que não haja
sujeito manifesto ou recuperável na cadeia
do discurso).
O se é uma partícula apassivadora. O se é um índice de indeterminação do
sujeito.

Por que há a confusão entre a oração com sujeito indeterminado e a oração em

voz passiva sintética?

A razão é simples: as duas formas oracionais dispensam a referência ao agente

do evento. No entanto, vimos no quadro anterior que as duas construções dispen-

sam essa referência ao agente de maneiras distintas.

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Encerramos a caracterização das vozes ativa e passiva. Vou deixar os comentá-

rios de como a banca examinadora avalia esse conteúdo para a parte da aula em

que comento o gabarito, ok? Vamos ver agora as formas reflexivas e recíprocas.

4.3 Reflexiva

A caracterização da voz reflexiva é simples. Nessa voz, o evento verbal conta

com um único participante. Esse participante do evento é, ao mesmo tempo, agen-

te e paciente. Observe esse exemplo:

(18) O Alex Atala cortou-se enquanto cozinhava.

Quando imaginamos o evento, vemos um único participante: o Alex Atala. Esse

participante ao mesmo tempo exerce uma ação (atividade de cortar) e sofre algo

(é cortado). É por isso que cabe utilizar a expressão “a si mesmo” (O Alex Atala

cortou-se a si mesmo).

O verbo da oração reflexiva possui um sujeito sintático e um complemento ver-

bal (objeto direto). Esse objeto direto ocorre sob a forma do pronome reflexivo se.

Então temos o seguinte:

(19) O Alex Atala cortou -se


Sujeito Predicado verbal Objeto direto

Agora que essa ideia de reflexividade ficou clara, podemos diferenciá-la da ideia

de reciprocidade.

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Na reciprocidade, o verbo mais a forma se expressam em um evento realizado

por dois ou mais participantes. Esses participantes são agentes e pacientes ao

mesmo tempo. Observe o par de orações a seguir:

(20)

a) Os dois estavam se beijando apaixonadamente.

b) Os garçons esbofetearam-se na frente dos clientes.

Em (20a), um indivíduo X beija o indivíduo Y ao mesmo tempo em que o indi-

víduo Y beija o indivíduo X. Então X é agente e paciente do evento beijar. O mes-

mo acontece com Y. E também o mesmo acontece na oração em (20b), em que o

garçom X esbofeteia o garçom Y (e o garçom Y também esbofeteia o garçom X).

A estratégia para identificar se a oração é recíproca é a possibilidade de se usar a

expressão “um ao outro”.

Em resumo:

REFLEXIVIDADE RECIPROCIDADE
Há um participante no evento denotado Há dois (ou mais) participantes no evento
pela oração. denotado pela oração.
Esse participante é, ao mesmo tempo, Cada um desses participantes atua e sofre
agente e paciente do evento. o evento denotado (são agentes e pacien-
tes ao mesmo tempo).
Cabe a expressão “a si mesmo”. Cabe a expressão “um ao outro”.

Encerramos o conteúdo sobre o período simples!

Vitória!

Parabéns pela concentração e pelo empenho. Agora vamos ao resumo, às ques-

tões e ao glossário.

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RESUMO
PROPRIEDADES
Adjunto adnominal Complemento nominal
Relacionam-se com um núcleo de natureza nominal
É opcional É obrigatório
Pré ou pós-núcleo substantivo Pós-núcleo substantivo
Pode ou não ser preposicionado Sempre preposicionado
Pode indicar posse Nunca indica posse
Tem valor ativo (agente) Tem valor passivo (paciente)
Completa sentido de substantivos (concre- Completa sentido de substantivos abstra-
tos ou abstratos) tos, adjetivos e advérbios

• Indicam circunstância do fato expresso pelo ver-

bo.

• Ocorrem com formas lexicais (terminadas ou não

em -mente) ou por locuções.

• São invariáveis.
PROPRIEDADES
DOS • São relativamente flexíveis em relação à posição
ADJUNTOS
sintática que ocupam.
ADVERBIAIS
• Não podem ser substituídos por pronome pessoal

oblíquo.

• São isolados por vírgula quando deslocados de

posição original (obrigatoriamente quando têm

maior extensão).

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PROPRIEDADES DAS VOZES


Ativa Passiva
Analítica Sintética
Agente é sujeito sintático. Agente ocorre opcionalmente Agente não pode ser rein-
introduzido por uma preposi- troduzido.
ção (por ou de).
Paciente é complemento O paciente é sujeito sintático e O paciente é sujeito sintá-
do verbo (objeto direto). desencadeia concordância no tico e desencadeia concor-
núcleo da oração. dância no núcleo da oração.
Núcleo da oração é um Núcleo da oração é formado Núcleo da oração é formado
verbo lexical (único ou pela sequência AUXILIAR (ser, por VERBO LEXICAL + PAR-
perifrástico). estar ou ficar) + PARTICÍPIO. TÍCULA APASSIVADORA SE.
Ordem mais comum Ordem mais comum é Ordem mais comum é
é SVO. SUJEITO + AUX. + PART. + VERBO + SE + SUJEITO
AGENTE DA PASSIVA

DIFERENÇAS ENTRE
Passiva sintética Sujeito indeterminado
O predicado possui um sujeito sintático O predicado NÃO possui um sujeito sintá-
(o paciente). Esse sujeito pode não estar tico.
manifesto fonologicamente, mas é recu-
perável ao longo da cadeia do discurso.
O verbo lexical MANIFESTA concordância O verbo SEMPRE fica na terceira pessoa do
(em relação ao sujeito sintático). singular (não manifesta concordância).
É possível recuperar uma forma ativa. Não há contraparte ativa, pois a oração com
sujeito indeterminado já está em voz ativa.
Ocorre com verbos que selecionam com- Ocorre com verbos que:
plemento direto (objeto direto). i) não selecionam um complemento direto
(intransitivo);
ii) selecionam um complemento indireto
(objeto indireto, selecionado por um verbo
transitivo indireto); e
iii) selecionam um complemento direto
(desde que não haja sujeito manifesto ou
recuperável na cadeia do discurso).
O se é uma partícula apassivadora. O se é um índice de indeterminação do
sujeito.

