Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
r
-
Edição do
Estudante quintessence
books
índice
Introdução ................................................................................................................ 9
gia na obtenção das restaurações fundidas, timos 100 anos muitos cirurgiões-dentistas
houve também desenvolvimento simultâ- contribuíram nos desenhos e técnicas dos
neo na complexidade dos desenhos das res- preparos, como veremos nas páginas se-
taurações e, portanto, em sua aceitação guintes. Alguns desenhos e técnicas foram
como retentores nas próteses mais sofistica- experimentados e abandonados, seguidos
das. mais tarde por "novo desenvolvimento"
Embora Fauchard, por volta de 17464, quando instrumentos ou materiais se torna-
empregasse uma coroa tipo pivô com um ram aceitáveis para fazer o velho conceito
pino projetando-se no conduto radicular, funcionar.
para retenção, foi a coroa laminada de ouro Sempre tentamos identificar todas as
de Beers, com soldas laterais e cúspides pessoas associadas a uma ideia, mesmo
estampadas, desenvolvida em 1849 e pa- que tradicionalmente elas não acreditem no
tenteada em 1873, que permitiu a obtenção seu desenvolvimento. Sem dúvida, às ve-
de restauração de dente totalmente recober- zes temos fracassos porém sempre defen-
5
to . Essa coroa foi modificada por Matherson demos os profissionais que trabalham para
em 1883 para coroa com uma face desco- melhorar a qualidade das restaurações
berta, e a verdadeira coroa parcial veneer dentárias o que anteriormente não reconhe-
4
apareceu com Benneti, em 1885 , chamada cíamos.
de coroa parcialmente coberta. Este con- De início, os procedimentos restaurado-
ceito foi mais bem desenvolvido e reco- res eram empíricos e mais limitados pela
nhecido como coroa três quartos de Carmi- tecnologia acessível do que pela falta de
6
chael em 1901 . engenhosidade dos dentistas. O conceito de
As coroas três quartos antigas não eram G.V. Black sobre extensão para prevenção
fundidas. Eram obtidas com lâmina de ouro era fundamentado em parte pela instrumen-
adaptada nas paredes do preparo do dente tação primitiva acessível em 1 S9"\9. Os. YTY=>-
e em seguida soldadas com fios de ouro trumentos de seu tempo eram grosseiros e
trabalhados e adaptados nos sulcos de re- facilmente deformáveis. Aproximadamente
tenção do preparo. As incrustações também meio século depois é que se desenvolve-
eram obtidas de maneira semelhante: a sol- ram os instrumentos rotatórios diamantados
da era escoada dentro de uma lâmina de e de carbide para uso odontológico, e a efi-
matriz e adaptada à cavidade preparada. A ciência desses instrumentos não foi com-
adaptação de ambas, isto é, da restauração pleta até o aumento dramático das veloci-
intra e extracoronária foi melhorada quando dades das peças de mão.
Taggart adaptou a técnica da^era perdida Estes avanços tecnológicos não diminuí-
na odontologia, em 19077. ram a necessidade de os dentistas aprimo-
No mesmo período em que novos tipos •
• rarem suas habilidades e conhecimentos
de restaurações totalmente metálicas esta- técnicos. Ao contrário, exigem muita destre-
vam sendo desenvolvidas, foram estudos za e conhecimento elevado. A tecnologia e
realizados para a confecção de restaurações a habilidade manual do operador permitem
que melhorassem o paciente - estética e N obter mais rendimentos e em alta qualida-
funcionalmente. A melhor fase nesta dire- de. Poí^m,^ej^Q^^uveL±íahíMa.úe^ejíí>
ção foi o desenvolvimento da coroa de por- rnínio da profissão, a_Jecj3elo4jia_^impies-
8
celana, introduzida por Land em 1886 . mente possibilita reajjzartrabalhos desas-
Esses desenvolvimentos técnicos exigi- trosos.
ram modificações nas formas de preparos E nosso desejo proporcionar ao leitor me-
existentes para melhor aproveitamento do lhor compreensão e racionalização dos de-
material e desenho da restauração. Nos úl- senhos dos preparos dentários. Esperamos
10
Introdução
mostrar claramente a técnica atual, de ma- de Odontologia este livro apresenta infor-
neira simples, para auxiliar o iniciante a trei- mações pormenorizadas sobre os desenhos
nar sua habilidade manual e tornar-se um usados menos frequentemente, servindo
bom dentista restaurador. Para o estudante como revisão de princípios básicos.
Referências
1. Smith, D. E. Fixed bridgework in the vanous phases of 5. Talbot, E. S. Gold crowns. Dent. Cosmos 22:463,
dental practice. J. South. Calif. Dent. Assoe. 9:13, 1880.
1942. 6. Carmichel, J. P. Attachment for inlay and bridgework.
2. Stibbs, G. D. Individual intracoronal cast restorations. Dent. Rev. 15:82, 1901.
Oper. Dent. 10:138, 1985. 7. Taggart, W. H. A new and accurate methodof making
3. Miller, L. A clinician's interpretation of tooth prepara- inlays. Dent. Cosmos 49:1117, 1907.
tions and the design of metal substructures for metal- 8. Land, C. H. A new system of restormg baldy decayed
ceramic restorations. pp. 173-206 In J. W. McLean teeth means of an enamelled coating. Independem
(ed.) Dental Ceramics: Proceedmgs of the 1st Interna Pract. 7:407, 1886.
tional Symposium on Ceramics. Chicago: Quintessen- 9. Sigurjons, H. Extension for prevention: Histoncal de-
cePublishingCo., 1983. velopment and current status of G. V. Black's concept.
4. Lovel, R. W. The restoration ofteeth bycrowing. Dent/ Oper. Dent. 8:57, 1983.
Pract. 1:336, 1951.
11
Capítulo 1
13
£ Tabela 1-1 Espessura do esmalte e dentina em dentes maxilares (mm)*
Incisivo Central 0,9 0,7 1,0 0,7 0,7 1,6 1,4 1,6 1,0
Esmalte Dentina 3,4 2,2 2,5 2,3 3,1
Incisivo Lateral 0,9 0,8 1,0 0,6 0,7 1,2 1,1 1,2 0,9
Esmalte Dentina 3,3 1,8 2,2 1,7 2,4
(^\^( ]KO "flj »\ v^v W sC -
ííi
Canino ^ d° Cfttói**!
Esmalte 1,1 "*" 0,7 0,8 0,8 0,7 1,8 2,0 2,2 2,0
Dentina 4,4 2,0 2,7 2,2 2,9
Sulco Cúspide
Primeiro pré-molar Cúspide 1,5 1,3 1,8 3,1
Esmalte Dentina 3,0 3,3 1,2 1,3 1,3 1,4 2,2 2,6 2,2 2,7
Sulco Cúspide
Segundo pré-molar Cúspide 1,7 1,3 1,7 3,2
Esmalte Dentina 3,3 3,4 1,1 1,3 1,1 1,4 2,0 2,2 1,9 2,3
MF DF Centro ML DL
* Modificado de H. T. Shillingburg e C.S. Grace, Espessura de esmalte e dentina, J. South. Calif. Dent. Assoe., 41:33,1973.
Tabela 1-2 Espessura do esmalte e dentina em dentes maxilares (mm)*
Canino
MF DF D Centro ML DL
Esmalte 2,0 1,8 1,9 0,5 1,9 1,8 1,2 1,5 1,3 1,3
Dentina 3,8 3,3 3,7 3,3 2,5 2,8 2,7 2,6
Esmalte 2,0 1,9 0,5 1,8 1,8 1,4 1,6 1,5 1,5
Dentina 3,6 3,6 3,3 3,6 2,5 3,0 2,8 2,6
* Modificado de H. T. Shillingburg e C.S. Grace, Espessura de esmalte e dentina, J. South. Calif. Dent. Assoe., 41:33,1973.
Princípios Biomecânicos dos Preparos
16
Princípios Biomecânicos dos Preparos
JÍL
Fig. 1-1 A direção da força aluando sobre um segmentada restauração determina o tipo de pressão à qual a película
de cimento está sujeita. Uma força resultante dirigida para longe do dente produz fadiga de tensão (A), enquanto
uma força paralela à interface produz torção (B). Uma força dirigida de modo a formar ângulo com o dente, produz
uma combinação de torção e compressão (C). Quando a força é perpendicular ao dente resulta em força de com-
pressão (D).
mento quando a restauração estiver sujeita rão estar sujeitas às forças de tensão e
a uma força de deslocamento. •4 Na cizalhamento.
prática, a retenção e a resistência estão
intimamente relacionadas e nem sempre
aparecem claramente distinguíveis. Retenção
Retenção é a habilidade do preparo de im-
pedir o deslocamento da restauração segun- A restauração pode ser deslocada pelas
do a linha de inserção. Sob esta condição, forças direcionadas ao longo do eixo da in-
a película de cimento está sujeita à ação serção, durante a mastigação de alimentos
das forças de tensão e cizalhamento. Re- pegajosos. Se a restauração for um retentor
sistência, por outro lado, é a habilidade do de prótese fixa, uma força direcionada
preparo em prevenir o desalojamento da res- apicalmente ou incidindo em outra parte da
tauração quando submetida às forças em prótese pode produzir uma força de tensão
direção apical, oblíqua ou horizontal. Onde em direção oclusal no retentor e originar
existe resistência efetiva, a película de ci- efeito de alavanca. Há quatro fatores que
mento estará sob compressão, porém, al- estão sob o controle do profissional duran-
gumas partes da restauração ainda pode- te o preparo do dente e que influenciam na
17
Princípios Biomecànicos dos Preparos
100
80
f»
•<
O
40
LU
cr
20
10 15 20 25 30 35 40 45 50
GRAU DE COMICIDADE
Fig. 1-2 Quando aumenta o grau de conicidade de um preparo, a sua capacidade de reter uma restauração diminui
(depois, Jorgensen15).
