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Rev. Belas Artes, n.

23, Jan-Abr, 2017

Arquitetura e Lighting Design: a luz como elemento influenciador na saúde e nas


sensações
Prof. Me. Lotos Dias Medeiros
Centro Universitário Belas Artes de São Paulo – FEBASP – São Paulo – Brasil
lotos.medeiros@belasartes.br
Co-autora: Isabella Novais Faria
Centro Universitário Belas Artes de São Paulo – FEBASP – São Paulo – Brasil
isabella.nfaria@gmail.com
Co-autora: Michele Saidon
Centro Universitário Belas Artes de São Paulo – FEBASP – São Paulo – Brasil
misaidon@gmail.com

RESUMO
Pretende-se como objetivo neste artigo, abordar aspectos teóricos e práticos que norteiam o
entendimento sobre a luz, as grandezas fotométricas e o efeito causador de sensações propícias
à saúde e bem-estar dos usuários nos espaços. Nos últimos anos, com a evolução e a tecnologia,
os resultados se tornaram positivos, com atuações em diversificados campos da ciência. As
abordagens do mesmo demonstram qualidade e aplicação para determinadas situações da
edificação. O método aplicado compara, identifica e qualifica, através do Índice de Reprodução
de Cores (IRC) e Temperatura de cor (Kelvin) das lâmpadas as sensações e reações do indivíduo
considerando o tipo do ambiente, tarefa ou atividade exercida conforme ABNT NBR ISO/CIE
8995-1:2013. Os resultados adquiridos pelos ensaios realizados no ambiente do Laboratório de
“Lighting Design” do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, demostram que quando
a luz artificial está adequada ao ambiente, o usuário não sofre alterações em suas sensações e
reações tornando-a positiva. Conclui-se por meio dos mesmos que no projeto, qualquer que
seja, existe a complexidade e diretrizes de projeto quando ao atendimento às necessidades do
usuário; e que para o projeto do sistema de iluminação deve-se garantir a qualidade e
desempenho lumínico a partir da avaliação de utilização dos espaços e das relações difundidas
entre luz e saúde.
PALAVRAS-CHAVE: “Lighting Design”. Iluminação – Saúde.

ABSTRACT
It is intended in this article to approach theoretical and pratical aspects that guide the
understanding of the light, the photometric quantities and the effect of propitious sensations to

Submetido em Dez 2016, Aprovado em Fev 2017, Publicado em Set 2017


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user’s heatlh and well-being in the spaces. In the last years with technologic evolution, the
results became positives with diversified performances in science fields. The approaches
demonstrate quality and application for specific situations of the building. The applied method
compares, identifies and qualifies, through the Color Reproduction Index (IRC) and Color
Temperature (Kelvin) of the lamps the sensations and reactions of the individual considering
the type of environment, task or activity performed according to ISO / IEC 8995-1: 2013. The
results obtained by the tests performed in the environment of the Lighting Design Laboratory
of the University Center of Fine Arts of São Paulo show that when artificial light is adequate to
the environment, the user does not undergo changes in their sensations and reactions making it
positive. It is concluded through the same that in the project, whatever, there is the complexity
and design guidelines when meeting the needs of the user; And that for the design of the lighting
system it is necessary to guarantee the quality and luminous performance based on the
evaluation of the use of the spaces and the relations spread between light and health.
KEY WORDS: Lighting Design. Artificial Lighting – Health.

INTRODUÇÃO
O arranjo, composição e utilização de luzes coloridas, cada vez mais vem se tornando
existentes em distintas áreas do conhecimento. Em conjunto à neurociência e de novos materiais
se difundem na atualidade contribuindo para o processo de entendimento perceptivo. Estabelece
o dimensionamento de variados elementos, possibilitando novas alternativas para o
desenvolvimento de ambientes, sobretudo alterando significativamente os resultados obtidos
anteriormente.
Os métodos flexíveis para o desenvolvimento projetual, bem como os processos
desenvolvidos pelo homem evoluíram com o passar do tempo. Com a evolução e tecnologia
nas últimas décadas, surgem novos processos científicos para cada área de conhecimento, dessa
forma surgem abordagens distintas que são de eximia importância para habitualidade.
Segundo Martinez (2000) a criação do projeto inicia-se por meio de possíveis
representações, que inicialmente partem de um raciocínio mental e são compiladas ainda de
maneira imprecisa sobre um sistema gráfico, na construção da ideia assemelha-se com as
definições projetuais definitivas. Portanto podemos admitir que projetar faz parte de uma
metodologia, no qual o homem administra seus pensamentos a partir de processos mentais.
Vinculados a novos partidos e amparados a novas tecnologias, os projetos
contemporâneos passaram a atingir o grau de satisfação em um espaço de tempo bem menor,
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tornando uma condição prévia indispensável sob o ponto de vista da industrialização do