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PROPRIEDADES (E DIFERENÇAS ENTRE)


Reflexividade Reciprocidade
Há um participante no evento denotado Há dois (ou mais) participantes no evento
pela oração. denotado pela oração.
Esse único participante é, ao mesmo Cada um desses participantes atua e sofre
tempo, agente e paciente do evento. o evento denotado (são agentes e pacien-
tes).
Cabe a expressão “a si mesmo”. Cabe a expressão “um ao outro”.

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QUESTÕES DE CONCURSO
    (CESPE/ANAC/TÉCNICO/2012)

5| De janeiro a setembro de 2012, a demanda

6| acumulada apresentou crescimento de 7,30% e a oferta

7| ampliou-se em 5,52% em relação ao mesmo período de 2011.

O emprego da partícula “se” em “ampliou-se” (l.7) indica que o sujeito da oração

é indeterminado.

    (CESPE/PC-PE/PERITO PAPILOSCOPISTA/2016)

25| Estabelecer o momento da morte é situá-la no tempo

e, para situar um acontecimento no tempo, é preciso que se

tenha um conceito claro do que seja tempo. Fugindo das

28| conceituações matemáticas ou filosóficas de tempo,

pragmaticamente aceitamos a conceituação popular de tempo,

isto é, a grandeza que se mede em minutos, horas, dias, meses

31| ou anos. Essa tomada de posição, embora simplista e empírica,

é a única que se nos afigura capaz de contribuir para a solução

do problema tanatognóstico e, consequentemente, do da

34| conceituação do momento da morte.

No texto, a partícula “se”, em “a grandeza que se mede em minutos, horas, dias,

meses ou anos” (l.30 e 31), classifica-se como:

a) parte integrante do verbo.

b) pronome reflexivo recíproco.

c) pronome apassivador.

d) palavra expletiva.

e) índice de indeterminação do sujeito.

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    (CESPE/TJDFT/ANALISTA/2016)

28| O processo judicial restaura a verdade dos fatos.

O agressor é sentado no banco dos réus e é tratado como tal. A

vítima tem o direito de expor a dor, o sofrimento e exigir a

31| reparação devida. Muitas vezes não se persegue o

encarceramento do agressor, mas apenas a responsabilização

pelos atos, de natureza cível ou criminal.

Em “não se persegue” (l.31), a partícula “se” está empregada como um recurso

para indeterminar o sujeito.

    (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA/2014)

Assim, as frentes frias, antes fortemente presas naquela região, dissipam-se para

latitudes mais baixas, o que faz com que o frio polar chegue aos Estados Unidos da

América, por exemplo.

No trecho “dissipam-se para latitudes mais baixas”, a partícula “se” tem função

apassivadora.

    (CESPE/CAIXA/MÉDICO DO TRABALHO/2014)

Campos continuou a dizer todo o bem que achava no trem de ferro, como prazer

e como vantagem. Só o tempo que a gente poupa! Eu, se retorquisse dizendo-lhe

bem do tempo que se perde, iniciaria uma espécie de debate que faria a viagem

ainda mais sufocada e curta.

No trecho “Eu, se retorquisse dizendo-lhe bem do tempo que se perde”, a partícula

“se” recebe classificação distinta em cada ocorrência.

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    (CESPE/STF/ANALISTA/2013)

Não há como ter certeza de

25| quem sejam, de que sejam “realmente” como se descrevem, ou

de saber se existe uma pessoa “real” por trás da persona online.

A persona online é uma máscara para uma multiplicidade de

28| pessoas?

Na linha 25, o termo “se” exerce função de pronome apassivador da forma verbal

“descrevem”.

    (CESPE/IRBR/DIPLOMATA/2009) Em “Estar ocupado, e de repente pa-

rar por ter sido tomado por uma desocupação”, a preposição “por” introduz termo

com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva, na segunda.

    (CESPE/TJ-ES/NÍVEL SUPERIOR/2011)

18| Depois de ler, ficou comparando os príncipes descritos por

19| Maquiavel com líderes do tráfico.

No trecho “descritos por Maquiavel” (l.18-19), a expressão “por Maquiavel” designa

o agente da ação expressa pela forma nominal “descritos”.

    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/ANALISTA/2017)

Por outro lado, conforme observa o economista Pierre Veltz, os novos requisitos da

espacialidade das empresas nas

25| cidades exprimem hoje “o paradoxo segundo o qual os recursos

não mercantis não veem seu papel diminuir, mas, ao contrário,

se afirmar e se estender nas economias avançadas e

28| concorrenciais”. Isso é exemplificado pela luta dos pescadores

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artesanais da Associação Homens do Mar em defesa do caráter

público da Baía da Guanabara e pelas manifestações maciças

31| de ciclistas pelo direito ao espaço público nas cidades.

Tratando-se de bens não mercantis em disputa, os conflitos por

apropriação dos recursos urbanos apresentam forte potencial de

34| politização, seja na busca de acesso equânime a ambientes

saudáveis, seja na eliminação de controles policiais

discriminatórios.

Os termos “pela luta” (l.28), “pelas manifestações” (l.30) e “pelo direito” (l.31)

funcionam como agentes da passiva.

    (CESPE/ADAGRI-CE/FISCAL ESTADUAL/2009)

1| Não há personagem mais criticado na sociedade

contemporânea que o político. De fato, os políticos são,

muitas vezes, responsáveis por diversas mazelas sociais. Mas

4| uma coisa não deve ser esquecida: são os cidadãos que

elegem seus representantes, o que lhes dá o poder de premiar

os melhores e punir os piores.

Na linha 3, o termo “por diversas mazelas sociais” complementa o sentido do vo-

cábulo “responsáveis”.

    (CESPE/SEDU-ES/PROFESSOR/2008)

7| O computador

8| estimula o aprendizado de novos idiomas e contribui para o

9| desenvolvimento das habilidades de comunicação e de

10| estrutura lógica do pensamento.

