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gerenciamento de riscos
em projetos
Juliana Bezerra
Introdução
Risco é uma característica comum para todos os projetos. Todos os projetos têm algum grau
de incerteza devido às suposições associadas a eles e ao ambiente em que são executados.
Um projeto é considerado bem-sucedido quando é finalizado dentro das expectativas de tempo,
custo e qualidade, além de ter atendido às expectativas do cliente e a moral da equipe ter se
mantida alta durante todo o projeto.
Entretanto, nem sempre um bom planejamento de prazos, recursos, custos e qualidade é
suficiente para garantir o sucesso de um projeto. Muitas vezes, fatores externos têm influência
decisiva no sucesso ou fracasso de um empreendimento, o que evidencia a atenção que deve
ser dispensada ao gerenciamento de riscos
Embora os riscos não possam ser eliminados completamente, muitos podem ser antecipados
e controlados pró - ativamente. Uma vez identificados os riscos, há um número de opções que
o gerente do projeto poderá considerar como respostas.
O objetivo deste artigo é desenvolver o conceito de riscos e sua gestão dentro de projetos,
abordando os principais processos definidos no PMBOK relativos ao gerenciamento desta área
de conhecimento.
O que é Projeto?
O conceito de projetos tem sido muito discutido e evoluído ao longo dos últimos anos, algumas
definições utilizadas são citadas a seguir:
A literatura define projeto como sendo um empreendimento temporário desenvolvido para criar
um produto ou serviço único como resultado. Também, é um conjunto de atividades com um
ponto de início, um ponto definido para encerramento, um escopo de trabalho e um orçamento
claramente definido, tendo por finalidade alcançar um objetivo pré-determinado.
Para Kerzner (2002), projeto é “um empreendimento com objetivo identificável que consome
recursos e opera sob pressões de prazos, custos e qualidade. ”
Para o PMI – Project Management Institute, um projeto pode ser definido como: “um
empreendimento temporário com o objetivo de criar um produto ou serviço único”. (PMBOK,
2000, p 4).
Segundo Kerzner (2002), um projeto na atualidade é considerado um sucesso em sua
implementação quando atende a quatro critérios básicos: Tempo, custo, eficácia e satisfação
do Cliente.
Tendo como referência os conceitos acima citados, é importante ressaltar que o projeto é um
conjunto de atividades ou medidas planejadas para serem executadas com responsabilidade
de execução definida, objetivos determinados, abrangência (ou escopo) definida, prazo
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delimitado e recursos específicos. Além disso, um projeto é caracterizado por criar algo novo,
algo que não havia sido feito antes da mesma maneira.
Características de um projeto
Singularidade
Os projetos envolvem a realização de objetivos singulares, não repetitivos, caracterizados como
inéditos, portanto trabalhos que não tenham sido feitos antes da mesma maneira e que geram
produtos únicos até o momento do seu encerramento.
Temporalidade
Todos os projetos possuem início e fim bem definidos, com duração finita determinada em
função do problema a ser resolvido e das metas que se quer alcançar.
De acordo com Verzuh (2000), “a data de início pode não ser bem definida no momento em que
a ideia está se transformando em um projeto. O fim, contudo, tem de estar claramente definido
para que todos os participantes cheguem a um consenso sobre o que se compreende ser o
projeto completo”.
Ciclo de vida
O ciclo de vida significa a sequência de fases que vão do começo ao fim de um projeto.
Normalmente, antes que uma fase termine, a próxima fase é iniciada. As quatro fases mais
comuns no ciclo de vida dos projetos são:
a) Iniciação – nesta fase são identificadas as necessidades e levantadas as informações
e estimativas, para possibilitar a definição de um problema estruturado a ser resolvido
pelo projeto. Nessa fase, além de conhecido o problema, são definidos os resultados
esperados, as metas, os produtos e os recursos necessários, considerando-se as
expectativas e os requisitos dos clientes e, ainda, os esclarecimentos e as ponderações
das partes envolvidas. Esses aspectos possibilitam esclarecer e demarcar o escopo do
projeto.
b) Planejamento – nesta fase são identificadas e selecionadas as melhores estratégias de
abordagem para cumprir o escopo definido na fase de iniciação. Na fase de
planejamento são previstas e detalhadas todas as atividades necessárias para levar a
bom termo o projeto. O processo de planejamento inclui ainda cronogramas, alocação
de recursos, estimativa de custos, para que, ao final, o plano esteja pronto para ser
executado sem dificuldades.
c) Desenvolvimento (e controle) – nesta fase os planos do projeto são colocados em
prática e o projeto começa a ser efetivamente realizado e controlado.
d) Encerramento – neste ponto, idealmente, o projeto já atingiu todas as metas previstas,
entregou todos os produtos esperados e conseguiu resolver o problema proposto.
Incerteza
As incertezas apresentam tanto risco quanto oportunidade, com o potencial para destruir ou
criar valor.
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Entende-se que cada projeto tem algum grau de incerteza ao gerar produto ou serviço singular,
pois sempre há certo desconhecimento quanto à forma de atingir os objetivos ou de gerar os
produtos e os resultados esperados.
Interdisciplinaridade
O desenvolvimento de projetos requer uma gama de conhecimentos diferenciados. A
metodologia de gestão de projeto compreende, além de técnicas específicas da área de
projetos, ferramentas e conceitos de outras disciplinas tais como administração em geral,
planejamento, controle de qualidade, informática, estatística, custos e orçamentação, entre
outras.
