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MINISTÉRIO GOEL

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GRAMÁTICA DO GREGO KOINÊ


Gilson de Almeida Pinho
São José dos Campos - SP

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

Conhecendo o grego koiné do Novo Testamento


O texto bíblico não é algo misterioso e inacessível à grande maioria das pessoas; pelo contrário,
é algo acessível e perfeitamente compreensível a todos. Tanto o Antigo como o Novo
Testamento foram escritos em línguas humanas, e não divinas, e em estilos tipicamente humanos
para que pudessem ser entendidos, estudados e analisados por pessoas comuns, e não por “super
santos”.
O Novo Testamento foi escrito numa língua técnica, bastante regular e muito bonita, o grego
koiné (pronuncie: kóinê, com tonicidade na última sílaba, sem nasalização). Apesar de já ser
uma língua extinta (o grego moderno é originário do koiné e difere dele em muitos detalhes
gramaticais e na pronúncia), o grego koiné é facilmente acessível a todo interessado nas línguas
originais da Bíblia, e neste trabalho estaremos conhecendo os rudimentos dessa língua.

Este estudo foi desenvolvido de maneira a mais didática possível. Nele são apresentadas
constantemente algumas listagens (seqüência de assuntos dentro de uma mesma idéia), sempre
identificadas pelo uso de marcadores ou numeradores:
 Um marcador simples indica uma listagem cuja ordem dos assuntos não é destacada, e
eles podem ter sua ordem alterada. A própria listagem pode ser convertida em texto
simples sem que isso comprometa o entendimento do texto.
 Um marcador em seta indica que a identificação e a descrição dos tópicos deve ser
observada e diferenciada de um para o outro.
1. Um numerador simples (1. 2. 3...) indica uma seqüência onde a
ordem deve ser observada e não pode ser alterada, caso contrário poderá comprometer o
entendimento. Algumas vezes um numerador simples é utilizado para apresentar uma
seqüência dentro de outra.
Como o uso dos marcadores e numeradores visa destacar idéias, sempre que necessário, elas
serão destacadas em negrito e itálico.
As várias tabelas e quadros servem para relacionar dados, comparar assuntos, colocar as coisas
de maneira que seja mais fácil para o leitor visualizar o que está sendo tratado ou, simplesmente,
acrescentar alguma informação histórica, cultural, teológica, etc.
As referências e citações bíblicas são abreviadas de acordo com o modelo utilizado pela SBB
(Sociedade Bíblica do Brasil), mesmo quando a versão utilizada não é da SBB.
Como o objetivo maior deste trabalho é servir como um pequeno referencial de estudo, foi
adotada uma forma de numeração dos tópicos, embora a supressão dela não afete o
entendimento do que está sendo abordado.

Estudar o koiné é um desafio para muita gente, maior desafio tem sido para mim o esforço de
fazer este trabalho. Desde 1980, quando estudei um pouco de grego no seminário, não tinha mais
me dedicado ao estudo do koiné, até que em dezembro de 2003 o Pr. João Arantes Costa, um dos
fundadores do CETEVAP – Centro de Estudos Teológicos do Vale do Paraíba, em São José dos
Campos – SP, convidou-me a lecionar esta matéria.
Mais que um convite, ele lançou um desafio para mim. Eu já sabia o tamanho do problema que
estaria assumindo, mas não imaginava o preço que pagaria para isso. As dificuldades foram
muitas, mas Deus deu graça. Em menos de dois meses a primeira edição deste trabalho ficou
pronta, ou melhor, parcialmente pronta, pois obviamente houve falhas, e muita coisa incompleta,
que procurarei corrigir, complementar, esclarecer e comentar melhor na segunda edição, e
também na terceira edição, e com certeza outras alterações serão realizadas a cada futura edição.

A todos irmãos e amigos com quem tenho convivido e trabalhado dedico esta pequena obra,
principalmente aos alunos do CETEVAP, a quem tenho tido a oportunidade de compartilhar não
apenas conhecimento, mas, mais que isso, experiências e uma mesma fé comum em Jesus, nosso
Salvador.
O que mais importa é que este pequeno trabalho sirva para a edificação espiritual dos crentes e
para o crescimento da verdadeira igreja espiritual de Jesus, independente de qualquer título
denominacional em que ela se ache rotulada, pois este estudo foi feito com muita pesquisa e com
muito amor pelo povo de Deus.
Dedico também a meu pai Luiz Lemos de Pinho que me dirigiu nos primeiros passos da fé cristã
e, em especial, à minha esposa Selma e a nossos filhos Heloísa, Selminha e Daniel, a quem
muitas vezes tenho privado da minha companhia a fim de atender a obra de Deus. Que o Senhor
os abençoe grandemente!
Este trabalho não se propõe a responder todas as dúvidas que os leitores têm a respeito de uma
das línguas originais da Bíblia, mas com certeza irá ajudá-los a compreender melhor o sentido do
texto bíblico, habilitando-os a terem um melhor contato com ele. Com isso, terão mais
argumento para discutir e tratar de assuntos relacionados às línguas originais da Bíblia e, o mais
importante, saberão como utilizar sozinhos algumas das ferramentas básicas de estudo e tradução
disponíveis para quem se propõe a estudar este assunto.

Conhecendo o grego koiné do Novo Testamento é um desafio; um desafio difícil, mas não
impossível; um desafio trabalhoso, mas perfeitamente superável. Aqui valem as palavras de
Paulo em 2Tm 2.15:       
     
Bem vindo ao desafio! E que...

 (Hebreus 13.25)

Gilson de Almeida Pinho


São José dos Campos - SP
06/05/2005

1a edição: 2004
2a edição: 2005
3ª edição: 2006
Sumário geral

Introdução .............................................................................................................................. 9

Módulo 1 – Histórico – Fonética – Morfologia – Estrutura básica da


língua grega ...................................................................................................
1. História – A origem do povo, da língua e da escrita grega ..............................................
2. Fonética 1 – O alfabeto grego ...........................................................................................
3. Fonética 2 – Particularidades das vogais e das consoantes ..............................................
4. Fonética 3 – Divisão silábica, aspiração, acentuação e pontuação ..................................
Anexo 1 – A pronúncia do grego moderno ......................................................................
5. Substantivos 1 – Estrutura dos substantivos e suas flexões .............................................
6. Artigos 1 – Gêneros, números, casos e usos especiais dos artigos ...................................
7. Verbos 1 – Estrutura e flexões dos verbos, e apresentação do verbo  ......................
Anexo 2 – A estrutura da oração e a formação básica do pensamento grego ................
8. Substantivos 2 – Substantivos da segunda declinação .....................................................
9. Verbos 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo  .............
Anexo 3 – Conjugações verbais em português .................................................................
10. Substantivos 3 – Substantivos da primeira declinação ..................................................

Módulo 2 – Morfologia 2 (classes gramaticais em grego – continuação) ...........


11. Verbos 3 – O presente do subjuntivo do verbo de terminação  e do verbo  .......
12. Adjetivos 1 – Adjetivos de primeira e segunda declinações ..........................................
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação  e do
verbo  .......................................................................................................................
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação ....................................................
15. Verbos 5 – Verbos defectivos ou depoentes (indicativo presente e futuro) ...................

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Introdução

Vivemos uma época de questionamentos e dúvidas. E tudo isso também ocorre em relação à
Bíblia. Nunca a humanidade conheceu tanto sobre tantos assuntos diferentes. Do mesmo modo
podemos dizer que nunca os cristãos conheceram tanto sobre a Bíblia como agora.
Deus não muda e sua palavra não muda (Lc 21.33), mas o mundo muda, o conhecimento muda
em progressão geométrica, as pessoas mudam e a igreja, que é formada por pessoas, também
muda. Com isso não é possível parar no tempo e no espaço e permanecer apegado aos
rudimentos da fé (Hb 6.1). Todo cristão deve estar preparado para os novos conhecimentos,
novas críticas e comentários contra a palavra de Deus. Deve estar preparado para as novas
descobertas científicas, arqueológicas, etnológicas, filológicas, etc., que em tudo têm confirmado
a veracidade da palavra de Deus. Um requisito indispensável para quem sabe que enfrentará esse
tipo de problema é o conhecimento do texto e da linguagem original da Bíblia. Isso dá mais
subsídios para argumentação daquilo que crê (1Pe 3.15).

O grego é essencialmente uma língua intelectual, técnica e prática, que apela à razão e não às
emoções, maior prova disso está na existência dos grandes filósofos gregos, uma classe de
pessoas que nenhuma civilização do passado teve em tão grande número, como a Grécia.
O grego é um idioma indo-europeu (ou ariano), e como todo idioma indo-europeu é bastante
flexionado, porém sua forma prática e suas expressões precisas, aliadas às suas variações e
declinações geralmente regulares e simples facilitam o aprendizado e o entendimento por parte
de pessoas com outras línguas mãe. Tais características fizeram do grego, e fazem ainda hoje,
uma língua para uso científico, técnico, filosófico, teológico e, até mesmo, comercial e
diplomático.
Esta era a língua mais difundida nos dias de Jesus em todo Mediterrâneo oriental, principalmente
sua forma vulgar (popular) conhecida como koiné (pronuncie: kóinê, com tonicidade na última
sílaba, sem nasalização). Foi nessa língua que o texto do Novo Testamento foi escrito, e suas
características contribuíram para a grande difusão do evangelho.
Se quisermos conhecer o texto bíblico original do Novo testamento temos de estudar a língua em
que ele foi escrito. Neste trabalho estaremos conhecendo os rudimentos dessa língua de maneira
tal que, no fim deste primeiro módulo, já poderemos compreender como é formado o
pensamento do vernáculo grego, suas classes gramaticais, além de poder ler e compreender algo
do texto grego do Novo Testamento, tomando como base o cap. 1 do evangelho de João.
Após observarmos uma rápida introdução histórica à origem do povo, da língua e da escrita
grega, poderemos dividir o resto deste trabalho em basicamente 4 partes:
1. Estudo de fonética, a fim podermos ler o koiné com desenvoltura.
2. Estudo dos substantivos e termos correlacionados: artigos, adjetivos e pronomes, a fim
podermos entender as declinações das palavras do koiné.
3. Paralelamente teremos o estudo das formas verbais básicas e os advérbios, a fim de
podermos entender a formação do pensamento e das orações no koiné.
4. Estudo de outras classes gramaticais: preposições, conjunções, numerais e intejeições, a
fim de vermos os termos acessórios na oração e a fluência da língua.
Esta quádrupla divisão está distribuída por 4 módulos, porém os módulos não correspondem a
cada uma das divisões, pois a ordem dos assuntos será intercalada. Isso foi feito para evitar o

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enfado de ficar num mesmo assunto o tempo todo, e também porque é bom irmos assimilando
uma visão gramatical mais ampla antes de nos aprofundarmos num mesmo assunto.

As famílias lingüísticas
Existem 26 grandes famílias lingüísticas no mundo, sendo uma delas a indo-européia ou ariana.
As outras são: camito-semita (ou afro-asiática – onde está o hebraico), uralo-altaica, tai-chinesa,
tibeto-birmanesa, malaio-polinésia, austro-asiática, dravídica, além de várias famílias dos negros
africanos, de indígenas americanos e outras línguas de classificação controversa.
A indo-européia pode ser identificada como a principal família descendente de Jafé, o filho mais
novo de Noé (Gn 10.2-5). Os indo-europeus são originários do sul da Rússia atual, entre o
Cáucaso e litoral norte do mar Negro até a região sul e oeste do rio Volga, e como o próprio
nome diz, espalharam-se por praticamente toda a Europa* até a região centro-norte da Índia
(antes mesmo de 3000 a.C.), e se dividem em diversas sub-famílias e ramos.
A sub-família européia ocidental:
 itálico ou neo-latino: latim, italiano, português, francês, espanhol, etc.
 germânico: alemão, inglês, holandês, sueco, dinamarquês, etc.
 céltico: celta, irlandês, galês, bretão, etc.
A sub-família européia oriental:
 eslavo: russo, polonês, ucraniano, belaurus, etc.
 iugoslavo: sérvio, croata, esloveno, etc.
 báltico: lituano, letão, prussiano antigo, etc.
 búlgaro
A sub-família européia balcânica:
 grego – este é o foco de nosso estudo.
 albanês
 ilírico (extinto)
 trácio (extinto)
A sub-família européia caucasiana:
 armênio
A sub-família asiática anatoliana:
 anatólico: hitita, lídio, etc. (todos já extintos)
A sub-família asiática árica:
 iraniano: persa, curdo, afegani, etc.
 tocariano: na Ásia central.
A sub-família asiática indiana:
 indo: hindi, bengali, etc.
Línguas derivadas modernas:
 africânder
 várias línguas crioulas da África e América Central.
* Na Europa, só não são indo-europeus: basco, húngaro, turco, estoniano, finlandês e lapão.

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
Conhecendo o grego koiné do Novo Testamento

Módulo 1
História – Fonética – Morfologia – Estrutura básica da língua grega

Objetivo do Módulo 1 ................................................................................................................

1. História – A origem do povo, da língua e da escrita grega ...................................................


1.1. Os primeiros habitantes não helênicos da Grécia – antes de 1450 a.C. ............................
1.2. A origem do povo grego e a formação de sua língua e escrita – entre 1450-900 a.C. .......
1.3. O período clássico da língua grega – 900-336 a.C. .............................................................
1.4. O período helenístico da língua grega: o koiné – 336 a.C. - 332 a.D. ................................
1.5. O período bizantino da língua grega – 332-1453 a.D. ........................................................
1.6. O grego moderno – após 1453 ............................................................................................

2. Fonética 1 – O alfabeto grego ................................................................................................

3. Fonética 2 – Particularidades das vogais e das consoantes ..................................................


3.1. As vogais, os ditongos e o hiato ...........................................................................................
3.1.1. As vogais ......................................................................................................................
3.1.2. Os ditongos verdadeiros ou ditongos reais ....................................................................
3.1.3. O ditongo com iōta subscrito ou pseudoditongo ............................................................
3.1.4. O hiato ou diérese .........................................................................................................
3.2. As consoantes ......................................................................................................................

4. Fonética 3 – Divisão silábica, aspiração, acentuação e pontuação .......................................


4.1. A divisão silábica ................................................................................................................
4.2. Fusão de palavras ...............................................................................................................
4.3. Aspiração das palavras .......................................................................................................
4.4. Acentuação ou prosódia ......................................................................................................
4.4.1. Acento agudo ................................................................................................................
4.4.2. Acento grave – as palavras barítonas ...........................................................................
4.4.3. Acento circunflexo ........................................................................................................
4.4.4. Acentuação regressiva ..................................................................................................
4.4.5. As palavras átonas ........................................................................................................
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4.4.6. Como acentuar as palavras gregas ...............................................................................
4.5. Pontuação ............................................................................................................................
4.6. Exercícios de leitura ............................................................................................................

Anexo 1 – A pronúncia do grego moderno ...............................................................................


1. Alterações de pronúncia ........................................................................................................
2. Alterações de vocabulário .....................................................................................................

5. Substantivo 1 – Estrutura dos substantivos e suas flexões ...................................................


5.1. Estrutura dos substantivos .................................................................................................
5.2. Flexões do substantivo ou declinações ................................................................................
5.2.1. Flexões em gênero ........................................................................................................
5.2.2. Flexões em número .......................................................................................................
5.2.3. Flexões em caso ............................................................................................................
5.3. As declinações dos substantivos .........................................................................................
5.4. Uso do analítico ...................................................................................................................
5.5. Substantivos próprios indeclináveis ...................................................................................

6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo .................................................


6.1. Declinações do artigo definido ............................................................................................
6.2. O artigo indefinido ..............................................................................................................
6.3. Cuidados especiais com os artigos ......................................................................................

7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo  ................................


7.1. Estrutura do verbo .............................................................................................................
7.2. Flexões do verbo ..................................................................................................................
7.2.1. Pessoas e números verbais ............................................................................................
7.2.2. Modos verbais ..............................................................................................................
7.2.3. Tempos verbais .............................................................................................................
7.2.4. Vozes verbais ................................................................................................................
7.2.5. Resumo dos verbos .......................................................................................................
7.3. Verbo  ...........................................................................................................................

8. Substantivo 2 – Substantivos da segunda declinação ...........................................................


8.1. Paradigmas dos substantivos da segunda declinação ........................................................
8.2. Declinação de substantivos próprios da segunda declinação ............................................

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9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo  ...................
9.1. Formas verbais primárias ..................................................................................................
9.2. O presente do indicativo ativo (VIPA) do verbo  ...........................................................
9.3. Presente do Indicativo Médio (VIPM) e Presente do Indicativo Passivo (VIPP) .............
9.4. Verbos contratos .................................................................................................................
9.5. Paradigmas de verbos de terminação  no VIPA e VIPM/P ...........................................
9.6. O presente e o futuro do indicativo do verbo  .............................................................
9.7. Usos do presente do indicativo ...........................................................................................

Anexo 3 – Conjugações verbais em português .........................................................................

10. Substantivo 3 – Substantivos da primeira declinação ........................................................


10.1. Substantivos femininos da primeira declinação ..............................................................
10.2. Substantivos masculinos da primeira declinação ............................................................
10.3. Declinação de substantivos próprios da primeira declinação .........................................

Anexo 2 – A estrutura da oração e a formação básica do pensamento grego .........................

Respostas dos exercícios do Módulo 1 ......................................................................................

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Módulo 1
História – Fonética – Morfologia – Estrutura básica da língua grega

Objetivo do Módulo 1:
Conhecer a estrutura básica da língua grega do Novo Testamento.

Lição Objetivo principal

1. História – A origem do povo, da língua e Conhecer como foi formado o povo grego, seu
da escrita grega idioma e sua escrita.

Conhecer o alfabeto grego, seus símbolas


2. Fonética 1 – O alfabeto grego
gráficos e seus respectivos valores fonéticos.

3. Fonética 2 – Particularidades das vogais e Identificar as particularidades fonéticas quanto


das consoantes ao uso das vogais e das consoantes.

4. Fonética 3 – Divisão silábica, aspiração, Identificar as sílabas, aspirações, acentuações e


acentuação e pontuação pontuações em grego.

5. Substantivos 1 – Estrutura dos Entender a formação, flexões e usos dos


substantivos e suas flexões substantivos na língua grega.

6. Artigos 1 – Gêneros, números, casos e Entender os gêneros, números, casos e alguns


usos especiais dos artigos usos especiais dos artigos na língua grega.

7. Verbos 1 – Estrutura e flexões dos verbos, Entender a estrutura e flexão dos verbos em
e apresentação do verbo  grego, em especial do verbo auxiliar .

8. Substantivos 2 – Substantivos da segunda Identificar os substantivos masculinos,


declinação femininos e neutros da segunda declinação.

9. Verbos 2 – O presente do indicativo do Identificar o presente do indicativo do verbo de


verbo de terminação  e do verbo  terminação  e do verbo auxiliar .

10. Substantivos 3 – Substantivos da Identificar os substantivos femininos e


primeira declinação masculinos da primeira declinação.