produto. Por esse fato, as necessidades dos clientes e ou usuários passaram a obter análises mais
frequentes, mediante um mercado tão competitivo.
Para Stiller (2000) a geração do projeto, sob qualquer âmbito de desenvolvimento
baseia-se diretamente no intelecto. Portanto o indivíduo reage a três fases: a física, psicológica
e consciente. Reverberando pelas fases citadas, podemos dizer que a fase física está ligada ao
sentido da visão onde os estímulos são produzidos pela luz, composições e formas e
principalmente pelas cores. Estão vinculadas ao desenvolvimento do projeto considerando a
qualificação produção e quantificação das diversas fontes luminosas a qual estão diretamente
ligadas a visão humana.
Já para a fase psicológica, leva-nos a conjecturar as propostas projetuais estabelecidas
do ambiente, definindo a qualidade estética correspondendo aos resultados satisfatórios e aos
prazeres estéticos do projeto. É de domínio de sua consciência a criatividade do projetista.
Por fim, a fase consciente que estabelece os aspectos dirigidos do projeto, ou seja, está
além da estética desejada, deveres e metas estabelecidas de projeto, obra e a todos que estão
envolvidos.
O conceito da percepção ambiental passa a ser mais presente nas academias. Surge então
o papel do light designer, que consagra como um novo enfoque na atuação profissional de
luminotecnia, o designer de iluminações. Esses profissionais promovem e discutem em
congressos e seminários os novos desafios e diferencias das tecnologias atuais, adequando-as
aos desafios constantes no cotidiano das pessoas.

1. ARQUITETURA – PRINCÍPIOS DO USO INTERNO E EXTERNO

Em meados da década de 1990, o projeto de luminotécnica começa a receber outros


olhares e novos estudos do uso da luz sobre o espaço arquitetônico, visto que, anteriormente
eram confundidos como instalações elétricas e poucas escolas de Arquitetura abordavam sobre
o tema.
Assim, o que hoje damos o nome de “Lighting Design”, passa a conquistar espaço,
abrangendo programações como cursos de formação, publicações e encontros de profissionais
da área, estendendo o conhecimento dessa atividade projetual que parte desde o
desenvolvimento do mecanismo de anti-ofuscamento até a programação das cores por
computador, o que passa a exigir o uso de novas tecnologias e produtos do mercado. “Com os
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novos conhecimentos, a luminotécnica integra o projeto arquitetônico, e assim, oferecendo


respostas para as estratégias determinantes para um espaço definido, havendo um entendimento
mútuo sobre a qualidade, forma e função”. (NOBRE, 2007, p. 86).
A Iluminação que será proposta deverá atender sobre a lógica formal, estrutural, acessos,
circulações, cheios e vazios, matérias, cores, texturas, de cada superfície, a partir da leitura
arquitetônica realizada.
Cada país estabelece parâmetros, a partir de normas e/ou procedimentos, que definem a
quantidade necessária de luz presente para o uso de ambientes, e que sejam iluminados de forma
coerente conforme a atividade que irá exercer.
As orientações refletidas pelas normas para o projeto de iluminação artificial nem sempre
atendem ao que o espaço necessita, trazendo problemas futuros. Para isto é importante que o
espaço demostre as sensações que deseja transmitir e como a luz poderá afetar seus usuários.
A Iluminação normalmente atende os requisitos para a sensação de segurança para
atender as necessidades básicas de segurança e o cumprimento de tarefas visuais, porém deixa
de lado o conforto dos usuários. Assim considera-se a norma NBR ISO/CIE 8995-1 que
estabelece o controle do índice de ofuscamento e o percentual da temperatura de cor como
referência essencial para o cálculo do conforto lumínico.

