Sei sulla pagina 1di 2

A PROTEÇÃO ESTATAL ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA CONSTITUIÇÃO

FEDERAL DE 1988

A Constituição Federal da República, promulgada no ano de 1988, seguindo sua


filosofia garantista, foi um marco para a proteção da criança e do adolescente, inaugurando a
“Doutrina da Proteção Integral”. A partir do seu artigo 227, a constituição descreve o seguinte:
“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão”.
Até a promulgação da carta de 1988, a legislação vigente não se preocupava em
enunciar os direitos das crianças e dos jovens, nem de garantir-lhes direitos específicos,
cobrando do Estado zelar pelo bem-estar da criança e do adolescente.
Anteriormente, o Código de Menores de 1978 preocupava-se apenas com o jovem
infrator, e não com a juventude como um todo. A Constituição, então, seguindo a visão das
Nações Unidas, que à época criava as “Regras de Beijing, acerca da administração da justiça
da infância e da juventude”, e da “Convenção sobre os Direitos da Criança”, orientou o
legislador nesse novo sentido. Inclusive, no inciso I do parágrafo 8º do art. 227, ela prevê o
seguinte: “A lei estabelecerá o estatuto da juventude, destinado a regular o direito dos jovens”.
Posteriormente, o Estatuto da Criança e do Adolescente viria para cumprir esse mandamento
constitucional.
Com essa mudança, o Estado passou a ver a criança e o adolescente como um sujeito
de direitos e reconheceu sua condição peculiar de desenvolvimento, dando, portanto, especial
atenção à responsabilidade de atuar na defesa dos menores.
A Constituição Federal, inclusive previu a criação de programas de assistência integral
à saúde da criança, do adolescente e do jovem a partir de certas diretrizes. Uma delas é a
aplicação de recursos públicos, destinados à assistência materno-infantil. Também estabelece
programas de integração do jovem portador de deficiência, com treinamento para o trabalho e
convivência.
Enfim, a proteção integrada que o constituinte imaginou abrangia uma série de
aspectos previstos no parágrafo 3º do artigo 227 da CF/88, que são a idade de mínima de
quatorze anos para admissão ao trabalho, garantidos os direitos trabalhistas; garantia de acesso
do trabalhador jovem à escola; garantia de pleno conhecimento da atribuição de ato infracional,
bem como defesa técnica por profissional habilitado; obediência do princípio da brevidade,
excepcionalidade respeito à condição peculiar em que a pessoa em desenvolvimento se
encontra, quando da aplicação das medidas socioeducativas; estímulo do poder público, através
de assistência jurídica e incentivos fiscais, ao acolhimento de órfão ou abandonado; e a criação
de programas de prevenção e atendimento à criança, adolescente e jovem dependente de drogas.
Além disso, a lei maior se preocupou em estabelecer maior severidade para o abuso, a
violência e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Como consequência, foi redigido o
art. 217-A, que trata do estupro de vulneráveis, e foi modificado o art. 218, aumentando o tempo
de punição para dois a cinco anos de reclusão, ambos do Código.
Foi estabelecido em Constituição, também, que os filhos havidos dentro ou fora do
casamento têm os mesmo direitos e qualificações, proibindo qualquer discriminação entre eles,
acabando, posteriormente, com a diferenciação que o código civil dava aos filhos ilegítimos e
bastardos.
Por fim, o art. 288 da Carta Magna institui como penalmente inimputáveis os menores
de dezoito anos, ficando sujeitos, portanto, às medidas socioeducativas do Estatuto da Criança
e do Adolescente.
Podemos ver que a proteção constitucional dada aos menores, designada como de
absoluta prioridade, foi a força motriz para a criação e adaptação das normas que tratam da
proteção desse segmento da sociedade. O constituinte preocupou-se em tratar a criança e o
adolescente como sujeito de direito, que tem uma condição peculiar e precisa de uma atenção
especial do Estado, e por isso reconheceu que o estatuto não deveria mais tratar exclusivamente
das infrações praticadas por eles, mas com a proteção ao desenvolvimento e o cuidado com o
desenvolvimento do cidadão em desenvolvimento

BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Constituição (1988). Constituição Federal da República Federativa do Brasil de


1988. Brasília, Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 04 abr.
2019.
REGO, Nelson M. de Moraes. Proteção constitucional da criança e do adolescente. 2012.
Disponível em: <http://www.osconstitucionalistas.com.br/protecao-constitucional-da-crianca-
e-do-adolescente>. Acesso em: 04 abr. 2019.
FARIELLO, Luiza. Constituição de 1988, um novo olhar sobre a criança e o adolescente.
2018. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/87780-constituicao-de-1988-um-
novo-olhar-sobre-a-crianca-e-o-adolescente>. Acesso em: 04 abr. 2019.
GABRIEL, Anderson de Paiva. A doutrina da proteção integral e a Constituição Federal
de 1988. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 21, n. 4777, 30 jul. 2016.
Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/35230>. Acesso em: 7 abr. 2019.

Potrebbero piacerti anche