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

Conhecendo o grego koiné do Novo Testamento


O texto bíblico não é algo misterioso e inacessível à grande maioria das pessoas; pelo contrário,
é algo acessível e perfeitamente compreensível a todos. Tanto o Antigo como o Novo
Testamento foram escritos em línguas humanas, e não divinas, e em estilos tipicamente humanos
para que pudessem ser entendidos, estudados e analisados por pessoas comuns, e não por “super
santos”.
O Novo Testamento foi escrito numa língua técnica, bastante regular e muito bonita, o grego
koiné (pronuncie: kóinê, com tonicidade na última sílaba, sem nasalização). Apesar de já ser
uma língua extinta (o grego moderno é originário do koiné e difere dele em muitos detalhes
gramaticais e na pronúncia), o grego koiné é facilmente acessível a todo interessado nas línguas
originais da Bíblia, e neste trabalho estaremos conhecendo os rudimentos dessa língua.

Este estudo foi desenvolvido de maneira a mais didática possível. Nele são apresentadas
constantemente algumas listagens (seqüência de assuntos dentro de uma mesma idéia), sempre
identificadas pelo uso de marcadores ou numeradores:
 Um marcador simples indica uma listagem cuja ordem dos assuntos não é destacada, e
eles podem ter sua ordem alterada. A própria listagem pode ser convertida em texto
simples sem que isso comprometa o entendimento do texto.
 Um marcador em seta indica que a identificação e a descrição dos tópicos deve ser
observada e diferenciada de um para o outro.
1. Um numerador simples (1. 2. 3...) indica uma seqüência onde a
ordem deve ser observada e não pode ser alterada, caso contrário poderá comprometer o
entendimento. Algumas vezes um numerador simples é utilizado para apresentar uma
seqüência dentro de outra.
Como o uso dos marcadores e numeradores visa destacar idéias, sempre que necessário, elas
serão destacadas em negrito e itálico.
As várias tabelas e quadros servem para relacionar dados, comparar assuntos, colocar as coisas
de maneira que seja mais fácil para o leitor visualizar o que está sendo tratado ou, simplesmente,
acrescentar alguma informação histórica, cultural, teológica, etc.
As referências e citações bíblicas são abreviadas de acordo com o modelo utilizado pela SBB
(Sociedade Bíblica do Brasil), mesmo quando a versão utilizada não é da SBB.
Como o objetivo maior deste trabalho é servir como um pequeno referencial de estudo, foi
adotada uma forma de numeração dos tópicos, embora a supressão dela não afete o
entendimento do que está sendo abordado.

Estudar o koiné é um desafio para muita gente, maior desafio tem sido para mim o esforço de
fazer este trabalho. Desde 1980, quando estudei um pouco de grego no seminário, não tinha mais
me dedicado ao estudo do koiné, até que em dezembro de 2003 o Pr. João Arantes Costa, um dos
fundadores do CETEVAP – Centro de Estudos Teológicos do Vale do Paraíba, em São José dos
Campos – SP, convidou-me a lecionar esta matéria.

1
Mais que um convite, ele lançou um desafio para mim. Eu já sabia o tamanho do problema que
estaria assumindo, mas não imaginava o preço que pagaria para isso. As dificuldades foram
muitas, mas Deus deu graça. Em menos de dois meses a primeira edição deste trabalho ficou
pronta, ou melhor, parcialmente pronta, pois obviamente houve falhas, e muita coisa incompleta,
que procurarei corrigir, complementar, esclarecer e comentar melhor na segunda edição, e
também na terceira edição, e com certeza outras alterações serão realizadas a cada futura edição.

A todos irmãos e amigos com quem tenho convivido e trabalhado dedico esta pequena obra,
principalmente aos alunos do CETEVAP, a quem tenho tido a oportunidade de compartilhar não
apenas conhecimento, mas, mais que isso, experiências e uma mesma fé comum em Jesus, nosso
Salvador.
O que mais importa é que este pequeno trabalho sirva para a edificação espiritual dos crentes e
para o crescimento da verdadeira igreja espiritual de Jesus, independente de qualquer título
denominacional em que ela se ache rotulada, pois este estudo foi feito com muita pesquisa e com
muito amor pelo povo de Deus.
Dedico também a meu pai Luiz Lemos de Pinho que me dirigiu nos primeiros passos da fé cristã
e, em especial, à minha esposa Selma e a nossos filhos Heloísa, Selminha e Daniel, a quem
muitas vezes tenho privado da minha companhia a fim de atender a obra de Deus. Que o Senhor
os abençoe grandemente!
Este trabalho não se propõe a responder todas as dúvidas que os leitores têm a respeito de uma
das línguas originais da Bíblia, mas com certeza irá ajudá-los a compreender melhor o sentido do
texto bíblico, habilitando-os a terem um melhor contato com ele. Com isso, terão mais
argumento para discutir e tratar de assuntos relacionados às línguas originais da Bíblia e, o mais
importante, saberão como utilizar sozinhos algumas das ferramentas básicas de estudo e tradução
disponíveis para quem se propõe a estudar este assunto.

Conhecendo o grego koiné do Novo Testamento é um desafio; um desafio difícil, mas não
impossível; um desafio trabalhoso, mas perfeitamente superável. Aqui valem as palavras de
Paulo em 2Tm 2.15:       
     
Bem vindo ao desafio! E que...

 (Hebreus 13.25)

Gilson de Almeida Pinho


São José dos Campos - SP
06/05/2005

1a edição: 2004
2a edição: 2005
3ª edição: 2006

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Sumário geral

Introdução .............................................................................................................................. 9

Módulo 1 – Histórico – Fonética – Morfologia – Estrutura básica da


língua grega ...................................................................................................
1. História – A origem do povo, da língua e da escrita grega ..............................................
2. Fonética 1 – O alfabeto grego ...........................................................................................
3. Fonética 2 – Particularidades das vogais e das consoantes ..............................................
4. Fonética 3 – Divisão silábica, aspiração, acentuação e pontuação ..................................
Anexo 1 – A pronúncia do grego moderno ......................................................................
5. Substantivos 1 – Estrutura dos substantivos e suas flexões .............................................
6. Artigos 1 – Gêneros, números, casos e usos especiais dos artigos ...................................
7. Verbos 1 – Estrutura e flexões dos verbos, e apresentação do verbo  ......................
Anexo 2 – A estrutura da oração e a formação básica do pensamento grego ................
8. Substantivos 2 – Substantivos da segunda declinação .....................................................
9. Verbos 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo  .............
Anexo 3 – Conjugações verbais em português .................................................................
10. Substantivos 3 – Substantivos da primeira declinação ..................................................

Módulo 2 – Morfologia 2 (classes gramaticais em grego – continuação) ...........


11. Verbos 3 – O presente do subjuntivo do verbo de terminação  e do verbo  .......
12. Adjetivos 1 – Adjetivos de primeira e segunda declinações ..........................................
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação  e do
verbo  .......................................................................................................................
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação ....................................................
15. Verbos 5 – Verbos defectivos ou depoentes (indicativo presente e futuro) ...................

3
Introdução

Vivemos uma época de questionamentos e dúvidas. E tudo isso também ocorre em relação à
Bíblia. Nunca a humanidade conheceu tanto sobre tantos assuntos diferentes. Do mesmo modo
podemos dizer que nunca os cristãos conheceram tanto sobre a Bíblia como agora.
Deus não muda e sua palavra não muda (Lc 21.33), mas o mundo muda, o conhecimento muda
em progressão geométrica, as pessoas mudam e a igreja, que é formada por pessoas, também
muda. Com isso não é possível parar no tempo e no espaço e permanecer apegado aos
rudimentos da fé (Hb 6.1). Todo cristão deve estar preparado para os novos conhecimentos,
novas críticas e comentários contra a palavra de Deus. Deve estar preparado para as novas
descobertas científicas, arqueológicas, etnológicas, filológicas, etc., que em tudo têm confirmado
a veracidade da palavra de Deus. Um requisito indispensável para quem sabe que enfrentará esse
tipo de problema é o conhecimento do texto e da linguagem original da Bíblia. Isso dá mais
subsídios para argumentação daquilo que crê (1Pe 3.15).

O grego é essencialmente uma língua intelectual, técnica e prática, que apela à razão e não às
emoções, maior prova disso está na existência dos grandes filósofos gregos, uma classe de
pessoas que nenhuma civilização do passado teve em tão grande número, como a Grécia.
O grego é um idioma indo-europeu (ou ariano), e como todo idioma indo-europeu é bastante
flexionado, porém sua forma prática e suas expressões precisas, aliadas às suas variações e
declinações geralmente regulares e simples facilitam o aprendizado e o entendimento por parte
de pessoas com outras línguas mãe. Tais características fizeram do grego, e fazem ainda hoje,
uma língua para uso científico, técnico, filsosófico, teológico e, até mesmo, comercial e
diplomático.
Esta era a língua mais difundida nos dias de Jesus em todo Mediterrâneo oriental, principalmente
sua forma vulgar (popular) conhecida como koiné (pronuncie: kóinê, com tonicidade na última
sílaba, sem nasalização). Foi nessa língua que o texto do Novo Testamento foi escrito, e suas
características contribuíram para a grande difusão do evangelho.
Se quisermos conhecer o texto bíblico original do Novo testamento temos de estudar a língua em
que ele foi escrito. Neste trabalho estaremos conhecendo os rudimentos dessa língua de maneira
tal que, no fim deste primeiro módulo, já poderemos compreender como é formado o
pensamento do vernáculo grego, suas classes gramaticais, além de poder ler e compreender algo
do texto grego do Novo Testamento, tomando como base o cap. 1 do evangelho de João.
Após observarmos uma rápida introdução histórica à origem do povo, da língua e da escrita
grega, poderemos dividir o resto deste trabalho em basicamente 4 partes:
5. Estudo de fonética, a fim podermos ler o koiné com desenvoltura.
6. Estudo dos substantivos e termos correlacionados: artigos, adjetivos e pronomes, a fim
podermos entender as declinações das palavras do koiné.
7. Paralelamente teremos o estudo das formas verbais básicas e os advérbios, a fim de
podermos entender a formação do pensamento e das orações no koiné.
8. Estudo de outras classes gramaticais: preposições, conjunções, numerais e intejeições, a
fim de vermos os termos acessórios na oração e a fluência da língua.
Esta quádrupla divisão está distribuída por 4 módulos, porém os módulos não correspondem a

4
cada uma das divisões, pois a ordem dos assuntos será intercalada. Isso foi feito para evitar o
enfado de ficar num mesmo assunto o tempo todo, e também porque é bom irmos assimilando
uma visão gramatical mais ampla antes de nos aprofundarmos num mesmo assunto.

As famílias lingüísticas
Existem 26 grandes famílias lingüísticas no mundo, sendo uma delas a indo-européia ou ariana.
As outras são: camito-semita (ou afro-asiática – onde está o hebraico), uralo-altaica, tai-chinesa,
tibeto-birmanesa, malaio-polinésia, austro-asiática, dravídica, além de várias famílias dos negros
africanos, de indígenas americanos e outras línguas de classificação controversa.
A indo-européia pode ser identificada como a principal família descendente de Jafé, o filho mais
novo de Noé (Gn 10.2-5). Os indo-europeus são originários do sul da Rússia atual, entre o
Cáucaso e litoral norte do mar Negro até a região sul e oeste do rio Volga, e como o próprio
nome diz, espalharam-se por praticamente toda a Europa* até a região centro-norte da Índia
(antes mesmo de 3000 a.C.), e se dividem em diversas sub-famílias e ramos.
A sub-família européia ocidental:
 itálico ou neo-latino: latim, italiano, português, francês, espanhol, etc.
 germânico: alemão, inglês, holandês, sueco, dinamarquês, etc.
 céltico: celta, irlandês, galês, bretão, etc.
A sub-família européia oriental:
 eslavo: russo, polonês, ucraniano, belaurus, etc.
 iugoslavo: sérvio, croata, esloveno, etc.
 báltico: lituano, letão, prussiano antigo, etc.
 búlgaro
A sub-família européia balcânica:
 grego – este é o foco de nosso estudo.
 albanês
 ilírico (extinto)
 trácio (extinto)
A sub-família européia caucasiana:
 armênio
A sub-família asiática anatoliana:
 anatólico: hitita, lídio, etc. (todos já extintos)
A sub-família asiática árica:
 iraniano: persa, curdo, afegani, etc.
 tocariano: na Ásia central.
A sub-família asiática indiana:
 indo: hindi, bengali, etc.
Línguas derivadas modernas:
 africânder
 várias línguas crioulas da África e América Central.
* Na Europa, só não são indo-europeus: basco, húngaro, turco, estoniano, finlandês e lapão.

5

Conhecendo o grego koiné do Novo Testamento

Módulo 1
História – Fonética – Morfologia – Estrutura básica da língua grega

Objetivo do Módulo 1 ................................................................................................................

1. História – A origem do povo, da língua e da escrita grega ...................................................


1.1. Os primeiros habitantes não helênicos da Grécia – antes de 1450 a.C. ............................
1.2. A origem do povo grego e a formação de sua língua e escrita – entre 1450-900 a.C. .......
1.3. O período clássico da língua grega – 900-336 a.C. .............................................................
1.4. O período helenístico da língua grega: o koiné – 336 a.C. - 332 a.D. ................................
1.5. O período bizantino da língua grega – 332-1453 a.D. ........................................................
1.6. O grego moderno – após 1453 ............................................................................................

2. Fonética 1 – O alfabeto grego ................................................................................................

3. Fonética 2 – Particularidades das vogais e das consoantes ..................................................


3.1. As vogais, os ditongos e o hiato ...........................................................................................
3.1.1. As vogais ......................................................................................................................
3.1.2. Os ditongos verdadeiros ou ditongos reais ....................................................................
3.1.3. O ditongo com iōta subscrito ou pseudoditongo ............................................................
3.1.4. O hiato ou diérese .........................................................................................................
3.2. As consoantes ......................................................................................................................

4. Fonética 3 – Divisão silábica, aspiração, acentuação e pontuação .......................................


4.1. A divisão silábica ................................................................................................................
4.2. Fusão de palavras ...............................................................................................................
4.3. Aspiração das palavras .......................................................................................................
4.4. Acentuação ou prosódia ......................................................................................................
4.4.1. Acento agudo ................................................................................................................
4.4.2. Acento grave – as palavras barítonas ...........................................................................
4.4.3. Acento circunflexo ........................................................................................................
4.4.4. Acentuação regressiva ..................................................................................................
4.4.5. As palavras átonas ........................................................................................................
6
4.4.6. Como acentuar as palavras gregas ...............................................................................
4.5. Pontuação ............................................................................................................................
4.6. Exercícios de leitura ............................................................................................................

Anexo 1 – A pronúncia do grego moderno ...............................................................................


1. Alterações de pronúncia ........................................................................................................
2. Alterações de vocabulário .....................................................................................................

5. Substantivo 1 – Estrutura dos substantivos e suas flexões ...................................................


5.1. Estrutura dos substantivos .................................................................................................
5.2. Flexões do substantivo ou declinações ................................................................................
5.2.1. Flexões em gênero ........................................................................................................
5.2.2. Flexões em número .......................................................................................................
5.2.3. Flexões em caso ............................................................................................................
5.3. As declinações dos substantivos .........................................................................................
5.4. Uso do analítico ...................................................................................................................
5.5. Substantivos próprios indeclináveis ...................................................................................

6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo .................................................


6.1. Declinações do artigo definido ............................................................................................
6.2. O artigo indefinido ..............................................................................................................
6.3. Cuidados especiais com os artigos ......................................................................................

7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo  ................................


7.1. Estrutura do verbo .............................................................................................................
7.2. Flexões do verbo ..................................................................................................................
7.2.1. Pessoas e números verbais ............................................................................................
7.2.2. Modos verbais ..............................................................................................................
7.2.3. Tempos verbais .............................................................................................................
7.2.4. Vozes verbais ................................................................................................................
7.2.5. Resumo dos verbos .......................................................................................................
7.3. Verbo  ...........................................................................................................................

8. Substantivo 2 – Substantivos da segunda declinação ...........................................................


8.1. Paradigmas dos substantivos da segunda declinação ........................................................
8.2. Declinação de substantivos próprios da segunda declinação ............................................

7
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo  ...................
9.1. Formas verbais primárias ..................................................................................................
9.2. O presente do indicativo ativo (VIPA) do verbo  ...........................................................
9.3. Presente do Indicativo Médio (VIPM) e Presente do Indicativo Passivo (VIPP) .............
9.4. Verbos contratos .................................................................................................................
9.5. Paradigmas de verbos de terminação  no VIPA e VIPM/P ...........................................
9.6. O presente e o futuro do indicativo do verbo  .............................................................
9.7. Usos do presente do indicativo ...........................................................................................

Anexo 3 – Conjugações verbais em português .........................................................................

10. Substantivo 3 – Substantivos da primeira declinação ........................................................


10.1. Substantivos femininos da primeira declinação ..............................................................
10.2. Substantivos masculinos da primeira declinação ............................................................
10.3. Declinação de substantivos próprios da primeira declinação .........................................

Anexo 2 – A estrutura da oração e a formação básica do pensamento grego .........................

Respostas dos exercícios do Módulo 1 ......................................................................................

8
Módulo 1
História – Fonética – Morfologia – Estrutura básica da língua grega

Objetivo do Módulo 1:
Conhecer a estrutura básica da língua grega do Novo Testamento.

Lição Objetivo principal

1. História – A origem do povo, da língua e Conhecer como foi formado o povo grego, seu
da escrita grega idioma e sua escrita.

Conhecer o alfabeto grego, seus símbolas


2. Fonética 1 – O alfabeto grego
gráficos e seus respectivos valores fonéticos.

3. Fonética 2 – Particularidades das vogais e Identificar as particularidades fonéticas quanto


das consoantes ao uso das vogais e das consoantes.

4. Fonética 3 – Divisão silábica, aspiração, Identificar as sílabas, aspirações, acentuações e


acentuação e pontuação pontuações em grego.

5. Substantivos 1 – Estrutura dos Entender a formação, flexões e usos dos


substantivos e suas flexões substantivos na língua grega.

6. Artigos 1 – Gêneros, números, casos e Entender os gêneros, números, casos e alguns


usos especiais dos artigos usos especiais dos artigos na língua grega.

7. Verbos 1 – Estrutura e flexões dos verbos, Entender a estrutura e flexão dos verbos em
e apresentação do verbo  grego, em especial do verbo auxiliar .

8. Substantivos 2 – Substantivos da segunda Identificar os substantivos masculinos,


declinação femininos e neutros da segunda declinação.

9. Verbos 2 – O presente do indicativo do Identificar o presente do indicativo do verbo de


verbo de terminação  e do verbo  terminação  e do verbo auxiliar .

10. Substantivos 3 – Substantivos da Identificar os substantivos femininos e


primeira declinação masculinos da primeira declinação.

