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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Isabel França de Souza


Isadora Alves Gouveia Silva
Laryssa Emanuelle Brancaglion Costa
Vinicius Silva Zacarias

AMBIÊNCIA URBANA COMO PRÍNCIPIO PARA A REQUALIFICAÇÃO DE


ÁREAS DEGRADADAS: BAIRROS BRASILIANA E PLANALTO, ARAPIRACA-AL

ARAPIRACA/ AL
2019
Isabel França de Souza

Isadora Alves Gouveia Silva

Laryssa Emanuelle Brancaglion Costa

Vinicius Silva Zacarias

AMBIÊNCIA URBANA COMO PRÍNCIPIO PARA A REQUALIFICAÇÃO DE


ÁREAS DEGRADADAS: BAIRROS BRASILIANA E PLANALTO, ARAPIRACA-AL

Trabalho apresentado como requisito avaliativo da


disciplina Projeto de Urbanismo 2 do curso Arquitetura e
Urbanismo – UFAL campus Arapiraca.

Prof. Carlos Jacinto Agostinho

ARAPIRACA/ AL
2019
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 04
1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 05
1.1 Ações desenvolvidas para produção do documento ................................... 07
1.2 Coleta, Organização e Sistematização de Dados .......................................... 07
1.3 Produção dos croquis esquemáticos ............................................................ 08
1.4 Procedimentos Metodológicos para elaboração dos programas
urbanísticos. .................................................................................................... 08
1.5 Cronograma de trabalho ................................................................................. 09
2 PROBLEMÁTICA ................................................................................................. 10
3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 30
3.1 Objetivos gerais .............................................................................................. 30
3.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 30
4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 31
5 DIRETRIZES E LINHAS DE AÇÃO ..................................................................... 50
5.1 Diretrizes e linhas de ação geral .................................................................... 50
5.2 Proposta de zoneamento ................................................................................ 51
5.3 Diretrizes e linhas de ação específicas ..........................................................55
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................57

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 59
INTRODUÇÃO

O presente relatório trata-se da apresentação do programa urbanístico que foi


elaborado a partir da análise dos diagnósticos físico-espaciais dos bairros Brasiliana
e Planalto. Este programa trata-se do conjunto de ações propostas para serem
desenvolvidas nos bairros com objetivo de sanar as deficiências encontradas
anteriormente. E desta forma promover o bem estar para a população residente e aos
frequentadores das áreas.
Este programa urbanístico tem como foco a promoção do bem estar e convívio
social a partir da requalificação dos espaços públicos existentes, criação de novos
equipamentos públicos e o desenvolvimento de uma infraestrutura adequada. Sempre
observando o que foi analisado anteriormente nos diagnósticos físico-territoriais para
que as propostas de intervenção estejam de acordo com a necessidade local e desta
forma criar espaços que sejam frequentados na prática. Acreditando na premissa de
que espaços públicos adequados para o uso garantem a vitalidade do local.
Para o bom desenvolvimento do programa urbanístico o relatório foi dividido
em etapas. A princípio foi estabelecida a metodologia do projeto assim como foram
estabelecidas as diretrizes gerais e linhas de ação que permeariam o desenvolvimento
do trabalho. Logo após estas diretrizes foram utilizadas como base para as
proposições feitas nas zonas que foram previamente estabelecidas. Desta forma foi
possível criar a identidade da linha de ação da proposta que justificará posteriormente
as intervenções propostas no projeto.
O trabalho desenvolvido neste relatório apresenta a conceituação do eixo
temático escolhido pela equipe. A elaboração do programa urbanístico tem como
finalidade colocar em prática o que foi proposto como intervenção urbanística para
atender a todas as diretrizes propostas para os bairros Brasiliana e Planalto.

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1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para dar início a elaboração do programa urbanístico, antes de tudo, foi
necessário fazer a análise das informações documentos que foram apresentados
pelas equipes anteriormente, intitulado de “Diagnóstico físico-territorial”. A análise
deste documento foi o ponto de partida para a elaboração da problemática da equipe,
uma vez que nele continha todas as informações acerca dos problemas e
potencialidades da área de estudo. A partir disto, e da análise de dados obtidos pela
equipe, o presente relatório pode elaborar as diretrizes do programa urbanístico para
os bairros Brasiliana e Planalto.
A etapa de construção dos relatórios para o programa urbanístico foi
desenvolvida entre os dias 07 de fev. de 2019 a 10 de abril de 2019, composta por
aulas teóricas, apresentação de seminário com textos base para a construção do
programa (Ver Quadro 1), e assessoramentos. Os assessoramentos foram em
conjunto com os professores Carlos Jacinto Agostinho e Edler Oliveira Santos,
professores das disciplinas de Projeto de Urbanismo II e Instalações e Infraestrutura
Urbana, respectivamente. O produto deste relatório foi feito com base nestas duas
disciplinas.
Quadro 1 – Temas e equipes do seminário
TEMA DO SEMINÁRIO EQUIPE
O desafio do espaço público nas cidades do século XXI

DIAS, Fabiano. O desafio do espaço público nas cidades do século XXI. Arquitextos, São Taisa e
Paulo, a. 6, n. 061.05, jun. 2005. Disponível
em:<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.061/453>. Ruan

Ecogênese

CURADO, Mirian Mendonça de Campos. Ecogênese: origem, conceitos e aplicações. In:


______. Paisagismo
contemporâneo: Fernando Chacel e o conceito de ecogênese. Amanda
2007. 177 f. Dissertação (Mestrado em Urbanismo)
Alencar e
–Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro. Disponível em: Elivaldo
<https://docplayer.com.br/8394047-Paisagismo-contemporaneo
-fernando-chacel-e-o-conceito-de-ecogenese.html>

Infraestrutura Verde
BENINI, Sandra Medina. Infraestrutura verde aplicada à drenagem urbana. In: ______.
Infraestrutura verde como prática sustentável para subsidiar a elaboração de planos de Laryssa e
drenagem urbana: estudo de caso da cidade de Tupã/SP. 2015. 220 f. Tese (Doutorado Vinícius
emGeografia) -Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista,
Presidente Prudente. Disponível
em:<http://www2.fct.unesp.br/pos/geo/dis_teses/15/dr/sandra_benini.pdf>

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Resgate local : O caso dos mapas ambientais produzidos pelos moradores do Varjão
LACERDA, Hiatiane Cunha de; ANDRADE, Liza. Reabilitação urbana sustentável por meio
do resgate da identidade local: o caso dos mapas ambientais produzidos pelos moradores
do Varjão –DF. In: Seminário Internacional NUTAU/USP: "Espaço
Sustentável: inovações em edifícios e cidades”, 7., 2008, São Paulo. Anais... São Paulo: Karine e
Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo , 2008. v. 1.
Disponível em: <http://www.usp.br/nutau/CD/170.pdf> Anderlânia

Urbanização de assentamentos precários / Paraisópolis mecanismos de inclusão da


cidade informal
FERREIRA, Eliane Roberto. Urbanização de assentamentos precários | Paraisópolis: Jaíres, Carla
mecanismos de inclusão da cidade informal. Fórum Multientidades de Paraisópolis,São
Paulo, [S.a.], [S.n.], fev. 2011. Disponível em:<http://paraisopolis.org/wp- e Eduardo
content/uploads/2008/07/artigo
-paraisopolis_elianeroberto.pdf>

Novos pólos territoriais motivados pela dispersão urbana


MARTINS, Anamaria de Aragão Costa. Novos pólos territoriais motivados pela dispersão
urbana: o cenário do Distrito Federal. Amanda e
Arquitextos, SãoPaulo, a. 7, n. 077.04, out. 2006. Disponível Diego
em:<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.077/309>

Cidade brasileira do século 21


MAGALHÃES, Sérgio; IZAGA, Fabiana Generoso de. Cidade brasileira do século 21.
Demografia, moradia e ocupação do território: uma avaliação urbanística. Arquitextos, São Lucas e
Paulo, a. 18, n. 206.01, jul. 2017. Disponível Clétia
em:<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.206/6624>

Os córregos ocultos e a rede de espaços públicos urbanos


BARTALINI, Vladimir. Os córregos ocultos e a rede de espaços públicos urbanos. Íris e
Arquitextos, São Paulo, a. 9, n. 106.01, mar. 2009. Disponível em: <http://w Marcelo
ww.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.106/64>

Aplicação de conceitos geomorfológicos em arquitetura


SANTOS FILHO, Raphael David dos. Aplicações de conceitos geomorfológicos em
arquitetura: a relevância de estudos de processos erosivos para a construção. Isabel e
Arquitextos, São Paulo, a. 4, n. 044.04, jan. 2004. Disponível Isadora
em:<http://www.vitruvius.com.br/revist
as/read/arquitextos/04.044/621>

Requalificação de ruas comerciais / Oscar Freire


MOTA, Érika (Coord.). Requalificação de ruas comerciais: a parceria entre a Associação
de Lojistas e a Prefeitura Municipal no projeto da rua Oscar Freire. São Paulo. Iniciativas
Inspiradoras, São Paulo, [S.a], n. 7, [S.d.]. Disponível em:
<http://www.solucoesparacidades.com.br/wp - Adrielly e
content/uploads/2013/08/AF_07_SP_REURBANIZACAO%20OSCAR%20FREIRE_Web.p Jaiara
df>

Fonte: Pelos autores,2019

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1.1 Ações desenvolvidas para produção do documento
Abaixo está elencado todo as atividades realizadas para o desenvolvimento
deste documento (Ver Quadro 2).
Quadro 2 – Calendário de acompanhamento das atividades
Data Hora Atividade Local
Aula–Programa Urbanístico/
13:00 – Laboratório de
07/12 Divisão de Temas dos Seminários
15:20 Informática - UFAL
13:00- Laboratório de
14/02 Apresentação dos seminários
15:20 Informática - UFAL
15:20- Laboratório de
18/02 Apresentação dos seminários
17:00 Informática - UFAL
15:20- Laboratório de
21/02 Assessoramento da problemática
17:00 Informática - UFAL
Horários
22/01 Produção dos mapas Online
diversos
Reunião da equipe para ajustar a
Horários
06/03 problemática e definir objetivos e diretrizes Reunião online
diversos
gerais
08:00- Reunião na casa da
07/03 Definição das diretrizes específicas
12:00 Isadora Gouveia
Assessoramento – objetivos, diretrizes,
15:20- Laboratório de
11/03 linhas de ação e mapas
17:00 Informática - UFAL
Horários Produção do documento da proposta
13/03 Online
diversos urbanística
13:00 – Assessoramento da parte escrita do Laboratório de
14/03
17:00 documento e dos mapas Informática - UFAL
Horários Produção do documento da proposta
15/03 Online
diversos urbanística
Horários Produção do documento da proposta
16/03 Online
diversos urbanística
Horários Produção e revisão do documento da
17/03 Online
diversos proposta urbanística
15:20- Avaliação do programa urbanístico – Laboratório de
18/03
17:00 Entrega e apresentação Informática - UFAL

Fonte: Pelos autores,2019

1.2. Coleta, organização e sistematização dos dados


Os dados foram obtidos através da análise dos documentos de diagnóstico
físico-territorial elaborado pelas equipes como produto do primeiro bimestre da
disciplina, assim como pela leitura de referenciais teóricos que tratavam sobre o eixo
temático do presente relatório, entre os quais – Morte e vida das grandes cidades de
Jane Jacobs e Cidade para pessoas de Jan Gehl. Além do material obtido através das
aulas teóricas ministradas, assessoramentos e informações adquiridas pela equipe.