Gerenciamento de Riscos
Os projetos estão sujeitos a um conjunto muito grande de perturbações provenientes do
mercado, das políticas governamentais e organizacionais e de toda natureza. Estas
perturbações podem ser classificadas como incertezas ou riscos.
Segundo Menezes (2003), “o que diferencia um risco de uma incerteza é o conhecimento – ou
possibilidade de estimativa – de sua probabilidade de ocorrência. Quando essa é desconhecida
ou difícil de ser estimada, estaremos diante de uma incerteza. Quando ela for conhecida – ou
pudermos estimá-la com uma confiabilidade aceitável –, podemos dizer que estamos frente a
um risco do projeto”.
Para Verzuh (2000), “o gerenciamento dos riscos é um meio pelo qual a incerteza é
sistematicamente gerenciada para aumentar a probabilidade de cumprir os objetivos do
projeto”.
O risco está relacionado à escolha, não ao acaso, pois decorre da incerteza inerente ao conjunto
de possíveis consequências (ganhos e perdas) que resultam de decisões tomadas diariamente
pela organização. O gerenciamento do risco é um mecanismo que produz a estabilidade
organizacional através da identificação, priorização, mitigação e mensuração da implicação de
cada decisão.
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Por meio da matriz de probabilidade de ocorrência e impacto, são priorizados aqueles riscos
que, se ocorrerem, causarão o maior impacto ao projeto. A classificação dos riscos deve ter
como base a matriz abaixo:
Uma vez mensurados o impacto e a probabilidade, deve-se avaliar o grau de exposição ao risco.
Com base na avaliação do impacto e da probabilidade de ocorrência dos riscos podemos definir
o nível de risco, utilizando o seguinte gráfico:
Para Menezes (2003), “a análise desses riscos leva-nos a uma tomada de decisão sobre as
ações necessárias para melhor tratá-los sempre equilibrando as finanças e a exequibilidade do
projeto”.
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2) Evitar
Evitar o risco é mudar o plano de projeto para eliminar o risco ou a condição ou para proteger
os objetivos do projeto destes impactos. Embora a equipe não possa eliminar todos os
eventos de risco, alguns riscos específicos podem ser evitados.
Alguns eventos de risco que surgem cedo no projeto podem ser evitados com
requerimentos esclarecedores, obtendo-se informações, melhorando a comunicação ou
consultando especialista. Reduzindo escopo para evitar atividades de alto risco,
acrescentando recursos ou tempo, adotando uma abordagem familiar em vez de uma
inovação, ou evitando um fornecedor desconhecido podem ser exemplos de evitar o risco.
3) Aceitar
Segundo Verzuh (2000), “aceitar o risco significa entender o risco, suas consequências e
probabilidade e decidir não fazer nada. Se o risco ocorrer, a equipe do projeto irá reagir. ”
A aceitação ativa de riscos pode incluir o desenvolvimento de um plano de contingência. A
aceitação passiva de riscos faz com que a equipe do projeto trate de riscos à medida em
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que ocorram. Sua forma mais usual compreende o estabelecimento de uma reserva de
contingência, incluindo recursos financeiros, tempo e recursos materiais.
4) Transferir
Consiste na busca de transferência da consequência de um risco a um terceiro, bem como
da incumbência da resposta. Transferindo o risco simplesmente daremos a outra parte a
responsabilidade para gerenciar isto, porém não o elimina.
Para obter um plano de resposta aos riscos eficiente, deve-se desenvolver planos de
ação/solução para riscos cuja exposição seja acima dos limites de tolerância, validar os
planos de ação com a gerência das unidades de negócio e “donos dos processos”, elaborar
relatórios do status de implantação dos planos de ação e avaliação de riscos por unidade
de negócio/processo e reportar os resultados para a alta Administração.
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Conclusão
É essencial o gerenciamento dos riscos em projetos pois a natureza de constante mutação do
mercado expõe as empresas a constantes mudanças e, em consequência, os riscos variam
frequentemente em termos de probabilidade e impacto.
Para acompanhar as constantes mudanças, as empresas de todos os segmentos estão em
processo contínuo de identificação, priorização e execução de uma série de iniciativas para
melhorias nos negócios.
Os projetos estão cheios de incertezas e os gerentes de projeto devem estar aptos a lidarem
com estas incertezas, em todas as suas dimensões.
É importante ter em mente que, embora os riscos existam, o gerenciamento do risoc se baseia
mais na percepção da existência destes, do que na sua existência em si. Uma postura pró-ativa
reconhece as vantagens do planejamento e o acompanhamento como ferramentas racionais e
econômicas para enfrentar as incertezas dos projetos...
Referências
- 5º Congresso de Auditoria Interna e Compliance -
https://www.febraban.org.br/eventos/Palestras/Evento_audcom04_ItemPrograma_108.pdf - a
cessado em 04/05/2007
- ALENCAR, Antonio Juarez & SCHMITZ, Eber Assis (2005) - Análise de Risco em Gerência de
Projetos. Rio de Janeiro.
- KERZNER, Harold (2002) – Gestão de projetos: as melhores práticas. Porto Alegre.
- MENEZES, Luis César de Moura (2003) – Gestão de Projetos. 2ª edição. São Paulo.
- PMI, Project Management Institute (2000). A Guide to the Project Management Body of
Knowledge (PMBoK). 2nd edition. Philadelphia: Project Management Institute Inc., 2000
- PMI, Project Management Institute (2004). A guide to the Project management body of
knowledge – PMBOK. 3rd edition.Philadelphia: Project Management Institute, 2004.
- VERZUH, ERIC (2000) – MBA compacto: gestão de projetos. 8° Edição. Rio de Janeiro.
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