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2016
Engenharia Mecânica
Campinas
2016
RESUMO
The present work shows the development design of the pressure vessel for tankage
of compressed air to help supply the air demand during the operation peaks at the company.
The raise of air demand was evident at the air-connections inside the company
where happens the pressure decrease, resulting in lack of productivity due the pneumatics
equipment of the company (eg. pneumatic cylinders that lose the strength and machines
rotary pneumatics that lose the torque).
The pressure vessel will be fed by an air compressor, MAX line, brand Schulz
Compressores, model CSV 20/200 with maximum operation pressure of 175psi (12bar).
Figura 2.8 – Antes e depois da explosão da fábrica Grover Shoe Factory. (WIKIPÉDIA,
acesso em 05 de Abril de 2016).......................................................................................22
Figura 2.9 – Soldas de interpretação Radiográfica (a) Fácil e (b) Difícil ou Falha (TELLES,
2013) ...............................................................................................................................36
Figura 2.10 – Esquema de Soldagem por Arco Tungstênio com Atmosfera Inerte (ESAB
BR, 2016) ........................................................................................................................38
Figura 2.11 – Esquema de Soldagem por Arco Metálico com Atmosfera Inerte/Ativa ou
MIG/MAG. (FBTS, 2016) .................................................................................................39
Figura 2.12 – Esquema de Soldagem por Arco Submerso. (ESAB BR, 2016) ................40
Figura 2.22 – Tensões de membrana de um vaso de pressão cilíndrico. (GERE, 2003) .52
Figura 2.25 – Tensões nas superfícies externa e interna. (GERE, 2003) ........................54
Figura 2.26 – Identificação das áreas para cálculo da abertura em vasos de pressão.
(ASME, 2015) ..................................................................................................................61
Figura 2.30 – Áreas das equações de Euler e Johnson. (NORTON, 2013 ─ adaptado pelo
autor) ...............................................................................................................................69
Figura 4.1 – Folha de dados com as informações para projeto do vaso de pressão. ......76
Figura 4.4 – Características do material ASME SA-106 Gr.B. (ASME, 2015) ..................80
Figura 4.13 – Vaso de pressão exibindo a tensão máxima de Von Mises por nó e a escala
de cores limitado à tensão de escoamento. .....................................................................99
Figura 4.14 – Vaso de pressão exibindo a tensão máxima de Von Mises por elemento e a
escala de cores limitado à tensão de escoamento. ........................................................ 100
Figura 4.18 – Corte de seção da região com maior concentração de tensão. ............... 103
Figura 4.19 – Região com menor fator de segurança encontrado. ................................ 104
Tabela 2.2 – Categorização de vasos de pressão pela NR-13. Pressão (P) em MPa e
volume (V) em m3 (MTPS, 2016) .....................................................................................20
Tabela 2.3 – Categorização de inspeção dos vasos de pressão pela NR-13. (MTPS, 2016)
........................................................................................................................................20
Tabela 2.4 – Classificação das seções do código ASME. (ASME, 2013) ........................22
Tabela 2.5 – Partes do código ASME, Seção II. (ASME, 2013) .......................................23
Tabela 2.6 – Divisões do código ASME, Seção VIII. (ASME, 2013) ................................23
Tabela 2.9 – Espessura e peso de chapas grossas de acordo com a norma brasileira P-
EB-35 (TELLES, 2013) ....................................................................................................34
Tabela 2.12 – Unidade padronizadas para as equações. (ASME VIII, 2015) ...................57
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................1
2.9.1 Cálculo do Vaso de Pressão Cilíndrico pelo código ASME, Seção VIII,
Divisão 1 ...................................................................................................................57
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................106
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................108
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
1.2 Objetivo
1.3 Metodologia
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Introdução
2.1.1 Definição
Os vasos horizontais são usados como vasos de topo de torres, em que se tem a
separação vapor-líquido e vapor-líquido-líquido, como vasos de acumulação, de carga,
separadores etc. São muito comuns, usados em trocadores de calor e na maioria dos vasos
de acumulação (TELLES, 2013).
O presente projeto pode ser classificado como um vaso não sujeito a chama, mais
especificamente para a armazenagem de gases. Esse tipo de vaso costuma ser cilíndrico
para capacidades menores, e esférico quando para maior capacidade. Segundo TELLES
(2013), os vasos de pressão não sujeitos a chama são empregados genericamente em três
casos:
- Separar vapor-líquido;
- Separar vapor-líquido-líquido;
- Separar líquido-líquido;
- Prover tempo de resistência ao processo;
- Prover tempo de estocagem de carga;
- Realizar misturas, reações químicas etc.
7
O tampo toriesférico, Figura 2.4(b), é de modo geral mais fraco que o elíptico de
mesmo diâmetro, apresentando as mesmas relações de semieixos. No entanto, o
toriesférico é mais fácil de ser fabricado. Por fim, os tampos toriesféricos são compostos
por uma calota central esférica, de raio (Rc), e por uma seção toroidal de concordância de
raio (Rk) (TELLES, 2013).
Quanto mais o seu perfil se aproximar de uma elipse perfeita, mais resistente será
o tampo toriesférico. Dentre os toriesféricos com relação de semieixos 2:1, o perfil que
apresenta Rk=0,1727D e Rc=0,9045D é o que mais se aproxima de uma elipse. Esse perfil
também é conhecido como falsa elipse, o mais usado de todos os perfis toriesféricos, e
quase sempre confundido com o tampo elíptico verdadeiro. O código ASME, Seção VIII,
considera equivalente o tampo toriesférico falsa elipse e o tampo elíptico (TELLES, 2013).
Podendo ser instalados em posição reversa, ou seja, com a pressão pelo lado
convexo, os tampos elípticos e toriesféricos assim dispostos se revelam vantajosos para o
tampo interior de vasos verticais de diâmetros pequenos e de baixa pressão, apresentando
uma série de facilidades nos apoios de superfícies planas (TELLES, 2013).
Os tampos cônicos, Figura 2.4(d), apesar de fácil construção, têm resistência muito
menor quando comparados aos anteriores. Não são muito utilizados por se limitarem aos
fluidos de difícil escoamento.
Os tampos da Figura 2.5(a) e (b) são não removíveis para baixa pressão. O tampo
especificado na Figura 2.5(c) apresenta flange cego aparafusado removível, assim como o
tampo da Figura 2.5(d), também removível, pela retirada de um anel rosqueado no corpo
cilíndrico. Os tampos das Figuras 2.5(e), (f) e (g) são forjados, não removíveis, sendo
utilizados para vasos de alta pressão. Para a escolha do tampo a ser utilizado, devem-se
levar em consideração a economia, a pressão de trabalho, os métodos de fabricação e os
custos.