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As informações para a construção deste relatório foram obtidas por todos os
membros da equipe, por meio da leitura do material referencial, elaboração de
fichamentos e presença e elaboração de material para os assessoramentos em sala.

1.3. Produção dos croquis esquemáticos


Para o projeto urbanístico foram propostos zoneamentos no mapa Base de
acordo com as informações coletadas pela equipe. Este mapa de zoneamento está
relacionado com as predominâncias de uso e ocupação do solo encontradas em cada
área do bairro, que serviria como fundamentação para o que seria proposto de
equipamento urbano para cada área.
Além disto foram elaborados mapas que fazem referência às potencialidades
de cada área de acordo com seu principal uso pela população, através das
informações de como esta se apropria dos espaços públicos. Desta forma, o programa
urbanístico é proposto de uma forma mais efetiva considerando estas potencialidades
e propondo equipamentos que possam dar mais qualidade nestes quesitos.
A produção destes mapas de foi feita, a princípio por meio de croquis tomando
como referência o mapa base e logo após foi remodelado no software AutoCad.

1.4. Procedimentos metodológicos para elaboração do programa urbanístico


A elaboração do programa urbanístico e propostas de intervenção foi baseada
nos seguintes procedimentos:
a) Análise e revisão dos documentos obtidos com os “Diagnósticos físico-
territoriais” elaborado para servir de base para o presente relatório;
b) Caracterização dos problemas e potencialidades dos bairros;
c) Identificação das principais demandas e anseios dos moradores;
d) Pesquisas de referenciais teóricos como embasamento;
e) Estudo de caso para identificação das prioridades dos Bairros e criação do eixo
temático;
f) Elaboração do programa urbanístico, com enfoque em:
 Requalificação dos espaços públicos;
 Melhoria do tecido urbano;
 Qualificação dos equipamentos urbanos

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g) Desenvolver a proposta de intervenção urbanística para os bairros Brasiliana e
Planalto.

1.5. Cronograma de trabalho


Este cronograma (Ver Quadro 3) apresenta as atividades a serem realizadas
durante o período entre os meses de fevereiro a abril para elaboração da proposta de
intervenção urbanística para os bairros Brasiliana e Planalto.

Quadro 3 – Cronograma de atividades.


MÊS FEVEREIRO MARÇO ABRIL
ATIVIDADE 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Apresentação do plano
Revisão do prognóstico
Caracterização do Bairro
Identificação das demandas
Pesquisa de referencial teórico
Criação do eixo temático
Elaboração do programa urbanístico
Proposta de intervenção Urbanística

Fonte: Pelos autores,2019

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2. PROBLEMÁTICA

O crescimento urbano, por vez acelerado e desvinculado de um efetivo


processo de planejamento, contribui de forma direta para a ocorrência de distintos
problemas observados no âmbito da cidade. Esses mesmos problemas, amplamente
discutíveis na esfera do Urbanismo – uma vez influenciando a qualidade de vida dos
usuários do meio urbano –, permanecem evidentes em centros cujo desenvolvimento
se revela como acentuado. Para compreendê-los, a fim de que se possa intervir no
espaço da cidade (de modo a resolver todas as questões que interferem no bem estar
social), precisamos nos remeter ao contexto da chamada Revolução Industrial, a partir
da qual o processo de expansão dos centros de fato se efetivou, trazendo consigo
todos os problemas inicialmente comentados.
São inegáveis os inúmeros benefícios que então surgiram frente ao
desenvolvimento científico evidenciado em plena Revolução Industrial. O contexto
social do século XIX experimentou um período de grandes inovações, cuja marca de
maior ênfase viria a ser o surgimento em massa de maquinaria que resultaria em um
desenvolvimento econômico sem precedências, substituindo, em um curto intervalo
de tempo, o modelo de economia anterior, claramente fundamentado no artesanato.
Tal questão daria abertura para um momento histórico de grandes transformações
vinculadas à vida em sociedade, cuja consequência mais enfática viria a ser
representada pelo crescimento acelerado de cidades – o que não desmereceria outras
contribuições, como as associadas aos meios de transporte e ao desenvolvimento de
uma imprensa como forma de disseminação do pensamento.
O aparecimento do então próspero setor industrial se configurou como fator
determinante para o progresso dos centros citados. Atestando avanços científicos e
técnicos, o crescimento do citado setor tornou a necessidade por mão de obra barata
uma realidade. Todo o processo, aliada à crença na possibilidade de desenvolvimento
propiciado pela indústria, por parte dos segmentos mais baixas da sociedade,
contribuiu para o impulso do chamado êxodo rural – termo esse utilizado para atribuir
significado ao deslocamento de moradores dos campos para as cidades. Inicia, nesse
contexto histórico, um processo de ascensão do número populacional, marcando o
início de uma acentuada expansão dos limites urbanos. Nas palavras de Françoise
Choay: “[...] a Revolução Industrial é quase imediatamente seguida por um
impressionante crescimento demográfico das cidades, por uma drenagem dos
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campos em benefício de um desenvolvimento urbano sem precedentes” (CHOAY,
2005, p. 3).
Frente a essas significativas alterações, observamos o que autor citado
convencionou chamar de “nova ordem” (Idem, p.4), tendo como peculiaridade
principal o evidente rompimento com os parâmetros característicos da organização da
cidade medieval e barroca. As novas mudanças poderiam ser tidas como precursoras
de tempos onde o progresso seria o cargo chefe. Ainda assim, como aponta
Gonçalves, em sua discussão Utopias, Ficções e Realidades na Metrópole Pós-
industrial, embora os benefícios fossem evidentes, “O conflito entre a estrutura urbana
ainda medieval e a chegada da industrialização gerou um grande desequilíbrio
ambiental e urbano nas primeiras cidades da Europa” (GONÇALVES, 2014, p.26)
Segue-se que a ausência de um bom planejamento do espaço a ser ocupado pela
ascendente população – reflexo de um ausente controle público quanto ao que tange
às ambientações construídas –, seria o fator decisivo para as problemáticas
decorrentes desse crescimento urbano acelerado. Le Corbusier, em sua obra
Planejamento Urbano, afirma:

As máquinas surgiriam em massa; seu número cresceu de tal modo


que tumultuaram e modificaram os costumes; a economia, a
sociologia, a seguir, não pararam de sofrer transformações cada vez
mais profundas, sinais prenunciadores de perturbações decisivas. (LE
CORBUSIER, 2004, p. 25)

Tais perturbações, apontadas pelo arquiteto, seriam consequências diretas do


já comentado mau planejamento. As cidades, portanto, não estariam preparadas para
os resultados das inovações então ocorrentes, principalmente no que se refere ao
acolhimento de um elevado número populacional, assim como comenta Harouel. O
autor demonstra a “proliferação de cortiço” como resultado final desse processo,
inferindo a cidade como “[...] tecido patológico, doentio” (HAROUEL, 1990, p. 114-
115). A “nova ordem” referenciada por Choya, portanto, marca uma preocupação para
com o desenvolvimento econômico propiciado pelo próspero setor industrial, deixando
em segundo plano aspectos relacionados a qualidade de vidas de usuários, como
conforto ambiental, salubridade dos espaços e sustentabilidade no meio urbano –
cujas consequências, a longo prazo, revelaram-se como sendo graves problemas, a
ponto de se fazerem necessários modelos que propusessem meios para que tais

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questões fossem resolvidas, propondo cidades tidas como ideais. Reunidas no
formato de teorias utópicas do Urbanismo, tais parâmetros assumem com objetivo
principal o de estabelecer a ordem, considera como meio pelo qual se resolveria a
desordem então implantada no contexto de uma cidade.
Embora de grande relevância para a compreensão de como as propostas de
solução dos problemas urbanos foram efetivadas, as mesmas teorias utópicos não
serão objetos de análise da presente discussão. Basta sabermos que esses modelos
abrangeram parâmetros contemplados como utópicos, justamente “[...] por não poder
dar uma forma prática ao questionamento da sociedade” (CHOAY, 2005, p.7),
permanecendo, portanto, apenas na imaginação – embora não possam ser tidos,
meramente, como abstratos, como aponta Choay, na mesma obra referenciada.
Diversas foram as propostas de organização urbana, contudo, assim como as
correntes urbanistas que se convencionou chamar de Progressista e Culturalista.
Seriam panoramas que, embora observassem para a mesma problemática,
propunham soluções antagônicas entre si. Nas palavras de Kohlsdorf, as “[...] duas
correntes filosóficas que dominam a discussão da cidade a partir da Revolução
Industrial opõem, além de olhares, atitudes e procedimentos” (KOHLSDORF, 1996, p.
7), estando associadas à noção contrária de tempo, seja prestigiando o passado (sob
a forma de nostalgia) ou o futuro (sob a concepção de progresso).
A concentração desses modelos recai sobre os centros urbanos,
evidentemente; ainda assim, o foco dessas proposta, como já fora mencionado por
Jan Gehl, em seu livro Cidade para Pessoas, são as necessidades de todos os
indivíduos responsáveis por dar vida a cidade (GEHL, 2013, p. 06). Além do autor
citado, inúmeros outros propõem análises quanto a problemática da expansão urbana
sem planejamento. Podem variar quanto ao foco ou o objetivo de suas observações,
embora o ponto de partida evidencie sempre uma mesma finalidade: as questões
percebidas nas cidades, revelando-se como graves problemas urbanos, devem ser
resolvidas, dado o fato de serem insustentáveis – interferindo não apenas no âmbito
dos centros, mas ultrapassando-o. No que diz respeito a esse ponto exposto,
Gonçalves afirma

A essa desordem da cidade industrial do século XIX, veremos diversas


propostas de ordenamentos urbanos concebidas por reflexões
situadas na dimensão do imaginário. Alguns arquitetos optaram por
responder às péssimas condições sociais de sua época se retirando

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da realidade e abdicando da ação prática e imediata para se
dedicarem as suas utopias. Essa retirada pode ser entendida em
alguns casos como escapismo, mas na verdade deve ser lida como
uma tentativa de escapar das inevitáveis limitações intrínsecas à
prática arquitetônica daquele momento. Sua inspiração em muitos
casos advinha da ideia de que uma reconstrução radical das cidades
seria a solução não só para a crise urbana, mas também para a crise
social trazida pela era industrial. (GONÇALVES, 2014, p.27)

