JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO

TRADIÇÃO PERDIDA … O “amanho” da terra

Já lá vai o tempo que todos os terrenos e cantinhos eram cultivados. A agricultura, praticada há muitos anos, na nossa aldeia, dependia
do uso da mão de obra direta, a força dos animais, a vaca e o burro e utensílios rudimentares … não é só pegar a semente fazer um
buraco e semear…. Era preciso “amanhar” a terra, para posterior colher.

É DE PÍNZIO OU TEM LIGAÇÕES A PÍNZIO? TEM UMA EMPRESA OU UM NEGÓCIO?
ENTÃO ESTE ESPAÇO É DEDICADO A SI!
UM DOS OBJECTIVOS DESTA PUBLICAÇÃO, É QUE ELA POSSA CHEGAR A TODA GENTE, SEM
BUROCRACIAS NEM DISCRIMINAÇÕES.
PARA PODER CUMPRIR ESTE OBJECTIVO, NÃO PODEMOS TER ESPAÇO EM BRANCO!
A SUA EMPRESA OU NEGÓCIO, PODE APARECER AQUI COMO PATROCINADOR OFICIAL. NÃO LHE
PROMETEMOS MAIS NEGÓCIOS NEM MAIS CLIENTES. MAS PROMETEMOS DEDICAÇÃO A ESTA CAUSA
À CONVERSA COM … Jorge Pires - Presidente da ADAP
Jorge Pires é o atual presidente da Associação dos
Amigos de Pínzio… nasceu e viveu no estrangeiro
até aos 10 anos de idade. Licenciou-se em
eletromecânica, neste momento é empresário.
Vive na Guarda, mas não dispensa a vinda a
Pínzio! Uma coisa tem a certeza, a Universidade
Sénior em Pínzio é um excelente projeto. Ocupar as pessoas,
partilhar convivências e experiências é muito importante.
O QUE DIZEM AS PROFESSORAS DA UNIVERSIDADE SÉNIOR
Anabela Fortunato, natural e
residente na Guarda, mas cresceu
em Pínzio, e é licenciada em Gestão
Comercial e em Marketing …. e Dina
Lopes, natural de Sintra, até aos 18
anos morou nos arredores de
Lisboa, tem licenciatura em Educação Social e partilham o
mesmo sentimento por este Projeto…. “não arranjem entraves à
felicidade!” A idade não é razão para parar!”

Jornal Nº19 – Abril 2019 Jornal Nº19 – Abril 2019

JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Agradecemos desde já todos os colaboradores
permanentes e às pessoas que já quiseram dar
o seu contributo.
É certo, que o jornal DIA20, só será uma
realidade, se houver pessoas que quiserem
partilhar connosco as suas vivências, crónicas,
fotos ou mesmo pequenas histórias reais ou
não. Por isso ficamos agradecidos a todos que
quiserem participar. Basta, para isso, enviarem
os vossos textos para o seguinte e-mail:
madalenajcabral@sapo.pt
ASSEMBLEIA GERAL
Madalena Cabral Sócia nº111 – Presidente
Beatriz Pina Sócia nº68 – Secretária
Rafael Fonseca Sócio nº46 – Secretário
Manuel José Dias Sócio nº37 – Suplente
José Almeida Sócio nº23 – Suplente
Victor Pina Sócio nº41 - Suplente
CONSELHO FISCAL
Luís Gonçalves Sócio nº15 – Presidente
Cidália Abrunhosa Sócia nº21 – Vogal
Luís Cabral Sócio nº33 – Vogal
Anabela Fortunato Sócia nº22 – Suplente
Susana Pires Sócia nº125 – Suplente
Abel Lopes Sócio nº69 - Suplente
DIREÇÃO
Jorge Pires Sócio nº4 – Presidente
Lisete Cardoso Sócia nº36 – Vice-Presidente
Elisabete Teixeira Sócia nº57 – Tesoureira
Ricardo Custódio Sócio nº168 – Secretário
Marisa Gonçalves Sócia nº196 – Vogal
Dina Lopes Sócia nº157 – Suplente
Luís Marques Sócio nº67 - Suplente
Márcia Parada Sócia nº56 – Suplente
Carlos Monteiro Sócio nº2 - Suplente
Ernesto Gonçalves Sócio nº62 – Suplente
CONTACTOS ÚTEIS
Número Nacional Socorro……………….……..….112
Junta Freguesia de Pínzio……………...271 947111
Posto Público de Pínzio……….……..…271 947131
GNR Pínzio ……………………………..…….271 947183
Farmácia Modena Pínzio……………..…271947257
Táxis de Pínzio…………………..………..…271947182
Pároco de Pínzio …………………….……..967924670
Correios de Pínzio …………….…….….…271 947111
Centro Saúde Pínzio………….…………. 271 947220
Credito Agrícola……………….………..….271 947850
Centro P. M Fátima (Lar)………….……271 940010
Centro de Saúde de Pinhel ……………271 413413
Câmara Municipal de Pinhel ……..….271 410000
Repartição de Finanças Pinhel…….…271 412281
Bombeiros de Pinhel …...……………….271 412211
EDP Guarda ………………………………….271 004400
ULS – Hospital Sousa Martins ……….271 200200
C.R. Seg. Social…………………….………..271 232600
PT Telecom ………………..………………..271 208300
MENSAGEM DO PRESIDENTE
Uma água de Maio e três de Abril, valem por mil!
Assim diz o ditado!
Portanto, nada de ficar triste com as primeiras águas de Abril,
apesar de nos termos convencido que já tínhamos o verão à
porta com os dias soalheiros de Março.
Nesta edição nº 19 do nosso Jornal DIA20, por razões profissionais, não me foi
possível ler os artigos na íntegra antes de escrever esta mensagem, pelo que, não
poderei aqui dissertar acerca deles, como vem sendo habitual.
Queria publicamente deixar uma palavra de alento à nossa Tesoureira Elisabete
Teixeira, neste momento difícil da sua vida.
O infortúnio bateu-lhe à porta quando nada o fazia esperar!
Mas a saúde (ou a falta dela) é mesmo assim! Quando menos esperamos, lá nos
calha. Felizmente está a recuperar bem e com o apoio de todos, irá certamente
voltar à sua vida normal.
Também na ADAP contamos com ela para o que nos resta desta caminhada.
Já temos plano de actividades para 2019 aprovado, que poderão consultar nas
páginas centrais, sendo que as datas ainda não são vinculativas.
Em relação aos sócios, direi que continuam muito dinâmicos! Começámos a
cobrar as quotas em 24 de Fevereiro e até ao dia 5 de Abril (ou seja, 40 dias) já
foram pagas 54,8% das quotas a pagamento.
Direi que, modéstia à parte, provavelmente somos a colectividade mais invejada
de Portugal, nesta matéria!
Mas o mérito é todo dos sócios!
Esta Direcção, simplesmente criou as condições para que fosse possível.
Para terminar, gostaria de relembrar que as eleições da Associação Cultural estão
agendadas para Sábado dia 20 de Abril (Sábado de Páscoa e mercado).
Se for sócio, vá votar porque, lista, parece que vai haver!
Votos de uma Feliz Páscoa.
Vemo-nos novamente na vigésima edição deste Jornal DIA20 em Agosto
FICHA TÉCNICA
JORNAL DIA20
Diretor: Jorge Pires
Coordenadora: Madalena Cabral
Editores: Jorge Pires, Lisete Pina, Madalena Cabral
Sede: Associação dos Amigos de Pínzio, Rua da Pontinha, nº 26, 6400-069 Pínzio
E-mail: adap.pinzio@gmail.com
Facebook : www.facebook.com/pages/Associação-dos-Amigos-de-Pínzio
Periodicidade: Quadrimestral
Design e Paginação: Ricardo Custódio
Impressão: Município de Pinhel
Tiragem: 250 Exemplares a preto e branco
Distribuição: Gratuita
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
NÓS, OS MAIS PEQUENOS!
Depois das atividades realizadas tais como a reflorestação de
árvores autóctones, atividade esta, que se realizou, dia 15 de
fevereiro e na qual estiveram presentes entre outros, o senhor
Presidente do Município de Pinhel, Rui Ventura e os alunos do
pré-escolar e EB1 de Pínzio, que finalizou com um lanche
bastante apreciado.
Este período veio culminar com a Feira das Tradições, que teve
bastante impacto dentro e fora da comunidade educativa. Foi
uma das atividades de muito trabalho, mas foi gratificante.
Jardim de Infância de Pínzio
Mozart o estorninho
Era uma vez um estorninho sem casa. “O dom de enterrar pinhões.”
Tinha viajado desde Viena na Áustria até Pinhel, no distrito da Aí, junto do lago e dando golpes com o bico enterrava as
Guarda, no dorso de um falcão. sementes.
Mozart era o seu nome, nome de compositor. Não contente com isso, colocava folhas, pedras e galhos, em
Tinha uma plumagem preta, reluzente, bico amarelo e patas cima do local remexido, de forma a camuflar ou disfarçar o feito
vermelhas. realizado.
Vivia triste, sem companheira. Assim, o estorninho foi considerado o «grande protetor dos
O estorninho era sábio e resolveu escolher um lugar belíssimo pinheiros» deste local maravilhoso.
para viver e ser feliz.
Aquele lugar que encontrara era um espaço cheio de faias e
pinheiros. Um espaço, verde água, que quase tocava o céu,
habitado por coelhos, raposas, texugos, veados e esquilos.
Foi aí, junto de uma cascata, perto de uma pequena gruta, que
resolveu, o estorninho sábio, fazer a sua casinha.
Um dia, quando o estorninho dormia foi acordado pelo som dos
golpes de um machado.
Os homens destruíam aquele lindo lugar…
Assustado escondeu-se na gruta.
Dentro da gruta, adormeceu, durante largos meses…
Um dia, ao amanhecer escutou uma voz que lhe pedia para sair
da gruta e regressar rapidamente ao lago. Nesse dia foi- lhe dado
um dom. Alunos da E.B. 1 Pínzio
Pínzio … algumas memórias de infância … em livro
Sou Jorge Margarido, nascido em Pínzio, que bradava entre gargalhadas “aí vêm os três Jorges” a que eu
concelho de Pinhel, distrito da Guarda, meu pai respondia, de supetão “três Jorges, não! Este é o Jorge; este é o
Ângelo Margarido, oriundo de Espanha e Jó-jó e eu sou o Jorginho”; lembro-me do pai e do filho que era
trompetista na Banda Filarmónica de Pínzio, “o Mota”, ébrios e divertidos; do Carnaval e do medo mórbido
minha mãe Emília Carrilho e alentejana. Fiz todo por uma carantonha de vaca por casa aparecida, na ocasião;
o meu percurso escolar na Guarda … tenho difusas memórias de outos episódios de menor relevância,
Concluí o curso em docência no 1º Ciclo do mas que teceram a pessoalidade que hoje visto.
Ensino Básico na Escola do Magistério Primário da Guarda, em Retrato nos livros o que sou … e sou um pouco dessa, e doutras
1988; continuei o percurso académico licenciando-me em aldeias… Não sei quanto de cada qual. Às vezes parece-me que
Orientação Educativa e, mais tarde, em Educação Física. as palavras sobrevêm antes dos pensamentos e, sem querer, dou
Embora tenha passado pela equipa de coordenação do Desporto comigo a relacioná-las com as memórias. Pínzio remanesce,
Escolar e como desportista praticante, é como Professor então.
Primário que gosto de ser identificado e reconhecido. Fui convidado para participar numa sessão
A leitura, a escrita, a música, o BTT, a agricultura e a jardinagem de autógrafos na Feira das Tradições de
são alguns dos meus hobbies. Pinhel, do último livro publicado “Seis
Na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, como autor, Vezes Alpha”. Uma história que mostra a
apresentei três obras: “Uma lâmpada de flores secas”, “Toleimas morte, não como um fim, mas como o
e paranoias nos arrabaldes da Sé” e “Seis Vezes Alpha”. reinício de um ciclo de aprendizagem
Pínzio foi local de residência familiar por razões de oferta de culminado num destino tão enigmático
emprego a meu pai, mecânico numa oficina local. Lá nasci e de lá quanto inadiável. Pínzio está no caráter
saí por volta dos 4 anos de idade. das personagens e nos cenários de alguns
Nesta aldeia recordo-me da Ti Delfina, vizinha e ama; dos três destes capítulos. Jorge Margarido
Jorges a pedir pão com doce de abóbora, de uma tal Dona Elisa, O Jornal DIA20 agradece e deseja-lhe sucesso como escritor.
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PELA SUA SAÚDE … Medicina convencional / lado a lado com a medicina alternativa
Podia ser uma intervenção no programa "pros e
contras" da RTP1 mas não é...é apenas a minha
opinião e queria fazer deste artigo uma crónica muitas vezes, tentamos recorrer aquilo que até agora
muito pessoal como fisioterapeuta e como
pessoa que também recebe cuidados de
saúde...
Continuo no meu gabinete a prestar cuidados
de saúde tal e qual como me foram ensinados
numa escola que me proporcionou um programa de técnicas
cientificamente provadas, mas confesso que, como profissional
de saúde, para além de ter aperfeiçoada essas mesmas técnicas
(em que acredito!!), com a prática muita coisa me fez pensar e a Na minha prática como disse, utilizo as técnicas que se centram
minha maneira de trabalhar muito mudou ... abri espaço para
integrar novas visões de tratamento baseadas na nutrição e em
terapias ditas alternativas...muitas, não provadas energéticas... posso-vos falar de uma senhora que veio ao
cientificamente, mas baseadas na evidencia....
Lembram-se de quando os nossos avós nos faziam umas
mezinhas… 1 chazinho de limão e mel para as constipações? Ou
de casca da cebola para a tosse? Ou quando os nossos pais nos
preparavam um chá de gengibre quando estávamos afónicos?
Ou quando ouvimos ainda, do vizinho, que a melhor maneira de
começar o dia é beber um copo de água morna com umas
gotinhas de limão? Pois bem, hoje acredita-se cada vez mais
nisso mesmo, no poder das plantas e nas suas propriedades...
falamos cada vez mais em naturopatia, homeopatia, nutrição,
óleos essenciais...
Depois existe também o campo energético, que ouvimos tanto
falar na medicina chinesa e nos seus meridianos, tanto
proclamados pela acupuntura...entrei um pouco nesse domínio
e, confesso, apaixonei-me um pouco, por essa visão de ver a
doença... comecei uma formação "R.E.S.C." que muito se
assemelha com a acupuntura mas não utiliza agulhas...que me
ensinou muitas coisas, sobre o nosso próprio organismo e o
aparecimento de muitas doenças, percebi que o nosso corpo fala
e que precisamos ouvi-lo entende-lo… E por vezes aquilo que
chamamos de doença (eczema, sinusite, alergia, etc...) podem
ser entendidos apenas como sintomas pela medicina chinesa e
que surgem como sinais de alerta por tensões no nosso
"interior" que precisa de ser reequilibrado.
Não sou extremista, acredito nas terapias alternativas, entendo
que precisam de ser vistas, como primordiais na prevenção de
doenças e ser vistas como arma importante no tratamento da
doença lado a lado com a medicina convencional....
Lar Centro Mensagem de Fátima de Pínzio
… e as obras continuam!
As obras continuam no Lar Mensagem de Fátima em Pínzio. Já se
pode ver o exterior quase terminado.
Mais uma fase … agora é a vez do espaço interior do edifício…
com muita luminosidade … quartos espaçosos e com casa de
banho privativa, um grande salão de convívio, salão de
cabeleireira, gabinete para fisioterapia e muito mais…
Agora resta-nos esperar por novas notícias …. cá estaremos na
próxima edição, para darmos a conhecer o ponto de situação
desta obra tão importante para a nossa aldeia e principalmente
para todos os utentes! Queremos um espaço onde todos se
sintam bem, porque os nossos “jovens” além de cuidados de
carinho, merecem um espaço com todas as condições.
Hoje, cada vez mais percebemos que a medicina convencional
não tem respostas para tudo e por isso, em forma de desespero
recusávamos... mas que já os nossos bisavós utilizavam...
O exercício, o contacto com a natureza, a meditação, o yoga, a
sofrologia são alguns exemplos de conselhos na busca de uma
vida saudável ou na busca de aniquilar os efeitos da palavra
moderna, que é o "stress" … os meus bisavós não conheceram
certamente essa palavra nem tão pouco a palavra "burnout"
que também faz parte de um vocabulário moderno de uma
sociedade dita.... moderna!
no aspeto fisiológico do corpo humano todos os dias, mas por
vezes pode acontecer que precise de utilizar outras técnicas
gabinete com os seus 50 anos com problemas de incontinência
urinaria a senhora apresentava esse problema há 4 anos e desde
aí, a sua vida tinha mudado completamente, limitando-a na sua
vida social e sexual. Fiz a avaliação de fisioterapia e percebi que
os seus músculos do períneo, apresentavam uma força normal,
que contraíam e relaxavam harmoniosamente ... algo incoerente
me escapava... então propus-lhe fazer um reforço muscular e
consciência corporal. Depois de algumas sessões, com alguns
desabafos flash da doente, percebi que havia uma componente
emocional ligada a morte do seu pai há 4 anos com o qual
mantinha desde a sua adolescência uma relação tóxica...nunca
aprofundou a conversa apenas deixou-me entender coisas que
poderiam ser bastante profundas... encaminhei-a para uma
consulta de psicologia, pois perguntei-lhe se tinha consciência
dessa componente emocional no seu problema de saúde, ao que
ela respondeu que sim. E propus-lhe depois, então uma sessão
de R.E.S.C. Na semana seguinte a doente confessou que não
tinha voltado a ter episódios de incontinência urinaria.... não é
uma terapia milagrosa, porque não há terapia milagrosa....
porque se houvesse uma terapia milagrosa teríamos já a chave
para todos os problemas e todos faríamos a mesma terapia e só
essa mesma.... mas não há! Já tratei várias incontinências
urinarias, mas não tratei mais nenhuma, da mesma maneira...
porque há casos e casos...e porque precisamos de estar à
escuta.... a única coisa que sei, é que cada um precisa de
encontrar a sua, começar pela prevenção e, no que toca ao
tratamento, recorrer ao convencional lado a lado com a panóplia
de coisas alternativas...
Raquel Cabral - Fisioterapeuta
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JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
TRADIÇÃO PERDIDA… O “amanho” da terra
Já lá vai o tempo, que todos os terrenos e cantinhos eram Existem ainda muitos cultivos que são feitos de forma
cultivados. Era um regalo ver uma paisagem com todos os tradicional, por opção, já que algumas frutas, verduras e
campos bem lavrados e sem ervas daninhas! sementes precisam ser tratadas mais delicadamente.
A agricultura tradicional é a forma mais antiga de trabalhar a Com o avanço que houve, a agricultura passou a ser feita com
terra e praticada há milhares de anos … mais uma tradição ajuda de diferente maquinaria, substituindo a mão de obra e as
perdida, na nossa aldeia! alfaias rudimentares.
A agricultura, praticada há muitos anos, dependia do uso da mão Há também uma agricultura com um tratamento especial, a que
de obra direta, a força dos animais, de vacas ou burros, e chamamos agricultura biológica, e que vem sendo preferida
utensílios rudimentares... ou seja, aquela que não há intervenção entre muitos, justamente por não conter nenhum tipo de
de nenhuma maquinaria, assim como o uso de recursos naturais produtos químicos, o que favorece uma boa qualidade de vida,
no desenvolvimento da atividade - chamamos agora de por serem produtos mais saudáveis.
agricultura tradicional. Uma das grandes características desta Em Pínzio, já não se pratica a agricultura tradicional e poucos são
agricultura tradicional, era ser feita em pequenas propriedades. os que trabalham os campos. Os mais jovens já não conhecem as
Quando falamos de agricultura, pode pensar-se que a atividade diferentes e rudimentares alfaias agrícolas, pois já há bastantes
engloba apenas o semear e o colher… não é só pegar a semente anos, entraram em desuso…. São tradições já desaparecidas..
fazer um buraco e semear, mas na verdade muitos eram os
trabalhos a serem feitos até se fazerem as colheitas. A
preparação do terreno é uma das principais tarefas para se
obterem boas plantações, quer no jardim, na horta, numa
pequena propriedade ou em terrenos de maiores dimensões. Na
maioria das vezes é necessário virar a terra várias vezes com o
arado e a grade, para criar o ambiente de crescimento ideal. Era
a lavrar e a gradear que se “fazia” a terra, permitindo que
circulasse melhor a água e o ar, desfazendo-se os aglomerados,
porque a terra deve ficar relativamente solta. Nesta altura,
aproveitava-se para acrescentar à terra, os elementos que se
pretendia para corrigir ou melhorar a composição da mesma. Por
último, retirava-se da superfície as pedras, todos os elementos
estranhos à terra, que poderiam, mais tarde, dificultar a
plantação e o enraizamento das plantas.
A terra já pronta para receber as sementes … depois de mexida,
remexida e devidamente alimentada, começava a sementeira ou
plantação…e a seguir era necessário sachar, mondar, regar…
depois, o tempo se encarregará do resto …. e finalmente as
colheitas.
A isto se chama “amanhar” a terra para as sementes serem
semeadas, ou seja tratar dela, desde a primavera até ser colhido
o “mantimento”.
Qualquer agricultor que se preze, deve trabalhar bem a terra,
para que as raízes das plantas se possam instalar fácil e
rapidamente, retirando da mesma, todas as substâncias de que
se alimentam. Ao mesmo tempo que o agricultor, areja a terra,
aproveita para adubá-la. Os adubos deitados na terra eram
naturais, apenas o estrume dos animais, que nessa altura havia
em grande quantidade. A terra recebia um tratamento
diferenciado, pois não era utilizado nenhum tipo de adubos
químicos, venenos ou composto que acelerasse a produção das
sementes e plantações.
Para todas estas tarefas eram utilizavam algumas técnicas
agrícolas consideradas rudimentares, tais como o uso da enxada
ou o sacho, do arado e charrua, da grade de tração animal, da
foice, da gadanha, característicos desse tipo de agricultura que
existia, na nossa aldeia..
E não era preciso estudar nos livros para se ser um bom
agricultor, o essencial era a prática, a prática da vida e o ensino
dos antepassados, que passava de geração em geração..
Esta tradição terminou, e hoje em dia, poucos são os que
praticam esta atividade, apenas se cultivam pequenas
propriedades a que chamamos de hortas… é geralmente
destinada apenas para gasto da família. Madalena Cabral
Jornal Nº19 – Abril 2019
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À CONVERSA COM… Jorge Pires – Presidente da ADAP
DIA20 - Quem é Jorge Pires? Fale-nos um
pouco de si.