No caso dos tampos cônicos, estes apresentam uma altíssima transição na ligação
com os cascos cilíndricos. Com isso o código ASME, Seção VIII, Divisões 1 e 2, apresenta
determinadas exigências para certos tipos de casos. Como não serão abordados os tampos
cônicos no presente projeto, esse modelo de tampo não será descrito a fundo.
Exemplos:
Nos vasos de pressão, as aberturas podem ser tanto nos cascos quanto nos tampos,
sendo sempre uma seção transversal circular e o eixo perpendicular à parede do vaso. De
modo geral, é primordial que as aberturas apresentem um formato arredondado, para evitar
e diminuir as concentrações de tensões. É importante que no projeto seja avaliado a real
necessidade de abertura nas paredes de pressão, pois para qualquer abertura sempre
haverá um enfraquecimento dos vasos, assim como a existência de duas ou mais aberturas
próximas entre si, sendo assim necessário o acréscimo de reforços, como será visto no
item 2.9.4.
- Para vasos com diâmetro de até 1530mm, devem ser utilizadas aberturas com
metade do diâmetro, até o máximo de 510mm.
15
- Para vasos com diâmetro superior a 1530mm, devem ser utilizadas aberturas com
1/3 do diâmetro do vaso, até o máximo de 1020mm.
Esse reforço é exigido pelo código ASME, Seção Vlll, Divisão 1, quando se tem
aberturas de diâmetro nominal de 31/2” ou maior, e a espessura da parede do vaso é de
10mm, ou menor, e para aberturas de diâmetros nominais de 23/8” ou maior, quando a
espessura da parede é superior a 10mm.
Para atender a estas dificuldades, utilizam-se juntas de vedação, que servem para
vedar superfícies ásperas ou rugosas. A junta de vedação, ao ser apertada contra as
superfícies dos flanges, elimina as imperfeições entre elas, inibindo possíveis vazamentos.
De acordo com Veiga (2013), há quatro condições para a escolha do material das
juntas:
- Pressão de operação;
- Força dos parafusos;
- Resistência ao ataque químico do fluido;
- Temperatura de operação.
3. ABNT NBR 16035, dividida em cinco partes, conforme dados da Tabela 2.1:
Por mais que a ABNT NBR e NR-13 se baseie e até mesmo indique o código ASME
como principal material de referência, ela mesma faz a sua contribuição enquadrando os
vasos de pressão em determinadas categorias a fim de categorizá-los e melhor organizá-
los. Uma aplicação disso, por exemplo, indica quais serão as ações a serem tomadas em
caso de acidente, ou simplesmente os intervalos em que o vaso necessitará ser
inspecionado. Nas Tabelas 2.2 e 2.3 respectivamente, apresentamos o modo de
categorização para alguns vasos de pressão e as Tabelas de frequência de inspeção.
20
Tabela 2.2 – Categorização de vasos de pressão pela NR-13. Pressão (P) em MPa
e volume (V) em m3 (MTPS, 2016)
CATEGORIAS DE VASOS DE PRESSÃO
Grupo de Potencial de Risco
Classe 1 2 3 4 5
de P.V ≥ 100 P.V < 100 P.V < 30 P.V < 2,5 P.V < 1
Fluído P.V ≥ 30 P.V ≥ 2,5 P.V ≥ 1
Categorias
A
- Fluidos inflamáveis e fluidos combustíveis
com temperatura igual ou superior a 200°C;
I I II III III
- Tóxico com limite de tolerância ≤ 20 ppm;
- Hidrogênio;
- Acetileno;
B
- Fluidos combustíveis com temperatura menor
I II III IV IV
que 200°C;
- Tóxico com limite de tolerânica ≥ 20 ppm;
C
- Vapor de água;
I II III IV V
- Gases asfixiantes simples;
- Ar comprimido
D
II III IV V V
- Outro fluído
Tabela 2.3 – Categorização de inspeção dos vasos de pressão pela NR-13. (MTPS, 2016)
Inspeção periódica para estabelecimentos que não possuem
SPIE (Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos)
Categoria do Vaso Exame Externo Exame Interno
I 1 ano 3 anos
II 2 anos 4 anos
III 3 anos 6 anos
IV 4 anos 8 anos
V 5 anos 10 anos
A Petrobras também possui suas próprias normas internas para projeto, fabricação
e inspeção de seus equipamentos. A norma interna direcionada para projetos de vasos de
pressão é a N-0253 (PETROBRAS, 2016).
Figura 2.8 – Antes e depois da explosão da fábrica Grover Shoe Factory. (WIKIPÉDIA,
acesso em 05 de Abril de 2016).
O código ASME é dividido em seções, onde cada uma contém um tema específico
para todas as partes de um vaso de pressão, desde a construção, a fabricação e a
inspeção, conforme dados da Tabela 2.4:
Para definir qual divisão da norma deve ser adotada, há de se levar em consideração
alguns fatores de projeto do vaso de pressão. Conforme a norma N-0253, a Petrobras adota
como padrão o código ASME, Seção VIII, Divisão 1, para o projeto de vasos de pressão, e
o código ASME, Seção II, Parte D, para a seleção de materiais, a não ser quando exigida
pela Petrobras a utilização de outra divisão do código ASME. No entanto, existem outras
maneiras de avaliação da condição de operação, pelas quais é possível definir qual divisão
do código ASME deve ser utilizada, considerando que os vasos de pressão estão sujeitos
a carregamentos cíclicos, gradientes térmicos, pressões elevadas e questões de dimensão
do reservatório (PETROBRAS, 2016).
- Materiais ferrosos:
- Aços-carbono;
- Aços-liga;
- Aços inoxidáveis.
- Alumínio e ligas;
- Níquel e ligas;
- Titânio e ligas.
Para o referido autor (2013), é crucial que todos os materiais de fabricação, sejam
eles metálicos ou não, obedeçam a alguma das Especificações de Materiais existentes.
Essas especificações são normas que contêm a descrição, a finalidade, a composição
química, as propriedades mecânicas, químicas e físicas, os ensaios exigidos ou as
25
Segundo TELLES (2013), uma das maiores dificuldades encontradas por projetistas
de vasos de pressão é a escolha correta do material de construção. Em algumas partes
específicas de um vaso, pode ser adotado um material diferente do empregado nas demais
partes, em virtude das condições peculiares a que estas são submetidas. Exemplos disso
são as peças internas desmontáveis (necessitam de um material com maior resistência à
corrosão, facilitando e permitindo montagens e desmontagens) e os parafusos de fixação
(sobre os quais é exigido maior esforço e que, no caso de alterações geométricas ou de
corrosão, impediriam montagens e desmontagens). Cabe ao projetista a análise e a tomada
de decisão, com base em alguns fatores, uma vez que o material mais indicado para
determinado uso pode ser, também, o de maior custo aquisitivo.