2. O FENÔMENO, LUZ

A luz, fenômeno tão comtemplado pelos homens desde o primórdio dos tempos, está
presente no cotidiano, vista em um primeiro momento na sua forma natural, acompanhando a
evolução através dos séculos e se renovando em sua forma de ser.
Esse fenômeno tem a capacidade de influenciar a atmosfera de um espaço,
assim como afeta diretamente nossa vida, o padrão de sono e horas de
trabalho, nosso nível de atenção e nossa saúde. Alterar os padrões de luz,
sombra e cor pode fazer com que os usuários fiquem relaxados ou alertas,
acolhidos e confortáveis ou frios e desconfortáveis. (INNES, 2014, p. 6).

A observação feita pelo arquiteto Lúcio Costa1, na qual reconhecia a dificuldade


presente na operação com o elemento de tão estreita relação com a arquitetura, mantem-se

1
Pioneiro da arquitetura modernista no Brasil, ficou conhecido mundialmente pelo projeto do Plano
Piloto de Brasília. Devido às atividades oficiais de seu pai, o almirante Joaquim Ribeiro da Costa, morou
em diversos países, o que lhe rendeu uma formação pluralista. Estudou na Royal Grammar
School em Newcastle, no Reino Unido, e no Collège National em Montreux, na Suíça.

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contemporânea uma vez que ainda existem muitas pessoas que projetam sem dar o poder e a
força presentes em tal fenômeno, ainda que este apresente um grau de importância muito
elevado em relação aos padrões de vida do ser humano.
Quando se trabalha com iluminação no design de interiores, a luz revela as cores e as
formas tridimensionais, enquanto os focos de luz revelam a textura das superfícies e dos
materiais. Esses elementos são importantes para o modo como percebemos um espaço que, sem
o uso controlado e apropriado da luz, um projeto jamais consegue alcançar bons resultados.
O processo de criação do projeto de iluminação no Brasil acontece de forma tardia,
comparado a outras partes do mundo onde as renovações e avanços tecnológicos são mais
frequentes nesta área; apenas na década de 80 que se observa um esforço de caracterização da
prática profissional que passa a reivindicar para si um lugar muito preciso no entrecruzamento
da arquitetura e do design. Junto dessa preocupação, aparecem os primeiros estudos da luz não
apenas como forma correta de obtenção da mesma para o desempenho de tarefas.
Para Nobre (2007) quando se trata de questões onde se aborda a criação de ambientes
através desse fenômeno, valoriza-se a arquitetura, o conforto ambiental e os aspectos
fisiológicos.
Atualmente, esse fenômeno aborda um campo ainda mais extenso, no qual estão
entrelaçados elementos como a arquitetura, a percepção visual e a estrutura.

[...] se o vazio nada significa, é preciso enfeitiçar os planos e superfícies que


recebem a luz incidente e refletem em nossos olhos as cores e texturas das
formas, realçadas pelas sombras. A sombra faz parte da luz, na medida em que
a sobre permite que o objeto iluminado se destaque e seja atrativo ao nosso
olhar. Tudo o que vemos é luz refletida. Nos trabalhos delicados, nem uma luz
totalmente difusa, nem uma luz com fortes sombras é conveniente. (KHAN,
1983, p. 25).

2.1 A física da luz


O fenômeno da luz provoca reações tanto físicas quanto emocionais nos seres humanos.
Já no século XIX, o físico James Clerk Maxwell2 estabelece como verdade fundamental que a
luz é uma forma de energia. Hoje sabemos que essa definição vai muito além: essa energia parte
da divisão do espectro magnético, com comprimentos de onda distintos, que resulta na

2
James Clerk Maxwell (Edimburgo, 13 de junho de 1831 — Cambridge, 5 de novembro de 1879) foi
um físico e matemático escocês. É mais conhecido por ter dado forma final à teoria moderna
do eletromagnetismo, que une a eletricidade, o magnetismo e a óptica.
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apresentação de diferentes formas como as ondas de rádio, raios X, infravermelhos e


