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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
5ª CÂMARA CRIMINAL - PROJUDI
Pç. Nossa Senhora de Salette - Palácio da Justiça, s/n - Sala Des. Haroldo da Costa Pinto - Anexo, 1º
Andar - Centro Cívico - Curitiba/PR - CEP: 80.530-912
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APELO DE ADEILDO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. ADEQUAÇÃO,
DE OFÍCIO, DAS PENAS.
O Ministério Público do Estado Do Paraná, por meio de seu representante, denunciou ADEILDO SOUZA PRADO
e LEONARDO XAVIER VEDOVATO como incursos nas sanções do art. 157, §2º, II, do Código Penal pela
pratica do fato assim narrado na exordial (mov. 31.1):
No dia 06 de junho de 2018, por volta das 15h05min, em uma Lanchonete situada à Rua Paraguai,
175, bairro Alto Alegre, neste Município e Comarca de Cascavel, os denunciados ADEILDO SOUZA
reprovabilidade de suas condutas, somando esforços e conjugando vontades, mediante grave ameaça
ostensivamente 01 (uma) arma de pressão (apreendida - fl. 13) com o propósito de intimidá-las,
subtraíram para ambos R$203,00 (duzentos e três reais) em espécie, pertencentes ao aludido
estabelecimento-vítima.
assalto, portando a arma e subtraindo a res furtiva, ao passo que ao denunciado ADEILDO coube o
fornecimento da arma utilizada no delito, para que posteriormente dividissem os lucros (cf. declinado
Proferida sentença (mov. 95.1), a pretensão contida na denúncia foi julgada procedente, a fim de condenar os
acusados LEONARDO XAVIER VEDOVATO pela prática do crime tipificado no art. 157, §2º, II, do Código
Penal à pena de 05 (cinco) anos e 04 (quatro) meses de reclusão, em regime fechado, além do pagamento de 87
(oitenta e sete) dias-multa e ADEILDO SOUZA PRADO pela prática do crime descrito no art. 157, §2º, II c/c art.
29, caput e §1º, ambos do Código Penal à pena de 04 (quatro) anos, 02 (dois) meses e 20 (vinte) dias de reclusão,
em regime semiaberto, além do pagamento de 19 (dezenove) dias-multa.
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ADEILDO, em suas razões (mov. 105.1), sustenta não haver provas de que a arma lhe pertencia; e ainda que fosse
sua, não restou demonstrado que eventualmente sabia que o corréu praticaria um crime com o objeto que teria o
emprestado. Afirma, ainda, não ter recebido qualquer quantia do corréu após a prática do roubo, fato que corrobora
sua versão de que não participou de qualquer modo do crime. Sucessivamente aduz que a integralidade do valor
roubado foi encontrada em posse de Leonardo, consoante depoimento das vítimas, pelo que requer sua absolvição.
LEONARDO, por seu turno (mov. 127.1), alega que restou demonstrado que praticou o delito sozinho, sem a
participação de nenhuma outra pessoa, motivo pelo qual requer a exclusão da majorante do concurso de agentes.
Sustenta, ainda, que não pretendia lesionar as vítimas, tanto que utilizou uma arma de pressão para efetuar a
subtração, pelo que deve ter sua conduta desclassificada para furto simples. Sucessivamente postula pela fixação de
regime mais brando para o início de cumprimento da reprimenda. Ao final requer a concessão da benesse da
assistência judiciária gratuita.
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ apresentou contrarrazões (mov. 134.1), pugnando pelo
conhecimento e não provimento dos apelos.
Nesta instância, os autos foram remetidos à douta Procuradoria Geral de Justiça, que se manifestou pelo a)
conhecimento parcial e, na parte conhecida, pelo não provimento do recurso de Leonardo; b) conhecimento e
parcial provimento do apelo de Adeildo, tão-só para arbitrar honorários em prol de seu defensor nomeado (mov.
8.1-TJ).
É o relatório.
Voto.
Explico.
Preliminarmente, pleiteia a defesa de Leonardo pela concessão dos benefícios da justiça gratuita, afirmando não ter
o réu condições de arcar com o pagamento das custas e despesas processuais.