9
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e suas flexões

Substantivo ou nome é a palavra que indica qualquer ser que possa existir, quer do mundo real
ou no imaginário. Indica substantância, ou tudo que se vê, ouve, sente ou imagina. Os
substantivos podem ser:
 concretos
 pessoas: menino, homem, mulher.
 animais: leão, cachorro, cobra.
 lugares: casa, rio, rua.
 coisas: pedra, porta, faca.
 meses: janeiro, fevereiro, março.
 fenômenos naturais: chuva, vento, raio.
 abstratos
 entidades imaginárias: fantasma, duende.
 sentimentos: amor, ódio, inveja.
 qualidades ou defeitos: beleza, bondade, falsidade.
 sensação: calor, fome, dor.
 ações: vingança, choro, apoio.
 situações: morte, vida.
 próprios
 pessoais: Deus, Jesus, João.
 lugares: Judéia, Jerusalém, Grécia.
 palavras substantivadas
 verbos no infinitivo: o amar, o odiar.
 adjetivos: o amarelo, o triste, o justo

Em grego, o substantivo é identificado pela:


 Sua terminação (ou declinação). Na oração o substantivo pode assumir o lugar de sujeito,
predicativo do sujeito, objeto direto ou indireto e outros mais, e para cada caso o
substantivo apresentará terminações pré-definidas.
 Quase sempre é antecedido por um artigo.
 Pode estar associado a alguma palavra que o modifica (adjetivo).
 Em geral pode ser facilmente substituído por um pronome pessoal.

5.1. Estrutura dos substantivos


1. Raiz. É a parte primitiva da palavra e indica seu sentido básico, normalmente é um
monossílabo, por exemplo, os substantivos  (palavra),  (oráculo),
 (contenda de palavras); o adjetivo  (eloqüente) e o verbo  (digo,
falo, narro); todos têm sua raiz em  que significa: dizer, falar, narrar, mencionar,
significar.
2. Radical. É a raiz que tenha sofrido alguma modificação por sonorização (normalmente
por alteração de alguma vogal). Se não houver esta modificação, o radical é a própria
raiz. Com exceção do verbo  acima mencionado, cujo radical é a própria raiz , o
51
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e suas flexões

radical das demais palavras é . É importante observar que o radical permanece
invariável nas declinações de seu substantivo ou adjetivo.
3. Vogal temática ou de ligação. Vogal de sonorização acrescida à raiz, e serve de
combinação para a desinência da palavra. No caso de ,  e  a vogal
temática é  (em  a vogal temática é , apesar de não parecer, por causa da vogal
longa). No caso de  e , a vogal temática é .
Muitas vezes a vogal temática pode sofrer alongamento ( ou  e ), ou pode estar
fundida com a terminação, ou pode ser simplesmente suprimida (sincopada).
4. Tema. É a junção do radical com a vogal temática. Nos casos acima temos  e .
5. Desinência. São os sufixos que servem para indicar gênero, número e caso dos
substantivos. Nos exemplos acima temos ,  e .

tema gênero: masculino


desinência
raiz radical vogal temática número: plural
caso: nominativo
   
 = palavras

Obs.: Em grego,  (palavras) é do gênero masculino. Cuidado! O gênero e número de uma
palavra em português não são garantia de que ocorrerá o mesmo em grego, e vice versa.

5.2. Flexões do substantivo ou declinações


São alterações no final do substantivo que indicam o gênero, o número e o caso. As declinações
servem para relacionar o substantivo com outras palavras na oração, ou seja, elas determinam a
função sintática do substantivo.
Obs.: As flexões dos artigos e adjetivos sempre acompanham o substantivo.

5.2.1. Flexões em gênero


Em grego existem 3 gêneros: masculino, feminino e neutro.

1- Gênero masculino. Designa:


 Seres do sexo masculino: , .
 Nomes próprios masculinos: , , , , , .
 Nomes de rios, meses, etc.: , , .
Normalmente os substantivos masculinos são antecedidos por artigos masculinos, o que não
deixa dúvida quanto ao gênero da palavra:  ,  ,  ,  , 
.
No caso dos nomes próprios o uso do artigo nem sempre ocorrerá:   =  = Paulo.
Cuidado! Observe:  = deus;  ou  = Deus.
A maioria dos substantivos masculinos terminam em , (a vogal temática é ), mas existem
52
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e suas flexões

outras terminações masculinas, e nem sempre  é garantia de que o nome é masculino.
 São palavras femininas:  (caminho) e  (livro), sendo comum o uso do artigo
feminino:  e .
 Também podemos ter palavra de gênero neutro:  (água).
 Deve ser tomado cuidado com relação aos nomes próprios, veja o caso de  e
 (observe as terminações).

2- Gênero feminino. Designa:


 Seres do sexo feminino: , , , .
 Nomes próprios femininos: , .
 Designa também nomes de países, cidades, ilhas, a maior parte das árvores, etc. Nesses
casos normalmente, mas nem sempre, o substantivo é antecedido pelo artigo feminino,
por exemplo: , , , , .
A maioria das palavras de gênero feminino termina em vogal temática  ou , mas existem
outras terminações femininas, como o próprio  (, , ).
 Nem sempre a vogal temática  ou  é garantia de nome feminino, por exemplo:
 (o discípulo),  (o profeta),  (o jovem).
 Também podemos ter palavra de gênero neutro:  (sangue).
 Também deve ser tomado cuidado com relação aos nomes próprios, veja o caso de
 (Grécia) e  (Elias).
Cuidado! São palavras masculinas:  (a cana), (a correia). O fato de uma
palavra ser feminina em português não quer dizer que será feminina em grego, e vice versa.

3- Gênero neutro. Designa:


 Nomes das letras do alfabeto:  (alfa).
 Objetos inanimados:  (capa, veste).
 Termos genéricos:  (trabalho),  (filho, filha).
 Fenômenos naturais:  (luz),  (vento).
Os substantivos neutros normalmente terminam em ,  e as palavras terminadas em 
(quando no caso genitivo terminam em ), e até mesmo . Normalmente essas palavras
são antecedidas pelo artigo neutro, por exemplo:  (o/a filho/a),  (alfa),
 (o corpo),  (a criança, tanto menino, como menina).

4- Nomes comuns de dois gêneros. Os nomes de animais e alguns nomes de pessoas são comuns
para os gêneros masculino e feminino, o uso do artigo é que vai defini-lo, por exemplo: 
(o menino),  (a menina),  (o boi),  (a vaca),  (o deus, Deus), 
(a deusa).

Veja bem a diferença entre gêneros:


 (criança, nenê) neutro
53
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e suas flexões

 (filho, filha, criança, descendente) neutro


 ou  (menino, menina, jovem) masculino ou feminino
 (filho homem, filho maior de idade) masculino
Observe que os dois primeiros são neutros. O terceiro é comum de dois gêneros. O quarto é
masculino. Observe ainda que os três primeiros são genéricos.

Vocabulário
Sempre que possível será indicada a classe gramatical, o número de citações da mesma no Novo
Testamento, seu significado e alguma palavra para facilitar a memorização.
Como nem sempre é fácil identificar o gênero do substantivo, os dicionários trazem o artigo 
para masculino,  para feminino ou  para neutro. Se possuir mais de um gênero virá mais de
um artigo, por exemplo:
 = boi, vaca; vitela. Temos  = boi;  = vaca.
Se a palavra apresentar alguma possível variante, a mesma será indicada, por exemplo:
,  = Davi. Podemos ter ,  ou .

 (subst., 3) = alfa; princípio fundamental de todas as coisas –


(alfabeto).
 (subst., 9) = vinha, videira.
 (subst., 9) = livro, rolo de papiro – (biblioteca).
 (subst., 8) = boi, vaca; vitela.
 (subst. indec., 59) = Davi.
 (subst., 331) = palavra; ensino, preceito, doutrina; verbo –
(lógica, teologia).
 (subst., 52) = criança, nenê; menino, menina (o termo tem
sentido carinhoso) – (pediatra).
 (subst., 24) = menino, menina, filho, filha; jovem.
 (subst., 99) = filho, filha, criança; descendente.
 (subst., 374) = filho homem, descendente; filho maior de idade.

Obs.: Toda palavra com mais de 100 citações deverá ser decorada (estarão sempre em negrito).
Há palavras com menos de 100 citações, e também deverão ser decoradas (estarão em negrito).

5.2.2. Flexões em número


O substantivo pode assumir a forma singular ou plural.
Obs.: No grego clássico ainda havia o dual que designava seres duplos, como: olhos, ouvidos,
narinas, pernas, mãos, etc. No koiné a forma dual já havia caído em desuso e para todos os
efeitos tais palavras são consideradas como plural.

54
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e suas flexões

O plural do substantivo tem seu artigo correspondente. Observe os exemplos:

singular plural
 o homem  os homens
substantivos
 a palavra  as palavras
masculinos
 o filho  os filhos
 a terra  as terras
 a mulher  as mulheres
substantivos  a voz  as vozes
femininos  a igreja  as igrejas
 o dia  os dias
 o coração  os corações
 a criança  as crianças
substantivos
 o evangelho  os evangelhos
neutros
 o demônio  os demônios

Obs.: A maioria dos substantivos masculinos termina em  no singular, e  no plural. A
maioria dos substantivos femininos termina em  ou  (ou ) no singular, e  no plural. A
maioria dos substantivos neutros termina  ou  no singular, e  no plural. Cuidado! Isto
não é regra geral, pos há várias exceções que não se enquadram nas maiorias.

Exercício
1- Dê o plural e o singular das seguintes palavras:
dê o plural dê o singular
   
   
   
   
   
   
   
   

5.2.3. Flexões em caso


Indica a função sintática do substantivo dentro da oração, isto é, ele pode funcionar como sujeito,
predicativo do sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc. Existem 8 casos em 5 formas diferentes.

1- Nominativo (o que tem nome). É o substantivo na sua forma original (um nome), o qual
desempenha a função de sujeito da oração ou predicativo do sujeito. Pode ser antecedido por

55
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e suas flexões

artigo.
Sujeito:  = o apóstolo evangeliza o amigo.
Predicativo do sujeito:  = Deus é o Senhor.
2- Genitivo (o que gera). Indica posse e serve para especificar, definir ou descrever algo.
Equivale ao uso da preposição “de” em português. Repare que se houver artigo antes do
nominativo, no genitivo também haverá.
 = homem;  = de homem.
 = palavra de homem.
 = a palavra do homem.
 = o reino de Cristo.

3- Ablativo (o que pode cortar, separar). Indica origem, procedência, ponto de partida,
separação, afastamento ou derivação. Em português equivale ao uso da preposição “de” ou
“desde”.
 = a salvação vem de Deus.

Obs.: A terminação do ablativo é a mesma do genitivo, por isso ambos são considerados
juntos, e chamados simplesmente de genitivo.

4- Dativo (relação indireta). Indica a pessoa ou objeto sobre quem recai a ação do verbo.
Corresponde em português ao objeto indireto. Observe que não tem preposição porque ela já é
subentendida no próprio substantivo e no artigo, se este último existir, mas na tradução para o
português deve ser colocada a preposição “a” ou “para”.
 = falo ao homem.

5- Locativo (local). Expressa a idéia de lugar. Corresponde em português às preposições “em,


entre, em cima de”.
 = o homem está no mundo.

6- Instrumental (instrumento). Indica o meio ou instrumento através do qual a ação é realizada,


ou pode indicar associação ou acompanhamento. Corresponde em português às preposições
“com, por, por meio de”.
Instrumento:  = eu envio a salvação pelo apóstolo.
Associação:   = eu falo com Deus.

Obs.: O locativo e o instrumental são semelhantes ao dativo, por isso os 3 são considerados
juntos, e chamados simplesmente de dativo. Correspondem em português ao objeto indireto.

7- Acusativo (acusação direta). Indica a pessoa ou objeto sobre quem recai a ação do verbo.
Corresponde em português ao objeto direto na oração. Não tem preposição (mas pode ter artigo),
56
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e suas flexões

porém na tradução para o português a preposição pode aparecer.


 = eu ouço a palavra.

8- Vocativo (invocado, chamado, interpelado). Expressa uma invocação ou exclamação.


 = Senhor! Escuta.
Observe que é comum, mas não obrigatório, o uso combinado com o ponto de exclamação (em
grego é  = ponto acima da linha).

5.3. As declinações dos substantivos


Já vimos que os substantivos podem declinar em gênero, número e caso, mas nem todos os
substantivos declinam exatamente da mesma maneira. Existem 3 grupos diferentes de
declinações, sendo possível identificá-los pela vogal temática ou pelo caso genitivo.

1- Identificando a declinação pela vogal temática:


1. Primeira declinação. A vogal temática é  ou , por exemplo: , , ,
. Na sua maioria são palavras de gênero feminino.
2. Segunda declinação. A vogal temática é , por exemplo: , , . Na
sua maioria são palavras de gênero masculino.
3. Terceira declinação. O radical termina em consoante (sem vogal temática), ou a vogal
temática não é da primeira ou segunda declinações (), podendo ser inclusive
um ditongo, por exemplo: , , , , . Na sua maioria
são palavras de gênero neutro ou masculino.
Cada uma dessas declinações tem características próprias para o genitivo/ablativo, dativo/locati-
vo/instrumental, acusativo e vocativo, que veremos posteriormente.

2- Identificando a declinação pelo caso genitivo. No vocabulário, após o substantivo na forma


nominativa e antes do artigo (que identifica o gênero), sempre aparecerá uma abreviação, a qual
deve ser colocada após o radical da palavra no nominativo para assim determinar o caso
genitivo/ablativo. O caso genitivo é quem indica a qual declinação pertence o substantivo em
estudo, por exemplo:. Temos:  = André (nominativo); o radical
(tema) é , com o prefixo  temos:  = de/do André (genitivo/ablativo). Veja
outros exemplos:

 Nessas palavras o genitivo termina em  ou  (, ,


 , ), o que caracteriza a primeira declinação.


 Nessas 3 palavras o genitivo termina apenas em  (,
 , ), o que sempre caracteriza a segunda declinação.

 Nessas palavras o genitivo termina em  ou  (,
, , , ), o que caracteriza a
57
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e suas flexões

 terceira declinação.



 –


5.4. Uso do analítico


Leia o texto de Jo 1.1-5 e observe as abreviaturas colocadas abaixo de algumas palavras.
           
N-DF-S N-NM-S N-NM-S N-AM-S N-NM-S N-NM-S

   


N-DF-S N-AM-S

       


N-NF-S N-NF-S N-NN-S N-GM-P

      


N-NN-S N-DF-S N-NF-S

Observe o significado de cada uma das abreviaturas de análise:


N-NM-S substaNtivo, - , Nominativo, Masculino, - , Singular
N-NF-S substaNtivo, - , Nominativo, Feminino, - , Singular
N-NN-S substaNtivo, - , Nominativo, Neutro, - , Singular
N-GM-P substaNtivo, - , Genitivo, Masculino, - , Plural
N-DF-S substaNtivo, - , Dativo, Feminino, - , Singular
N-AM-S substaNtivo, - , Acusativo, Masculino, - , Singular
Todos são substantivos e começam por N- (de Nome). A letra que ocupa a terceira posição
identifica o caso (Nominativo, Genitivo, Dativo e Acusativo). A letra da quarta posição
identifica o gênero (Masculino, Feminino e Neutro). Na sexta posição temos a indicação do
número (Singular e Plural).

Exercício
2- Vá agora ao trabalho final, identifique outros substantivos com seus respectivos casos,
gêneros e números. Apenas folheie o trabalho final e se habitue com ele, pois esta será sua
principal atividade prática a partir do próximo exercício e, em especial, a partir das próximas
lições.

5.5. Substantivos próprios indeclináveis


Substantivos próprios indicam nomes de pessoas e lugares. Em grego também indicam origem
ou nacionalidade (em português seriam adjetivos pátrios, e não substantivos).
Alguns substantivos próprios são indeclináveis, isto é, não apresentam flexões quanto aos casos.
Normalmente são substantivos de origem estrangeira (hebraico ou aramaico) e que foram
58
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e suas flexões

adaptados à língua grega. Uma característica marcante dos substantivos indeclináveis é que não
cumprem a regra de terminação das palavras gregas (término sem ser em vogal, ditongo, , ,
,  ou ), por exemplo: , , , , , , ,
, .
Também são indeclináveis, apesar do término em vogal: , , ,
, .
Observe os exemplos:
Jo 1.46:  = e disse ele a Natanael...
Jo 1.45:  = acha Filipe a Natanael e diz
a ele... (observe que o “a” na frente de Filipe é um artigo em grego e não uma preposição, como
em português).
No v. 46 (e também no 48 e 49) a palavra Natanael está no caso nominativo, enquanto que no v.
45 (e também no 47) está no caso acusativo, e ela não sofre vartiação em todos eles.

Vocabulário
Os substantivos próprios mais comuns no Novo Testamento são (só estão listados os que
aparecem mais de 15 vezes, ou os citados em Jo 1, mesmo que apareçam menos de 15 vezes):

Nomes de pessoas
 (subst. indec., 73) = Abraão.
 (subst., 13) = André.
 (subst., 12) = Batista; o que batiza.
 (subst. indec., 59) = Davi.
 (subst., 29) = Elias.
 (subst. indec., 27) = Jacó.
 (subst., 42) = Tiago.
 (subst., 912, em 908 se refere a Jesus Cristo) = Jesus, Josué,
Isaías.
 (subst., 44) = Judas, Judá.
 (subst. indec., 68) = Israel.
 (subst., 134) = João.
 (subst., 39 -  é indec.) = José.
 (subst., 29) = César.
 (subst., 9) = Cefas.
 (subst., 54) = Maria, Miriam.
 (subst., 2) = Messias, Cristo, Ungido.
 (subst., 80) = Moisés.
 (subst., 19) = Nazareno, natural ou habitante de Nazaré.

59
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e suas flexões

 (subst. indec., 6) = Natanael.


 (subst., 158, em 157 se refere ao apóstolo) = Paulo.
 (subst., 154) = Pedro; pedra, pedrinha.
 (subst., 15) = Saulo.
 (subst., 75) = Simão.
 (subst., 36) = Filipe.
 (subst., 529) = Cristo, Ungido.

Obs.: Para nosso estudo vamos considerar a palavra Deus e Espírito (ou Espírito Santo) como
nomes próprios, quando se referirem repectivamente ao Deus verdadeiro e ao Espírito Santo. E
também a palavra Rabi, quando se referir a Cristo:
 (subst., 1312) = Deus; deus, deusa – (teologia).
 (subst., 379) = vento, sopro; espírito, Espírito –
(pneumatologia).
 ou  (subst. indec., 15, em 13 se refere a Cristo) = Mestre, meu
mestre.

Nomes de lugares
 (subst., 25) = Egito.
 (subst., 18) = Ásia.
 (subst., 12) = Betânia.
 (subst., 61) = Galiléia.
 (subst. indec., 61) = Jerusalém.
 (subst. indec., 78) = Jerusalém.
 (subst., 15) = Jordão.
 (subst., 45) = Judéia.
 (subst., 19) = Cesaréia.
 (subst. indec., 16) = Cafarnaum.
 (subst. indec., 12) = Nazaré.

Nomes de origem
 (subst., 11) = galileu.
 (subst., 25) = helênico, grego; qualquer pessoa gentia.
 (subst., 195) = judeu, judaico.
 (subst., 98) = fariseu.

Exercício de leitura
3- Treine sua leitura no texto a seguir. Procure se familiarizar com o texto e com a pronúncia.

60
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e suas flexões

Identifique os os substantivos presentes (tente identificar pelo menos os substantivos terminados


em ).

