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RESUMO
Pretende-se como objetivo neste artigo, abordar aspectos teóricos e práticos que norteiam o
entendimento sobre a luz, as grandezas fotométricas e o efeito causador de sensações propícias
à saúde e bem-estar dos usuários nos espaços. Nos últimos anos, com a evolução e a tecnologia,
os resultados se tornaram positivos, com atuações em diversificados campos da ciência. As
abordagens do mesmo demonstram qualidade e aplicação para determinadas situações da
edificação. O método aplicado compara, identifica e qualifica, através do Índice de Reprodução
de Cores (IRC) e Temperatura de cor (Kelvin) das lâmpadas as sensações e reações do indivíduo
considerando o tipo do ambiente, tarefa ou atividade exercida conforme ABNT NBR ISO/CIE
8995-1:2013. Os resultados adquiridos pelos ensaios realizados no ambiente do Laboratório de
“Lighting Design” do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, demostram que quando
a luz artificial está adequada ao ambiente, o usuário não sofre alterações em suas sensações e
reações tornando-a positiva. Conclui-se por meio dos mesmos que no projeto, qualquer que
seja, existe a complexidade e diretrizes de projeto quando ao atendimento às necessidades do
usuário; e que para o projeto do sistema de iluminação deve-se garantir a qualidade e
desempenho lumínico a partir da avaliação de utilização dos espaços e das relações difundidas
entre luz e saúde.
PALAVRAS-CHAVE: “Lighting Design”. Iluminação – Saúde.
ABSTRACT
It is intended in this article to approach theoretical and pratical aspects that guide the
understanding of the light, the photometric quantities and the effect of propitious sensations to
user’s heatlh and well-being in the spaces. In the last years with technologic evolution, the
results became positives with diversified performances in science fields. The approaches
demonstrate quality and application for specific situations of the building. The applied method
compares, identifies and qualifies, through the Color Reproduction Index (IRC) and Color
Temperature (Kelvin) of the lamps the sensations and reactions of the individual considering
the type of environment, task or activity performed according to ISO / IEC 8995-1: 2013. The
results obtained by the tests performed in the environment of the Lighting Design Laboratory
of the University Center of Fine Arts of São Paulo show that when artificial light is adequate to
the environment, the user does not undergo changes in their sensations and reactions making it
positive. It is concluded through the same that in the project, whatever, there is the complexity
and design guidelines when meeting the needs of the user; And that for the design of the lighting
system it is necessary to guarantee the quality and luminous performance based on the
evaluation of the use of the spaces and the relations spread between light and health.
KEY WORDS: Lighting Design. Artificial Lighting – Health.
INTRODUÇÃO
O arranjo, composição e utilização de luzes coloridas, cada vez mais vem se tornando
existentes em distintas áreas do conhecimento. Em conjunto à neurociência e de novos materiais
se difundem na atualidade contribuindo para o processo de entendimento perceptivo. Estabelece
o dimensionamento de variados elementos, possibilitando novas alternativas para o
desenvolvimento de ambientes, sobretudo alterando significativamente os resultados obtidos
anteriormente.
Os métodos flexíveis para o desenvolvimento projetual, bem como os processos
desenvolvidos pelo homem evoluíram com o passar do tempo. Com a evolução e tecnologia
nas últimas décadas, surgem novos processos científicos para cada área de conhecimento, dessa
forma surgem abordagens distintas que são de eximia importância para habitualidade.
Segundo Martinez (2000) a criação do projeto inicia-se por meio de possíveis
representações, que inicialmente partem de um raciocínio mental e são compiladas ainda de
maneira imprecisa sobre um sistema gráfico, na construção da ideia assemelha-se com as
definições projetuais definitivas. Portanto podemos admitir que projetar faz parte de uma
metodologia, no qual o homem administra seus pensamentos a partir de processos mentais.
Vinculados a novos partidos e amparados a novas tecnologias, os projetos
contemporâneos passaram a atingir o grau de satisfação em um espaço de tempo bem menor,
Submetido em Dez 2016, Aprovado em Fev 2017, Publicado em Set 2017
Rev. Belas Artes, n.23, Jan-Abr, 2017
2. O FENÔMENO, LUZ
A luz, fenômeno tão comtemplado pelos homens desde o primórdio dos tempos, está
presente no cotidiano, vista em um primeiro momento na sua forma natural, acompanhando a
evolução através dos séculos e se renovando em sua forma de ser.
Esse fenômeno tem a capacidade de influenciar a atmosfera de um espaço,
assim como afeta diretamente nossa vida, o padrão de sono e horas de
trabalho, nosso nível de atenção e nossa saúde. Alterar os padrões de luz,
sombra e cor pode fazer com que os usuários fiquem relaxados ou alertas,
acolhidos e confortáveis ou frios e desconfortáveis. (INNES, 2014, p. 6).