Art. 804. A sentença ou o acórdão, que julgar a ação, qualquer incidente ou recurso, condenará nas
PROJUDI - Recurso: 0019138-39.2018.8.16.0021 - Ref. mov. 25.2 - Assinado digitalmente por Luiz Osorio Moraes Panza:7682, Marcus Vinicius de
Lacerda Costa:11216
21/02/2019: EXPEDIÇÃO DE COMUNICAÇÃO AO JUIZ DE ORIGEM. Arq: Acórdão
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custas o vencido.
Com efeito, alinhando-me ao posicionamento do Colegiado, a possibilidade do pagamento de tal ônus processual
deve ser analisada apenas na fase executória, quando a situação econômica do condenado determinará a
possibilidade de sua aplicação. Sobre o tema, cito os seguintes julgados:
do apelante, porque não incidem custas no recurso criminal não está sujeito ao pagamento de
custas e a questão relativa ao pagamento das custas processuais e da pena pecuniária é questão
- Do mérito
Como visto, Adeildo requer sua absolvição do delito, ao argumento de que inexiste provas de que a arma era sua;
sucessivamente alega não haver demonstração de que sabia da intenção criminosa do corréu Leonardo ao
supostamente emprestar-lhe a arma de pressão. Leonardo, a seu turno, insurge-se contra o reconhecimento da
PROJUDI - Recurso: 0019138-39.2018.8.16.0021 - Ref. mov. 25.2 - Assinado digitalmente por Luiz Osorio Moraes Panza:7682, Marcus Vinicius de
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21/02/2019: EXPEDIÇÃO DE COMUNICAÇÃO AO JUIZ DE ORIGEM. Arq: Acórdão
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majorante do concurso de agentes, afirmando ter agido sozinho.
Pois bem.
A materialidade dos delitos está comprovada pelo Auto de Prisão em Flagrante (mov. 1.2), Auto de Exibição e
Quanto à autoria delitiva do crime patrimonial, em que pesem as alegações da defesa, esta se mostrou induvidosa
durante a instrução processual.
Apesar de Adeildo negar ter participado de qualquer modo do delito, e Leonardo igualmente afirme ter praticado o
crime sozinho, há prova bastante de que aquele, sabendo da intenção deste e aderindo a sua conduta, forneceu-lhe
auxílio material para a perpetração do delito, tendo inclusive recebido parcela do objeto do roubo.
“eu estava na minha casa, arrumando um fusca que estava todo desmontado; quando o rapaz
(Leonardo) chegou; eu não conhecia ele, conheci naquele dia inclusive; eu não vi que ele tinha
escondido a arma lá e continuei fazendo minhas tarefas; ele conversou com os filhos do dono da casa,
que moram lá também, e logo saiu; uns 15 minutos depois os policiais chegaram; Leonardo não me
deu nenhum dinheiro, não vi se ele deu para os meninos; nunca usei droga com Leonardo; não mostrei
para os policiais onde estava a arma, eu não sabia onde estava;” (transcrição realizada nas
Conquanto Adeildo negue conhecer Leonardo, nas oportunidades em que este foi ouvido ele sempre confirmou se
conhecerem; inclusive Leonardo confessou ter dado dinheiro a Adeildo, mas afirmou que o fez para que ele
comprasse drogas.
RECENTEMENTE. QUE DISSE QUE ESTÁ ROUBANDO PORQUE A SOCIEDADE NÃO LHE
DÁ SERVIÇO (...)