retenção: (1) grau de inclinaçãou ou conici- cidade (Fig. 12). Teoricamente, o preparo
dade,15 (2) área total da superfície da pelí- mais retentivo seria aquele com paredes
cula de cimento,16 (3) área de cimento sob paralelas. Entretanto, a redução deve ser
efeito de cizalhamento e (4) aspereza da suficiente para permitir um perfeito assenta-
superfície do dente.17 mento da restauração durante a cimenta-
ção e para se conseguir isto, as paredes
devem apresentar ligeira conicidade. Por
Conicidade e Retenção isso, uma conicidade de 2 a 6,5 graus é
considerada ótima.18'23 Isto foi baseado
A habilidade de adesão do cimento para numa inclinação aproximada de 3 graus em
suportar a força de deslocamento depen- cada face, externa ou interna, pela forma
de fundamentalmente da direção da inci- cónica da broca. O resultado seria uma co-
dência dessa força em relação às super- nicidade ideal ou um ângulo de convergên-
fícies cimentadas. Com isto, poderíamos cia de 6 graus (Fig. 1-3).
supor que as paredes opostas de um pre- Estudos sobre preparos para coroas rea-
paro deveriam ser paralelas, o mais pró- lizados por estudantes, mostraram uma mé-
ximo possível, e assim teríamos maior dia de conicidade entre 13 a 29 graus2426.
retenção. Isto foi demonstrado experimen- Modelos de trabalho tomados aleatoriamen-
talmente por Jorgensen,15 que afirmou que, te por Eames e cols. nos laboratórios co-
a retenção diminui quando aumenta a coni- merciais mostraram uma média de coni-
18
Princípios Biomecânicos dos Preparos
19
Princípios Biomecânicos dos Preparos
20
6069? dS-OSO • 869i
VJ. SUN3Q yoti
VHI3IA O VTO9 ^/NV 8JBrincípios Biomecânicos dos Preparos
Fig. 1-8 Quando uma parede axial estiver descoberta, a retenção será obtida substituindo-se a parede perdida por
sulcos (A), caixas (B) ou pequeno conduto para pino (C).
quais a restauração pode ser removida pre- cial 4/5, colocada no dente será deslocada
cisam ser limitadas somente em uma única para línguo-incisal ou para qualquer outra
35
direção. Assim, a maior parte da superfí- direção (Fig. 1-7B). Para criar uma forma
cie do preparo deve ser ligeiramente para- mais retentiva, caixas, sulcos e pequenos
lela ao eixo de inserção e remoção. Os pre- condutos devem substituir a parede axial
paros exageradamente cónicos têm muitas perdida (Fig. 1-8).36 Essas características
direções para que a força de tração possa retentivas são também usadas para aumen-
remover a coroa (Fig. 1-6A), então, uma tar a retenção num dente severamente
restauração num dente preparado estará danificado.
sujeita a essas forças durante a função. Se
Para tornar o sulco mais eficiente na
características retentivas, como caixas, sul-
substituição da parede vestibular não pre-
cos, etc., forem adicionadas aos preparos,
parada, a parede lingual do sulco deve ser
de tal maneria que uma força que atue em
precisa e perpendicular à superfície axial
uma única direção remova a restauração
adjacente (Fig. 1-9A). Por outro lado, o des-
sem causar a compressão na película de
cimento contra uma ou mais superfícies, a locamento orientado por uma força lingual
retenção será aumentada (Fig. 1-6B). Mes- pode causar o desligamento da curva ao
mo contra a força ao longo do eixo de re- longo dos planos inclinados das paredes lin-
moção, essas características adicionais de guais dos meios, abrindo as paredes axiais
retenção aumentam a área total do filme de e as margens (Fig. 1-9B)
cimento, embora boa parte dessa área adi- - f A altura do preparo é um fator importante
cional esteja sujeita ao cizalhamento puro, na retenção: um preparo altoJBtn mais_
independentemente de outros componentes letejjção do que-um preparo baixo.31'32 37 Isto
da força de tensão. é devido, pelo menos em parte, por sua área
O preparo para a coroa total veneer tem maior (Fig. 1-10) e também pelo fato da
excelente retenção, porque as paredes me- área adicional estar sob efeito de ciza-
sial, distai, vestibular e lingual convergem lhamento maior do que de tensão.
para a direção de inserção numa pequena
-' Devido a sua área de superfície maior, o
área (Fig. 1-7A). Entretanto, se a superfície
preparo que apresenta diâmetro maior (em
vestibular não for preparada, a coroa par-
circunferência) terá então maior retenção do
21
Princípios Biomecânicos dos Preparos
Fig. 1 -9 Uma força lingual que atua sobre uma coroa três-quartos recebe resistência efetiva se as paredes linguais do
sulco forem perpendiculares à direção de deslocamento (A). Contudo, as paredes dos sulcos em V atuam como planos
inclinados que eventualmente fazem com que as paredes da restauração se abram (B).
Fig. 1 -10 Todos os outros fatores permanecendo cons- Fig. 1-11 Entre dois preparos com altura e conicidade
tantes, quanto maior for a área superficial da película de iguais, o mais largo (A) tem maior retenção do que o
cimento, maior será a retenção. Por isso, uma restaura- mais estreito (B). Duplicando-se o diâmetro de um pre-
ção em um preparo alto (A) pode suportar uma força paro, dobra-se a área de suas paredes axiais sob tor-
que poderia remover a restauração de um preparo mais ção, e o quádruplo da área da superfície oclusal, onde o
baixo com diâmetro igual (B). Dobrando-se a altura de cimento está sob tensão.
um preparo, quase se duplica a área de suas paredes
axiais.
22
Princípios Biomecânicos dos Preparos
23
Princípios Biomecânicos dos Preparos
______ ]\
B
24
Princípios Biomecânicos dos Preparos
*Se o sentido da força incidir no centro de ção do grau de compressão, bem como de
rotação e for perpendicular à película de ci- cizalhamento, enquanto todos os outros
mento na parede oposta do preparo, opon.- pontos da superfície do preparo sofrerão
to onde a linha de força intercepta a pelícu- pouca variação de grau de tensão e contri-
la de cimento pode ser tomado comogonto buirão o mínimo para a resistência ao des-
tpnggnte Neste ponto, o arco de rotação locamento do preparo.
ao redor do fulcro é tangente à superfície
do preparo e aí a película de cimento está
sujeita somente ao efeito de cizalhamento.
Todos os pontos oclusais ao ponto tangen- Altura do Preparo e Resistência
te estão sujeitos aos esforços de tensão e
compressão. Quanto mais oclusal estiver A altura do preparo tem forte influência
um ponto do ponto tangente, maior será a na resistência ao deslocamento. Um pre-
componente de força de compressão. O paro baixo terá, proporcionalmente, uma
ponto situado próximo à superfície oclusal diminuição da área de resistência (Fig.
do preparo contribui mais para o efeito da 1-15). A habilidade da restauração resistir
resistência do que a sua situação próxima ao deslocamento depende não somente do
ao ponto tangente, não somente devido a preparo, mas também da magnitude de
vantagem mecânica do seu longo braço de torque. Se duas coroas fundidas com altu-
alavanca, mas também por causa da força ras diferentes forem colocadas em dois pre-
que é dirigida para o ângulo mais inclinado paros com mesma altura e em seguida sub-
da superfície do preparo. metidas a forças idênticas, será mais pro-
Se a linha for projetada passando pelos vável a coroa mais alta falhar, isto porque,
pontos tangentes dos arcos ao redor do eixo a força nela atua através de um longo bra-
de rotação, a película de cimento ao longo ço de alavanca (Figs. 1-16 e 1-17).
desta linha estaria sujeita ao cizalhamento Quando uma coroa relativamente alta for
puro ocasionado por algumas forças apli- colocada num preparo baixo, a forma adicio-
cadas perpendicularmente ao eixo de rota- nal de resistência ao deslocamento, usual-
ção (Fig. 1-14). A área envolvida por esta mente na forma de núcleo, deve ser criada
linha tangente é referida como "área de re- antes de ser colocada a coroa fundida. A
sistência" por Hegdahl e Silness.42 Dentro técnica para este caso será discutida com
desta área, o cimento está sujeito à varia- maiores detalhes no capítulo 16.
25
Princípios Biomecânicos dos Preparos
B
Fig. 1 -16 É menos provável que uma restauração baixa
colocada num preparo baixo falhe sob uma força de ro-
tação do que uma restauração alta no mesmo preparo.
A resistência desse preparo é adequada para evitar que
a coroa gire sob a força aplicada (A). Embora o preparo
e a força aplicada sejam idênticas às de (A), a coroa
falha por causa da maior altura da restauração (B).
^ /
nor distância da linha de ação da força à margem mais
próxima (A). Sobre essa coroa baixa, a força de rotação
é pequena porque o braço de alavanca primário é pe-
quena. Com uma coroa alta (B), a mesma força produz
\
um torque maior porque sua linha de ação passa mais
longe do ponto de rotação.
'
6
t
............ -- L ..
6 A B
26
Princípios Biomecânicos dos Preparos
Fig. 1-18 Por causa do diâmetro menor, alinha tangente desse preparo estreito localiza-se mais a baixo na parede
oposta ao eixo de rotação resultando em uma área de maior resistência (A). O preparo B é mais largo que o A, mas sua
altura e conicidade são as mesmas. Por causa do raio muito maior do arco de rotação, sua área de resistência é menor
do que a do preparo mais estreito.
27
Princípios Biomecânicos dos Preparos
Fig. 1 -19 A fraca resistência de um preparo pequeno e largo (A) pode ser melhorada pela adição de sulcos verticais
(B). Ao lado, em (C), pode ser visto que o arco do raio r2 está efetivamente bloqueado pela área de resistência das
paredes do sulco, enquanto o arco do raio r, encontra pouca ou nenhuma resistência na parede axial.