Jo 1.1-9
1  
2 
3 
4 
5 
6 
7            

8 
9 

Faça o Exercício 1 do Trabalho final – Substantivos próprios indeclináveis (caso


nominativo)

61
6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo

Antes de continuar a estudar os substantivos gregos, é bom compreender a declinação e o uso do


artigo, pois isso ajudará no entendimento e na memorização das declinações dos substantivos.
Artigo é uma palavra variável, anteposta ao substantivo, que serve para indicar o gênero, número
e caso do substantivo, caso isso não possa ser claramente determinado pela terminação do
próprio substantivo, por exemplo:
Jo 14.6:  = Eu sou o caminho e a verdade e a vida.
Jo 1.1:   = No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com )( Deus, e o Verbo era Deus.

O uso do símbolo )( indica que o termo grego correspondente foi suprimido na tradução, pois
ele não faria sentido em português.

Existem 3 gêneros de substantivos: masculino, feminino e neutro, o mesmo vale para os artigos.
Quanto ao número, existem substantivos no singular e no plural, o mesmo vale para os artigos.
Existem 8 casos (em 5 formas) de substantivos: o nominativo; o genitivo e o ablativo; o dativo, o
locativo e o instrumental; o acusativo e o vocativo, mas existem 7 casos em 4 formas de artigos,
um para cada caso de substantivo (menos para o vocativo).

6.1. Declinações do artigo definido

masculino feminino neutro


singular plural singular plural singular plural
nom.  o  os  a  as  o/a  os/as
gen./abl.  do  dos  da  das  do/da  dos/das
dat. ao aos à às ao/à aos/às
loc. no nos na nas no/na nos/nas
     
inst. com o, com os, com a, com as, com o/a, com os/as,
pelo pelos pela pelas pelo/a pelos/as
acus.  o  os  a  as  o/a  os/as

Observações:
1. Posteriormente veremos que os artigos masculinos e neutros seguem as terminações dos
substantivos de segunda declinação, enquanto que os artigos femininos seguem as
terminações dos substantivos de primeira declinação.
2. Com exceção do nominativo masculino e feminino, todos os demais começam com a
letra . Isto será importante no futuro para o entendimento dos substantivos porque
retirando-se esse  inicial, a terminação dos substantivos em cada caso será idêntica à
62
6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo

terminação do artigo correspondente, e vice-versa. Por exemplo:   é


genitivo/ablativo e deve ser traduzido como: do homem. Mesmo que o artigo não
estivesse presente  continuaria sendo genitivo/ablativo e deveria ser traduzido
como: de homem.
A exceção da terminação do artigo e substantivo está no neutro singular nominativo e
também no acusativo onde o artigo é , enquanto que o substantivo termina em , por
exemplo:  = o/a luz.
3. O plural do genitivo/ablativo é idêntico para os 3 gêneros: .
4. O dativo/locativo/instrumental sempre tem  subscrito no singular (, , ), ou
normal no plural (, , ).
5. Com exceção do nominativo e do acusativo, nas demais situações o artigo equivale, em
português, a aglutinação com uma preposição.
Atenção!: Tenha em mente que:
 O nominativo funciona como sujeito ou predicativo do sujeito na oração.
 O genitivo/ablativo e o dativo/locativo/instrumental funcionam como objeto indireto.
 O acusativo funciona como objeto direto.
Portanto os artigos ligados a substantivos nominativo e acusativo funcionam como
simples artigo, enquanto que os demais funcionam como um artigo fundido a uma
preposição, mas sempre serão tratados como simples artigos em grego.
6. Não se esqueça que todas as formas com acento agudo aparecerão com acento grave se a
palavra seguinte tiver assento agudo (o que é a esmagadora maioria).
7. O artigo antecede o substantivo e acompanha o mesmo gênero dele, mas muitas palavras
gregas têm a mesma forma no masculino e no feminino. Neste caso é o artigo que vai
definir o gênero, por exemplo:  = o menino,  = a menina,  = o boi,
 = a vaca.
Cuidado!: Nem sempre uma palavra masculina em grego será masculina em português, e
vice-versa, por exemplo:  = a palavra.

Vocabulário
No dicionário não são exibidas todas as declinações dos artigos, mas apenas a forma básica do
mesmo:  - (art., 543) = o, a. No vocabulário temos todas as declinações dos artigos.
Tenha a tabela e o vocabulário à mão para consultá-los sempre que necessário.

 (art. fem. pl. nom.) = as.


 (art. fem. sing. nom.) = a.
 (art. masc. sing. nom.) = o.
 (art., 543) = o, a.
 (art. masc. pl. nom.) = os.
 (art. neut. pl. nom. e acus.) = os/as.
 (art. fem. pl. dat./loc./inst.). / Dat = às. / Loc. = nas. / Inst. = com as, pelas.
 (art. fem. pl. acus.) = as.

63
6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo

 (art. fem. sing. dat./loc./inst.). / Dat = à. / Loc. = na. / Inst. = com a, pela.
 (art. fem. sing. acus.) = a.
 (art. fem. sing. gen./abl.) = da.
 (art. neut. sing. nom. e acus.) = o, a.
 (art. masc./neut. pl. dat./loc./inst.). / Masc. dat = aos. / Masc. loc. = nos. /
Masc. inst. = com os, pelos. / Neut. dat. = aos, às. / Neut. loc. = nos/nas. / Neut.
inst. = com os/as, pelos/as.
 (art. masc. sing. acus.) = o.
 (art. masc./neut. sing. gen./abl.). / Masc. = do. Neut. = do/a.
 (art. masc. pl. acus.) = os.
 (art. masc./neut. sing. dat./loc./inst.). / Masc. dat. = ao. / Masc. loc. = no. /
Masc. inst. = com o, pelo. / Neut. dat. = ao, à. / Neut. loc. = no/na. / Neut. inst.
= com o/a, pelo/a.
 (art. masc./fem./neut. pl. gen./abl.). / Masc. = dos. / Fem. = das. / Neut. =
dos/das.

Exercício
1- Coloque os artigos correspondentes para cada substantivo:

  (fem)   (masc)   (neut)


    (masc)   (fem)
  (masc)     (masc)
     
      (masc)
    (fem)  
  (fem)   (neut)   (fem)
  (fem)   (fem)   (fem)
  (masc)     (neut)
  (fem)     (neut)
  (neut)     (fem)

6.2. O artigo indefinido


Em grego não existe artigo indefinido, como em português (um, uma). A não colocação do artigo
pode ser entendida como artigo indefinido ou como a não existência de artigo, por exemplo:
 = palavra ou uma palavra;  = a palavra (observe que em grego é masculino).
 = temos amigos ou temos uns amigos.

64
6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo

Atenção!: As vezes para expressar um artigo indefinido pode ser usado um numeral:  = um
(para masculino);  = uma (para feminino);  = um/uma (para neutro). Também pode ser
usado o pronome indefindo  ou  = um, algum, algo, alguém, qualquer um, certo, um certo.
Tais casos serão tratados no futuro, dentro dos assuntos correspondentes.

6.3. Cuidados especiais com os artigos


1- O artigo sempre concordará com o substantivo em gênero, número e caso, mas isso não
quer dizer que ambos concordarão quanto à declinação, pois os artigos masculinos e neutros
declinam como o substantivo de segunda declinação, e o feminino como substantivo de primeira
declinação, por exemplo:
 = o homem (o artigo e o substantivo são de segunda declinação).
 = os homens.
 = o discípulo (o artigo está na 2ª declinação, e o substantivo masculino está na 1a).
 = aos discípulos.
 = a rua (o artigo está na 1ª declinação, e o substantivo feminino está na 2ª).
 = a rua.

2- Uso do artigo antes de nomes próprios. Tal recurso é utilizado regularmente para reforçar o
nome próprio, mas não é obrigatório, por exemplo:
 = Jesus.
 = Jesus.
É importante observar que existem casos especiais de palavras que são transformadas em nomes
próprios pelo uso do artigo, por exemplo:
 = deus, um deus, deusa, uma deusa.
 = o deus, mas geralmente significa “Deus”.
 = filho, um filho.
 = o filho, mas geralmente significa o “Filho” de Deus ().
 = ungido, um ungido.
 = o ungido, mas geralmente significa  = Cristo.

3- Uso do artigo antes de adjetivo. O adjetivo é substantivado.


 = santo (adjetivo).
 = o santo (se refere ao homem santo – é substantivo).
Obs.: Neste caso o adjetivo não pode aparecer ligado a um substantivo, e sim sozinho.

4- Uso do artigo antes de verbo


a- Antes de verbo no particípio:
 = falando.

65
6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo

 = o falando (se refere ao homem que está falando – é substantivo).

b- Antes de verbo no infinitivo:


 = falar.
 = o falar (o ato de falar – é substantivo).

5- Uso de artigo em aposto. Um adjetivo modifica um substantivo. Se o substantivo tiver artigo,


o adjetivo também terá. Isso muitas vezes gera uma situação de aposto, que acaba incorporando
o adjetivo ao substantivo como se fosse um sobrenome, omitindo o artigo do adjetivo.
 = João, o batista (o batizador, o que batiza), acabou se transformando
em nome próprio  = João Batista.
 = Jesus, o Cristo, ficou  = Jesus Cristo.

Exercício
2- Identifique e traduza todos os artigos que aparecem no texto abaixo:
1         
masc. sing. nom. = o ↑ ↑ ↑ ↑

2   


4       


↑ ↑ ↑

5       


↑ ↑ ↑

Exercício de leitura
3- Treine sua leitura nos textos a seguir. Aproveite para grifar os artigos:

Jo 1.10-18
10  
11 
12            
 
13         

14     
 

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6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo

15       


  
16 
17            
18             
 

Faça o Exercício 2 do trabalho final – Artigos

67
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

Verbo é a palavra que indica uma ação, o resultado de uma ação, um acontecimento, um
fenômeno natural, um desejo, um estado ou simplesmente liga o sujeito a alguma qualidade sua.
Em todo idioma do mundo, os 2 elementos mais importantes envolvidos na linguagem são os
substantivos e os verbos, sendo que estes determinam a construção das orações e,
conseqüentemente, a própria estrutura do pensamento de qualquer idioma. Uma oração pode
existir sem outro elemento gramatical, mas não existe oração sem verbo.
Em português os verbos são indicados sempre na forma infinitiva, por exemplo: falar, escrever.
Em grego os verbos são geralmente indicados na primeira pessoa do singular do presente do
indicativo na voz ativa, por exemplo:  (eu escrevo),  (eu amo),  (eu falo).
Repare que todos são paroxítonos e terminam em .
Alguns verbos (chamados de verbos defectivos) são enunciados na voz média ou passiva, por
exemplo:  (eu posso),  (eu vou, eu venho). Repare que são proparoxítonos e
terminam em .

7.1. Estrutura do verbo


1. Raiz. É a estrutura primitiva e imutável do verbo, e indica seu sentido básico,
normalmente é um monossílabo ou dissílabo, por exemplo:  (eu solto, eu desato, eu
desamarro), a raiz é  que significa: soltar, desatar, desamarrar.
2. Duplicador (partícula de duplicação). Duas letras (repetição da primeira consoante da
raiz + ) ou fusão da primeira vogal da raiz com o . O duplicador antecede a raiz para
formar determinados tempos verbais, como o perfeito, o mais que perfeito e o infinitivo.
3. Aumento (partícula de aumento). Letra que se junta após a raiz (antes ou depois da
vogal temática) para formar determinados tempos verbais. No perfeito e no mais que
perfeito a partícula de aumento é um . No futuro e no aoristo a partícula de aumento é
um , chamada de partícula temporal, pois altera o tempo verbal.
4. Radical. É a raiz modificada pelas partículas de duplicação e de aumento. Quando não
houver essas partículas, o radical é a própria raiz. É muito importante observar que o
radical permanece praticamente invariável nas flexões dos verbos.
5. Vogal temática ou de ligação. É uma vogal de sonorização ( ou ) que liga o radical
à terminação verbal, sendo que o  é utilizado antes de desinências que começam por
 ou ; já o  é utilizado nas desinências que começam pelas demais letras.
A vogal temática existe em toda as formas verbais, mas muitas vezes pode ser omitida,
ou sofrer alongamento ( ou  e ), ou se fundir com a terminação verbal.
6. Tema. É a junção do radical com a vogal temática. O tema expressa o sentido completo
do verbo.
7. Terminação verbal ou desinência. São os sufixos, os quais servem para indicar a pessoa
(primeira, segunda e terceira); o número (singular ou plural) e a voz (ativa, média e
passiva). De acordo com a desinência podemos ter:
 tempos verbais primários: presente, futuro e perfeito médio/passivo.

68
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

 tempos verbais secundários: imperfeito, aoristo, perfeito ativo e mais que perfeito.
8.  móvel. Se junta ao fim do verbo para dar sonorização, sendo usado apenas em 2 casos:
 na terceira pessoa e quando a palavra seguinte começar com vogal.
 quando uma oração termina com um verbo na terceira pessoa.
9. Prefixo. Uma letra () que antecede o verbo para formar o tempo verbal primeiro
aoristo, imperfeito e mais que perfeito.
10. Preposição. Os verbos compostos apresentam uma preposição antes do radical (ou
prefixo, se houver).

tema
radical vogal terminação
prefixo duplicador raiz aumento temática verbal  móvel exemplo
         = eles soltaram
        = nós nos soltamos
Verbo  na terceira pessoa do plural do mais que perfeito ativo do indicativo é ,
na primeira pessoa do plural do aoristo médio é .

7.2. Flexões do verbo


O verbo apresenta flexões de pessoa, número, modo, tempo e voz. As formas verbais de pessoa
(primeira, segunda e terceira) e número (singular e plural) variam com o modo, tempo e voz.

7.2.1. Pessoas e números verbais


Pessoa:
1ª pessoa – quem fala: eu, nós.
2ª pessoa – com quem fala: tu, vós, você/s.
3ª pessoa – de quem fala: ele/a, este/a, isto, esse/a, isso, aquele/a, aquilo, eles/as, estes/as,
isto, esses/as, isso, aqueles/as, aquilo.
Número:
Singular: eu, tu, ele/a, você, este/a, isto, esse/a, isso, aquele/a, aquilo.
Plural: nós, vós, eles/as, vocês, estes/as, isto, esses/as, isso, aqueles/as, aquilo.
As abreviaturas a seguir servem de padrão para as pessoas e números:
1ps 1ª pessoa do singular: eu.
2ps 2ª pessoa do singular: tu.
3ps 3ª pessoa do singular: ele/a, você, este/a, isto, esse/a, isso, aquele/a, aquilo.
1pp 1ª pessoa do plural: nós.
2pp 2ª pessoa do plural: vós.
3pp 3ª pessoa do plural: eles/as, vocês, estes/as, isto, esses/as, isso, aqueles/as, aquilo.

69
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

pessoa e número português grego


1ps eu falo  
2ps tu falas  
3ps ele/a fala  
1pp nós falamos  
2pp vós falais  
3pp eles/as falam  

Nas conjugações em grego não são utilizados os pronomes pessoais do caso reto como em
português, mas é possível a utilização dos mesmos para o caso de ênfase (sujeito pronominal):
 = sou o caminho.
 = eu (somente eu, não outro) sou o caminho.

7.2.2. Modos verbais


Indicam a maneira como a ação verbal é feita. Com exceção do modo optativo, os demais são
praticamente os mesmos que em português.
 Indicativo. Indica um fato dado como certo. É bom observar que o indicativo ao
expressar este fato não está afirmando se o mesmo é verdadeiro ou falso.
 Subjuntivo. Expressa uma possibilidade, dúvida, incerteza, hesitação, hipótese, desejo ou
expectativa.
 Optativo. Expressa um desejo, opção, possibilidade ou probabilidade. Em português
geralmente é confundido com o subjuntivo.
 Imperativo. Expressa uma ordem, proibição, conselho, exortação ou súplica.
 Infinitivo. Funciona como um substantivo verbal (um verbo usado como substantivo).
 Particípio. Funciona como um adjetivo verbal (um verbo sendo usado como adjetivo),
outras vezes como advérbio.
Obs.: Não há um modo específico em grego chamado gerúndio, como em português porque,
em princípio, os verbos gregos já expressam uma ação em andamento.

7.2.3. Tempos verbais


Em português o tempo verbal indica tempo, isto é, quando a ação é, foi ou será realizada. Em
grego o tempo indica a qualidade da ação, isto é, se a ação foi completada, ou não foi
completada, ou será realizada no futuro, ou seja, o tempo verbal em grego não indica quando
ocorre a ação, mas expressa como ela ocorre. Assim temos:

1- Ação incompleta ou contínua, em andamento, linear ou aspecto durativo. Indica uma ação
em desenvolvimento, portanto ainda incompleta:
 Tempo presente. Expressa uma ação que está ocorrendo, por exemplo:  = (eu)
escrevo ou (eu) estou escrevendo no momento.
 Tempo imperfeito. Expressa uma ação incompleta, isto é, não foi completada no passado,
por exemplo:  = (eu) escrevia ou (eu) estava escrevendo (a ação de escrever não
se completou).

70
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

 Tempo futuro. Expressa uma ação futura, por exemplo:  = (eu) escreverei ou (eu)
estarei escrevendo.
Repare nos 3 tempos que a ênfase não é se a ação é, foi ou será feita, mas, sim, que a ação está,
estava ou estará sendo feita, ou seja, as 3 situações expressam uma ação em andamento quer no
presente, no passado ou no futuro, portanto é uma ação incompleta.

2- Ação completa ou pontilinear. Indica uma ação que é vista como um todo (completa), não
importando quanto tempo a ação levou ou levará para ser completada.
 Tempo aoristo. Expressa uma ação que foi completada, mas não define quando e nem
qual a sua duração, por exemplo:  = (eu) escrevi.
 Tempo futuro. Expressa uma ação que será completada no futuro, por exemplo:  =
(eu) escreverei.

3- Ação resultante ou linear-pontilinear. Expressa uma ação resultante de outra ação já


expressa por algum outro tempo verbal.
 Tempo perfeito. Expressa uma ação que já foi completada no passado, mas seus efeitos
continuam até o presente, por exemplo:  = (eu) tenho escrito (eu escrevi no
passado e isso continua valendo no momento).
 Tempo mais que perfeito. Expressa uma ação que já foi completada no passado, mas que
seus efeitos continuaram por algum tempo, até que também se acabaram, ou seja,
expressa uma ação passada antes de outra ação também passada, por exemplo:
 = (eu) escrevera (antes que outra coisa qualquer tivesse acontecido).
 Tempo futuro perfeito. Expressa uma ação que será completada no futuro antes que
ocorra outra ação, por exemplo:  = (eu) terei escrito (antes que outra coisa
qualquer seja concluída).

7.2.4. Vozes verbais


Indicam a ação do verbo em relação ao sujeito:
 Voz ativa. O sujeito pratica a ação verbal.
 Voz média. O sujeito realiza a ação em seu próprio benefício (em si mesmo, para si
mesmo, de si mesmo ou consigo mesmo).
 Voz passiva. O sujeito sofre a ação verbal.
Na maioria dos verbos as vozes passiva e média são idênticas quanto à forma, e o contexto é
quem determina o real significado do verbo.

7.2.5. Resumo dos verbos


Na quarta coluna estão listadas as vozes verbais. A abreviatura usada é baseada em O Novo
Testamento Grego Analítico, por exemplo: VIPA = Verbo Indicativo Presente Ativo; VIPM/P =
Verbo Indicativo Presente Médio e Verbo Indicativo Presente Passivo.