PROJUDI - Recurso: 0019138-39.2018.8.16.0021 - Ref. mov. 25.2 - Assinado digitalmente por Luiz Osorio Moraes Panza:7682, Marcus Vinicius de
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21/02/2019: EXPEDIÇÃO DE COMUNICAÇÃO AO JUIZ DE ORIGEM. Arq: Acórdão
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Em juízo o acusado Leonardo apresentou outra versão, contradizendo-se diversas vezes ao longo de seu
interrogatório. De todo modo confirmou conhecer a pessoa de Adeildo, a quem efetuou o pagamento de R$ 20,00
logo após a prática do roubo. Inicialmente afirmou que entregou o dinheiro para que ele escondesse a arma;
posteriormente que deu o dinheiro para ele comprar entorpecentes para fumarem droga juntos; ao final que o valor
“pratiquei o assalto; por necessidade financeira e por causa das drogas; sou usuário de drogas; entrei
na lanchonete, deixei a bicicleta na frente; tirei a arma de pressão e falei “moça passa o dinheiro do
caixa”; saí, deixei a bicicleta no mato; fui na casa do “piá” (Adeildo), escondi, dei R$ 20,00 pra ele e
escondi a arma; essa arma não é dele, peguei emprestado do “piá” perto de casa; Adeildo estava em
casa; eu sou amigo dos “piá” que moram lá com ele; tem um monte de carro velho eu levei e escondi
a arma lá; escondi debaixo do banco do carro, eu mostrei onde estava; a hora que eu tava saindo do
mato eu vi a polícia e sai correndo, ai entrei na casa do meu padrinho; eu não paguei nada pro
Adeildo; cheguei lá escondi a arma, peguei umas drogas para fumar; dei vinte reais pra ele, peguei as
drogas e escondi a arma; só dei R$ 20,00 porque estava com dinheiro na mochila, não pela droga nem
pela arma; dei dinheiro pros piá que usam drogas que nem eu; eu dei 20 reais para Adeildo buscar
droga; não combinei com ele de que ia rachar o lucro do assalto; quem mostrou onde estava a arma fui
Conquanto neguem terem agido em conluio, as demais provas produzidas nos autos demonstram o contrário.
O policial militar Fernando César Nunes Alves, ouvido logo após realizar a prisão dos acusados, contou (mov. 1.4):
PRETA NAS COSTAS SAIU DE UMA MATA QUE FICA AS MARGENS DESTA VIA, HOMEM
COM O PORTÃO ABERTO, CASA ESTA DE NÚMERO 90, PORÉM O INDIVÍDUO FOI
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HAVIA ACONTECISO UM ROUBO A MÃO ARMADA AS 15H DESTA MESMA DATA A
EVADIDO DESCENDO A RUA CUIABÁ SENTIDO SANTA CRUZ. FOI ENTÃO NOVAMENTE
COM ELE E QUE NESSA TARDE ELE ESTARIA NA RESIDÊNCIA AONDE MORA, NA
MORA. A ARMA FOI CONSTATADA SER PRESSÃO DE MARCA BEEMNAN P17 DE COR
Ademais, constou no Boletim de Ocorrência lavrado pelos policiais militares (mov. 1.14):
ESTE ROUBO E QUE A ARMA USADA PARA COMETER ESTE CRIME SERIA DA
OUTROS DELITOS COM ELE E QUE NESSA TARDE ELE ESTARIA NA RESIDÊNCIA
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Os policiais militares, ouvidos também na fase judicial, confirmaram suas anteriores declarações.
quando visualizou a viatura, empreendeu fuga, saindo correndo com uma mochila nas costas; na Rua
Guarani adentrou no quintal de uma residência, quando a equipe logrou êxito na abordagem; foram
primeiramente informou que era de um trabalho que havia realizado como pedreiro, porém,
posteriormente a equipe recebeu informações de que houve um roubo em uma lanchonete, sendo que
as características do autor batiam com a do indivíduo abordado; indagado novamente, ele informou
que havia efetuado o roubo e que a arma estaria em outra residência que ele havia deixado, que
pertence a Adeildo e se tratava de arma de pressão; deslocado até a referida residência, Adeildo já
sabia do crime cometido por Leonardo, pois este havia deixado a arma logo após o roubo;
Adeildo mostrou o local em que a arma estava, dentro do forro do banco de um veículo; Adeildo
disse que sempre emprestava a arma para Leonardo pra fazer “correria”; Leonardo afirmou
que depois eles dividiam o dinheiro do crime; na delegacia, a vítima reconheceu o autor do roubo,
tinha imagens de câmeras, as quais mostraram ser Leonardo; Leonardo abandonou a bicicleta próximo
a um rio, e quando correu da equipe estava sem a bicicleta (transcrição realizada nas contrarrazões –
mov. 134.1)
Ademais, não se pode perder de vista a importância da prova testemunhal advinda dos depoimentos dos policiais
militares, que, tanto em Juízo como durante o inquérito policial, narraram com exatidão e detalhes, de forma
uníssona, os atos de praticados pelos réus.
Acrescento, com relação aos depoimentos dos policiais, que compartilho do entendimento majoritário relativamente
à sua validade como meio de prova para sustentar condenação, uma vez que seria incoerente presumir que referidos
agentes, cuja função é justamente manter a ordem e o bem-estar social, teriam algum interesse em prejudicar
inocentes.