Deve-se atentar para todas as características do fluido que será utilizado no vaso,
entre elas, a natureza, a concentração, as impurezas e os contaminantes que possam estar
presentes, assim como os gases dissolvidos ou os sólidos em suspensão, a temperatura,
o pH, o caráter redutor ou oxidante, a flamabilidade, o ponto de fulgor, a toxidez, a ação
corrosiva, a possibilidade de contaminação através dos resíduos da corrosão, ou qualquer
outro contaminante que possa reduzir a vida útil do vaso prematuramente e a tolerância em
relação a essas contaminações.
Além dos esforços exercidos pela pressão interna, o vaso de pressão sofre outros
tipos de esforços que devem ser considerados na determinação do material e de sua
espessura, para que possam resistir aos esforços solicitados, tendo resistência mecânica
suficientemente compatível aos níveis de tensões presentes.
2.5.1.6 Segurança
Deve ser realizada uma análise nas formas apresentadas na matéria-prima de cada
material, pois se o formato necessário para a construção do vaso de pressão for inexistente
ou de difícil aquisição, o mesmo deve ser desconsiderado.
O tempo de vida do material empregado deve ser compatível com o tempo de vida
útil proposto para o vaso de pressão e qualquer uma de suas partes.
econômico. O projetista deve estar disposto a aceitar novas soluções, porque novos
materiais são lançados e os já existentes no mercado podem ser otimizados.
No que diz respeito à experiência anterior, também deve ser observado se o caso
apresentado para ser solucionado é exatamente igual ao serviço realizado anteriormente e
não somente parecido, pois uma simples alteração de propriedade do fluido pode alterar o
comportamento do material escolhido, transformando-o em um material não adequado ou
incompatível.
Uma vez que a tolerância de dimensões para vasos de pressão é grande (pode ser
de 1% ou superior), ela permite a escolha de um material que possa sofrer alterações
geométricas e nas dimensões sem prejudicar seu funcionamento. Entretanto, algumas
peças devem ter uma tolerância menor, graças à necessidade de vedação e aos ajustes
mecânicos, entre outros fatores, que implicam a necessidade de um material mais preciso,
mais estável e com menos deformações.
29
2.5.2 Aço-Carbono
O limite de resistência para aços de baixo carbono (até 0,25%) está entre 310 e
370MPa e limite de escoamento contido entre 150 a 220MPa. Para aços médio carbono
(até 0,35%) os valores limites são de 370 a 540 MPa de resistência e 220 a 280MPa de
escoamento. (TELLES, 2013)
Também não são utilizados aços-carbono para vasos cujos serviços possam operar
a -45ºC, ainda que esporadicamente ou por um período de curta duração. Entre os valores
de -45°C a 0°C, para ser empregado o aço-carbono, devem ser levados em consideração
a espessura da peça, o nível de tensões, o grau de segurança e a probabilidade ou não de
ocorrência de impactos.
De acordo com TELLES (2013), o código ASME, Seção VIII, Divisão 1 (parágrafos
UCS-56 e 57) exige:
Para TELLES (2013), o aço inoxidável é dividido em três classes, conforme sua
estrutura metalúrgica: aços austeníticos, ferríticos e martensíticos.
Para a construção dos cascos, tampos, parte internas e tubos, são usados os aços
inoxidáveis austeníticos, que são constituídos basicamente de ligas de Fe-Cr-Ni não
temperados.
- Partes soldadas:
- Meios corrosivos não capazes de causar corrosão
intragranular: Qualquer aço inoxidável austenítico pode ser usado;
- Meios corrosivos capazes de causar corrosão intragranular:
Preferir os aços de baixo carbono. Para partes muito tensionadas,
podem ser usados os aços estabilizados.
Segundo o referido autor (2013), apenas aços não sensitizáveis podem ser usados
no revestimento anticorrosivo. De modo geral, deve-se evitar a presença do íon cloreto,
uma vez que ele pode causar forte corrosão por pites e sob tensão.
- Larguras (mm): 1000, 1200, 1500, 1830, 2000, 2200, 2440, 2750, 3000, 3500 e
3800;
Tabela 2.9 – Espessura e peso de chapas grossas de acordo com a norma brasileira P-
EB-35 (TELLES, 2013)
2.6.1 Soldagem
Segundo MODENESI et al. (2012), a soldagem pode ser definida não apenas como
o processo de união entre duas ou mais partes, mas também como a deposição de material
fundido sobre uma superfície. Em ambos os casos, as propriedades do material inserido e
do substrato não podem ser comprometidas.
35
Para uma solda ter boa qualidade, além de materiais de procedência e de mão de
obra especializada, deve-se ter uma boa preparação pré-soldagem. Para TELLES (2013),
a preparação é imprescindível para a boa execução da união das partes, evitando, assim,
danos e/ou imperfeições nas peças a serem unidas, bem como nos cordões de solda. Essa
preparação inclui, ainda, o levantamento/compra das matérias-primas e suas inspeções
relativas ao tipo de material necessário, os insumos diretos e indiretos, as qualificações dos
funcionários, sejam eles soldadores ou inspetores, estes últimos responsáveis por verificar
a qualidade durante e após a fabricação do vaso de pressão.
De acordo com TELLES (op. cit.), o código ASME indica duas características
básicas para a soldagem dos vasos de pressão no casco e nos tampos:
- Deve ser de topo, com penetração total: a união se dá pela(s) lateral(is) da peça,
de modo que as chapas estejam no mesmo plano, e com penetração total (material
de adição em toda a superfície lateral da peça), para que a soldagem apresente
melhor resistência mecânica;
Figura 2.9 – Soldas de interpretação Radiográfica (a) Fácil e (b) Difícil ou Falha (TELLES,
2013)
Para TELLES (op. cit.), os métodos de solda mais utilizados para a confecção de
vasos de pressão são os de Arco Metálico com Eletrodos Revestidos, os de Arco
Tungstênio com Atmosfera Inerte (TIG – Tungsten Inert Gas), os de Arco Metálico com
Atmosfera Inerte ou Ativa (MIG/MAG ─ Metal Inert Gas/ Metal Active Gas) e os de Arco
Submerso (Submerged Arc).
