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O T E XT O E A ARGUM E NTAÇ ÃO | 7 3

Já o texto seguinte pretende também levar seu leitor a parar de fumar, mas, nesse caso, o
argumento é racional:

29 de agosto
Dia Nacional de Combate ao Fumo
Uma pessoa que fuma um maço de cigarros por dia terá gastado, em 20 anos, a quantia de 18 mil
reais, o que daria para ela comprar cerca de 475 cestas básicas.

Nesse texto, apelamos para o bom senso do leitor: com o tempo, o gasto com o hábito de
fumar se torna alto e dá para comprar uma quantidade considerável de alimentos.
Vamos agora comentar mais em detalhes alguns tipos principais de argumentos que são
baseados na razão, o que não impede, por outro lado, que possam também despertar emoção.
Forneço, em primeiro lugar, a lista desses argumentos e, após isso, a definição e a exempli-
ficação de cada um deles:

LISTA DE ARGUMENTOS

(1) Dedução lógica


(2) Experiência
(3) Maioria
(4) Autoridade
(5) Justiça
(6) Ainda mais
(7) Consequência
(8) Inseparáveis
(9) Escolha
(10) Causa
(11) Desqualificação do adversário
(12) Incompatibilidade

O argumento mais básico, que se fundamenta na razão, é aquele que contém uma (1) dedução
lógica. Considere o exemplo seguinte:

(A) Todos os jogadores da seleção do Brasil ganham bem.


(B) Neymar é um jogador da seleção do Brasil.
(C) Então, Neymar ganha bem.

Nesse exemplo, aparecem três orações: as orações (A) e (B) são chamadas de premissas e a
terceira, (C), de conclusão. Essa conclusão é inevitável, pois foi deduzida logicamente das duas
premissas. Muitas vezes, para construir um argumento, nós utilizamos esse tipo de raciocínio.
Veja o texto seguinte em que foi utilizada a dedução lógica:

O Brasil deve investir o dinheiro do petróleo retirado da camada pré-sal na educação. Todos os
países que investem em educação se tornam desenvolvidos e, se o Brasil fizer isso, vai se tornar
um país desenvolvido.
AS C LAS S E S E O S I GNI FI C ADO DAS PALAVRAS E DAS ORAÇ ÕE S | 1 0 3

exemplo anterior, em que a pessoa pensou no boné específico que lhe pertence. No caso, a pessoa
pensou, portanto, em alguém do sexo masculino, já idoso; e, dependendo da sua experiência de
vida ou dos contatos com idosos que ela já teve, pensou num homem calvo ou grisalho, usando
certo tipo de roupa, etc.
Para resumir, podemos saber ou não saber exatamente quem é ou o que é o referente de
uma palavra, mas, nos dois casos, precisamos associar, na nossa mente, as palavras com uma
imagem mental e esta última está ligada a algum referente específico que sabemos ou achamos que
existe; ou então a imagem mental é composta de características ou propriedades que associamos
normalmente aos referentes daquele tipo.
É também verdade, por outro lado, que nem sempre o referente existe realmente no mundo.
Há seres que são apenas imaginados e representados por desenhos ou algum tipo de ilustração,
como as personagens de histórias em quadrinhos ou de desenhos animados.
Fazemos também uma imagem mental de orações que tem como referente todo um evento
ou acontecimento, como por exemplo:

O Brasil ganhou a Copa do Mundo de 2002 numa final contra a Alemanha.

Compreender essa oração depende da associação das palavras Brasil, Alemanha, a Copa do
Mundo, etc., com os seus referentes, o que implica saber que Brasil e Alemanha, nesses casos, são times
de futebol, e nos permite construir uma imagem mental de todo o evento narrado nesse exemplo.
Podemos igualmente compreender uma qualidade de alguém ou de alguma coisa ou a ma-
neira de fazer algo associando as palavras que as indicam com os seus referentes. Por exemplo:

A vizinha do terceiro andar, que você não conhece, é uma morena bonita.
Ele tomou a limonada rapidamente.

No primeiro exemplo, entendemos a palavra bonita como uma propriedade da vizinha do


terceiro andar e, para isso, faço uma imagem do que é, para mim, as características de uma moça
morena bonita. Da mesma forma, compreendemos a palavra rapidamente como uma maneira de
fazer algo que, no caso, é tomar uma limonada: imaginamos, por exemplo, que a pessoa virou o
copo com a limonada de uma só vez, etc.
No entanto, só identificar o referente de uma palavra nem sempre é suficiente para sua
compreensão. Observe a interpretação da palavra vermelho nos seguintes exemplos, que são
muito interessantes:

A maçã é vermelha (a casca)


A melancia é vermelha (por dentro)
O lápis é vermelho (pintado de vermelho ou é um lápis de cor)
A casa é vermelha (do lado de fora)
A caneta é vermelha (a tinta)