Com relação à utilização do depoimento dos policiais para validar um édito condenatório, esta Corte já decidiu:
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11.343/2006) - PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO, POR AUSÊNCIA DE PROVAS -
PROVIDO. (TJPR - 5ª C.Criminal - AC - 1221236-5 - Curitiba - Rel.: Maria Mercis Gomes Aniceto
dos policiais prestado em juízo constitui meio de prova idôneo a resultar na condenação do
testemunhas, cabendo à defesa o ônus de demonstrar a imprestabilidade da prova, fato que não
ocorreu no presente caso. (...) (HC 165.561/AM, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA
Nesse passo, para afastar a presumida idoneidade dos policiais militares Luciano de Andrade e Fernando César
Nunes Alves (ou ao menos suscitar dúvida, o que já favoreceria os réus), seria preciso que se constatassem
importantes contradições em seus relatos, ou que estivesse demonstrada alguma desavença com os acusados
(séria o bastante para torná-los suspeitos), o que, no caso em questão, não foi minimamente demonstrado nos
autos.
PROJUDI - Recurso: 0019138-39.2018.8.16.0021 - Ref. mov. 25.2 - Assinado digitalmente por Luiz Osorio Moraes Panza:7682, Marcus Vinicius de
Lacerda Costa:11216
21/02/2019: EXPEDIÇÃO DE COMUNICAÇÃO AO JUIZ DE ORIGEM. Arq: Acórdão
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No presente caso, a palavra dos policiais está alicerçada em outros elementos probatórios, especialmente a
apreensão da arma na residência de Adeildo e o depoimento informal prestado pelo réu Leonardo, demonstrativos
de que Adeildo detinha ciência do roubo.
Ora, Adeildo claramente aderiu à conduta de Leonardo, tendo fornecido a arma utilizada durante a prática do roubo.
BORBOLETAS, QUE FICA NO BAIRRO ALTO ALEGRE, NA RUA PARAGUAI, 175, QUANDO
LÁ CHEGOU UMA PESSOA MORENA, ESTATUTA MÉDIA, O QUAL ESTAVA COM UMA
BOLSA DE COR PRETA, E QUE TIROU DELA UMA ARMA TIPO PISTOLA, DE COR PRETA,
CANO LONGO E DEU VOZ DE ASSALTO DIZENDO: ‘FILHA DUMA PUTA’, PASSA TURO.
MARINETE, QUE ENTÃO DISSE PASSE TUDO, NO CASO O DINHEIRO DO CAIXA; QUE
JUNTOU O DINHEIRO QUE TINHA E REPASSOU PARA TAL PESSOA. LEMBRA QUE
TINHA NOTAS DE VINCE, DEZ, CINCO E DOIS REAIS; QUE PASSAVA DE DUZENTOS
REAIS.
Durante a oitiva extrajudicial, as vítimas não afirmaram que o roubo foi de apenas R$ 203,00. Em realidade
contaram que o acusado Leonardo levou mais de R$ 200,00, mas não souberam precisar o valor exato.
Somente judicialmente, após terem recuperado o dinheiro apreendido na posse daquele (mov. 1.7) a vítima
Lucimara afirmou que roubaram cerca de R$ 203,00. Contudo, como visto da colheita das demais provas resta
demonstrado que o valor apontado por ela foi um pouco aquém do efetivamente subtraído.
Isso porque nas oportunidades em que ouvido, o corréu Leonardo confirmou que entregou parcela do dinheiro a
Adeildo; apenas alterou sua versão dos fatos sobre a razão de tal pagamento.
Ou seja, é evidente que Leonardo roubou valor superior a R$ 203,00 e entregou parte do dinheiro ao corréu Adeildo
(conforme ele mesmo confessou judicialmente).
Assim sendo, restou cabalmente demonstrado que Adeildo prestou auxílio material para o corréu Leonardo,
devendo, pois, responder pelo delito, motivo pelo qual mantenho o reconhecimento de sua participação no crime e a
redução da reprimenda em 1/3 por conta do disposto no art. 29, §1º, CP.