Em suma, o acentuado crescimento demográfico, associado à falta de


interesse para com as condições impostas aos trabalhadores, enquanto habitantes da
cidade – condições essas podendo ser resumidas nas simples moradias,
caracterizadas pelo espaço insuficiente dada a quantidade de moradores que ali
habitariam; em residências situadas em bairros compactos, localizados nas
proximidades do local de trabalho; precária infraestrutura das áreas urbanizadas; no
ausente planejamento do despejo dos dejetos, estando esgotos e regos expostos na
cidade; e na desvalorização da saúde física e mental de homens, mulheres e crianças,
obrigados a trabalharem quantidades exaustivas de horas por dia –, implicaria na
periferização e suburbanização das moradias e a disseminação de doenças entre
seus moradores. No contexto geral, observa-se um grande descontentamento entre
os habitantes, o que evidencia a frustração, dos últimos citados, quanto às
expectativas por melhores condições de vida no âmbito de um centro industrial.
Todas essas questões alimentam uma sensação de insegurança, por parte
dos usuários, quanto a utilização dos espaços públicos. Área em situação de
abandono, visto problemas diversos – a exemplo dos relacionados a já mencionada
infraestrutura, cuja ocorrência passa a tornar determinadas regiões dos centros pouco
convidativo ao uso –, revela-se como sendo uma realidade. Abordando aspectos
relacionados a essa questão, Jane Jacobs, em seu livro Morte e Vida de Grandes
Cidades, utiliza-se das ruas como situação exemplo, demonstrando que a precária
infraestrutura dessas última define o dinamismo das cidades. Afirma a autora: “Se as
ruas de uma cidade parecerem interessantes, a cidade parecerá interessante; se elas
parecerem monótonas, a cidade parecerá monótona” (JACOBS, 2011, p.29), sendo
que, no que diz respeito a qualidade de vida de todos os indivíduos, observamos uma
influência negativa em todos os aspectos.
A importância da estruturação adequada de uma cidade também é citada por
Gehl. Para o autor, quanto mais movimento é observado em um centro urbano, a visão

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deste último como sendo seguro se torna efetiva. Para tanto, a cidade deve possuir
uma estrutura coesa, possibilitando aos indivíduos “[...] curtas distâncias a pé,
espaços públicos atrativos e uma variedade de funções urbanas” (GEHL, 2013, p. 06),
que transmitam a ideia de segurança. Ambos os autores, Jacobs e Gehl, apontam
ideologias complementares, sempre evidenciando a necessidade em se priorizar o
indivíduo que usufrui da cidade. Locais com separação de uso, esse último
evidenciando-se como diversificado; espaços bem iluminados (nos quais a qualidade
física seja evidente) e adequadamente sombreados (mediante locação de vegetação);
uso de calçadas adequadas aos transeuntes; espaços que são favoráveis às crianças,
passíveis de brincadeiras (permanecendo seguros as mesmas), são alguns dos
pontos facilmente conectados, encontrados nos relatos de ambos os autores, que
objetivam tornar os espaços de uma cidade com utilização constante. No que
concerne a esse ponto da discussão, Gehl aponta

A vida da rua e na rua, a diversidade de funções ao longo da rua e


agradáveis espaços de transição são qualidades-chave para boas
cidades – também em termos de segurança e proteção. O extremo
oposto é a receita perfeita para um ambiente urbano inseguro: ruas
sem vida, edificações de um só uso sem atividade durante quase o dia
topo, fachada fechadas, escuras e sem vida. A essa lista pode-se
acrescentar iluminação insuficiente, passagens desertas e túneis de
pedestres, cantos e aberturas escuras e excessos de arbustos. (Idem,
p.101)

É evidente que a densificação construtiva – com grande concentração de


moradias e locais de trabalho que atendam a crescente população – evidencia um
centro urbano como sendo, de fato, “vivo” dinâmico. O que deve ser questionado é o
modo pelo qual tais centros são concretizados – retomamos aqui o necessário termo
planejamento. Gehl demonstra que, mais que a necessidade em ser considerada viva,
uma cidade demanda de “[...] uma combinação de espaços públicos bons e
convidativos e certa massa crítica de pessoas que queira utilizá-los” (Idem, p.68). Para
compreender a relação entre a qualidade dos espaços e o uso dos mesmos,
consideremos o gráfico (ver figura 1) utilizado, pelo autor referenciado, para enfatizar
a importância do planejamento urbano para a definição de cidades “vivas”.

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Figura 1 – Relação ambiente construído com o uso dos espaços

Fonte: GEHL, 2013.

Pelo gráfico, percebe-se que a qualidade física dos espaços urbanos é


diretamente proporcional ao modo como o uso dessas áreas é efetivado.
Principalmente no que se relaciona às atividades opcionais e sociais, nota-se que
ambientes externos, vinculados à ação do planejamento (sendo norteados pelos
interesses do usuário), estimulam o desenvolvimento de distintas atividades (sejam
elas necessárias, opcionais – compondo o grupo de ações urbanas mais atrativas e
populares –, ou mesmo as sociais), assim como na figura 2, tornando tais espaços
mais versáteis na vida da cidade. Nesse processo, admitir a existência de áreas
urbanas diversificadas quanto ao uso, revela-se como sendo essencial, atendendo às
diferentes demandas por parte das pessoas, o que em outras palavras significa dizer
que esses espaços permanecerão em uso constante (JACOBS, 2011, p.158) –
retoma-se, portanto, a ideia de segurança urbana.

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Figura 2 – Influência dos espaços no desenvolvimento de atividades

Fonte: GEHL, 2013.

As cidades tornam-se grandes centros densificados cujas mazelas sociais e


urbanas se destacavam, à medida que o processo de desenvolvimento urbano se
evidenciava. Renegando aspectos vinculados ao bem estar dos usuários desses
espaços, tais centros se expandem de forma a ultrapassar suas delimitações –
processo esse se caracterizando pelo abandono a preocupação com o entorno,
portanto se desvinculando de uma perspectiva mais sustentável. Tendo em vista os
aspectos expostos, bem como assumindo a finalidade em se apresentar a
problemática do presente trabalho, torna-se necessário apresentar ao leitor o conceito
do termo ambiência-urbana, facilmente relacionável a presente discussão.
Consideremos, por exemplo, a abordagem de Bestetti que, ao relatar sobre o assunto
ambiência, afirma

[...] ambiência é um tema extremamente relevante, considerando a


necessidade de estudar aspectos extrínsecos ao homem e como eles
influenciam no seu envelhecimento, para que as melhores condições
de espaço gerem mais qualidade no encontro entre os sujeitos
(BESTETTI, 2014, p.601)

Demonstrando o importante papel que a Arquitetura assume – no que diz


respeito ao quesito conforto, segurança e bem-estar de usuários – a autora relaciona
essa última com a noção de ambiência, partindo dessa última como sendo um
16
conceito complexo, que viria a incluir aspectos além das condições materiais –
abrangendo questões morais, ou mesmo culturais que influenciam nas ações
comportamentais de um indivíduo. Trazendo essa ideia para a noção do meio urbano,
Bestetti demonstra o espaço arquitetônico organizado, vinculados a questões como
qualidade de vida e sustentabilidade, como sendo decisivo para o exercício de
atividades humanas (Idem, 2014, p.602) – está, portanto, em consonância ao que
Gehl comenta, como fora citado, anteriormente. Para o último autor nesse momento
referenciado, os espaços devem ser planejados conforme as diferentes demanda,
sendo capazes de atender a distintos usuários (independentemente a sexo, ou mesmo
idade).
O esforço de oferecer melhores cidades para pedestres e ciclistas
também significara, é claro, melhores condições para crianças,
melhores oportunidades para idosos e um convite mais forte para que
o exercício seja realizado em conexão com as atividades diárias na
cidade. A oportunidade de praticar atividades criativas e culturais
também será reforçada quando a “cidade cotidiana” for melhor para a
atividade e a permanência humanas. (GEHL, 2013, p.161)

Distintos estudos já foram realizados, e diferentes métodos podem ser tidos


como efetivos para a resolução dos citados problemas urbanos. Na Dinamarca, por
exemplo, Gehl aponta para a reabertura do rio Ârhus (canalizado em 1930,
convertendo-se em vias de tráfegos), cujo trechos ao longo de seu curso fora
transformado em espaços de recreação para os usuários. O autor demonstra para
essa área como sendo amplamente utilizada, privilegiando não apenas ao conforto
das pessoas, mas valorizando também o sustentabilidade nos centros urbanos. Nessa
mesma perspectiva, benefícios econômicos foram promovidos para a cidade, com
valorização imobiliária dos prédios circunvizinhos.
Projetos de requalificação de ruas também revelam-se como sendo realidade
– a exemplo do espaço público da Rua Oscar Freire, zona Oeste de São Paulo (ver
figura 3). Na situação anterior a proposta de intervenção, a comentada área
evidenciada problemas que afetam a circulação livre de pedestre; em suma, são
perceptíveis as questões de ordem estéticas, principalmente pela poluição visual da
região – a exemplo da clara incidência de cabos elétricos. Conflito entre os percursos
de automóveis e pedestres consistia na realidade local – principalmente no que diz
respeito aos momentos de travessia, ou mesmo considerando a necessidade de
estacionamento. Propor intervenção seria, portanto, necessário para torna o espaço

17
confortável para os usuários, o que aconteceu com a ocorrência de concurso para a
seleção de propostas arquitetônicas, resolvendo questões relacionadas a
acessibilidade, a locação de fiações elétricas (mediante aterramento) e equipando
as calçadas com mobiliário urbano, iluminação e paisagismo adequados.

Figura 3 – Proposta de intervenção na Rua Oscar Freire – SP

Fonte: Vigliecca & Associados, s.d.


A proposta previa alterações de todo o entorno, focando no bem estar dos
indivíduos, além de contribuir para a valorização dos pontos comerciais – já que a Rua
Oscar Freire revela-se como importante ponto de locação de restaurantes, hotéis e
lojas. O projeto de requalificação fora executada de acordo com o inicial; ainda assim,
alguns trechos não seguiram todos os aspectos concebidos pelos projetistas (como
aconteceu com o trecho concretizado posteriormente, entre as Ruas Padre João
Manoel e Ministro Rocha Azevedo, que recebera apenas um novo piso).
Analisando as características de ambos os projetos referenciados, nota-se
que a solução para os problemas decorrentes de um processo de expansão sem
planejamento, são possíveis – evidenciando maior interesse às necessidades de
todos os indivíduos que deles usufruem. Embora de grande relevância, os exemplos
de intervenção mencionados são apenas alguns exemplo de tentativa de solução para
as mazelas urbanas. Existem ainda formas de alteração que, além de tornarem os
espaços agradáveis aos usuários, aliam os centros urbanizados a perspectiva
sustentável – como é o caso da chamada infraestrutura verde, que estabelece na
cidade estratégias que objetivam minimizar os impactos da urbanização. Ademais,
18
como demonstra Madureira, a implantação da infraestrutura verde no contexto da
malha urbana se caracteriza pela adaptação ao sistema já existente, não demandando
de modificações acentuadas nos espaços já definidos. Nas palavras da autora

[...] as estratégias relativas à infra-estrutura verde metropolitana


incidem cada vez mais no aproveitamento de recursos associados a
estruturas lineares da paisagem preexistentes, naturais ou não, como
sistemas fluviais ou infra-estruturas viárias e ferroviárias. A crescente
importância dada às massas de água em contextos metropolitanos,
designadamente à intrínseca continuidade dos sistemas fluviais,
enquanto elemento de conexão da estrutura verde leva,
inclusivamente, a que crescentemente se utilize o termo infra-estrutura
verde e azul. (MADUREIRA, 2012, p. 34).