O meu Pai é natural de Pínzio e a minha mãe
Edite (também conhecida como costureira) de
Alfarazes, uma pequena aldeia bem perto da
Guarda. Portanto, sou neto do Joaquim Pires e
da Antónia Lourenço. Os meus pais foram
emigrantes em França durante muitos anos e
foi aí que eu e minha irmã Odília nascemos. Eu em 1973 e ela em
1979. Portanto, estou a caminho dos 46!
Sou casado e tenho dois filhos, a Mariana a caminho dos 18 e o
André dos 13 anos. Vivemos na Guarda, mas não dispenso a
vinda a Pínzio pelo menos uma vez por semana!
DIA20 – Como é ser filho de pais emigrantes. Fale um pouco
desse tempo da sua infância/juventude…. Que sentimento vivia
nessa altura, com os pais longe?
Nasci em França, mais precisamente em Beaumont, Clermont-
Ferrand e por lá estive até aos meus 10 anos. Nessa altura, os
meus Pais pensavam em regressar a Portugal nos próximos anos
e decidiram que seria melhor eu começar os estudos já em
Portugal. E assim foi! Fiquei em Portugal com 10 anos e os meus
Pais e irmã (na altura com 4 anos) voltaram para França,
pensavam eles por pouco tempo (acabaram por só regressar em
2006).
Fiquei em casa da minha tia Carminha (irmã da minha mãe) em
Alfarazes e voltei a fazer a 4ª classe na escola de Alfarazes. Digo
voltei, porque já a tinha feito em França, mas a professora
insistiu que teria de começar os meus estudos em Portugal na
escola primária! Aliás, à vontade dela teria ido para a 2ª classe!
Mas depois de muitas insistências e de lhe provar que eu não
sabia menos que os seus alunos, acabou por aceitar mas
obrigou-me a começar na 4ª classe. E foi assim que fiz duas vezes
a 4ª classe.
Quando regressei, estava preparado porque em França, para
além das aulas normais na escola Francesa, tinha aulas de
Português às quartas-feiras à tarde e Sábados de manhã e em
casa, somente falávamos em Português.
Depois de concluída a 4ª classe com sucesso, mas sem me livrar
de uma ou outra reguada da professora (para mim era uma
novidade, porque em França isso não era aceitável), fui para o 5º
e 6º ano (então chamado de ciclo) na Guarda e também passei a
ir viver com os meus tios Virgínia e Júlio e os meus primos até
completar o 11º ano, na Escola da Sé.
Não é fácil deixar amigos, hábitos e um País aos 10 anos de idade
e mudar para outro desconhecido e completamente diferente
(em 1983 Portugal era um País com um atraso enorme em
relação à França), para além da separação entre Pais e irmã! Mas
foi assim! Não fosse assim e hoje seria outra pessoa, não sei se
melhor ou pior, mas certamente diferente! E eu gosto de como
sou, portanto, valeu a pena!
Depois de ficar em Portugal e até aos meus 17 anos, ia todos os
anos passar as férias de verão a França.
DIA20 - Há algum episódio da sua infância que queira relatar?
Episódios há sempre! Difícil é escolher! Talvez o mais famoso e
que até hoje me acompanha, foi o dia em que eu e o meu
“comparsa” decidimos subir ao telhado da casa do meu Pai em
Pínzio e ser visto por uma vizinha. Daí a minha alcunha de
“caipira”.
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BAU DAS RECORDAÇÕES
DIA20 - Conte-nos lá essa história. Afinal muitos lhe conhecem
a alcunha mas poucos sabem a origem.
Numas férias de verão em Pínzio, talvez com 11 ou 12 anos, o
meu amigo João Pedro, filho da Amélia e Joaquim (também
éramos vizinhos em França) lembrou-se de subir ao telhado da
casa do meu Pai (temos um terraço que dá para o telhado) e eu,
não me neguei. Do telhado do meu Pai, passeámos por todos os
telhados vizinhos até nos assumarmos a um beirado (sujeitos a
cair de uma altura de 6 metros) e uma senhora que vinha a
passar nos ver. A partir daí vieram os castigos, pois claro!
Ao fim do dia, estava em casa da minha avó Antónia e aparece o
meu primo Luís a dizer que a GNR lhe tinha perguntado se não
conhecia uns caipiras que andavam em cima dos telhados! A
minha prima Cristina pegou na deixa e a partir daí, fiquei o
caipirinha dos telhados.
DIA20 - Onde estudou e qual o seu percurso académico
No ensino secundário, estudei na área da eletrotecnia, muito por
influência dos meus primos de Alfarazes, Paulo e Agostinho. O
meu primo Paulo era um craque em eletrotecnia e eletrónica.
Depois fui estudar para o Politécnico da Guarda na área de
Eletromecânica e posso dizer-vos que na altura, apesar do que se
dizia, o Politécnico da Guarda era uma excelente escola, com
excelentes professores e com excelentes condições na área das
Engenharias. Alunos de outras escolas mais conceituadas, não
acabavam os cursos com mais competências que nós. Aliás,
muitos dos meus ex-colegas de curso trabalham hoje em
empresa de renome nacionais e ocupam cargos de relevância. Foto do Baú de D. Laurentina… (ano 1960). As três gerações: Ana (irmã), Julieta (irmã),
Depois desta formação de base, fui fazendo muitas outras Maria Teresa Jorge (mãe), Jorge (bebé neto) José Lourenço Jorge (avô materno),
específicas nas áreas da Engenharia. Em 2011 fiz um MBA em Teresa Jorge (irmã), Joaquim Bernardo (pai)
Gestão de Empresas na Universidade Portucalense e desde
então, tenho feito formações nas áreas da gestão.
DIA20 – Terminou o curso e tendo lecionado optou por ser
empresário.
Em boa verdade, o ter sido professor, foi um mero acaso!
Aconteceu no ano letivo de 2005-2006. Ligaram-me da Escola
Secundária da Sé a pedir para que aceitasse ser professor na
disciplina de Práticas Oficinais e Laboratoriais de Eletrotecnia ao
12º ano de escolaridade. Eles tinham que ter obrigatoriamente
dois professores para essa disciplina e faltava-lhes um! Acabei
por aceitar. Mas o mais caricato é que eram necessários dois
professores, mas só havia um aluno! Enfim! Vamos lá entender
este sistema de educação!
Comecei cedo a trabalhar e sempre tive gosto pelo trabalho, em
aprender e claro, ganhar dinheiro. Na minha juventude, fiz feiras
com o Sr. Alcides (fazia a feira de Vilar Formoso) apanhei cerejas
em França (fiz duas épocas e aqui ganhei dinheiro para pagar a
minha carta de condução), fiz Sábados na cerâmica do Sr.
Amadeu em Figueira, trabalhei muitos anos na discoteca do café
Paris, entre outras coisas.
Com 17 anos, deixei de ir passar férias a França e comecei a
trabalhar com o meu primo Agostinho (também conhecido por
Nunes) na Friague (hoje já encerrada). Trabalhávamos em ar
condicionado, equipamentos hoteleiros, reparações de
máquinas, etc… Aprendi lá muito! Com a empresa e com ele!
Trabalhei lá, mesmo no tempo em que estudava no Politécnico.
Comecei o meu percurso contributivo na empresa Friague, logo
após ter terminado o curso em 1997. Esta foto do Sr. Manuel Monteiro foi cedida por Ismael (seu genro).
Relembramos uma atividade já em desuso – Picar (afiar) a gadanha.
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SEM PACHORRA … PARA COISA NENHUMA!
Como é linda a Primavera, dizia a menina a
passear no jardim. Escutando essas palavras,
quanto passava os olhos pelo livro “sem
filtro”, dei comigo a pensar se seria verdade a
Primavera já ter chegado ou se afinal estava
casada com o Outono e nem sequer abalou?
Estas novas temperaturas, criaram novos
hábitos e com eles, novos problemas, para os
quais é difícil encontrar soluções. A atitude de alguns governos,
como o do Trump a fazerem vista grossa das alterações
climáticas é um dos exemplos que nada contribui para a
resolução do assunto. Chamá-los de burros é estar a ofender os
animais, pois quando se derem conta do erro já pode ser tarde
demais. Falta agora chegarem as geadas e então é que vai ser. Já
o ano passado e este, mal se viram os tortulhos, os míscaros e as
merujes. Agora só já falta queimarem-se as árvores de fruto….
onde iremos parar?
Caminha-se a passos largos para a chegada do Verão e com ele o
flagelo dos incêndios. As medidas obrigatórias não cumpridas
pelos proprietários serão bem punidas, pelo que cabe aqui
alertar para não fazer vista grossa e depois queixarem-se. Creio
que em redor das habitações não será tão grave. Fica a
esperança de não haver habitações a arder e gente a morrer.
Quanto ao resto, lá iremos gradualmente ano após ano. As
multas é que serão de imediato. Atenção portanto.
Por cá, chegou a caça ao voto para as europeias, a 26 de Maio.
Os partidos aí estão, com os seus argumentos, mais ou menos
credíveis, o que pouco importa pois o Povo vota mediante a
imagem do governo independentemente de quem vai na lista. Se
está contente, dirige o seu voto sem se importar a que se
destina. Vamos ver qual o resultado, até porque estas eleições
podem ser consideradas como um teste ao governo o que só
reforma o que acabo de afirmar.
Não vai ser fácil o governo superar a contestação com os
enfermeiros, os professores, os polícias, etc, etc, mesmo tendo
O QUE DIZEM OS ALUNOS SOBRE A UNIVERSIDADE SÉNIOR
Vitor Pina tem 67 anos, é reformado há um ano
e meio e é um dos mais recentes alunos
inscritos na Universidade Sénior no Polo de
Pínzio.
Inscrevi-me por insistência da minha mulher,
porque pensava: - que iria eu lá a fazer???...
Estava enganado. Muito pelo contrário, pois
neste momento estou muito contente por
frequentar esta escola, eu diria que rápido superei as minhas
expectativas. Frequento as aulas de informática, artes,
hidroginástica nas piscinas e ginástica. E gosto de todas as áreas.
Agora posso dizer que já aprendi muitas coisas, principalmente
na área de informática… porque quem não sabia sequer abrir o
computador, agora já navego na internet, leio os jornais online,
sei jogar jogos e sei mandar e receber mensagens pois tenho e-
mail que me dá muito jeito, principalmente para receber
extratos e correspondência importante.
Gosto de Ginástica e da Hidroginástica porque me fazem bem …
além de “desenferrujar” ajuda a manter a boa postura … às vezes
até me levanto com dores de costas e quando venho das aulas
venho muito melhor…. até venho mais leve.
Gosto das Artes porque gosto de participar em coisas manuais…
reposto as reformas, aumentado o ordenado minino, diminuído
o défice, o desemprego, rever IMI das habitações, ou baixar os
escalões do IRS. Vai ser uma tarefa que precisa de “mangas
arregaçadas”.
Quase que terminava por aqui se não fosse o Ronaldo a abrir a
porta para nova conversa. Um espanto. Com aquela idade e
ainda consegue três batatas de uma vez. Pior ficaram os
espanhóis. E em termos comparativos a academia do seixal está
em vantagem. Cancelo e Bernardo Silva dum lado, Ronaldo
doutro. Parabéns aos embaixadores. Na liga Europa e por cá o
Benfica, clube do meu coração, continua a dar cartas. Vai na
frente. Quando há dois meses o Porto era campeão “sem
espinhas” vê-se agora ultrapassado e em segundo lugar. O outro
colega, coitado é só desgraças. O antigo presidente lava “roupa
suja” em livro criticando actos e revelando situações que ainda
ninguém contestou e muito menos na justiça. Os cofres estão
como os meus, “sem vintém” e com os compromissos à porta.
Que mais lhe irá acontecer? É pena pois ninguém sabe se no
futuro alguém possa ter uma atitude idêntica ao Guimarães e
sem pretensões de voltar atrás na atitude tomada. Cuidado que
eles andam por aí. Europa adeus, taça adeus, campeonato adeus.
Para o ano é que é, dizem!!!!. O meu clube, esse sim, o charme
como ontem despachou o Dínamo e vai aos quartos-de-final.
Soberbo. Segue pé ante pé rumo à final, seja, na Taça de
Portugal, no Campeonato Nacional e na Liga Europa. Se o VAR se
portar com isenção, estou crente de atingir o paraíso.
Já vai longa a prosa e a “chefa Madalena” não quer que
gastemos muito papel. Estas conversas da treta espremidas não
deitam suco, servem, isso sim, para passear o olhar. E como hoje
é dia de missa desejo a todos uma feliz estadia neste mundo,
uma boa entrada na Primavera e recomendar que é altura para
pensar na marcação de férias, pois à última da hora é sempre
mais complicado.
Como diria o Raul Solnado, façam o favor de ser felizes!
Ernesto Gonçalves
já fizemos uns chupa-chupas para presentear e desejar feliz
Natal os “meninos” da ASTA, trabalhámos em rolhas de cortiça, e
fizemos várias coisas para expor no stand da Feira das Tradições
em Pinhel (tapete, mesa, cadeiras, vasos, flores etc). Neste
momento, estamos a fazer uma cesta e ovos, alusivo à Páscoa.
Gosto de todos os professores …. E quase sempre, nunca temos
pressa e, no final, ainda ficamos mais um pouco na conversa.
Quanto aos horários também são adaptados à nossa
disponibilidade, apesar de eu já não ter horários a cumprir.
Ginástica e Hidroginástica temos uma vez por semana,
Informática e Artes temos 4h por semana. E não há aulas de
inglês porque não houve inscrições.
Agora já reformado e como sei trabalhar no computador já faço
mais serão e estou ocupado a navegar na internet.
Nunca pensei em me adaptar tão bem, além de aprender
também me distrai e faz bem à cabeça... Só tenho pena, que
numa aldeia como Pínzio, não haja mais pessoas interessadas em
se inscreverem … Mas digo que se experimentassem gostavam
de certeza!... estas atividades servem não só para aprendermos
mas também para conviver e para nos divertirmos.
VENHAM EXPERIMENTAR, vão ver que vão gostar!
Vitor Pina
Jornal Nº19 – Abril 2019
À CONVERSA COM… Jorge Pires – Presidente da ADAP
Entretanto saí e estive cerca de um ano na Delphi, no
departamento de Engenharia ligado ao projeto X06 (Renault
Twingo). Entretanto, voltei para a Friague e aí abracei
responsabilidades técnicas, comerciais e de planeamento.
Em 2003 deixei a Friague e iniciei-me por conta própria na área
de projetos. Criei um gabinete de estudos e projetos nas áreas
de AVAC (ar condicionado e ventilação) GÁS (projetos de redes
de gás e reservatórios) licenciamento de estabelecimentos de
restauração, entre outros.
Em 2004 decidi criar uma página na internet e investi 2.500€ (na
altura chamaram-me doido) para vender mesas e cadeiras.
Comecei do nada e sozinho. Fiz o meu primeiro negócio em Abril
de 2004 e desde daí foi sempre a crescer, até que criei em 2006 a
empresa de hoje DEALPOINT.
Em 2007, achei que este negócio seria o futuro, deixei o negócio
dos projetos e dediquei-me a este. Desde então fomos
crescendo e hoje somos uma referência a nível nacional na nossa
área (mobiliário, iluminação e artigos de decoração para hotéis,
centros comerciais, restauração e espaços públicos). Temos
clientes em todos os cantos do País! Temos feito obras grandes e
relevantes a nível nacional (mais recentemente equipámos a
nova sede da Segurança Social em Lisboa e vamos agora instalar
mais de 1000 estores no edifício). Grande parte dos centros
comerciais de Portugal são nossos clientes. Vamos em Junho
remodelar mais um em Torres Novas. Recentemente também
fornecemos as cadeiras do público para o programa da Cristina
Ferreira da SIC! Todo este crescimento só foi possível graças aos
excelentes trabalhadores que se foram juntando a mim ao longo
dos anos. Neste momento somos 11 e continuamos à procura de
mais. De referir que dos onze, três são de Pínzio.
E já agora, também tenho muito orgulho em 90% do nosso
dinheiro ser movimentado no balcão da Caixa de Crédito Agrícola
de Pínzio. Ainda são uns bons milhares de euros que ajudam a
que não feche.
DIA20 – Como surgiu, na sua vida, a Associação dos Amigos de
Pínzio?
Sou o sócio nº 4. Em 2003, durante a mordomia da festa de S.
Sebastião, eu o Joaquim Gonçalves, Luís Garcês e Carlos
Monteiro achámos que fazia falta, em Pínzio, uma coletividade
como a ADAP. E continuo com a mesma ideia. As festas que
realizámos em 2004 ficarão na memória das pessoas para
sempre. Sentimos que para poder realizar eventos desse calibre,
teríamos que estar associados. E foi assim. A numeração foi à
sorte. Calhou em sorteio o Nº1 ao Joaquim, o Nº2 ao Luís e o Nº3
ao Carlos. Como Presidente, presidi de 2004 a 2005 e agora
estou desde 2010 até ao final deste ano.
DIA20 - Disse até final deste ano?
Sim. Entendo que, nesta fase, já dei o que podia à ADAP. Está na
altura de dar lugar a outros que tragam novas ideias, novo
fôlego, nova dinâmica! Sinto que o meu tempo se esgotou e que
a ADAP precisa de outra dinâmica.
Estarei sempre disponível para ajudar e participar, mas não para
ocupar lugares executivos. E tal como referi na passada reunião
de Assembleia, a minha decisão é irrevogável, mas o meu
irrevogável não é o do Paulo Portas! É para ser levado a sério!
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Temos hoje 151 sócios que podem ser eleitos e por isso, penso
que deverá haver candidatos.
Ao longo destes anos, fomos aumentando o património e penso
que hoje a ADAP está mais preparada para o futuro, mas
também com mais responsabilidades.
Estou a trabalhar para que até final deste ano, a ADAP possa ser
completamente independente financeiramente (e já falta
pouco). Aproveito para agradecer a todos os sócios eleitos nas
minhas listas que ao longo destes 10 anos me acompanharam. O
trabalho realizado só foi possível com a ajuda e participação
deles.
DIA20 - Mundo profissional como empresário, e mundo
associativo … como concilia, no dia-a-dia estas duas atividades?
Não é fácil! Muitas vezes não sobra tempo para o associativismo
e os assuntos são tratados em cima dos acontecimentos! Por
outro lado, quando dedicamos tempo ao associativismo,
estamos a retirá-lo ao nosso lazer e à família. Por isso tenho dito
que não é fácil estar na linha da frente. As pessoas que abraçam
estas causas, fazem-no de forma desinteressada e muitas das
vezes, com custos financeiros. Orgulho-me em dizer que nem eu
nem ninguém que esteve comigo ao longo destes anos, nunca
bebemos nem comemos o que quer que fosse que cada um de
nós não tivesse pago!
DIA20 - A freguesia de Pínzio tem várias coletividades – ADAP,
Banda, Caçadores e Santa Bárbara…. O que acha de todas elas,
na mesma freguesia, mesmo sabendo que é a favor do
associativismo e de atividades em conjunto?
Penso que a Freguesia de Pínzio tem dimensão para que todas
elas coabitem. Cada uma delas tem o seu público, sua missão e
propósito. Penso que deverão cada vez mais trabalhar em
conjunto, em entreajuda e em partilhar cada vez mais. Aliás
como já acontece na Sardinhada que realizamos em Junho e
também entre nós e a Associação Cultural. No entanto, penso
que dentro de alguns anos será inevitável que a ADAP e a
Associação Cultural se unam numa só. Digo isto, tendo em conta
a constante desertificação a que estamos expostos. Esta minha
opinião poderá ser agora criticada ou até mal interpretada, mas
estou convencido que o futuro me dará razão.
DIA20 - Fale da ADAP, com as suas atividades, como meio de
promover Pínzio?
Temos feito, atividades recorrentes tais como a participação na
Feira das Tradições em Pinhel, as caminhadas, as excursões, as
sardinhadas, os magustos, as aulas de hidroginástica, mas
destacaria as aulas da Universidade Sénior, este Jornal e também
o grupo de Teatro, que entretanto já não funciona! A peça “Uma
lição sem o Tonecas” foi das melhores experiências que já
alguma vez tive na vida. Mas não posso deixar de referir que o
“campeão” da promoção do nome de Pínzio, é a nossa (da
Freguesia) Banda Filarmónica e todos aqueles que
orgulhosamente dizem bem alto e sem vergonha que “eu sou de
Pínzio”. Faz-me alguma confusão ouvir pessoas que moram e
fizeram vida em Pínzio dizerem certas barbaridades da nossa
aldeia! Mas depois de deixar a função de Presidente, terei todo o
gosto em lhes responder.
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
À CONVERSA COM… Jorge Pires – Presidente da ADAP
DIA20 - Jornal DIA20…. Notícias três vezes por ano … A
importância de levar notícias da nossa aldeia, além fronteiras …
o pouco empenho da participação e colaboração, no jornal,
com artigos ou fotos.
O Jornal DIA20 é um caso de sucesso e deverá continuar! Direi
que este Jornal está no patamar da Banda, mas claro, eles levam
muitos mais anos de vantagem! Este Jornal só é possível com a
dedicação extrema da nossa coordenadora Madalena Cabral. É
certo que muitos trabalham neste Jornal, mas ela é de facto o
grande motor, apesar das “forças de bloqueio” a que já uma vez
me referi. Da minha parte poderão contar sempre comigo, para
manter esta publicação viva.
DIA20 - São importantes as parcerias com outras
instituições/Junta de freguesia … Como encara o futuro da
ADAP?
Como já referi, as parcerias e partilhas são fundamentais. E serão
cada vez mais tendo em conta a nossa constante desertificação.
E estas parcerias têm vindo a acontecer. Destacaria a excelente
relação da ADAP com o atual Presidente da Junta de Freguesia.
Desde que ele foi eleito, noto que agora sim existe verdadeira
preocupação, entreajuda e parceria, sempre com muito respeito
de parte a parte, apesar das divergências, diferentes opiniões e
em que cada um defende os interesses de cada instituição. E a
Junta de Freguesia é um elemento fundamental na boa harmonia
entre todos. Por isso, parece-me que o futuro, neste campo, vai
ser bem melhor.
DIA20 - Embora haja muita gente a participar nas atividades
desenvolvidas por esta Associação acha mesmo assim, que as
pessoas se acomodam e poderiam participar mais,
nomeadamente em reuniões para discussões e opiniões, apesar
de haver sempre muita publicidade?
Sim, penso que as pessoas se acomodam em demasia e são
pouco participativas. Mas não é um problema só nosso. É um
problema de todas as coletividades de todas as aldeias. Em todo
o lado, resumem-se sempre a 4-5 pessoas à frente das
coletividades. E se forem 4 já é muito bom! Na ADAP, usamos
desde há já alguns anos mensagens sms para todos os sócio na
divulgação de reuniões e atividades. Para as reuniões nunca
aparece muito gente mas encaro isso de duas formas: A primeira
é que os sócios confiam em quem está à frente dos destinos; A
segunda é que alguns preferem debater os assuntos e criticar à
mesa do café! Para estes, nada há a fazer! Quanto à participação
nas atividades, não nos podemos queixar. Temos tido sempre
boa participação! Ainda antes de divulgarmos onde será a
próxima excursão e o preço, já temos 80% do autocarro
preenchido!