ultravioletas.
A luz visível ao ser humano apresenta-se numa faixa muito pequena no espectro da
radiação eletromagnética, ficando entre os 380 e 750 nm3. Por ser uma forma de energia, a luz
segue as leis da termodinâmica. “O feixe luminoso é invisível aos nossos olhos, se tornando
visível apenas ao atingir algo que reflita parte dele para os nossos olhos. Os materiais brancos
ou de cor clara tem essa aparência por refletirem mais luz que os de cor escura”. (INNES, 2014,
p. 12).
Dentro da área da iluminação arquitetônica, podemos destacar três tipos de fontes de
luz: incandescentes tradicionais, eletroluminescentes e fontes de descarga.
As fontes de luz incandescentes4 se caracterizam principalmente por sua emissão de
calor (energia infravermelha). São obtidas através do aquecimento de um material e, conforme
seu aquecimento aumenta, inicia a emissão de luz vermelha, após esse fenômeno, cada uma das
cores é agregada até que os materiais incandescentes produzam todas as cores do espectro e
assumam um tom quente, branco avermelhado. A cor da luz emitida pelo filamento se relaciona
diretamente com a sua temperatura. Entre os exemplos desse tipo de luz estão as lâmpadas
incandescentes tradicionais, lâmpadas de tungstênio5 e halogênio6 ou xenônio7.

3
Unidade de comprimento equivalente à bilionésima parte de um metro, ou 10 -9 m [símb.: nm ]
4
A lâmpada incandescente é um dispositivo eléctrico que transforma energia elétrica em energia
luminosa e energia térmica através do efeito Joule. Dada a sua simplicidade, foi o primeiro dispositivo prático que
permitiu utilizar eletricidade para iluminação, sendo durante as primeiras décadas de uso comercial da energia
elétrica a principal forma de consumo daquela forma de energia.
5
O tungstênio (conhecido antigamente como volfrâmio ou wolfrâmio) é um elemento químico de símbolo W,
número atômico 74 (74 prótons e 74 elétrons) com massa atômica 184u situado no grupo 6 da classificação
periódica dos elementos. É um metal de transição que, à temperatura ambiente, encontra-se no estado sólido. É
um metal com uma enorme gama de usos, largamente utilizado na forma de carbonetos (W2C, WC). Os
carbonetos, devido à elevada dureza, são usados para revestir brocas de perfuração de solos utilizados em
mineração, indústria petrolífera e indústrias de construção. O tungstênio é extensivamente usado em filamentos de
lâmpadas incandescentes e válvulas eletrônicas e, como eletrodos não consumíveis, (para soldagens do tipo TIG -
Tungsten Inert Gás) porque apresenta um ponto de fusão muito elevado e pode ser transformado em fios muito
finos.
6
Lâmpadas de halogêneo ou Lâmpadas de halogéneo ou lâmpadas halógenas são lâmpadas incandescentes com
filamento de tungstênio contido em um gás inerte e com uma pequena quantidade de um elemento halogêneo como
iodo ou bromo.
7
Lâmpada de arco de xenônio (Xenon, em português europeu), muitas vezes chamadas simplesmente de lâmpadas
de xenônio, são lâmpadas acionadas por eletricidade, do tipo descarga, de alta pressão, pertencentes a um grupo
de fontes de luz denominadas de HID (do inglês High Intensity Discharge).
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As fontes de luz de descarga acontecem através da passagem de corrente elétrica por um


gás, produzindo assim, a luz visível. Por esse tipo de fonte não envolver o aquecimento dos
materiais, ele costuma ser uma maneira mais eficaz de produzir luz e consequentemente vida
útil maior que as incandescentes. Existem inúmeros tipos de gases para compor essa reação,
várias cores de luz visível podem ser empregadas para que a mistura de cores gere uma fonte
de luz mais branca. Lâmpadas fluorescentes, de halogênio metálico e vapor de sódio são
exemplos de luz de descarga.
Por último e não menos importante, as fontes de luz eletroluminescentes emitem
radiação eletromagnética quando submetidos a uma corrente elétrica, reação esta que também
não exige aplicação de calor, resultando em uma fonte de luz bem mais fria; também não
dependem da criação de uma fonte de descarga elétrica através de um gás. Como exemplos, são
citados os painéis eletroluminescentes, LED’s8 e os OLED’s9.

Os LED’s são um dos mais recentes avanços na tecnologia da iluminação.


Embora os LED’s, na realidade, já existam desde a década de 30, foi a partir
do final dos anos 90 que se criou um LED azul prático de alta luminosidade
que permitiu uma mistura completa de cores, com o uso de dispositivos
vermelhos, verdes e azuis. (INNES, 2014, p. 55).