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A expressão ‘de novos idiomas’ (l.8) complementa “aprendizado” (l.8).

    (CESPE/PF/ESCRIVÃO/2004)

1| Quando acompanhamos a história das ideias, desde

2| a Antiguidade clássica até nossos dias, podemos perceber que, em

3| seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios para

4| evitá-la, diminuí-la, controlá-la.

O emprego da preposição em “dos meios” (l.3) indica que o complemento do núcleo

nominal “problema” (l.3) é composto por dois núcleos.

    (CESPE/DETRAN-ES/ASSISTENTE/2010)

1| O agravamento da crise urbana nos países em

desenvolvimento e as mudanças políticas, sociais e

econômicas, que, no momento, se processam em escala

4| mundial, requerem novo esforço governamental para a

organização das cidades e dos seus sistemas de transporte.

Na linha 5, a presença da preposição de antes das expressões “cidades” e “seus

sistemas” indica que esses termos complementam a ideia de “organização”.

    (CESPE/DETRAN-ES/ASSISTENTE/2010)

8| O carro, no entanto, não é o único

vilão. A solução para o problema da mobilidade passa pela

10| criação de alternativas ao uso do transporte individual.

“Como as opções alternativas ao transporte individual

são pouco eficientes, pela falta de conforto, segurança ou

13| rapidez, as pessoas continuam optando pelos automóveis,

motocicletas ou mesmo táxis, ainda que permaneçam presas no

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trânsito”, afirma S. G., profissional da área de desenvolvimento

16| sustentável.

O emprego da preposição a, em “ao uso” (l.10) e “ao transporte” (l.11), é obrigató-

rio, visto que esses termos, como complementos do substantivo “alternativas” (l.10

e 11), devem ser introduzidos por essa preposição.

    (CESPE/DETRAN-ES/ASSISTENTE/2010)

15| A Bike vem com tudo para agradar, a começar pelo

16| nome esperto e um diploma automático na dura disciplina de

17| “mobilidade sustentável”. Vem como um aviso concreto de que

18| a era do automóvel está mesmo se despedindo.

Na linha 17, “de que”, o emprego da preposição é obrigatório, visto que introduz

o complemento da palavra “aviso”; como ocorre, por exemplo, em aviso de férias.

    (CESPE/TRT 1ª REGIÃO/TÉCNICO/2008) Assinale a opção que apre-

senta oração na voz passiva.

a) Apesar da enchente, salvaram-se todos nadando.

b) No ano passado, construíram muitos prédios na cidade.

c) Durante a cerimônia, as pessoas se cumprimentaram efusivamente.

d) Depois de ter recebido muitos golpes, o lutador caiu.

e) Os palhaços do circo foram muito aplaudidos pelo público.

    (CESPE/TRT 1ª REGIÃO/TÉCNICO/2008) O texto apresenta uma ora-

ção na voz passiva no trecho

a) “A série de dados do CAGED tem início em 1992”.

b) “o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%”.

c) “Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis”.

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d) “Os preços dos bens duráveis (…) não estão aumentando”.

e) “No caso da indústria de transformação, por exemplo, foram criadas 146 mil

vagas”.

    (CESPE/TST/ANALISTA/2008)

8| Baseando-se unicamente nessa perspectiva, pode-se

9| supor que a sociedade tecnológica seria caracterizada

10| por um contexto no qual o trabalho passaria a ser uma

11| necessidade exclusiva da classe trabalhadora.

Mantém-se a noção de voz passiva, assim como a correção gramatical, ao se subs-

tituir “seria caracterizada” (l.9) por caracterizaria-se.

    (CESPE/TRE-AL/TÉCNICO/2004)

1| Para a direita a noção de cidadania procura

expurgar a noção de igualdade inerente a este termo.

A cidadania é vista como uma outorgação do Estado ou, no

4| limite, o reconhecimento da igualdade jurídica

Preservam-se as relações semânticas do texto ao se transformar a oração de voz

passiva “A cidadania é vista” (l.3) na oração de voz ativa: a direita vê a cidadania.

    (CESPE/TJDFT/ANALISTA/2008) No trecho “Talvez aquilo tivesse sido

feito por gente”, o verbo concorda com “gente”, sujeito da oração na voz passiva.

    (CESPE/DPU/ANALISTA/2016)

8| A partir de então, a

9| chamada assistência judiciária praticamente evoluiu com

10| o direito pátrio. Sua importância atravessou os séculos, e ela

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11| passou a ser garantida nas cartas constitucionais.

Na linha 10, o pronome “Sua” delimita o significado do substantivo “importância”,

funcionando, na oração em que ocorre, como um termo acessório.

    (CESPE/FUB/TÉCNICO/2015)

Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (Estados Unidos), o maior

a respeito do tema feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas au-

mentam hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo

sepse, entre outras enfermidades.

No texto acima, o emprego da vírgula após “momento” explica-se por isolar o ad-

junto adverbial, que está anteposto ao verbo, ou seja, deslocado de sua posição

padrão.

    (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016)

11| Examinando-se a situação financeira dos estados que

12| preparam sua versão da lei de responsabilidade fiscal, fica

13| difícil aceitar a argumentação.

Na linha 13, a oração “aceitar a argumentação” funciona como complemento do

adjetivo “difícil”.

    (CESPE/TJ-RR/NÍVEL MÉDIO/2012)

3| A Constituição é a primeira e a mais importante voz do direito

4| aos ouvidos do povo. Constitui, a um só tempo, caráter

5| estruturante do Estado e da própria sociedade.

O emprego de vírgulas na linha 4 justifica-se por isolar adjunto adverbial deslocado

de sua posição padrão.

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    (CESPE/BRB/ESCRITURÁRIO/2011)

6| Nessa época, diversos países europeus

7| começaram a produzir sua própria moeda.

A vírgula empregada logo depois de “Nessa época” isola adjunto adverbial de tem-

po antecipado.