O processo de soldagem por Arco Tungstênio com Atmosfera Inerte (TIG) baseia-
se na formação do arco voltaico, valendo-se de um eletrodo de tungstênio não consumível
(ou suas ligas), com uma superfície condutora para, assim, criar as condições de
temperatura ideais para fundir um ponto das superfícies ou um material de adição. Este
processo tem o intuito de unir as superfícies, ou seja, o eletrodo apenas forma a poça de
fusão, e o material a ser depositado, quando necessário, pode ser adicionado no limite da
poça (ESAB BR, 2016). A Figura 2.10 exemplifica resumidamente a dinâmica de
funcionamento da solda.
38
Figura 2.10 – Esquema de Soldagem por Arco Tungstênio com Atmosfera Inerte (ESAB
BR, 2016)
Figura 2.11 – Esquema de Soldagem por Arco Metálico com Atmosfera Inerte/Ativa ou
MIG/MAG. (FBTS, 2016)
Quanto ao gás utilizado (ou mistura de gases), quando for inerte (MIG), é para a
estrita proteção quanto ao ambiente onde se está executando as soldas. De modo geral,
esta proteção é contra a oxidação. Quando o gás for ativo (MAG), a poça de fusão reage
com o gás aspergido, podendo adicionar ou retirar alguma característica física ou do
processo de solda. Geralmente o gás (ou mistura de gases) utilizado pode interferir na
profundidade, na qualidade e no modo de formação do arco da solda. Dependendo das
reações do gás com os elementos da solda, faz-se necessária uma leve limpeza no
equipamento, pois pode ocorrer formação de escória (FBTS, 2016).
40
Segundo esses mesmos autores (cf. data), os equipamentos para Solda Submersa
devem ser bem regulados para que realizem todas as funções corretamente: alimentar o
eletrodo, o Fluxo de Solda, movimentar o carro de solda (no plano ou rotacionando a peça)
em velocidade constante.
Figura 2.12 – Esquema de Soldagem por Arco Submerso. (ESAB BR, 2016)
2.6.2 Calandragem
Para preparar e limpar a superfície a ser pintada, podem ser utilizados diversos
métodos, porém o jato abrasivo é um dos mais utilizados. A norma N-2 da PETROBRAS
(2016) determina o tratamento da superfície, conforme Tabela 2.11.
Como dita esta norma, o grau de acabamento para o jato abrasivo deve ser o
codificado como Sa 2 1/2, e é descrito como:
Para a pintura interna, será utilizada uma tinta epóxi, com espessura de camada de
100 µm. O tempo de secagem e cura desta tinta depende da temperatura em que se
encontra o ambiente, podendo este tempo ser maior quanto menor for a temperatura. Para
pinturas internas, é aconselhável fazer a cura forçada por ventilação. Para um ótimo
45
resultado, a temperatura da superfície deve estar entre 5ºC e 50ºC, a temperatura da tinta,
entre 5ºC e 35ºC, e a umidade relativa do ar entre 10% e 85% (SHERWIN WILLIAMS,
2016).
Para este procedimento ser eficaz são necessários alguns passos, a começar pela
limpeza da superfície a ser analisada, a qual deve estar isenta de umidade, óleos, graxas
ou quaisquer outros contaminantes. Após a limpeza, é aplicada uma solução colorida
(normalmente vermelha) na superfície a ser analisada de modo a formar um filme. Se
houver alguma falha, por exemplo, trincas na superfície, a solução, por capilaridade,
penetrará nessas trincas. Após aguardar o tempo determinado para cada tipo de solução
em uso, deve-se remover o excesso do liquido penetrante.
Depois de limpo o local, aplica-se uma nova solução, o revelador. É de boa prática
que o revelador seja aspergido (spray) sobre a peça, pois, se aplicado de outra forma
(pincéis, estopas, esponjas) pode haver remoção indevida do líquido penetrante,
mascarando os resultados. Após a aplicação do revelador pelo tempo determinado pelo
fabricante do líquido, se houver alguma falha na superfície onde foi feito o procedimento,
46
este aparecerá na cor do líquido penetrante inicial. A Figura 2.17 mostra um exemplo do
resultado após a aplicação do revelador.
2.7.2 Raio-X
Figura 2.18 – Exemplo de filme revelado de uma junta soldada de ensaio por raios-X.
(ANDREUCCI, 2006)
Para a realização do teste, utiliza-se ar, água ou qualquer outro fluido que não seja
reativo com o material do tanque. Esses fluidos devem ser pressurizados a níveis acima da
pressão máxima admissível pelo projeto, a fim de atender a seus requisitos.
O projeto do vaso de pressão deve suportar seu próprio peso, acrescido do peso da
água em seu interior, ou seja, seu projeto deve conceber que o teste hidrostático seja
plenamente realizado e que o equipamento não sofra danos, conforme norma Petrobras N-
0253 (PETROBRAS, 2016).
Muitos autores questionam a eficácia deste teste, pois, ao se colocar mais pressão
dentro do reservatório, em vez de verificar a existência de irregularidades, o teste danificaria
o equipamento.
1. Análise estrutural;
2. Análise térmica;
3. Acústica etc.
Para o referido autor (2003), um vaso de pressão esférico é a forma teórica ideal
para resistir à pressão interna, porém com custos de fabricação mais elevados. Para
determinar as tensões em um vaso esférico, é isolada a metade da esfera em forma de
casca e seu conteúdo de fluido como um único corpo livre, conforme mostra a Figura
2.21(a). Na Figura 2.21(b), é representada a força de pressão resultante, conforme a eq.2.1.
A Figura 2.21(c) mostra as tensões de membrana.
51
(2.1)
Onde:
(2.2)
Onde:
(2.3)
Onde:
Quando é resolvida a equação de equilíbrio para o corpo livre (eq. 2.4, ver Figura 2.24),
tem-se a tensão longitudinal σ2 agindo nas paredes do vaso de pressão.
(2.4)
Onde:
Figura 2.24 – Tensão longitudinal σ2 agindo na parede do vaso de pressão. (GERE, 2003)
54
(2.5)
Onde:
Com esse resultado, nota-se que as soldas longitudinais nos vasos de pressão
devem ser duas vezes mais fortes que as soldas circunferenciais.
(2.6)
(2.7)
(2.8)
Onde:
Com base nestes fundamentos das tensões de membrana encontradas nas paredes
de vasos de pressão de formatos cilíndrico e esférico, serão utilizados os equacionamentos
para o cálculo do vaso de pressão, de acordo com o código ASME, Seção VIII, Divisão 1.
56
Os elementos dos vasos de pressão devem ser projetados para suportar as mais
severas condições de operação, como pressão e temperatura acima das condições normais
especificadas para o projeto dos vasos de pressão (ASME VIII, 2015).