71
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

modo tempo voz


Indicativo Indica um fato dado como Presente VIPA, VIPM/P, VIPD/O/N
certo, uma realidade, mas este Imperfeito VIIA, VIIM/P
fato pode ser verdadeiro ou Futuro VIFA, VIFM, VIFP, VIFD
falso. Aoristo VIAA, VIAM, VIAP
peRfeito VIRA, VIRM/P
mais que perfeito (L) VILA,VILM/P
Futuro peRfeito VIFD
Subjuntivo Expressa possibilidade, dúvida, Presente VSPA, VSPM/P
incerteza, hesitação, hipótese, Aoristo VSAA, VSAM, VSAP
desejo ou expectativa. peRfeito *
Futuro *
Optativo Expressa desejo, opção, Presente VOPA, VOPM/P
possibilidade ou probabilidade. Futuro *
Em português é confundido Aoristo VOAA, VOAM, VOAP
com o subjuntivo. peRfeito VORA *, VORM/P
Futuro peRfeito *
Imperativo Expressa ordem, proibição, Presente VMPA, VMPM/P
conselho, exortação ou súplica. Aoristo VMAA, VMAM, VMAP
Infinitivo Funciona como um substantivo Presente VNPA, VNPM/P
verbal. Futuro VNFA, VNFM/P
Aoristo VNAA, VNAM/P
peRfeito VNRA, VNRM/P
Futuro Perfeito *
Particípio Funciona como um adjetivo Presente VPPA, VPPM/P
verbal, e também como Futuro VPFA, VPFM, VPFP
advérbio. Aoristo VPAA, VPAM, VPAP
Pefeito VPRA, VPRM/P
Futuro perfeito *
* Tempos ou vozes verbais que não existem no Novo Testamento.

7.3. Verbo 


Em grego há duas conjugações básicas, identificadas pelos verbos terminados em  e .
Embora os verbos em  sejam mais comuns e regulares, vamos primeiramente abordar o verbo
, que equivale aos nossos verbos auxiliares ser e estar, e também existir. Como em
português, também na língua grega este é o principal verbo de ligação.
A forma  (eu sou, estou, existo) está na 1ps do VIPA (Presente do Indicativo Ativo). Como
este verbo não tem a forma passiva e média, podemos dizer simplesmente VIP.

VIPA ou VIP
1ps  eu sou
2ps  tu és
3ps  ele/a é
1pp  nós somos
2pp  vós sois
3pp  eles/as são

72
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

Observações:
1. Todas as formas do presente do indicativo do  são enclíticas (com exceção do ),
isto é, são ligadas à palavra anterior e pronunciadas em conjunto com ela. Também
podem transferir sua acentuação para a palavra ao qual se ligam.
2. A forma  torna-se  em 2 situações:
 No início de uma oração, quando significa existe.
 Quando vier após: , , , , , , , , .

Vocabulário
Normalmente o dicionário só indica as formas básicas do verbo, e na primeira pessoa do singular
do presente do indicativo ativo (VIPA), assim o verbo  aparece como:

 (v., 2450) = eu sou, estou, existo; fico; hei; aconteço.

Se a pessoa não souber conjugar o verbo, com certeza terá dificuldade em localizar as demais
formas. Em nosso vocabulário vamos colocar as principais formas do verbo .

 (VIPA  2ps, 92) = (tu) és, estás, existes.


 (v., 2450) = (eu) sou, estou, existo; fico; hei; aconteço.
 (VIPA  1ps, 138) = (eu) sou, estou, existo; fico; hei; aconteço.
 (VIPA  1pp, 52) = (nós) somos, estamos, existimos.
 (VIPA  3pp, 157) = (eles/as) são, estão, existem.
 (VIPA  2pp, 92) = (vós) sois, estais, existis.
 (VIPA  3ps, 883) = (ele/a) é, está, existe.

Exercícios
1- Decore o verbo  no presente do indicativo (VIPA). Depois o escreva 5 vezes, sem olhar:

    
    
    
    
    
    

2- Traduza as frases para o português:

73
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 









3- Traduza as frases para o grego:

Deus é amor. 

João é profeta. 

Eu estou em casa. 

Jesus está em casa 

Somos seus profetas. 

Jesus é o pão da vida. 

Minha casa é na cidade. 

Somos amigos de Jesus. 

Exercício de leitura
4- Treine sua leitura no texto a seguir. Aproveite para grifar o verbo , no VIPA:

Jo 1.19-28
19     
 
20 
21        
 
22        

23          
 
24 
25     
 
26  
74
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

 
27         

28 

Faça o Exercício 3 do trabalho final – Verbo  no VIPA

75
Anexo 2 – A estrutura da oração e a formação básica do pensamento grego

Em todo idioma do mundo, os 2 elementos mais importantes na linguagem são os substantivos e


os verbos. Já estudamos a conceituação geral de ambos. Agora devemos compreender a estrutura
da oração, ou do pensamento na língua grega, antes de continuar o estudo de morfologia.

Na língua portuguesa a oração normalmente apresenta um sujeito (quem realiza uma ação) e um
predicado (a ação realizada). O núcleo do sujeito geralmente é um substantivo ou pronome
pessoal, e, em condições normais, o núcleo do predicado é um verbo, porém ele quase sempre é
acompanhado de algum outro substantivo que completa o predicado.
A ordem direta da oração em português é: sujeito + verbo + predicado, por exemplo: ao dizer:
homem constrói casa. Já dá para entender a idéia que se pretende transmitir. Também dá para
identificar o sujeito (homem), o verbo (constrói) e o objeto do predicado (casa). Ainda dá para
identificar dois substantivos (homem e casa).
Para o bom entendimento da idéia (mensagem), a oração deve ter um sentido claro, por isso é
importante que sejam conhecidos os elementos associados aos substantivos (artigos, adjetivos,
pronomes e preposições), e os elementos associados aos verbos (advérbios e preposições).
Assim, é possível acrescentar algo à oração inicial para melhorar seu significado: O homem
constrói a casa. Acrescentamos apenas dois artigos (o, a).
É possível ainda acrescentar algo mais: O homem sábio constrói cuidadosamente a sua casa.
Agora acrescentamos um adjetivo (sábio), um advérbio (cuidadosamente) e um pronome
possessivo (sua). E assim por diante.
É importante observar que a ordem dos termos da oração determina o sentido da mesma. A
oração “o homem constrói a casa” tem sentido claro, mas se dissermos “o homem a casa
constrói”, ou “a casa o homem constrói”, ou “a casa constrói o homem”, ou “constrói a casa o
homem”, ou “constrói o homem a casa”, o sentido dessas outras orações pode não ser o mesmo
da primeira oração, e mesmo que seja, não está tão claro.
Em grego esse problema praticamente não existe, pois os substantivos têm formas diferentes
para cada uma das funções que porventura venham a desempenhar na oração, por exemplo: 
 = o homem (sujeito da oração – caso nominativo), enquanto que  = a casa (se
fosse sujeito), mas casa é objeto direto (caso acusativo), portanto:  = a casa. Assim
podemos dizer:
 (sujeito + verbo + objeto), ou
 (sujeito + objeto + verbo), ou
 (objeto + sujeito + verbo), ou
 (objeto + verbo + sujeito), ou
 (verbo + sujeito + objeto), ou
 (verbo + objeto + sujeito).

Em qualquer uma dessas orações  continua sendo sujeito (pois a declinação do artigo
e do substantivo mostram que é sujeito – caso nominativo) e  continua sendo objeto
76
Anexo 2 – A estrutura da oração e a formação básica do pensamento grego

direto (pois a declinação do artigo e do substantivo mostram que é caso acusativo. Assim temos:
“O homem constrói a casa”, independentemente da ordem dos termos envolvidos.

Conclusão: O grego não se preocupa tanto com a ordem das palavras (embora geralmente
apresente sujeito + verbo + predicado), mas se preocupa com a declinação das palavras (em
especial os substantivos), pois isto mostra a função sintática do substantivo dentro da frase ou
oração, isto é, ele pode funcionar como sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto, objeto
indireto, etc.
Veja no próximo exemplo que a ordem dos substantivos, ou melhor, a declinação dos mesmos,
muda o sentido da oração:
 = o homem ama a mulher (homem = sujeito; mulher = objeto).
 = a mulher ama o homem (mulher = sujeito; homem = objeto).

Pela importância do assunto, até o final dos dois primeiros módulos vamos alternar o estudo de
substantivos e verbos e seus respectivos elementos associados.

77
8. Substantivo 2 – Substantivos da segunda declinação

Os substantivos podem declinar em gênero (masculino, feminino e neutro), número (singular e


plural) e caso (nominativo, genitivo/ablativo, dativo/locativo/instrumental, acusativo e vocativo).
Nem todos os substantivos declinam da mesma maneira. Existem 3 grupos diferentes de
declinações. Como a segunda declinação é a mais regular, vamos começar nosso estudo por ela.
A segunda declinação é conhecida por declinação em , pois a vogal temática sempre será .
No nominativo singular os substantivos de segunda declinação geralmente terminam em , no
genitivo singular sempre em . Nos dicionários e léxicos isso aparece indicado, por exemplo:
 – (subst., 548) = homem, ser humano. Temos:  = homem
(nominativo; e  = de homem (genitivo).
A segunda declinação toma como referência substantivos masculinos terminados em , mas
existem substantivos femininos também terminados em . A forma neutra que se enquadra na
segunda declinação termina em  ou  no nominativo, mas o genitivo termina em .
Se o substantivo for antecedido por artigo, este também será flexionado de acordo com o caso do
substantivo.

É bom enfatizar que os artigos masculinos e neutros sempre assumirão a forma final dos
substantivos da segunda declinação, mesmo que estejam antecendendo um substantivo de
primeira ou terceira declinação, enquanto que os artigos femininos sempre assumirão a forma
final dos substantivos da primeira declinação, mesmo que estejam antecedendo um substantivo
de segunda ou terceira declinação.
Nos dicionários os substantivos aparecem seguidos pelo artigo ,  ou , conforme o gênero do
mesmo (veja o vocabulário).

8.1. Paradigmas dos substantivos da segunda declinação


Os substantivos masculinos terminados em  contituem a esmagadora maioria dos substantivos
gregos.

singular plural
nom.  a palavra  as palavras
gen./abl.  da palavra  das palavras
dat. à palavra às palavras
loc.  na palavra  nas palavras
inst. com a palavra / pela palavra com as palavras / pelas palavras
acus.  a palavra  as palavras
voc.  palavra  palavras

A tabela seguinte apresenta os paradigmas dos substantivos de segunda declinação:

78
8. Substantivo 2 – Substantivos da segunda declinação

substantivo masculino substantivo feminino substantivos neutros


sing. nom.       
gen./abl.       
dt./lc./it.       
acus.       
voc.       
pl. nom.       
gen./abl.       
dt./lc./it.       
acus.       
voc.       

Observações:
1. Os substantivos de segunda declinação são em sua maioria do gênero masculino;
seguindo-se os de gênero neutro; poucos são do gênero feminino.
2. O tema é identificado pela forma genitiva singular sem o  final O tema sempre termina
na vogal temática .
3. O nominativo singular é sempre igual ao tema acrescido de  nos gêneros masculino e
feminino, e  no gênero neutro.
4. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (ditongo falso – iota
subscrito), enquanto que no plural sempre termina em  (ditongo verdadeiro longo).
5. O acusativo singular mantém a forma, tonicidade e acentuação do nominativo singular,
porém nos gêneros masculino e feminino substitui  final por um , ficando igual ao
neutro.
6. O vocativo é igual ao nominativo, tanto no singular como no plural respectivamente, mas
nos gêneros masculino e feminino singular substitui a terminação  por .
7. As terminações são sempre regulares para cada caso (com exceção do nominativo e
vocativo do gênero neutro, tanto no singular como no plural), embora a tonicidade e o
acento possam mudar. O genitivo/ablativo plural sempre termina em , mas somente
no gênero feminino será sempre perispômeno (termina em ).
8. Nunca se deve esquecer que os artigos masculinos correspondem às terminações de
substantivos masculinos de segunda declinação.
Os artigos neutros correspondem às terminações dos substantivos neutros da segunda
declinação, com exceção ao nominativo e acusativo singular.
Os artigos femininos correspondem aos substantivos femininos da primeira declinação
terminados em , portanto os substantivos femininos de segunda declinação, para cada
caso, têm terminaçãoes correspondentes, mas não iguais, aos artigos.

Vocabulário
Todos são antecedidos pelo artigo, mas mesmo que o artigo não apareça, isso não muda a
declinação do substantivo.

79
8. Substantivo 2 – Substantivos da segunda declinação

Substantivos masculinos:
 (subst., 175) = anjo, mensageiro – (anjo, angelical).
 (subst., 343) = irmão; patrício; correligionário – (Filadélfia).
 (subst., 4) = cordeiro.
 (subst., 548) = homem, ser humano – (antropologia).
 (subst., 79) = apóstolo, enviado; missionário; mensageiro.
 (subst., 97) = pão; comida (no sentido genérico).
 (subst., 59) = mestre, professor – (didática).
 (subst., 11) = dolo, traição, engano, fraude – (doloso).
 (subst., 124) = servo, escravo, serviçal. A palavra é usada mais
como adjetivo que substantivo.
 (subst., 120) = morte; separação – (tanatologia).
 (subst., 85) = tempo, época; oportunidade, ocasião oportuna, época
ou tempo conveniente.
 (subst., 6) = peito, seio; bolso, prega; golfo, enseada.
 (subst., 185) = universo, mundo; terra habitada, os habitantes
da terra – (cósmico, cosmético).
 (subst., 718) = dono, amo, senhor, proprietário; marido.
 (subst., 142) = povo, gente, multidão, turba – (leigo).
 (subst., 331) = palavra, ensino; preceito, doutrina; verbo –
(teologia).
 (subst., 194) = lei, mandamento, ordenança; princípio legal.
 (subst., 112) = casa, qualquer edifício habitado; família, raça,
descendentes – (economia, ecumênico).
 (subst., 272) = céu, firmamento – (urânio).
 (subst., 100) = olho – (oftalmologia).
 (subst., 174) = multidão, turba, povo, populacho.
 (subst., 28) = cruz.
 (subst., 95) = lugar, local, região; posição; oportunidade, ocasião –
(topologia, topografia).
 (subst., 374) = filho, filho homem, descendente; filho maior de
idade.
 (subst., 54) = tempo, período de tempo, duração – (cronologia).

Substantivos próprios masculinos:


 (subst., 15) = Damasco.
 (subst., 42) = Tiago.
 (subst., 19) = Nazareno, natural ou habitante de Nazaré.

80
8. Substantivo 2 – Substantivos da segunda declinação

 (subst., 158, em 157 se refere ao apóstolo) = Paulo.


 (subst., 154) = Pedro; pedra, pedrinha.
 (subst., 14) = saduceu, zadoquita.
 (subst., 25, sendo 7 como nome próprio) = coroa – (Estevão).
 (subst., 98) = fariseu.
 (subst., 36) = Filipe.
 (subst., 529) = Cristo, Ungido. Embora a palavra seja um adjetivo
(observe a terminação ), é mais usada como substantivo
(observe o artigo ).

Substantivos femininos:
 (subst., 9) = vinha, videira.
 (subst., 9) = livro; rolo de papiro; carta; lista – (biblioteca). Ver
.
 (subst., 101) = caminho, estrada, rua; jornada; curso da vida –
(rua, rodovia).
 (subst., 15) = virgem – (partenogênese).

Substantivos próprios femininos:


 (subst., 25) = Egito.
 (subst., 16) = Éfeso.

Substantivos neutros com terminação em :


 (subst., 19) = oferta, presente; dom, dádiva – (Teodoro, Dorotéia).
 (subst., 169) = trabalho, ocupação, obra; ação, empreendimento
– (ergométrico).
 (subst., 71) = templo, edifício sagrado – (hieróglifo).
 (subst., 76) = rosto, face; aparência, aspecto; pessoa; superfície;
presença – (prosopopéia).
 (subst., 68) = sábado.
 (subst., 99) = filho, filha; criança; descendente.

Substantivos neutros com terminação em :


 (subst., 30) = cordeiro, cordeirinho.
 (subst., 35) = livro, rolo de papiro; carta; lista; carta de divórcio –
(Bíblia, biblioteca). Uso tornou-se mais comum que , sendo
que o plural  acabou sendo utilizado até mesmo para
.
 (subst., 63) = demônio.
 (subst., 76) = evangelho, boas novas.
 (subst., 60) = capa; veste, roupa.

81
8. Substantivo 2 – Substantivos da segunda declinação

 (subst., 52) = criança; menino, menina – (pedagogia, pediatra).


 (subst., 66) = navio, barco, embarcação.
 (subst., 77) = sinal; milagre, prodígio – (semântica).

Substantivos que podem ser masculinos e femininos, ou masculino e neutro (o artigo é quem
identifica o gênero):
 (adj., subst., 47). // Adj. = pecaminoso, pecador, perverso. // Subst.
= pecador (termo usado como forma de menosprezo) –
(hamrtiologia).
 (subst., 29) = diácono/isa, servo/a, ministro/a; garçom/nete.
 (subst., 16) = zelo, lealdade, entusiasmo, ardor; ciúme; inveja –
(zelo, zelote).
 (subst., 1312) = Deus; deus/a – (teologia).

Exercícios

1- Coloque o artigo correspondente aos substantivos abaixo, dê a tradução correta da expressão

resultante e indique o gênero, número e caso:

art substantivo tradução gênero número caso


  os anjos masc. pl. acus.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

82
8. Substantivo 2 – Substantivos da segunda declinação

 

2- Identifique no texto de Jo 1, a seguir, todos os substantivos da segunda declinação:


1          
↑ ↑ ↑ ↑ ↑

2  

4  

6     

9    

10       

12         




13         




8.2. Declinação de substantivos próprios da segunda declinação


Substantivos próprios indicam nomes de pessoas e lugares. Em grego também indicam origem
ou nacionalidade (em português seriam adjetivos pátrios). Alguns substantivos próprios são
indeclináveis, isto é, não apresentam flexões quanto aos casos. Normalmente são substantivos de
origem estrangeira (hebraico ou aramaico) e que foram adaptados à língua grega.
Fora os indeclináveis, normalmente todo substantivo próprio flexiona como os demais
substantivos quanto ao gênero e caso, porém apresentam apenas a forma singular, por exemplo:

singular singular
nom.  Pedro  Paulo
gen./abl.  do Pedro  do Paulo
83
8. Substantivo 2 – Substantivos da segunda declinação

dat. ao Pedro ao Paulo


loc.  no Pedro (lugar)  no Paulo (lugar)
inst. com o Pedro, pelo Pedro com o Paulo, pelo Paulo
acus.  o Pedro  o Paulo
voc.  Pedro  Paulo

Fora o fato de não apresentar as formas no plural, todo substantivo próprio da segunda
declinação é bastante regular. Exemplos:
Nominativo:
Jo 6.68:  = Respondeu-lhe Simão Pedro...
At 13.9:  = Todavia Saulo, também chamado Paulo...

Genitivo:
Jo 1.40:  = Era André, o irmão de Simão Pedro...
At 19.29:  = ... companheiros de Paulo.

Dativo:
Jo 18.11:  = Jesus disse a Pedro...
At 21.4:  = ... pelo Espírito,
recomendavam a Paulo...