Fig. 1-20 A área de resistência diminui quando a conicidade do preparo aumenta. Para um cilindro sem conicidade, a
área de resistência deveria cobrir metade das paredes axiais (A). Para um preparo com conicidade ideal, a área de
resistência cobre um pouco menos que a metade das paredes axiais (B). Um preparo supercônico (20 graus) tem
apenas uma pequena área de resistência, perto da superfície oclusal (C).
28
Princípios Biomecânicos dos Preparos
Altura do
preparo (mm) 10 11 12 13 14
graus
2 16 12 10 8 7 6 6 5 5 4 4 4
3 24 18 14 12 10 9 8 7 7 6 6 5
4 33 24 19 16 14 12 11 10 9 8 8 7
5 33 + 31 24 20 17 15 13 12 11 10 9 9
6 28 + 37 29 24 21 18 16 14 13 12 11 10
7 24 + 32 + 35 28 24 21 19 17 15 14 13 12
8 21 + 28 + 35 + 33 28 24 21 19 17 16 15 14
9 19+ 25 + 31 + 37 + 31 27 24 22 20 18 17 15
10 17 + 23 + 28 + 33 + 35 31 27 24 22 20 18 17
* Os cálculos são baseados na pressuposição de um preparo simétrico, com paredes axiais retas e uma área de
resistência máxima que é 80% da altura do preparo.
+ Essa é a conicidade máxima do preparo para a altura e diâmetro de um determinado preparo.
29
Princípios Biomecânicos dos Preparos
30
Princípios Biomecânicos dos Preparos
Fig. 1 -23 Uma coroa parcial veneer que não tem sulcos Fig. 1-24 A simetria axial de um preparo para uma co-
(A) tem pouca resistência à rotação ao redor de um eixo roa total veneer pode permitir rotação da restauração
vertical. Quando há presença de sulcos, suas paredes ao redor do preparo (A). A resistência pode ser obtida
linguais fornecem resistência bloqueando o arco de formando-se planos verticais (aletas), perpendiculares
rotação (B). ao arco de rotação (B).
31
Princípios Biomecânicos dos Preparos
Fig. 1 -26 O fato de fazer o eixo de inserção de uma coroa parcial 4/5 anterior, paralelo ao longo eixo do dente pode
resultar em uma exposição desnecessária de metal (A). O eixo de inserção preferido para um preparo anterior é
paralelo aos dois terços incisais da superfície vestibular(B). Isso não só minimiza a exposição de metal, como também
permite que os sulcos sejam mais longos e mais retentivos.
32
Princípios Biomecânicos dos Preparos
Fig. 1-27 O percurso de inserção para uma coroa total veneer em um dente posterior com alinhamento normal é
paralelo ao longo eixo do dente (A). Um dente inclinado deve ser manuseado de modo diferente (B). Se o eixo de
inserção em um dente inclinado for paralelo ao longo eixo, a coroa será impedida de assentar pelas partes dos dentes
adjacentes que se projetam no eixo de inserção (C). O eixo correto de inserção desse tipo de dente é perpendicular ao
planooclusal(D).
Esta inclinação também permite executar ser bloqueado pelos contornos proximais de
sulcos longos, com melhor retenção e re- dentes adjacentes (Fig. 1-27C). Neste caso,
sistência ao deslocamento. o plano de inserção é obtido perpendicular-
Normalmente, para uma coroa total em mente ao plano oclusal (Fig. 1-27D).
dentes posteriores ter estrutura durável, de- A perda de contato proximal de longa data
ve apresentar contornos correios e seu eixo é usualmente acompanhada pela inclina-
de inserção deve ser paralelo ao longo eixo ção do dente adjacente no espaço aberto
do dente (Fig. 1-27A). Entretanto, se o den- (Fig. 1-28A). Quando isso ocorre, o eixo de
te for inclinado (Fig. 1-27B), o eixo de inser- inserção, paralelo ao longo eixo do dente
ção paralelo ao longo eixo do dente pode não permite que a coroa assente, mesmo
33
Princípios Biomecânicos dos Preparos
34
Princípios Biomecânicos dos Preparos
Fig. 1-29 Quando vistas com um olho a uma distância Fig. 1-30 A visão binocular nunca deve ser empregada
de 30 cm, pode-se ver todas as superfícies axiais de para avaliar um preparo com conicidade correta. Com
um preparo com conicidade ideal ou ângulo de conver- ambos os olhos abertos, um preparo retentivo pode apa-
gência de 6 graus. rentar um grau de conicidade aceitável.
35
Princípios Biomecânicos dos Preparos
Fig. 1-32 A combinação dos eixos de inserção de elementos de suporte de uma prótese fixa podem ser avaliados
centralizando-se a imagem de um preparo no espelho e a seguir, movendo o espelho pelo corpo, sem inclinação, até
que-o segundo preparo fique centralizado. Toda a linha de terminação do segundo preparo deve ser visível. Se a
angulaçao do espelho tiver que ser alterada para se ver a linha de acabamento do segundo preparo, os eixos de
inserção dos dois preparos não combinam e é preciso fazer correções.
visível com um olho, sem obstrução por uma movimentado sem mudar de angulaçao, até
parte do dente preparado ou por nenhum que a imagem do segundo preparo seja tam-
dente adjacente. Para verificar o paralelismo bém centralizada (Fig. 1-32). Se a angula-
dos eixos de inserção dos elementos de çao do espelho necessita ser mudada para
suporte de uma prótese fixa, a imagem dos se ver todas as linhas de terminação, isto
preparos é centralizada no espelho. Então, significa que, existem discrepâncias entre
com os dedos apoiados firmes, o espelho é os eixos de inserção dos dentes preparados.
36
Princípios Biomecânicos dos Preparos
Fig. 1-33 O espaço inter-oclusal existente sobre as cúspides mesiais de um dente inclinado pode ser suficiente para o
preparo de coroa, sem qualquer redução. A redução oclusal uniforme nesse caso, pode produzir espaço inter-oclusal
excessivo e uma parede mesial axial desnecessariamente reduzida (A). Deve-se remover apenas a estrutura do dente
necessária para proporcionar o espaço exigido para a restauração (B). Alguma superfície oclusal original pode não
precisar de nenhuma redução.
37
Princípios Biomecânicos dos Preparos
Fig. 1-34 A redução oclusal correta é paralela aos planos oclusais do dente antagónico (A). A redução oclusal plana de
um único plano pode resultar em espessura insuficiente da restauração sob os sulcos e fossa (B). A redução em um só
plano, suficientemente profunda para proporcionar espessura adequada do metal, na área de sulco central, resulta em
perda desnecessária de dentina sobre os cornos da polpa e excessiva diminuição de altura das paredes axiais, com
perda de retenção (C).
38
Princípios Biomecânicos dos Preparos
Fig. 1-35 Um bisel da cúspide funcional em um plano paralelo ao das cúspides opostas, permite a espessura adequada
da restauração sem sacrificar indevidamente a estrutura (A). Se o bisel da cúspide funcional for omitida, é provável que
a restauração fique muito fina nessa área, sujeito à pressão (B). Se a espessura da restauração for obtida fazendo-se
a parede axial supercônica, a retenção fica comprometida (C). Frequentemente, na ausência de um bisel da cúspide
funcional, o técnico faz a coroa muito volumosa (D). Isso pode resultar em sobreoclusão da restauração que poderia
ser corrigida somente por redução oclusal do dente antagónico.
39
Princípios Biomecânicos dos Preparos
40
Princípios Biomecânicos dos Preparos
Fig. 1-37 A redução axial adequada cria espaço para um volume correto de metal dentro dos contornos normais do
dente (A). A redução axial inadequada pode resultar coroa fina e com paredes fracas (B). Provavelmente uma coroa de
contornos volumosos promove retenção de placa bacteriana(C).
Fig. 1-38 Os blocos fundidos de restauração parcial são Fig. 1-39 Criam-se espaços para as vigas de reforço
reforçados por uma viga de metal nas suas porções in- de metal através das superfícies oclusais de coroas
ternas oclusais. Essa viga une as vigas verticais de metal parciais 4/5 posteriores, fazendo-se degrau nas verten-
das caixas ou sulcos proximais para formar estruturas tes internas oclusais das cúspides vestibulares, não
rígidas. funcionais, dos dentes superiores e nas vertentes exter-
nas das cúspides vestibulares, funcionais, dos dentes
inferiores.
41
Princípios Biomecânicos dos Preparos
por meio de canaleta no preparo em dentes porque aparece menos metal. O degrau é
superiores. Nos dentes inferiores realiza-se indicado para proteger as margens, frente
um degrau oclusal (Fig. 1-39). O sulco oclu- a distorção, pelos impactos mastigatórios
sal em forma de canaleta é usado nas cus- na superfície oclusal que incidem nas suas
pides não funcionais dos dentes superiores, proximidades.
--.••
42
Capítulo 2
45
Linhas de Terminação e o Periodonto
Fig. 2-1 Um bisel permite uma aproximação mais íntima da margem da coroa ao dente. A distância D, pela qual a coroa
deixa de assentar (A), é refletida na abertura marginal, d, ern uma junção de topo (B). Contudo, na presença de um
bisel, a menor distância da margem à estrutura dentária é menor que D e é uma função do seno do ângulo agudo da
margem, m, ou do cosseno do ângulo obtuso da linha de terminação, p (C).