1
Pioneiro da arquitetura modernista no Brasil, ficou conhecido mundialmente pelo projeto do Plano
Piloto de Brasília. Devido às atividades oficiais de seu pai, o almirante Joaquim Ribeiro da Costa, morou
em diversos países, o que lhe rendeu uma formação pluralista. Estudou na Royal Grammar
School em Newcastle, no Reino Unido, e no Collège National em Montreux, na Suíça.
contemporânea uma vez que ainda existem muitas pessoas que projetam sem dar o poder e a
força presentes em tal fenômeno, ainda que este apresente um grau de importância muito
elevado em relação aos padrões de vida do ser humano.
Quando se trabalha com iluminação no design de interiores, a luz revela as cores e as
formas tridimensionais, enquanto os focos de luz revelam a textura das superfícies e dos
materiais. Esses elementos são importantes para o modo como percebemos um espaço que, sem
o uso controlado e apropriado da luz, um projeto jamais consegue alcançar bons resultados.
O processo de criação do projeto de iluminação no Brasil acontece de forma tardia,
comparado a outras partes do mundo onde as renovações e avanços tecnológicos são mais
frequentes nesta área; apenas na década de 80 que se observa um esforço de caracterização da
prática profissional que passa a reivindicar para si um lugar muito preciso no entrecruzamento
da arquitetura e do design. Junto dessa preocupação, aparecem os primeiros estudos da luz não
apenas como forma correta de obtenção da mesma para o desempenho de tarefas.
Para Nobre (2007) quando se trata de questões onde se aborda a criação de ambientes
através desse fenômeno, valoriza-se a arquitetura, o conforto ambiental e os aspectos
fisiológicos.
Atualmente, esse fenômeno aborda um campo ainda mais extenso, no qual estão
entrelaçados elementos como a arquitetura, a percepção visual e a estrutura.
2
James Clerk Maxwell (Edimburgo, 13 de junho de 1831 — Cambridge, 5 de novembro de 1879) foi
um físico e matemático escocês. É mais conhecido por ter dado forma final à teoria moderna
do eletromagnetismo, que une a eletricidade, o magnetismo e a óptica.
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Rev. Belas Artes, n.23, Jan-Abr, 2017
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Unidade de comprimento equivalente à bilionésima parte de um metro, ou 10 -9 m [símb.: nm ]
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A lâmpada incandescente é um dispositivo eléctrico que transforma energia elétrica em energia
luminosa e energia térmica através do efeito Joule. Dada a sua simplicidade, foi o primeiro dispositivo prático que
permitiu utilizar eletricidade para iluminação, sendo durante as primeiras décadas de uso comercial da energia
elétrica a principal forma de consumo daquela forma de energia.
5
O tungstênio (conhecido antigamente como volfrâmio ou wolfrâmio) é um elemento químico de símbolo W,
número atômico 74 (74 prótons e 74 elétrons) com massa atômica 184u situado no grupo 6 da classificação
periódica dos elementos. É um metal de transição que, à temperatura ambiente, encontra-se no estado sólido. É
um metal com uma enorme gama de usos, largamente utilizado na forma de carbonetos (W2C, WC). Os
carbonetos, devido à elevada dureza, são usados para revestir brocas de perfuração de solos utilizados em
mineração, indústria petrolífera e indústrias de construção. O tungstênio é extensivamente usado em filamentos de
lâmpadas incandescentes e válvulas eletrônicas e, como eletrodos não consumíveis, (para soldagens do tipo TIG -
Tungsten Inert Gás) porque apresenta um ponto de fusão muito elevado e pode ser transformado em fios muito
finos.
6
Lâmpadas de halogêneo ou Lâmpadas de halogéneo ou lâmpadas halógenas são lâmpadas incandescentes com
filamento de tungstênio contido em um gás inerte e com uma pequena quantidade de um elemento halogêneo como
iodo ou bromo.
7
Lâmpada de arco de xenônio (Xenon, em português europeu), muitas vezes chamadas simplesmente de lâmpadas
de xenônio, são lâmpadas acionadas por eletricidade, do tipo descarga, de alta pressão, pertencentes a um grupo
de fontes de luz denominadas de HID (do inglês High Intensity Discharge).
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3. ASPECTOS HUMANOS
8 O diodo emissor de luz, também conhecido pela sigla em inglês LED (Light Emitting Diode), é usado para a
emissão de luz em locais e instrumentos onde se torna mais conveniente a sua utilização no lugar de uma lâmpada.
Especialmente utilizado em produtos de microeletrônica como sinalizador de avisos, também pode ser encontrado
em tamanho maior, como em alguns modelos de semáforos. Também é muito utilizado em painéis de LED,
cortinas de LED, pistas de LED e postes de iluminação pública, permitindo uma redução significativa no consumo
de eletricidade.
9
Um OLED (organic light-emitting diode, diodo emissor de luz orgânico) é um Diodo emissor de luz (LED) em
que a camada de emissão electroluminescente é um filme orgânico que emite luz em resposta a uma corrente
eléctrica. Esta camada de semicondutor orgânico fica situado entre dois eletrodos. Geralmente, pelo menos um
destes eletrodos é transparente. Os OLED’s são usados em telas digitais de dispositivos como televisores,
monitores de computador, sistemas portáteis, como telefones celulares, consoles de jogos portáteis e PDAs. A
principal área de pesquisa é o desenvolvimento de dispositivos OLED brancos para uso em aplicações de
iluminação de estado sólido (SSL).
