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Harvey Spencer Lewis

Harvey Spencer Lewis (1883-1939) desempenhou um papel importante na história do

Rosacrucianismo restaurando essa antiga fraternidade a partir de 1919. Seu engajamento no

Martinismo é menos conhecido, embora ele tenha também contribuído para o renascimento da

Ordem Martinista antes da Segunda Guerra Mundial. Naquela época, essa Ordem tentava

recobrar a unidade que ela havia perdido após a morte de Papus. Conforme nos dá

testemunho sua correspondência com Mac Blain Thompson e Napoléon Hauenstein, Harvey

Spencer Lewis se interessava pelo Martinismo pelo menos desde 1921. Porém, é apenas em

1934 que ele estabelecerá uma relação direta com os dirigentes europeus do Martinismo.

Esse encontro ocorreu em Bruxelas em agosto de 1934, por ocasião da inauguração das

atividades da F.U.D.O.S.I. (Federação Universal das Ordens e Sociedades Iniciáticas). Essa

federação tinha por vocação reagrupar as ordens iniciáticas tradicionais. Juntamente com

Émile Dantinne e Victor Blanchard, H. Spencer Lewis se tornou um dos três Imperators

dirigentes dessa organização mundial.

No seio da F.U.D.O.S.I., o Martinismo era representado por Victor Blanchard, Grande Mestre

da Ordem Martinista e Sinárquica, que tentava na altura projetar o Martinismo apoiando-se

numa organização internacional. Em 16 de agosto de 1934, ele iniciou Harvey Spencer Lewis

no primeiro grau da Ordem. Ele receberia os graus seguintes em 18 de agosto, em Bruxelas, e


em 21 de agosto em Lausanne. Logo Victor Blanchard confiaria a H. Spencer Lewis o cuidado

de dirigir as atividades da Ordem nos Estados Unidos.

Em 26 de março de 1937, H. Spencer Lewis recebe três Cartas Constitutivas assinadas por

Victor Blanchard. A primeira lhe confiava a função de Grande Inspetor para as três Américas, a

segunda a de Soberano Legado do Grande Mestre, autorizando-lhe a criar em San Jose

o Templo Louis-Claude de Saint-Martin e a terceira o designava Soberano Legado do

Grande Mestre para os Estados Unidos da América.

1. Spencer Lewis dedicou-se a apresentar o Martinismo aos rosacruzes publicando


noRosicrucian Digestum artigo intitulado « O que é o Martinismo? Uma resposta
oficial a essa questão importante e interessante » (outubro de 1937).
A Ordem tinha dificuldades em se organizar sob a presidência de Victor Blanchard, que

rapidamente se mostrou incapaz de assumir suas responsabilidades. Cansados dessa

situação, os martinistas da F.U.D.O.S.I. decidiram convocar Augustin Chaboseau para

substituí-lo. A partir de julho de 1939, é portanto a Tradicional Ordem Martinista que assume as

rédeas do Martinismo, ficando o conjunto dos membros da F.U.D.O.S.I. sob a direção da TOM.

Harvey Spencer Lewis não teve a oportunidade de se associar a essa renovação, pois faleceu

alguns dias mais tarde, em 2 de agosto de 1939. Seu filho Ralph M. Lewis se encarregou de

realizar essa missão. É preciso todavia destacar que, apesar disso, o papel de H. Spencer no

processo de renovação do Martinismo foi crucial na medida em que colaborou estreitamente

com seus responsáveis europeus – Victor Blanchard, Georges Lagrèze e Augustin Chaboseau

– para a restauração do Martinismo moderno


Victor-Émile Michelet

Victor-Émile Michelet (1861-1938) é uma figura importante para o Martinismo. Antigo

companheiro de Stanislas de Guaita, de Papus e de Augustin Chaboseau, foi membro do

primeiro Supremo Conselho da Ordem Martinista, em 1891. Em Paris, dirigiu a Loja Velleda,

que se consagrava ao estudo do simbolismo. Martinista muito ativo, escreveu numerosos

artigos para as revistas L‘Initiation e O Véu de Isis. Brilhante orador, apresentou muitas

conferências para o Grupo Independente de Estudos Esotéricos fundado por Papus. Foi nessa

época que publicou um de seus primeiros textos, O Esoterismo na Arte, na Librairie du

Merveilleux.

Após a desestruturação da Ordem, causada pela morte de Papus e pela guerra de 1914-1918,

Michelet se encontra no grupo que, com Augustin Chaboseau, Chamuel e Octave Béliard,

funda, em 1920, a associação Amigos de Claude de Saint-Martin, também chamada de Ordem

Martinista. Esta associação originou o grupo Athanor, dirigido pelo próprio Victor-Émile

Michelet. A partir de 1931, esse grupo tomou o nome de Tradicional Ordem Martinista.