3. ASPECTOS HUMANOS

Os fatores do corpo humano são compreendidos em seu entorno de diversas formas,


estão presentes os sistemas especializados, adaptados para serem sensíveis tanto às mudanças

8 O diodo emissor de luz, também conhecido pela sigla em inglês LED (Light Emitting Diode), é usado para a
emissão de luz em locais e instrumentos onde se torna mais conveniente a sua utilização no lugar de uma lâmpada.
Especialmente utilizado em produtos de microeletrônica como sinalizador de avisos, também pode ser encontrado
em tamanho maior, como em alguns modelos de semáforos. Também é muito utilizado em painéis de LED,
cortinas de LED, pistas de LED e postes de iluminação pública, permitindo uma redução significativa no consumo
de eletricidade.
9
Um OLED (organic light-emitting diode, diodo emissor de luz orgânico) é um Diodo emissor de luz (LED) em
que a camada de emissão electroluminescente é um filme orgânico que emite luz em resposta a uma corrente
eléctrica. Esta camada de semicondutor orgânico fica situado entre dois eletrodos. Geralmente, pelo menos um
destes eletrodos é transparente. Os OLED’s são usados em telas digitais de dispositivos como televisores,
monitores de computador, sistemas portáteis, como telefones celulares, consoles de jogos portáteis e PDAs. A
principal área de pesquisa é o desenvolvimento de dispositivos OLED brancos para uso em aplicações de
iluminação de estado sólido (SSL).
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internas quanto às externas. Os elementos como o som e a luz são estímulos externos e são
transmitidos através de ondas.
Um dos fenômenos que o corpo humano é capaz de reproduzir recebe o nome de
adaptação. A adaptação acontece a partir dos receptores, células especializadas que enviam
sinais ao sistema nervoso central sempre que há mudanças nas condições internas ou externas
do corpo. Os receptores também se caracterizam por converterem uma forma de energia em
outra. “Se um receptor for estimulado pelo mesmo estímulo por um período de tempo prolongado, ele
passará a reduzir sua taxa de envio de estímulos nervosos e se tornará insensível a esse estímulo
contínuo, recebendo o nome de adaptação”. (INNES, 2014, p. 27).

Os níveis de iluminação podem ser percebidos através das diferenças de iluminância


entre dois espaços. Um exemplo a ser citado é a mudança que acontece quando se transita de
um espaço externo ensolarado, com aproximadamente 50.000 lux, para um interno de
iluminação artificial, com 500 lux; essa diferença de 49.500 lux pode ser percebida e adaptada
aos olhos humanos, porém quanto maior a diferença entre os ambientes, maior será o nível de
dificuldade de adaptação, ou seja, mudanças significativas na luminosidade visual exigem
diferenças muito maiores na intensidade. “Todos os olhos são, antes de tudo, detectores de
movimento”. (GREGORY, 2015, p. 76).
A luz e a cor podem produzir sensações distintas, e essas sensações devem ser
produzidas de forma intencional, de forma que seja possível o controle de forma ativa das
características emocionais dos projetos de luminotécnica. É importante ressaltar que, o ser
humano não enxerga com os olhos, e sim com o cérebro, o que afeta diretamente nas sensações
e na forma como se deve projetar.
As cores também influenciam de forma intensa na sensação e na percepção humana; a
interpretação delas, porém, é formada através das associações culturais, pessoais e naturais de
cada ser humano. “Uma vez que nossa visão é influenciada pelo filtro da experiência de vida e pelas
interpretações fornecidas pelo cérebro, ela é muito suscetível à parcialidade e ao preconceito”. (INNES,
2014, p. 35).

4. ESTUDO DE CASO: SHOWROOM BRILIA

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Em parceria com a Empresa Brilia10, o laboratório LABCEL “Laboratório de Conforto


Ambiental, Ergonomia e Lighting Design” do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo,
iniciou uma pesquisa que viabiliza o entendimento e a qualidade necessária para iluminação
artificial nos ambientes considerando três estudos de caso. Iniciando com o showroom Brilia,
que é composto por seis cenários distintos, cada um com a sua necessidade de iluminância
específica, segundo figura 1:

Figura 1 – Showroom da Empresa Brilia.

Fonte: Láboratório de Conforto Ambiental,


Ergonomia de Ligthing Design - LABCEL.
Foto: Michele Saidon

É importante ressaltar que o índice de reprodução de cor (IRC) se resulta na fidelidade


de cores que a iluminação reproduz nos objetos e que fielmente são vistas na decoração ou nos
produtos, independente da sua temperatura de cor (K) e o IRC é determinado pela escala
percentual de (0% a 100%).