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Rev. Belas Artes, n.23, Jan-Abr, 2017
internas quanto às externas. Os elementos como o som e a luz são estímulos externos e são
transmitidos através de ondas.
Um dos fenômenos que o corpo humano é capaz de reproduzir recebe o nome de
adaptação. A adaptação acontece a partir dos receptores, células especializadas que enviam
sinais ao sistema nervoso central sempre que há mudanças nas condições internas ou externas
do corpo. Os receptores também se caracterizam por converterem uma forma de energia em
outra. “Se um receptor for estimulado pelo mesmo estímulo por um período de tempo prolongado, ele
passará a reduzir sua taxa de envio de estímulos nervosos e se tornará insensível a esse estímulo
contínuo, recebendo o nome de adaptação”. (INNES, 2014, p. 27).
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A Brilia atua a há 6 anos com a tecnologia LED, atua em tecnologia de iluminação.
Site: http://www.brilia.com/
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Rev. Belas Artes, n.23, Jan-Abr, 2017
Figura 6 - Lâmpada LED Bulbo Mini Globo Figura 7 - Showroom da Empresa Brilia.
4W - IRC ≥ 80% Lâmpada - LED – PAR 20 – 2W - IRC ≥ 80% -
Temperatura de cor: 2.700K Temperatura de cor: 3.000K.
Podemos denominar que a cor em nosso psicológico de quente a cor mais amarelada, a
qual relacionamos como ao calor do Sol pela zona tropical, e a de fria as cores
mais azuladas onde relacionamos com o frio do gelo nos pólos da Terra. Porém, fisicamente,
quanto mais quente a temperatura da cor em Kelvein, mais será azulada a cor e quanto mais
fria, mais amarelada, conforme a tabela 1:
Tabela 1 - Escala de temperatura de cor de lâmpadas. Tabela adaptada pelo autor
5. ESTUDO
Branco DE CASO
Neutro (4000-4500 LABORATÓRIO
Kelvin): LABCEL
comparável às lâmpadas – (LIGHTING
halógenas DESIGN)
e de vapor metálico das lojas
de varejo
CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO
Branco “Luz do Dia” (5000-6000 Kelvin): usada para melhor reprodução de cores, sendo tipicamente
a temperatura de cor do “Sol do meio-dia” em muitas partes do mundo
Branco Frio (6000-7000 Kelvin): comparável às lâmpadas fluorescentes e de alta potência (lâmpadas
de mercúrio ou vapor metálico) utilizadas em indústrias, comércios e tipicamente nos hospitais e
drogarias
Fonte:
Estudo Láboratório de Conforto Ambiental,
02 - Iluminação de quadrosErgonomia Fonte:
e obras de Láboratório de Conforto Ambiental, Ergonomia
arte
de Ligthing Design - LABCEL. de Ligthing Design - LABCEL.
Foto: Michele Saidon Foto: Michele Saidon
O estudo 2, busca apresentar nas figuras 10 e 11, como atualmente a tecnologia dos
LED’s tem avançado; percebe-se que tais lâmpadas possuem índice de reprodução de cor igual
às lâmpadas “tradicionais” de cápsula cerâmica multivapores (halógenas) sendo ≥ 80%,
apresentando temperaturas muito próximas ao branco quente (acima de 2.300K). Dessa forma,
podemos concluir que os LED’s acabam trazendo resultados positivos com menor potência, ou
seja, a qualidade da iluminação artificial aproxima-se à da luz natural, com menor consumo
energético.
Figura 10 - Reprodução de iluminação de quadros e obras Figura 11 - Reprodução de iluminação de quadros e obras
de arte sobre a influência de lâmpada AR111 de cápsula de arte sobre a influência de lâmpada MR16 LED
cerâmica a vapor metálico, IRC ≥ 81% - Temperatura de dimerizável, IRC ≥ 80% - Temperatura de cor: 2.700K.
cor: 3.000K.
Figura 12 - Reprodução de iluminação de quadros e obras de Figura 13 - Reprodução de iluminação de quadros e obras de
arte sobre a influência de Lâmpada AR111, halógena, IRC ≥ arte sobre a influência de lâmpada MR16 com espelho dicroico,
100% - Temperatura de cor: 3.000K e ângulo de abertura de halógena, IRC ≥ 80% - Temperatura de cor: 3.000K e ângulo
24°. de abertura de 30°.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8995: iluminação em ambientes de
trabalho. Rio de Janeiro, 2013.
Submetido em Dez 2016, Aprovado em Fev 2017, Publicado em Set 2017
Rev. Belas Artes, n.23, Jan-Abr, 2017
__________. NBR ISO/CIE 8995-1: Iluminação de ambientes de trabalho – Parte 1: Interior. Rio de
Janeiro, 2013.