2.9.1 Cálculo do Vaso de Pressão Cilíndrico pelo código ASME, Seção VIII, Divisão 1
Os cálculos de vasos de pressão realizados pelo código ASME, Seção VIII, Divisão
1, podem trabalhar com os sistemas de unidade dos Estados Unidos (U.S.) ou o Sistema
Internacional de Medidas (S.I.), conforme mostrado na Tabela 2.12.
Para as paredes dos vasos de pressão cilíndricos, o código ASME, Seção VIII,
Divisão 1 (2013), a partir da pressão interna, calcula a espessura do casco utilizando a
tensão circunferencial (eq. 2.9) e a tensão longitudinal (eq. 2.10) do casco, devendo ser
considerada a maior espessura encontrada entre as duas equações.
58
(2.9)
Onde:
(2.10)
Onde:
(2.11.a)
= (2.11.b)
− 0.4
Onde:
A tensão máxima permitida para projeto não deve exceder os limites das tensões
admissíveis dos materiais listadas no código ASME, Seção II, Parte D (ASME VIII, 2015).
(2.12)
60
Onde:
(2.13)
Onde:
Para o cálculo dos reforços de bocais das aberturas nos cascos dos vasos de
pressão (ver fig. 2.26), a área transversal total do reforço não deve ser inferior à área da
abertura no casco (ver eq. 2.14) (ASME VIII, 2015).
Figura 2.26 – Identificação das áreas para cálculo da abertura em vasos de pressão.
(ASME, 2015)
(2.14)
Onde:
Se a soma das áreas A1 (eq. 2.15), A2 (eq. 2.16), A41 (eq. 2.17) e A43 (eq. 2.18)
for maior ou igual à área de A (eq. 2.14), significa que a abertura no casco do vaso de
pressão suporta a pressão interna sem deformar a abertura do bocal e dispensa o uso do
reforço na região da abertura (ASME VIII, 2015).
Para a equação 2.15 deve ser utilizado o maior valor encontrado entre as equações,
e para a equação 2.16 deve ser utilizado o menor valor encontrado entre as equações
(ASME VIII, 2015).
(2.15)
(2.16)
(2.17)
(2.18)
Onde:
E1 = Conforme código ASME, Seção VIII, Divisão 1, utilizar E=1 quando a abertura
do bocal estiver fora das regiões soldadas;
fr1 = Fator de redução de força (conforme código ASME, Seção VIII, Divisão 1,
parágrafo UG-37 e Figura UG-40”n”, utilizar fr1=1);
fr2 = Sn/Sv;
F = Fator de correção que compensa a variação da tensão nos diferentes planos em
função da pressão interna (conforme código ASME, Seção VIII, Divisão 1, parágrafo UG-
37, utilizar F=1);
b = Altura do cordão de solda;
Sn = Tensão admissível do bocal;
Sv = Tensão admissível do vaso de pressão.
Deste modo, pode-se afirmar que este quociente gerará um valor, o qual pode ser
multiplicado a um dimensionamento calculado, por exemplo, a fim de garantir e prever a
integridade do componente estudado, obviamente dentro de alguns limites de sobrecargas.
Dadas estas duas tensões, é possível determinar a tensão média entre elas, a fim
de posteriormente determinar as tensões axiais máxima e mínima. A Teoria do Círculo de
Mohr define que o raio do círculo precisa ser definido para o mesmo fim. Assim, tem-se a
equação 2.19 para determinar a tensão média, e a equação 2.20 para o cálculo do raio.
64
(2.19)
(2.20)
Onde:
σm = tensão média;
R = raio do Círculo de Mohr;
σ12 = tensão de cisalhamento em virtude do momento fletor.
As tensões axiais máximas e mínimas podem ser expressas pelas equações 2.21 e
2.22 (NORTON, 2013):
(2.21)
(2.22)
Onde:
σmáx = tensão máxima admissível;
σmín = tensão mínima admissível.
Para encontrar o valor total das tensões axiais combinadas atuantes, utiliza-se a
equação de Von Mises (σVM) (NORTON, 2013):
= 2 − ∗ + 2 (2.23)
á á í
65
Como o fator de segurança (FS) é dado entre o quociente entre a tensão de ruptura
(σy) e a tensão de Von Mises (σVM), tem-se (NORTON, 2013):
(2.24)
Para o dimensionamento dos apoios, inicialmente toma-se por base o maior peso
que o vaso pode atingir. Esse peso é determinado pela somatória das massas dos materiais
de construção do vaso, das massas de seus equipamentos e da massa de fluido que será
inserido no vaso.
Entretanto, firmar o vaso de pressão sobre apoios requer cuidado, pois a força
exercida pela massa total do vaso pode fazer com que os apoios exerçam o chamado
cisalhamento puro na região das paredes, colapsando o reservatório (NORTON, 2013).
A primeira dimensão a ser identificada é a espessura mínima que pode ser apoiada
nas paredes. Assim, temos que levar em consideração a área da seção transversal das
paredes do vaso, por meio da equação 2.25 para cisalhamento puro (NORTON, 2013).
=
(2.25)
66
Onde:
Pela equação 2.25, podemos calcular a tensão de cisalhamento (σcis) das paredes
do vaso. No entanto, a Área terá como base o Lmin. Se o valor estiver abaixo da tensão
admissível (σadm), não haverá danos às paredes do vaso.
2
∗ (2.26)
= 2
2
1− ∗
ℎ = ∗ 2∗
4∗
67
(2.27)
(2.28)
(2.29)
Onde:
∗ℎ
λ=
(2.30)
Onde:
Caso o índice de esbeltes for menor que o índice de esbeltes crítico, adota-se a
equação 2.28 e, se for maior, a equação 2.27, para determinar a tensão de flambagem
(σflamb). A Figura 2.30 mostra um exemplo da determinação da equação (NORTON, 2013).
69
Figura 2.30 – Áreas das equações de Euler e Johnson. (NORTON, 2013 ─ adaptado pelo
autor)
Uma vez calculada a σflamb, o valor de tensão onde se iniciará a flambagem deve ser
encontrado. Pela equação 2.31 pode-se estabelecer a tensão crítica de flambagem (σcrit)
(NORTON, 2013).
2
1 ∗
= − ∗
2
(2.31)
í (2.32)
í = → = ∗
70
3 METODOLOGIA
A pesquisa pode ser classificada sob diversos enfoques, os quais podem ser
divididos quanto à sua natureza, objetivos e procedimentos.