Quanto aos pedidos sucessivos do apelante Leonardo de i) desclassificação para o delito de furto, mediante a
alegação de que inexistiu violência ou intenção de provocar mau às vítimas; ii) desclassificação para roubo simples,
PROJUDI - Recurso: 0019138-39.2018.8.16.0021 - Ref. mov. 25.2 - Assinado digitalmente por Luiz Osorio Moraes Panza:7682, Marcus Vinicius de
Lacerda Costa:11216
21/02/2019: EXPEDIÇÃO DE COMUNICAÇÃO AO JUIZ DE ORIGEM. Arq: Acórdão
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tampouco lhe assiste razão.
De acordo com o disposto no artigo 157, caput, do CP, pratica o crime de roubo, quem “subtrair coisa móvel
alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência”.
No caso em apreço, portanto, é necessário elucidar se houve ou não o emprego de violência ou grave ameaça contra
as vítimas para a efetivação do delito.
Instado acerca dos fatos, como visto, o acusado Leonardo confirmou ter gritado com as vítimas e as ameaçado,
postando ostensivamente uma arma de chumbo (que elas acreditavam se tratar de uma arma de fogo)
Assim, ao revés da alegação recursal, verifica-se, sem qualquer esforço, que o apelante, de fato, agiu com grave
ameaça para consumar o delito.
Em caso semelhante, já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, "Verificado que houve o anúncio de assalto em
circunstâncias capazes de configurar a grave ameaça, suficiente, pois, para tipificar o crime de roubo, não há
[1]
como prosperar o pleito de desclassificação para o delito de furto, como pretendido”
Feitas tais considerações, estando nitidamente comprovado que o apelante se utilizou da grave ameaça para
consumar a empreitada criminosa, mostra-se inadmissível a desclassificação para o delito de furto.
Ademais, como visto anteriormente, restou cabalmente comprovado o concurso de agentes na prática do roubo.
Diante do reconhecimento do concurso de agentes, cumpre manter o reconhecimento da majorante do art. 157, §2º,
II, do Código Penal.
Aliás, acerca da configuração desta majorante em casos como o presente, em que o delito é praticado por um
agente, enquanto o outro atua como partícipe, é o escólio de Guilherme de Souza Nucci:
“sempre mais perigosa a conduta daquele que age sob a proteção ou com o auxílio de outra pessoa.
Assim, o autor de roubo, atuando com um ou mais comparsas deve responder mais gravemente pelo
que fez. (...) basta haver o concurso de duas ou mais pessoas, sem necessidade de estarem todas
presentes no local do crime. Afinal, não se pode esquecer da participação, moral ou material, também
PROJUDI - Recurso: 0019138-39.2018.8.16.0021 - Ref. mov. 25.2 - Assinado digitalmente por Luiz Osorio Moraes Panza:7682, Marcus Vinicius de
Lacerda Costa:11216
21/02/2019: EXPEDIÇÃO DE COMUNICAÇÃO AO JUIZ DE ORIGEM. Arq: Acórdão
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componente do quadro do concurso de agentes.” (in “Código Penal Comentado”, 13ª ed., São Paulo:
Não existe qualquer insurgência em relação ao quantum da pena aplicada. Entretanto, vislumbro a necessidade da
readequação da reprimenda de Adeildo, de ofício. Senão vejamos.
Na primeira fase da dosimetria, o juízo a quo assim fundamentou a necessidade de exasperação da pena:
considerando suas condições pessoais e a natureza do delito, especialmente por ter atuado apenas
como partícipe. Assim, não há um plus no dolo do réu, capaz de exigir valoração na culpabilidade; b)
O réu possui uma condenação anterior, transitada em julgado, cuja pena foi extinta, pelo
cumprimento, há mais de 5 anos da data dos fatos ora julgado, conforme informações
processuais extraídas do sistema Oráculo, evento 12.4. Tal circunstância não configura
reincidência, mas pode ser valorada como antecedente, nesta fase; c) A conduta social do réu é
considerada boa ante a ausência de informações desabonadoras nos autos; d) Não há elementos nos
autos que permitam aferir a personalidade do réu e esta magistrada não possui conhecimentos técnicos
necessários para fazer tal análise, que fica adstrita a outras ciências, como psicologia e psiquiatria; e)
Os motivos do crime são intrínsecos ao tipo penal consubstanciados na obtenção de lucro fácil em
detrimento do patrimônio alheio e do trabalho honesto; f) As circunstâncias dão conta de que o crime
foi cometido no estabelecimento comercial das vítimas, mediante concurso de agentes, circunstância
que será considerada na 3ª fase; g) O crime não deixou maiores consequências ou sequelas, além do
abalo psicológico momentâneo das vítimas, eis que os valores foram recuperados; h) O
Partindo do mínimo legal, elevo a pena em 1/8 sobre o intervalo abstrato da pena (pena máxima
menos pena mínima), para cada circunstância desfavorável (antecedentes), fixando a PENA-BASE
Da leitura do trecho acima, percebe-se que a pena-base foi exasperada unicamente por conta da valoração negativa
dos antecedentes do acusado.