Acusativo:
Jo 13.6:  = Aproximou-se de Simão Pedro...
At 16.36: [] =
Então o carcereiro comunicou a Paulo...

Vocativo:
Lc 22.34:  = Mas Jesus lhe disse: Afirmo-te, Pedro...
At 26.24:  = ... Estás
louco, Paulo; as muitas letras te fazem delirar (literalmente: para a loucura transformam).

Exercício
3- Volte ao vocabulário final da lição 5 e liste todos os substantivos próprios que podem ser
classificados como da segunda declinação (liste todos que terminam em ,  – são 10
apenas):

   

84
8. Substantivo 2 – Substantivos da segunda declinação

   
   

4- Faça a declinação completa dos seguintes substantivos da segunda declinação:

singular
    
nom.     
gen./abl.     
dt./lc./it.     
acus.     
voc.     
plural
nom.     
gen./abl.     
dt./lc./it.     
acus.     
voc.     

5- Traduza as frases para o português:












85
8. Substantivo 2 – Substantivos da segunda declinação

6- Traduza as frases para o grego:

Jesus é Deus. 

O barco de Pedro. 

Jesus é a palavra de Deus. 

Jesus é o cordeiro de Deus. 

O templo é a casa de Deus. 

Deus e Jesus estão no céu. 

Exercício de leitura
7- Treine sua leitura nos textos a seguir. Grife os substantivos de segunda declinação:

Jo 1.29-34
29        
 
30       

31     

32           
 
33      
            
 
34 

Faça o Exercício 4 do trabalho final – Substantivos da segunda declinação

86
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo


O indicativo serve para indicar um fato dado como certo, uma realidade, mas este fato pode ser
verdadeiro ou falso.
O indicativo apresenta os tempos: presente, futuro, aoristo, imperfeito, perfeito, mais que
perfeito e futuro perfeito. Eles aparecem nas vozes ativa, média e passiva, sendo que a média e a
passiva são iguais.
O presente do indicativo indica um fato é considerado como certo e que está sendo realizado no
momento, por exemplo:  = (eu) falo ou (eu) estou falando;  = (eu) sou falado ou
(eu) estou sendo falado, ou (eu) falo de mim mesmo ou (eu) estou falando de mim mesmo; ou
seja, o presente do indicativo expressa uma ação linear, isto é, uma ação incompleta, contínua,
em andamento ou de aspecto durativo.
O presente do indicativo pode se apresentar nas vozes ativa (VIPA), média (VIPM) e passiva
(VIPP), sendo que as duas últimas são idênticas (VIPM/P).

9.1. Formas verbais primárias


Os verbos com terminação  são os mais comuns em grego. Embora a grande maioria dos
verbos gregos seja irregular, eles se enquadram em 3 terminações verbais básicas: a primária, a
secundária e a complementar. Cada uma delas pode ser ativa ou média/passiva. Dessas
terminações verbais básicas é que derivam todas as demais com seus respectivos modos, tempos
e vozes.

terminação verbal primária ativa terminação verbal primária média/passiva


pessoa/ vogal terminação  terminação terminação verbal terminação
número temática verbal ativa móvel do VIPA média/passiva do VIPP/M
1ps      
2ps      
3ps      
1pp      
2pp      
3pp      

Observações:
1. A terminação verbal primária é utilizada nos tempos: presente, futuro e perfeito.
2. Para o VIPA há 4 alterações por alongamento e/ou por eufonia:
 Na primeira pessoa do singular, a vogal temática  foi alongada para , e a
terminação verbal  foi suprimida, ficando apenas .
 Na segunda pessoa do singular, a vogal temática  foi alongada por eufonia para
, ficando .
 Na terceira pessoa do singular, o  da terminação verbal caiu, pois ficou
intervocálico, ficando apenas .

87
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

 Na terceira pessoa do plural, o  da terminação verbal caiu por eufonia e a vogal
temática  foi alongada, ficando .
O  móvel se junta ao final do verbo apenas na terceira pessoa quando a palavra seguinte
começar por uma vogal, ou quando este verbo for a palavra final da oração.
3. Para o VIPM/P há 2 alterações:
 Na segunda pessoa do singular há a perda do  intervocálico, e as vogais se
contraem:  +  =  →  →  → 
 Na primeira pessoa do plural o acento está na terminação (na vogal temática), pois se
permanecesse no radical a sílaba tônica seria a quarta, e isto não existe em grego (a
acentuação é regressiva).
4. Lembrar que o ditongo  na 2ps, 3ps e 3pp é breve.

A terminação verbal primária ativa origina o VIPA (Verbo Indicativo Presente Ativo) e seus
derivados, enquanto que a terminação verbal primária média/passiva origina o VIPM/P (Verbo
Indicativo Presente Médio / Verbo Indicativo Presente Passivo) e seus derivados:

VIPA VIFA VIFA = Verbo Indicativo Futuro Ativo


VIFM = Verbo Indicativo Futuro Médio
VSPA 1º VSAA
VIFP = Verbo Indicativo Futuro Passivo
  1º VSAP VIPA = Verbo Indicativo Presente Ativo
VIPM/P = Verbo Indicativo Presente Médio /
2º VSAA Verbo Indicativo Presente Passivo
VIRM/P = Verbo Indicativo peRfeito Médio /
VIPM/P VIFM Verbo Indicativo peRfeito Passivo

VIFP   VSPA = Verbo Subjuntivo Presente Ativo


VSPM/P = Verbo Subjuntivo Presente Médio /
1º VIRM/P Verbo Subjuntivo Presente Passivo
VSAA = Verbo Subjuntivo Aoristo Ativo
VSPM/P 1º VSAM
VSAM = Verbo Subjuntivo Aoristo Médio
 2º VSAM VSAP = Verbo Subjuntivo Aoristo Passivo

Derivações das formas verbais primárias ativa e média/passiva

9.2. O presente do indicativo ativo (VIPA) do verbo 


No VIPA o sujeito é quem realiza a ação expressa pelo verbo (equivale ao presente do indicativo
em português).

raiz terminação do VIPA VIPA tradução presente do indicativo


   (eu) solto / estou soltando
   (tu) soltas / estás soltando
   (ele/a) solta / está soltando
   (nós) soltamos / estamos soltando
   (vós) soltais / estais soltando
   (eles/as) soltam / estão soltando
88
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

Obs.: Todos os verbos  são paroxítonos com acento agudo. Quando conjugado no VIPA o
acento sempre se mantém sobre a raiz.

9.3. Presente do Indicativo Médio (VIPM) e Presente do Indicativo Passivo (VIPP)


As 2 vozes são idênticas e por isso são abreviadas por VIPM/P.

raiz term. do VIPM/P VIPP/M tradução presente do indicativo


VIPP: (eu) sou solto
  
VIPM: (eu) solto para mim / me solto
VIPP: (tu) és solto
  
VIPM: (tu) soltas para ti / te soltas
VIPP: (ele/a) é solto
  
VIPM: (ele/a) solta para si / se solta
VIPP: (nós) somos soltos
  
VIPM: (nós) soltamos para nós / nos soltamos
VIPP: (vós) sois soltos
  
VIPM: (vós) soltais para vós / vos soltais
VIPP: (eles/as) são soltos
  
VIPM: (eles/as) soltam para si / se soltam

Obs.: Na primeira pessoa do plural o acento está na terminação (na vogal temática), pois a
acentuação é regressiva.

9.4. Verbos contratos


Quando radical termina em consoante, a terminação verbal é acrescentada ao radical sem
alteração alguma. O mesmo acontece com vogais  e  (vogais não contratas), por exemplo:

radical terminado em consoante radical terminado em vogal


terminação terminação
verbo forma final verbo forma final
verbal verbal
   
   
 
   
   
   
   
 
   
   

Quando o radical termina em vogais ,  ou , ocorre a contração da vogal do radical com a
vogal da terminação (pode ser a vogal temática ou a vogal da desinência).

89
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

Obs.: Neste caso, se uma das sílabas que participou da contração era acentuada, a sílaba
resultante da contração será acentuada (o que ocorre na maioria das vezes) e, sempre que as
regras de acentuação o permitirem, o acento será circunflexo.

vogal do vogal temática ou vogal da desinência


radical +  +  +  +  +  +  +  + 
        
        
        

Por exemplo:

verbo tv forma final verbo tv forma final verbo tv forma final


     
 
     
     
     
  
     
     
     
     

Obs.: A regra dos verbos contratos valem para todos os demais modo, tempos e vozes que serão
estudadas no futuro, mas existem verbos que não obedecem a esta regra de contração em
determinados tempos verbais, os quais serão vistos no momento oportuno.

9.5. Paradigmas de verbos de terminação  no VIPA e VIPM/P


São formados pela simples adição da terminação verbal ao radical. Observe que a vogal temática
é considerada como parte da terminação verbal.

       


VIPA = R + 
       
       
       
       
       
       
VIPM/P = R + 
       
       
       
       
       
       

90
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

Nos verbos contratos ocorre a contração da vogal do radical com a vogal da terminação verbal:

   


VIPA = R + 
   
   
   
   
   
   
VIPM/P = R + 
   
/   
   
   
   
   

Vocabulário
Os verbos são sempre apresentados na 1ps do VIPA (com terminação em ). Se o verbo for
contrato, isto não é informado, cabe ao aluno conhecer o fato.
Seguem-se respectivamente, quando necessárias, as formas VIFA (terminação ), VIAA
(), VIRA (), VIRM/P () e VIAP (). Por exemplo: , , isto significa
que no futuro (VIFA) o verbo  toma a forma de , pois o  na terminação
indica o futuro, como veremos posteriormente. Já o verbo , no VIFA é , no VIAA é
, no VIAP é .

 (v., 143) = amo.


 e  (v., 67) = guio, conduzo, trago, levo – (pedagogo).
 (v., 70) = peço, rogo, imploro.
 – (v., 90) = sigo, acompanho, torno-me discípulo.
 (v. 428) = ouço; atendo, obedeço – (acústica, alô!).
 – (v., 112) = morro.
 (v., 122) = lanço, jogo, atiro, arrojo – (parábola, hipérbole).
 – (v., 76) = batizo, imerjo, submerjo, mergulho –
(batizo, batismo).
 (v., 132) = vejo, olho, contemplo, percebo; examino.
 (v., 97) = gero, dou à luz, faço nascer.
 – (v., 221) = conheço, sei;
aprendo, percebo – (diagnóstico, gnósis).
 – (v., 191) = escrevo – (grafia).
 (v., 97) = ensino – (didática).

91
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

 – (v., 143) = levanto, ergo; acordo; ressuscito.


 (v., 63) = pergunto, peço, rogo, suplico.
futuro – (v., 65) = como, devoro – (antropófago, fagocitose).
 – (v., 54) = evangelizo, levo boas novas –
(evangelizo).
 – (v., 176) = acho, encontro, descubro – (eureca – palavra
pronunciada por Arquimedes).
 (v., 709) = tenho, possuo, obtenho, adquiro, guardo; uso (no
sentido de usar roupas).
 – (v., 140) = vivo – (zoológico, zoologia).
 – (v., 117) = procuro, busco, exijo, requeiro.
 (v., 207) = quero, desejo, gosto.
    – (v., 63) = proclamo, prego, anuncio, publico, sou
arauto.
 – (v., 114) = julgo, censuro, condeno;
decreto, determino, resolvo.
 – (v., 298) = falo, digo, anuncio, repito, dirijo a palavra
a, prego – (Eulália, glossolalia).
 – (v., 258) = tomo, recebo, acho, tiro,
agarro, obtenho, capto.
 (v., 1325) = digo, falo, narro, menciono; significo; chamo;
afirmo – (alego, teologia).
 (v., 42) = solto, desato, desamarro, desprendo, desligo; violo –
(análise).
 – (v., 76) = testifico, testemunho – (mártir).
 – (v., 118) = permaneço, fico, fico, espero, aguardo, duro –
(permanecer).
 (e ) – (v., 114) = vejo, noto, percebo, contemplo,
cuido, vigio, estou de guarda; visito, torno-me visível, apareço.
 – (v., 109) = rogo, peço, chamo, admoesto.
 – (v., 79) = envio, mando, ordeno, meto.
 – (v., 242) = creio, confio.
 – (v., 86) = encho, encho a ponto de transbordar, encho
plenamente.
 – (v., 566) = faço, crio, produzo.
 – (v., 110) = salvo, curo, saro.
 – (v., 71) = guardo, conservo, reservo, mantenho.
 (v., 31) = brilho, resplandeço, ilumino, alumio – (fenômeno).
    – (v., 74) = manifesto, apareço, mostro-me,

92
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

descubro.
 – (v., 11) = brilho, ilumino; esclareço, revelo, torno
evidente, trago à luz – (fósforo).
 (v., 74) = regozijo, alegro, jubilo.

Exercício
1- Separe o radical, a vogal temática e a terminação verbal dos verbos a seguir e dê a tradução da
conjugação apresentada:

verbo radical vt tv tempo pes./num. tradução

    VIPA 1ps solto

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   
   
   

93
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

   

   
   
   

9.6. O presente e o futuro do indicativo do verbo 


Já vimos antes que o  é o principal verbo de ligação na língua grega. Também já vimos a sua
conjugação no VIPA, ou simplesmente VIP, uma vez que ele não tem as formas VIPM/P.

VIPA do 
1ps  (eu) sou
2ps  (tu) és
3ps  (ele/a) é
1pp  (nós) somos
2pp  (vós) sois
3pp  (eles/as) são

Observações:
1. Todas as formas do presente do indicativo do  são enclíticas (com exceção do ),
isto é, são ligadas à palavra anterior e pronunciadas em conjunto com ela
2. A forma  torna-se  em duas situações:
 No início de uma oração, quando significa existe.
 Quando vier após: , , , , , , , , .

É curioso observe que o tempo futuro do indicativo ativo (VIFA) ou, simplesmente VIF, é
formado pela terminação do presente do indicativo passivo e médio (VIPM/P) do verbo ,
antecedido por , com exceção da terceira pessoa do singular.

pes./num.  tv do  no VIPM/P VIFA do  tradução


1ps    (eu) serei / estarei
2ps    (tu) serás / estarás
3ps    (ele/a) será / estará
1pp    (nós) seremos / estaremos
2pp    (vós) sereis / estareis
3pp    (eles/as) serão / estarão

Vocabulário
Normalmente um dicionário só indica a forma do verbo da primeira pessoa do singular do
presente do indicativo ativo (VIPA), assim o verbo  aparece como:

94
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

 (v., 2450) = eu sou, estou, existo; fico; hei; aconteço.

Se a pessoa não souber conjugar o verbo, com certeza terá dificuldade em localizar as demais
formas do mesmo. Em nosso vocabulário vamos colocar as principais formas do verbo .
Assim, por enquanto, teremos:

 (v., 2450) = (eu) sou, estou, existo; fico; hei; aconteço.
 – (VIFA , 185) = serei, serás, será, seremos,
sereis, serão.

9.7. Usos do presente do indicativo


Jo 1.5:  = a luz resplandece nas trevas.
Jo 1.9:  = a luz ilumina a todo homem.
Jo 1.21:  = Tu és Elias? E diz: Não sou.
Jo 1.49:  = Mestre, tu és o Filho
de Deus, tu és o Rei de Israel!.

Exercícios
2- Decore o VIPA e o VIPM/P do verbo . Depois os escreva nas linhas abaixo os verbos
indicados:

VIPA do  VIPA do  VIPA do  VIPA do 


   
   
   
   
   

VIPPM/P do  VIPM/P do  VIPM/P do  VIPM/P do 


   
   
   
   
   

95
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

3- Traduza as seguintes orações:





 




4- Traduza as seguintes orações:

Deus ama o homem. 

Jesus fala ao homem. 

o senhor ensina ao servo. 

Jesus é o caminho ao céu. 

guardo a palavra de Deus. 

Paulo anuncia o evangelho. 

Paulo e Pedro escrevem a Bíblia. 

a palavra de Deus é ouvida nos céus. 

Exercício de leitura
5- Treine sua leitura nos textos a seguir. Grife os verbos no VIPA e VIPM e VIPP:
Jo 1.35-44
35 
36 
37 
38           
          

39         
 
40            
 

96
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

41      


 
42    

43   
 
44 

Faça o Exercício 5 do trabalho final – Verbos no presente do indicativo

97
Anexo 3 – Conjugações verbais em português

modo indicativo modo subjuntivo


tempo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação corres- 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação corres-
andar vender partir pondente andar vender partir pondente
presente ando vendo parto que eu ande que eu venda que eu parta
andas vendes partes andes vendas partas
anda vende parte VIPA ande venda parta VSPA
andamos vendemos partimos VIPM/P andemos vendamos partamos VSPM/P
andais vendeis partis andeis vendais partais
andam vendem partem andem vendam partam
pretérito andava vendia partia se eu andasse se eu vendesse se eu partisse
imperfeito andavas vendias partias andasses vendesses partisses
VSAA
andava vendia partia VIIA andasse vendesse partisse
VSAM
andávamos vendíamos partíamos VIIM/P andássemos vendêssemos partíssemos
VSAP
andáveis vendíeis partíeis andásseis vendêsseis partísseis
andavam vendiam partiam andassem vendessem partissem
pretérito andei vendi parti
perfeito andaste vendestes partiste
VIAA
simples andou vendeu partiu
VIAM
andamos vendemos partimos
VIAP
andastes vendestes partistes
andaram venderam partiram
pretérito tenho andado tenho vendido tenho partido que eu tenha andado que eu tenha vendido que eu tenha partido
perfeito tens andado tens vendido tens partido tenhas andado tenhas vendido tenhas partido
composto tem andado tem vendido tem partido tenha andado tenha vendido tenha partido
temos andado temos vendido temos partido tenhamos andado tenhamos vendido tenhamos partido
tendes andado tendes vendido tendes partido tenhais andado tenhais vendido tenhais partido
têm andado têm vendido têm partido tenham andado tenham vendido tenham partido
pretérito andara vendera partira
mais-que- andaras venderas partiras
perfeito andara vendera partira
simples andáramos vendêramos partíramos
andáreis vendêreis partíreis
andaram venderam partiram
modo indicativo modo subjuntivo
tempo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação corres- 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação corres-
andar vender partir pondente andar vender partir pondente
pretérito tinha andado tinha vendido tinha partido se eu tivesse andado se eu tivesse vendido se eu tivesse partido
mais-que- tinhas andado tinhas vendido tinhas partido tivesses andado tivesses vendido tivesses partido
perfeito tinha andado tinha vendido tinha partido tivesse andado tivesse vendido tivesse partido
composto tínhamos andado tínhamos vendido tínhamos partido tivéssemos andado tivéssemos vendido tivéssemos partido
tínheis andado tínheis vendido tínheis partido tivésseis andado tivésseis vendido tivésseis partido
tinham andado tinham vendido tinham partido tivessem andado tivessem vendido tivessem partido
futuro do andarei venderei partirei VIFA quando eu andar quando eu vender quando eu partir
presente andarás venderás partirás VIFM andares venderes partires
simples andará venderá partirá VIFP andar vender partir
andaremos venderemos partiremos andarmos vendermos partirmos
andareis vendereis partireis andardes venderdes partirdes
andarão venderão partirão andarem venderem partirem
futuro do terei andado terei vendido terei partido quando eu tiver andado quando eu tiver vendido quando eu tiver partido
presente terás andado terás vendido terás partido tiveres andado tiveres vendido tiveres partido
composto terá andado terá vendido terá partido tiver andado tiver vendido tiver partido
teremos andado teremos vendido teremos partido tivermos andado tivermos vendido tivermos partido
tereis andado tereis vendido tereis partido tiverdes andado tiverdes vendido tiverdes partido
terão andado terão vendido terão partido tiverem andado tiverem vendido tiverem partido
futuro do andaria venderia partiria
pretérito andarias venderias partirias
simples andaria venderia partiria
andaríamos venderíamos partiríamos
andaríeis venderíeis partiríeis
andariam venderiam partiriam
futuro do teria andado teria vendido teria partido
pretérito terias andado terias vendido terias partido
composto teria andado teria vendido teria partido
teríamos andado teríamos vendido teríamos partido
teríeis andado teríeis vendido teríeis partido
teriam andado teriam vendido teriam partido
modo imperativo formas nominais
tempo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação corres- 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação corres-
andar vender partir pondente andar vender partir pondente
afirmativo ----- ----- ----- infinitivo andar vender partir
anda tu vende tu parte tu
ande você (ele) venda você (ele) parta você (ele)
andemos nós vendamos nós partamos nós gerúndio andando vendendo partindo
andai vós vendei vós parti vós VMPA
andem vocês (eles) vendam vocês (eles) partam vocês (eles) VMPM/P
---- ---- ---- VMAA andado vendido partido
negativo particípio
não andes tu não vendas tu não partas tu VMAM
não ande você não venda você não parta você VMAP
não andemos nós não vendamos nós não partamos nós
não andeis vós não vendais vós não partais vós
não andem vocês não vendam vocês não partam vocês