Por fim, no que diz respeito aos procedimentos, existem diversos e dentre eles se
tem a pesquisa bibliográfica, que visa compilar vários conteúdos já publicados para gerar
novos ou fazer releituras. A pesquisa documental também busca conteúdos publicados,
porém a fonte de dados podem ser fatos e dados não compilados ou publicados como, por
exemplo, correspondências e fotografias. Há também as pesquisas experimentais, em que,
propositalmente, o objeto de estudo é manipulado para se estudar os efeitos dessa
manipulação. Pode-se listar ainda a pesquisa de levantamento ou survey, caracterizada
pela análise quantitativa através do questionamento direto das pessoas de determinado
grupo sobre determinado tema. Na pesquisa de campo, normalmente o pesquisador vai
pessoalmente analisar um tema dentro de um grupo, baseado em fatos pré-estudados, a
fim de coletar dados práticos ou mesmo modificar as teorias iniciais no decorrer da
pesquisa. O estudo de caso analisa criteriosamente uma situação em profundidade, dentre
outras (UNIFEBE, 2011).
71
Planejamento do Projeto
3.2 Cronograma
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Escopo
A fabricação do pulmão de ar comprimido será feita pela própria empresa que está
adquirindo o projeto. Foram feitas solicitações para que seja possível utilizar os materiais
disponíveis em estoque e otimizar a fabricação de acordo com as máquinas disponíveis na
empresa. Esta dispõe de chapas em estoque de aço-carbono ASME SA-36 e para a
fabricação possui uma calandra com roletes para capacidade de chapas com até 1,5m de
largura.
Conforme descrito no item 2.4, o vaso de pressão precisa atender aos requisitos de
gestão da norma regulamentadora NR-13. A Tabela 2.2 dá a caracterização do vaso,
entretanto é necessário fazer uma multiplicação entre a pressão nominal de trabalho em
MPa (1,2 bar) e o volume (10m³) do vaso de pressão para determinar os parâmetros. Sendo
assim, tem-se o cálculo:
Na Tabela 2.2, o Grupo Potencial de Risco deste vaso é o 3 (2,5 ≥ P x V < 30). Este
dado versus a classe do fluido que, neste caso, se caracteriza pela Classe C, enquadra o
vaso na classe na Categoria III da Norma NR-13 (NR-13, 2014).
A folha de dados (ver Figura 4.1) mostra os dados solicitados pela empresa para o
projeto do vaso de pressão.
76
Nº REV.
FOLHA DE DADOS FD- 0
CLIENTE: P Á G. 2 de 2
PROJETO: Ampliação da capacidade pneumática
ÁREA : Planta 001
TÍTULO:
Pulmão de Ar Comprimido
SERVIÇO: Ar Comprimido ITEM Nº.: 1
PROJETO: USF - Universidade São Franc isco QUANTIDADE: 1
4 TEMPERATURA DE PROJETO: 60 ºC
5 TEMPERATURA DE OPERAÇÃO: 30 ºC
6 FLUÍDO: Ar
8 COMPOSTOS CORROSIVOS: -
9 VOLUME ÚLTIL: 10 m³
10 TAMPOS: Toriesféric os
13 VAZIO:: * kg OPERAÇÃO: * kg
PESOS
14 TESTES: * kg
MATERIAIS ESPESS.
15 COSTADO: ASTM A- 36 * mm
16 TAMPO: ASTM A- 36 * mm
17 INTERNOS: - mm
18 ISOLAMENTO: - mm
19 PROTEÇÃO:
20 BOCAL QT. Ø CONEXÃO SERVIÇO
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
Notas:
Figura 4.1 – Folha de dados com as informações para projeto do vaso de pressão.
77
Com base nas informações fornecidas pelo cliente, o vaso de pressão deverá ter
capacidade de armazenar o volume de 10m³ de ar comprimido. A empresa limitou a área
para montagem do vaso de pressão nas dimensões de 4m x 5m e também foi solicitado
que as partes que compuserem as paredes do vaso de pressão sejam segmentadas a cada
1,5m, por se tratar da limitação dos cilindros da calandra da empresa.
2
=
4
(4.1)
4
=
(4.2)
Onde:
V = Volume;
Di = Diâmetro interno;
CET = Comprimento efetivo total (ver Figura 2.3);
(4.3)
4.4 Características dos Materiais a Serem Utilizados, Conforme Código ASME, Seção
II, Parte D
Conforme visto no item 4.1, o material para a construção do vaso de pressão será
o ASME SA-36. A Figura 4.3 mostra as características mecânicas do material de acordo
com o código ASME, Seção II, Parte D.
79
Na Tabela 4.2 estão os valores das tensões da Figura 4.3 convertido para o sistema
de unidade SI.
Para os bocais, o material a ser utilizado no vaso de pressão será o SA-106 Gr.B.
A Figura 4.4 mostra as características mecânicas desse material de acordo com o código
ASME, Seção II, Parte D.
Na Tabela 4.3 estão os valores das tensões da Figura 4.4 convertidos para o
sistema de unidades SI.
1,2 ∗ 850
= → = 12,785
115 ∗ 0,7 − 0,6 ∗ 1,2
1,2 ∗ 850
= → = 6,317
2 ∗ 115 ∗ 0,7 + 0,4 ∗ 1,2
82
Segundo norma Petrobras N-0253 para a aplicação do vaso de pressão, deve ser
acrescido 1,5 mm ao valor da espessura de parede calculada, atendendo assim a citada
norma que determina uma sobre-espessura de corrosão. E conforme item 2.5.4, deve ser
selecionada a espessura-padrão logo acima disponível no mercado. Nesse caso, conforme
a Tabela 2.9, a espessura mais próxima acima (12,785+1,5 = 14,285mm) é de 5/8”
(15,875mm).
25,4
≥ 0,002 → 0,015 ≥ 0,002
1700
83
Como vimos, o vaso de pressão terá cinco bocais: um para a entrada e outro para
a saída de ar, um para a boca de visita, um para a montagem do dreno e outro para a
instalação dos instrumentos de segurança (válvula de segurança e manômetro).
Em todos os bocais serão soldados tubos, como podemos ver nos tópicos abaixo:
O material do tubo será ASME SA-106 Gr.B, definido para temperatura de operação
de 60°C, conforme código ASME, Seção II, Parte D, com tensão admissível de 120MPa e
diâmetro nominal de DN.10” schedule 40, denominação STD, com espessura da parede de
9,27mm e diâmetro externo de 273,1mm.
1,2 ∗ 850
= → = 4,426
2 ∗ 115 ∗ 1 + 0,4 ∗ 1,2
Conforme descrito no item 2.9.4, caso a somas das áreas A1, A2, A41 e A43 for maior
que a área A, a parede do vaso de pressão dispensa o uso de reforço na abertura.