A Ordem foi inicialmente dirigida por Augustin Chaboseau, tendo mais tarde, em abril de 1932,

Victor-Émile Michelet assumido essa função. Ele permaneceu como Grande Mestre da TOM

até sua morte, em 12 de janeiro de 1938. Sob sua direção, a Ordem permanece discreta. Por

vezes se manifesta através do grupo Tau, que publica na altura um boletim de estudos
psicológicos e metafísicos e organiza conferências no Palácio da Mutualidade. Victor-Émile

Michelet dá ainda algumas conferências para a revista Atlantis.

Notável escritor, apaixonado pelo esoterismo e pela poesia, é autor de poemas, contos e peças

de teatro. Em 1900, seus méritos foram reconhecidos: um prêmio da Academia Francesa

recompensa seus dois primeiros livros, os Contos Aventureiros e os Contos

Sobrehumanos. Recebe também o prêmio Sully Prudhomme por sua antologia de poemas

intitulada A Porta de Ouro. Em 1937, alguns meses antes de passar para o Oriente Eterno,

publica Os Companheiros da Hierofania, um livro no qual evoca suas reminiscências de

personalidades tais como Papus, Stanislas de Guaita, Barlet, Sédir, Péladan, Saint-Yves

d’Alveydre… Esse livro é um testemunho vivo do grande período do ocultismo na Belle-Époque

e do qual Victor-Émile Michelet foi um dos atores essenciais.

Místico e visionário, concedeu um lugar fundamental para o simbolismo em seus escritos, e é

exatamente aí que se situa sua contribuição mais específica. Amigo dos maiores escritores de

sua época, exerceu importantes responsabilidades no mundo das letras. Foi presidente da

Sociedade de Poesia (1910), presidente da Sociedade Baudelaire (1921), membro do

Conselho da Casa da Poesia (1931), bâtonnier da Academia dos Poetas (1932) e presidente

honorário da Sociedade dos Poetas Franceses. Foi ainda cavaleiro da Légion d’Honneur. Em

1954, Richard E. Knowles fez uma homenagem a este companheiro da hierofania pela

publicação de Victor-Émile Michelet, poete esotérico, contendo um belo prefácio de Gaston

Bachelard (Edições Vrin).

Como disse Richard E. Knowles no final de seu livro:

« Em Victor-Émile Michelet temos um exegeta consumado do Esoterismo – um

pensador esotérico de quilate insuspeito, e isto porque tinha a ciência e a fé. Um

Iniciado que, por direito, ocupava um lugar no Santuário junto a seu amigo Villiers de

l’Isle-Adam e de seis outros pares que compunham a epígrafe dos Contos

Sobrehumanos. »

Com raríssimas exceções, sua obra puramente literária é, assim como sua obra erudita e

doutrinária, marcada pelo hermetismo. Em Michelet, aliás, o hermetismo está mais presente do
que nas obras de Edgar Allan Poe, de Gérard de Nerval e até mesmo de Villiers de l’Isle-Adam.

Victor-Émile Michelet havia consagrado à Transcendência todas as energias de sua mente e

de seu coração.

O mistério de sua vida interior ele soube encerrar na torre de marfim recomendada ao iniciado.

Uma luz o habitava. Ele se preservou de fazer dela um farol. Durante sua longa existência, sua

alma profunda permaneceu como se ancorada no silêncio de seu próprio abismo – neste

silêncio solitário em que ressoam em troares de relâmpago todas as tempestades que o agitam

e todos os ecosdo divino.

O poema abaixo, intitulado O Silêncio, é característico dessa atitude. Além disso, sua temática

está em perfeita ressonância com a filosofia martinista.

O Silêncio

Tu não terás outra morada senão teu coração;

Pois sobre a Terra, onde somos viajantes,

Ninguém construirá sua morada permanente:

Tu não terás outra morada senão teu coração.

Então, ao redor dele, na atmosfera ardente,

Que nasce dele, que o envolve e que aspira

Todos os raios vindos das coisas que ele deseja,

Evoca o silêncio e o divino silêncio;

A forma que reveste a primeira hipostase,

Obedecendo a quem a espera com poder,


Levar-te-á sobre as quatro asas do êxtase.

A vida interior é feita de silêncio.

Ela é o palácio cuja base é o silêncio.

Ela é a flor de fogo: o silêncio é o vaso,

O silêncio é o vaso onde bebes a beleza.

Tu que aqui passas, é certo, mas indeciso

Entre tua vida real e tua vida aparente,

Tua vida real, tenebrosa e veemente

Como a paixão, o trovão e a morte,

Cobre com um véu de sombra e de noite o tesouro

Dessa vida interior, que mede

Entre tuas almas a melhor e a mais pura,

A fim de que nada atente contra seu mistério intenso,

E que sua força virgem, integral, se empregue

A vestir a ocupação em que as mãos do silêncio

Se incumbirão de tecer o tecido da tua alegria

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