DIA20 - Outro Projeto da ADAP - Universidade Sénior em Pínzio
– Como prevê o futuro?
Este é um excelente projeto que iniciámos.
Mas tem três problemas:
Primeiro, é uma atividade em que dependemos financeiramente
para a sua existência. E como já puderam reparar, não gosto de
estar dependente financeiramente de terceiros;
O segundo é a falta de professores voluntários;
O terceiro é a fraca participação das pessoas.
Inicialmente começámos muito bem mas neste momento,
estamos a fraquejar! Já tentámos perceber o motivo e não o
encontramos. será o nome “Universidade” que intimida as
pessoas? Talvez! Teremos de repensar esta abordagem! Mas
uma coisa tenho a certeza, este é um excelente projeto. Ocupar
as pessoas, partilhar convivências e experiências e adiar a
institucionalização é fundamental nos dias de hoje.
DIA20 – A ADAP, as suas atividade e a sua sobrevivência. O que
pensa?
Penso que a próxima Direção deverá trazer novas atividades, que
outrora já foram feitas (matança do Porco, Entrudo, etc..),
manter as recorrentes (ex. hidroginástica) e as que dão lucro,
mas fundamental será continuar com este Jornal. Mas isto é a
minha opinião. Quem deverá decidir será a futura Direção e os
sócios.
DIA20 - Por último, como classifica Pínzio, já que está à frente
da ADAP e conhece Pínzio como as palmas das mãos?
Tenho uma enorme paixão por Pínzio e pelas pessoas que
genuinamente sentem Pínzio como eu (e são bastantes). Mas
não me perguntem porquê! Não faço a mínima ideia! Não é que
Pínzio seja melhor ou pior que outras aldeias, mas sinto que
somos diferentes. E quando digo somos, incluo os que
genuinamente se sentem de Pínzio. Penso que Pínzio é diferente
de todas as aldeias vizinhas e única! Prova disso é a quantidade
de pessoas que vieram de fora e fizeram vida por aqui. Todas
elas bem recebidas por nós. Como em todo lado, haverá pessoas
melhores que outras! Modéstia à parte, penso que muita gente
tem inveja do que temos e somos, daí alguma animosidade que
por vezes vem ao de cima aqui ou ali.
Em qualquer aldeia vizinha a que vá, sou sempre bem recebido e
faço questão que as pessoas saibam que sou de Pínzio. Não
aceito que falem mal da minha aldeia de forma indiscriminada e
sem fundamento. Mas repito, depois de deixar esta
responsabilidade, poderei exercer ainda mais a minha liberdade,
sem prejudicar a ADAP. Tenho amigos em todo lado e todos me
respeitam. E penso que contribuo para que a nossa aldeia seja
respeitada.
O Jornal DIA20 agradece o tempo disponibilizado e desejamos
todo o sucesso … que continue a vir com frequência à nossa
aldeia, assim como colaborar e participar nas atividades por cá
desenvolvidas.
Madalena Cabral
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Bem-vindo Maestro Carlos Ferreira
Depois de uma despedida bem sentida do Maestro Luís Mário
Gonçalves, é a vez de dar as boas vindas ao novo “pilar” da
Banda Filarmónica de Pínzio, o Maestro Carlos Ferreira.
Maestro é alguém que rege uma orquestra ou uma Banda
Filarmónica no nosso caso, é um músico sem instrumento, que
faz o elo de ligação entre todos os elementos da Banda…. sem
ela nada era possível!
Sê bem vindo Maestro Carlos Ferreira, contamos contigo para
levarmos o nome da nossa banda mais além … todos juntos
iremos dar o nosso melhor!
Saudações musicais
Lúcia Barrancos – Saxofonista da B. F. Pínzio
Oito anos de dedicação e empenho … Associação Social, Cultural, Recreativa e Desportiva de Pínzio
… Um ciclo de vida associativa!
Refiro também, a dedicação e colaboração que as associações
Neste período pascal que me é particularmente grato e tendo existentes na freguesia nos prestaram, pois foram determinantes
chegado ao “terminus” deste ciclo da vida associativa, é em alturas cruciais das nossas atividades.
imperativo que teça alguns comentários, relativamente aos
últimos oito anos que dediquei a esta associação. Quero obviamente não deixar de mencionar, que tive sempre o
Agradeço numa primeira análise, ao grupo que compôs e apoio incondicional do maestro que me acompanhou, Sr.
compõe a Banda Filarmónica, bem como respetivas famílias, que Professor Luís Mário Gonçalves, a quem deixo aqui também uma
de uma forma direta ou indireta, igualmente me acompanharam palavra de apreço e gratidão.
e que mais estreitamente comigo colaboraram, pois foi com eles,
que encontrei motivação para dinamizar e evoluir este mesmo Gostaria também de honrosamente apresentar os meus votos de
grupo. felicidades, para os próximos órgãos sociais que venham a
Tenho a noção perfeita e a consciência tranquila, que tudo fiz o integrar a associação, que com ela consigam os maiores êxitos.
que estava ao meu alcance, para de uma forma inteiramente
voluntária e, algumas vezes, em prejuízo da minha vida pessoal e NOTA FINAL
familiar, ter cumprido com os objetivos a que me propus. Refiro aqui pontualmente a generosidade da mordomia de 2018
Com efeito, é de referir que apesar das imensas dificuldades com de Santo André, para a oferta de valores monetários, com o
que me deparei ao longo destes anos, conseguimos manter esta objetivo direto de aquisição de um instrumento musical, que
associação com “boa saúde” financeira, de forma que, quem nesta data, foi decidido ser um BOMBARDINO.
quiser dar continuidade, possa tranquilamente avançar. Estas O nosso BEM-HAJA.
questões foram apresentadas em reunião de assembleia que
oportunamente foi realizada. Vítor Ferreira
RECEITA DA SOFIA … bolo de Folar
Ingredientes: Preparação:
- 1 kg de farinha de trigo; Desfazer o fermento num pouco de água morna. Deixar levedar cerca de dez minutos. Colocar
- 10 ovos; num alguidar grande, (a massa irá crescer muito) a farinha e o sal. Levar o azeite ao lume até
- 1/4 litro de azeite; ficar bem quente. Deitar sobre a farinha e mexer muito bem, com uma colher de pau. Com as
- 1/2 cálice de aguardente; mãos desfazer todos os gromos e juntar o fermento, os ovos e amassar. Juntar água-ardente e
- 3 colheres (café) de sal; continuar a amassar, até obter uma massa macia. Ter sempre ao lado um recipiente com
- 30 gr. De fermento de padeiro. azeite, para untar as mãos, por vezes é necessário enfarinhá-las.
Deixar a massa levedar 1 hora, ou um pouco mais (dependendo da temperatura ambiente) e
coberta por um pano, até duplicar de volume.
Tender os bolos, bocados de massa para cada unidade … estender cada um, deitar uns ‘fios’ de
azeite por cima, e esfregar para que a massa fique macia. Feche a massa juntando duas pontas
como se fechasse um livro, deitar mais uns ‘fios’ de azeite na parte de cima e espalhar bem.
Colocá-los num pano polvilhado com farinha e deixam-se ‘fintar’ cerca de 1 hora. A massa
deve duplicar de volume.
Vão ao forno a 200ºC, num tabuleiro polvilhada com farinha, cerca de 35 a 40 min.
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
ASSOCIAÇÃO SOCIAL, CULTURAL, RECREATIVA E DESPORTIVA DE PÍNZIO
Mais um ano se passou e de novo estamos a
chegar às festividades da Páscoa da
Ressurreição de Jesus Cristo, e, como não podia Este ano, é ano de eleições na nossa Associação, as mesmas
deixar de ser, a nossa Associação é chamada a
participar, através da Banda Filarmónica nos
eventos associados a estas festividades.
Assim no Domingo de Páscoa estará presente
nas procissões de Pínzio e da Castanheira e na Sendo esta uma época festiva, é também altura do regresso
segunda-feira de Páscoa a banda rumará a Aldeia Velha, dando
desta forma o seu contributo para animar estas festividades para estes dias em família, assim contamos também com eles para
as quais foi chamada.
Nos próximos meses também a banda será chamada para
diversas atuações, sendo que em maio irá até Sobral (Pinhel) e
em junho estará de novo presente nas comemorações do Corpo
de Deus na Castanheira.
Aproveitando ainda este espaço, relembramos que para além da
banda filarmónica, a escola de música continua a funcionar,
agora sob a direção do maestro Carlos Ferreira, e que está aberta
a receber sempre mais crianças e jovens e até mesmo adultos,
para que aqui possam adquirir conhecimentos musicais.
Sendo cada vez mais notória a falta de população no nosso
interior, cada vez mais temos de ser unidos e ajudar, como nos
for possível, a manter estas atividades que as diversas entidades
vão realizando, ao longo do ano, falando neste caso concreto da
escola de música. Procurem incentivar as crianças a ingressar
nela, pois como sempre se disse “o saber não ocupa lugar” e
manter as crianças e jovens ocupados com estas atividades
ajuda-os a desenvolver novas competências, que um dia poderão
ser o modo de vida deles … temos já exemplos de músicos que
iniciaram bem novos os seus estudos na escola de música e
CARLOS FERREIRA … novo maestro da Filarmónica de Pínzio!
… a sentir-se orgulhoso por ser o escolhido!
Sou Carlos Ferreira natural de S. Cipriano,
Resende. Tenho 27 anos de idade e iniciei as
primeiras aprendizagens musicais na Banda
Musical de S. Cipriano " a nova" por volta dos
10 anos. Aí passei por alguns instrumentos
musicais, até se fixar na trompa.
Em 2008 frequentei a cidade da Covilhã, para estudar na escola
profissional de música, onde completei um curso de seis anos e,
pelo meio, master classes com diversos professores e maestros.
De seguida consegui a entrada no ensino superior de Castelo
Branco, durante quatro anos.
Durante este percurso a banda da Covilhã esteve sempre
presente pois era lá que lecionava e foi aí, que veio o meu
entusiasmo de maestro, pois conseguia um excelente trabalho
mesmo com jovens.
Esta dinâmica de professor maestro alastrou-se pela Beira
Interior e foi no verão passado que recebi algumas propostas
para iniciar trabalho em bandas filarmónicas onde se incluía a
banda de Pínzio. Aceitei o convite após uma longa reflexão e
tomei a opção correta.
posteriormente na Banda Filarmónica de Pínzio e que os levou a
seguirem a música, como caminho profissional.
estão marcadas para o dia 20/04/2019 e decorrer entre as
16:00h e as 20:00h. Fica aqui o apelo aos sócios, para que
participem neste ato eleitoral e desta forma mostrem apoio à
nova direção que sairá do resultado deste ato eleitoral.
daqueles que estão fora da nossa comunidade para passarem
participarem nos atos festivos, que irão ocorrer nesses dias e,
desta forma, sejam umas festividades que tragam alegria à nossa
aldeia.
Desejamos a todos os sócios e simpatizantes da nossa
coletividade, habitantes de Pínzio e amantes de música uma Feliz
Páscoa.
Marco Aragão – A.S.C.R.D.P.
O dia chegou e deu-se o primeiro concerto com a troca de
batuta, entre o então maestro Luís Mário e eu, como futuro
maestro. Aí vi realmente, que pessoas que representavam
aquela banda, libertavam um enorme agradecimento e carinho,
pelo antigo maestro e vontade de conhecer o novo.
Todo o meu receio desapareceu naquele momento e senti-me
orgulhoso por ser o maestro escolhido para aquela filarmónica.
É fantástico lidar com aqueles jovens, e eles sabem que a banda
para lá da música é também local de amizade e educação. Todos
os jovens se existir respeito, terão de ser sempre responsáveis
porque sabem que se não fizerem, estão a magoar alguém que
acredita neles. É pois necessário um bom processo psicológico,
na aprendizagem.
Na primeira impressão, vejo que é uma banda com potencial,
embora necessite de muito trabalho, para melhorar diversos
pontos normais de uma banda filarmónica. Mas claro, com a
ajuda de todos nós e também dos habitantes de Pínzio, torna-se
mais fácil vencer as dificuldades existentes na banda.
Apelo a todos, que se empenhem nesta Associação pois se ela
faltar, terão, de certeza, uma aldeia mais triste!
E aos músicos... eles sabem que conto sempre com eles e eles
podem contar comigo.
Carlos Ferreira – Maestro da B. F. Pínzio
Jornal Nº19 – Abril 2019
PARA LÁ DA FRONTEIRA…
… entre Alemanha e Pínzio!
Joaquim Santos Pereira é
natural de Pínzio e nasceu em
1944 e a sua esposa da aldeia
vizinha Castanheira, em 1947.
Coincidências é que fazem
aniversário no mesmo dia. O
casal foi emigrante na
Alemanha desde 1972 até
2006. Mas continuam a dividir a
residência entre Bad Homburg
na Alemanha e Pínzio. Têm três
filhos, o Vitor, a Carla e a
Ângela, cinco netos e uma
bisneta.
Nasci e cresci em Pínzio até ir para a tropa. Fiz a tropa em
Coimbra e Figueira da Foz. Fui motorista e a especialidade em
monitor de condução de pesados. Aqui tive uma vida
considerada boa, durante cerca de um ano e meio. No fim deste
tempo fui mobilizado para o ultramar. Guiné foi o meu destino
em combate, durante 21 meses. E já cá tinha deixado a minha
namorada… e quando vim da guerra a primeira coisa que fiz, foi
visitá-la.
Regressei a Pínzio, com quase 24 anos, comecei a trabalhar e
entretanto casámos. O meu primeiro emprego foi trabalhar com
máquinas, na Junta de Colonização Interna (empresa que abria
estradas), durante cinco meses, até terminar a empreitada. Tive
vários empregos aqui na aldeia, entre eles, vendedor de pão da
padaria Nova de Pínzio. Assim se passaram quatro anos.
Em 1972 eu e a minha mulher emigramos para Alemanha. Os
meus sogros já estavam lá e quando fomos, eu ainda turista sem
papéis, mas a minha mulher já ia documentada e foi logo
trabalhar para uma fábrica de pão. Eu também comecei a fazer
uns biscatos até ter os documentos necessários para trabalhar.
Depois iniciei onde a minha mulher trabalhava. Ela começou a
pesar o pão e depois foi para o controle de qualidade. Eu iniciei
como condutor na empresa, passados três meses fui
encarregado de máquinas e mais tarde como chefe da sessão,
até ao último dia de trabalho, antes da reforma. Entretanto
comprámos em Pínzio um terreno e em 1993 acabamos de
construir a nossa casa. Sempre a pensar que viéssemos todos
para cá um dia, pois a nossa aldeia está sempre no nosso
coração. Entretanto os filhos começaram a trabalhar, casaram e
já por lá irão ficar.
Foram trinta e sete anos de trabalho sempre na mesma
empresa, assim como a minha mulher. Trabalhei todos estes
anos, com muito empenho pois o administrador era uma pessoa
acessível e muito compreensiva … era uma pessoa 100%.
Durante este tempo, também fazia horas extras, fora da
empresa. Fazia de tudo um pouco, mas trabalhava
principalmente em jardinagem. Tanto eu, como a minha mulher
gostamos de convívio e somos muito sociáveis, e como havia
naquela localidade muitos portugueses, resolvemos, juntamente,
com mais dois amigos nossos, criar um clube – Centro Cultural
Português … Os dois meus amigos mais velhos eram os sócios nº
1 e 2, eu era o nº 3 e a minha mulher sócia nº 4. Reuníamo-nos
nas casas de uns e de outros. Juntávamo-nos para conversar e
conviver… até organizávamos festas em salões da cidade e cujas
receitas reverteram para arranjarmos uma nova sede.
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
A partir daí, não parámos … criámos uma equipa de futebol e um
rancho folclórico onde a minha mulher foi a madrinha, isto é, foi
sempre a responsável, ela orientava e cantava também. Todos os
filhos participaram nas atividades do clube … o meu filho
integrou a equipa de futebol e as minhas filhas fizeram parte do
rancho folclórico. Foi uma altura muito boa … estávamos sempre
ocupados… fábrica… clube! Trabalhava muito, mas também
havia tempo para conviver.
Outra coisa que eu fazia com gosto era ajudar na igreja… fui
ministro da comunhão e também dava catequese.
Chegou a altura da reforma!… um episódio que guardo com
carinho, foi o último dia de trabalho… o patrão, como gostava
muito de mim, ofereceu-me uma recompensa.
Resolvemos regressar à nossa aldeia natal. Agora a nossa vida é
passada entre Pínzio e a Alemanha. Os filhos todos têm lá casa,
mas nós geralmente, vamos para casa da Ângela. O Inverno,
entre novembro e março, é sempre passado lá. Vamos pelo
menos duas ou três vezes por ano, para estarmos com a família.
Sempre viemos passar férias em Pínzio … quando eramos novos,
vínhamos de carro, mas eram necessário cerca de 30h, para
fazermos 2200 kms, pois as estradas ainda não eram como agora
e ainda tínhamos de passar pelo centro das grandes cidades, era
muito complicado, uma dor de cabeça … Agora, já é mais prático
e mais fácil para nós, fazermos as viagens de avião.
Os dois reformados há 13 anos, nunca deixámos caducar os
papéis porque além disso a assistência médica alemã é muito
boa… eu já precisei pelo menos de quatro intervenções cirúrgicas
e foi sempre lá … há outras condições.
A emigração deu a vida a muitos portugueses, falando
monetariamente, mas é preciso muito trabalho empenho e
sacrifícios, porque a vida também não é fácil, e não vem tudo de
mão beijada…
E diz a D. Lucília: - Eu digo que são terras de muito dinheiro, mas
há dificuldades e é preciso trabalhar bastante, mas também é
preciso sorte e nós também consideramos que ela tem estado do
nosso lado. Uma das grandes dificuldades que todos passam, no
início, é a língua … e nós convivíamos com muitos portugueses
ainda era mais difícil aprendermos. O meu marido ainda
frequentou a escola e fez um curso de português/alemão
durante três meses, mas eu lá me fui arranjando com o que
ouvia, na fábrica. Na sede do clube também contratamos um
senhor que ia dar aulas aos portugueses que quisessem
aprender, principalmente aos mais jovens.
Gostamos muito da nossa aldeia, mas quando cá estamos
pensamos na Alemanha pois é lá que temos os nossos filhos e
netos … quando lá estamos, temos Pínzio no pensamento.
Enquanto cá estou gosto muito, de frequentar as aulas da
Universidade Sénior … é muito bom e aconselha a todos… pois
além de adquirirmos conhecimentos, podemos conviver e
fazermos muitos trabalhos manuais.
Era muito engraçado quando estávamos de regresso à nossa
aldeia, e víamos a placa de Salamanca…. Até já parecia que
estávamos em Portugal, significava que já faltava pouco…. Mas
mais felizes ficávamos quando víamos a placa PORTUGAL, mas
quando atravessávamos a fronteira, aí é que enchíamos o peito
de ar e até respirávamos mais forte, pois estávamos chegando à
nossa aldeia natal.
O Jornal DIA20 agradece o tempo dispensado, para nos dar um
testemunho, de que há gente que emigrou, mas não se esquece
da sua aldeia natal e das suas gentes.
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
O QUE DIZEM AS PROFESSORAS DA UNIVERSIDADE SÉNIOR
DIA20 – Quem é Anabela Fortunato?
Continuo a ser a “Belinha” que toda a gente
conhece. Sou natural da Guarda e residente na
Guarda, mas como sabem, cresci em Pínzio. Sou
licenciada em Gestão Comercial e em
Marketing, e neste momento, exerço funções
como formadora e técnica de formação e,
atualmente, sou também colaboradora do
projeto da ADAP – USP no Polo de Pínzio.
DIA20 – Como soube das aulas do Polo de Pínzio e como surgiu
a ideia de trabalhar na Universidade Sénior?
Já conhecia o Pólo de Pínzio e todo o trabalho desenvolvido na
Universidade Sénior, há já bastante tempo… a minha mãe é uma
das alunas da Universidade e, o facto de a ver sempre tão
motivada e alegre por frequentar a “escola”, conviver com
amigos e aprender e, manter o espírito aberto para novos
desafios, deixou-me sempre muito satisfeita e com uma ideia
muito positiva do que seria uma Universidade Sénior.
No entanto, e como trabalho há muitos anos a ministrar
formação a jovens ou adultos, a experiência de trabalhar com
um público sénior, deixava no ar a dúvida constante de que nem
todos saberiam ensinar pessoas tão crescidas, tão experientes na
vida em tão diferentes aspetos, – nesse grupo estava eu… Pelo
menos pensava!
O Presidente da Associação dos Amigos de Pínzio, Jorge Pires,
contactou-me e disse: “Tenho um desafio para ti! É a tua cara!”
Quando me fez o convite, fiquei um pouco preocupada com a
resposta que iria dar… (ele bem disse que era um desafio) mas,
como o Jorge bem sabe, que não sou “menina” de baixar os
braços, resolvi aceitar!
Descobri que, para além de ter ficado com a nítida noção de que
estava redondamente enganada relativamente ao facto de
pensar que não estava à altura dos nossos alunos, fiquei
muitíssimo surpreendida com a facilidade de trabalhar com eles,
das suas competências e motivação, e principalmente com o
desenvolvimento pessoal que eu própria adquiri e continuo a
adquirir neste desafio.
Neste momento, custa-me até passar muito tempo sem estar
com os alunos e dou por mim a pensar em “coisas” interessantes
que possamos fazer juntos! É contagioso e viciante! Eles são
sensacionais!
DIA20 – Qual o seu papel na Universidade Sénior no Polo de
Pínzio? O que faz concretamente?
Inicialmente, teria um papel de coordenação e apoiaria a Dina,
professora de Informática, nesta área. No entanto, tive de mudar
um pouco as minhas funções e adaptar-me às verdadeiras
necessidades dos alunos do Polo de Pínzio pois há pouca
população escolar… são poucos alunos a frequentar, o que me
entristece muito numa freguesia tão grande e tão evoluída como
é Pínzio!
Hoje, faço um pouco de tudo o que é necessário – até Artes!
O meu interesse é apenas fazer com que os alunos estejam
contentes e gostem de frequentar a escola, nem que para isso eu
tenha de fazer o “pino”!
Tenho tentado ensinar-lhes aquilo que penso que lhes será mais
útil ou possam achar mais interessante.