    (CESPE/SUFRAMA/NÍVEL MÉDIO/2014)

1| No dia 3 de julho de 1950, a Coreia do Norte atacou

2| e tomou Seul, na capital do Sul.

O emprego de vírgula logo após “1950” (l.1) justifica-se por isolar adjunto adver-

bial anteposto.

    (CESPE/PRF/AGENTE/2012)

21| Durante o primeiro período de investimentos, as

22| concessionárias deverão realizar obras de duplicação, vias

23| laterais, contornos e travessias.

O emprego de vírgula logo depois de “investimentos” (l.21) tem a função de isolar

adjunto adverbial anteposto à oração principal.

    (CESPE/FUB/TÉCNICO/2014)

8| Após o fim da cortina de ferro e a abertura econômica

9| da China e da Índia, centenas de milhares de pessoas passaram

10| de um estado de subsistência precária à condição de nova

11| classe média global.

O emprego de vírgula após “Índia” (l.9) justifica-se por isolar adjunto adverbial

anteposto, deslocado de sua posição tradicional.

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    CESPE/ANS/TÉCNICO/2013)

1| Durante o período de janeiro a março de 2013, foram

2| recebidas 13.348 reclamações de beneficiários de planos de

3| saúde referentes à garantia de atendimento.

A vírgula logo após “2013” (l.1) foi empregada para isolar adjunto adverbial ante-

posto.

    (CESPE/SUFRAMA/NÍVEL MÉDIO/2014)

5| […] a produção de

6| outros produtos apresentou grande crescimento, com destaque

7| para tablets, videogames, condicionadores de ar e

8| microcomputadores.

A vírgula foi empregada após o vocábulo “tablets” (l.7) para isolar o adjunto ad-

verbial.

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GABARITO
1. E 25. C

2. c 26. C

3. E 27. C

4. C 28. C

5. C 29. C

6. E 30. E

7. C

8. C

9. E

10. C

11. C

12. C

13. C

14. C

15. C

16. e

17. e

18. E

19. C

20. E

21. C

22. E

23. E

24. C

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GABARITO COMENTADO
    (CESPE/ANAC/TÉCNICO/2012)

5| De janeiro a setembro de 2012, a demanda

6| acumulada apresentou crescimento de 7,30% e a oferta

7| ampliou-se em 5,52% em relação ao mesmo período de 2011.

O emprego da partícula “se” em “ampliou-se” (l.7) indica que o sujeito da oração

é indeterminado.

Errado.

Opa, atenção aqui! Vamos lembrar a distinção entre passiva sintética e sujeito in-

determinado: a passiva sintética possui sujeito. No trecho em análise, o sujeito do

verbo ampliar é “a oferta”. A voz ativa equivalente é “alguém ampliou a oferta”.

Pelo fato de o verbo possuir um sujeito determinado, o se não pode ser índice de

indeterminação do sujeito.

    (CESPE/PC-PE/PERITO PAPILOSCOPISTA/2016)

25| Estabelecer o momento da morte é situá-la no tempo

e, para situar um acontecimento no tempo, é preciso que se

tenha um conceito claro do que seja tempo. Fugindo das

28| conceituações matemáticas ou filosóficas de tempo,

pragmaticamente aceitamos a conceituação popular de tempo,

isto é, a grandeza que se mede em minutos, horas, dias, meses

31| ou anos. Essa tomada de posição, embora simplista e empírica,

é a única que se nos afigura capaz de contribuir para a solução

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do problema tanatognóstico e, consequentemente, do da

34| conceituação do momento da morte.

No texto, a partícula “se”, em “a grandeza que se mede em minutos, horas, dias,

meses ou anos” (l.30 e 31), classifica-se como:

a) parte integrante do verbo.

b) pronome reflexivo recíproco.

c) pronome apassivador.

d) palavra expletiva.

e) índice de indeterminação do sujeito.

Letra c.

Mais uma questão que avalia os seus conhecimentos sobre a passiva sintética. Na

oração em questão, há sujeito sintático para o verbo medir? SIM! O sujeito é o

pronome relativo que (e o referente desse pronome é “a grandeza”. A ativa corres-

pondente pode ser algo como “Alguém mede a grandeza em minutos, horas, dias,

meses ou anos”. Por isso, o se é um pronome apassivador (ou partícula apassivado-

ra). Esse fato invalida todas as outras possibilidades, pois o pronome se não pode

ter dois valores no trecho em questão.

    (CESPE/TJDFT/ANALISTA/2016)

28| O processo judicial restaura a verdade dos fatos.

O agressor é sentado no banco dos réus e é tratado como tal. A

vítima tem o direito de expor a dor, o sofrimento e exigir a

31| reparação devida. Muitas vezes não se persegue o

encarceramento do agressor, mas apenas a responsabilização

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pelos atos, de natureza cível ou criminal.

Em “não se persegue” (l.31), a partícula “se” está empregada como um recurso

para indeterminar o sujeito.

Errado.

A análise aqui é semelhante à análise das questões (1) e (2): o verbo perseguir

possui sujeito. O que se persegue? A resposta é “o encarceramento do agressor.

A ativa correspondente é: alguém persegue o encarceramento do agressor. Por

isso, o se está sendo empregado como partícula apassivadora, não como índice de

indeterminação do sujeito.

    (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA/2014)

Assim, as frentes frias, antes fortemente presas naquela região, dissipam-se para

latitudes mais baixas, o que faz com que o frio polar chegue aos Estados Unidos da

América, por exemplo.

No trecho “dissipam-se para latitudes mais baixas”, a partícula “se” tem função

apassivadora.

Certo.

O verbo dissipar possui sujeito? SIM! Esse sujeito é “as frentes frias” (o que se

dissipam? “as frentes frias”). Outra marca que caracteriza a forma como uma pas-

siva sintética: o verbo concorda com o sujeito no plural. A ativa equivalente é esta:

“Algo dissipa as frentes frias”.