Todas as formas de intervenção então mencionadas, em um contexto geral,


foram decisivas para o bem estar social. Mais que isso, tais alterações refletem,
significativamente, na ambiência dos espaços urbanos. Como visto, atentar para essa
última garante a satisfação dos usuários do meio urbano, esse sendo utilizado de
forma constante. Aliada a necessidade de diversificação de uso, como define Jacobs
(2011, p.158), os centros urbanos passam a ser mais dinâmicos, “vivos”.
Levando-se todos as considerações para situação de Arapiraca, nota-se que
o processo de expansão não fora muito diferente do ocorrente em outras cidades.
Sendo um dos principais do estado de Alagoas, o município atesta acentuado
crescimento demográfico – em consideração ao dados fornecidos pelo IBGE (2015),
em 1991 a cidade apresentava, aproximadamente, 165 mil habitantes, número que,
em 2000 (em consideração ao Censo realizado no mesmo ano), subiu para 186 mil
habitantes (hoje evidencia uma quantidade próxima a 232.671 habitantes, de acordo
com uma estimativa do IBGE (2016)) –, influenciando a demanda por moradia, sendo
determinante para o desenvolvimento urbano e econômico que viria a ocorrer nos
anos seguintes.
No que diz respeito a expansão, a forma como o município cresceu revela-se
como sendo mediante o espraiamento das edificações. De igual forma ao que fora
visto no contexto da Revolução Industrial, o êxodo rural viria a ser decisivo para a
urbanização de Arapiraca, sendo a localização geográfica, em relação ao Estado
(centralizada), importante para o processo. Ademais, assim como aconteceu na
sociedade industrial do século XIX, a ausência de planejamento ao longo do

19
desenvolvimento urbano é um fator que persiste. Quantos as consequências dessa
questão, nas palavras de Barros,

[...] o município vem se desenvolvendo com os mesmos problemas


que afetam as cidades brasileiras de médio e grande porte como: forte
segregação socioespacial em virtude da perversa lógica do mercado
imobiliário; fragmentação do tecido urbano; loteamentos clandestinos
e irregulares; assentamentos precários (favelas e vilas); infraestrutura
urbana deficitária; legislação urbana defasada e uma fiscalização
limitada para fazer o controle de uso e ocupação do solo urbano;
problemas ambientais; depredação do patrimônio público;
desemprego; violência; analfabetismo; pobreza e miséria. (BARROS,
et.al., 2014, s.p)

Essas dificuldades de planejamento (tido por alguns autores como sendo


descontrolado), observadas na organização territorial do município, justifica-se pela
limitação de sua aplicabilidade no que tangencia a esfera do desenvolvimento urbano,
sendo deixado em segundo plano pelas autoridades competentes (LEÃO, 2017, p.
27). Como demonstra Barros, inúmeros problemas decorrem da defasagem no
planejamento, não se limitando à construção civil apenas, mas influenciando nos
aspectos sociais. Nota-se, portanto, que as condições vinculadas a ambiência urbana
no município, considerando todos os tópicos que Bestetti cita (como já observado),
não recebem a devida atenção – o que reflete no modo como as pessoas entendem
o espaço urbano, geralmente no modo negativo.
Os problemas observados na esferas das leis revela-se como sendo um dos
mais graves. O município conta com a definição de um Plano Diretor (2006), aprovado
conforme Lei Nº 2.024, que se propõe a regulamentar distintos aspectos como os
relacionados a construção. Segue-se que esse mesmo plano não abrange todas as
necessidades que podem vir a surgir, possibilitando a resolução de questões de forma
inadequada à realidade local, contribuindo para problemas ainda maiores surjam.
Analisando a situação da verticalização que então acontece no município, Leão afirma

[...] Arapiraca não ter atualizado seu Plano Diretor, e não ter criado e
nem atualizado sua legislação, portanto não consta normatização
específica para parâmetros urbanísticos de edifícios [...] na cidade e
por seu código e obras e edificação ter sido aprovado em 2000. (Idem,
p.29)

20
Além de legislação desatualizada que contribuir para a ineficiente das
edificações, quanto analisados do ponto de vista da qualidade de vida dos indivíduos,
a autora aponta para a existência de uma resistência a implementação de novos
obras, sendo justificada pelas inúmeras limitações de serviço público relacionado a
infraestrutura (a exemplo dos frequentes corte do abastecimento de água). De forma
complementar ao exposto por Leão, esses mesmos problemas de infraestrutura
podem ser enfatizados como os fatores responsáveis por limitar o crescimento da
cidade (DAMASCENO, et.al., 2016, s.p), ou mesmo contribuir para que esse
avanço urbano ocorra de forma inapropriada.
Na cidade, principalmente nas regiões periféricas menos desenvolvidas,
percebe-se o quão claras se revelam questões relacionadas à despejo irregular de
lixo, ausente saneamento básico – com despejo inapropriado de esgoto
(permanecendo a céu aberto) –, além de problemas relacionados a pavimentação de
vias de circulação – pavimentação essa restrita às vias de transição de veículos (com
degradação em determinados segmentos), permanecendo quase que ausentes em
ruas localizadas nas proximidades de residências (dificultando a livre transição dos
usuários, além de favorecer o despejo irregular de esgoto). Agregado a tais fatores,
os moradores não contam com acesso a uma adequada segurança pública.
É perceptível a relação existente entre os problemas de infraestrutura,
observados em Arapiraca, e a sensação de insegurança então citada. No geral, essa
mesma sensação é intensificada pela ausência de aspectos ligados, por exemplo, a
iluminação pública adequada para ruas e calçadas. Visto essa última se revelar como
precária, constata-se uma redução na taxa de circulação de indivíduos nos espaços
públicos, portanto, podendo ser tido como fator determinante para a insegurança da
população. No que diz respeito a essa questão, Jacobs afirma que “[...] quando temem
as ruas, as pessoas as usam menos, o que torna as ruas ainda mais inseguras”
(JACOBS, 2011, p.30).
Para a autora referenciada, a preocupação para com a qualidade de vida dos
usuários (portanto, uma adequada ambiência dos espaços urbanos) devem começar
pelas ruas já que essas são os “órgãos mais vitais” de uma cidade (Idem, p. 29),
tornando-a deveras interessante para seus moradores. Tais peculiaridades
contribuem para a transmissão de segurança para todos os que transitam os espaços
urbanizados, acarretando no uso constantes desses sendo que, além de propiciar

21
benefícios para a dinamicidade no município, tornam a área objeto de estudo um
espaço acessível e adequadamente qualificado em sua infraestrutura.
Além das observações já realizadas, Arapiraca ainda apresentam efêmeras
vínculos quando a questão sustentabilidade é analisada. Além de problemas
relacionados a poluição dos espaços, mesmo na área mais desenvolvida, a ausência
de áreas verdes é evidente. Como menciona Gehl, “O perfil da cidade confortável às
pessoas foi seguido por uma extensa estratégia ‘verde’ que inclui o plantio anual de
[...] novas árvores para proteger o caráter local e para dar sombras as calçadas”
(GEHL, 2013, p. 15) – ver imagem 4.

Figura 4 – “Clima bom ao nível dos olhos”

Fonte: GEHL, 2013.

Sendo assim, para que uma boa qualidade de vida seja alcançada
(influenciando na ambiência urbana da área de estudo), diretrizes que estipulam a
arborização dos espaços públicos devem ser incorporadas no processo de
urbanização, assumindo como prerrogativa o conforto ambiental e estético dos
usuários. Para reforça sua afirmação, evidenciando o papel estético imediato que uma
espécime arbórea e o quão necessária se faz a inclusão desta no âmbito da cidade,
Gehl aponta

22
Árvore, paisagismo e flores tem um papel fundamental entre os
elementos do espaço urbano. As árvores fornecem sombra nos meses
quentes de verão, refrescam e limpam o ar, definem o espaço urbano
e ajudam a destacar pontos importantes. Uma grande arvore numa
praça sinaliza: “aqui é o lugar”. Árvores ao longo de alamedas
ressaltam a sequência linear, e árvores que espicham seus ramos
sobre a rua sugerem a presença de um espaço verde na cidade.
(Idem, p. 180)

O município de estudo está inserida no contexto da Mata Atlântica. Um dos


grandes desafios é a preservação das espécies nativa, já que o desmatamento das
mesmas revela-se como sendo um fator de significativa recorrência. Segundo o Plano
Diretor, a vegetação nativa do município encontra-se diminuta e rarefeita,
representando apenas 1% da sua área total, sendo possível encontrar apenas
manchas ou vestígios de Mata Atlântica e da caatinga. No que diz respeito a essa
última, restam somente algumas árvores do tipo “catingueiro”, “marmeleira”,
“mandacaru”, “mulungu”, “ipê” e “angico”, localizadas em áreas remanescentes da
Floresta Estacional Semi-Decidual, em serras ou em morros.
Na tentativa de preservar as espécies em riscos de extinção, nota-se a
definição das chamadas Unidades de Conservação (UC). No contexto geral, tratam-
se de espaços territoriais relevantes (incluindo seus recursos ambientais)
preservados, cuja função se evidencia na tentativa de assegurar a representatividade
de amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações,
habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais. Elas são
reguladas pela Lei n° 9.985 de 2000 a qual institui o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação (SNUC).
Nas vias urbanas, a espécie utilizada com grande frequência é a da família
Moraceae, gênero Ficus benjamina (figura 5). Em pesquisas realizas na Prefeitura
municipal, constatou-se que esse tipo de árvore não é a indicada para os espaços de
circulação, dado seu porte e tipo de raiz – o que pode prejudicar a rede elétrica e as
calçadas utilizadas pelos transeuntes.

23
Figura 5 – Ficus benjamina

Fonte: Autores deste trabalho, 2019.

O desenvolvimento urbano acelerado, então ocorrente em Arapiraca nas


últimas décadas, contribuiu de forma direta para a diminuição das áreas verdes e o
aumento das áreas impermeabilizadas, estando estritamente relacionada a poluição
já citada. No que diz respeito a essa última, distintos trechos do município encontram-
se em péssimo estado, sendo que um dos principais a ser comentado viria a ser a
região de localização do riacho Piauí. Segundo dados do IBGE (Censo Demográfico
– 2010), até 2010, 97.7% da população do município contavam com um serviço de
coleta de resíduos. Um número considerável de moradores, contudo, não possuem o
mesmo acesso a tipo de serviço mencionado, sendo os resíduos por eles produzidos
lançados de maneira inadequada em terrenos baldios, ou mesmo em trechos do
riacho Piauí (figura 6). Além de riscos para a saúde humana, esta quantidade de lixo
contribui, de forma significativa, para a redução da capacidade do riacho, aumentando
os riscos de enchentes.

24
Figura 6 – Localização hidrográfica da área de intervenção

Fonte: HIDROGEO/UNEAL, 2005

Mesmo sendo considerado uma área de interesse ambiental – obedecendo a


lei federal nº 6.766/79, do código florestal, com relação ao qual são estabelecidos 30m
da margem do rio – o que permanece evidente, no entanto, fora o alto nível de
degradação das nascentes do riacho. Um agravante para a situação, além da grande
quantidade de lixo, revela-se no lançamento de grande quantidade de esgotos
(residencial, comercial entre outros) in natura (figura 7). No que se refere a esse
último, ao ser lançados no recurso hídrico do município, causam grandes degradações
a qualidade da água, devido à presença de agentes patogênicos (Plano Diretor, 2006).
Segundo o Plano Diretor, a contribuição de esgoto para o riacho se efetiva de
três formas distintas: a) casas situadas as margens do riacho, de forma a posicionar
os encanamentos voltados para o interior do riacho; b) há domicílios com rede coletora
de esgotos, esse último sendo direcionado diretamente para o riacho Piauí; c) a
grande maioria dos domicílios despejam as suas águas servidas (chuveiro, pia do
banheiro e da cozinha, tanque) diretamente nas ruas que, graças ao sistema de
drenagem urbana, são conduzidos o riacho.