Na área de informática, tenho insistido na Internet, onde os
ajudo a fazer pesquisas e tento conciliar com trabalhos úteis,
nomeadamente com a prática no envio de emails, uso de ideias
pesquisadas para elaboração de trabalhos práticos na aula de
Artes, elaboração de postais… Pelo Natal, tivemos uma atividade
muito interessante …. confecionámos uns chupa-chupas com
bolacha que, de coração cheio, fomos oferecer aos amigos da
ASTA da Cabreira. Também o fizemos com intenção de oferecer
aos nossos pequeninos de Pínzio, no dia de Natal, juntamente
com uma mensagem de Boas Festas dos alunos da USP e da
Associação dos Amigos de Pínzio, ao povo de Pínzio, mas
infelizmente, pelo falecimento de uma pessoa querida da nossa
terra, optou-se por não se entregar.
Fizemos outros trabalhos muito bonitos, com rolhas de cortiça,
que foram expostos na Feira de Tradições de Pinhel… de facto,
os alunos ficaram entusiasmados e trabalharam com afinco.
Daqui surgiram coisas muito bonitas, tendo em conta a
reciclagem, com o reaproveitamento de rolhas de cortiça usadas.
Agora estamos a trabalhar no tema Páscoa e… vamos ver o
resultado das nossas ideias… mais tarde mostraremos.
DIA20 – Horários são fixos ou são ajustáveis… e o empenho e o
interesse dos alunos?
Quanto a horários, estão agendadas aulas que são sempre fixas -
Desporto e Hidroginástica. Estas atividades são lecionadas em
dois dias por semana. As restantes, temos gerido da melhor
forma de acordo com a disponibilidade de todos – uma vez que
são poucos alunos, tentamos sempre conciliar os horários para
estarem todos presentes.
O facto de sermos poucos, acaba por não ajudar muito no
contributo das atividades, e pode até criar alguma desmotivação,
o que felizmente, não tem acontecido! Tenho mesmo muita
pena que o Pólo de Pínzio não esteja a ser mais aproveitado … é
difícil organizar horários, é difícil contratar professores que
possam estar disponíveis para lecionar tão pouca gente… Enfim!
Neste momento, estamos com apenas 6 alunos com idades
compreendidas entre os 57 e 80 anos mas todos têm um espírito
de jovens de 20 anos de idade… Todos eles vendem energia!
Todos os alunos são assíduos e colaboram com entusiasmo, nas
atividades. Sentem-se em casa, garanto! Estão sempre
disponíveis para tudo e com um entusiasmo contagiante!
Concordo mesmo com a velha máxima: “Só damos valor às
coisas, quando já não as temos”! E esse é o meu receio… se a
Universidade continuar assim, não vejo um futuro muito risonho
para este projeto tão lindo e que, tanto trabalho deve ter dado a
construir… Espero estar enganada!
Eu estou entusiasmadíssima com este desafio que aceitei … eu
não gosto, eu ADORO!… Como disse atrás, se passar algum
tempo afastada, parece que já me está a faltar um bocado
DIA20 – Pode contar com a presença da Dina para a apoiar nas
aulas…é de certeza uma mãozinha para ajudar os alunos.
Claro que sim! A Dina é um pilar muito forte no Pólo de Pínzio.
Mesmo não tendo toda a disponibilidade que por vezes quer, por
questões profissionais, quando está presente, é uma lufada de ar
fresco Têm uma relação espetacular, criada também pela sua
simpatia, humor e gosto pelo que faz.
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
JUNTA DE FREGUESIA DE PÍNZIO
No primeiro trimestre do ano, a freguesia de A nossa freguesia foi notícia em diversos órgãos de comunicação
Pínzio esteve ativa em diversos eventos. Em social, inclusive, em vários canais de televisão.
janeiro tivemos o programa aldeias em festa, No dia 1 de março decorreu o desfile onde nós participámos em
com o grupo de concertinas das Freixedas, a conjunto com a nossa comunidade escolar (EB1 e jardim de
animar a população de Cheiras, no salão da infância de Pínzio). O nosso carro alegórico foi o mais original e o
Associação Terras de Santa Barbara. mais lindo de todos, ligado ao tema da preservação ambiental, e
No dia 15 de fevereiro estivemos a florestar mais, com o nº.1 do desfile por sermos a freguesia anfitriã.
três terrenos da Junta de Freguesia, um Projeto À semelhança do ano passado, em conjunto com as Associações
Verde Puro, ação de reflorestação das beiras da Serra da Estrela. locais e este ano em especial, com a artesã da nossa freguesia,
A iniciativa resulta de uma parceria entre a Comunidade Irene Bernardo, estivemos presentes em mais uma edição da
Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE),o Instituto Feira das Tradições e Atividades Económicas em Pinhel.
da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e o Município
de Pinhel.
Além das entidades organizadoras, importa destacar a
participação de várias entidades locais, entre as quais a
comunidade escolar (EB1 e jardim de infância de Pínzio), a
Associação dos Amigos de Pínzio, com a Universidade Sénior,
alguns particulares que se quiseram juntar à iniciativa e a Junta
de Freguesia, proprietária dos terrenos reflorestados, com
carvalhos, sobreiros, azinheiras e medronheiros. Todos tiveram
oportunidade de plantar a sua árvore, já que ao todo foram
plantadas 310 árvores.
Nota informativa: No dia 9 de junho realizar-se-á uma missa em
honra e louvor de Sto. António, e o seu peditório reverterá para
a festa de S. Sebastião que se irá realizar dia 18 de agosto, nos
moldes do ano anterior. Quem estiver interessado em fazer o
seu donativo poderá dirigir-se aos correios ou à Junta de
Freguesia.
E como estamos na Festa da Primavera, em nome de toda a
equipa da Junta de Freguesia de Pínzio, desejo uma Páscoa cheia
Ainda no dia 15 de fevereiro à noite, no pavilhão da Junta de de alegria e felicidade.
Freguesia fomos a freguesia anfitriã no lançamento da Feira das
Tradições, que decorreu nos dias 1, 2 e 3 de março em Pinhel. Joaquim Abel Ventura Martins - Presidente
PONTO DE ENCONTRO
Hoje estou com alguma dificuldade em mantinham uma certa contenção nos A Missa era na manhã, os sinos que não
encontrar alguns minutos para escrever costumes. tocavam desde Quarta-feira de Cinzas,
estas poucas linhas. Todavia, não quero Na Quarta-feira de Cinzas, manhã muito repicam os Aleluias e os padrinhos
deixar de ir ao encontro de todos aqueles cedo, porque era dia de trabalho, os fiéis, preparavam-se para dar o «folar» aos
que recebem, acolhem e leem o «Dia geralmente toda a gente da terra, afilhados. Esta lembrança pascal era um
Vinte», para partilhar notícias, relatos de participava na celebração da imposição bolo, às vezes o ovo cozido e colorido, as
acontecimento, crónicas de vida e pontos das cinzas, primeiro sinal desse início de amêndoas, cada caso subentendia alguma
de vista que enriquecem quem lê. Nesta um tempo marcado por algumas renúncias criatividade dos padrinhos.
escassez de tempo, quero colocar-me como era o abster-se de comer carne às Finalmente chegava o dia de Páscoa e a
nesta festa da primavera que é a Páscoa. sextas-feiras. Alguns, mais generosos e população inteira saboreava a festa da
Na nossa infância e até enquanto conscientes das exigências da sua fé cristã, primavera, convivendo entre familiares e
adolescentes, vivíamos estes dias com uma experimentavam a sua capacidade de amigos que, muitas vezes se juntavam para
alegria inaudita. renúncia a coisas ou situações por ascese receber a Visita Pascal do pároco da
A preparação da Páscoa tinha ritos espiritual e doavam bens a quem deles freguesia.
próprios. mais precisava.
Começava com a celebração diária da O horizonte temporal era a Páscoa que, ao Feliz Páscoa!
quaresma em que as populações tempo começava com o sábado de Aleluia. Pe. Domingos
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JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
NASCER, CRESCER, VIVER E…
… Trabalhar em Pínzio
Sou Amélia Aragão, nasci em Pínzio em 1959.
Sou filha de Júlio Casalta e Aida Rosa Aragão e
somos sete irmãos.
Casei com Elias Lucas e temos dois filhos, a
Ângela e o Luís. Temos um netinho que foi a
maior prenda que o Menino Jesus me trouxe. Estamos muito
felizes!
Estudei na escola primária de Pínzio e fiz a 4ª classe…e ainda me
lembro dos meus colegas de ano. Antónia Fortunato, Antónia
Fonseca, Madalena Cabral, Anabela Bernardo, José Joaquim
Amador, Joaquim Silva, José Saraiva, António Aragão e Manuel
José Tomé que era da Rabaça. Era uma turma com os quatro
anos e a professora era a D. Imelda.
Saí da escola e fiquei com os meus pais, ajudando nas lidas de
casa. Casei aos 22 anos e nessa altura não arranjei emprego…
mas propuseram-me para ir trabalhar para o lar que andava,
nessa altura, em construção. Não fui porque entretanto a minha
sogra era muito doente e ficou acamada. Como não tinha cá
mais ninguém que cuidasse dela, fiquei eu incumbida de o fazer.
O meu marido, para me poupar, até disse que em vez de ir
trabalhar para o lar, ficaria a tratar apenas da mãe, do pai e do
irmão Abel. Todos precisavam de alguém para os ajudar, dado a
minha sogra estar acamada. Assim passei cerca de nove anos.
A minha sogra faleceu e eu comecei a trabalhar no edifício dos
correios, a fazer limpeza, durante sete anos, até fechar.
Depois do posto dos correios fechar, iniciei na escola primária
como auxiliar de educação, onde trabalhei cerca de dois anos.
Entretanto fui contratada pela Câmara de Pinhel como tarefeira
na cantina do Jardim de Infância de Pínzio. Ajudava a D. Elisabete
na preparação das refeições das crianças do Jardim e da Escola.
Todos, tanto professores, como crianças, adorávamos a comida
que a D. Elisabete fazia. Depois da refeição tomada, limpávamos
as respetivas instalações. Eu acompanhava sempre os alunos de
volta à escola até os professores chegarem.
Entretanto vinha para casa e pela 16h regressava de novo à
escola e ficava com os meninos até os pais os irem buscar. Foi
assim o meu-dia-a-dia durante 14 anos. Também acompanhava
sempre as crianças, cada vez que a escola fazia uma visita ou
uma atividade e dava sempre os meus préstimos. Era com gosto
que o fazia, e estava sempre pronta para ajudar.
Todos os anos participávamos nas Feiras das Tradições em
Pinhel, onde exigia muito trabalho nos preparativos, mas eu
adorava.
A Associação dos Amigos de Pínzio
deseja a todos,
Páscoa Feliz!
Os meninos começaram a ser cada vez menos a frequentar a
escola, e eu fui dispensada deste serviço, pois já não se
justificava uma tarefeira, para tão poucas crianças. Realmente foi
grande a diferença do número de crianças durante estes anos,
tendo vindo a decrescer substancialmente… nos primeiros anos
eram duas professoras a lecionar na escola com cerca de 15
alunos cada uma. Era uma alegria ver tantos meninos a
chegarem ou a regressarem a casa, ou mesmo na hora do
intervalo. Ultimamente apenas uma professora leciona os quatro
anos e com menos de dez alunos. Foram muitos os professores
que por lá passaram enquanto eu lá trabalhei: a professora D.
Dulce, professor Daniel, D. Helena Jorge, a D. Isilda e o professor
Luís, a D. Salomé, a D. Céu a educadora que ainda hoje está no
Jardim de Infância.
Gostei muito deste tempo, dos professores e gostava de
trabalhar com as crianças. Por vezes eram reguilas, mas não
eram mal educadas… Era um trabalho muito gratificante … Eles
aprendiam e eu também aprendia com eles. As condições de
trabalho eram boas e tanto os professores, como auxiliares são e
sempre foram excelentes.
Tenho saudades desse tempo!
Recentemente trabalho no edifício da Junta de Freguesia. Aqui
estão várias valências, a sede da junta, o consultório do médico
de família, os correios, o consultório de dentista da Drª Cláudia e
a barbearia. Em todos estes espaços faço limpeza e tenho gosto
no que faço, pois tento esmerar-me para que fique tudo ao
gosto das pessoas.
Também sou mordoma do altar de Nossa Senhora de Fátima em
conjunto com a minha colega Lurdes Morais, já há mais de 20
anos. É com bastante sacrifício, porque tenho pouco tempo
disponível, mas como gosto do que faço … e, quando se faz de
vontade, arranjamos sempre tempo. Gosto de ser prestável,
gosto de trabalhar na igreja … é preciso fazer sacrifício pois sei
que Deus é que nos dá a recompensa de todo o bem que
fazemos.
Nasci, cresci e vivo em Pínzio e trabalho em Pínzio. Construímos
aqui casa, trato a minha horta onde colho de tudo um pouco,
para todo o ano. Gosto de tratar das minhas flores … e tenho
muitas, não só para a igreja, mas porque gosto muito de flores.
Gosto da minha aldeia, pois Pínzio tem vários serviços e por isso
tem tudo o que precisamos. Não é necessário deslocarmo-nos
porque aqui não falta nada… trabalhar em Pínzio também é uma
vantagem, não precisamos de nos deslocar.
Pínzio é uma grande aldeia… a minha aldeia!
Amélia Aragão
Jornal Nº19 – Abril 2019
O QUE DIZEM AS PROFESSORAS DA UNIVERSIDADE SÉNIOR
DIA20 - O que aconselha às pessoas, que estão na dúvida em
frequentar esta Universidade da Vida, onde se fazem
aprendizagens, partilhas de saberes e convívios?
Só posso aconselhar algo que sei que lhes faria
espetacularmente bem. Aproveito para apelar aos nossos
“jovens mais velhos” que venham experimentar …. Depois verão
como podem aproveitar a passar um bocado bem divertido e,
comprovar que vale a pena ser aluno do Pólo de Pínzio.
DIA20 – Dina Lopes, faça-nos a sua
apresentação
Olá. Começo por agradecer por se terem
lembrado de mim para esta entrevista. Então
quem é a Dina? Sou uma rapariga que reside
em Pínzio. Sou natural de Sintra e até aos 18
anos morei nos arredores de Lisboa. Quando
chegou o momento de “ganhar asas” e ir para
a universidade, fui colocada em Leiria, onde vivi três anos e
meio. Nas terras do Liz tirei a licenciatura em Educação Social. Ao
terminar o curso voltei para casa dos pais, que já estavam a
morar em Pínzio. Ao chegar fiz um estágio profissional na
Associação dos Amigos de Pínzio e, de seguida, trabalhei na
Associação das Terras de Santa Bárbara. Após uns meses
desempregada, fui chamada para trabalhar num lar de idosos, no
concelho de Almeida, onde permaneço até hoje. Nas minhas
folgas semanais, encontrei um cantinho para ser colaboradora da
Universidade Sénior, em Pínzio.
DIA20 – Já conhecia a ADAP, pois já trabalhou nesta
Associação. Como veio novamente aqui parar e agora no
projeto da Universidade Sénior?
Fui contactada pelo Presidente da Direção, Jorge Pires e pela
Anabela Fortunato. Eles abordaram-me com o objetivo de eu dar
uma “mãozinha” nas aulas da USPP mais propriamente à
Belinha, visto eu já ter trabalhado na Associação e estar mais
integrada. Também me questionaram se haveria alguma
disciplina que eu pudesse dar. Com gosto aceitei em ajudar em
tudo o que estivesse ao meu alcance e sobre a disciplina disse
que me sinto à vontade com os computadores, por isso, não me
importaria de dar Informática. E é a disciplina que leciono e a
mais procurada.
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Inscrevam-se na Universidade aproveitem a oportunidade de vos
mostrar que a vida é melhor quando estamos acompanhados de
amigos, aprendemos, ensinamos e nos sentirmos úteis e
ocupados. O que não aconselho de certeza, é continuarem, a
arranjar “desculpas” para saírem do conforto da casa e da rotina
de cada um… dito de outra forma, não arranjem entraves à
felicidade!
A idade não é razão para parar! Venham visitar-nos!
DIA20 – Sabemos que a trabalhar não tem muito tempo livre…
concretamente o que faz e como concilia o seu horário
profissional, com o das aulas? E gosta do que faz?
Dou aulas de Informática, sempre com o apoio da Belinha. As
aulas comigo são às segundas-feiras, das 15h30 até às 17h. A
Belinha também dá aulas de informática nos restantes dias.
Eu gosto muito de apoiar e partilhar o meu conhecimento com
todos os alunos que frequentam as aulas. São momentos únicos
onde existe bastante animação e conhecimentos. Costumo dizer
que eles aprendem comigo, mas eu também aprendo imenso,
com eles.
DIA20 - Os alunos mostram-se motivados e sentem necessidade
de apoio?
Os alunos precisavam ainda mais de apoio, mas é complicado,
estar lá todos os dias, tanto para eles como para nós, que os
orientamos nas aulas. Sei que alguns foram para a escola e nem
sabiam ligar o computador e agora todos eles já têm um grande
potencial para se “desenrascarem”. Desde que a universidade
abriu, há 5 anos atrás, todos os alunos se mostraram motivados,
mas ao longo do tempo, sinto que se vão desmotivando ao ver
que são poucos a frequentar as aulas.
DIA20 - O que recomenda às pessoas, que estão na dúvida em
frequentar esta Universidade onde aprendem e onde a boa
disposição sempre reina?
As aulas, sejam elas, de informática, Hidroginástica, Ginástica, ou
Artes, são todas muito importantes, ajuda-nos a distrair,
mantêm-nos ocupados e passamos belos momentos de convívio.
Aconselho vivamente a frequentar a Universidade Sénior, pois
são prometidos bons momentos, risadas, animação e muitas
partilhas de conhecimentos. Apareçam.
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
O NOSSO ESPAÇO
UNIVERSIDADE SÉNIOR
A Associação Dos Amigos de Pínzio, mais propriamente os alunos
do Polo de Pínzio da Universidade Sénior, quis sair da sua área de
conforto e ir dar as boas festas e desejar um feliz ano 2019, aos
utentes da ASTA. Por isso resolveram confecionar um miminho -
uns chupa-chupas muito originais. De forma muito gentil nos
receberam, cantando umas canções de Natal e incentivaram-nos a
colaborar ou simplesmente assistir às atividades a realizar pelos
jovens daquela Instituição e também fazer parcerias de atividades
e projetos… É muito bom haver gente que se empenha, para que a
vida tenha outra cor! Para todos desejamos muita força para
continuarem com este projeto
No dia-a-dia, as aulas continuam no nosso Pólo, pese embora a
aderência poder ser maior! Esperamos que a Primavera e o bom
tempo tragam mais dinâmica às pessoas e que se juntem a este
projecto.
Continuamos com actividades de ginástica, informática, artes
manuais e hidroginástica, com a supervisão da nossa conterrânea
Anabela Fortunato e a imprescindível Dina Lopes nas aulas de
informática e apoiando sempre que necessário nas restantes
actividades.
ADAP NA FEIRA DAS TRADIÇÕES EM PINHEL
Mais um ano, mais uma Feira das Tradições em Pinhel e mais uma
vez a participação da Associação dos Amigos de Pínzio neste
evento, assim como as associações da nossa freguesia – Terras de
Santa Barbara, Associação Social Recreativa e Desportiva e a Junta
de Freguesia. Este ano foi dado o destaque ao Polo de Pínzio da
Universidade Sénior. Foram feitos vários trabalhos pelos alunos,
com a orientação da Professora Anabela Fortunato. Como o tema
da feira era preservação do ambiente, nada melhor que ter em
conta a reciclagem. Para isso, durante as aulas, os alunos meteram
mais à obra, e fez-se o reaproveitamento de rolhas de cortiça.
Assim surgiram autênticas obras de arte, entre elas, uma placa de
identificação, cadeiras, uma mesa, carpete, vasos e flores…
É sempre bom contar com os alunos, que estão sempre prontos a
colaborar
PRÓXIMAS ATIVIDADES
No passado dia 6 de Abril de 2019, reuniram-se em Assembleia
Geral ordinária os sócios para, entre outros assuntos, debater e
aprovar o plano de actividades para 2019. Do debate, surgiu o
compromisso da Direcção em continuar com as actividades em
curso (Hidroginástica, Universidade Sénior e Jornal DIA20) e
complementar com as seguintes:
19 de Maio: Caminhada (com almoço no parque de merendas de
Pínzio);
9 de Junho: Sardinha no largo da Igreja
17 de Agosto: Noite de Francesinhas
15 de Setembro: Excursão
10 de Novembro: Magusto de S. Martinho
Nota: datas não vinculativas e sujeitas a confirmação
Contamos com todos!
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
O NOSSO ESPAÇO
REUNIÃO DE ASSEMBLEIA DE 06.04.2019 INFORMAÇÃO DE SÓCIOS
No passado Sábado dia 6 de Abril de 2019, reuniram-se em
Assembleia Geral ordinária os sócios da ADAP, com a
seguinte ordem de trabalhos:
1. Apresentação e votação das contas de 2018;
2. Apresentação e votação do plano de atividades para
2019;
3. Alteração de estatutos;
4. Assuntos diversos.
A apresentação das contas foram explicadas de forma
pormenorizada pelo Presidente da Direção, não tendo
suscitado dúvidas por parte dos presentes, foram de seguida,
validadas pelo Presidente do Conselho Fiscal.
O saldo financeiro inicial (01.01.2018) era de 6.063,38€, e
saldo financeiro final (31.12.2018) era de 2.522,47€.
Importa relembrar que durante o ano de 2018, a ADAP
investiu em património cerca de 6.800€, a maior parte na
aquisição da carrinha OPEL VIVARO.
Portanto, podemos afirmar que no decorrer de 2018, o
património da ADAP, aumentou cerca de 3.259€.
Relativamente ao ponto 3 da ordem de trabalhos, foram
alterados os estatutos, de acordo com a proposta da Direção
e com os contributos dos sócios, especificamente o Artigo
14º.
Para os sócios que não puderam estar presente na reunião e
que queiram ter informação mais detalhada, deverão
solicitá-la a qualquer membro da Direção e agendar dia para
a sua consulta.
RECORDANDO BONS MOMENTOS
60 anos de sacerdócio. Homenagem surpresa ao sr. Padre Messias organizada pela Associação dos Amigos de Pínzio em conjunto com a
paróquia. juntou familiares, sacerdotes seus conterrâneos e amigos e muita populares. Também amigos que lhe quiseram fazer
surpresa, pertencentes a um grupo religioso da Guarda que ele dirigiu. A cerimónia teve lugar no dia 6 de janeiro de 2013 e terminou
com um lanche convívio. Homenagem merecida a quem tanto fez pela nossa aldeia!