Conjugação do verbo SER

modo indicativo modo subjuntivo foram


tempo corres- corres- modo indicativo modo subjuntivo
ser ser tempo
pondente pondente corres- corres-
ser ser
presente sou que eu seja pondente pondente
és sejas pretérito tenho sido que eu tenha sido
é seja perfeito tens sido tenhas sido
VIPA VSPA
somos sejamos composto tem sido tenha sido
sois sejais temos sido tenhamos sido
são sejam tendes sido tenhais sido
pretérito era se eu fosse têm sido tenham sido
imperfeito eras fosses pretérito fora
era fosse mais-que- foras
VIIA
éramos fôssemos perfeito fora
éreis fósseis simples fôramos
eram fossem fôreis
pretérito fui foram
perfeito foste pretérito tinha sido se eu tivesse sido
simples foi mais-que- tinhas sido tivesses sido
fomos perfeito tinha sido tivesse sido
fostes composto tínhamos sido tivéssemos sido
tínheis sido tivésseis sido teriam sido
tinham sido tivessem sido modo imperativo formas nominais
modo indicativo modo subjuntivo tempo corres- corres-
tempo ser forma ser
corres- corres- pondente pondente
ser ser
pondente pondente ----- infinitivo ser
futuro do serei quando eu for sê tu
presente serás fores seja você (ele)
simples será for afirmativo
sejamos nós gerúndio sendo
VIFA
seremos formos sede vós
sereis fordes sejam vocês (eles)
serão forem ---- VMPA sido
particípio
futuro do terei sido quando eu tiver sido não sejas tu
presente terás sido tiveres sido não seja você
composto terá sido tiver sido negativo não sejamos nós
teremos sido tivermos sido não sejais vós
tereis sido tiverdes sido não sejam vocês
terão sido tiverem sido
futuro do seria
pretérito serias
simples seria
seríamos
seríeis
seriam
futuro do teria sido
pretérito terias sido
composto teria sido
teríamos sido
teríeis sido
10. Substantivo 3 – Substantivos da primeira declinação

A primeira declinação toma por referência os substantivos cuja vogal temática é  ou . Na sua
maioria são substantivos femininos.
Os substantivos de primeira declinação existem em menor número que os de segunda declinação,
mas são mais complexos de serem entendidos. Há 5 maneiras diferentes de flexionar os
substantivos de primeira declinação:
1. Substantivos femininos terminados em .
2. Substantivos femininos terminados em , precedidos por ,  ou .
3. Substantivos femininos terminados em , não precedidos por ,  ou .
4. Substantivos masculinos terminados em .
5. Substantivos masculinos terminados em .

Observações:
1. Na primeira declinação os substantivos masculinos não terminam , como na segunda,
mas sim em  ou . A vogal temática também é  ou , como nos substantivos
femininos.
2. Não existem substantivos neutros de primeira declinação.
3. Existe também uma relação constante entre a terminação do nominativo e do genitivo.
Com uma exceção nos substantivos masculinos no genitivo.

terminação terminação
gênero radical
do nominativo do genitivo
R-  
terminado em
 
feminino  ou 
não terminado em
 
 ou 
R-  
masculino
R-  

10.1. Substantivos femininos da primeira declinação


Existem 3 situações diferentes:
 Vogal temática . O nominativo singular termina em , e o genitivo singular em .
 Vogal temática , precedida por , , ou . O nominativo singular termina em , e
o genitivo singular em .
 Vogal temática , não precedida por , , ou  (somente  e ). O
nominativo singular termina em , e o genitivo singular em .

115
vogal vogal temática , vogal temática , não precedida por ,  ou
temática  precedida por ,  ou   (somente  e )
radical         
sing. nom.          
gn./ab.          
d./l./i.          
acus.          
voc.          
pl. nom.          
gn./ab.          
d./l./i.          
acus.          
voc.          

Observações:
1. O nominativo singular é igual ao tema ou radical, mas há exceções quando vogal
temática não é precedida por ,  ou .
2. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em ditongo falso (iota subscrito),
e o plural sempre termina em  (ditongo verdadeiro longo).
3. O acusativo singular mantém a forma, tonicidade e acentuação do nominativo singular e
acrescenta um  final.
4. Nas formas plurais as terminações são sempre regulares para cada caso, embora a
tonicidade e o acento possam mudar. O genitivo ablativo plural sempre termina em  (é
perispômeno).
5. O vocativo sempre é igual ao nominativo, tanto no singular como no plural
respectivamente.
6. Os artigos femininos sempre correspondem aos substantivos femininos da primeira
declinação terminados em , mesmo quando o substantivo termina em .

Vocabulário
Todo substantivo traz indicada a terminação do genitivo e também o artigo (gênero).

Substantivos femininos com vogal temática em :


 (subst., 116) = amor, afeição, estima (a palavra tem o sentido de
um padrão mais elevado de amor).
 (subst., 55) = princípio, origem; principado, líder, domínio;
ponta – (arcaico, arqueologia).
 (subst., 249) = terra, chão, solo; praia – (geografia).
 (subst., 50) = escrito; Escritura – (geografia, caligrafia).
 (subst., 33) = testamento; aliança, pacto, concerto.

116
 (subst., 91) = justiça, retidão, integridade.
 (subst., 91) = paz, tranqüilidade; segurança, concórdia; felicidade –
(Irene).
 (subst., 24) = carta, epístola.
 (subst., 135) = vida tanto no sentido físico, como espiritual –
(zoologia).
 (subst., 50) = parábola, comparação, alegoria, figura.
 (subst., 36) = oração.
 (subst., 16) = figueira – (suco).
 (subst., 56) = sinagoga; assembléia, reunião.
 (subst., 139) = som, voz – (telefone, fonética).
 (subst., 102) = alma, vida; pessoa, indivíduo – (psicologia).

Substantivos femininos com vogal temática em  (precedidos por ,  ou ):
 (subst., 109) = verdade, realidade, certeza; fidedignidade,
confiabilidade; justiça.
 (subst., 172) = pecado, pecaminosidade, ofensa, violação da lei
de Deus – (hamartiologia).
 (subst., 162) = reino, reinado, soberania, autoridade, domínio,
governo – (Basílio).
 (subst., 43) = geração; prole; raça.  = tempo infinito –
(genealogia).
 (subst., 34) = serviço, ministério, ministração, assistência;
administração; socorro; distribuição de comida.
 (subst., 114) = igreja; assembléia, congregação – (eclesiástico).
 (subst., 102) = direito de mandar, autoridade, poder, força;
direito de escolha, de agir, de decidir.
 (subst., 389) = dia – (efêmero).
 (subst., 39) = porta, entrada.
 (subst., 156) = coração; mente, personalidade, caráter –
(cardíaco).
 (subst., 19) = comunhão, cooperação, sociedade; participação;
auxílio.
 (subst., 37) = testemunho, reputação – (mártir).
 (subst., 22) = mudança de mente, mudança de interior;
arrependimento.
 (subst., 94) = casa, família; bens, propriedade – (economia,
ecumênico).
 (subst., 4) = pombo/a.
 (subst., 15) = rocha, rochedo, penha, penhasco – (pedra).

117
 (subst., 16) = trevas, escuridão.
 (subst., 51) = sabedoria – (Sofia, filosofia).
 (subst., 45) = salvação, libertação; saúde; segurança –
(solteriológico).
 (subst., 59) = alegria, gozo, regozijo – (carismático).
 (subst., 106) = hora, tempo; tempo oportuno – (hora, horário).

Substantivos próprios femininos com vogal temática em  (precedidos por ,  ou ):
 (subst., 18) = Antioquia.
 (subst., 18) = Ásia.
 (subst., 12) = Betânia.
 (subst., 61) = Galiléia.
 (subst., 45) = Judéia.
 (subst., 54) = Maria, Miriam.

Substantivos femininos com vogal temática em  (não precedidos por ,  ou ):
 (subst., 12) = inferno.
 (subst., 50) = língua, linguagem, dialeto – (glossolalia,
glossário).
 (subst., 166) = glória, honra, dignidade, majestade –
(doxologia).
 (subst., 17) = raiz; origem, causa.

Exercício
1- Decline os substantivos:

sing. nom.     


gn./ab.     
d./l./i.     
acus.     
voc.     
pl. nom.     
gn./ab.     
d./l./i.     
acus.     
voc.     

118
10.2. Substantivos masculinos da primeira declinação
São poucos os substantivos de primeira declinação do gênero masculino (normalmente nomes
próprios). Não há substantivos do gênero neutro. Existem 2 situações diferentes e uma exceção:
 Vogal temática . O nominativo singular termina em , e o genitivo singular em .
 Vogal temática . O nominativo singular termina em , e o genitivo singular em .
 Vogal temática . O nominativo singular termina em , e o genitivo singular em .
São substantivos irregulares e constituem uma exceção na primeira declinação.
Os 2 últimos casos são muito raros em toda Bíblia, normalmente são nomes próprios de origem
estrangeira (hebraico e aramaico).

vogal temática  vogal temática 


radical   
sing. nom.    
gen./abl.    
dt./lc./it.    
acus.    
voc.    
pl. nom.    
gen./abl.    
dt./lc./it.    
acus.    
voc.    

Observações:
1. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em ditongo falso (iota subscrito),
e o plural sempre termina em  (ditongo verdadeiro longo).
2. O acusativo singular mantém a forma, tonicidade e acentuação do nominativo singular,
porém elimina o  e acrescenta um  final.
3. Nas formas plurais as terminações são sempre regulares para cada caso, embora a
tonicidade e o acento possam mudar. O genitivo ablativo plural sempre termina em  (é
perispômeno).
4. O vocativo plural sempre é igual ao nominativo, enquanto que o singular termina em .
5. Os artigos masculinos correspondem às terminações dos substantivos masculinos de
segunda declinação, portanto os substantivos masculinos de primeira declinação, para
cada caso, têm terminaçãoes correspondentes, mas não iguais, aos artigos.

Vocabulário

119
Substantivos masculinos com vogal temática em :
 (subst., 12) = batista, o que batiza.
 (subst., 19) = juiz – (crítico).
 (subst., 260) = discípulo, aderente, aluno, pupilo, aprendiz.
 (subst., 144) = profeta, porta-voz.
 (subst., 26) = soldado – (estrato).
 (subst., 20) = ministro, ajudante, assistente; oficial.
 (subst., 6) = hipócrita; falso; artista.

Substantivos masculinos próprios com vogal temática em :


 (subst., 43) = Herodes.
 (subst., 15) = Jordão.
 (subst., 9) = israelita.
 (subst., 134) = João.

Substantivo masculino com vogal temática em :


 (subst., 3) = moço, jovem – (neófito).

Substantivos masculinos próprios com vogal temática em :


 (subst., 13) = André.
 (subst., 28) = Barnabé.
 (subst., 29) = Elias.
 (subst., 22) = Isaías.
 (subst., 9) = Cefas.
 (subst., 2) = Messias, Cristo, Ungido.
 (subst, 36) = Satanás, adversário.

Exercícios

2- Decline os substantivos:

sing. nom.    


gn./ab.    
d./l./i.    
acus.    
voc.    

120
pl. nom.    
gn./ab.    
d./l./i.    
acus.    
voc.    

3- Coloque o artigo correspondente aos substantivos abaixo, dê a tradução correta da expressão

resultante e indique o gênero, número e caso:

art substantivo tradução gen. num. caso

  o princípio fem sing acus


 



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

4- Identifique no texto de Jo 1 os substantivos da primeira declinação:


1   

121
2   

4     


↑ ↑

5     


↑ ↑

6  

7            
 ↑  ↑ 


10.3. Declinação de substantivos próprios da primeira declinação


Assim como os substantivos próprios da segunda declinação, também os da primeira flexionam
como os demais quanto ao gênero e caso, e também apresentam apenas a forma singular.
Aqueles que indicam origem apresentam a forma plural.

singular plural singular plural


nom.  -----  
gen./abl.  -----  
dat./loc./inst.  -----  
acus.  -----  
voc.  -----  

Obs.: Fora o fato de nem sempre apresentar as formas no plural, todo substantivo próprio da
primeira declinação é bastante regular.

Exercícios
5- Volte ao vocabulário final da lição 5 e liste todos os substantivos próprios de primeira
declinação (menos os indeclináveis):

femininos terminados em :


femininos terminados em  (precedidos de , , ):

femininos terminados em  (não precedidos de , , ):
122
masculinos terminados em :
masculinos terminados em :

6- Traduza as frases:









7- Traduza as frases:

a salvação de Deus 

Jesus é a porta do céu 

Jesus está na Galiléia. 

Jesus fala aos homens. 

obedeço a voz de Deus. 

João batiza Jesus no Jordão. 

os alunos ouvem a palavra do mestre 

os diáconos e as diaconisas são servos. 

Exercício de leitura
8- Treine sua leitura nos textos a seguir. Grife os substantivos da primeira declinação:
Jo 1.45-51
45       
 
46          

47          
 
48      
 
49 
123
50          
 
51           
 

Faça o Exercício 6 do trabalho final – Substantivos da primeira declinação


Conhecendo o grego koiné do Novo Testamento

Módulo 2
Morfologia 2 (classes gramaticais em grego – continuação)

Objetivo do Módulo 2 ................................................................................................................

11. Verbos 3 – O presente do subjuntivo do verbo de terminação  e do verbo  ............


11.1. O Subjuntivo Presente Ativo (VSPA) e o Médio/Passivo (VSPM/P) ..............................
11.2. O presente do subjuntivo em verbos contratos ................................................................
11.3. Paradigmas de verbos de terminação  no VSPA e VSPM/P ........................................
11.4. Presente do subjuntivo do verbo  ..............................................................................
11.5. Usos especiais do verbo no subjuntivo .............................................................................

12. Adjetivos 1 – Adjetivos de primeira e segunda declinações ...............................................


12.1. As declinações dos adjetivos .............................................................................................
12.1.1. Adjetivos da primeira e segunda declinações cujo radical termina em
consoante (menos ) ....................................................................................................
12.1.2. Adjetivos da primeira e segunda declinações cujo radical termina em  ou
vogal (somente  e ) ................................................................................................
12.1.3. Adjetivos da primeira e segunda declinações em que o masculino e o feminino
são idênticos ..................................................................................................................
12.2. Usos dos adjetivos .............................................................................................................
12.3. Adjetivo substantivado .....................................................................................................

124
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação  e do
verbo  ............................................................................................................................
13.1. Futuro do indicativo ativo (VIFA) e médio (VIFM) do verbo  ....................................
13.2. Particularidades na formação do futuro do indicativo ativo (VIFA) e médio
(VIFM) ................................................................................................................................
13.2.1. Formação do futuro do indicativo ativo e médio dos verbos com radical
terminado em vogal contrata ..........................................................................................
13.2.2. Formação do futuro do indicativo ativo e médio em verbos com radical
terminado em consoante labial, gutural e dental ............................................................
13.2.3. Formação do futuro do indicativo ativo e médio de verbos com radical
terminado em consoante sibilante .................................................................................. 
13.2.4. Formação do futuro do indicativo ativo e médio em verbos com radical
terminado em consoante líquida .....................................................................................
13.2.5. Formação do futuro do indicativo ativo e médio em verbos irregulares .....................
13.3. Formação perifrásica do futuro .......................................................................................
13.4. Futuro do indicativo do verbo  ..................................................................................

14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação ........................................................


14.1. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em , de gênero
neutro ..................................................................................................................................
14.2. Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em vogal seguida de
, de gênero neutro ..........................................................................................................
14.3. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em , de gênero
masculino ............................................................................................................................
14.4. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em  ou  (mais
raramente ), de gênero feminino ..................................................................................
14.5. Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em , de gênero
feminino ..............................................................................................................................
14.6. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em , a maioria é de
gênero feminino, mas há também de masculino ................................................................
14.7. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em consoante líquida
( ou ), a maioria é de gênero masculino, mas há também do gênero feminino ........
14.8. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em consoante líquida
(), a maioria é de gênero masculino, mas há também feminino e neutro .....................
14.9. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em consoante líquida
 (somente  ou ), com síncope; a maioria é de gênero masculino, mas
há também gênero feminino ...............................................................................................
14.10. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em consoante gutural
(,  ou ), de gêneros masculino e feminino .............................................................

125
14.11. Substantivo de terceira declinação cujo radical termine em , de gênero
neutro ..................................................................................................................................
14.12. Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em vogal , a
maioria é de gênero feminino, há também de gêneros masculino e neutro ......................
14.13. Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em vogal  e , ou
ditongo  e , a maioria é de gênero masculino, mas há também do gênero
feminino ..............................................................................................................................
14.14. Substantivos de terceira declinação que apresentam radicais duplos, de gêneros
masculino e feminino ..........................................................................................................
14.15. Paradigma dos substantivos da terceira declinação ......................................................

15. Verbos 5 – Verbos defectivos ou depoentes (indicativo presente e futuro) ........................


15.1. Os defectivos em relação à voz ativa – indicativo presente depoente ..............................
15.2 Os defectivos e o futuro do indicativo – indicativo futuro depoente ................................
15.3. Paradigma dos verbos defectivos .....................................................................................
15.4. Particularidades dos verbos defectivos ............................................................................
15.5. Uso dos verbos defectivos .................................................................................................

126
127
Módulo 2
Morfologia 2 (classes gramaticais em grego – continuação)

Objetivo do Módulo 2:
Conhecer as demais classes gramaticais principais da língua grega do Novo Testamento.