25
Figura 7 – Lançamento de esgoto in natura

Fonte: HIDROGEO/UNEAL, 2005.


A nascente supracitada, além de ter sido submetida a processos de aterros
durante a construção da cidade – o que contribuira para o seu deslocamento,
migrando para um ponto mais à jusante –, está totalmente desprovida de vegetação
ciliar nativa. Conforme o Plano Diretor, outras nascentes que contribuem para o Rio
Piauí foram desviadas, aterradas ou mesmo impermeabilizadas, em decorrência da
urbanização, o que provoca um desajuste no canal principal. Além da importância no
retardamento dos efeitos dos alagamentos, estes canais contribuem para o
armazenamento de água no solo e no substrato rochoso, favorecendo a permanência
da água no sistema por um tempo maior e a manutenção do fluxo de base durante
períodos secos, refletindo na extensão total do canal principal .
Estabelecido tanto na zona urbana quanto no sul da zona rural, o riacho é
caracterizado como temporário, ainda assim, o despejo constante de esgoto domiciliar
faz com que o curso d’água se torne perene. É evidente que o rápido crescimento de
Arapiraca, assim como a valorização dos bairros adjacentes, contribuíram para o
aumento do perímetro urbano do município, uma vez surgindo distintos bairros
periférico. Todo o processo de desenvolvimento aconteceu seguindo o entorno das
principais nascentes do riacho Piauí, o que fora decisivo para a localização dessas
nascentes dentro do perímetro urbano da cidade, como é o caso da nascente
encontrada entre os bairros Baixa Grande e Brasiliana – cujo estado atual chama

26
atenção pelo nível de deterioração. Sob a ótica urbana, o conjunto de todos os fatores
definem um centro urbanizada com ausente vitalidade. Trazendo-se a discussão para
a perspectiva dos usuários, além de propiciar um desconto para com a cidade,
contribui para que a ocorrência de ambientes insalubres, influenciando a saúde de
todos os indivíduos.
Analisando-se as características do município, nota-se que essas viriam a ser
distintas entre em si. Em consideração ao Plano Diretor Municipal, as regiões que
viriam a compor Arapiraca atestam distintos graus de consolidação socioeconômica e
de níveis de infraestrutura, saneamento ambiental e serviços públicos. No geral, nota-
se que as regiões centrais de uma determinada cidade atesta um melhor
desenvolvimento, quando comparada a área periférica – sendo que, com o município
objeto de estudo da presente discussão, não seria diferente. Tendo em vista tal
diferenciação, essa macrozona urbana fora dividida em 7 zonas distintas entre si, para
as quais foram definidos objetos diferenciados.
Frente aos fatos expostos, chega-se ao foco da discussão, representada pela
problemática: a morte do espaço público diante da precária ambiência urbana. A
discussão parte de um objeto de estudo, representado pela área de intervenção
compreendida pelos bairros Brasiliana e Planalto, ambos situados no município de
Arapiraca – Al. A problemática citada fora definida após um processo de investigação
do área de estudo – cujo fator resultante fora representado pelo diagnóstico
urbanístico físico-territorial dos citados bairros. Fora mediante a tal diagnóstico que
distintos problemas foram observados, relacionados, como já fora comentado ao
crescimento acelerado e desorganizado da malha urbana.
O objetivo da presente análise consiste na proposta de requalificação do
espaço urbanístico dos bairros citados, através de propostas de melhoria do tecido
urbano que visem suprir as necessidades de seus usuários. Partindo-se do uso e da
forma de ocupação atualmente observadas na área analisada, a intervenção proposta
assume como finalidade última a de promover uma densificação e variedade de usos
com qualidade, garantindo assim uma maior vivacidade da área, além de atrair novos
usuários e permanência dos residentes. Ademais, pensa-se em propiciar o conforto
dos usuários do local, influenciando, de forma direta, na qualidade de vida dos
mesmos.

27
Compreendem a chamada zona de Recuperação Urbana – conforme o Plano
Diretor do município – a área de estudo evidencia uma acentuada densidade
populacional, sendo o uso residencial predominante, com núcleos habitacionais de
baixa renda. Assim como distintos centros urbanos, a expansão dos bairros – bem
como do município, no geral – não atestou um efetivo planejamento. Como já
mencionado, centros urbanos que crescem não vinculados a esse último se destacam
por inúmeros problemas de ordem urbana, sendo que com os bairros analisados não
seria diferente, possibilitando perceber carência de infraestrutura dos espaços
públicos.
Em suma, tais carências viriam a ser responsáveis por tornar os espaços
inutilizados por parte dos usuários locais – em outras palavras, a precária ambiência
urbana percebida no local de investigação, como fora comentado, revela-se como
sendo fator determinante para a “morte” do espaço público –, o que acaba por
disseminando entre os mesmo a sensação de insegurança. Se partirmos da afirmação
de Bestetti, no que diz respeito à relação ambiência/bem-estar social, logo percebe-
se que a qualidade de vida dos moradores locais permanece prejudicada. Nas
palavras da autora, ambiência inclui um conjunto de fatores que conectam critérios
relacionados ao conforto térmico, acústico, ou mesmo o visual e químico, com a
preocupação para com as emoção e prazer dos indivíduos que usufruem do espaço
urbano. Tal conexão seria possibilitada pela inserção de elementos

[...] tais como a boa sinalização, seja gráfica, tátil ou sonora, que
possibilite maior autonomia aos usuários de espaços coletivos,
diminuindo riscos de desorientação. Também a adequação dos
equipamentos complementares aos espaços, tais como assentos,
apoios e dispositivos de acesso, que garanta maior produtividade com
menor esforço, sem causar danos à saúde. Além disso, ao definir-se
uma organização adequada para a circulação de pessoas, deve-se
levar em conta a utilização do espaço territorial necessário ao homem
e que influencia seu relacionamento com os outros. (BESTETTI, 2014,
p.603)

Infere-se a partir das abordagens, portanto, que a qualidade de vida no


município permanece em condições inadequadas – logo, no que condiz a ambiência
urbana, o município deixa a desejar, demandando de intervenções cuja finalidade virá
a se caracteriza na promoção do conforto em meio a cidade, e o prazer em dela se
utilizar (compreende-se, portanto, a razão desses centros, uma vez alterados,
conforme as medidas expostas por Gehl e Jacobs – bem como por outros autores –,
28
serem tidos como “vivos”). Bestetti (Idem) aponta, como consequência dessa
preocupação para com o usuário, o impacto positivo para o envelhecimento dos
mesmos.
Arapiraca demanda de inúmeras alterações. Essas, no entento, não se
vinculam apenas a ordem urbana. O objetivo é claro: deve-se solucionar todas as
questões que surgiram em decorrência da ausência de planejamento (no contexto da
expansão da cidade), assumindo como finalidade última de atender a todos os
usuários. Ainda assim, as modificações vão além dessa perspectiva, sendo
necessário alterações no estilo de pensar dos profissões que planejam os centros
urbanos (o que não renega a importância de todos os usuários, vinculados ou não a
construção civil, no processo de tomada de decisão). Atualizar o Plano Diretor do
município é um passo necessário, de modo a evitar com que os problemas então
observados sejam replicados para outras situações.

29
3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Requalificar o espaço urbanístico dos bairros Brasiliana e Planalto, em


Arapiraca – AL, através de propostas de melhoria do tecido urbano que visem suprir
as necessidades de seus usuários. A fim de promover uma densificação e variedade
de usos com qualidade que garantam uma maior vitacidade da área atraindo novos
usuários e permanência dos residentes.

3.2 Objetivos específicos

a) Melhorar a infraestrutura urbana, principalmente no que se refere a equipamentos


públicos, acessibilidade dos passeios e saneamento ambiental;
b) Integrar várias funções na área de intervenção para garantir versatilidade, riqueza
de experiências e a sensação de segurança;
c) Propor a criação de áreas verdes e lazer nos vazios urbanos;
d) Implantação da área de preservação ambiental da nascente e leito do Riacho
Piauí;
e) Propor uma ciclovia que conecte o Bairro Planalto e Brasiliana com o Bosque das
Arapiracas;
f) Melhorar o conforto ambiental e uso do espaço público através da arborização.

30
4. JUSTIFICATIVA

No que se refere a infraestrutura urbana, como em outros bairros de


Arapiraca, nessa área muitas vias não possuem pavimentação, o que dificulta a
mobilidade e contribui para a sua deterioração. Tanto no bairro Planalto quanto no
Brasiliana há inúmeras vias nessas condições (Ver figura 8). Em entrevista a equipe,
o engenheiro da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Obras (Seduo),
Thiago Tavares informou que a meta é pavimentar todas as vias dos bairros Planalto
e Brasiliana até 2020.

Figura 8 – R. Miguel Pedro de Lima.

Fonte: Autores deste trabalho, 2019.

Além disso, área de estudo é cortada pela AL- 220, que conecta Arapiraca ao
sertão e ao litoral do estado, permite o escoamento da produção e facilita o
deslocamento entre a zona leste e oeste da cidade. Também é margeada pela linha
férrea que corta a cidade e pertence a Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN).
Desde o início dos anos 80, o percurso está sem trens de passageiros, a linha está
totalmente abandonada e sendo depreciada pela ação do tempo (figura 9).

Figura 9 – Vista da ferrovia no bairro Brasiliana, Arapiraca.

Fonte: Lucas Emmanuel, 2019.

31
Também, outro grave problema é a falta de sinalização nas vias. Apenas as
vias rua Benjamim Freire de Amorim, rodovia AL-220, Avenida Pio XII, rua Filadelfo
Macedo, rua Maria Genusir Soares e rua Vinte Um de Maio apresentam sinalização,
o que contribui para a ocorrência de acidentes de trânsito.
Quanto ao transporte público, há cinco linhas de ônibus que passam nessa
área: linha Cohab Nova, Lagoa do Rancho, Circular Verde, Nossa Senhora Aparecida
e Bom sucesso. Além disso, na rodovia AL-220 passam linhas de vans de várias
cidades da região norte e oeste de Alagoas como: Craíbas, Folha Miúda, Palmeira
dos Índios e Igaci. Essas vans são regularizadas pela Agência Reguladora de
Serviços Públicos do Estado de Alagoas (ARSAL) e tem como destino o centro de
Arapiraca. Assim, essa área consegue ser contemplada por várias linhas de transporte
público.
Quanto ao sistema de iluminação, os postes aparentam bom estado de
conservação, entretanto muitas lâmpadas necessitam ser substituídas. Durante à
noite muitas ruas ficam bem escuras e desertas (ver figura 10), o que gera uma
sensação de medo e insegurança em quem passa por elas.
Figura 10 - Vista noturna da Rua Professora Levy Alves, bairro Brasiliana.