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
O NOSSO ESPAÇO
UNIVERSIDADE SÉNIOR
A Associação Dos Amigos de Pínzio, mais propriamente os alunos
do Polo de Pínzio da Universidade Sénior, quis sair da sua área de
conforto e ir dar as boas festas e desejar um feliz ano 2019, aos
utentes da ASTA. Por isso resolveram confecionar um miminho -
uns chupa-chupas muito originais. De forma muito gentil nos
receberam, cantando umas canções de Natal e incentivaram-nos a
colaborar ou simplesmente assistir às atividades a realizar pelos
jovens daquela Instituição e também fazer parcerias de atividades
e projetos… É muito bom haver gente que se empenha, para que a
vida tenha outra cor! Para todos desejamos muita força para
continuarem com este projeto
No dia-a-dia, as aulas continuam no nosso Pólo, pese embora a
aderência poder ser maior! Esperamos que a Primavera e o bom
tempo tragam mais dinâmica às pessoas e que se juntem a este
projecto.
Continuamos com actividades de ginástica, informática, artes
manuais e hidroginástica, com a supervisão da nossa conterrânea
Anabela Fortunato e a imprescindível Dina Lopes nas aulas de
informática e apoiando sempre que necessário nas restantes
actividades.
ADAP NA FEIRA DAS TRADIÇÕES EM PINHEL
Mais um ano, mais uma Feira das Tradições em Pinhel e mais uma
vez a participação da Associação dos Amigos de Pínzio neste
evento, assim como as associações da nossa freguesia – Terras de
Santa Barbara, Associação Social Recreativa e Desportiva e a Junta
de Freguesia. Este ano foi dado o destaque ao Polo de Pínzio da
Universidade Sénior. Foram feitos vários trabalhos pelos alunos,
com a orientação da Professora Anabela Fortunato. Como o tema
da feira era preservação do ambiente, nada melhor que ter em
conta a reciclagem. Para isso, durante as aulas, os alunos meteram
mais à obra, e fez-se o reaproveitamento de rolhas de cortiça.
Assim surgiram autênticas obras de arte, entre elas, uma placa de
identificação, cadeiras, uma mesa, carpete, vasos e flores…
É sempre bom contar com os alunos, que estão sempre prontos a
colaborar
PRÓXIMAS ATIVIDADES
No passado dia 6 de Abril de 2019, reuniram-se em Assembleia
Geral ordinária os sócios para, entre outros assuntos, debater e
aprovar o plano de actividades para 2019. Do debate, surgiu o
compromisso da Direcção em continuar com as actividades em
curso (Hidroginástica, Universidade Sénior e Jornal DIA20) e
complementar com as seguintes:
19 de Maio: Caminhada (com almoço no parque de merendas de
Pínzio);
9 de Junho: Sardinha no largo da Igreja
17 de Agosto: Noite de Francesinhas
15 de Setembro: Excursão
10 de Novembro: Magusto de S. Martinho
Nota: datas não vinculativas e sujeitas a confirmação
Contamos com todos!
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
O NOSSO ESPAÇO
REUNIÃO DE ASSEMBLEIA DE 06.04.2019 INFORMAÇÃO DE SÓCIOS
No passado Sábado dia 6 de Abril de 2019, reuniram-se em
Assembleia Geral ordinária os sócios da ADAP, com a
seguinte ordem de trabalhos:
1. Apresentação e votação das contas de 2018;
2. Apresentação e votação do plano de atividades para
2019;
3. Alteração de estatutos;
4. Assuntos diversos.
A apresentação das contas foram explicadas de forma
pormenorizada pelo Presidente da Direção, não tendo
suscitado dúvidas por parte dos presentes, foram de seguida,
validadas pelo Presidente do Conselho Fiscal.
O saldo financeiro inicial (01.01.2018) era de 6.063,38€, e
saldo financeiro final (31.12.2018) era de 2.522,47€.
Importa relembrar que durante o ano de 2018, a ADAP
investiu em património cerca de 6.800€, a maior parte na
aquisição da carrinha OPEL VIVARO.
Portanto, podemos afirmar que no decorrer de 2018, o
património da ADAP, aumentou cerca de 3.259€.
Relativamente ao ponto 3 da ordem de trabalhos, foram
alterados os estatutos, de acordo com a proposta da Direção
e com os contributos dos sócios, especificamente o Artigo
14º.
Para os sócios que não puderam estar presente na reunião e
que queiram ter informação mais detalhada, deverão
solicitá-la a qualquer membro da Direção e agendar dia para
a sua consulta.
RECORDANDO BONS MOMENTOS
60 anos de sacerdócio. Homenagem surpresa ao sr. Padre Messias organizada pela Associação dos Amigos de Pínzio em conjunto com a
paróquia. juntou familiares, sacerdotes seus conterrâneos e amigos e muita populares. Também amigos que lhe quiseram fazer
surpresa, pertencentes a um grupo religioso da Guarda que ele dirigiu. A cerimónia teve lugar no dia 6 de janeiro de 2013 e terminou
com um lanche convívio. Homenagem merecida a quem tanto fez pela nossa aldeia!
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
NASCER, CRESCER, VIVER E…
… Trabalhar em Pínzio
Sou Amélia Aragão, nasci em Pínzio em 1959.
Sou filha de Júlio Casalta e Aida Rosa Aragão e
somos sete irmãos.
Casei com Elias Lucas e temos dois filhos, a
Ângela e o Luís. Temos um netinho que foi a
maior prenda que o Menino Jesus me trouxe. Estamos muito
felizes!
Estudei na escola primária de Pínzio e fiz a 4ª classe…e ainda me
lembro dos meus colegas de ano. Antónia Fortunato, Antónia
Fonseca, Madalena Cabral, Anabela Bernardo, José Joaquim
Amador, Joaquim Silva, José Saraiva, António Aragão e Manuel
José Tomé que era da Rabaça. Era uma turma com os quatro
anos e a professora era a D. Imelda.
Saí da escola e fiquei com os meus pais, ajudando nas lidas de
casa. Casei aos 22 anos e nessa altura não arranjei emprego…
mas propuseram-me para ir trabalhar para o lar que andava,
nessa altura, em construção. Não fui porque entretanto a minha
sogra era muito doente e ficou acamada. Como não tinha cá
mais ninguém que cuidasse dela, fiquei eu incumbida de o fazer.
O meu marido, para me poupar, até disse que em vez de ir
trabalhar para o lar, ficaria a tratar apenas da mãe, do pai e do
irmão Abel. Todos precisavam de alguém para os ajudar, dado a
minha sogra estar acamada. Assim passei cerca de nove anos.
A minha sogra faleceu e eu comecei a trabalhar no edifício dos
correios, a fazer limpeza, durante sete anos, até fechar.
Depois do posto dos correios fechar, iniciei na escola primária
como auxiliar de educação, onde trabalhei cerca de dois anos.
Entretanto fui contratada pela Câmara de Pinhel como tarefeira
na cantina do Jardim de Infância de Pínzio. Ajudava a D. Elisabete
na preparação das refeições das crianças do Jardim e da Escola.
Todos, tanto professores, como crianças, adorávamos a comida
que a D. Elisabete fazia. Depois da refeição tomada, limpávamos
as respetivas instalações. Eu acompanhava sempre os alunos de
volta à escola até os professores chegarem.
Entretanto vinha para casa e pela 16h regressava de novo à
escola e ficava com os meninos até os pais os irem buscar. Foi
assim o meu-dia-a-dia durante 14 anos. Também acompanhava
sempre as crianças, cada vez que a escola fazia uma visita ou
uma atividade e dava sempre os meus préstimos. Era com gosto
que o fazia, e estava sempre pronta para ajudar.
Todos os anos participávamos nas Feiras das Tradições em
Pinhel, onde exigia muito trabalho nos preparativos, mas eu
adorava.
A Associação dos Amigos de Pínzio
deseja a todos,
Páscoa Feliz!
Os meninos começaram a ser cada vez menos a frequentar a
escola, e eu fui dispensada deste serviço, pois já não se
justificava uma tarefeira, para tão poucas crianças. Realmente foi
grande a diferença do número de crianças durante estes anos,
tendo vindo a decrescer substancialmente… nos primeiros anos
eram duas professoras a lecionar na escola com cerca de 15
alunos cada uma. Era uma alegria ver tantos meninos a
chegarem ou a regressarem a casa, ou mesmo na hora do
intervalo. Ultimamente apenas uma professora leciona os quatro
anos e com menos de dez alunos. Foram muitos os professores
que por lá passaram enquanto eu lá trabalhei: a professora D.
Dulce, professor Daniel, D. Helena Jorge, a D. Isilda e o professor
Luís, a D. Salomé, a D. Céu a educadora que ainda hoje está no
Jardim de Infância.
Gostei muito deste tempo, dos professores e gostava de
trabalhar com as crianças. Por vezes eram reguilas, mas não
eram mal educadas… Era um trabalho muito gratificante … Eles
aprendiam e eu também aprendia com eles. As condições de
trabalho eram boas e tanto os professores, como auxiliares são e
sempre foram excelentes.
Tenho saudades desse tempo!
Recentemente trabalho no edifício da Junta de Freguesia. Aqui
estão várias valências, a sede da junta, o consultório do médico
de família, os correios, o consultório de dentista da Drª Cláudia e
a barbearia. Em todos estes espaços faço limpeza e tenho gosto
no que faço, pois tento esmerar-me para que fique tudo ao
gosto das pessoas.
Também sou mordoma do altar de Nossa Senhora de Fátima em
conjunto com a minha colega Lurdes Morais, já há mais de 20
anos. É com bastante sacrifício, porque tenho pouco tempo
disponível, mas como gosto do que faço … e, quando se faz de
vontade, arranjamos sempre tempo. Gosto de ser prestável,
gosto de trabalhar na igreja … é preciso fazer sacrifício pois sei
que Deus é que nos dá a recompensa de todo o bem que
fazemos.
Nasci, cresci e vivo em Pínzio e trabalho em Pínzio. Construímos
aqui casa, trato a minha horta onde colho de tudo um pouco,
para todo o ano. Gosto de tratar das minhas flores … e tenho
muitas, não só para a igreja, mas porque gosto muito de flores.
Gosto da minha aldeia, pois Pínzio tem vários serviços e por isso
tem tudo o que precisamos. Não é necessário deslocarmo-nos
porque aqui não falta nada… trabalhar em Pínzio também é uma
vantagem, não precisamos de nos deslocar.
Pínzio é uma grande aldeia… a minha aldeia!
Amélia Aragão
Jornal Nº19 – Abril 2019
O QUE DIZEM AS PROFESSORAS DA UNIVERSIDADE SÉNIOR
DIA20 - O que aconselha às pessoas, que estão na dúvida em
frequentar esta Universidade da Vida, onde se fazem
aprendizagens, partilhas de saberes e convívios?
Só posso aconselhar algo que sei que lhes faria
espetacularmente bem. Aproveito para apelar aos nossos
“jovens mais velhos” que venham experimentar …. Depois verão
como podem aproveitar a passar um bocado bem divertido e,
comprovar que vale a pena ser aluno do Pólo de Pínzio.
DIA20 – Dina Lopes, faça-nos a sua
apresentação
Olá. Começo por agradecer por se terem
lembrado de mim para esta entrevista. Então
quem é a Dina? Sou uma rapariga que reside
em Pínzio. Sou natural de Sintra e até aos 18
anos morei nos arredores de Lisboa. Quando
chegou o momento de “ganhar asas” e ir para
a universidade, fui colocada em Leiria, onde vivi três anos e
meio. Nas terras do Liz tirei a licenciatura em Educação Social. Ao
terminar o curso voltei para casa dos pais, que já estavam a
morar em Pínzio. Ao chegar fiz um estágio profissional na
Associação dos Amigos de Pínzio e, de seguida, trabalhei na
Associação das Terras de Santa Bárbara. Após uns meses
desempregada, fui chamada para trabalhar num lar de idosos, no
concelho de Almeida, onde permaneço até hoje. Nas minhas
folgas semanais, encontrei um cantinho para ser colaboradora da
Universidade Sénior, em Pínzio.
DIA20 – Já conhecia a ADAP, pois já trabalhou nesta
Associação. Como veio novamente aqui parar e agora no
projeto da Universidade Sénior?
Fui contactada pelo Presidente da Direção, Jorge Pires e pela
Anabela Fortunato. Eles abordaram-me com o objetivo de eu dar
uma “mãozinha” nas aulas da USPP mais propriamente à
Belinha, visto eu já ter trabalhado na Associação e estar mais
integrada. Também me questionaram se haveria alguma
disciplina que eu pudesse dar. Com gosto aceitei em ajudar em
tudo o que estivesse ao meu alcance e sobre a disciplina disse
que me sinto à vontade com os computadores, por isso, não me
importaria de dar Informática. E é a disciplina que leciono e a
mais procurada.
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Inscrevam-se na Universidade aproveitem a oportunidade de vos
mostrar que a vida é melhor quando estamos acompanhados de
amigos, aprendemos, ensinamos e nos sentirmos úteis e
ocupados. O que não aconselho de certeza, é continuarem, a
arranjar “desculpas” para saírem do conforto da casa e da rotina
de cada um… dito de outra forma, não arranjem entraves à
felicidade!
A idade não é razão para parar! Venham visitar-nos!
DIA20 – Sabemos que a trabalhar não tem muito tempo livre…
concretamente o que faz e como concilia o seu horário
profissional, com o das aulas? E gosta do que faz?
Dou aulas de Informática, sempre com o apoio da Belinha. As
aulas comigo são às segundas-feiras, das 15h30 até às 17h. A
Belinha também dá aulas de informática nos restantes dias.
Eu gosto muito de apoiar e partilhar o meu conhecimento com
todos os alunos que frequentam as aulas. São momentos únicos
onde existe bastante animação e conhecimentos. Costumo dizer
que eles aprendem comigo, mas eu também aprendo imenso,
com eles.
DIA20 - Os alunos mostram-se motivados e sentem necessidade
de apoio?
Os alunos precisavam ainda mais de apoio, mas é complicado,
estar lá todos os dias, tanto para eles como para nós, que os
orientamos nas aulas. Sei que alguns foram para a escola e nem
sabiam ligar o computador e agora todos eles já têm um grande
potencial para se “desenrascarem”. Desde que a universidade
abriu, há 5 anos atrás, todos os alunos se mostraram motivados,
mas ao longo do tempo, sinto que se vão desmotivando ao ver
que são poucos a frequentar as aulas.
DIA20 - O que recomenda às pessoas, que estão na dúvida em
frequentar esta Universidade onde aprendem e onde a boa
disposição sempre reina?
As aulas, sejam elas, de informática, Hidroginástica, Ginástica, ou
Artes, são todas muito importantes, ajuda-nos a distrair,
mantêm-nos ocupados e passamos belos momentos de convívio.
Aconselho vivamente a frequentar a Universidade Sénior, pois
são prometidos bons momentos, risadas, animação e muitas
partilhas de conhecimentos. Apareçam.
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
O QUE DIZEM AS PROFESSORAS DA UNIVERSIDADE SÉNIOR
DIA20 – Quem é Anabela Fortunato?
Continuo a ser a “Belinha” que toda a gente
conhece. Sou natural da Guarda e residente na
Guarda, mas como sabem, cresci em Pínzio. Sou
licenciada em Gestão Comercial e em
Marketing, e neste momento, exerço funções
como formadora e técnica de formação e,
atualmente, sou também colaboradora do
projeto da ADAP – USP no Polo de Pínzio.
DIA20 – Como soube das aulas do Polo de Pínzio e como surgiu
a ideia de trabalhar na Universidade Sénior?
Já conhecia o Pólo de Pínzio e todo o trabalho desenvolvido na
Universidade Sénior, há já bastante tempo… a minha mãe é uma
das alunas da Universidade e, o facto de a ver sempre tão
motivada e alegre por frequentar a “escola”, conviver com
amigos e aprender e, manter o espírito aberto para novos
desafios, deixou-me sempre muito satisfeita e com uma ideia
muito positiva do que seria uma Universidade Sénior.
No entanto, e como trabalho há muitos anos a ministrar
formação a jovens ou adultos, a experiência de trabalhar com
um público sénior, deixava no ar a dúvida constante de que nem
todos saberiam ensinar pessoas tão crescidas, tão experientes na
vida em tão diferentes aspetos, – nesse grupo estava eu… Pelo
menos pensava!
O Presidente da Associação dos Amigos de Pínzio, Jorge Pires,
contactou-me e disse: “Tenho um desafio para ti! É a tua cara!”
Quando me fez o convite, fiquei um pouco preocupada com a
resposta que iria dar… (ele bem disse que era um desafio) mas,
como o Jorge bem sabe, que não sou “menina” de baixar os
braços, resolvi aceitar!
Descobri que, para além de ter ficado com a nítida noção de que
estava redondamente enganada relativamente ao facto de
pensar que não estava à altura dos nossos alunos, fiquei
muitíssimo surpreendida com a facilidade de trabalhar com eles,
das suas competências e motivação, e principalmente com o
desenvolvimento pessoal que eu própria adquiri e continuo a
adquirir neste desafio.
Neste momento, custa-me até passar muito tempo sem estar
com os alunos e dou por mim a pensar em “coisas” interessantes
que possamos fazer juntos! É contagioso e viciante! Eles são
sensacionais!
DIA20 – Qual o seu papel na Universidade Sénior no Polo de
Pínzio? O que faz concretamente?
Inicialmente, teria um papel de coordenação e apoiaria a Dina,
professora de Informática, nesta área. No entanto, tive de mudar
um pouco as minhas funções e adaptar-me às verdadeiras
necessidades dos alunos do Polo de Pínzio pois há pouca
população escolar… são poucos alunos a frequentar, o que me
entristece muito numa freguesia tão grande e tão evoluída como
é Pínzio!
Hoje, faço um pouco de tudo o que é necessário – até Artes!
O meu interesse é apenas fazer com que os alunos estejam
contentes e gostem de frequentar a escola, nem que para isso eu
tenha de fazer o “pino”!
Tenho tentado ensinar-lhes aquilo que penso que lhes será mais
útil ou possam achar mais interessante.
Na área de informática, tenho insistido na Internet, onde os
ajudo a fazer pesquisas e tento conciliar com trabalhos úteis,
nomeadamente com a prática no envio de emails, uso de ideias
pesquisadas para elaboração de trabalhos práticos na aula de
Artes, elaboração de postais… Pelo Natal, tivemos uma atividade
muito interessante …. confecionámos uns chupa-chupas com
bolacha que, de coração cheio, fomos oferecer aos amigos da
ASTA da Cabreira. Também o fizemos com intenção de oferecer
aos nossos pequeninos de Pínzio, no dia de Natal, juntamente
com uma mensagem de Boas Festas dos alunos da USP e da
Associação dos Amigos de Pínzio, ao povo de Pínzio, mas
infelizmente, pelo falecimento de uma pessoa querida da nossa
terra, optou-se por não se entregar.
Fizemos outros trabalhos muito bonitos, com rolhas de cortiça,
que foram expostos na Feira de Tradições de Pinhel… de facto,
os alunos ficaram entusiasmados e trabalharam com afinco.
Daqui surgiram coisas muito bonitas, tendo em conta a
reciclagem, com o reaproveitamento de rolhas de cortiça usadas.
Agora estamos a trabalhar no tema Páscoa e… vamos ver o
resultado das nossas ideias… mais tarde mostraremos.
DIA20 – Horários são fixos ou são ajustáveis… e o empenho e o
interesse dos alunos?
Quanto a horários, estão agendadas aulas que são sempre fixas -
Desporto e Hidroginástica. Estas atividades são lecionadas em
dois dias por semana. As restantes, temos gerido da melhor
forma de acordo com a disponibilidade de todos – uma vez que
são poucos alunos, tentamos sempre conciliar os horários para
estarem todos presentes.
O facto de sermos poucos, acaba por não ajudar muito no
contributo das atividades, e pode até criar alguma desmotivação,
o que felizmente, não tem acontecido! Tenho mesmo muita
pena que o Pólo de Pínzio não esteja a ser mais aproveitado … é
difícil organizar horários, é difícil contratar professores que
possam estar disponíveis para lecionar tão pouca gente… Enfim!
Neste momento, estamos com apenas 6 alunos com idades
compreendidas entre os 57 e 80 anos mas todos têm um espírito
de jovens de 20 anos de idade… Todos eles vendem energia!
Todos os alunos são assíduos e colaboram com entusiasmo, nas
atividades. Sentem-se em casa, garanto! Estão sempre
disponíveis para tudo e com um entusiasmo contagiante!
Concordo mesmo com a velha máxima: “Só damos valor às
coisas, quando já não as temos”! E esse é o meu receio… se a
Universidade continuar assim, não vejo um futuro muito risonho
para este projeto tão lindo e que, tanto trabalho deve ter dado a
construir… Espero estar enganada!
Eu estou entusiasmadíssima com este desafio que aceitei … eu
não gosto, eu ADORO!… Como disse atrás, se passar algum
tempo afastada, parece que já me está a faltar um bocado
DIA20 – Pode contar com a presença da Dina para a apoiar nas
aulas…é de certeza uma mãozinha para ajudar os alunos.
Claro que sim! A Dina é um pilar muito forte no Pólo de Pínzio.
Mesmo não tendo toda a disponibilidade que por vezes quer, por
questões profissionais, quando está presente, é uma lufada de ar
fresco Têm uma relação espetacular, criada também pela sua
simpatia, humor e gosto pelo que faz.
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
JUNTA DE FREGUESIA DE PÍNZIO
No primeiro trimestre do ano, a freguesia de A nossa freguesia foi notícia em diversos órgãos de comunicação
Pínzio esteve ativa em diversos eventos. Em social, inclusive, em vários canais de televisão.
janeiro tivemos o programa aldeias em festa, No dia 1 de março decorreu o desfile onde nós participámos em
com o grupo de concertinas das Freixedas, a conjunto com a nossa comunidade escolar (EB1 e jardim de
animar a população de Cheiras, no salão da infância de Pínzio). O nosso carro alegórico foi o mais original e o
Associação Terras de Santa Barbara. mais lindo de todos, ligado ao tema da preservação ambiental, e
No dia 15 de fevereiro estivemos a florestar mais, com o nº.1 do desfile por sermos a freguesia anfitriã.
três terrenos da Junta de Freguesia, um Projeto À semelhança do ano passado, em conjunto com as Associações
Verde Puro, ação de reflorestação das beiras da Serra da Estrela. locais e este ano em especial, com a artesã da nossa freguesia,
A iniciativa resulta de uma parceria entre a Comunidade Irene Bernardo, estivemos presentes em mais uma edição da
Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE),o Instituto Feira das Tradições e Atividades Económicas em Pinhel.
da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e o Município
de Pinhel.