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    (CESPE/CAIXA/MÉDICO DO TRABALHO/2014)

Campos continuou a dizer todo o bem que achava no trem de ferro, como prazer

e como vantagem. Só o tempo que a gente poupa! Eu, se retorquisse dizendo-lhe

bem do tempo que se perde, iniciaria uma espécie de debate que faria a viagem

ainda mais sufocada e curta.

No trecho “Eu, se retorquisse dizendo-lhe bem do tempo que se perde”, a partícula

“se” recebe classificação distinta em cada ocorrência.

Certo.

O primeiro se é uma conjunção que indica hipótese, equivalendo a “no caso de”.

O segundo se é uma partícula apassivadora.

Como assim, professor? Cadê o sujeito?

Eu explico: o pronome relativo que é o sujeito do verbo perder. Esse pronome

relativo retoma o substantivo tempo, que está introduzido pela preposição (mas é

apenas o substantivo a forma introduzida por preposição; o pronome que, diferen-

temente, não está introduzido por preposição).

Dito isso, podemos confirmar que cada uma das ocorrências do se recebe classifi-

cação distinta.

    (CESPE/STF/ANALISTA/2013)

Não há como ter certeza de

25| quem sejam, de que sejam “realmente” como se descrevem, ou

de saber se existe uma pessoa “real” por trás da persona online.

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A persona online é uma máscara para uma multiplicidade de

28| pessoas?

Na linha 25, o termo “se” exerce função de pronome apassivador da forma verbal

“descrevem”.

Errado.

Estamos diante de um pronome se reflexivo, pois o sujeito é ao mesmo tempo

agente e paciente. O sujeito elíptico é eles, terceira pessoa do plural. Nesse con-

texto, cabe o uso da expressão a si mesmos: “como eles descrevem a si mesmos”.

Por não se tratar de uma forma passiva sintética, a questão está errada.

    (CESPE/IRBR/DIPLOMATA/2009) Em “Estar ocupado, e de repente pa-

rar por ter sido tomado por uma desocupação”, a preposição “por” introduz termo

com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva, na segunda.

Certo.

A primeira preposição traduz a ideia de causa: a causa da parada foi “ter sido to-

mado por uma desocupação”.

A segunda preposição introduz agente da passiva. Como podemos ter certeza? É só

formar a ativa: “Uma desocupação tomou alguém”.

    (CESPE/TJ-ES/NÍVEL SUPERIOR/2011)

18| Depois de ler, ficou comparando os príncipes descritos por

19| Maquiavel com líderes do tráfico.

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No trecho “descritos por Maquiavel” (l.18-19), a expressão “por Maquiavel” designa

o agente da ação expressa pela forma nominal “descritos”.

Certo.

Primeiramente, vamos determinar o núcleo da expressão: “os príncipes descritos

por Maquiavel”.

Claramente o substantivo príncipes é o núcleo. Há um adjunto pré-núcleo (o artigo

os) e um adjunto pós-núcleo (o adjetivo descritos). A forma “por Maquiavel” é um

modificador da forma adjetiva (nominal) descritos, como corretamente afirmado

pelo enunciado. Além disso, o enunciado do item também está correto quando afir-

ma que a semântica designa o agente da ação expressa pelo adjetivo descrito. Essa

forma de reintroduzir agente em nomes também ocorre na sequência “a destruição

de Roma pelos Bárbaros”.

    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/ANALISTA/2017)

Por outro lado, conforme observa o economista Pierre Veltz, os novos requisitos da

espacialidade das empresas nas

25| cidades exprimem hoje “o paradoxo segundo o qual os recursos

não mercantis não veem seu papel diminuir, mas, ao contrário,

se afirmar e se estender nas economias avançadas e

28| concorrenciais”. Isso é exemplificado pela luta dos pescadores

artesanais da Associação Homens do Mar em defesa do caráter

público da Baía da Guanabara e pelas manifestações maciças

31| de ciclistas pelo direito ao espaço público nas cidades.

Tratando-se de bens não mercantis em disputa, os conflitos por

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apropriação dos recursos urbanos apresentam forte potencial de

34| politização, seja na busca de acesso equânime a ambientes

saudáveis, seja na eliminação de controles policiais

discriminatórios.

Os termos “pela luta” (l.28), “pelas manifestações” (l.30) e “pelo direito” (l.31)

funcionam como agentes da passiva.

Errado.

Em pela luta (l.28), temos um agente da passiva. No trecho, há uma voz passiva,

a qual pode ser convertida em ativa: “A luta dos pescadores artesanais […] exem-

plifica isso”.

O mesmo vale para pelas manifestações (l.30), que também é agente da passiva

(em coordenação com o primeiro agente da passiva, pela luta, na linha 28). A ati-

va pode ser escrita da seguinte forma: “As manifestações maciças […] exemplifica

isso”.

Como pela luta e pelas manifestações são agentes da passiva coordenados,

a ativa original é formada por um sujeito composto: “A luta dos pescadores artesa-

nais […] E as manifestações maciças exemplificam isso”.

Falta ainda falar do terceiro termo, que é classificado pelo examinador da banca

CESPE como agente da passiva. Bom, é aqui que encontramos o erro da classifica-

ção. Não estamos diante de um agente da passiva, mas diante de um modificador

de nome. Se lermos o trecho novamente, veremos que pelo direito está relacio-

nado ao substantivo manifestações.

O comentário ficou longo, mas é preciso detalhar cada ocorrência.

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    (CESPE/ADAGRI-CE/FISCAL ESTADUAL/2009)

1| Não há personagem mais criticado na sociedade

contemporânea que o político. De fato, os políticos são,

muitas vezes, responsáveis por diversas mazelas sociais. Mas

4| uma coisa não deve ser esquecida: são os cidadãos que

elegem seus representantes, o que lhes dá o poder de premiar

os melhores e punir os piores.

Na linha 3, o termo “por diversas mazelas sociais” complementa o sentido do vo-

cábulo “responsáveis”.

Certo.