10
A Brilia atua a há 6 anos com a tecnologia LED, atua em tecnologia de iluminação.
Site: http://www.brilia.com/
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Na figura 2, o cenário se dá em um banheiro por iluminação pontual, onde o IRC ≥ 80%,


considerando o percentual de fidelidade das cores e do ambiente, preservando a integridade e
segurança, sobretudo a qualidade de vida do usuário.
Figura 2 - Showroom da Empresa Brilia.
Lâmpada Dicróica (Linha Smart) – GU10 – 5W
IRC ≥ 80% - Temperatura de cor: 3.000K

Na figura 3, o cenário se dá em um mostruário


de loja de roupas, compreende-se a necessidade
Fonte: Láboratório de Conforto Ambiental,
do controle da fidelidade Ergonomia de Ligthing Design - LABCEL. de cores pelo IRC, sobretudo
Foto: Michele Saidon
visando as sensações do usuário ao local, onde
temperatura de cor mais baixa estabelece sentidos de bem-estar e aconchego. Temperaturas de
cor mais elevadas estabelecem a necessidade de maior nitidez e atenção a atividades frequentes,
Figura 3 - Showroom da Empresa Brilia. Lâmpada
Globo LED Bulbo Smart 6W 3.000K - IRC ≥ 80%
Temperatura de cor: 2.700K
tais como escritórios, hospitais e salas de aula.

Fonte: Láboratório de Conforto


Nas figuras Ambiental, Ergonomia de Ligthing Design 4,5,6,7, comparar-se a escala de
- LABCEL.
Temperatura de cor (K) Foto: Michele Saidon. pela luz emitida, considerando a
diversidade de lâmpadas e suas aplicações.

Figura 4 - Showroom da Empresa Brilia. Figura 5 - Showroom da Empresa Brilia.


Bulbo Autodimerizável - IRC ≥ 80% - Lâmpada - LED – PAR 20 – 7W - IRC ≥ 80%
Temperatura de cor: 3.000K. - Temperatura de cor: 3.000K.

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Fonte: Láboratório de Conforto Ambiental, Fonte: Láboratório de Conforto Ambiental,


Ergonomia de Ligthing Design - LABCEL. Ergonomia de Ligthing Design - LABCEL.
Foto: Michele Saidon Foto: Michele Saidon

Figura 6 - Lâmpada LED Bulbo Mini Globo Figura 7 - Showroom da Empresa Brilia.
4W - IRC ≥ 80% Lâmpada - LED – PAR 20 – 2W - IRC ≥ 80% -
Temperatura de cor: 2.700K Temperatura de cor: 3.000K.

Fonte: Láboratório de Conforto Ambiental,


Fonte: Láboratório de Conforto Ambiental, Ergonomia de Ligthing Design - LABCEL.
Ergonomia de Ligthing Design - LABCEL. Foto: Michele Saidon
Foto: Michele Saidon

Podemos denominar que a cor em nosso psicológico de quente a cor mais amarelada, a
qual relacionamos como ao calor do Sol pela zona tropical, e a de fria as cores
mais azuladas onde relacionamos com o frio do gelo nos pólos da Terra. Porém, fisicamente,
quanto mais quente a temperatura da cor em Kelvein, mais será azulada a cor e quanto mais
fria, mais amarelada, conforme a tabela 1:
Tabela 1 - Escala de temperatura de cor de lâmpadas. Tabela adaptada pelo autor

Escala Kelvin / luz emitida

Branco Quente (2700-3500 Kelvin): comparável à tonalidade da lâmpada de filamento incandescente


tipo bulbo

5. ESTUDO
Branco DE CASO
Neutro (4000-4500 LABORATÓRIO
Kelvin): LABCEL
comparável às lâmpadas – (LIGHTING
halógenas DESIGN)
e de vapor metálico das lojas
de varejo
CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO
Branco “Luz do Dia” (5000-6000 Kelvin): usada para melhor reprodução de cores, sendo tipicamente
a temperatura de cor do “Sol do meio-dia” em muitas partes do mundo

Branco Frio (6000-7000 Kelvin): comparável às lâmpadas fluorescentes e de alta potência (lâmpadas
de mercúrio ou vapor metálico) utilizadas em indústrias, comércios e tipicamente nos hospitais e
drogarias

Submetido em Dez 2016, Aprovado em Fev 2017, Publicado em Set 2017


Rev. Belas Artes, n.23, Jan-Abr, 2017

Fonte: Ledtek, 2017- Acesso: <http://www.eccel.com.br/ledtek/index.php/artigos-noticias/117-temp-color>.Acessado em: 07


abril de 2017 às 16:23.