Ângulo (graus)
Função 15 30 45 60 75 90
Seno 0 0,259 0,500 0,707 0,866 0,966 1,000
Cosseno 1,000 0,966 0,866 0,707 0,500 0,259 0
46
Linhas de Terminação e o Periodonto
10C
55C
Fig. 2-2 Quanto menor for o ângulo entre a superfície do dente preparado na linha de terminação e o eixo de inserção,
menor será a abertura marginal para a mesma quantidade de assentamento incompleto. A largura da abertura marginal
para ângulos selecionados é dada como uma porcentagem da distância, pela qual a restauração não assenta. Para
ângulos maiores que 50 graus, a redução não é significante. Os ângulos menores que 25 graus podem produzir uma
margem muito fina e fraca.
será diminuída em grande parte (Fig. 2-2). faceta de cerâmica era empregada dizendo
Portanto, um ângulo de 30 a 45 graus é que, a margem deveria apresentar um ân-
213
considerado ótimo. Se a margem for gulo de 10 a 20 graus para que pudesse
15
muito aguda, pode tornar-se friável. A borda cumprir o objetivo pretendido. O uso do
aguda de algumas ligas pode ser brunida bisel pode aumentar a justeza marginal da
contra a margem do preparo, para melho- restauração, embora exija um mínimo de
10 14
rar a adaptação marginal. ' extensão na profundidade subgengival, e em
McLean e Wilson refutaram a superiori- caso contrário, o uso da coroa veneer com
dade do bisel, onde uma coroa veneer com faceta de cerâmica é inaceitável. Pascoe
47
Linhas de Terminação e o Periodonto
Fig. 2-3 Os impactos que incidem no esmalte próximo de um bisel podem ser suportados sem dano (esquerda). No
entanto, onde não há bisel, os prismas de esmalte desprotegidos, próximos da restauração podem serfraturados mais
facilmente (direita).
Fig. 2-4 Sem um bisel, o preparo pode ter uma borda aguda de esmalte sem apoio (A). As forças oclusais podem
deformar suficientemente a fina camada de ouro subjacente e f raturar o esmalte friável (B). A margem pode ser refor-
çada colocando-se um simples bisel de terminação (C) ou, se a situação estética permitir, um contrabisel (D). Se a
inclinação da superfície oclusal for relativamente plana, o ângulo cavo-superficial pode ser tão obtuso que um bisel
53
para reforço é desnecessário (E). (Depois de Ingraham. )
B
48
Linhas de Terminação e o Periodonto
encontrou que restaurações com sobrecon- na aresta aguda e volume de metal nas pro-
torno com bisel tinham uma discrepância ximidades das margens. A cobertura fina do
16
marginal maior que aquelas com degrau. metal sobre a cúspide pode tornar-se mais
Prado, por outro lado, advogou diferen- resistente, aumentando-se o volume atra-
cialmente restaurações com excesso mar- vés de um bisel colocado no ângulo do pla-
ginal (obtidas de troqueis aliviados até qua- no inclinado da cúspide. Este efeito pode
se as linhas de terminação) em preparos ser demonstrado fazendo-se um vinco per-
com bisel.17 Gavelis e col. afirmaram que to da borda de uma folha de papel. A parte
os preparos com terminação em lâmina de do papel com vinco pode ser segura hori-
faca produziram o melhor selamento, en- zontalmente pela sua borda, ao passo que,
quanto que, com degrau permitiram maior a parte do papel sem vinco inclina-se pelo
facilidade no assentamento de algumas res- seu próprio peso.
taurações em que eles testaram outras ca-
racterísticas marginais.
A resistência e a rigidez da margem de
Biselados
uma restauração podem ser obtidas aumen-
tando-se ligeiramente o volume do metal nas
suas proximidades. Isto pode ser proporcio- A linha de terminação vertical de um pre-
nado por redução oclusal maior ou por de- paro MOD com ou sem cobertura oclusal,
grau, istmo, sulco vertical, caixa ou degrau ou ainda, de um preparo para coroa parcial
gengival. O volume é parte integral de ter- 4/5, é terminada com um biselado, formando
minação marginal em chanfro. borda aguda no metal da restauração fun-
dida, que promoverá uma extensão numa
área acessível. Um biselado difere do bisel
Bisel Oclusal porque é um plano geométrico, ligeiramen-
te inclinado, em relação ao eixo de inser-
As margens do preparo devem ser loca- ção (Fig. 2-5A), e o desgaste é feito atra-
lizadas com a distância mínima de 1,0 mm vés do contorno do dente. Um bisel, por ou-
fora dos contatos oclusais cêntricos para tro lado, segue o contorno do dente e é usa-
evitar distorsão da margem ou fratura da do somente nas linhas de terminação, mais
parede de esmalte contíguo.19 Os ângulos ou menos perpendiculares ao eixo de inser-
cavossuperficiais da parte oclusal do pre- ção. Se um bisel for colocado na linha de
paro terminam em bisel para evitar extremi- terminação vertical, inevitavelmente produ-
dade em ângulo reto que tornaria a aresta zirá retenção, por causa da convexidade do
da estrutura dentária friável e com facilida- dente (Fig. 2-5B).
de de fratura. A aresta aguda do metal e o Nas superfícies mesiais, por serem facil-
ângulo obtuso do esmalte, criados por bisel, mente visíveis, o biselado deverá estender-
podem suportar impactos mastigatórios mui- se, com muita cautela, na espessura de uma
to melhor do que uma aresta de esmalte extremidade do explorador. Nas áreas me-
(Fig. 2-3). nos visíveis, o biselado poderá estender-se
Ò bisel usado como linha de terminação ligeiramente para a superfície vestibular ou
oclusal em restaurações MOD com cober- lingual.
tura oclusal e coroas parciais 4/5 em den- Os planos de dois biselados vestibulares
tes superiores promove uma combinação de um mesmo dente deveriam, a princípio,
de proteção do dente, reforço da estrutura inclinar-se um contra o outro, e convergir
fundida e acabamento marginal (Fig. 2-4). para um ponto qualquer da face vestibular
Obtém-se assim, o requisito que proporcio- do dente. Os planos dos biselados linguais
49
Linhas de Terminação e o Periodonto
Fig. 2-5 Um biselado formado adequadamente é uma superfície plana que corta o dente em ângulo agudo (A). O uso
incorreto de um bisel no lugar de um biselado nas linhas de terminação verticais produz retenções indesejáveis por
causa dos contornos naturais do dente (B).
50
Linhas de Terminação e o Periodonto
Fig. 2-7 Os biselados são adequadamente formados pela remoção de quantidades iguais de estrutura dentária das
paredes de uma caixa ou sulco e a partir da superfície externa do dente (A). Os biselados obtidos às custas da
estrutura dentária interna serão quase paralelos às paredes da caixa (B), resultando em margens que não são suficien-
temente agudas e provavelmente também são insuficientemente estendidas. Os biselados obtidos muito às custas da
superfície externa do dente são muito planos (C). As margens resultantes serão finas, fracas e possivelmente super-
estendidas e com retenções gengivais.
também deveriam convergir para a face lin- ou do sulco, a margem da restauração en-
gual do dente (Fig. 2-6). Um biselado com contrará a linha de terminação do preparo
sua própria inclinação será estreito nas pro- muito próxima da união na parede do pre-
ximidades da linha de terminação gengival paro/parede axial externa do dente, não
e mais largo no sentido da superfície oclusal. podendo estender-se necessariamente para
O biselado deve ser reduzido igualmente na vestibular ou lingual (Fig. 2-7B). Se, por ou-
superfície axial externa do dente e nas pa- tro lado, o biselado for reduzido demasiada-
redes vestibular ou lingual da caixa ou do mente na superfície axial externa do dente,
sulco (Fig. 2-7A). Se o biselado for reduzido as margens da restauração tornar-se-ão
com excesso, avançando nas paredes in- muito finas e enfraquecidas (Fig. 2-7C).
ternas vestibular ou lingual da caixa proximal
51
Linhas de Terminação e o Periodonto
Fig. 2-8 Quando o eixo de inserção precisa desviar marcadamente do longo eixo de um dente, é indicada uma linha de
terminação em lâmina de faca na parede axial, em direção a qual o dente está inclinado. A formação de um degrau ou
um chanfro aqui pode requerer a remoção de muita estrutura dentária e o esmalte na linha de terminação pode tornar-
se muito frágil.
52
Linhas de Terminação e o Periodonto
Fig. 2-9 Um degrau sem bisel é indicado onde a margem da restauração será para coroa de porcelana pura. A porce-
lana fratura muito facilmente quando termina em borda aguda.
Fig. 2-10 Pode-se usar um degrau com bisel em paredes axiais curtas para criar retenção e forma de resistência
máximas. Um bisel aqui deve deixar a maior parte da parede com conicidade aumentada. O bisel permite uma borda
aguda de metal na margem.
53
Linhas de Terminação e o Periodonto
Fig. 2-11 Na maioria dos casos, a chanfradura preenche melhor os requisitos de uma linha de terminação para restau-
rações de metal. Ele permite uma borda aguda de metal com um volume próximo e minimiza a tensão na película
de cimento.
54
Linhas de Terminação e o Periodonto
55
Linhas de Terminação e o Periodonto
Fig. 2-12 A distância da inserção epitelial à crista do osso alveolar foi descrita como o "espaço biológico". Normalmente
tem 2,0 mm de largura, incluindo a inserção epitelial (rosa) e a inserção de tecido conjuntivo (vermelho).
A margem da coroa deve ser colocada margem deverá ser colocada no ou perto
aproximadamente em 2,0 mm acima da cris- do nível da crista alveolar, deve-se requisi-
ta alveolar, senão o osso pode reabsorver- tar a cirurgia periodontal para manter os
72
se. A largura combinada do epitélio com contornos corretos. Todo cuidado deve ser
os ligamentos do tecido conectivo é normal- tomado na referida cirurgia para não cau-
mente cerca de 2,0 mm (Fig. 2-12).73 Se sar outros problemas, pela perda excessi-
a margem intruir neste "espaço biológico" va de gengiva inserida ou suporte ósseo dos
72
resultará em inflamação (Fig. 2-13), e o os- dentes adjacentes. Outro meio é a erup-
so retrairá até atingir, outra vez, cerca de ção forçada do dente antes da restauração.
2,0 mm da margem da coroa (Fig. 2-14). Ambas as soluções resultarão em uma ra-
Isto pode ocorrer, "num beco sem saída" zão coroa/raiz menos favoráve-l. Se restau-
interproximal ou bolsa infra-óssea que se- rar o dente com extensão subgengival pode
ria impossível de se manter num estado de comprometer a saúde de dentes adjacen-
saúde. tes, em certas condições é preferível extrair
Quando as condições indicarem que a o dente e colocar aí uma prótese fixa.