Entretanto, consoante assentado na decisão, foi considerado como mau antecedente uma sentença criminal extinta
PROJUDI - Recurso: 0019138-39.2018.8.16.0021 - Ref. mov. 25.2 - Assinado digitalmente por Luiz Osorio Moraes Panza:7682, Marcus Vinicius de
Lacerda Costa:11216
21/02/2019: EXPEDIÇÃO DE COMUNICAÇÃO AO JUIZ DE ORIGEM. Arq: Acórdão
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mais de 05 anos antes dos fatos ora analisados
Não se nega que existe divergência de entendimento nesta Colenda Câmara, no Superior Tribunal de Justiça e no
próprio Supremo Tribunal Federal quanto à aplicabilidade do prazo depurador de 05 (cinco) anos previsto no art.
64, inciso I, do Código Penal, aos maus antecedentes.
Porém, o que se depreende dos julgados mais recentes da Suprema Corte é que os maus antecedentes também serão
atingidos pelo referido prazo depurador. Senão vejamos:
pretéritas não podem ser valoradas como maus antecedentes quando o paciente, nos termos do
art. 64, I, do Código Penal, não puder mais ser considerado reincidente. Precedentes. II -
Parâmetro temporal que decorre da aplicação do art. 5°, XLVI e XLVII, b, da Constituição Federal de
1988. III – Ordem concedida para determinar ao Juízo da origem que afaste o aumento da pena
decorrente de condenação pretérita alcançada pelo período depurador de 5 anos. (HC 142371,
condenações pretéritas não podem ser valoradas como maus antecedentes quando o paciente,
nos termos do art. 64, I, do Código Penal, não puder mais ser considerado reincidente.
Precedentes. II – Ordem concedida, para determinar ao Juízo da origem que afaste o aumento da pena
decorrente da valoração como maus antecedentes de condenação pretérita alcançada pelo período
depurador de 5 anos, previsto no art. 64, I, do CP. (HC 138802, Relator(a): Min. RICARDO
HABEAS CORPUS. PENAL. ROUBO (CP, ART. 157, § 1º). CONDENAÇÃO. PENA DE 4
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DO WRIT. ILEGALIDADE FLAGRANTE CONFIGURADA. PENA-BASE MAJORADA EM
Impetração dirigida contra decisão singular não submetida ao crivo do colegiado competente por
conforme previsto no art. 64, inciso I, do Código Penal, a existência de condenações anteriores
também não caracteriza maus antecedentes. Precedentes. 3. O regime fechado foi alicerçado i) na
afastados por conta da incidência do art. 64, inciso I, do Código Penal, e ii) na opinião do julgador a
respeito da gravidade em abstrato do delito. Logo, ele não mais se sustenta, pois, segundo a pacífica
jurisprudência da Corte, afigura-se inadmissível, por contrastar com as Súmulas nºs 718 e 719 do
Supremo Tribunal Federal, a fixação do regime inicial mais gravoso com base na mera opinião do
julgador sobre a gravidade em abstrato do crime. Precedentes 4. Writ extinto. 5. Ordem concedida de
ofício para se fixar a pena-base do paciente no mínimo legal, bem como para estabelecer o regime
inicial aberto, nos termos do art. 33, § 2º, alínea a, do Código Penal. (HC 137173, Relator(a): Min.
dominante desta Corte, no sentido de que, “quando o paciente não pode ser considerado
reincidente, diante do transcurso de lapso temporal superior a 5 (cinco) anos, conforme previsto
no art. 64, inciso I, do Código Penal, a existência de condenações anteriores não caracteriza
maus antecedentes” (HC 130613, DJe de 18-12-2015). 3. Ordem parcialmente concedida. (HC
128153, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 10/05/2016, PROCESSO
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da reincidência inviabiliza o reconhecimento dos maus antecedentes. (HC 115304, Relator(a):
transitada em julgado há mais de cinco anos utilizada nas instâncias antecedentes para
DESDE A EXTINÇÃO DA PENA DA CONDENAÇÃO ANTERIOR (CP, ART. 64, I), NÃO É
CONCEDIDA. (HC 126315, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em
Destaquei.