Vamos nos restringir ao enunciado. Está claro que, na oração em que ocorre, por

diversas mazelas sociais é um termo que completa o sentido do vocábulo respon-

sáveis. No dicionário de regência nominal do professor Luft, temos essa mesma

regência para o nome responsável (de, por, perante).

    (CESPE/SEDU-ES/PROFESSOR/2008)

7| O computador

8| estimula o aprendizado de novos idiomas e contribui para o

9| desenvolvimento das habilidades de comunicação e de

10| estrutura lógica do pensamento.

A expressão ‘de novos idiomas’ (l.8) complementa “aprendizado” (l.8).

Certo.

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Aqui (e na questão anterior), o examinador avalia se você é capaz de saber de que

modo os termos da frase se relacionam. Podemos confirmar que:

i) sintaticamente, de novos idiomas se relaciona com aprendizado (aprendizado

de novos idiomas); e

ii) semanticamente, de novos idiomas completa a interpretação do nome apren-

dizado (assim, não se trata de qualquer aprendizado, mas de um aprendizado de

novos idiomas).

Por i e ii é que se justifica o gabarito como certo.

    (CESPE/PF/ESCRIVÃO/2004)

1| Quando acompanhamos a história das ideias, desde

2| a Antiguidade clássica até nossos dias, podemos perceber que, em

3| seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios para

4| evitá-la, diminuí-la, controlá-la.

O emprego da preposição em “dos meios” (l.3) indica que o complemento do núcleo

nominal “problema” (l.3) é composto por dois núcleos.

Certo.

O núcleo substantivo problema possui dois modificadores: da violência e dos meios

para […]. A preposição de é compartilhada pelos dois modificadores.

    (CESPE/DETRAN-ES/ASSISTENTE/2010)

1| O agravamento da crise urbana nos países em

desenvolvimento e as mudanças políticas, sociais e

econômicas, que, no momento, se processam em escala

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4| mundial, requerem novo esforço governamental para a

organização das cidades e dos seus sistemas de transporte.

Na linha 5, a presença da preposição de antes das expressões “cidades” e “seus

sistemas” indica que esses termos complementam a ideia de “organização”.

Certo.

Aqui (e nas questões 10 e 11), o examinador avalia se você é capaz de saber de

que modo os termos da frase se relacionam. Podemos confirmar que:

i) sintaticamente, das cidades e dos seus sistemas se relacionam com organização

(organização das cidades e dos seus sistemas); e

ii) semanticamente, das cidades e dos seus sistemas completam a interpreta-

ção do nome organização.

Por i e ii é que se justifica o gabarito como certo.

    (CESPE/DETRAN-ES/ASSISTENTE/2010)

8| O carro, no entanto, não é o único

vilão. A solução para o problema da mobilidade passa pela

10| criação de alternativas ao uso do transporte individual.

“Como as opções alternativas ao transporte individual

são pouco eficientes, pela falta de conforto, segurança ou

13| rapidez, as pessoas continuam optando pelos automóveis,

motocicletas ou mesmo táxis, ainda que permaneçam presas no

trânsito”, afirma S. G., profissional da área de desenvolvimento

16| sustentável.

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O emprego da preposição a, em “ao uso” (l.10) e “ao transporte” (l.11), é obrigató-

rio, visto que esses termos, como complementos do substantivo “alternativas” (l.10

e 11), devem ser introduzidos por essa preposição.

Certo.

No dicionário de regência nominal do professor Luft, temos exatamente essa re-

gência para o nome alternativa. Como podemos ler no trecho, os termos ao uso e

ao transporte complementam o substantivo alternativa.

    (CESPE/DETRAN-ES/ASSISTENTE/2010)

15| A Bike vem com tudo para agradar, a começar pelo

16| nome esperto e um diploma automático na dura disciplina de

17| “mobilidade sustentável”. Vem como um aviso concreto de que

18| a era do automóvel está mesmo se despedindo.

Na linha 17, “de que”, o emprego da preposição é obrigatório, visto que introduz

o complemento da palavra “aviso”; como ocorre, por exemplo, em aviso de férias.

Certo.

No dicionário de regência nominal do professor Luft, o substantivo aviso rege a pre-

posição de. A presença da preposição é obrigatória porque a sua ausência prejudica

a sintaxe da construção: “Vem como um aviso concreto que a era do automóvel”.

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    (CESPE/TRT 1ª REGIÃO/TÉCNICO/2008) Assinale a opção que apre-

senta oração na voz passiva.

a) Apesar da enchente, salvaram-se todos nadando.

b) No ano passado, construíram muitos prédios na cidade.

c) Durante a cerimônia, as pessoas se cumprimentaram efusivamente.

d) Depois de ter recebido muitos golpes, o lutador caiu.

e) Os palhaços do circo foram muito aplaudidos pelo público.

Letra e.

Vamos analisar opção por opção:

a) Errada. NÃO É PASSIVA: o pronome se é reflexivo (cada um salvou a si mes-

mo).

b) Errada. NÃO É PASSIVA: a construção está na voz ativa.

c) Errada. NÃO É PASSIVA: o se é recíproco (se cumprimentaram umas às ou-

tras).

d) Errada. NÃO É PASSIVA: a construção está em voz ativa (o núcleo da oração é

a perífrase ter recebido, com particípio INVARIÁVEL).

e) Certa. Veja que há a sequência Auxiliar(ser) + Particípio, o sujeito é paciente

(palhaços) e ocorre agente da passiva. Além disso, é possível recriar a ativa: “O

público aplaudiu os palhaços do circo”.

    (CESPE/TRT 1ª REGIÃO/TÉCNICO/2008) O texto apresenta uma ora-

ção na voz passiva no trecho

a) “A série de dados do CAGED tem início em 1992”.

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b) “o crescimento no número de empregos formais criados foi de 38,7%”.

c) “Pode haver uma diminuição na escalada de compra de bens duráveis”.

d) “Os preços dos bens duráveis (…) não estão aumentando”.

e) “No caso da indústria de transformação, por exemplo, foram criadas 146 mil

vagas”.

Letra e.