56
Linhas de Terminação e o Periodonto
Fig. 2-13 Quando a margem de uma restauração se introduz no espaço biológico, a inflamação e a atividade osteoclástica
são estimuladas.
Fig. 2-14 A reabsorção do osso continua até que a crista do osso alveolar esteja, pelo menos, a 2,0 mm da margem da
restauração. O melhor resultado que se pode esperar é que as inserções epitelial e do tecido conjuntivo se restabele-
çam em um nível mais apical. É provável que haja continuidade da inflamação, com formação de bolsa.
57
Capítulo 3
Instrumentos Cortantes
Rotatórios - (ICR)
Os preparos de dentes para restaura- dentária com baixa rotação até obter des-
ções fundidas tiveram influência, pelo me- gaste efetivo, o dentista era obrigado a usar
nos em parte, do desenvolvimento da tec- pedras diamantadas, de grande dimensão,
nologia dos instrumentos cortantes rotató- rodas e discos, que reduziam grandes vo-
rios. Percebemos que, com esse desenvol- lumes do esmalte e da dentina. Os instru-
vimento iniciou-se o uso de peças de mãos, mentos cortantes rotatórios eram delinea-
usando-se brocas abrasivas com poder de dos conforme a forma geométrica do pre-
corte aumentado. As máquinas de costura paro; os slices eram realizados com linha
do tipo Sínger e Howe serviram de mode- de terminação em forma de lâmina de faca
los para Morrison desenvolver o primeiro ou comumente em biselado e com exten-
motor dentário acionado com o pé. 1 De- são exagerada. Os preparos MOD simples
pois, a adaptação de motores elétricos para ou com cobertura, eram realizados onde as
acionar as brocas deram avanço ao equi- caixas apresentavam desenhos despropor-
pamento para preparar dentes, e isto ocor- cionais e inadequados para receberem
reu a partir das primeiras quatro décadas retentores de pontes fixas.
do século 20.
Com o advento de motores com capaci-
Mudanças significativas começaram a dade de rotação superior a 100.000 rpm,
ocorrer depois da Segunda Grande Guer- foi possível realizar redução suficiente com
ra. Entre elas, o desenvolvimento das bro- brocas pequenas e fazer sofisticados dese-
cas diamantadas fabricadas na Alemanha nhos de preparo. Também a redução de es-
nos fins de 1930, e a introdução das brocas malte hígido tornou-se muito mais operável
carbides em 1947.1 O maior acontecimento do que antes. Infelizmente, alguns dentis-
na história da Dentística Restauradora foi o tas saudaram a nova tecnologia mais como
aumento de rotações nas peças de mãos, meio de aumentar a sua produtividade do
depois de 1950, sendo que os primeiros mo- que como meio de produzir alta qualidade,
tores a corda tornaram-se empíricos, apare- usando preparos conservadores e fazendo
cendo então as peças de mãos movidas à com que os preparos ganhassem popular-
turbina. mente desenhos mais destrutivos.
61
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
62
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
63
g Tabela 3-1 Comparação das granulações de instrumentos rotatórios diamantados por tamanho de partícula.
Variação do tamanho de partícula
+
Brasseler* Densco Star* Union Broach§
Fig. 3-2 Essas cinco brocas diamantadas fazem parte Fig. 3-3 O conceito de instrumentação dupla diamanta-
do conjunto de instrumentos gerais padrão usado para da/carbide, primeiramente desenvolvido por Lusting em
preparar os dentes para restaurações metálicas e de sua série RCB36, está baseado em brocas diamantadas
cerâmicas. São elas (da esquerda para a direita): e brocas carbide de tamanho e forma combinados.
broca diamantada tronco-cônica de extremidade A broca diamantada (877-010)* e a broca (282-010)*
arredondada (856-016)*, diamantada tronco-cônica torpedo, à esquerda, fazem parte do jogo RCB. À di-
com extremidade chata (847-016)*, diamantada fina e reita, vê-se uma broca diamantada de granulação fina
longa (30006-012)*, diamantada fina e agulha curta (862-010)* e uma broca carbide (H48L-010), ambos em
(852-012)* e diamantada em roda pequena com aresta forma de chama.
arredondada (909-040)*.
65
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
66
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
te como na dentina. Uma aplicação lógica é até 40 lâminas. A aresta cortante de cada
a sua capacidade de planificar e realizar li- lâmina é formada pela junção de duas super-
nhas de terminação lisas. As brocas carbi- fícies, a da frente e a de trás (Fig. 3-8).
de podem também ser usadas para cortar O ângulo agudo formado entre a parte
metal, porém, tanto as brocas de carbide posterior da lâmina e a superfície ativa de
como as diamantadas podem ser usadas corte é um fator que tem influência na es-
na redução de dentina hígida. pessura do metal encontrado próximo a
O metal, na extremidade da broca car- aresta cortante da lâmina da broca. Há um
bide é formado por "sintering", ou moldagem ótimo ângulo agudo em cada diâmetro e o
por pressão de pó de carboneto de tungs- maior diâmetro requer menor ângulo agu-
20 24
ténio e pó de cobalto sob calor e vácuo. O do. Quanto menor o ângulo, mais eficiente
carboneto de tungsténio é cortado em pe- será o corte da lâmina. Entretanto, se o
quenos cilindros, e estes são ligados nos ângulo tornar-se muito pequeno, a parte
bastões de aço ou cabo pela soldagem, for- posterior da lâmina pode desgastar-se, au-
mando pequenos espaços (Fig. 3-4). A ca- mentando então, a fricção durante o corte
beça ou a parte ativa da broca carbide é da superfície, gerando com isto, calor e di-
trabalhada em máquina, usando-se discos minuição da eficiência.
grandes e diamantados para criar uma ca- O ângulo que, na face da lâmina encon-
beça específica que se adapta a cada tipo tra uma linha estendida da borda do corte
de broca que se está formando (Fig. 3-5). A para o longo eixo da broca é conhecido
ligação da cabeça da broca carbide no cor- como ângulo de apoio.25 Quanto mais agudo
po é feita por um processo seguro (Fig. 3-6), for o ângulo de apoio (Fig. 3-9), mais aguda
e a ruptura e qualquer parte da broca é rara. será a borda de lâmina e assim, mais efeti-
Somente quando o processo for completado va será a ação do corte. Um ângulo de apoio
é que o cabo da broca é encurtado, chanfra- positivo, infelizmente, torna a borda fraca.
do ou diminuído de diâmetro para ser preso Entretanto, as lâminas são feitas usualmen-
à peça de mão como trinco ou em retenção te em ângulo negativo ou, com ângulo de
por fricção (Fig. 3-7). apoio neutro (radial) e bisel largo. Com isto,
A maioria das brocas destinam-se prima- há uma ligeira deficiência no corte, porém,
riamente para o corte e são fabricadas com o seu volume maior evita a possibilidade de
seis e ocasionalmente oito lâminas. Usual- fratura.
mente apresentam doze lâminas, mas elas As lâminas apresentam-se em forma de
podem ter até 20, ou ainda, como muitas, espiral ao redor da broca e estão separa-
67
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
Fig. 3-8 Uma broca típica de corte tem seis lâminas (dentes) separados porestrias (espaços de descamação). Cada
lâmina tem três superfícies: anterior, plana (entre estrias) e posterior, embora a plana e a posterior possam
se mesclar em uma única superfície curvada. O ângulo entre a anterior e a linha radial é chamado de ângulo de
incidência (R). O ângulo entre a plana e a superfície ativa é o ângulo de elevação (C). Esses dois ângulos deter-
minam a agudeza da borda da lâmina.
das uma das outras por meio de "canaletas" tram algo mais efetivo do que as não-fissu-
que são sulcos trabalhados entre as lâmi- radas.27 Apesar dessa informação, as brocas
nas. A quantidade de espiral ou ângulo he- não-fissuradas, são as preferidas principal-
licoidal das lâminas atua conforme as ca- mente quando usadas nos preparos para
racterísticas do corte da broca. O ângulo restaurações fundidas. Isto porque, as bro-
helicoidal maior, produz a lisura da superfície cas fissuradas promovem estrias profundas
do preparo e reduz o "salto" a vibração da em ângulos retos com a direção do eixo de
broca na superfície do dente.24 Reduz ainda inserção do preparo.2829
o desgaste da broca de carbide durante o Diversas brocas carbide apresentam
uso e também evita que os resíduos obs- formas específicas e estão incluídas num
26
truam as "canaletas" entre as lâminas. conjunto padrão. Aí, incluem, pelo menos,
Algumas brocas apresentam as lâminas duas brocas cónicas de fissuras, que são
interrompidas por cortes transversais em longas e com comprimento padronizado,
relação às lâminas verticais. Com esta con- uma broca com parte ativa na extremidade,
figuração, elas são conhecidas como bro- e uma broca esférica número 4, de alta ro-
cas dentadas ou fissuradas ou ainda, com tação (Fig. 3-10). Para remover cáries pro-
cortes cruzados. As brocas fissuradas mos- fundas usa-se uma broca esférica, de bai-
68
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
Fig. 3-9 Os três tipos de ângulo de incidência são (A) Ângulo de incidência positivo: o plano da superfície anterior
fica atrás da linha radial. Embora isso forme uma lâmina de corte mais eficiente no início, a borda afiada descama
e deslustra rapidamente o esmalte. (B) Ângulo de incidência radial ou neutro: o plano da superfície anterior coincide
com a linha radial. (C) Ângulo de incidência negativo: o plano da superfície anterior fica na frente da linha radial. Isso
permite um maior volume de metal bem atrás da borda cortante, para maior durabilidade da broca. A maioria das brocas
tem ângulo de incidência negativo ou neutra.