Fonte: Lucas Emmanuel, 2019

Como mapa evidenciado na Figura 12 ilustra, a maioria dos passeios públicos


apresentam condição ruim ou péssima quanto a acessibilidade. As áreas que
possuem maior uso do espaço público têm passeios com condição regular ou ruim.
Já a área que apresenta passeios com boa acessibilidade, que compreende o
Residencial Helena Rosa e o Assaí Atacadista, é utilizada por poucos usuários. Isso
demonstra que só a presença de acessibilidade não garante atratividade. Como já
32
mencionado, é necessário também uma diversidade de estabelecimentos, condições
ambientais adequadas e a presença constante de usuários.
Também a maioria dos passeios da área de estudo possuem arborização
insuficiente, a maioria das árvores da área de estudo estão dentro de chácaras e
terrenos vazios. Essa condição prejudica o conforto ambiental e consequentemente
contribui para a não permanência dos usuários.
Na área de estudo os principais problemas nos passeios públicos consistem
na ausência de calçada, largura insuficiente, obstrução, material de revestimento liso
e presença de desníveis no passeio (figura11). Esses problemas são perceptíveis em
toda a área, sendo o último o mais comum.
Figura 11 – Problemas nos passeios públicos da área de estudo.

45c
m

(ausência de calçada) (passeio estreito) (desníveis no passeio)

(obstrução por árvore) (obstrução por material (obstrução por lixeira)


de construção)

Fonte: Autores deste trabalho, 2019.

33
Figura 12 – Mapeamento da qualidade dos passeios públicos.

Fonte: Adaptado de GeoWeb, 2019.

34
Além disso, a área de estudo é carente de equipamentos públicos, possui
apenas uma praça, uma escola de ensino fundamental, quatro igrejas evangélicas e
alguns mercados. Os moradores reclamaram principalmente da falta de locais
públicos que incentivem o lazer e recreação. Muitos moradores alegaram que para
fazer uso de locais como praças, parques ou área verde, se deslocam para o centro
da cidade. A Praça Getúlio Vargas Gomes, a única praça da área de estudo, localiza-
se no bairro Planalto, não possui piso e os únicos mobiliários existentes são dois
bancos quebrados e mesas e cadeiras de plástico que os próprios moradores
colocaram (figura 13).

Figura 13 – Vista da Praça Getúlio Vargas Gomes, bairro Planalto.

Fonte: Autores deste trabalho, 2019.

Como pode ser observado no Figura 14, as vias que são mais utilizadas pelos
usuários se encontram em áreas com maior densidade urbana e diversidade de uso
do solo. Por essas áreas também passam linhas de ônibus municipais, que
possivelmente contribui para a sua vitalidade. Essas condições corroboram com o
discurso de Jane Jacobs (2014) acerca da necessidade de estabelecimentos de
diferentes funções e de usuários transitando ininterruptamente para tornar a via mais
atrativa.
Através desse mapa também é possível constatar na área de estudo o nível
de infraestrutura urbana possui pouca influência na intensidade de uso do espaço
público. A exemplo disso, a área que possui chácaras de padrão médio e alto e o
Residencial Morumbi apresenta boa infraestrutura urbana, entretanto o trecho da rua
Benjamim Freire dessa área é pouco utilizado por moradores e outros usuários. Essa
situação pode ser resultado da sensação de insegurança pela falta de olhos na rua,
pois essas residências possuem altos muros fechados.

35
Figura 14 – Mapeamento da intensidade de uso das vias, diversidade de uso do solo e nível de infraestrutura urbana.

Fonte: Adaptado de GeoWeb, 2019.

36
Além disso, esse mapa apresenta áreas vazias ou sem uso definido que são
utilizadas como espaço de lazer, as chamadas áreas públicas informais.
Principalmente grandes lotes vazios e abertos são usados para esse fim (figura 15).
Parte da faixa não edificante de 15 metros da ferrovia, que se encontra desativada,
também é utilizada como área de lazer. Os moradores fizeram o plantio de árvores e
um mobiliário improvisado com pneus (figura 16). Tal situação demonstra a
necessidade de espaços de lazer nessas localidades.

Figura 15 – Vista de lote vazio que é utilizado como campo de futebol – bairro Brasiliana.

Fonte: João Diego Pacheco (2019)

Figura 16 – Vista de lote vazio que é utilizado como campo de futebol – bairro Brasiliana

Fonte: Lucas Emmanuel, 2019.

Já a área do entorno da AL 220 apesar de apresentar infraestrutura urbana


regular e ser contemplada por quatro linhas de ônibus municipais possui baixo uso do
espaço público. Por ser uma área predominante comercial e de serviços, os principais
usuários são clientes e funcionários que usam o espaço público como estacionamento
ou de forma pontual. Além disso, os passeios públicos possuem condição precária,
são pouco acessíveis e não possuem arborização e mobiliário, o que contribui para a
não permanência de usuários.

37
Também há poucas atividades de cultura, a maioria das festividades que
acontecem são feitas pela gestão do Programa Saúde da Família (PSF), por escolas
locais e a pela congregação católica do bairro Planalto. As principais festas são as
juninas, as natalinas e a festa da padroeira Nossa Senhora da Conceição que
acontece no dia 08 de Dezembro, na Paróquia N. Sra. da Conceição localizada no
bairro Planalto. Segundo moradores, esta festa é a mais popular e mais esperada do
ano, envolve a população do bairro e de seu entorno e movimenta a economia local.
Como pode ser observado na Figura 17, que apresenta uma síntese do
levantamento de campo dos aspectos do cotidiano e agrupa os diversos usos de
acordo com a sua intensidade, a área de estudo não possui uniformidade em relação
ao uso do espaço público. As áreas com maior densidade urbana são as que possuem
maior diversidade e intensidade de uso do espaço público.
Também é perceptível que embora os usos variem de acordo com as
características locais, a uma certa regularidade da predominância dos usos. Na
extremidade sul da área de estudo próximo a rua Benjamim Freire foram identificados
carros estacionados, pessoas conversando e comércio ambulante. Na área acima do
Riacho Piauí, que contempla a área de maior densidade do Bairro Brasiliana foram
identificados principalmente: carros estacionados, pessoas conversando, pessoas
andando de bicicleta e crianças brincando.
Na área próxima ao Assaí Atacadista foram identificados principalmente:
carros estacionados e crianças brincando. Já na região noroeste da área de estudo,
foram identificados principalmente: pessoas conversando, carros estacionados,
pessoas alimentando-se e andando de bicicleta.
Em síntese, o espaço público da área de estudo como um todo é utilizado
mais como estacionamento para carros e para o diálogo de pessoas. Além disso, é
importante destacar que foram identificadas poucas pessoas sentadas, isso se deve
possivelmente à carência de conforto ambiental, diante da falta de mobiliário urbano
e de arborização nos passeios.

38
Figura 17 – Mapeamento da intensidade e diversidade do uso espaço público.

Fonte: Adaptado de GeoWeb, 2019.

39
Quanto às questões relacionadas ao saneamento ambiental, levando em
consideração os aspectos de drenagem pluvial, manejo de resíduos sólidos,
esgotamento e abastecimento de água potável, pode-se verificar que em toda área há
uma vasta deficiência, principalmente no que diz respeito aos serviços de drenagem
pluvial, manejo de resíduos sólidos e esgotamento sanitário.
O abastecimento de água, com base em questionamentos feitos à
comunidade no período de levantamento de campo, é eficaz nos dois bairros em
análise. Houve-se apenas algumas considerações quanto as tubulações antigas ainda
presentes na área que, por não suportarem muitas das vezes a pressão da água,
acabam rompendo trazendo transtornos para os moradores. Devido à isso, algumas
residências optaram por soluções alternativas como cacimbas e poços artesianos (ver
figura 18). Contudo, apesar desses transtornos, obteve-se bons resultados referentes
a esse sistema. Assim, o abastecimento de água não será considerado um problema
que deverá ser resolvido na referente temática de estudo.
Figura 18 - Cacimba na calçada (Bairro Brasiliana)

Fonte: Ruan Amaral (2019).

Já aos aspectos de drenagem pluvial, a ausência de um sistema eficaz tem


ocasionado muitos problemas (ver figuras 19) que afeta a maior parte da área de
estudo. Há alguns trechos, principalmente nas vias principais onde há um maior fluxo
de veículos e pedestres, que fazem uso de alguns equipamentos, como boca de lobo,
que ajudam no processo de drenagem pluvial, porém apesar da presença de bocas
de lobo a falta de manutenção os tornam ineficiente (ver figura 20).

40
Figura 19 - Alagamento em um trecho do Bairro Planalto

Fonte: Autores deste trabalho, 2019.

Figura 20 - Rua sem pavimentação em condições ruins após as chuvas

Fonte: Íris Oliveira (2018).

41
Figura 21 - Boca de lobo no bairro Brasiliana obstruída por vegetação

Fonte: Eduardo Siqueira (2019) – Adaptado.

Figura 22 - Boca coletora no bairro Planalto obstruída pelo acúmulo de lixo

Fonte: Autores deste trabalho, 2019.

Ou seja, para se ter um processo de drenagem pluvial adequado é preciso


que seja algo inteiro, por completo e não por trechos. Devido a isso, há uma

42
necessidade de instaurar um sistema drenagem pluvial adequado em toda a área de
intervenção (trecho do bairro Planalto e bairro Brasiliana).

Quanto ao manejo dos resíduos sólidos, também com base em


questionamentos feitos aos residentes da área, os caminhões de lixo passam por
todas as ruas em que há comércio e também residências. Existem alguns trechos, no
bairro Brasiliana, próximo a linha férrea, cujo espaço da via não permite a passagem
do veículo, assim, é necessário que os garis recolham os lixos e os levem até o
caminhão. A falta de um local adequado, exemplo lixeiras containers e lixeiras de
coleta seletiva, para depósito desses resíduos, faz com que muitas das vezes os lixos
sejam colocados nas calçadas, nas vias ou em terrenos baldios (ver figuras 23).

Figura 23 - Entulho de lixo em vazio urbano no bairro Planalto.

Fonte: Autores deste trabalho, 2019.

Figura 24- Máquina de lavar utilizada como lixeira.

Fonte: Ruan Amaral (2019).

43
A prática de despejo de resíduos sólidos em local inadequado ocasiona
problemas relacionados a saúde pública e limpeza da área. Assim, vê-se a
necessidade de propor medidas capazes de reduzir ou sanar tais problemas.

Em relação ao esgotamento sanitário, o município de Arapiraca ainda não


possui um destino final dos resíduos. Ou seja, o que se tem atualmente, em geral, é
uma rede de esgotamento precária e inapropriada que destina o esgoto doméstico
diretamente para rios, córregos, barragens, céu aberto ou ainda na rede de águas
pluviais, sem nenhum tratamento adequado.
A seguir é possível observar, através de alguns registros (ver figuras 25 e 26)
feitos em campo, a real situação de esgoto a céu aberto encontrada na maioria das
vias dessas áreas.
Figura 25 – Esgoto a céu aberto – Bairro Planalto

Fonte: Autores deste trabalho, 2019.

Figura 26 - Esgoto a céu aberto – Bairro Brasiliana

Fonte: João Diego Pacheco (2019) – Adaptado.