Novamente, vamos analisar opção por opção:

a) NÃO É PASSIVA: é uma ativa.

b) NÃO É PASSIVA: é uma ativa.

c) NÃO É PASSIVA: é uma ativa.

d) NÃO É PASSIVA: é uma ativa.

A opção correta é a letra e: existe a sequência Auxiliar(ser) + Particípio e o sujeito

é paciente (126 mil vagas). Além disso, é possível recriar a ativa: “algo/alguém

criou 126 mil vagas”.

    (CESPE/TST/ANALISTA/2008)

8| Baseando-se unicamente nessa perspectiva, pode-se

9| supor que a sociedade tecnológica seria caracterizada

10| por um contexto no qual o trabalho passaria a ser uma

11| necessidade exclusiva da classe trabalhadora.

Mantém-se a noção de voz passiva, assim como a correção gramatical, ao se subs-

tituir “seria caracterizada” (l.9) por caracterizaria-se.

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Errado.

Essa questão avalia se você conhece as duas formas de voz passiva: a analítica e a

sintética. Você deve observar uma importante diferença entre as duas: na voz pas-

siva sintética, não se admite a presença do agente da passiva. É exatamente esse

o problema da questão: na substituição, o agente da passiva continua lá (o que não

pode!): “a sociedade tecnológica caracterizaria-se por um contexto”.

Outro problema da nova construção é a colocação pronominal. Por ser uma forma

no futuro (do pretérito), o pronome deve ser colocado em mesóclise: caracterizar-

-se-ia. Mas como a questão está avaliando as vozes passivas, já dá para marcar

errado pela presença do agente da passiva na passiva sintética (o que, repito, NÃO

PODE!).

    (CESPE/TRE-AL/TÉCNICO/2004)

1| Para a direita a noção de cidadania procura

expurgar a noção de igualdade inerente a este termo.

A cidadania é vista como uma outorgação do Estado ou, no

4| limite, o reconhecimento da igualdade jurídica

Preservam-se as relações semânticas do texto ao se transformar a oração de voz

passiva “A cidadania é vista” (l.3) na oração de voz ativa: a direita vê a cidadania.

Certo.

Olha que legal, a banca avaliando o nosso teste. O agente “visualizador” da cida-

dania é o referente a direita, expresso no período anterior. Assim, a passiva até

poderia ser realizada com o agente da passiva (“A cidadania é vista pela direita”).

Ficou claro? A voz ativa equivalente é a seguinte: “A direita vê a cidadania como

uma outorgação do Estado”.

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    (CESPE/TJDFT/ANALISTA/2008) No trecho “Talvez aquilo tivesse sido

feito por gente”, o verbo concorda com “gente”, sujeito da oração na voz passiva.

Errado.

Aulas anteriores podem ajudar: não há sujeito preposicionado! “Por gente” é ter-

mo preposicionado, portanto nunca será o sujeito. O sujeito, na oração analisada,

é aquilo. Fim de papo: questão errada.

    (CESPE/DPU/ANALISTA/2016)

8| A partir de então, a

9| chamada assistência judiciária praticamente evoluiu com

10| o direito pátrio. Sua importância atravessou os séculos, e ela

11| passou a ser garantida nas cartas constitucionais.

Na linha 10, o pronome “Sua” delimita o significado do substantivo “importância”,

funcionando, na oração em que ocorre, como um termo acessório.

Certo.

Aqui a banca CESPE está dizendo o seguinte: a forma sua é um pronome adjeti-

vo, funcionando sintaticamente como adjunto adnominal (termo acessório). Certo,

principalmente por ser um adjunto adnominal pré-núcleo (Sua  importância),

o que não ocorre com o complemento nominal (termo integrante).

    (CESPE/FUB/TÉCNICO/2015)

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Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard (Estados Unidos), o maior

a respeito do tema feito até o momento, mostrou que as temperaturas altas au-

mentam hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e até mesmo

sepse, entre outras enfermidades.

No texto acima, o emprego da vírgula após “momento” explica-se por isolar o ad-

junto adverbial, que está anteposto ao verbo, ou seja, deslocado de sua posição

padrão.

Errado.

Para ser adjunto, seria preciso haver uma preposição introdutória da sequência

isolada pelas vírgulas. A sequência entre vírgulas, diferentemente do que afirma

o item, é um APOSTO do núcleo substantivo estudo. Sabemos que é um aposto

segundo a análise proposta em nossa última aula: tanto estudo quanto o maior a

respeito do tema feito até o momento compartilham o mesmo índice referencial.

    (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016)

11| Examinando-se a situação financeira dos estados que

12| preparam sua versão da lei de responsabilidade fiscal, fica

13| difícil aceitar a argumentação.

Na linha 13, a oração “aceitar a argumentação” funciona como complemento do

adjetivo “difícil”.

Errado.

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Nem tudo o que vem depois da forma nominal (adjetivo, nesse caso) é comple-

mento. Estamos diante de um sujeito posposto. A ordem direta fica assim: “Aceitar

a argumentação fica difícil”. “aceitar a argumentação”, portanto, funciona como

sujeito.

    (CESPE/TJ-RR/NÍVEL MÉDIO/2012)

3| A Constituição é a primeira e a mais importante voz do direito

4| aos ouvidos do povo. Constitui, a um só tempo, caráter

5| estruturante do Estado e da própria sociedade.

O emprego de vírgulas na linha 4 justifica-se por isolar adjunto adverbial deslocado

de sua posição padrão.

Certo.

Nessa questão, aplicamos a regra de vírgula para isolar adjunto adverbial desloca-

do, exatamente como ensinado nesta aula.

A noção de adjunto “de grande extensão”, como vimos, força a presença da vírgula

para tornar o enunciado mais claro. No entanto, essa noção não invalida a presença

da vírgula nos casos em que o adjunto é de “menor extensão”.

As questões 25, 26, 27, 28 e 29 abordam esse mesmo conteúdo.

    (CESPE/BRB/ESCRITURÁRIO/2011)

6| Nessa época, diversos países europeus

7| começaram a produzir sua própria moeda.