69
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
71
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
Fig. 3-13 Vista de perto de broca helicoidal de Fig. 3-14 A broca helicoidal de 0,6 mm de diâmetro à
0,6 mm de diâmetro, mostrando a ponta cortante (CT) esquerda, usada para fazer pequenos condutos para
e as estrias helicoidais (HF). pinos paralelos que fazem parte de uma restauração
fundida, tem uma parte cortante de 5,0 mm e compri-
mento. A broca Kodec de 0,5 mm*, à direita, usada
para criar pequenos condutos para pinos rosqueados
Minim, *que retêm núcleos de amálgama e de resina
composta, tem um colar de 2,0 mm a partir da extre-
midade, para impedir o corte excessivo na profundi-
dade do conduto do pino.
72
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
73
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
Figs. 3-16 A e B Essas MEEs da parede axial e da linha de terminação de um preparo, instrumentadas com uma
broca diamantada torpedo, mostram a aspereza da superfície perto do chanfro.
Fig.3-16B700x.
Fig.3-16A35x.
Figs. 3-17 A e B Essas MEEs demonstraram reduções axiais de preparo para coroa total e linhas de terminação
em chanfro que foram feitas com uma broca diamantada em torpedo e, a seguir, alisadas com uma broca carbide.
74
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
Figs. 3-18 A e B Um bisel oclusal preparado com uma broca diamantada áspera.
Fig.3-18A35x. Fig.3-18B700x.
Figs. 3-19 A e B Um bisel oclusal reduzido com uma broca carbide n3 170 é muito mais liso do que o feito com
diamantada.
75
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
Fig. 3-20 Este bisel gengival foi feito com uma broca Fig. 3-21 Se o bisel gengival preparado com uma
diamantada em forma de chama (35x). broca diamantada em forma de chama for retraçado e
retocado com uma broca carbide em forma de chama,
ele será muito mais liso (35x.)
Fig. 3-22 O bisel gengival feito com broca carbide em Fig. 3-23 O bisel criado por uma broca de acabamento
forma de torpedo é mais liso do que feito com de lâmina-40 não é tão liso e bem instrumentado como
diamantada, mas a superfície fica ondulada (35x). o criado por uma broca de 6 lâminas ou 12 lâminas (35x).
76
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
Fig. 3-24 O bisel criado por uma pedra montada usa- Fig. 3-25 Um degrau criado com nada mais que uma
da para acabamento da margem gengival é inaceitavel- broca diamantada de extremidade chata será uma
mente áspero (35x.) linha de acabamento muito áspera (35x).
chama e depois, alisado e polido com a pon- e com ponta chata é muito rugoso para
ta de uma broca carbide também em chama, permitir a confecção de restauração com
o resultado será um bisel gengival com alto margem justa (Fig. 3-25). O degrau deve-
grau de lisura (Fig. 3-21). ria ser terminado com uma broca carbide
O bisel gengival feito com a ponta de uma de ponta ativa e apoiada no esmalte para
broca comum produz bom resultado para as assegurar a lisura da linha de terminação
mãos experientes do operador, porém, o (Fig. 3-26).
procedimento é técnico-sensitivo e surgem O acabamento das faces proximais, bem
certas dificuldades no seu uso. A broca car- sensíveis, poderá ser obtido com disco de
4143
bide torpedo tende a produzir sulcos no bisel papel abrasivo. Entretanto, necessita de
e na linha de terminação, porque ela não um leve toque superficial para evitar o su-
pode ser guiada em contato com a parede peraquecimento e deve ser trocado com fre-
axial (Fig. 3-22). A broca carbide de 40 lâmi- quência para assegurar corte efetivo da
nas produz bisel ondulado, quando a sua estrutura do dente. Esses discos são limi-
ponta for usada (Fig. 3-23). O recortador de tados às áreas da boca com bom acesso, e
margem gengival é usado principalmente no deve-se tomar muito cuidado para evitar
acabamento da terminação da parede gen- injúria ao paciente. Embora os discos pos-
gival do preparo para amálgama, sendo que, sam produzir uma lisura ótima e com linhas
o seu uso é pouco recomendável no prepa- de terminação distintas, muitos discos gros-
ro para restaurações fundidas, porque ela seiros deixarão sulcos no biselamento do
produz bisel rugoso e irregular (Fig. 3-24). preparo, e quando estão muito gastos irão
O degrau preparado com broca diaman- arredondar e deixar o término do preparo
tada tronco-cônica de granulação regular com pouca nitidez (Fig. 3-27).
77
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
Fig. 3-26 O degrau pode ser melhorado com mais Fig. 3-27 Esse biselado proximal foi feito com um disco
instrumentação usando uma broca de extremidade de carborundum médio, seguindo por um disco de
ativa e instrumento manual cortante (40x). granulação grossa. Observe o arredondamento sobre
a linha de terminação no segmento gengival (35x).
Fig. 3-28 Foi usada uma broca diamantada em forma Fig. 3-29 Usou-se uma broca de acabamento em forma
de chama para preparar esse biselado. Ele combina de chama de 12 lâminas, para alisar esse biselado,
bem com o bisel gengival, mas há estrias horizontais na depois que ele foi feito com uma broca diamantada em
superfície (25x). forma de chama (25x).
78
Instrumentos Cortantes Rotatórios - ICR
Uma broca diamantada em forma de cha- siduais dando a mesma configuração à su-
ma, com os lados paralelos, é melhor do perfície, como a obtida com a broca de 12
que uma broca ligeiramente tronco-cônica, lâminas ou em forma de chama. Para con-
pois a primeira produz superfície plana e re- seguir o máximo de eficiência, a broca de
gular. A habilidade daquela broca com la- 12 lâminas pode ser usada somente para
dos paralelos, frente a lisura, combina-se alisar o bisel ou o biselado depois que for
biselado vertical com o bisel no degrau previamente reduzido com a broca dia-
gengival, auxiliando então para produzir li- mantada em forma de chama de vela. Usa-
nha de terminação que vai de uma superfí- se a broca diamantada, como instrumento
cie a outra do dente. Não obstante, essa primário de corte, porém, obtém-se super-
broca não alisa completamente o acaba- fícies ligeiramente rugosas e produzem-se
mento, porque as superfícies reduzidas no linhas de terminação não acabadas, segun-
biselado da parede vertical bisel ou na linha do essa fase de procedimento.
de terminação não são perfeitamente lisas Discos diamantados de tamanho grande
(Fig. 3-28). não podem ser descritos como instrumen-
Uma broca carbide longa com 12 lâminas tos de preparo, pois na opinião dos auto-
em forma de chama* é usada para comple- res, não devem ser usados na moderna
tar o acabamento da linha de terminação Dentística Restauradora como instrumento
com superfícies lisas do bisel horizontal e de redução proximal ou de aplainamento.
biselado da superfície vertical (Fig. 3-29). Eles são perigosos para o paciente e po-
Pode-se usar também uma broca com 1,0 dem facilmente superestender o preparo
mm de diâmetro para reduzir saliências re- com o seu uso.
79
Capítulo 4
A coroa total veneer foi, por muitos anos, Os termos "coroa total", "coroa total fun-
considerada como um trabalho de rotina em dida" e "coroa completa" podem ser usados
restaurações fundidas, portanto, é uma indiferentemente com "coroa total veneer"
restauração com muitas indicações. Pode para descrever uma restauração feita intei-
ser usada onde a destruição coronária foi ramente de metal fundido. A diminuição no
severa1"3 em extensão, por isso é descrita uso do ouro e sua substituição pelas ligas
na Dentística Operatória como "último recur- não preciosas, fez com que a "coroa total
4
so para preservar um dente". É, também, em ouro", em termo comum, se tornasse
muito útil naquelas situações em que o dente inaceitável como descrição genérica.
a ser restaurado precisa ser remodela-
1 245
do, ' visto que essas mudanças podem Remover inteiramente a forma anatómica
18
ser consideradas no contorno normal do da coroa clínica é um procedimento radical, e
dente quando todas as superfícies axiais es- às vezes, é defendida com uma crença
tão envolvidas. errada de que está protegendo o dente con-
tra cáries. Enquanto quaisquer superfícies
Apesar da coroa total veneer constituir axiais descalcificadas de um dente devem ser
uma parte valiosa e insubstituível da Dentís- cobertas quando uma restauração é feita, é
tica Restauradora, provavelmente é usada errado pensar que todas as superfícies de-
em excesso. As estatísticas de seguro odon- vem ser cobertas para evitar que tenham
tológico indicam que 93% das restaurações cáries futuramente. A cobertura total não de-
fundidas realizadas são restaurações com ve ser usada para prolongar a longevidade
cobertura total de alguma forma.6 Provavel- de uma coroa em uma boca cujo meio bioló-
mente, a popularidade de coroa total veneer gico não está sob controle. Em tais casos, a
é pelo menos em parte, devido à facilidade restauração fundida não é indicada enquan-
de confecção e uso.
7 to o processo carioso não for controlado.
As figuras 4-1 a 4-33 ilustram as fases,
Os clínicos sabem empiricamente que as em corte, de um preparo clássico para co-
coroas totais são superiores a outros de- roa veneer em um molar inferior. As fases
senhos em retenção248"13 e em resistência.14 básicas são, praticamente, as mesmas para
Isto foi confirmado por estudos laboratoriais todos os dentes posteriores, exceto o bisel
15
de Lorey e Meyers, Reisbick e da cúspide funcional, que seria colocado na
Shillingburg e Potts e cols.17 Uma restau-
16
cúspide palatina dos molares superiores.
ração com cobertura total é indicada quando
for necessário obter retenção máxima, e As figuras 4-34 a 4-37 são exemplos clíni-
quando o resultado estético não for impor- cos de coroas totais veneer e preparos para
tante, pode ser usada uma coroa totalmen- coroas totais veneer usados nas restaura-
te metálica. ções em molares inferiores e superiores.
83
Coroa Total Veneer
3000
Cfl 250 243 rr
< rr m
200
LU 2000 O
O Q
•z.