Abaixo estão calculados os valores de fr2, trn e a Tabela 4.4 com os resultados das
áreas A1 (eq. 2.15), A2 (eq. 2.16), A41 (eq. 2.17) e A43 (eq. 2.18).
120
= → = 1,043
115
273,1 − 9,27 ∗ 2
1,2 ∗ 2
= → = 0,635
2 ∗ 120 ∗ 1 + 0,4 ∗ 1,2
85
Tabela 4.4 – Áreas para cálculo de resistência dos bocais de entrada e saída.
3160,68 mm 2
A1 2
575,91 mm
2
715,19 mm
A2 2
417,63 mm
2
A41 66,78 mm
A43 66,78 mm 2
Uma vez que a soma de A1, A2, A41 e A43 (3711,88mm²) é maior que A
(1221,45mm²), a parede do vaso de pressão suporta a pressão de projeto sem deformar as
aberturas com DN.10”.
Portanto, não haverá problemas quanto à fragilidade nestes pontos e não se faz
necessária a implantação de reforços ao redor dos tubos destes bocais.
Para a boca de visita, o material do tubo será o ASME SA-36, para temperatura de
60°C, conforme código ASME, Seção II, Parte D, e tensão admissível de 115MPa. Neste
caso, o tubo terá diâmetro nominal de DN.20”, com espessura da parede de 3/8” (9,525mm),
e diâmetro externo de 508mm.
Conforme descrito no item 2.9.4, caso a soma das áreas A1, A2, A41 e A43 for maior
que a área A, a parede do vaso de pressão dispensa o uso de reforço na abertura.
Abaixo estão calculados os valores de fr2, trn e a Tabela 4.5 com os resultados das
áreas A1 (eq. 2.15), A2 (eq. 2.16), A41 (eq. 2.17) e A43 (eq. 2.18).
86
115
= → =1
115
508 − 9,525 ∗ 2
1,2 ∗ 2
= → = 1,273
2 ∗ 115 ∗ 1 + 0,4 ∗ 1,2
Uma vez que a soma de A1, A2, A41 e A43 (6338,50mm²) é maior que A
(2261,45mm²), a parede do vaso de pressão suporta a pressão de projeto sem deformar a
abertura com DN.20”.
Portanto, não haverá problemas quanto à fragilidade nestes pontos e não se faz
necessária a implantação de reforços ao redor dos tubos destes bocais.
O material do tubo será ASME SA-106 Gr.B, definido para temperatura de operação
de 60°C, conforme código ASME, Seção II, Parte D, com tensão admissível de 120MPa e
diâmetro nominal de DN.3/4” schedule 40, denominação STD, com espessura da parede
de 2,87mm e diâmetro externo de 26,67mm.
Conforme descrito no item 2.9.4, caso a soma das áreas A1, A2, A41 e A43 for maior
que a área A, a parede do vaso de pressão dispensa o uso de reforço na abertura.
Abaixo estão calculados os valores de fr2, trn e a Tabela 4.6 com os resultados das
áreas A1 (eq. 2.15), A2 (eq. 2.16), A41 (eq. 2.17) e A43 (eq. 2.18).
120
= → = 1,043
115
26,67 − 2,87 ∗ 2
1,2 ∗ 2
= → = 0,052
2 ∗ 120 ∗ 1 + 0,4 ∗ 1,2
Tabela 4.6 – Áreas para cálculo de resistência dos bocais do dreno e de instalação dos
instrumentos.
305,42 mm 2
A1 2
429,33 mm
2
233,33 mm
A2 2
42,19 mm
A41 6,52 mm 2
2
A43 6,52 mm
Uma vez que a soma de A1, A2, A41 e A43 (484,56mm²) é maior que A (132,77mm²),
a parede do vaso de pressão suporta a pressão de projeto sem deformar a abertura com
DN.3/4”.
Portanto, não haverá problemas quanto à fragilidade nestes pontos e não se faz
necessária a implantação de reforços ao redor dos tubos destes bocais, comprovando o
que foi visto no item 2.3.
88
BOCAL DE SAÍDA
BOCAL DE VISITA
BOCAL DE INSTRUMENTO
BOCAL DE ENTRADA
1,2 ∗ 850
= → = 32,126
2 ∗ 15,875
64,252 + 32,126
= → = 48,189
2
64,252 + 23,126
= + 0 → = 48,189
2
89
í = 48,189 − 48,189 → í =0
Calculando a tensão de Von Mises (σVM), por meio da equação 2.23, e considerando
o menor valor da tensão de ruptura para o aço ASME SA-36 como sendo σy = 400 MPa,
chegamos ao fator de segurança (FS) do vaso de pressão pela equação 2.24:
400
= → = 4,15
96,378
Como citado pelo código ASME, Seção II, Parte D, Apêndice 1 e para efeito de
validação o fator de segurança (FS = 4,15) é maior que o definido pelo código ASME, Seção
II, Parte D, que é de 3,5. No entanto, no equacionamento foi utilizada a espessura comercial
de 5/8” (15,875mm).
1,2 ∗ 850
= → = 8,925
115 ∗ 1 − 0,6 ∗ 1,2
1,2 ∗ 850
σ = → σ = 114,286
8,925
90
1,2 ∗ 850
= → = 57,143
2 ∗ 8,925
114,286 + 57,143
= → = 85,715
2
114,286 + 57,143
= + 0 → = 85,715
2
í = 85,715 − 85,715 → í =0
400
= → = 2,33
171,43
1,2 ∗ 850
= = → = 20,08
2 ∗ 25,4
20,08 + 20,08
= → = 20,08
2
91
20,08 + 20,08
= + 0 → = 20,08
2
í = 20,08 − 20,08 → í =0
Calculando a tensão de Von Mises (σVM), por meio da equação 2.23, e considerando
o menor valor da tensão de ruptura para o aço ASME SA-36 como sendo σy = 400 MPa,
chegamos ao fator de segurança (FS) do vaso de pressão pela equação 2.24:
400
= → = 9,96
40,16
Como o código ASME, Seção VIII, Divisão 1 e as normas Petrobrás não possuem
os equacionamentos para dimensionar os apoios dos vasos de pressão, estes serão
dimensionados utilizando os métodos de resistência dos materiais.
Uma vez que o peso do vaso de pressão seco é de 4.633kgf (45.434 N), sua base
e seu tampo devem ter resistência mecânica para suportar o peso, não apenas do vaso,
mas também do vaso cheio de água, em temperatura ambiente, o que totaliza 17.205kgf
(168.723 N), pois o reservatório passará por testes hidrostáticos com água periodicamente.
