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Sabe-se que a escravatura negra no Brasil acabou, entretanto, a luta ainda continua,
visto que as diferenças existentes ainda são muitas, infelizmente. Sabe-se, também, que o
desrespeito aos valores culturais e a história de um grupo social é a principal forma de
opressão utilizada ao longo da história da humanidade. Sendo assim, ensinar história e
cultura de um povo é ensinar sua visão de mundo, os pensamentos e ações na perspectiva
desse povo.
A imagem que se tem do continente africano e de seus descendentes não é
relacionada com a produção intelectual nem com tecnologia, as ideias distorcidas
desqualificam a cultura negra e acentuam o preconceito até os dias de hoje.
O continente negro é parte integrante da História Contemporânea, porém os
currículos escolares são, em geral, organizados segundo uma visão eurocêntrica, de forma que
os valores políticos, culturais e religiosos das populações negras são colocados em segundo
plano. Eles não consideram que quase tudo que temos de ciência, religião, arte, filosofia são
baseados nos conhecimentos transmitidos pela civilização egípcia, que durante 40 séculos
surpreendeu o mundo com sua inteligência e sensibilidade.
O Brasil alardeia a imagem de um país em que prevalece a democracia racial uma
das maneiras de dizer que um problema não existe é empregar chavões pretensamente
cordiais, como se o país fosse uma espécie de paraíso étnico, apesar de todas as provas em
contrário. No caso da população afrodescendente brasileira, tanto a sua história de
discriminação e de exclusão a que foi submetida, quanto seu papel na construção da sociedade
é ignorado pelos conteúdos escolares.
Na maioria das vezes, quando se trata do continente africano, apenas um capítulo do
livro didático trata da escravidão, sem apresentar o negro como sujeito histórico, autônomo
capaz de organizar suas lutas e construir a história do país. As etnias convivem em harmonia
por aqui, porém a renda per capita média de negros é menos da metade da dos brancos. Há
mais analfabetos entre os negros e, em decorrência, eles têm mais probabilidade de serem
pobres, com chances remotas de ascensão social.