O LU
150 ^ 1500
><
O oO
O
o o 106 114 o
cr
2 UJ 1000
LU
Q
LU
100 Q
rr O 500
CC
O O
50
rr 3119
O
LL
il
o ro
^ o
%8
CD p
1
o 1366
1140
PREPAROS PREPAROS
Fig. 4-1 Os valores de retenção são comparados para Fig. 4-2 Os valores de resistência são mostrados para
1719 20
cinco desenhos de reparos comumente usados. - A os mesmos cinco preparos mostrados na Figura
retenção de uma coroa total é significantemente maior 4-1,17192° A resistência da coroa total é claramente su-
do que a dos diversos desenhos de coroa parcial. perior à dos outros desenhos de preparos.
84
Coroa Total Veneer
85
Coroa Total Veneer
86
Coroa Total Veneer
87
Coroa Total Veneer
88
Coroa Total Veneer
89
Coroa Total Veneer
90
Coroa Total Veneer
91
Coroa Total Veneer
Redução axial
Retenção e resistência
Sulco de assentamento
Retenção e resistência
92
Coroa Total Veneer
93
Capítulo 5
A coroa parcial 4/5 representa uma filo- ajusta melhor do que um segmento horizon-
6
sofia de prática, bem como uma forma de tal da margem.
tratamento. É, na realidade, a restauração A consideração da coroa parcial 4/5 é as-
mais conservadora e requer um mínimo de sunto de exercício mental. O desenho con-
redução da estrutura do dente do que a servador, deve ser a primeira consideração
maioria dos casos. Seu uso é baseado na sempre que a restauração fundida for proje-
opinião simples de que, estrutura íntegra do tada, porém ela não é, provavelmente, para
7
dente não deveria ser desnecessariamente ser usada em absoluto. A coroa parcial 4/5
1
removida. A coroa parcial veneer* deve ser é inadequada nos dentes com destruição
empregada ponderadamente, assim não fi- extensa quando há necessidade de máxima
cará sujeita às exigências às quais não é retenção ou exigência de estética.
capaz de se opor. A coroa parcial 4/5 é indicada naqueles
Além disso, para preservar a estrutura ín- casos onde existem face vestibular ínte-
tegra do dente, a coroa parcial 4/5 permite gra,8"9 pequenas cáries,8"10 altura média ou
10
a precisão de justeza e pode ser avaliada longa e boa higiene.
nas margens expostas. O cimento pode es- Foi demonstrado que a coroa parcial 4/5
coar com mais facilidade, permitindo, então tem menos retenção e resistência do que a
um assentamento mais perfeito. Finalmente coroa total veneer1113 e, portanto, deve ser
a parede intacta serve de guia na reprodu- restrita naquelas situações onde uma reten-
ção natural dos contornos e torna possível ção moderada é suficiente. Este tipo de res-
o teste de vitalidade pulpar.2 tauração fundida pode ser empregado com
A grande extensão do perímetro margi- muito sucesso como retentor de prótese fixa
nal da coroa parcial 4/5 apresenta suas com pequeno espaço protético.
margens localizadas supragengivelmente, Numa recente pesquisa da Educação
portanto, uma vantagem adicional para a Odontológica, Grosso e Carreno encontra-
2 5
saúde da gengiva marginal. " Alguns clíni- ram algumas controvérsias acerca do uso
cos evitam o uso da coroa parcial 4/5 di- da coroa parcial 4/5 na situação onde a es-
zendo que ela apresenta maior extensão de tética era considerada importante. Educa-
margem do que uma coroa total. Isto é ver- dores odontológicos em diversas regiões
dade, apesar de não ser necessariamente dos Estados Unidos sentiram que essas
relevante. Há margem adicional na coroa coroas eram reservadas para aquelas situa-
parcial 4/5, mas é inteiramente vertical e se ções, nas quais a estética não era solici-
10
tada. Esta opinião não era unânime nem
aceita.
Se o desenho for habilidoso, a coroa par-
14
*NT: coroa parcial veneer, ou seja, coroa veneer cial 4/5 pode ser muito estética. É uma
com faceta estética natural ou coroa parcial 4/5. restauração que pode ser usada com muito
95
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
96
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
RETENÇÃO COMPARATIVA DE
RESISTÊNCIA COMPARATIVA DE
DESENHOS DE PREPAROS
300 - 1 ---- í DESENHOS DE PREPAROS
Cfl f -----
(B 3119
— H l — -—1 < 3000 _ 1 1
< 250 - o 243 cr -Si ~l 1-
m
m
'S^í>^
o —
o ^ —i í "^ 5 o
—i il <N -S 2
Lu 20
° - 0 ffl In UJ 2000 0 ÍÍ 1828
O 3 175
181 |á
O
( 13 "
m 1 --
0 Z 2 o
O- 150 oO ^^
-| 8 5 ^ 1500 _ Qí —^ O 1 9Q9
1366
o o
Jg
tr ^ (D
8 114C1266 T 1 2 9 2 Io"^^
f™
1
LU 106 11 0 CO
g
D X
S
s
11
100 4
LU
80
o 8 * s
a
CO 1000 - x m
Q S LO
in
s
LU 13 o
ff
1 50
_ (T3 O Q o
S
to
LU S- o
0 LL
0
o Q
CJ,
^ LO e
o
3
O
O o < 500 — ^ ^ ^
03 0
O (Q
s
0 £o
cr
0 3
O
(J
PREPAROS LL
O
PREPAROS
Fig. 5-1 Valores de retenção, mostrados em três Fig. 5.2 Valores de resistência comparados para as
variações de coroa parcial 4/5 e três outros tipos de variações de coroa parcial 4/5 e outros três desenhos
13 15 13 K
preparos. - de preparo. -
97
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
Fig. 5-4 Pode ser muito útil para o iniciante, ter algum
tipo de moldagem com a qual julgar a redução para o
preparo. Para fazer uma, deve-se adaptar meia medi-
da de silicone sobre o dente a ser preparado e um ou
dois dentes adjacentes. Isso pode ser feito na boca do
paciente, enquanto se espera pela anestesia, ou pode
ser preparado antes, em um modelo de diagnóstico
lubrificado.
98
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
99
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
100
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
1
01
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
102
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
103
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
104
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
105
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
106
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
107
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
~~
108
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
Acabamento
do bisel vestibular
Integridade marginal
109
Redução do plano oclusal
Durabilidade estrutural
Canaleta oclusal
Durabilidade estrutural
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
110
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
111
Coroa Parcial 4/5 do Arco Superior
112
Capítulo 6
O preparo para coroa parcial 4/5 nos pré- ve proporcionar espaço para um volume
molares e molares do arco inferior difere do adequado de metal e reforçar a margem,
preparo para os dentes posteriores da arca- prendendo-se em dois sulcos próximos para
da superior, isto porque as cúspides vesti- formar uma "amarria" de reforço. As carac-
bulares dos dentes posteriores da arcada terísticas da margem volumosa e reforço
inferior são cúspides de suporte. O preparo são localizadas nas vertentes vestibulares
nestes dentes precisa compensar e proteger das cúspides correspondentes, e é desne-
as cúspides vestibulares e as margens da cessário colocar esses reforços como com-
restaurações. Em caso contrário ou a não- pensação na vertente lingual das cúspides.
proteção, as cúspides podem fraturar-se ou
O primeiro pré-molar inferior é um pobre
então a coroa em pouco tempo pode sofrer
candidato para receber uma coroa parcial
desgaste nas proximidades da margem ves- 10
tíbulo-oclusal. 4/5. Esse dente é frequentemente muito
baixo ou muito pequeno em volume para
Por esta razão, a recente versão da co- proporcionar adequada retenção e resistên-
roa parcial 4/5 do arco inferior deverá ser cia para retentor de ponte fixa. Ainda, a sua
recoberta por vestibular, deixando a super- posição na arcada faz com que a coloca-
16
fície da cúspide não funcional descoberta. ' ção de uma coroa parcial 4/5, de tipo pa-
A cobertura completa da face vestibular drão, torne-se esteticamente inaceitável
torna-se esteticamente inaceitável, porém pela maioria dos pacientes.
um diferente desenho pode ser desenvol-
vido para os dentes posteriores da arcada A coroa parcial 4/5 é, entretanto, restrita
inferior. ao uso como retentor de prótese fixa ou em
restauração em dente isolado, ou ainda, no
A coroa parcial 4/5 reversa, com cobertu- segundo pré-molar e molares de pacientes
ra completa da face vestibular é usada oca- que não rejeitam ligeira exposição do me-
sionalmente e está reservada para uma ou tal. Essa coroa parcial 4/5 não poderá ser
outra situação: (1) é ideal quando os mola- usada nos molares inferiores inclinados para
res inferiores estão muito inclinados para mesial, porque é impossível, durante o pre-
7
lingual e (2) pode também ser usada nos paro, compensar a conicidade das paredes
molares inferiores que sofreram destruição mesial e distai, que inevitavelmente ocor-
da face vestibular e não a da lingual.8 rem em tais situações, não envolvendo a
superfície vestibular do dente. Como resul-
A superfície vestibular é deixada íntegra tado, este tipo de preparo não é frequente-
79
e as cúspides são recobertas. ' A linha de mente usado como retentor de prótese fixa
terminação em oclusal pode ser realizada nos segundos molares inferiores, mesmo
9
em chanfro acentuado, ou em degrau com que as superfícies vestibulares estejam
78
bisel. ' Ou ainda, a linha de terminação de- íntegras.
115
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
As fases para realizar o preparo para Alguns exemplos clínicos de coroas par-
coroa parcial 4/5 clássica, num molar infe- ciais 4/5 colocadas nos dentes posteriores
rior são apresentadas nas Figs. 6-1 a 6-44. da arcada inferior são apresentadas nas
Diferem do preparo para coroa parcial 4/5 Figs. 6-45 a 6-55.
em molares superiores (capítulo 5) porque
as cúspides funcionais são as vestibulares,
no inferior e linguais no superior.