44
Assim, percebe-se que há uma demanda urgente de um sistema de
esgotamento sanitário adequado para área, visto que a ausência do mesmo tem
acarretado problemas de saúde pública e ambiental, devido ao fato de boa parte dos
efluentes residenciais e industriais serem direcionados para o riacho Piauí, que possui
sua nascente no bairro Brasiliana.
Outro problema encontrado na área de estudo é a presença de vários vazios
urbanos em contraste com áreas com grande adensamento. Como já mencionado,
estes vazios urbanos são na maioria dos casos utilizados como depósito de entulhos
e acúmulo de lixo das residências mais próximas (Ver figura 27). Em alguns casos
também são utilizados como locais de lazer improvisados, funcionando como espaço
para as crianças brincarem.
Figura 27 – Vazio Urbano servindo como depósito de lixo

Fonte : Marcelo Marques,2019

O problema se torna maior quando relacionado com o crescimento dos bairros,


percebe-se que há uma tendência para que estes bairros cresçam espraiando-se, e
estes lotes vazios acabam sendo esquecidos porque não há infraestrutura adequada
para que as pessoas se estabeleçam. Assim, os vazios permanecem com as funções
citadas anteriormente e acabam causando a sensação de um ambiente sem vida para
os moradores e para as pessoas que passam por estes locais.

Outro ponto importante é a questão da segurança. Há uma grande tendência


de que estes vazios sejam carentes de infraestrutura, e consequentemente acabam
apresentando ambientes mal iluminados, vias com péssimas condições, vegetação
sem manutenção que acaba prejudicando o alcance de visão de quem passa por estes
locais (Ver figura 28). Tais condições favorecem para a insegurança do local, uma vez
que há pouco fluxo de pessoas e veículos naquela região.

45
Figura 28 – Vazio Urbano carente de infraestrutura

Fonte : Marcelo Marques,2019

Desta forma, ocupar estes vazios urbanos é uma estratégia para promover a
vitalidade do espaço. Assim como possibilita a execução de estratégias de remoção
da população de áreas inadequadas ou muito adensadas, criação de espaços
públicos que são carentes na região e com isto criar um ambiente mais seguro onde
as pessoas possam frequentar.
Outra questão delicada encontrada no bairro é a situação do Riacho Piauí que
corre em uma zona do bairro Brasiliana. O riacho é caracterizado como temporário,
ainda assim, o despejo constante de esgoto domiciliar faz com que o curso d’água se
torne perene.
A cidade de Arapiraca cresceu de forma rápida e, em alguns casos,
desordenada. Desde que houve o adensamento exacerbado do centro e suas regiões
periféricas houve o processo de crescimento da cidade para as adjacências do centro,
e com isso a criação de novos bairros. Estes, quando possível foram instalados
seguindo o entorno das principais nascentes do Riacho Piauí, determinando a
localização dessas nascentes dentro do perímetro urbano, como é o caso da nascente
encontrada entre os bairros Baixa Grande e Brasiliana.
O principal indício desse processo de deterioração pode ser retratado pelo nível
de poluição ao longo do percurso do riacho. Segundo dados do IBGE (Censo
Demográfico – 2010), até 2010, 97.7% da população do município contavam com um

46
serviço de coleta de resíduos. Um número considerável de moradores não possuem
acesso a esse tipo de serviço, sendo os resíduos por eles produzidos lançados de
maneira inadequada em terrenos baldios, ou mesmo em trechos do riacho Piauí. Além
de riscos para a saúde humana, esta quantidade de lixo contribui, de forma
significativa, para a redução da capacidade do riacho, aumentando os riscos de
enchentes.
Na área de estudo o riacho chama atenção por seu descaso, o alto índice de
poluição faz com que a nascente seja muitas vezes confundida com o próprio esgoto
a céu aberto. Há em sua periferia uma grande quantidade de residências que não
possuem sistema de esgotamento sanitário e acabam despejando seu esgoto
diretamente no córrego, assim como águas servidas de chuveiro, pias e tanques,
assim como a água vinda da drenagem urbana (figura 29). Esta situação se torna cada
dia mais insustentável pois além de gerar mais poluição dia após dia a população
também corre riscos à saúde, uma vez que estão em contato direto com os dejetos
que podem ocasionar graves doenças.
Figura 29 – Lançamento de esgoto no Riacho Piauí.

Fonte: HIDROGEO/UNEAL, 2005.

Atualmente o que pode-se perceber da nascente encontrada na área de


intervenção é que ela se configura como um estreito córrego que teve este
estreitamento devido às movimentações de terra e criação de residências às suas
margens. Assim como pela retirada de sua mata ciliar ocasionando processos
erosivos.
47
O riacho Piauí, dado sua importância, é tido como uma área de interesse
ambiental. Devido aos recursos ambientais presentes na área, os bairros possuem
uma área de preservação permanente do riacho (APP), obedecendo a lei federal nº
6.766/79, do código florestal, onde é decretado uma área de preservação de 30m da
margem do rio. Entretanto, é possível perceber que não há um cumprimento eficaz
desta medida, ocasionando vários transtornos à nascente, desde a perda de sua mata
ciliar até o alto nível de degradação do curso d’água.
Deste modo entende-se a necessidade da efetivação de mecanismos que
possibilitem a preservação desta nascente, desde a criação de meios possíveis de
realocação da população residente no seu entorno até a criação de diretrizes para
recuperação da mata ciliar. Para que se possa posteriormente dar uma finalidade
atrativa para o local onde a nascente está inserida funcionando como um novo
equipamento urbano.
O leito do riacho não possui mata ciliar, por isso é necessário realizar a
reposição de espécies nativas nas áreas degradas. Além disso, dentro da área de
preservação permanente do Riacho Piauí há habitações que precisam ser removidas.
Essas ações são fundamentais para garantir que o Riacho Piauí permaneça vivo.
O Riacho Piauí passa também pelo Bosque das Arapiracas, importante área
de lazer da cidade que possui uma área total de 106.583,53 m² e é composto pela
maior área verde da cidade, na qual há gramíneas, trepadeiras, arbustos e árvores de
médio e grande porte (Ver figura 30). Também possui pistas de ciclismo, academia a
céu aberto e quiosques. Por estar em uma área central e possuir infraestrutura
adequada essa área é bastante utilizada por moradores e outros usuários.

48
Figura 30 – Vista área da área de estudo e do Bosque das Arapiracas.

LEGENDA

Área de estudo

Bosque das Arapiracas

Fonte: Adaptado de Google Earth, 2017.

Para a criação do Bosque das Arapiracas foi necessário a retirada de 583


famílias das antigas favelas do Caborje e da Quiçassa e o plantio de árvores nativas.
Apesar do inconveniente da transferência dessas famílias para um conjunto
habitacional localizado em uma área periférica da cidade, esse projeto da Prefeitura
conseguiu bons resultados tendo em vista que essa área é bastante atrativa e tornou-
se um ponto turístico da cidade.
Semelhante ao projeto do Bosque das Arapiracas, a área do entorno da
nascente e do leito do Riacho Piauí na área de estudo precisa de ações que visem a
preservação e a requalificação desta área tornando também um espaço atrativo para
as pessoas. Assim, é fundamental realizar ações que visem melhorar a ambiência
urbana dessa área a fim de torná-la mais atrativa para os moradores e para outros
usuários. Ações que envolvam os temas infraestrutura urbana, preservação
ambiental, conforto ambiental e segurança.

49
5. DIRETRIZES E LINHAS DE AÇÃO

5.1 Diretrizes e linhas de ação gerais

Diretriz 1 – Melhorar a qualidade dos passeios públicos:

a) Promover a acessibilidade a partir da remodelação das calçadas;


b) Propor o plantio de espécies arbóreas específicas para os passeios;
c) Melhorar a iluminação pública;
d) Implantar lixeiras seletivas para garantir a limpeza das vias.

Diretriz 2 - Criar e inovar espaços de convivência:

a) Revitalizar a Praça Getúlio Vargas do bairro Planalto;


b) Implantar áreas verdes e de lazer nas áreas carentes desses equipamentos;

Diretriz 3 – Melhorar o saneamento ambiental através de:

a) Canalizar os esgotos;
b) Ampliar o sistema de drenagem pluvial com criação de lago seco e canais de
infiltração;
c) Pavimentar as vias;
d) Implantar lixeiras containers em pontos estratégicos.

Diretriz 4 – Garantir a preservação dos recursos ambientais:

a) Criar da Área de Preservação Permanente (APP) na área da nascente e leito


do Riacho Piauí em conexão com o Bosque das Arapiracas;
b) Criar área de lazer na Área de Preservação Permanente (APP) do Riacho
Piauí.
c) Remover as habitações que se encontram nessa Área de Preservação
Permanente (APP);
d) Criar programa de reposição de espécies nativas para áreas degradas.

Diretriz 5 – Melhorar a mobilidade urbana com foco nos pedestres e ciclistas:

a) Criar uma ciclovia na AL – 220 que possuirá trecho que passará no interior da
área e seguirá até o Bosque das Arapiracas;
b) Aumentar a sinalização das vias, principalmente com a implantação de faixas
de pedestres e semáforos;
50
c) Melhorar o sistema de transporte coletivo existente através de novos pontos de
espera com informações das rotas e horários.

Diretriz 6 – Ocupar os vazios urbanos

a) Propor loteamento urbanos com foco na versatilidade dos usos;


b) Criar lotes de vários tamanhos;
c) Criar novas vias que integre o novo espaço com o tecido urbano existente.

5.2 Proposta de zoneamento

O zoneamento foi feito a partir do mapeamento da predominância de uso do


solo, densidade urbana e intensidade de uso do espaço público. Assim, foi feita uma
seleção das áreas com semelhantes concentrações desses itens. Também se
considerou a necessidade de preservação do Riacho Piauí, por isso foi criado uma
zona que contempla a APP dessa área. Como a Figura 31 apresenta, a área de estudo
foi dividida em oito zonas.

A Zona 1 se caracteriza pela presença de estabelecimentos comerciais e de


serviços e residências de baixo padrão. Também apresenta baixo uso do espaço
público. Já a Zona 2 contempla a área de preservação permanente da nascente e do
leito do Riacho Piauí. A Zona 3 é caracterizada pela alta densidade urbana,
diversidade de usos do solo e intenso uso do espaço público. A Zona 4 é
predominantemente residencial de médio e alto padrão e apresenta baixa taxa de
ocupação e baixíssimo uso do espaço público (Ver Quadro 1).

Diferente das anteriores, a Zona 5 caracteriza-se pela presença de grandes


lotes vazios. A Zona 6 é cortada pela rodovia AL-220 e composta principalmente por
industrias, estabelecimentos comerciais e de serviços. Apesar disso, o espaço público
é pouco utilizado. Já Zona 7 apresenta características semelhantes a Zona 4, é
caracterizada pela alta densidade urbana e predominância do uso residencial.
Também, apresenta intenso e diversificado uso do espaço público. Por fim, a Zona 8
é caracterizada pela predominância do uso residencial e presença de alguns lotes
vazios que são usados como espaço público (Ver Quadro 4).

51
Figura 31 – Zoneamento proposto da área de estudo.

Fonte: Adaptado de GeoWeb, 2019.