Estudo 01 - Cenário Corporativo

O estudo 1, realizado em um cenário corporativo pelas figuras 8 e 9, buscou-se


demonstrar como lâmpadas de mesmo tipo, no caso cápsula cerâmica a vapor metálico, que
apresentam resultados distintos quando variado IRC, ressaltando que lâmpadas com índice ≥
80%, assemelham-se à luz do sol promovendo, portanto, a fidelidade das imagens, cores,
objetos e espaços. Na figura 2 acima, o índice apresentado é ≥ 83%, o que traz como resultado
positivo a um espaço corporativo por conta da necessidade de fidelidade de cor dos corpos e
objetos.
Figura 8 - Reprodução de cenário corporativo sobre a Figura 9 - Reprodução de cenário corporativo sobre a
influência de lâmpada PAR 30 de cápsula cerâmica a influência de lâmpada AR111 de cápsula cerâmica a vapor
vapor metálico, IRC ≥ 83% - Temperatura de cor: 3.000K. metálico, IRC ≥ 81% - Temperatura de cor: 3.000K.

Fonte:
Estudo Láboratório de Conforto Ambiental,
02 - Iluminação de quadrosErgonomia Fonte:
e obras de Láboratório de Conforto Ambiental, Ergonomia
arte
de Ligthing Design - LABCEL. de Ligthing Design - LABCEL.
Foto: Michele Saidon Foto: Michele Saidon

O estudo 2, busca apresentar nas figuras 10 e 11, como atualmente a tecnologia dos
LED’s tem avançado; percebe-se que tais lâmpadas possuem índice de reprodução de cor igual
às lâmpadas “tradicionais” de cápsula cerâmica multivapores (halógenas) sendo ≥ 80%,
apresentando temperaturas muito próximas ao branco quente (acima de 2.300K). Dessa forma,
podemos concluir que os LED’s acabam trazendo resultados positivos com menor potência, ou
seja, a qualidade da iluminação artificial aproxima-se à da luz natural, com menor consumo
energético.

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Figura 10 - Reprodução de iluminação de quadros e obras Figura 11 - Reprodução de iluminação de quadros e obras
de arte sobre a influência de lâmpada AR111 de cápsula de arte sobre a influência de lâmpada MR16 LED
cerâmica a vapor metálico, IRC ≥ 81% - Temperatura de dimerizável, IRC ≥ 80% - Temperatura de cor: 2.700K.
cor: 3.000K.

Fonte: Láboratório de Conforto Ambiental, Fonte: Láboratório de Conforto Ambiental,


Estudo
Ergonomia03
de -Ligthing
ÁreasDesign
de leitura
- LABCEL. Ergonomia de Ligthing Design - LABCEL.
Foto: Michele Saidon Foto: Michele Saidon

O estudo 3 demostrado pelas figuras 12 e 13, apresentam como há influência do ângulo


de abertura das lâmpadas. Na simulação acima, percebe-se uma distinta diferença entre os
casos, sendo na figura 12, um cenário com iluminação mais pontual (focalizada), de maior
intensidade luminosa sobre um corpo por conta de o ângulo de abertura ser menor (24°). A
figura 13 em contrapartida, por apresentar um ângulo de abertura maior (30°), oferece um
cenário no qual está mais definida as superfícies, não somente o corpo, assim, consegue-se
perceber que quanto maior a abertura, melhor distribuída será a intensidade luminosa.

Figura 12 - Reprodução de iluminação de quadros e obras de Figura 13 - Reprodução de iluminação de quadros e obras de
arte sobre a influência de Lâmpada AR111, halógena, IRC ≥ arte sobre a influência de lâmpada MR16 com espelho dicroico,
100% - Temperatura de cor: 3.000K e ângulo de abertura de halógena, IRC ≥ 80% - Temperatura de cor: 3.000K e ângulo
24°. de abertura de 30°.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo dos Lighting designers está no desenvolvimento de projetos específicos para


Fonte: Láboratório de Conforto Ambiental, Ergonomia Fonte: Láboratório de Conforto Ambiental, Ergonomia de
deambientes saudáveis.
Ligthing Design - LABCEL. Para Costi (2002) a luz artificial
Ligthingestá adequada
Design quando não há incomodo
- LABCEL.
Foto: Michele Saidon Foto: Michele Saidon
nas realizações das funções no espaço.