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A vírgula empregada logo depois de “Nessa época” isola adjunto adverbial de tem-

po antecipado.

Certo.

O comentário da questão 24 aplica-se a este item.

    (CESPE/SUFRAMA/NÍVEL MÉDIO/2014)

1| No dia 3 de julho de 1950, a Coreia do Norte atacou

2| e tomou Seul, na capital do Sul.

O emprego de vírgula logo após “1950” (l.1) justifica-se por isolar adjunto adver-

bial anteposto.

Certo.

O comentário da questão 24 aplica-se a este item.

    (CESPE/PRF/AGENTE/2012)

21| Durante o primeiro período de investimentos, as

22| concessionárias deverão realizar obras de duplicação, vias

23| laterais, contornos e travessias.

O emprego de vírgula logo depois de “investimentos” (l.21) tem a função de isolar

adjunto adverbial anteposto à oração principal.

Certo.

O comentário da questão 24 aplica-se a este item.

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    (CESPE/FUB/TÉCNICO/2014)

8| Após o fim da cortina de ferro e a abertura econômica

9| da China e da Índia, centenas de milhares de pessoas passaram

10| de um estado de subsistência precária à condição de nova

11| classe média global.

O emprego de vírgula após “Índia” (l.9) justifica-se por isolar adjunto adverbial

anteposto, deslocado de sua posição tradicional.

Certo.

O comentário da questão 24 aplica-se a este item.

    (CESPE/ANS/TÉCNICO/2013)

1| Durante o período de janeiro a março de 2013, foram

2| recebidas 13.348 reclamações de beneficiários de planos de

3| saúde referentes à garantia de atendimento.

A vírgula logo após “2013” (l.1) foi empregada para isolar adjunto adverbial ante-

posto.

Certo.

O comentário da questão 24 aplica-se a este item.

    (CESPE/SUFRAMA/NÍVEL MÉDIO/2014)

5| […] a produção de

6| outros produtos apresentou grande crescimento, com destaque

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7| para tablets, videogames, condicionadores de ar e

8| microcomputadores.

A vírgula foi empregada após o vocábulo “tablets” (l.7) para isolar o adjunto ad-

verbial.

Errado.

Ei, cuidado! Não responda as questões no automático. Preste atenção e veja que

não estamos diante de uma vírgula que separa adjunto adverbial deslocado. A vír-

gula após tablets justifica-se pelo fato de a sequência ser uma coordenação.

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REFERÊNCIAS
AZEREDO, J. Iniciação à sintaxe do português. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.

BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: YHL, 1999.

______. Lições de português pela análise sintática. São Paulo: Padrão, 1988.

CAMARA Jr., J. M. Dicionário de linguística e gramática. Petrópolis: Vozes, 1981.

CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed.

Rio de Janeiro: Lexicon, 2008.

HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. São Paulo:

Objetiva, 2009.

KURY, A. G. Lições de análise sintática: teoria e prática, com mais de 60 mo-

delos, 250 períodos para exercícios e sua solução. 5. ed. Rio de Janeiro: Fundo de

Cultura, 1970.

ROCHA LIMA, C. H. Gramática normativa da língua portuguesa. 49. ed. Rio de

Janeiro: José Olympio, 2011.

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GLOSSÁRIO
Adjunto (adnominal)

Palavra ou expressão acessória, de valor adjetivo que, junto de um substanti-

vo, delimita ou especifica o significado do mesmo (exemplo: pão integral, pão com

passas).

Adjunto (adverbial)

Palavra ou expressão de valor adverbial que indica alguma circunstância do fato

expresso pelo verbo ou que intensifica o sentido do mesmo, de um adjetivo ou de

um advérbio.

Analítica (voz passiva)

Voz passiva com o verbo principal na forma de particípio e com verbo auxiliar

(ser, estar, ficar etc.) recebendo as indicações de tempo, modo e concordância.

O sujeito equivale ao objeto direto da ativa correspondente, e o sintagma agentivo,

opcional, vem precedido de por ou de: o cocheiro foi mordido (pelo cavalo).

Ativa (voz)

Voz do verbo em que o sujeito pratica a ação (exemplo: joão cortou a árvore).

Complemento nominal

Sintagma que complementa o sentido de um substantivo derivado de verbo e

que na oração com o verbo equivalente corresponde a um complemento (direto ou

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indireto), expresso por um sintagma nominal ou uma oração integrante objetiva;

por exemplo: convidar para o casamento – convite de casamento; viu a cena – a

visão da cena.

Particípio

Uma das formas nominais do verbo, com características de nome (gênero e

caso) e de verbo (tempo, aspecto, voz). Em português, geralmente formado com

os sufixos -ado (para a primeira conjugação) e -ido (para a segunda e terceira

conjugações), colocados, nos verbos regulares, após o radical do infinitivo (amado,

parado, vendido, sentido); alguns verbos possuem particípio irregular, como pôr –

posto, fazer – feito, e há ainda os que possuem dois particípios, um regular e outro

irregular, como pagar – pagado e pago.

Partícula apassivadora

A partícula se, que indica voz passiva em orações em que o sujeito é paciente

da ação verbal, como em vendem-se casas.

Passiva (voz)

Voz do verbo na qual o sujeito da oração recebe a interpretação de paciente, em

lugar da de agente da ação verbal (exemplo: pedro foi demitido).

Reflexiva (voz)

Voz com verbo na forma ativa tendo como complemento um pronome reflexivo,

indicando a identidade entre quem provoca e quem sofre a ação verbal (exemplo:

feri-me; eles se prejudicaram).

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Sintética (voz passiva)

Voz passiva com o verbo na terceira pessoa construído com o pronome apassi-

vador se, sem indicação do agente (exemplo: não se encontrou nenhum vestígio de

vinho no copo; vendem-se livros usados).

Voz

Categoria do verbo definida pela relação que estabelece entre o sujeito grama-

tical (aquele com o qual o verbo concorda) e o papel de agente ou de paciente da

ação verbal.

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