116
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
117
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
118
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
119
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
120
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
121
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
122
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
123
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
124
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
125
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
126
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
Redução axial
Retenção e resistência
Durabilidade estrutural
Bisel vestibular
Preservação do periodonto
Integridade marginal
Chanfro
Biselado proximal Integridade marginal
Integridade marginal
Fig. 6-44 Características de um preparo para coroa parcial 4/5 em um molar inferior e função de cada
uma delas.
127
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
128
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
129
Coroa Parcial 4/5 do Arco Inferior
130
Capítulo 7
133
Coroa Parcial 3/4
134
Coroa Parcial 3/4
135
Coroa Parcial 3/4
136
Coroa Parcial 3/4
137
Coroa Parcial 3/4
138
Coroa Parcial 3/4
139
Coroa Parcial 3/4
s
Fig. 7-24 sulcos proximais: brocas de carbide n s 169L
e 170.
140
Coroa Parcial 3/4
141
Coroa Parcial 3/4
142
Coroa Parcial 3/4
143
Coroa Parcial 3/4
144
Coroa Parcial 3/4
145
Coroa Parcial 3/4
146
Coroa Parcial 3/4
Linha de terminação
em chanfro
Durabilidade estrutural
Redução lingual
Durabilidade estrutural
Canaleta incisai
Durabilidade estrutural
Biselado Integridade marginal
Integridade marginal
Bisel incisai
Fig. 7-46 Características de uma coroa parcial 3/4 e a função de cada uma delas.
147
Coroa Parcial 3/4
148
Coroa Parcial 3/4
149
Coroa Parcial 3/4
150
Capítulo 8
A coroa parcial 3/4 modificada com pino resina composta e ataque ácido ou então,
é reconhecida como uma restauração esté- com coroa metalocerâmica, na atualidade.
tica e conservadora.13 Ela responde ple- É melhor reservara coroa parcial 3/4 para
namente na substituição da superfície não os incisivos centrais e caninos da arcada
14
preparada pelos pequenos condutos colo- superior, embora possa ser colocada tam-
cados na parede lingual do preparo e é sem bém nos incisivos laterais superiores, com
dúvida, a mais conservadora entre as coro- volume apreciável, para seguramente aco-
as parciais 3/4 em porcentagem da parede modar o preparo com pequeno conduto.
axial de esmalte conservada íntegra. Como é uma restauração estética que evita
Entretanto, a retenção é obtida interna- a colocação da margem total ou quase to-
mente pela colocação de pequenos condu- talmente na região subgengival, ela é perio-
tos na dentina. Dependendo da morfologia, dicamente preferida a alguns tipos de coroas
15
tamanho do dente e habilidade do operador total em porcelana.
que poderia realizar o pequeno conduto mui- A coroa parcial 3/4 modificada com pino
to próximo, ou ainda, acidentalmente pene- é um velho tipo de restauração que mere-
trar na câmara pulpar. ceu ser melhorada na tecnologia, nos últi-
Por esta razão, é contra-indicada nos mos anos. As formas de retenção degrau-
dentes pequenos,4 dentes com pequena pequeno conduto, utilizando pino colocado
56
espessura vestíbulo-lingual, , dentes com sobre uma plataforma de apoio ou "asas"
7
câmara pulpar volumosa e nos dentes mal de metal, estendendo-se do pôntico para a
posicionados. superfície lingual dos dentes de suporte pre-
A coroa parcial 3/4 modificada com pino parados, foram descritos em 1880 por Litch16
17
é considerada o retentor de escolha quan- e em 1896 por Gabriel. A forma mais tí-
do um dente íntegro é usado como elemen- pica de coroa parcial 3/4 com degrau-
to de suporte de uma prótese fixa e em uma pequeno conduto foi apresentada por
8 1
área esteticamente crítica. Mais recente- Burgess, que fluiu solda de ouro sobre lâ-
18
mente, os retentores colocados com resina mina de matriz adaptada ao redor do pino.
e ataque ácido (ver Capítulo 17) tornaram- Outra modificação chamada "pitledge" que
se popular nestas situações. Com cobertu- usava "pits" ou covas feitas sobre o degrau,
fi
ra menor da superfície proximal, a coroa usando uma broca carbide n 560, per-
parcial 3/4 modificada com pino é uma ex- furando-se numa profundidade de 1,0 mm
celente restauração para reparar a abrasão para retenção.19 Não era usada até 1960,
811
lingual severa. Era usada antigamente a porém, a restauração tornou-se popular com
restauração classe IV com fratura do ângu- o desenvolvimento da broca em forma heli-
lo incisai,891213 porém, é mais provável que coidal. "Twist Drill", própria para perfuração,
este tipo de dano possa ser restaurado com e também, com o aparecimento de cerdas
153
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
de nylon, foi então possível o dentista, per- Pinos longos produzem mais retenção,
furar o pequeno conduto com precisão e pois seria uma vergonha causar falha de
obter com facilidade a reprodução pela uma prótese conservadora por ter os pinos
20
moldagem. muito curtos para reter a prótese. Essas são
A coroa parcial 3/4 modificada com pino, as falhas destrutivas, visto que o outro
depende necessariamente de pinos para retentor raramente falha ao mesmo tempo.
retenção, porém, muitos autores têm volta- O pequeno conduto pode tornar-se acessí-
do sua atenção para vários aspectos deste vel para o fluido bucal e microorganismos
dispositivo de retenção. A retenção pode ser que penetram na profundidade do dente.
aumentada pelo uso de pinos com diâme- Este processo frequentemente atinge, às
tro ou comprimento maior.2122 Ainda, a re- vezes, antes de ser detectado. Entretanto,
tenção pode ser melhorada, aumentando o se os pequenos condutos tiverem profundi-
22 8
número de pinos. De dois a quatro pinos, ~ dade adequada, não há razão para dese-
2426
porém existem sugestões com um óti- nhar um retentor diferente ou outra opção a
mo número de pinos, com três, sendo es- ser selecionada.
te número recomendado frequentemen- Nem todos os pinos usados na retenção
32026 28
te. ' De fato, se o dente for volumoso de coroas parciais 3/4 modificada com pino
pode-se colocar três pinos, desde que se são de variedades de lados paralelos. Exis-
encontre os requisitos para posicioná-los tem pinos cónicos, de diâmetro e configura-
Q
pelo menos com 1,0 mm de distância (ou, ção semelhantes aos de uma broca n 700,
de outra forma, posicioná-los onde há, no sendo também usados extensivamente para
mínimo, 0,5 mm de dentina ao redor de cada retenção de restauração fundida.1238'40 Estes
10
conduto). tipos de pinos são escritos como sendo
Os pequenos condutos deveriam ser cinco vezes mais rígidos que os de 0,55 mm
conservados a 1,5 mm da junção dentina (0,022 polegadas) e são pinos com lados
esmalte,2528 para evitar dano ao esmalte paralelos. Lorey e Moyers apresentaram
e possível escurecimento decorrente da uma coroa parcial 3/4 com três pinos cóni-
cor opaca do metal, visto através do cos num canino e afirmaram ser igual em
esmalte. retenção como uma coroa parcial 3/4, do
42
Os pinos serrilhados apresentam melho- tipo padrão, com um pino no cíngulo. Um
21 2229
res retenções do que os pinos lisos. ' Os pino de plástico cónico de tamanho e coni-
pinos serrilhados de irídio-platinum são cidade de uma broca 700, é usado para re-
preferidos, uma vez que permitem usar, produzir o pequeno conduto na moldagem
pequenas cerdas de nylon para obter pa- e depois obter o pino por fundição.
drão de cera e posterior fundição. Os pequenos condutos nos preparos, são
O diâmetro do pino mais comumente re- muito pequenos para serem reproduzidos
comendado é de 0,6 mm (0,024 polegadas), com perfeição usando material de molda-
embora pinos de 0,7 mm (0,028 polegadas) gem. Por isso, cerda de plástico ou de nylon,
sejam ocasionalmente usados.4'24'31 O com- ligeiramente menor que o diâmetro da bro-
202443
primento do pino recomendado na literatu- ca, é colocada no pequeno conduto.
ra é variável e os clínicos antigos, ineficien- Um pino metálico também pode ser usado
temente cortavam com brocas de aço ten- para esta finalidade.44 A moldagem é feita,
tando colocar num pequeno conduto raso inicialmente, envolvendo ao redor do pino e
153233 34
de 1,0 mm ou 1,5 mm. Isto foi au- quando a moldagem é retirada, a cabeça
mentado para 2,0 ou 3,0 mm por autores do pino fica presa no material de moldagem,
recentes,3A13'24'25 Lorey recomenda 4,0 mm21 e portanto, é "colhido" ou "capturado" pela
Hughe, 3,0 mm a 5,0 mm.28'3135'37 moldagem. Quando a moldagem é preen-
154
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
155
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
156
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
157
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
158
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
159
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
160
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
n
»)
161
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
162
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
!
Fig. 8-28 Unir os nichos incisai e do cíngulo, com uma faj^í
canaleta em forma de V. O metal nessa área linguo-
proximal reforça a restauração. '
163
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
164
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
165
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
166
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
167
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
Terminação em chanfro
Bisel incisai
Durabilidade estrutural
Integridade marginal
Redução axial
Retenção e resistência
Durabilidade estrutural
Preservação periodontal
Canaleta
Sulcos próxima is
Resistência e retenção
Durabilidade estrutural
Biselado
Integridade marginal
incisai
Durabilidade
estrutural
Redução lingual
Degrau e pequeno conduto Durabilidade estrutural
Resistência e retenção Canaleta
Sulco proximal Durabilidade estrutural
Retenção e Degrau e pequeno conduto
resistência Resistência e retenção
Durabilidade estrutural
Fig. 8-45 Características de uma coroa parcial 3/4 modificada com pino e a função desempenhada por elas.
168
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
169
Coroas Parciais 3/4 Modificadas em Pino
170