Além das entidades organizadoras, importa destacar a
participação de várias entidades locais, entre as quais a
comunidade escolar (EB1 e jardim de infância de Pínzio), a
Associação dos Amigos de Pínzio, com a Universidade Sénior,
alguns particulares que se quiseram juntar à iniciativa e a Junta
de Freguesia, proprietária dos terrenos reflorestados, com
carvalhos, sobreiros, azinheiras e medronheiros. Todos tiveram
oportunidade de plantar a sua árvore, já que ao todo foram
plantadas 310 árvores.
Nota informativa: No dia 9 de junho realizar-se-á uma missa em
honra e louvor de Sto. António, e o seu peditório reverterá para
a festa de S. Sebastião que se irá realizar dia 18 de agosto, nos
moldes do ano anterior. Quem estiver interessado em fazer o
seu donativo poderá dirigir-se aos correios ou à Junta de
Freguesia.
E como estamos na Festa da Primavera, em nome de toda a
equipa da Junta de Freguesia de Pínzio, desejo uma Páscoa cheia
Ainda no dia 15 de fevereiro à noite, no pavilhão da Junta de de alegria e felicidade.
Freguesia fomos a freguesia anfitriã no lançamento da Feira das
Tradições, que decorreu nos dias 1, 2 e 3 de março em Pinhel. Joaquim Abel Ventura Martins - Presidente
PONTO DE ENCONTRO
Hoje estou com alguma dificuldade em mantinham uma certa contenção nos A Missa era na manhã, os sinos que não
encontrar alguns minutos para escrever costumes. tocavam desde Quarta-feira de Cinzas,
estas poucas linhas. Todavia, não quero Na Quarta-feira de Cinzas, manhã muito repicam os Aleluias e os padrinhos
deixar de ir ao encontro de todos aqueles cedo, porque era dia de trabalho, os fiéis, preparavam-se para dar o «folar» aos
que recebem, acolhem e leem o «Dia geralmente toda a gente da terra, afilhados. Esta lembrança pascal era um
Vinte», para partilhar notícias, relatos de participava na celebração da imposição bolo, às vezes o ovo cozido e colorido, as
acontecimento, crónicas de vida e pontos das cinzas, primeiro sinal desse início de amêndoas, cada caso subentendia alguma
de vista que enriquecem quem lê. Nesta um tempo marcado por algumas renúncias criatividade dos padrinhos.
escassez de tempo, quero colocar-me como era o abster-se de comer carne às Finalmente chegava o dia de Páscoa e a
nesta festa da primavera que é a Páscoa. sextas-feiras. Alguns, mais generosos e população inteira saboreava a festa da
Na nossa infância e até enquanto conscientes das exigências da sua fé cristã, primavera, convivendo entre familiares e
adolescentes, vivíamos estes dias com uma experimentavam a sua capacidade de amigos que, muitas vezes se juntavam para
alegria inaudita. renúncia a coisas ou situações por ascese receber a Visita Pascal do pároco da
A preparação da Páscoa tinha ritos espiritual e doavam bens a quem deles freguesia.
próprios. mais precisava.
Começava com a celebração diária da O horizonte temporal era a Páscoa que, ao Feliz Páscoa!
quaresma em que as populações tempo começava com o sábado de Aleluia. Pe. Domingos
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
ASSOCIAÇÃO SOCIAL, CULTURAL, RECREATIVA E DESPORTIVA DE PÍNZIO
Mais um ano se passou e de novo estamos a
chegar às festividades da Páscoa da
Ressurreição de Jesus Cristo, e, como não podia Este ano, é ano de eleições na nossa Associação, as mesmas
deixar de ser, a nossa Associação é chamada a
participar, através da Banda Filarmónica nos
eventos associados a estas festividades.
Assim no Domingo de Páscoa estará presente
nas procissões de Pínzio e da Castanheira e na Sendo esta uma época festiva, é também altura do regresso
segunda-feira de Páscoa a banda rumará a Aldeia Velha, dando
desta forma o seu contributo para animar estas festividades para estes dias em família, assim contamos também com eles para
as quais foi chamada.
Nos próximos meses também a banda será chamada para
diversas atuações, sendo que em maio irá até Sobral (Pinhel) e
em junho estará de novo presente nas comemorações do Corpo
de Deus na Castanheira.
Aproveitando ainda este espaço, relembramos que para além da
banda filarmónica, a escola de música continua a funcionar,
agora sob a direção do maestro Carlos Ferreira, e que está aberta
a receber sempre mais crianças e jovens e até mesmo adultos,
para que aqui possam adquirir conhecimentos musicais.
Sendo cada vez mais notória a falta de população no nosso
interior, cada vez mais temos de ser unidos e ajudar, como nos
for possível, a manter estas atividades que as diversas entidades
vão realizando, ao longo do ano, falando neste caso concreto da
escola de música. Procurem incentivar as crianças a ingressar
nela, pois como sempre se disse “o saber não ocupa lugar” e
manter as crianças e jovens ocupados com estas atividades
ajuda-os a desenvolver novas competências, que um dia poderão
ser o modo de vida deles … temos já exemplos de músicos que
iniciaram bem novos os seus estudos na escola de música e
CARLOS FERREIRA … novo maestro da Filarmónica de Pínzio!
… a sentir-se orgulhoso por ser o escolhido!
Sou Carlos Ferreira natural de S. Cipriano,
Resende. Tenho 27 anos de idade e iniciei as
primeiras aprendizagens musicais na Banda
Musical de S. Cipriano " a nova" por volta dos
10 anos. Aí passei por alguns instrumentos
musicais, até se fixar na trompa.
Em 2008 frequentei a cidade da Covilhã, para estudar na escola
profissional de música, onde completei um curso de seis anos e,
pelo meio, master classes com diversos professores e maestros.
De seguida consegui a entrada no ensino superior de Castelo
Branco, durante quatro anos.
Durante este percurso a banda da Covilhã esteve sempre
presente pois era lá que lecionava e foi aí, que veio o meu
entusiasmo de maestro, pois conseguia um excelente trabalho
mesmo com jovens.
Esta dinâmica de professor maestro alastrou-se pela Beira
Interior e foi no verão passado que recebi algumas propostas
para iniciar trabalho em bandas filarmónicas onde se incluía a
banda de Pínzio. Aceitei o convite após uma longa reflexão e
tomei a opção correta.
posteriormente na Banda Filarmónica de Pínzio e que os levou a
seguirem a música, como caminho profissional.
estão marcadas para o dia 20/04/2019 e decorrer entre as
16:00h e as 20:00h. Fica aqui o apelo aos sócios, para que
participem neste ato eleitoral e desta forma mostrem apoio à
nova direção que sairá do resultado deste ato eleitoral.
daqueles que estão fora da nossa comunidade para passarem
participarem nos atos festivos, que irão ocorrer nesses dias e,
desta forma, sejam umas festividades que tragam alegria à nossa
aldeia.
Desejamos a todos os sócios e simpatizantes da nossa
coletividade, habitantes de Pínzio e amantes de música uma Feliz
Páscoa.
Marco Aragão – A.S.C.R.D.P.
O dia chegou e deu-se o primeiro concerto com a troca de
batuta, entre o então maestro Luís Mário e eu, como futuro
maestro. Aí vi realmente, que pessoas que representavam
aquela banda, libertavam um enorme agradecimento e carinho,
pelo antigo maestro e vontade de conhecer o novo.
Todo o meu receio desapareceu naquele momento e senti-me
orgulhoso por ser o maestro escolhido para aquela filarmónica.
É fantástico lidar com aqueles jovens, e eles sabem que a banda
para lá da música é também local de amizade e educação. Todos
os jovens se existir respeito, terão de ser sempre responsáveis
porque sabem que se não fizerem, estão a magoar alguém que
acredita neles. É pois necessário um bom processo psicológico,
na aprendizagem.
Na primeira impressão, vejo que é uma banda com potencial,
embora necessite de muito trabalho, para melhorar diversos
pontos normais de uma banda filarmónica. Mas claro, com a
ajuda de todos nós e também dos habitantes de Pínzio, torna-se
mais fácil vencer as dificuldades existentes na banda.
Apelo a todos, que se empenhem nesta Associação pois se ela
faltar, terão, de certeza, uma aldeia mais triste!
E aos músicos... eles sabem que conto sempre com eles e eles
podem contar comigo.
Carlos Ferreira – Maestro da B. F. Pínzio
Jornal Nº19 – Abril 2019
PARA LÁ DA FRONTEIRA…
… entre Alemanha e Pínzio!
Joaquim Santos Pereira é
natural de Pínzio e nasceu em
1944 e a sua esposa da aldeia
vizinha Castanheira, em 1947.
Coincidências é que fazem
aniversário no mesmo dia. O
casal foi emigrante na
Alemanha desde 1972 até
2006. Mas continuam a dividir a
residência entre Bad Homburg
na Alemanha e Pínzio. Têm três
filhos, o Vitor, a Carla e a
Ângela, cinco netos e uma
bisneta.
Nasci e cresci em Pínzio até ir para a tropa. Fiz a tropa em
Coimbra e Figueira da Foz. Fui motorista e a especialidade em
monitor de condução de pesados. Aqui tive uma vida
considerada boa, durante cerca de um ano e meio. No fim deste
tempo fui mobilizado para o ultramar. Guiné foi o meu destino
em combate, durante 21 meses. E já cá tinha deixado a minha
namorada… e quando vim da guerra a primeira coisa que fiz, foi
visitá-la.
Regressei a Pínzio, com quase 24 anos, comecei a trabalhar e
entretanto casámos. O meu primeiro emprego foi trabalhar com
máquinas, na Junta de Colonização Interna (empresa que abria
estradas), durante cinco meses, até terminar a empreitada. Tive
vários empregos aqui na aldeia, entre eles, vendedor de pão da
padaria Nova de Pínzio. Assim se passaram quatro anos.
Em 1972 eu e a minha mulher emigramos para Alemanha. Os
meus sogros já estavam lá e quando fomos, eu ainda turista sem
papéis, mas a minha mulher já ia documentada e foi logo
trabalhar para uma fábrica de pão. Eu também comecei a fazer
uns biscatos até ter os documentos necessários para trabalhar.
Depois iniciei onde a minha mulher trabalhava. Ela começou a
pesar o pão e depois foi para o controle de qualidade. Eu iniciei
como condutor na empresa, passados três meses fui
encarregado de máquinas e mais tarde como chefe da sessão,
até ao último dia de trabalho, antes da reforma. Entretanto
comprámos em Pínzio um terreno e em 1993 acabamos de
construir a nossa casa. Sempre a pensar que viéssemos todos
para cá um dia, pois a nossa aldeia está sempre no nosso
coração. Entretanto os filhos começaram a trabalhar, casaram e
já por lá irão ficar.
Foram trinta e sete anos de trabalho sempre na mesma
empresa, assim como a minha mulher. Trabalhei todos estes
anos, com muito empenho pois o administrador era uma pessoa
acessível e muito compreensiva … era uma pessoa 100%.
Durante este tempo, também fazia horas extras, fora da
empresa. Fazia de tudo um pouco, mas trabalhava
principalmente em jardinagem. Tanto eu, como a minha mulher
gostamos de convívio e somos muito sociáveis, e como havia
naquela localidade muitos portugueses, resolvemos, juntamente,
com mais dois amigos nossos, criar um clube – Centro Cultural
Português … Os dois meus amigos mais velhos eram os sócios nº
1 e 2, eu era o nº 3 e a minha mulher sócia nº 4. Reuníamo-nos
nas casas de uns e de outros. Juntávamo-nos para conversar e
conviver… até organizávamos festas em salões da cidade e cujas
receitas reverteram para arranjarmos uma nova sede.
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
A partir daí, não parámos … criámos uma equipa de futebol e um
rancho folclórico onde a minha mulher foi a madrinha, isto é, foi
sempre a responsável, ela orientava e cantava também. Todos os
filhos participaram nas atividades do clube … o meu filho
integrou a equipa de futebol e as minhas filhas fizeram parte do
rancho folclórico. Foi uma altura muito boa … estávamos sempre
ocupados… fábrica… clube! Trabalhava muito, mas também
havia tempo para conviver.
Outra coisa que eu fazia com gosto era ajudar na igreja… fui
ministro da comunhão e também dava catequese.
Chegou a altura da reforma!… um episódio que guardo com
carinho, foi o último dia de trabalho… o patrão, como gostava
muito de mim, ofereceu-me uma recompensa.
Resolvemos regressar à nossa aldeia natal. Agora a nossa vida é
passada entre Pínzio e a Alemanha. Os filhos todos têm lá casa,
mas nós geralmente, vamos para casa da Ângela. O Inverno,
entre novembro e março, é sempre passado lá. Vamos pelo
menos duas ou três vezes por ano, para estarmos com a família.
Sempre viemos passar férias em Pínzio … quando eramos novos,
vínhamos de carro, mas eram necessário cerca de 30h, para
fazermos 2200 kms, pois as estradas ainda não eram como agora
e ainda tínhamos de passar pelo centro das grandes cidades, era
muito complicado, uma dor de cabeça … Agora, já é mais prático
e mais fácil para nós, fazermos as viagens de avião.
Os dois reformados há 13 anos, nunca deixámos caducar os
papéis porque além disso a assistência médica alemã é muito
boa… eu já precisei pelo menos de quatro intervenções cirúrgicas
e foi sempre lá … há outras condições.
A emigração deu a vida a muitos portugueses, falando
monetariamente, mas é preciso muito trabalho empenho e
sacrifícios, porque a vida também não é fácil, e não vem tudo de
mão beijada…
E diz a D. Lucília: - Eu digo que são terras de muito dinheiro, mas
há dificuldades e é preciso trabalhar bastante, mas também é
preciso sorte e nós também consideramos que ela tem estado do
nosso lado. Uma das grandes dificuldades que todos passam, no
início, é a língua … e nós convivíamos com muitos portugueses
ainda era mais difícil aprendermos. O meu marido ainda
frequentou a escola e fez um curso de português/alemão
durante três meses, mas eu lá me fui arranjando com o que
ouvia, na fábrica. Na sede do clube também contratamos um
senhor que ia dar aulas aos portugueses que quisessem
aprender, principalmente aos mais jovens.
Gostamos muito da nossa aldeia, mas quando cá estamos
pensamos na Alemanha pois é lá que temos os nossos filhos e
netos … quando lá estamos, temos Pínzio no pensamento.
Enquanto cá estou gosto muito, de frequentar as aulas da
Universidade Sénior … é muito bom e aconselha a todos… pois
além de adquirirmos conhecimentos, podemos conviver e
fazermos muitos trabalhos manuais.
Era muito engraçado quando estávamos de regresso à nossa
aldeia, e víamos a placa de Salamanca…. Até já parecia que
estávamos em Portugal, significava que já faltava pouco…. Mas
mais felizes ficávamos quando víamos a placa PORTUGAL, mas
quando atravessávamos a fronteira, aí é que enchíamos o peito
de ar e até respirávamos mais forte, pois estávamos chegando à
nossa aldeia natal.
O Jornal DIA20 agradece o tempo dispensado, para nos dar um
testemunho, de que há gente que emigrou, mas não se esquece
da sua aldeia natal e das suas gentes.
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
À CONVERSA COM… Jorge Pires – Presidente da ADAP
DIA20 - Jornal DIA20…. Notícias três vezes por ano … A
importância de levar notícias da nossa aldeia, além fronteiras …
o pouco empenho da participação e colaboração, no jornal,
com artigos ou fotos.
O Jornal DIA20 é um caso de sucesso e deverá continuar! Direi
que este Jornal está no patamar da Banda, mas claro, eles levam
muitos mais anos de vantagem! Este Jornal só é possível com a
dedicação extrema da nossa coordenadora Madalena Cabral. É
certo que muitos trabalham neste Jornal, mas ela é de facto o
grande motor, apesar das “forças de bloqueio” a que já uma vez
me referi. Da minha parte poderão contar sempre comigo, para
manter esta publicação viva.
DIA20 - São importantes as parcerias com outras
instituições/Junta de freguesia … Como encara o futuro da
ADAP?
Como já referi, as parcerias e partilhas são fundamentais. E serão
cada vez mais tendo em conta a nossa constante desertificação.
E estas parcerias têm vindo a acontecer. Destacaria a excelente
relação da ADAP com o atual Presidente da Junta de Freguesia.
Desde que ele foi eleito, noto que agora sim existe verdadeira
preocupação, entreajuda e parceria, sempre com muito respeito
de parte a parte, apesar das divergências, diferentes opiniões e
em que cada um defende os interesses de cada instituição. E a
Junta de Freguesia é um elemento fundamental na boa harmonia
entre todos. Por isso, parece-me que o futuro, neste campo, vai
ser bem melhor.
DIA20 - Embora haja muita gente a participar nas atividades
desenvolvidas por esta Associação acha mesmo assim, que as
pessoas se acomodam e poderiam participar mais,
nomeadamente em reuniões para discussões e opiniões, apesar
de haver sempre muita publicidade?
Sim, penso que as pessoas se acomodam em demasia e são
pouco participativas. Mas não é um problema só nosso. É um
problema de todas as coletividades de todas as aldeias. Em todo
o lado, resumem-se sempre a 4-5 pessoas à frente das
coletividades. E se forem 4 já é muito bom! Na ADAP, usamos
desde há já alguns anos mensagens sms para todos os sócio na
divulgação de reuniões e atividades. Para as reuniões nunca
aparece muito gente mas encaro isso de duas formas: A primeira
é que os sócios confiam em quem está à frente dos destinos; A
segunda é que alguns preferem debater os assuntos e criticar à
mesa do café! Para estes, nada há a fazer! Quanto à participação
nas atividades, não nos podemos queixar. Temos tido sempre
boa participação! Ainda antes de divulgarmos onde será a
próxima excursão e o preço, já temos 80% do autocarro
preenchido!
DIA20 - Outro Projeto da ADAP - Universidade Sénior em Pínzio
– Como prevê o futuro?
Este é um excelente projeto que iniciámos.
Mas tem três problemas:
Primeiro, é uma atividade em que dependemos financeiramente
para a sua existência. E como já puderam reparar, não gosto de
estar dependente financeiramente de terceiros;
O segundo é a falta de professores voluntários;
O terceiro é a fraca participação das pessoas.
Inicialmente começámos muito bem mas neste momento,
estamos a fraquejar! Já tentámos perceber o motivo e não o
encontramos. será o nome “Universidade” que intimida as
pessoas? Talvez! Teremos de repensar esta abordagem! Mas
uma coisa tenho a certeza, este é um excelente projeto. Ocupar
as pessoas, partilhar convivências e experiências e adiar a
institucionalização é fundamental nos dias de hoje.
DIA20 – A ADAP, as suas atividade e a sua sobrevivência. O que
pensa?
Penso que a próxima Direção deverá trazer novas atividades, que
outrora já foram feitas (matança do Porco, Entrudo, etc..),
manter as recorrentes (ex. hidroginástica) e as que dão lucro,
mas fundamental será continuar com este Jornal. Mas isto é a
minha opinião. Quem deverá decidir será a futura Direção e os
sócios.
DIA20 - Por último, como classifica Pínzio, já que está à frente
da ADAP e conhece Pínzio como as palmas das mãos?
Tenho uma enorme paixão por Pínzio e pelas pessoas que
genuinamente sentem Pínzio como eu (e são bastantes). Mas
não me perguntem porquê! Não faço a mínima ideia! Não é que
Pínzio seja melhor ou pior que outras aldeias, mas sinto que
somos diferentes. E quando digo somos, incluo os que
genuinamente se sentem de Pínzio. Penso que Pínzio é diferente
de todas as aldeias vizinhas e única! Prova disso é a quantidade
de pessoas que vieram de fora e fizeram vida por aqui. Todas
elas bem recebidas por nós. Como em todo lado, haverá pessoas
melhores que outras! Modéstia à parte, penso que muita gente
tem inveja do que temos e somos, daí alguma animosidade que
por vezes vem ao de cima aqui ou ali.
Em qualquer aldeia vizinha a que vá, sou sempre bem recebido e
faço questão que as pessoas saibam que sou de Pínzio. Não
aceito que falem mal da minha aldeia de forma indiscriminada e
sem fundamento. Mas repito, depois de deixar esta
responsabilidade, poderei exercer ainda mais a minha liberdade,
sem prejudicar a ADAP. Tenho amigos em todo lado e todos me
respeitam. E penso que contribuo para que a nossa aldeia seja
respeitada.
O Jornal DIA20 agradece o tempo disponibilizado e desejamos
todo o sucesso … que continue a vir com frequência à nossa
aldeia, assim como colaborar e participar nas atividades por cá
desenvolvidas.
Madalena Cabral
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Bem-vindo Maestro Carlos Ferreira
Depois de uma despedida bem sentida do Maestro Luís Mário
Gonçalves, é a vez de dar as boas vindas ao novo “pilar” da
Banda Filarmónica de Pínzio, o Maestro Carlos Ferreira.
Maestro é alguém que rege uma orquestra ou uma Banda
Filarmónica no nosso caso, é um músico sem instrumento, que
faz o elo de ligação entre todos os elementos da Banda…. sem
ela nada era possível!
Sê bem vindo Maestro Carlos Ferreira, contamos contigo para
levarmos o nome da nossa banda mais além … todos juntos
iremos dar o nosso melhor!
Saudações musicais
Lúcia Barrancos – Saxofonista da B. F. Pínzio
Oito anos de dedicação e empenho … Associação Social, Cultural, Recreativa e Desportiva de Pínzio
… Um ciclo de vida associativa!