Da íntegra dos julgados acima extrai-se que o posicionamento adotado pelo Supremo Tribunal Federal visa impedir
a possibilidade de perpetuação da valoração dos maus antecedentes, valendo-se do prazo previsto no art. 64, inciso
I, do Código Penal.[2]
Deve-se levar em conta, ainda, que o Código Penal prevê a possibilidade de realibitação do condenado, a qual
alcança todas as penas contra eles fixadas[3]. Portanto, permitir que os maus antecedentes sejam utilizados para
todo o sempre seria uma forma de contrariar a reabilitação prevista na lei penal.
Também deve-se ter em mente as disposições previstas na Carta Magna, que em seu art. 5º dispõe:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
(...)
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a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
(...)
b) de caráter perpétuo;”
Dessa forma, alinho-me ao posicionamento de que as penas extintas há mais de cinco anos não poderão configurar
maus antecedentes, pelo que a sentença deverá ser reformada neste aspecto.
Sendo assim, readequo a pena-base fixada em face de Adeilto para o mínimo legal de 04 anos de reclusão, valor
mantido na segunda fase da dosimetria, tendo em vista a inexistência de qualquer atenuante ou agravante.
Tendo em vista o montante da reprimenda, altero o regime inicial para cumprimento da pena para o aberto, sendo
vedada a substituição por medida restritiva de direito, em razão de ter sido o crime praticado com emprego de
violência
Apesar de inexistir insurgência contra a pena de multa fixada contra Leonardo, entendo que tal também deve ser
revista de ofício.
Durante a dosimetria da pena, em sua primeira fase, o julgador de primeiro grau fixou a pena privativa de liberdade
no mínimo legal, qual seja, 04 anos de reclusão, por entender todas as circunstâncias judiciais em favor do réu.
Em seguida, na segunda fase, o sentenciante promoveu a compensação entre a agravante da reincidência com a
atenuante da confissão, mantendo a pena-base já fixada.
Na derradeira fase, o juiz singular reconheceu a causa de aumento prevista no art. 157, §2º, II, do Código Penal,
aumentando a pena em 1/3 (um terço), aplicando em definitivo a reprimenda de 05 (cinco) anos e 04 (quatro) meses
de reclusão, além de 87 (oitenta e sete) dias-multa.
Constato, então, que o quantum da pena de multa não fora proporcional à pena privativa de liberdade.
Diante disso, imperiosa se faz a readequação da pena de multa estabelecida pelo juízo a quo, a fim de obter
proporcionalidade e correlação entre as penas de multas e privativa de liberdade.
Estabeleço, então, a pena de multa em 13 (treze) dias-multa, acompanhando o único incremento de 1/3 na terceira
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fase da dosimetria.
Por fim, observo que a pena corporal de Leonardo foi fixada em quantum superior a quatro anos, mas inferior a
oito. Ainda assim, diante do reconhecimento da reincidência, cumpre manter, porque adequado, o regime fechado
Ao final, o réu Adeildo postulou o arbitramento de honorários advocatícios em favor do seu defensor dativo.
Com razão.
Em relação ao defensor nomeado pelo Juízo, o arbitramento dos honorários deve ser mensurado pelo próprio
Magistrado, observados alguns requisitos, tais como o grau de zelo do profissional, a natureza da causa, a
complexidade do trabalho desenvolvido, e a quantidade de atos processuais praticados, não estando este vinculado
aos valores dispostos na Tabela da Ordem dos Advogados do Brasil.
Referida tabela consiste em uma referência acerca da remuneração mínima a ser prestada aos advogados pelos atos
por eles praticados no caso de contratação do patrono de forma voluntária pela parte.