52
Quadro 4 – Caracterização das zonas do zoneamento proposto.

NOME
DESCRIÇÃO PRINCIPAIS PROBLEMAS POTENCIALIDADES
DA ZONA

Falta de pavimentação em algumas


vias Está localizada próximo
ao Centro de Arapiraca,
Falhas na iluminação pública
ao Riacho Piauí e à
Ausência de acessibilidade nos ferrovia
Área consolidada que se
passeios
caracteriza pela presença
de estabelecimentos Carência de arborização
comerciais e de serviços e
ZONA 1 Por essa zona passa 4
residências de baixo Esgoto a céu aberto
linhas de ônibus
padrão. Também
apresenta baixo uso do Falhas na drenagem pluvial
espaço público
Lixo acumulado nos passeios e em
lotes vazios
Diversidade de usos do
Ausência de equipamentos públicos solo

Ausência de espaços de lazer

Esgoto a céu aberto e despejado no Possui lotes vazios que


Riacho Piauí podem ser utilizados
Contempla a área de para reabilitar o Riacho
preservação permanente Falhas na iluminação pública
Piauí e criar espaços de
da nascente e do leito do lazer
Carência de arborização
ZONA 2 Riacho Piauí. Possui
residências e alguns Falhas na drenagem pluvial
estabelecimentos que
prestam serviços Por essa zona passa 1
Ausência de equipamentos públicos
linha de ônibus circular
Ausência de espaços de lazer

Falta de pavimentação em algumas


vias
Diversidade de usos do
Falhas na iluminação pública
solo
Ausência de acessibilidade nos
Área caracterizada pela passeios
alta taxa de ocupação e
ZONA 3 diversidade de usos do Arborização insuficiente nos passeios
solo. Apresenta intenso Diversidade e
uso do espaço público Esgoto a céu aberto intensidade de usos do
espaço público
Falhas na drenagem pluvial

Lixo acumulado em vazios urbanos Por essa zona passa 1


Ausência de espaços de lazer linha de ônibus circular

Ausência de acessibilidade nos


Área predominantemente passeios Apresenta boa
residencial de médio e alto infraestrutura
padrão. Apresenta baixa Carência de arborização
ZONA 4
taxa de ocupação e
baixíssimo uso do espaço Ausência de equipamentos públicos Por essa zona passa 3
público linhas de ônibus
Ausência de espaços de lazer

53
Carência de iluminação pública Possui lotes vazios que
podem ser utilizados
Caracteriza-se pela
para a construção de
ZONA 5 presença de grandes lotes Falta de pavimentação em uma das conjuntos habitacionais,
vazios vias que circundam essa área equipamentos públicos
e espaços de lazer

Falhas na iluminação pública

Ausência de acessibilidade nos Possui lotes vazios


Área cortada pela rodovia passeios
AL-220 e composta
principalmente por Arborização insuficiente nos passeios
industrias,
ZONA 6 Diversidade de usos do
estabelecimentos Esgoto a céu aberto
solo
comerciais e de serviços.
Apesar disso, o espaço Falhas na drenagem pluvial
público é pouco utilizado
Lixo acumulado em vazios urbanos Por essa zona passa 4
linhas de ônibus
Ausência de espaços de lazer

Falta de pavimentação em algumas


vias

Falhas na iluminação pública Diversidade e


intensidade de usos do
Área caracterizada pela Ausência de acessibilidade nos espaço público
alta taxa de ocupação e passeios
predominância do uso
ZONA 7 Arborização insuficiente nos passeios
residencial. Apresenta
intenso e diversificado uso Esgoto a céu aberto
do espaço público
Falhas na drenagem pluvial Por essa zona passa 1
Insuficiência de equipamentos públicos linha de ônibus

Insuficiência de espaços de lazer

Falta de pavimentação em algumas


vias Possui lotes vazios que
podem ser utilizados
Falhas na iluminação pública para a construção de
Ausência de acessibilidade nos conjuntos habitacionais,
Área caracterizada pela
passeios equipamentos públicos
predominância do uso
e espaços de lazer
residencial e presença de
ZONA 8 Arborização insuficiente nos passeios
grandes lotes vazios.
Apresenta baixo uso do Esgoto a céu aberto
espaço público
Falhas na drenagem pluvial Localiza-se próximo a
Zona Institucional de
Falta de equipamentos públicos Arapiraca

Ausência de espaços de lazer

Fonte: Autores deste trabalho, 2019.

54
5.3 Diretrizes e linhas de ação específicas

A partir das características, problemas e potencialidades de cada zona apresentadas


na Quadro 4 foi possível definir diretrizes especificas:

a) Zona 1 (localizada no bairro Brasiliana, abrange a área sul da área de


intervenção, estando uma boa parte margeando a linha férrea)
I. Melhorar a arborização nos espaços públicos;
II. Estimular a abertura de novos estabelecimentos comerciais;
III. Instalação de pontos de ônibus;
IV. Criar área verde com ciclovia na atual área da linha férrea.

b) Zona 2 ( área onde está localizada a nascente do riacho Piauí e seu trajeto até
o limite da linha férrea)
I. Remover habitações que se encontram dentro da Área de Preservação
Permanente do Riacho Piauí;
II. Criar programa de reposição de espécies nativas para reabilitar o leito
do Riacho Piauí;
III. Criar parque ecológico na Área de Preservação Permanente do Riacho
Piauí;
IV. Criar rota acessível conectada com o Bosque das Arapiracas.

c) Zona 3 (corresponde uma parte da área central e Sudeste, margeando a linha


férrea, da área de intervenção)
I. Melhorar a arborização nos espaços públicos;
II. Estimular a abertura de novos estabelecimentos comerciais;
III. Instalar pontos de ônibus;
IV. Melhorar a iluminação pública;
V. Criar área verde com ciclovia na atual área da linha férrea.

d) Zona 4 (caracterizada por ser uma área residencial de alto padrão, localizada
no bairro Brasiliana - a Oeste da área de intervenção)
I. Melhorar a acessibilidade e arborização dos passeios.

55
e) Zona 5 (localizada na parte central da área de intervenção, composta por um
grande vazio urbano)
I. Propor loteamento dos grandes vazios urbanos com foco na
versatilidade dos usos;
II. Melhorar iluminação pública;
III. Criar novas vias com pavimentação e sistema de saneamento
ambiental:
IV. Criar lago seco para conter as águas pluviais;
V. Implantar de equipamentos públicos.

f) Zona 6 (margeia a AL- 220, estando uma parte no bairro Planalto e a outra
no, Brasiliana)
I. Melhorar a arborização nos espaços públicos;
II. Estimular a abertura de novos estabelecimentos comerciais;
III. Instalar pontos de ônibus;
IV. Melhorar a iluminação pública;

g) Zona 7 (localizada no bairro Planalto, ao Norte da área de intervenção)


I. Melhorar a arborização nos espaços públicos;
II. Revitalizar a praça Getúlio Vargas;
III. Implantar equipamentos públicos;
IV. Melhorar a iluminação pública.

e) Zona 8 (corresponde as áreas Nordeste, leste e parte do sudeste da área de


intervenção)
I. Melhorar a arborização nos espaços públicos;
II. Estimular a abertura de novos estabelecimentos comerciais e de
serviços;
III. Implantação de equipamentos públicos;
IV. Melhorar a iluminação pública;
V. Criar área verde com ciclovia na atual área da linha férrea.

56
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de toda discussão acima apontada, é possível inferir que, mesmo as


questões que então surgiram no contexto da Revolução Industrial, podendo ser tidas
como problemas urbanos, contribuíram para o entendimento da importância do
planejamento. Mas que isso, auxiliaram na definição de meios de intervir no espaço
da cidade, estabelecendo estratégias que são viáveis e tornam os centros urbanos
mais confortáveis. Como fora possível perceber, distintos autores apontam para a
necessidade de alterações no âmbito da cidade, com evidente foco para os interesses
dos usuários da cidade – assumindo a qualidade de vida desses últimos como a base
de qualquer medida urbana. Propõe concepções de paradigmas que tendem a
valorizar a causa humana, privilegiando a unidade grupal e não individual.
Todos os centros que se desenvolveram pós-revolução industrial estiveram
submetidas a condições semelhantes – já que o contexto do século XIX, com todas
os avanços técnico e científicos, representou um período de rompimento de
paradigmas, ocorrendo em escala global. Em outras palavras, esses mesmos centros,
a depender da gestão (que pode vir a adotar estratégia de planejamento), enfrentam
condições de infraestrutura semelhante – sendo que o município objeto da analise não
foge à regra. Como observado, Arapiraca convive com distintas mazelas urbanas que
influenciam, de forma direta, nas circunstâncias sociais.
Questões relacionadas ao despejo irregular de lixo; ausente saneamento
básico; problemas relacionados a pavimentação de vias de circulação; acessibilidade
dos espaços, são alguns exemplos que podem ser citados como decorrência da
ausência de planejamento urbano, perceptíveis no município. Ainda assim, como
permanecera evidente na conceituação de ambiência urbana, o bem estar dos
indivíduos demanda de aspectos além da materialidade, estando vinculada também a
moralidade, condições de serviços – que não necessariamente estão ligadas a
circunstância material apenas, revelando também relação com a situação da gestão
pública –, ou mesmo a cultura. Arapiraca encontra em carência quanto a ambas as
formas de entender a cidade.
O presente trabalho assume por objetivo o de analisar a complexidade das
questões urbanas observadas no município, embora se concentre apenas em uma
zona do mesmo. Os bairros averiguados, Planalto e Brasiliana, foram os objetos da
pesquisa; é evidente que, remetendo a escala desses últimos citados, os mesmos

57
problemas apontados para Arapiraca (em um contexto geral) podem e são observados
para a área referenciada na análise. Notou-se que os espaços dessa última estão em
processo de desvalorização, por parte da população, sendo que as questões de
infraestrutura são decisivas para tal situação – influenciando diretamente na sensação
de segurança dos usuários.
Intervir, mais que possível – pois técnicas existem, e são aplicáveis –, revela-
se como sendo necessário. Como visto, distintas diretrizes foram definidas com o
intuito de revitalizar os espaços dos bairros de estudo. A finalidade é torna a área
“viva”, mediante diversificação do uso, inclusão de áreas verdes – vinculadas à
infraestrutura verde, para contenção das águas pluviais (como a adoção do lago
seco), evidenciando a tentativa em se promover, nos bairros mencionados, uma
abordagem mais sustentável –, além de aprimoramentos em infraestrutura (no que diz
respeito a iluminação e condições físicas do espaços de circulação – tanto de veículos
como de pessoas), fora algumas das diretrizes adotadas. A atuação de todas essas
medidas contribui para tornar os bairros acessíveis e confortáveis, melhorando a
qualidade de vida dos usuários.
O município está em processo de ascensão (econômica, demográfica, ou
mesmo urbana), ainda assim, definir meios de intervir na cidade – na situação em que
o processo de expansão se encontra, cuja característica de maior relevância a ser
citada seja a tendenciosa verticalização dos equipamentos urbanos, perceptíveis no
município –, respeitando as circunstancias locais, devem ser estabelecida, antes que
esse crescimento urbano (desvinculado da ação do planejamento) venha a acarretar
em problemas urbanos mais graves – cujas soluções revelem-se como sendo mais
complexa para se efetuar. Conhecimento de exemplos práticos de tal situação são
palpáveis, pois distintas metrópoles brasileiras convivem com tais dificuldades
urbanas. É necessário, portanto, mudar a forma pensar de todos os que usufruem dos
centros urbanos, estando direta ou indiretamente relacionados ao planejamento do
município.

58
REFERÊNCIAS

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da visão da sustentabilidade: uma experiência no território de Arapiraca/Al. Revista
Nacional de Gerenciamento de Cidades, v. 02, n. 12, 2014, pp. 57-64.

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