Refiro também, a dedicação e colaboração que as associações
Neste período pascal que me é particularmente grato e tendo existentes na freguesia nos prestaram, pois foram determinantes
chegado ao “terminus” deste ciclo da vida associativa, é em alturas cruciais das nossas atividades.
imperativo que teça alguns comentários, relativamente aos
últimos oito anos que dediquei a esta associação. Quero obviamente não deixar de mencionar, que tive sempre o
Agradeço numa primeira análise, ao grupo que compôs e apoio incondicional do maestro que me acompanhou, Sr.
compõe a Banda Filarmónica, bem como respetivas famílias, que Professor Luís Mário Gonçalves, a quem deixo aqui também uma
de uma forma direta ou indireta, igualmente me acompanharam palavra de apreço e gratidão.
e que mais estreitamente comigo colaboraram, pois foi com eles,
que encontrei motivação para dinamizar e evoluir este mesmo Gostaria também de honrosamente apresentar os meus votos de
grupo. felicidades, para os próximos órgãos sociais que venham a
Tenho a noção perfeita e a consciência tranquila, que tudo fiz o integrar a associação, que com ela consigam os maiores êxitos.
que estava ao meu alcance, para de uma forma inteiramente
voluntária e, algumas vezes, em prejuízo da minha vida pessoal e NOTA FINAL
familiar, ter cumprido com os objetivos a que me propus. Refiro aqui pontualmente a generosidade da mordomia de 2018
Com efeito, é de referir que apesar das imensas dificuldades com de Santo André, para a oferta de valores monetários, com o
que me deparei ao longo destes anos, conseguimos manter esta objetivo direto de aquisição de um instrumento musical, que
associação com “boa saúde” financeira, de forma que, quem nesta data, foi decidido ser um BOMBARDINO.
quiser dar continuidade, possa tranquilamente avançar. Estas O nosso BEM-HAJA.
questões foram apresentadas em reunião de assembleia que
oportunamente foi realizada. Vítor Ferreira
RECEITA DA SOFIA … bolo de Folar
Ingredientes: Preparação:
- 1 kg de farinha de trigo; Desfazer o fermento num pouco de água morna. Deixar levedar cerca de dez minutos. Colocar
- 10 ovos; num alguidar grande, (a massa irá crescer muito) a farinha e o sal. Levar o azeite ao lume até
- 1/4 litro de azeite; ficar bem quente. Deitar sobre a farinha e mexer muito bem, com uma colher de pau. Com as
- 1/2 cálice de aguardente; mãos desfazer todos os gromos e juntar o fermento, os ovos e amassar. Juntar água-ardente e
- 3 colheres (café) de sal; continuar a amassar, até obter uma massa macia. Ter sempre ao lado um recipiente com
- 30 gr. De fermento de padeiro. azeite, para untar as mãos, por vezes é necessário enfarinhá-las.
Deixar a massa levedar 1 hora, ou um pouco mais (dependendo da temperatura ambiente) e
coberta por um pano, até duplicar de volume.
Tender os bolos, bocados de massa para cada unidade … estender cada um, deitar uns ‘fios’ de
azeite por cima, e esfregar para que a massa fique macia. Feche a massa juntando duas pontas
como se fechasse um livro, deitar mais uns ‘fios’ de azeite na parte de cima e espalhar bem.
Colocá-los num pano polvilhado com farinha e deixam-se ‘fintar’ cerca de 1 hora. A massa
deve duplicar de volume.
Vão ao forno a 200ºC, num tabuleiro polvilhada com farinha, cerca de 35 a 40 min.
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
SEM PACHORRA … PARA COISA NENHUMA!
Como é linda a Primavera, dizia a menina a
passear no jardim. Escutando essas palavras,
quanto passava os olhos pelo livro “sem
filtro”, dei comigo a pensar se seria verdade a
Primavera já ter chegado ou se afinal estava
casada com o Outono e nem sequer abalou?
Estas novas temperaturas, criaram novos
hábitos e com eles, novos problemas, para os
quais é difícil encontrar soluções. A atitude de alguns governos,
como o do Trump a fazerem vista grossa das alterações
climáticas é um dos exemplos que nada contribui para a
resolução do assunto. Chamá-los de burros é estar a ofender os
animais, pois quando se derem conta do erro já pode ser tarde
demais. Falta agora chegarem as geadas e então é que vai ser. Já
o ano passado e este, mal se viram os tortulhos, os míscaros e as
merujes. Agora só já falta queimarem-se as árvores de fruto….
onde iremos parar?
Caminha-se a passos largos para a chegada do Verão e com ele o
flagelo dos incêndios. As medidas obrigatórias não cumpridas
pelos proprietários serão bem punidas, pelo que cabe aqui
alertar para não fazer vista grossa e depois queixarem-se. Creio
que em redor das habitações não será tão grave. Fica a
esperança de não haver habitações a arder e gente a morrer.
Quanto ao resto, lá iremos gradualmente ano após ano. As
multas é que serão de imediato. Atenção portanto.
Por cá, chegou a caça ao voto para as europeias, a 26 de Maio.
Os partidos aí estão, com os seus argumentos, mais ou menos
credíveis, o que pouco importa pois o Povo vota mediante a
imagem do governo independentemente de quem vai na lista. Se
está contente, dirige o seu voto sem se importar a que se
destina. Vamos ver qual o resultado, até porque estas eleições
podem ser consideradas como um teste ao governo o que só
reforma o que acabo de afirmar.
Não vai ser fácil o governo superar a contestação com os
enfermeiros, os professores, os polícias, etc, etc, mesmo tendo
O QUE DIZEM OS ALUNOS SOBRE A UNIVERSIDADE SÉNIOR
Vitor Pina tem 67 anos, é reformado há um ano
e meio e é um dos mais recentes alunos
inscritos na Universidade Sénior no Polo de
Pínzio.
Inscrevi-me por insistência da minha mulher,
porque pensava: - que iria eu lá a fazer???...
Estava enganado. Muito pelo contrário, pois
neste momento estou muito contente por
frequentar esta escola, eu diria que rápido superei as minhas
expectativas. Frequento as aulas de informática, artes,
hidroginástica nas piscinas e ginástica. E gosto de todas as áreas.
Agora posso dizer que já aprendi muitas coisas, principalmente
na área de informática… porque quem não sabia sequer abrir o
computador, agora já navego na internet, leio os jornais online,
sei jogar jogos e sei mandar e receber mensagens pois tenho e-
mail que me dá muito jeito, principalmente para receber
extratos e correspondência importante.
Gosto de Ginástica e da Hidroginástica porque me fazem bem …
além de “desenferrujar” ajuda a manter a boa postura … às vezes
até me levanto com dores de costas e quando venho das aulas
venho muito melhor…. até venho mais leve.
Gosto das Artes porque gosto de participar em coisas manuais…
reposto as reformas, aumentado o ordenado minino, diminuído
o défice, o desemprego, rever IMI das habitações, ou baixar os
escalões do IRS. Vai ser uma tarefa que precisa de “mangas
arregaçadas”.
Quase que terminava por aqui se não fosse o Ronaldo a abrir a
porta para nova conversa. Um espanto. Com aquela idade e
ainda consegue três batatas de uma vez. Pior ficaram os
espanhóis. E em termos comparativos a academia do seixal está
em vantagem. Cancelo e Bernardo Silva dum lado, Ronaldo
doutro. Parabéns aos embaixadores. Na liga Europa e por cá o
Benfica, clube do meu coração, continua a dar cartas. Vai na
frente. Quando há dois meses o Porto era campeão “sem
espinhas” vê-se agora ultrapassado e em segundo lugar. O outro
colega, coitado é só desgraças. O antigo presidente lava “roupa
suja” em livro criticando actos e revelando situações que ainda
ninguém contestou e muito menos na justiça. Os cofres estão
como os meus, “sem vintém” e com os compromissos à porta.
Que mais lhe irá acontecer? É pena pois ninguém sabe se no
futuro alguém possa ter uma atitude idêntica ao Guimarães e
sem pretensões de voltar atrás na atitude tomada. Cuidado que
eles andam por aí. Europa adeus, taça adeus, campeonato adeus.
Para o ano é que é, dizem!!!!. O meu clube, esse sim, o charme
como ontem despachou o Dínamo e vai aos quartos-de-final.
Soberbo. Segue pé ante pé rumo à final, seja, na Taça de
Portugal, no Campeonato Nacional e na Liga Europa. Se o VAR se
portar com isenção, estou crente de atingir o paraíso.
Já vai longa a prosa e a “chefa Madalena” não quer que
gastemos muito papel. Estas conversas da treta espremidas não
deitam suco, servem, isso sim, para passear o olhar. E como hoje
é dia de missa desejo a todos uma feliz estadia neste mundo,
uma boa entrada na Primavera e recomendar que é altura para
pensar na marcação de férias, pois à última da hora é sempre
mais complicado.
Como diria o Raul Solnado, façam o favor de ser felizes!
Ernesto Gonçalves
já fizemos uns chupa-chupas para presentear e desejar feliz
Natal os “meninos” da ASTA, trabalhámos em rolhas de cortiça, e
fizemos várias coisas para expor no stand da Feira das Tradições
em Pinhel (tapete, mesa, cadeiras, vasos, flores etc). Neste
momento, estamos a fazer uma cesta e ovos, alusivo à Páscoa.
Gosto de todos os professores …. E quase sempre, nunca temos
pressa e, no final, ainda ficamos mais um pouco na conversa.
Quanto aos horários também são adaptados à nossa
disponibilidade, apesar de eu já não ter horários a cumprir.
Ginástica e Hidroginástica temos uma vez por semana,
Informática e Artes temos 4h por semana. E não há aulas de
inglês porque não houve inscrições.
Agora já reformado e como sei trabalhar no computador já faço
mais serão e estou ocupado a navegar na internet.
Nunca pensei em me adaptar tão bem, além de aprender
também me distrai e faz bem à cabeça... Só tenho pena, que
numa aldeia como Pínzio, não haja mais pessoas interessadas em
se inscreverem … Mas digo que se experimentassem gostavam
de certeza!... estas atividades servem não só para aprendermos
mas também para conviver e para nos divertirmos.
VENHAM EXPERIMENTAR, vão ver que vão gostar!
Vitor Pina
Jornal Nº19 – Abril 2019
À CONVERSA COM… Jorge Pires – Presidente da ADAP
Entretanto saí e estive cerca de um ano na Delphi, no
departamento de Engenharia ligado ao projeto X06 (Renault
Twingo). Entretanto, voltei para a Friague e aí abracei
responsabilidades técnicas, comerciais e de planeamento.
Em 2003 deixei a Friague e iniciei-me por conta própria na área
de projetos. Criei um gabinete de estudos e projetos nas áreas
de AVAC (ar condicionado e ventilação) GÁS (projetos de redes
de gás e reservatórios) licenciamento de estabelecimentos de
restauração, entre outros.
Em 2004 decidi criar uma página na internet e investi 2.500€ (na
altura chamaram-me doido) para vender mesas e cadeiras.
Comecei do nada e sozinho. Fiz o meu primeiro negócio em Abril
de 2004 e desde daí foi sempre a crescer, até que criei em 2006 a
empresa de hoje DEALPOINT.
Em 2007, achei que este negócio seria o futuro, deixei o negócio
dos projetos e dediquei-me a este. Desde então fomos
crescendo e hoje somos uma referência a nível nacional na nossa
área (mobiliário, iluminação e artigos de decoração para hotéis,
centros comerciais, restauração e espaços públicos). Temos
clientes em todos os cantos do País! Temos feito obras grandes e
relevantes a nível nacional (mais recentemente equipámos a
nova sede da Segurança Social em Lisboa e vamos agora instalar
mais de 1000 estores no edifício). Grande parte dos centros
comerciais de Portugal são nossos clientes. Vamos em Junho
remodelar mais um em Torres Novas. Recentemente também
fornecemos as cadeiras do público para o programa da Cristina
Ferreira da SIC! Todo este crescimento só foi possível graças aos
excelentes trabalhadores que se foram juntando a mim ao longo
dos anos. Neste momento somos 11 e continuamos à procura de
mais. De referir que dos onze, três são de Pínzio.
E já agora, também tenho muito orgulho em 90% do nosso
dinheiro ser movimentado no balcão da Caixa de Crédito Agrícola
de Pínzio. Ainda são uns bons milhares de euros que ajudam a
que não feche.
DIA20 – Como surgiu, na sua vida, a Associação dos Amigos de
Pínzio?
Sou o sócio nº 4. Em 2003, durante a mordomia da festa de S.
Sebastião, eu o Joaquim Gonçalves, Luís Garcês e Carlos
Monteiro achámos que fazia falta, em Pínzio, uma coletividade
como a ADAP. E continuo com a mesma ideia. As festas que
realizámos em 2004 ficarão na memória das pessoas para
sempre. Sentimos que para poder realizar eventos desse calibre,
teríamos que estar associados. E foi assim. A numeração foi à
sorte. Calhou em sorteio o Nº1 ao Joaquim, o Nº2 ao Luís e o Nº3
ao Carlos. Como Presidente, presidi de 2004 a 2005 e agora
estou desde 2010 até ao final deste ano.
DIA20 - Disse até final deste ano?
Sim. Entendo que, nesta fase, já dei o que podia à ADAP. Está na
altura de dar lugar a outros que tragam novas ideias, novo
fôlego, nova dinâmica! Sinto que o meu tempo se esgotou e que
a ADAP precisa de outra dinâmica.
Estarei sempre disponível para ajudar e participar, mas não para
ocupar lugares executivos. E tal como referi na passada reunião
de Assembleia, a minha decisão é irrevogável, mas o meu
irrevogável não é o do Paulo Portas! É para ser levado a sério!
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Temos hoje 151 sócios que podem ser eleitos e por isso, penso
que deverá haver candidatos.
Ao longo destes anos, fomos aumentando o património e penso
que hoje a ADAP está mais preparada para o futuro, mas
também com mais responsabilidades.
Estou a trabalhar para que até final deste ano, a ADAP possa ser
completamente independente financeiramente (e já falta
pouco). Aproveito para agradecer a todos os sócios eleitos nas
minhas listas que ao longo destes 10 anos me acompanharam. O
trabalho realizado só foi possível com a ajuda e participação
deles.
DIA20 - Mundo profissional como empresário, e mundo
associativo … como concilia, no dia-a-dia estas duas atividades?
Não é fácil! Muitas vezes não sobra tempo para o associativismo
e os assuntos são tratados em cima dos acontecimentos! Por
outro lado, quando dedicamos tempo ao associativismo,
estamos a retirá-lo ao nosso lazer e à família. Por isso tenho dito
que não é fácil estar na linha da frente. As pessoas que abraçam
estas causas, fazem-no de forma desinteressada e muitas das
vezes, com custos financeiros. Orgulho-me em dizer que nem eu
nem ninguém que esteve comigo ao longo destes anos, nunca
bebemos nem comemos o que quer que fosse que cada um de
nós não tivesse pago!
DIA20 - A freguesia de Pínzio tem várias coletividades – ADAP,
Banda, Caçadores e Santa Bárbara…. O que acha de todas elas,
na mesma freguesia, mesmo sabendo que é a favor do
associativismo e de atividades em conjunto?
Penso que a Freguesia de Pínzio tem dimensão para que todas
elas coabitem. Cada uma delas tem o seu público, sua missão e
propósito. Penso que deverão cada vez mais trabalhar em
conjunto, em entreajuda e em partilhar cada vez mais. Aliás
como já acontece na Sardinhada que realizamos em Junho e
também entre nós e a Associação Cultural. No entanto, penso
que dentro de alguns anos será inevitável que a ADAP e a
Associação Cultural se unam numa só. Digo isto, tendo em conta
a constante desertificação a que estamos expostos. Esta minha
opinião poderá ser agora criticada ou até mal interpretada, mas
estou convencido que o futuro me dará razão.
DIA20 - Fale da ADAP, com as suas atividades, como meio de
promover Pínzio?
Temos feito, atividades recorrentes tais como a participação na
Feira das Tradições em Pinhel, as caminhadas, as excursões, as
sardinhadas, os magustos, as aulas de hidroginástica, mas
destacaria as aulas da Universidade Sénior, este Jornal e também
o grupo de Teatro, que entretanto já não funciona! A peça “Uma
lição sem o Tonecas” foi das melhores experiências que já
alguma vez tive na vida. Mas não posso deixar de referir que o
“campeão” da promoção do nome de Pínzio, é a nossa (da
Freguesia) Banda Filarmónica e todos aqueles que
orgulhosamente dizem bem alto e sem vergonha que “eu sou de
Pínzio”. Faz-me alguma confusão ouvir pessoas que moram e
fizeram vida em Pínzio dizerem certas barbaridades da nossa
aldeia! Mas depois de deixar a função de Presidente, terei todo o
gosto em lhes responder.
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
À CONVERSA COM… Jorge Pires – Presidente da ADAP
DIA20 - Quem é Jorge Pires? Fale-nos um
pouco de si.
O meu Pai é natural de Pínzio e a minha mãe
Edite (também conhecida como costureira) de
Alfarazes, uma pequena aldeia bem perto da
Guarda. Portanto, sou neto do Joaquim Pires e
da Antónia Lourenço. Os meus pais foram
emigrantes em França durante muitos anos e
foi aí que eu e minha irmã Odília nascemos. Eu em 1973 e ela em
1979. Portanto, estou a caminho dos 46!
Sou casado e tenho dois filhos, a Mariana a caminho dos 18 e o
André dos 13 anos. Vivemos na Guarda, mas não dispenso a
vinda a Pínzio pelo menos uma vez por semana!
DIA20 – Como é ser filho de pais emigrantes. Fale um pouco
desse tempo da sua infância/juventude…. Que sentimento vivia
nessa altura, com os pais longe?
Nasci em França, mais precisamente em Beaumont, Clermont-
Ferrand e por lá estive até aos meus 10 anos. Nessa altura, os
meus Pais pensavam em regressar a Portugal nos próximos anos
e decidiram que seria melhor eu começar os estudos já em
Portugal. E assim foi! Fiquei em Portugal com 10 anos e os meus
Pais e irmã (na altura com 4 anos) voltaram para França,
pensavam eles por pouco tempo (acabaram por só regressar em
2006).
Fiquei em casa da minha tia Carminha (irmã da minha mãe) em
Alfarazes e voltei a fazer a 4ª classe na escola de Alfarazes. Digo
voltei, porque já a tinha feito em França, mas a professora
insistiu que teria de começar os meus estudos em Portugal na
escola primária! Aliás, à vontade dela teria ido para a 2ª classe!
Mas depois de muitas insistências e de lhe provar que eu não
sabia menos que os seus alunos, acabou por aceitar mas
obrigou-me a começar na 4ª classe. E foi assim que fiz duas vezes
a 4ª classe.
Quando regressei, estava preparado porque em França, para
além das aulas normais na escola Francesa, tinha aulas de
Português às quartas-feiras à tarde e Sábados de manhã e em
casa, somente falávamos em Português.
Depois de concluída a 4ª classe com sucesso, mas sem me livrar
de uma ou outra reguada da professora (para mim era uma
novidade, porque em França isso não era aceitável), fui para o 5º
e 6º ano (então chamado de ciclo) na Guarda e também passei a
ir viver com os meus tios Virgínia e Júlio e os meus primos até
completar o 11º ano, na Escola da Sé.
Não é fácil deixar amigos, hábitos e um País aos 10 anos de idade
e mudar para outro desconhecido e completamente diferente
(em 1983 Portugal era um País com um atraso enorme em
relação à França), para além da separação entre Pais e irmã! Mas
foi assim! Não fosse assim e hoje seria outra pessoa, não sei se
melhor ou pior, mas certamente diferente! E eu gosto de como
sou, portanto, valeu a pena!
Depois de ficar em Portugal e até aos meus 17 anos, ia todos os
anos passar as férias de verão a França.
DIA20 - Há algum episódio da sua infância que queira relatar?
Episódios há sempre! Difícil é escolher! Talvez o mais famoso e
que até hoje me acompanha, foi o dia em que eu e o meu
“comparsa” decidimos subir ao telhado da casa do meu Pai em
Pínzio e ser visto por uma vizinha. Daí a minha alcunha de
“caipira”.
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
BAU DAS RECORDAÇÕES
DIA20 - Conte-nos lá essa história. Afinal muitos lhe conhecem
a alcunha mas poucos sabem a origem.
Numas férias de verão em Pínzio, talvez com 11 ou 12 anos, o
meu amigo João Pedro, filho da Amélia e Joaquim (também
éramos vizinhos em França) lembrou-se de subir ao telhado da
casa do meu Pai (temos um terraço que dá para o telhado) e eu,
não me neguei. Do telhado do meu Pai, passeámos por todos os
telhados vizinhos até nos assumarmos a um beirado (sujeitos a
cair de uma altura de 6 metros) e uma senhora que vinha a
passar nos ver. A partir daí vieram os castigos, pois claro!
Ao fim do dia, estava em casa da minha avó Antónia e aparece o
meu primo Luís a dizer que a GNR lhe tinha perguntado se não
conhecia uns caipiras que andavam em cima dos telhados! A
minha prima Cristina pegou na deixa e a partir daí, fiquei o
caipirinha dos telhados.
DIA20 - Onde estudou e qual o seu percurso académico
No ensino secundário, estudei na área da eletrotecnia, muito por
influência dos meus primos de Alfarazes, Paulo e Agostinho. O
meu primo Paulo era um craque em eletrotecnia e eletrónica.
Depois fui estudar para o Politécnico da Guarda na área de
Eletromecânica e posso dizer-vos que na altura, apesar do que se
dizia, o Politécnico da Guarda era uma excelente escola, com
excelentes professores e com excelentes condições na área das
Engenharias. Alunos de outras escolas mais conceituadas, não
acabavam os cursos com mais competências que nós. Aliás,
muitos dos meus ex-colegas de curso trabalham hoje em
empresa de renome nacionais e ocupam cargos de relevância. Foto do Baú de D. Laurentina… (ano 1960). As três gerações: Ana (irmã), Julieta (irmã),
Depois desta formação de base, fui fazendo muitas outras Maria Teresa Jorge (mãe), Jorge (bebé neto) José Lourenço Jorge (avô materno),
específicas nas áreas da Engenharia. Em 2011 fiz um MBA em Teresa Jorge (irmã), Joaquim Bernardo (pai)
Gestão de Empresas na Universidade Portucalense e desde
então, tenho feito formações nas áreas da gestão.
DIA20 – Terminou o curso e tendo lecionado optou por ser
empresário.
Em boa verdade, o ter sido professor, foi um mero acaso!
Aconteceu no ano letivo de 2005-2006. Ligaram-me da Escola
Secundária da Sé a pedir para que aceitasse ser professor na
disciplina de Práticas Oficinais e Laboratoriais de Eletrotecnia ao
12º ano de escolaridade. Eles tinham que ter obrigatoriamente
dois professores para essa disciplina e faltava-lhes um! Acabei
por aceitar. Mas o mais caricato é que eram necessários dois
professores, mas só havia um aluno! Enfim! Vamos lá entender
este sistema de educação!
Comecei cedo a trabalhar e sempre tive gosto pelo trabalho, em
aprender e claro, ganhar dinheiro. Na minha juventude, fiz feiras
com o Sr. Alcides (fazia a feira de Vilar Formoso) apanhei cerejas
em França (fiz duas épocas e aqui ganhei dinheiro para pagar a
minha carta de condução), fiz Sábados na cerâmica do Sr.
Amadeu em Figueira, trabalhei muitos anos na discoteca do café
Paris, entre outras coisas.
Com 17 anos, deixei de ir passar férias a França e comecei a
trabalhar com o meu primo Agostinho (também conhecido por
Nunes) na Friague (hoje já encerrada). Trabalhávamos em ar
condicionado, equipamentos hoteleiros, reparações de
máquinas, etc… Aprendi lá muito! Com a empresa e com ele!
Trabalhei lá, mesmo no tempo em que estudava no Politécnico.