Nós sabemos reconhecer a cor vermelha nas coisas, mas a compreensão dessas orações inclui
conhecer propriedades dos objetos aos quais associamos essa cor.
1 4 8 | GR AM Á T I C A I NT E LI GE NT E DO P ORT UGUÊ S DO BRAS I L

Fica claro, assim, que, no exemplo, a ação de cozinhar acontece no momento em que a
pessoa está falando e que ainda não acabou. Uma das diferenças entre esse presente com auxiliar
e gerúndio e o presente sem auxiliar é que no primeiro caso, a ação é entendida como algo que é
transitório. Observe a diferença de interpretação dos dois casos nos exemplos seguintes:

1. Moro em Campo Grande.


2. Estou morando em Campo Grande.

O primeiro exemplo dá uma ideia de algo mais definitivo enquanto, no segundo exemplo,
parece que queremos dizer que é algo mais transitório, ou seja, que já morei em outros lugares e
que posso, inclusive, me mudar.
Como já falamos, a partir dos TEMPOS básicos presente, passado e futuro, geramos os
TEMPOS derivados. Para entender como são formados e a relação entre eles, vamos, em primeiro
lugar, entender o “passar do tempo” usando o recurso de uma “linha do tempo”, na qual o tempo
transcorre da esquerda para a direta e na qual marcamos o momento em que a pessoa fala através
de um ponto que chamaremos de AGORA:
AGORA

Linha do tempo

O falante pode situar o fato ocorrido como anterior, simultâneo ou posterior ao ponto AGORA,
o que permite gerar os três momentos do tempo cronológico:
passado presente futuro

É possível também dizer, em relação aos pontos passado e futuro, se o ocorrido é anterior,
simultâneo ou posterior a eles, o que permite derivar os seguintes TEMPOS gramaticais:
Futuro do presente
Passado imperfeito + gerúndio

passado presente futuro

Passado Futuro Futuro Futuro


mais-que-perfeito do passado do presente do presente
+ particípio
Fonte: baseado em Platão e Fiorin (2001).
OS LUGARE S DOS S I NTAGM AS NA ORAÇ ÃO | 3 6 5

EX ERC ÍC IOS
1. O texto a seguir é uma crônica de Otto Lara Resende, publicada em 1993 e já utilizada nos
exercícios do capítulo 5:

O PASTEL E A CRISE
Quando a crise convida ao pessimismo ou ameaça descambar na depressão, está na hora de ler. Poesia ou
prosa, tanto faz. A partir de certa altura, bom mesmo é reler. Reler sobretudo o que nunca se leu, como
repeti outro dia a um amigo que não é chegado à leitura. Ele mergulhou no Proust sem escafandro e se
sente mal quando vem à tona e respira o ar poluído aqui de fora.
Verdadeiro sábio era o Rubem Braga...
Certa vez, no auge de uma crise, crivada de discursos e de diagnósticos, o Rubem estava de olho nas
frutas da estação. Madrugador, cedinho já sabia das coisas. Quando o largo horizonte nacional andava
borrascoso, ele se punha a par das nuvens negras, mas não mantinha o olhar fixo no pé direito alto da
crise. Baixava o olhar ao rodapé, pois o sabor do Brasil está também no rés-do-chão. Num dia de greve
geral, inquietações no ar, tudo fechado, o Rubem me telefonou: Vamos ao bar Luís, na rua da Carioca?
Vamos ver a crise de perto...
Fonte: Rezende, 1993: 136.

Tarefa: Distinga os tipos dos verbos em negrito no texto de acordo com os seguintes critérios: (1)
“pedem” um objeto; (2) não “pedem” um objeto; (3) “pedem” um objeto precedido por preposição;
(4) “pedem” dois objetos e um deles é precedido por preposição. Atenção para o fato de os objetos
poderem ser não pronunciados.

2. O texto a seguir é um trecho de uma crônica de Luis Fernando Veríssimo, publicada em 1983:

ED MORT E O ANJO BARROCO


Durante meses ninguém entrara no meu escri – escritório é uma palavra grande demais para descrevê-
lo – a não ser cobradores, que eram expulsos sob ameaças de morte ou coisa pior. De repente, começou
o movimento. Entrava gente o dia inteiro. Gente diferente. Até as baratas estranharam e fizeram bocas.
Não levei muito tempo para descobrir o que tinha havido. Alguém trocou a minha plaqueta com a da
escola de cabeleireiros, ao lado. A escola de cabeleireiros passou o dia vazia...
Fonte: Veríssimo, 1983: 79-82.

Tarefa 1: Invente orações com os verbos em negrito de maneira que esses verbos apresentem
significados diferentes dos que estão no texto. Vale também converter verbo num verbo auxiliar.

Tarefa 2: Invente duas orações com cada um dos verbos a seguir de maneira que ilustrem uma
transformação do tipo de verbo.

acabar – caber – correr – encher – fechar – igualar – levar – ocupar – pôr – seguir – tirar – virar

3. O texto seguinte é um trecho de fala de uma mulher de 49 anos, residente em Belo Horizonte
e com formação universitária:

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