Com base nisso, será analisada a utilização de três apoios, considerando o peso sobre
cada apoio de 5.735kgf (56.241 N).
Para determinar o comprimento mínimo do apoio (Lmin), pela equação 2.25, temos:
56.241
= → = → =
∗ ∗ 25,4 ∗ 115
= 19,25
56.241
= → = 87,17
25,4 ∗ 25,4
56.241
= → = 7,38
25,4 ∗ 300
Como a tensão admissível do tampo toriesférico (σadm=115Mpa) é 1,3 vez maior que
a tensão de cisalhamento máxima (σcis=87,17MPa) encontrada, a base do vaso de pressão
não causará cisalhamento no tampo.
Assim, adotando material ASME SA-36 para a base e substituindo os dados nas
equações de flambagem (conforme item 2.9.6), temos:
∗
−250 + 250 + 16 ∗ 250 ∗ ∗ 200 10 ∗
= → = 125,66
2 ∗ 250
300 ∗ 25,4
= → = 409 10
12
0,5 ∗ 800
= → = 54,6
409 10
7.620
Desse modo,
∗
< → 54,6 < 125,66 → çã ℎ
250 ∗ 54,6
= 250 ∗ 1 − → = 226
4∗ ∗ 200 10
94
0,5 ∗ 800
115 ∗
409 10
1 7.620
= 115 − ∗ → = 110
200 10 2
Conforme equação abaixo, uma vez que o carregamento crítico (Fcrit=838,3kN) é 14,9
vezes maior que a carga aplicada (Fvaso=56,2kN), há segurança com relação à falha, em
virtude da flambagem.
0,5 ∗ 800
115 ∗
409 10
1 7.620
= 7.620 ∗ 115 − ∗ → = 838,3
200 10 2
56.241
250 > → 250 > 7,4
7.620
95
A Figura 4.9 mostra a versão final do vaso de pressão dimensionado, com base no
SolidWorks, conforme o código ASME, Seção VIII, Divisão 1, com a indicação de cada
bocal:
Bocal de entrada
DN.10” com flange
ASME B16.5 CL.150#
instrumentos DN.3/4”
Informações de malha
Tipo de malha Malha sólida
Gerador de malhas usado: Malha com base em curvatura
Pontos Jacobianos 4 Pontos
Tamanho máximo de elemento 60 mm
Tamanho de elemento mínimo 12 mm
Qualidade da malha Alta
Figura 4.13 – Vaso de pressão exibindo a tensão máxima de Von Mises por nó e a escala
de cores limitado à tensão de escoamento.
Na Figura 4.14 mostra a distribuição de tensão no vaso de pressão. Por meio da escala
de cores, é possível ver a distribuição de tensão de Von Mises por elemento, iniciando em
0MPa, em azul, até a cor vermelha, que indica as regiões onde as tensões mostradas estão
acima do limite de escoamento do material (250MPa), devido a limitação da escala mostrar
até o limite de escoamento do material quaisquer valores acima da tensão de escoamento
estarão indicados em vermelho e não necessitam estar indicada na escala de cores. No
estudo, a tensão máxima por elemento encontrada é de 299MPa.
100
Figura 4.14 – Vaso de pressão exibindo a tensão máxima de Von Mises por elemento e a
escala de cores limitado à tensão de escoamento.
b)
a)
Figura 4.16 – Aplicação do filtro de tensão no vaso de pressão, a) modelo do vaso
de pressão; b) aplicação do filtro de tensão, mostrando tensões acima de 115MPa.
O local onde foi encontrada a maior concentração de tensão foi no bocal de visita,
devido a este bocal ser a região mais fragilizada do vaso de pressão o bocal foi isolado e
analisado, na Figura 4.17 indica as regiões em vermelho onde as tensões estão superiores
ao limite de escoamento do material (250MPa).
424MPa
299MPa
a) b)
Figura 4.17 – Região com maior concentração de tensão de Von Mises, a) maior
concentração de tensão por nó (424MPa); b) maior concentração de tensão por elemento
(299MPa).
103
Quando feito corte de seção para analisar a região com maior concentração de
tensão (ver Figura 4.18), observa-se que ela se dá na superfície do bocal, na região
soldada.
Quando analisamos a Figura 4.20, pelo gráfico de cores observamos que o fator de
segurança no corpo e no tampo toriesférico do vaso de pressão está próximo do fator de
segurança calculado no item 4.8.
105
5 CONCLUSÃO
Com base nesta informação, a partir da espessura final e de acordo com os critérios
do código ASME, Seção VIII, Divisão 1, foi calculado e encontrado o fator de segurança de
4,15 para o corpo do cilindro e de 9,96 para o tampo toriesférico do vaso de pressão (ver
item 4.9).
Para o dimensionamento dos apoios (ver item 4.10), foram calculadas a tensão de
cisalhamento no tampo toriesférico, a tensão de flambagem nos apoios e a tensão de
compressão nestes últimos. Os apoios foram dimensionados conforme mostra a Figura 4.7,
resultando nos fatores de segurança listados abaixo:
107
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES FILHO, Avelino. Elementos finitos: A base da tecnologia CAE. 5ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2007.
ASME. The History of ASME’s Boiler and Pressure Vessel Code. Disponível em:
<www.asme.org/engineering-topics/articles/boilers/the-history-of-asmes-boiler-and-
pressure>. Acesso: 5/4/2016.
FORTES, MSc Cleber e ARAÚJO, MSc Welerson. Apostila de arco submerso. ESAB
BR. Disponível em:
<www.esab.com.br/br/pt/education/apostilas/upload/1901100rev1_apostilaarcosubmerso.
pdf>. Acesso: 30/4/2016.
GERE, James M. Mecânica dos materiais. 5ª ed. São Paulo. Ed. Thomson. 2003.
JONES, J.W. Finite Element Analysis of Pressure Vessels. Artigo publicado na 58ª
Reunião Geral de 1989, no NBIB – The National Board of Boiler and Pressure Vessel
Inspector. Data da reimpressão: 20/4/2016.
110
RICCO JR., Edison. Soldagem em vaso de pressão. Revista Meio Filtrante, ano IV,
n. 19, mar./abr. 2006.
SIMON, Camila Fabiana et al. Análise prática de penetração de solda em aço 1045.
II Semana Internacional das Engenharias FAHOR. Horizontina. 2012.
TELLES, Pedro Carlos da Silva. Vasos de pressão. 2ª. ed. Rio de Janeiro: LTC.
2013.
VEIGA, José Carlos. Juntas industriais. 6ª ed. Rio de Janeiro: Teadit Indústria e
Comércio, jun. 2013.