Comecei o meu percurso contributivo na empresa Friague, logo
após ter terminado o curso em 1997. Esta foto do Sr. Manuel Monteiro foi cedida por Ismael (seu genro).
Relembramos uma atividade já em desuso – Picar (afiar) a gadanha.
Jornal Nº19 – Abril 2019 Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
PELA SUA SAÚDE … Medicina convencional / lado a lado com a medicina alternativa
Podia ser uma intervenção no programa "pros e
contras" da RTP1 mas não é...é apenas a minha
opinião e queria fazer deste artigo uma crónica muitas vezes, tentamos recorrer aquilo que até agora
muito pessoal como fisioterapeuta e como
pessoa que também recebe cuidados de
saúde...
Continuo no meu gabinete a prestar cuidados
de saúde tal e qual como me foram ensinados
numa escola que me proporcionou um programa de técnicas
cientificamente provadas, mas confesso que, como profissional
de saúde, para além de ter aperfeiçoada essas mesmas técnicas
(em que acredito!!), com a prática muita coisa me fez pensar e a Na minha prática como disse, utilizo as técnicas que se centram
minha maneira de trabalhar muito mudou ... abri espaço para
integrar novas visões de tratamento baseadas na nutrição e em
terapias ditas alternativas...muitas, não provadas energéticas... posso-vos falar de uma senhora que veio ao
cientificamente, mas baseadas na evidencia....
Lembram-se de quando os nossos avós nos faziam umas
mezinhas… 1 chazinho de limão e mel para as constipações? Ou
de casca da cebola para a tosse? Ou quando os nossos pais nos
preparavam um chá de gengibre quando estávamos afónicos?
Ou quando ouvimos ainda, do vizinho, que a melhor maneira de
começar o dia é beber um copo de água morna com umas
gotinhas de limão? Pois bem, hoje acredita-se cada vez mais
nisso mesmo, no poder das plantas e nas suas propriedades...
falamos cada vez mais em naturopatia, homeopatia, nutrição,
óleos essenciais...
Depois existe também o campo energético, que ouvimos tanto
falar na medicina chinesa e nos seus meridianos, tanto
proclamados pela acupuntura...entrei um pouco nesse domínio
e, confesso, apaixonei-me um pouco, por essa visão de ver a
doença... comecei uma formação "R.E.S.C." que muito se
assemelha com a acupuntura mas não utiliza agulhas...que me
ensinou muitas coisas, sobre o nosso próprio organismo e o
aparecimento de muitas doenças, percebi que o nosso corpo fala
e que precisamos ouvi-lo entende-lo… E por vezes aquilo que
chamamos de doença (eczema, sinusite, alergia, etc...) podem
ser entendidos apenas como sintomas pela medicina chinesa e
que surgem como sinais de alerta por tensões no nosso
"interior" que precisa de ser reequilibrado.
Não sou extremista, acredito nas terapias alternativas, entendo
que precisam de ser vistas, como primordiais na prevenção de
doenças e ser vistas como arma importante no tratamento da
doença lado a lado com a medicina convencional....
Lar Centro Mensagem de Fátima de Pínzio
… e as obras continuam!
As obras continuam no Lar Mensagem de Fátima em Pínzio. Já se
pode ver o exterior quase terminado.
Mais uma fase … agora é a vez do espaço interior do edifício…
com muita luminosidade … quartos espaçosos e com casa de
banho privativa, um grande salão de convívio, salão de
cabeleireira, gabinete para fisioterapia e muito mais…
Agora resta-nos esperar por novas notícias …. cá estaremos na
próxima edição, para darmos a conhecer o ponto de situação
desta obra tão importante para a nossa aldeia e principalmente
para todos os utentes! Queremos um espaço onde todos se
sintam bem, porque os nossos “jovens” além de cuidados de
carinho, merecem um espaço com todas as condições.
Hoje, cada vez mais percebemos que a medicina convencional
não tem respostas para tudo e por isso, em forma de desespero
recusávamos... mas que já os nossos bisavós utilizavam...
O exercício, o contacto com a natureza, a meditação, o yoga, a
sofrologia são alguns exemplos de conselhos na busca de uma
vida saudável ou na busca de aniquilar os efeitos da palavra
moderna, que é o "stress" … os meus bisavós não conheceram
certamente essa palavra nem tão pouco a palavra "burnout"
que também faz parte de um vocabulário moderno de uma
sociedade dita.... moderna!
no aspeto fisiológico do corpo humano todos os dias, mas por
vezes pode acontecer que precise de utilizar outras técnicas
gabinete com os seus 50 anos com problemas de incontinência
urinaria a senhora apresentava esse problema há 4 anos e desde
aí, a sua vida tinha mudado completamente, limitando-a na sua
vida social e sexual. Fiz a avaliação de fisioterapia e percebi que
os seus músculos do períneo, apresentavam uma força normal,
que contraíam e relaxavam harmoniosamente ... algo incoerente
me escapava... então propus-lhe fazer um reforço muscular e
consciência corporal. Depois de algumas sessões, com alguns
desabafos flash da doente, percebi que havia uma componente
emocional ligada a morte do seu pai há 4 anos com o qual
mantinha desde a sua adolescência uma relação tóxica...nunca
aprofundou a conversa apenas deixou-me entender coisas que
poderiam ser bastante profundas... encaminhei-a para uma
consulta de psicologia, pois perguntei-lhe se tinha consciência
dessa componente emocional no seu problema de saúde, ao que
ela respondeu que sim. E propus-lhe depois, então uma sessão
de R.E.S.C. Na semana seguinte a doente confessou que não
tinha voltado a ter episódios de incontinência urinaria.... não é
uma terapia milagrosa, porque não há terapia milagrosa....
porque se houvesse uma terapia milagrosa teríamos já a chave
para todos os problemas e todos faríamos a mesma terapia e só
essa mesma.... mas não há! Já tratei várias incontinências
urinarias, mas não tratei mais nenhuma, da mesma maneira...
porque há casos e casos...e porque precisamos de estar à
escuta.... a única coisa que sei, é que cada um precisa de
encontrar a sua, começar pela prevenção e, no que toca ao
tratamento, recorrer ao convencional lado a lado com a panóplia
de coisas alternativas...
Raquel Cabral - Fisioterapeuta
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
TRADIÇÃO PERDIDA… O “amanho” da terra
Já lá vai o tempo, que todos os terrenos e cantinhos eram Existem ainda muitos cultivos que são feitos de forma
cultivados. Era um regalo ver uma paisagem com todos os tradicional, por opção, já que algumas frutas, verduras e
campos bem lavrados e sem ervas daninhas! sementes precisam ser tratadas mais delicadamente.
A agricultura tradicional é a forma mais antiga de trabalhar a Com o avanço que houve, a agricultura passou a ser feita com
terra e praticada há milhares de anos … mais uma tradição ajuda de diferente maquinaria, substituindo a mão de obra e as
perdida, na nossa aldeia! alfaias rudimentares.
A agricultura, praticada há muitos anos, dependia do uso da mão Há também uma agricultura com um tratamento especial, a que
de obra direta, a força dos animais, de vacas ou burros, e chamamos agricultura biológica, e que vem sendo preferida
utensílios rudimentares... ou seja, aquela que não há intervenção entre muitos, justamente por não conter nenhum tipo de
de nenhuma maquinaria, assim como o uso de recursos naturais produtos químicos, o que favorece uma boa qualidade de vida,
no desenvolvimento da atividade - chamamos agora de por serem produtos mais saudáveis.
agricultura tradicional. Uma das grandes características desta Em Pínzio, já não se pratica a agricultura tradicional e poucos são
agricultura tradicional, era ser feita em pequenas propriedades. os que trabalham os campos. Os mais jovens já não conhecem as
Quando falamos de agricultura, pode pensar-se que a atividade diferentes e rudimentares alfaias agrícolas, pois já há bastantes
engloba apenas o semear e o colher… não é só pegar a semente anos, entraram em desuso…. São tradições já desaparecidas..
fazer um buraco e semear, mas na verdade muitos eram os
trabalhos a serem feitos até se fazerem as colheitas. A
preparação do terreno é uma das principais tarefas para se
obterem boas plantações, quer no jardim, na horta, numa
pequena propriedade ou em terrenos de maiores dimensões. Na
maioria das vezes é necessário virar a terra várias vezes com o
arado e a grade, para criar o ambiente de crescimento ideal. Era
a lavrar e a gradear que se “fazia” a terra, permitindo que
circulasse melhor a água e o ar, desfazendo-se os aglomerados,
porque a terra deve ficar relativamente solta. Nesta altura,
aproveitava-se para acrescentar à terra, os elementos que se
pretendia para corrigir ou melhorar a composição da mesma. Por
último, retirava-se da superfície as pedras, todos os elementos
estranhos à terra, que poderiam, mais tarde, dificultar a
plantação e o enraizamento das plantas.
A terra já pronta para receber as sementes … depois de mexida,
remexida e devidamente alimentada, começava a sementeira ou
plantação…e a seguir era necessário sachar, mondar, regar…
depois, o tempo se encarregará do resto …. e finalmente as
colheitas.
A isto se chama “amanhar” a terra para as sementes serem
semeadas, ou seja tratar dela, desde a primavera até ser colhido
o “mantimento”.
Qualquer agricultor que se preze, deve trabalhar bem a terra,
para que as raízes das plantas se possam instalar fácil e
rapidamente, retirando da mesma, todas as substâncias de que
se alimentam. Ao mesmo tempo que o agricultor, areja a terra,
aproveita para adubá-la. Os adubos deitados na terra eram
naturais, apenas o estrume dos animais, que nessa altura havia
em grande quantidade. A terra recebia um tratamento
diferenciado, pois não era utilizado nenhum tipo de adubos
químicos, venenos ou composto que acelerasse a produção das
sementes e plantações.
Para todas estas tarefas eram utilizavam algumas técnicas
agrícolas consideradas rudimentares, tais como o uso da enxada
ou o sacho, do arado e charrua, da grade de tração animal, da
foice, da gadanha, característicos desse tipo de agricultura que
existia, na nossa aldeia..
E não era preciso estudar nos livros para se ser um bom
agricultor, o essencial era a prática, a prática da vida e o ensino
dos antepassados, que passava de geração em geração..
Esta tradição terminou, e hoje em dia, poucos são os que
praticam esta atividade, apenas se cultivam pequenas
propriedades a que chamamos de hortas… é geralmente
destinada apenas para gasto da família. Madalena Cabral
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
Agradecemos desde já todos os colaboradores
permanentes e às pessoas que já quiseram dar
o seu contributo.
É certo, que o jornal DIA20, só será uma
realidade, se houver pessoas que quiserem
partilhar connosco as suas vivências, crónicas,
fotos ou mesmo pequenas histórias reais ou
não. Por isso ficamos agradecidos a todos que
quiserem participar. Basta, para isso, enviarem
os vossos textos para o seguinte e-mail:
madalenajcabral@sapo.pt
ASSEMBLEIA GERAL
Madalena Cabral Sócia nº111 – Presidente
Beatriz Pina Sócia nº68 – Secretária
Rafael Fonseca Sócio nº46 – Secretário
Manuel José Dias Sócio nº37 – Suplente
José Almeida Sócio nº23 – Suplente
Victor Pina Sócio nº41 - Suplente
CONSELHO FISCAL
Luís Gonçalves Sócio nº15 – Presidente
Cidália Abrunhosa Sócia nº21 – Vogal
Luís Cabral Sócio nº33 – Vogal
Anabela Fortunato Sócia nº22 – Suplente
Susana Pires Sócia nº125 – Suplente
Abel Lopes Sócio nº69 - Suplente
DIREÇÃO
Jorge Pires Sócio nº4 – Presidente
Lisete Cardoso Sócia nº36 – Vice-Presidente
Elisabete Teixeira Sócia nº57 – Tesoureira
Ricardo Custódio Sócio nº168 – Secretário
Marisa Gonçalves Sócia nº196 – Vogal
Dina Lopes Sócia nº157 – Suplente
Luís Marques Sócio nº67 - Suplente
Márcia Parada Sócia nº56 – Suplente
Carlos Monteiro Sócio nº2 - Suplente
Ernesto Gonçalves Sócio nº62 – Suplente
CONTACTOS ÚTEIS
Número Nacional Socorro……………….……..….112
Junta Freguesia de Pínzio……………...271 947111
Posto Público de Pínzio……….……..…271 947131
GNR Pínzio ……………………………..…….271 947183
Farmácia Modena Pínzio……………..…271947257
Táxis de Pínzio…………………..………..…271947182
Pároco de Pínzio …………………….……..967924670
Correios de Pínzio …………….…….….…271 947111
Centro Saúde Pínzio………….…………. 271 947220
Credito Agrícola……………….………..….271 947850
Centro P. M Fátima (Lar)………….……271 940010
Centro de Saúde de Pinhel ……………271 413413
Câmara Municipal de Pinhel ……..….271 410000
Repartição de Finanças Pinhel…….…271 412281
Bombeiros de Pinhel …...……………….271 412211
EDP Guarda ………………………………….271 004400
ULS – Hospital Sousa Martins ……….271 200200
C.R. Seg. Social…………………….………..271 232600
PT Telecom ………………..………………..271 208300
MENSAGEM DO PRESIDENTE
Uma água de Maio e três de Abril, valem por mil!
Assim diz o ditado!
Portanto, nada de ficar triste com as primeiras águas de Abril,
apesar de nos termos convencido que já tínhamos o verão à
porta com os dias soalheiros de Março.
Nesta edição nº 19 do nosso Jornal DIA20, por razões profissionais, não me foi
possível ler os artigos na íntegra antes de escrever esta mensagem, pelo que, não
poderei aqui dissertar acerca deles, como vem sendo habitual.
Queria publicamente deixar uma palavra de alento à nossa Tesoureira Elisabete
Teixeira, neste momento difícil da sua vida.
O infortúnio bateu-lhe à porta quando nada o fazia esperar!
Mas a saúde (ou a falta dela) é mesmo assim! Quando menos esperamos, lá nos
calha. Felizmente está a recuperar bem e com o apoio de todos, irá certamente
voltar à sua vida normal.
Também na ADAP contamos com ela para o que nos resta desta caminhada.
Já temos plano de actividades para 2019 aprovado, que poderão consultar nas
páginas centrais, sendo que as datas ainda não são vinculativas.
Em relação aos sócios, direi que continuam muito dinâmicos! Começámos a
cobrar as quotas em 24 de Fevereiro e até ao dia 5 de Abril (ou seja, 40 dias) já
foram pagas 54,8% das quotas a pagamento.
Direi que, modéstia à parte, provavelmente somos a colectividade mais invejada
de Portugal, nesta matéria!
Mas o mérito é todo dos sócios!
Esta Direcção, simplesmente criou as condições para que fosse possível.
Para terminar, gostaria de relembrar que as eleições da Associação Cultural estão
agendadas para Sábado dia 20 de Abril (Sábado de Páscoa e mercado).
Se for sócio, vá votar porque, lista, parece que vai haver!
Votos de uma Feliz Páscoa.
Vemo-nos novamente na vigésima edição deste Jornal DIA20 em Agosto
FICHA TÉCNICA
JORNAL DIA20
Diretor: Jorge Pires
Coordenadora: Madalena Cabral
Editores: Jorge Pires, Lisete Pina, Madalena Cabral
Sede: Associação dos Amigos de Pínzio, Rua da Pontinha, nº 26, 6400-069 Pínzio
E-mail: adap.pinzio@gmail.com
Facebook : www.facebook.com/pages/Associação-dos-Amigos-de-Pínzio
Periodicidade: Quadrimestral
Design e Paginação: Ricardo Custódio
Impressão: Município de Pinhel
Tiragem: 250 Exemplares a preto e branco
Distribuição: Gratuita
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO
NÓS, OS MAIS PEQUENOS!
Depois das atividades realizadas tais como a reflorestação de
árvores autóctones, atividade esta, que se realizou, dia 15 de
fevereiro e na qual estiveram presentes entre outros, o senhor
Presidente do Município de Pinhel, Rui Ventura e os alunos do
pré-escolar e EB1 de Pínzio, que finalizou com um lanche
bastante apreciado.
Este período veio culminar com a Feira das Tradições, que teve
bastante impacto dentro e fora da comunidade educativa. Foi
uma das atividades de muito trabalho, mas foi gratificante.
Jardim de Infância de Pínzio
Mozart o estorninho
Era uma vez um estorninho sem casa. “O dom de enterrar pinhões.”
Tinha viajado desde Viena na Áustria até Pinhel, no distrito da Aí, junto do lago e dando golpes com o bico enterrava as
Guarda, no dorso de um falcão. sementes.
Mozart era o seu nome, nome de compositor. Não contente com isso, colocava folhas, pedras e galhos, em
Tinha uma plumagem preta, reluzente, bico amarelo e patas cima do local remexido, de forma a camuflar ou disfarçar o feito
vermelhas. realizado.
Vivia triste, sem companheira. Assim, o estorninho foi considerado o «grande protetor dos
O estorninho era sábio e resolveu escolher um lugar belíssimo pinheiros» deste local maravilhoso.
para viver e ser feliz.
Aquele lugar que encontrara era um espaço cheio de faias e
pinheiros. Um espaço, verde água, que quase tocava o céu,
habitado por coelhos, raposas, texugos, veados e esquilos.
Foi aí, junto de uma cascata, perto de uma pequena gruta, que
resolveu, o estorninho sábio, fazer a sua casinha.
Um dia, quando o estorninho dormia foi acordado pelo som dos
golpes de um machado.
Os homens destruíam aquele lindo lugar…
Assustado escondeu-se na gruta.
Dentro da gruta, adormeceu, durante largos meses…
Um dia, ao amanhecer escutou uma voz que lhe pedia para sair
da gruta e regressar rapidamente ao lago. Nesse dia foi- lhe dado
um dom. Alunos da E.B. 1 Pínzio
Pínzio … algumas memórias de infância … em livro
Sou Jorge Margarido, nascido em Pínzio, que bradava entre gargalhadas “aí vêm os três Jorges” a que eu
concelho de Pinhel, distrito da Guarda, meu pai respondia, de supetão “três Jorges, não! Este é o Jorge; este é o
Ângelo Margarido, oriundo de Espanha e Jó-jó e eu sou o Jorginho”; lembro-me do pai e do filho que era
trompetista na Banda Filarmónica de Pínzio, “o Mota”, ébrios e divertidos; do Carnaval e do medo mórbido
minha mãe Emília Carrilho e alentejana. Fiz todo por uma carantonha de vaca por casa aparecida, na ocasião;
o meu percurso escolar na Guarda … tenho difusas memórias de outos episódios de menor relevância,
Concluí o curso em docência no 1º Ciclo do mas que teceram a pessoalidade que hoje visto.
Ensino Básico na Escola do Magistério Primário da Guarda, em Retrato nos livros o que sou … e sou um pouco dessa, e doutras
1988; continuei o percurso académico licenciando-me em aldeias… Não sei quanto de cada qual. Às vezes parece-me que
Orientação Educativa e, mais tarde, em Educação Física. as palavras sobrevêm antes dos pensamentos e, sem querer, dou
Embora tenha passado pela equipa de coordenação do Desporto comigo a relacioná-las com as memórias. Pínzio remanesce,
Escolar e como desportista praticante, é como Professor então.
Primário que gosto de ser identificado e reconhecido. Fui convidado para participar numa sessão
A leitura, a escrita, a música, o BTT, a agricultura e a jardinagem de autógrafos na Feira das Tradições de
são alguns dos meus hobbies. Pinhel, do último livro publicado “Seis
Na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, como autor, Vezes Alpha”. Uma história que mostra a
apresentei três obras: “Uma lâmpada de flores secas”, “Toleimas morte, não como um fim, mas como o
e paranoias nos arrabaldes da Sé” e “Seis Vezes Alpha”. reinício de um ciclo de aprendizagem
Pínzio foi local de residência familiar por razões de oferta de culminado num destino tão enigmático
emprego a meu pai, mecânico numa oficina local. Lá nasci e de lá quanto inadiável. Pínzio está no caráter
saí por volta dos 4 anos de idade. das personagens e nos cenários de alguns
Nesta aldeia recordo-me da Ti Delfina, vizinha e ama; dos três destes capítulos. Jorge Margarido
Jorges a pedir pão com doce de abóbora, de uma tal Dona Elisa, O Jornal DIA20 agradece e deseja-lhe sucesso como escritor.
Jornal Nº19 – Abril 2019
JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO JORNAL DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DE PÍNZIO

TRADIÇÃO PERDIDA … O “amanho” da terra

Já lá vai o tempo que todos os terrenos e cantinhos eram cultivados. A agricultura, praticada há muitos anos, na nossa aldeia, dependia
do uso da mão de obra direta, a força dos animais, a vaca e o burro e utensílios rudimentares … não é só pegar a semente fazer um
buraco e semear…. Era preciso “amanhar” a terra, para posterior colher.

É DE PÍNZIO OU TEM LIGAÇÕES A PÍNZIO? TEM UMA EMPRESA OU UM NEGÓCIO?
ENTÃO ESTE ESPAÇO É DEDICADO A SI!
UM DOS OBJECTIVOS DESTA PUBLICAÇÃO, É QUE ELA POSSA CHEGAR A TODA GENTE, SEM
BUROCRACIAS NEM DISCRIMINAÇÕES.
PARA PODER CUMPRIR ESTE OBJECTIVO, NÃO PODEMOS TER ESPAÇO EM BRANCO!
A SUA EMPRESA OU NEGÓCIO, PODE APARECER AQUI COMO PATROCINADOR OFICIAL. NÃO LHE
PROMETEMOS MAIS NEGÓCIOS NEM MAIS CLIENTES. MAS PROMETEMOS DEDICAÇÃO A ESTA CAUSA
À CONVERSA COM … Jorge Pires - Presidente da ADAP
Jorge Pires é o atual presidente da Associação dos
Amigos de Pínzio… nasceu e viveu no estrangeiro
até aos 10 anos de idade. Licenciou-se em
eletromecânica, neste momento é empresário.
Vive na Guarda, mas não dispensa a vinda a
Pínzio! Uma coisa tem a certeza, a Universidade
Sénior em Pínzio é um excelente projeto. Ocupar as pessoas,
partilhar convivências e experiências é muito importante.
O QUE DIZEM AS PROFESSORAS DA UNIVERSIDADE SÉNIOR
Anabela Fortunato, natural e
residente na Guarda, mas cresceu
em Pínzio, e é licenciada em Gestão
Comercial e em Marketing …. e Dina
Lopes, natural de Sintra, até aos 18
anos morou nos arredores de
Lisboa, tem licenciatura em Educação Social e partilham o
mesmo sentimento por este Projeto…. “não arranjem entraves à
felicidade!” A idade não é razão para parar!”

Jornal Nº19 – Abril 2019 Jornal Nº19 – Abril 2019