Relatora: Des.ª Sônia Regina de Castro, 3ª Câmara Criminal, Julgamento em 30/04/2015).” (TJPR - 5ª
30.07.2015; grifei).
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“RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL - TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS - NULIDADE -
PROVIDO. "(...)" A verba honorária a que faz jus o defensor dativo não se confunde com a
contratação do advogado pela parte. Neste caso, no mínimo, deve incidir a tabela da OAB. Naquele,
trata-se de valor a ser mensurado pelo Magistrado, observado o zelo e o trabalho desenvolvido.
Apelação conhecida e não provida, com a redução, de ofício, da pena.” (TJPR, Ap. Crime nº
Além disso, deve-se atentar ao disposto na Resolução Conjunta nº 13/2016-PGE/SEFA, que institui também uma
tabela de valores para honorários advocatícios relativos à defensoria dativa.
Assim, considerando tais parâmetros, fixo os honorários advocatícios do defensor nomeado relativos à sua atuação
em grau recursal em R$ 900,00 (novecentos reais), valor que reputo adequado ao grau de zelo do profissional.
- Conclusão
Diante do exposto, voto no sentido de i) conhecer parcialmente do recurso interposto por Leonardo e, na parte
conhecida, negar-lhe provimento; ii) conhecer do apelo interposto por Adeildo e negar-lhe provimento.
Adequo, de ofício, a reprimenda fixada a Adeildo para 03 (três) anos, 06 (seis) meses e 20 (vinte) dias de
reclusão, em regime fechado, além do pagamento de 09 (nove) dias-multa. Fixo, ainda, honorários advocatícios
em prol do defensor nomeado de Adeildo.
Adequo, também de ofício, a pena de multa fixada a Leonardo, restando fixada em 13 (treze) dias-multa.
Importante destacar que a Corte Suprema tem se manifestado quanto à possibilidade de início imediato da execução
de acórdão penal condenatório, proferido em sede de apelação, sem que haja ofensa ao princípio da presunção de
inocência.
Na ocasião, o saudoso Ministro Teori Zavaski, Relator do HC nº 126.292/SP, salientou que é “no âmbito das
instâncias ordinárias que se exaure a possibilidade de exame de fatos e provas e, sob esse aspecto, a própria
fixação da responsabilidade criminal do acusado”[4] (grifo nosso).
No mais, em recente decisão proferida pela mesma corte, o Supremo Tribunal Federal indeferiu o pedido liminar
feito em duas Ações Diretas de Constitucionalidade (ADC’s 43 e 44), na data de 05/10/2016, que buscavam, de
imediato, a reiteração de validade do contido no art. 283, CPP, que dispõe sobre a prisão apenas após o trânsito em
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julgado.
Com a presente decisão, por maioria, a Corte Maior ratificou a interpretação dada naquele anterior habeas corpus,
permitindo-se, agora com efeito vinculante, a possibilidade de execução da pena a partir da decisão proferida em
segundo grau, como no caso concreto.
Deste modo, i) conheço parcialmente do recurso interposto por Leandro e, na parte conhecida, nego-lhe
provimento; ii) conheço do apelo interposto por Adeildo e nego-lhe provimento. Adequo, de ofício, a pena de multa
imposta a Leonardo e a pena de Adeildo, e fixo honorários em prol do defensor nomeado deste.
Ante o exposto, acordam os Desembargadores da 5ª Câmara Criminal do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ, por
maioria de votos, em julgar pelo (a) Não-Provimento do recurso de ADEILDO SOUZA PRADO e, por maioria de
votos, em julgar pelo (a) Conhecimento em Parte e Não-Provimento do recurso de LEONARDO XAVIER
VEDOVATO, com declaração de voto vencido pelo Revisor quanto ao prazo depurador.
O julgamento foi presidido pelo (a) Desembargador Marcus Vinicius de Lacerda Costa (voto vencido), com voto, e dele
participaram Desembargador Luiz Osório Moraes Panza (relator) e a Desembargadora Maria José de Toledo Marcondes
Teixeira.
Relator
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I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de
tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;
[3]Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o
seu processo e condenação.
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Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na
situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo.
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[4]CONSTITUCIONAL. HABEAS CORPUS. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (CF, ART. 5º,
LVII). SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA CONFIRMADA POR TRIBUNAL DE SEGUNDO GRAU DE JURISDIÇÃO.