Submetido em Dez 2016, Aprovado em Fev 2017, Publicado em Set 2017


Rev. Belas Artes, n.23, Jan-Abr, 2017

Todo esquema de iluminação deve ser planejado em função do usuário.

Figura 14 - Organograma do esquema de iluminação para o usuário.

Fonte: Lume arquitetura (2017). Acesso em:


http://www.lumearquitetura.com.br/pdf/ed60/ed_60%20Es%20%20
Ilumina%C3%A7%C3%A3o%20e%20sa%C3%BAde.pdf>
Acessado em: 15/04/2017 às 18:24

Existe complexidade no que se refere portanto ao sistema de iluminação para


atendimento a todos e a qualquer lugar, é necessário que se avalie os usos, a cultura e o local
onde projetamos. É essencial para diretrizes de projeto, quando adequado para um contexto em
particular.
Com a evolução e a tecnologia, os fabricantes, Lighting designers e acadêmicos estão
envolvolvidos cada vez mais para o aprimoramento e entendimento das relações difundidas
entre a luz e saúde. Com as novas tecnologias do setor, conduzido pelos LED’s, outra
ferramenta de trabalho para os profissionais no requisito do controle de luz (Dimerizáveis) e
mudanças de cores para o conforto visual.

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8995: iluminação em ambientes de
trabalho. Rio de Janeiro, 2013.
Submetido em Dez 2016, Aprovado em Fev 2017, Publicado em Set 2017
Rev. Belas Artes, n.23, Jan-Abr, 2017

__________. NBR ISO/CIE 8995-1: Iluminação de ambientes de trabalho – Parte 1: Interior. Rio de
Janeiro, 2013.

COSTI, Marilice. A influência da Luz e da Cor em salas de espera e corredores hospitalares.


Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.
DEGRA, Adriano; GOBI, Erlei. Iluminação e Saúde: Como a luz pode ser uma importante
aliada no tratamento de pacientes. Revista Lume Arquitetura, São Paulo. ed. 60. p. 28-34,
fev./mar. 2013.
FELICÍSSIMO, Adriana. Lâmpadas de multivapores metálicos – eficiente, durável, econômica
e de luz branca. Revista Lume Arquitetura, São Paulo. ed. 3. p. 40-45, ago./set. 2003.
FELICÍSSIMO, Adriana. Lâmpadas halógenas – luz mais branca e brilhante. Revista Lume
Arquitetura, São Paulo. ed. 04. p. 40-46, out./nov. 2003.
GREGORY, R.L. Eye and Brain: The Psychology of Seeing. Princeton University Press, 2015.
Fifth Edition. 288p.INNES, Malcolm. Iluminação no design de interiores. São Paulo: Gustavo Gilli,
2014. 192 p.
KHAN, Louis. A + U: Architecture and Urbanism, November 1983 Extra Edition: Louis I.
Kahn: Conception and Meaning A + U publishing Co. ltd., 1983.
MARTINEZ, A. C. Ensaio sobre o projeto. Brasília: Universidade de Brasília, 2000. 198p.
NOBRE, Ana Luiza. Lighting design: Franco & Fortes. São Paulo, 2007. v. 3. 94 p.
PIMENTA, José Luiz. LED – uma fonte de luz promissora. Revista Lume Arquitetura, São Paulo. ed.
23. dez./jan. 2007.
SCOPACASA, Vicente A. Hospital em São Paulo – qualidade de luz proporciona bem-estar e conforto
aos pacientes e funcionários do 9 de julho. Revista Lume Arquitetura, São Paulo. ed. 81. p. 22-27,
ago./set. 2016.
SCOPACASA, Vicente A. Introdução à tecnologia de LED. Revista Lume Arquitetura LA PRO, São
Paulo. ed. 01. p. 5-11, nov. 2004.
STILLER, E. Iluminação de residências. In: Lighting Design, 9., 2000, São Paulo, Seminário
Internacional. São Paulo. 2000. p.2-3.

Submetido em Dez 2016, Aprovado em Fev 2017, Publicado em Set 2017

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