Lição Objetivo principal


11. Verbos 3 – O presente do subjuntivo do Identificar o presente do subjuntivo do verbo
verbo de terminação  e do verbo  de terminação  e do verbo auxiliar 
12. Adjetivos 1 – Adjetivos da primeira e Identificar os adjetivos msculinos e femininos
segunda declinações da primeira declinação, e masculinos,
femininos e neutros da segunda declinação.
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e Identificar o futuro do indicativo (ativo e
médio do verbo de terminação  e do médio) do verbo de terminação  e do verbo
verbo  auxiliar .
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira Identificar os substantivos neutros, masculinos
declinação e femininos da terceira declinação, de acordo
com a terminação de seu radical.
15. Verbos 5 – Verbos defectivos ou depoentes Identificar os verbos defectivos ou depoentes
(indicativo presente e futuro) no indicativo presente e no futuro.
16. Pronomes 1 – Pronomes pessoais Identificar os pronomes pessoais.
17. Pronomes 2 / Adjetivos 2 – Pronomes Identificar os pronomes possessivos e os
possessivos e adjetivos possessivos adjetivos possessivos.
18. Verbos 6 – O imperfeito do indicativo do Identificar o imperfeito do indicativo (ativo e
verbo de terminação  e do verbo  médio) do verbo de terminação  e do verbo
auxiliar .
19. Advérbios 1 – Formação, correlação e Identificar os advérbios.
negação
20. Preposições – Próprias e impróprias Identificar as preposições.

128
129
11. Verbos 3 – O presente do subjuntivo do verbo de terminação  e do verbo


O modo subjuntivo em português expressa possibilidade, dúvida, incerteza, hesitação, hipótese,


desejo ou expectativa. Em grego, é utilizado para expressar finalidade (propósito), exortação
(rogo), dúvida, proibição e negativa enfática, de acordo com a construção gramatical específica
onde ele aparece. O presente do subjuntivo sugere algo que está ocorrendo no momento, por
exemplo:
 = (que eu) fale ou (que eu) esteja falando.
 = (que eu) seja falado ou (que eu) esteja sendo falado, ou (que eu) fale de mim mesmo
ou (que eu) esteja falando de mim mesmo.
O presente do subjuntivo também pode se apresentar nas vozes ativa, passiva e média, sendo que
as duas últimas são idênticas.

Obs.: O presente do subjuntivo, assim como do indicativo, também expressa uma ação linear,
incompleta, contínua, em andamento ou de aspecto durativo.

11.1. O Subjuntivo Presente Ativo (VSPA) e o Médio/Passivo (VSPM/P)


O VSPA é idêntico ao VIPA, a única diferença é que ocorre o alongamento da vogal temática. O
mesmo ocorre com o VSPM/P em relação ao VIPM/P.
VIPA → alongamento da vogal temática → VSPA
VIPP/M → alongamento da vogal temática → VSPP/M

pessoa/ terminação terminação terminação terminação do


número do VIPA do VSPA do VIPM/P VSPM/P
1ps    
2ps    
3ps    
1pp    
2pp    
3pp    

Observações:
1. Com relação ao VSPA:
 Na 1ps o - já está alongado, portanto é idêntico ao VIPA.
 Nas 2ps e 3ps temos:  →  → .
 Na 3pp o ditongo - se alonga para -.
2. Com relação ao VSPM/P:

130
11. Verbos 3 – O presente do subjuntivo do verbo de terminação  e do verbo 

 Na 2ps o - já está alongado, portanto é idêntico ao VIPM/P.


terminação tradução
raiz VSPA presente do subjuntivo
do VSPA
   (que eu) solte / esteja soltando
   (que tu) soltes / estejas soltando
   (que ele/a) solte / esteja soltando
   (que nó)s soltemos / estejamos soltando
   (que vós) solteis / estejais soltando
   (que eles/as) soltem / estejam soltando
terminação tradução
raiz VSPM/P
do VSPM/P presente do subjuntivo
   VSPM: (que eu) me solte / solte para mim
   VSPP: (que eu) seja solto / esteja sendo solto
   VSPM: (que tu) te soltes / soltes para ti
   VSPP: (que tu) sejas solto / estejas sendo solto
   VSPM: (que ele/a) se solte / solte para si
   VSPP: (que ele/a) seja solto / esteja sendo solto/a
   VSPM: (que nós) nos soltemos soltemos para nós
   VSPP: (que nós) sejamos soltos / estejamos sendo soltos
   VSPM: (que vós) vos solteis / solteis para vós
   VSPP: (que vós) sejais soltos / estejais sendo soltos
   VSPM: (que eles/as) se soltem / soltem para si
VSPP: (que eles/as) sejam soltos / estejam sendo soltos/as

11.2. Paradigmas de verbos de terminação  no VSPA e VSPM/P – verbos não contratos


Os verbos não contratos são formados pelo simples alongamento da primeira vogal (ou ditongo)
terminação verbal do VIPA e VIPM/P.

VIPA =  VIPM/P = 


VSPA =  VSPM/P = 

       


VSPA = R +  (tv do VIPA com vt alongada)
       
       
       
       
       
       
VSPM/P = R +  (tv do VIPM/P com vt alongada)
       
       
       
       
       
131
11. Verbos 3 – O presente do subjuntivo do verbo de terminação  e do verbo 

       


11.3. Paradigmas de verbos  no VSPA e VSPM/P – verbos contratos
No item “9.4. Verbos contratos” vimos que nos verbos com radical terminado nas vogal , 
ou  ocorre a contração dessa vogal com a vogal da terminação verbal para a formação do
VIPA e do VIPM/P. Para transformar VIPA em VSPA e VIPM/P em VSPM/P devemos alongar
a vogal contraída. Como muitas vezes ela já é alongada, então pode acontecer de em algumas
pessoas o VSPA permanecer igual ao VIPA, e o VSPM/P igual ao VIPM/P. Os alongamentos
são:

vogal VIPA ou VIPM/P VSPA ou VSPM/P


 →  (penúltima sílaba)  
 →  (última sílaba)  
 →   
 →  (não alonga)  
 →  (permanece longa)  
 →  (permanece longa)  

Nos verbos contraídos temos:

VIPA = 
VSPA = //////
VIPM/P = 
VSPM/P = //////

   


VSPA = R + //////
   
   
   
   
   
   
VSPM/P = R + //////
   
   
   
   
   
   

11.4. Presente do subjuntivo do verbo 

132
11. Verbos 3 – O presente do subjuntivo do verbo de terminação  e do verbo 

O VSPA do verbo  ou, simplesmente VSP, visto que este verbo não tem as vozes média e
passiva, é formado pelo alongamento da terminação verbal do VIPA do .
pessoa/ terminação do tradução
VSPA do 
número VIPA do verbo  presente do subjuntivo
1ps   (que eu) seja / esteja
2ps  
  (que tu) sejas /estejas
3ps   (que ele/a) seja / esteja
1pp   (que nós) sejamos /estejamos
2pp   (que vós) sejais / estejais
3pp   (que eles/as) sejam / estejam

Observações:
1. Na 1ps o - já está alongado.
2. Na 2ps e 3ps temos:  →  → .
3. Na 3pp o ditongo - é alongado para -.
4. Na 3ps e 3pp não há o - móvel.
5. Todos as pessoas começam por .

11.5. Usos específicos do verbo no subjuntivo


O modo subjuntivo é utilizado para expressar finalidade (propósito), exortação (rogo), dúvida,
proibição e negativa enfática, de acordo com a construção gramatical específica onde aparece.

1- Expressa um objetivo final (ou propósito). Tais orações sempre começarão pelas conjunções
finais  (para, para que, a fim de que) ou  (que, para que, a fim de que, a fim de, de sorte
que, de modo que):
Mt 5.16:  = para que vejam as vossas boas obras...
Jo 3.15:  = para que todo o que nele crê
tenha a vida eterna.
Jo 11.57:  = ... a fim de o prenderem.
Jo 12.47:  = porque eu não vim
para julgar o mundo, e sim para salvá-lo.
1Jo 2.1:  = Estas coisas vos escrevo a fim de que não
pequeis.

2- Na primeira pessoa do plural pode ser empregado para expressar exortação ou rogo.
1Jo 3.11:  = que nos amemos uns aos outros.
Ap 19.7:  = Alegremo-nos,
exultemos e demos-lhe a glória...

3- Expressa dúvida em caso de deliberação ou opção, como se a pessoa estivesse perguntando a

133
11. Verbos 3 – O presente do subjuntivo do verbo de terminação  e do verbo 

si mesmo sobre uma decisão a tomar. O verbo estará na primeira pessoa (geralmente do plural)
do subjuntivo, embora na tradução para o português seja comum o uso do futuro do indicativo.
At 2.37:  = Que faremos...?
Rm 10.15:  = E como pregarão se não foram
enviados?

4- Expressa proibições. Neste caso é utilizado o subjuntivo com o tempo aoristo e o advérbio de
negação  (não).
Jo 7.47:  = Será que também vós fostes enganados?
Jo 7.48:  = Porventura, creu nele alguém
dentre as autoridades...?
Obs.: Se a proibição estiver no tempo presente, é utilizado o modo imperativo:
Jo 2.16:  = não façais da casa de
meu Pai casa de negócio...

5- Usado para negativas enfáticas. Neste caso é utilizada uma expressão duplamente negativa:
 (nunca, jamais, de forma alguma, de modo nenhum, absolutamente não, com certeza não,
porventura não), e o verbo estará no subjuntivo aoristo ou no futuro do indicativo.
A expressão  (Lc 18.7; Jo 18.11; Rm 10.18, 19; 1Co 9.4, 5; 11.22) serve para reforçar a
negativa. A expressão  é uma interrogação de negação em que se espera uma resposta
positiva (Rm 10.18; 1Co 9.4).
Subjuntivo aoristo:
Mt 24.35:  = ... mas as minhas palavras nunca
passarão.

Futuro do indicativo:
Jo 4.48:  = ... de modo nenhum crereis...

Vocabulário

 (conj. concl., fin., 663). / Concl. = de sorte que, de modo que. /
Fin. = para, para que, a fim de que.
 (adv. neg., conj., part. int., 680). // Adv. neg. = não. // Conj. =
para que não, que não, a menos que. // Part. interrogativa em
que se espera resposta negativa (Lc 22.35; Mt 7.9; Jo 3.4; At
7.28; 1Co 1.13).
 (adv. int., adv. rel., conj. fin., 53). // Adv. int. = como? // Adv. rel.
= como, para que. // Conj. fin. = que, para que, a fim de que, a fim
de, de sorte que, de modo que.
  (VSPA , 69) = (que eu) seja/esteja, sejas/estejas, seja/esteja,
sejamos/estejamos, sejais/estejais, sejam/estejam.

134
11. Verbos 3 – O presente do subjuntivo do verbo de terminação  e do verbo 

Exercícios
1- Decore o VSPA e o VSPP/M do verbo . Depois os escreva nas linhas a seguir. Também
escreva os demais verbos indicados:

VSPM/P do VSPM/P do VSPM/P do


VSPA do  VSPA do  VSPA do 
  
     

     

     

     

     

     

VSPA do VSPM/P do VSPA do VSPM/P do


VIPA do 
VSPA do
    

     

     

     

     

     

     

2- Traduza as frases:





 



135
11. Verbos 3 – O presente do subjuntivo do verbo de terminação  e do verbo 





3- Traduza as frases:

João batize no Jordão. 

Deus salve os homens. 

para que sejam curados. 

que Deus salve os judeus. 

o Espírito Santo salve os homens. 

os diáconos e as diaconisas sejam servos. 

4- Vá ao trabalho final. Identifique se há algum verbo no presente do subjuntivo (VSPA, VSPM

e VSPP).

Exercício de leitura
4- Leia os textos a seguir. Há verbos no presente do subjuntivo? Você consegue traduzir algumas
palavras ou expressões do texto?
Jo 2.1-12
1   
 
2 
3 
4 
5 
136
11. Verbos 3 – O presente do subjuntivo do verbo de terminação  e do verbo 

6            
 
7 
8 
9          
             

10          

11            
 
12              
 

137
12. Adjetivos 1 – Adjetivos de primeira e segunda declinações

Adjetivo é uma palavra auxiliar do substantivo e serve para lhe aplicar algum atributo ou
predicativo. Pelo seu relacionamento com o substantivo, o adjetivo flexiona em gênero, número
e caso, de acordo com as flexões do próprio substantivo ao qual se liga.

Quanto ao gênero. Existem 3 gêneros de substantivos: o masculino, o feminino e o neutro.


Assim, o gênero do adjetivo vai depender do gênero do substantivo relacionado, por exemplo: o
adjetivo  = fiel, crente, digno de confiança, fidedigno, firme. Ele assume a forma 
no feminino, ou  no neutro.
 = o homem fiel.
 = a mulher fiel.
 = o/a filho/a fiel.

Quanto ao número. Existem substantivos no singular e no plural. O número do adjetivo também


vai depender do substantivo ao qual se liga.
 = o homem fiel.
 = os homens fiéis.
 = a mulher fiel.
 = as mulheres fiéis.
 = o/a filho/a fiel.
 = os/as filhos/as fiéis.

Quanto ao caso. Existem 8 casos em 5 formas diferentes de substantivos: o nominativo,


genitivo/ablativo, dativo/locativo/instrumental, acusativo e vocativo. O mesmo vale para os
adjetivos, sendo que ele assume o caso do substantivo ao qual se liga.

12.1. As declinações dos adjetivos


Quando o adjetivo se une a um substantivo de primeira ou segunda declinação, ele também passa
a ser conhecido como adjetivo de primeira ou de segunda declinação, portanto quem determina a
declinação do adjetivo é seu substantivo (o mesmo acontece com o gênero e número).
1. Com substantivos masculinos (de primeira ou segunda declinações), os adjetivos sofrem
declinações como os substantivos masculinos de segunda declinação (o mesmo ocorre
com o artigo).
2. Com substantivos neutros (somente na segunda declinação), os adjetivos sofrem
declinações como os substantivos neutros. Observe que na maioria dos casos, os
adjetivos neutros declinam como os adjetivos masculinos.
3. Com os substantivos do gênero feminino, temos 3 situações diferentes para os adjetivos:

138
12. Adjetivos 1 – Adjetivos de primeira e segunda declinações

 Todos os adjetivos cujo radical termina em consoante (com exceção do ) sofrem
declinações como os substantivos femininos terminados em  (substantivos de
primeira declinação).
 Todos os adjetivos cujo radical termina em ,  ou  sofrem declinações como
os substantivos femininos terminados em  (substantivos de primeira declinação).
 A maioria dos adjetivos compostos (“preposição + adjetivo” ou “advérbio +
adjetivo”) apresenta uma mesma forma tanto para o masculino, como para o feminino
(substantivos de segunda declinação).

12.1.1. Adjetivos da primeira e segunda declinações cujo radical termina em consoante


(menos )
No masculino, o adjetivo declina como o substantivo masculino da segunda declinação.
No feminino, o adjetivo declina como o substantivo feminino da primeira declinação terminado
em .
No neutro, o adjetivo declina como o substantivo neutro da segunda declinação (terminado ).

masculino feminino neutro


sing. nom.   
gen./abl.   
dat./loc./inst.   
acus.   
voc.   
pl. nom.   
gen./abl.   
dat./loc./inst.   
acus.   
voc.   

Observações:
1. No neutro, com exceção dos casos nominativo e vocativo, e do plural do acusativo, todas
as demais formas são as mesmas do masculino.
2. O plural dos 3 gêneros no genitivo/ablativo é semelhante.
3. O acento do adjetivo genitivo/ablativo plural feminino pode ser agudo ou circunflexo, e
não segue a ordem do substantivo no mesmo caso (é circunflexo no substantivo).

Vocabulário

 (adj., 102) = bom, excelente, útil, salutar; feliz, agradável; reto;
generoso – (ágata).
 (adj., 61) = amado.
 (adj., 27) = verdadeiro, real, genuíno; título, rótulo.
139
12. Adjetivos 1 – Adjetivos de primeira e segunda declinações

 (adj., 155) = outro (da mesma qualidade).


 (adj., 52) = último, final, extremo – (escatologia).
 (adj., 42) = novo (no sentido de algo não previamente usado, é
diferente de ).
 (adj., 50) = ruim, mau, malvado, maligno – (cacofonia).
 (adj., 101) = bonito, bom, lindo, excelente, formoso, admirável –
(caligrafia).
 (adj., 14) = comum, vulgar; linguagem comum do povo – (koiné).
 (adj., 58) = meio, no meio de – (Mesopotâmia).
 (adj., 46) = único, só, sozinho – (Mônica, monge, monólogo).
 (adj., 108) = inteiro – (holofote).
 (adj., 110) = quanto, tanto quanto, tão grande como.
 (adj., 66) = fiel, crente, digno de confiança, fidedigno, firme.
 (adj., 26) = espiritual, sobrenatural – (pneumático).
 (adj, 95) = primeiro – (protótipo).
 (subst., adj., 529). // Subst. = Cristo, o ungido. // Adj. = ungido –
(cristianismo).

12.1.2. Adjetivos da primeira e segunda declinações cujo radical termina em  ou vogal
(somente  e )
No masculino, o adjetivo declina como o substantivo masculino de segunda declinação.
No feminino, o adjetivo declina como o substantivo femininos de primeira declinação terminado
em .
No neutro, o adjetivo declina como o substantivo neutro de segunda declinação (terminado em
).

radical termina em  radical termina em  radical termina em 


masculino feminino neutro masculino feminino neutro masculino feminino neutro
sing. nom.         
gen./abl.         
dt./lc./it.         
acus.         
voc.         
pl. nom.         
gen./abl.         
dt./lc./it.         
acus.         
voc.         

140
12. Adjetivos 1 – Adjetivos de primeira e segunda declinações

Observações:
1. No neutro, com exceção dos casos nominativo e vocativo, e do plural do acusativo, todas
as demais declinações são as mesmas do masculino.
2. O plural dos 3 gêneros no genitivo/ablativo é semelhante.

Vocabulário

Adjetivos da primeira e segunda declinações cujo radical termina em .


 (adj., 97) = outro (de qualidade diferente) – (heterogêneo).
 (adj., 30) = pequeno, pouco, breve – (microscópio).
 (adj., 128) = morto – (necrotério).
 (adj., 78) = mau, maligno.

Adjetivo da primeira e segunda declinações cujo radical termina em .


 (adj., 23) = novo, recente, moço, jovem – (neófito).

Adjetivos da primeira e segunda declinações cujo radical termina em .


 (adj., 222) = santo, separado, limpo, puro – (hagiógrafo).
 (adj., 41) = digno, merecedor – (axioma).
 (adj., 79) = justo, reto, inocente, aprovado.
 (adj., 114) = próprio, particular, seu, peculiar – (idiota).
 (adj., 195) = judeu, judia.
 (adj., 50) = bem aventurado, feliz, bendito.

12.1.3. Adjetivos da primeira e segunda declinações em que o masculino e o feminino são


idênticos
Tal fato geralmente acontece com adjetivos compostos, por exemplo:  =  (não) +
 (justo) = injusto.
As formas masculina e feminina são idênticas. Neste caso o adjetivo declina como o substantivo
masculino de segunda declinação.
No neutro, o adjetivo declina como o substantivo neutro da segunda declinação (terminado em
).
Como o neutro geralmente é parecido com o masculino (com exceção do nominativo, vocativo e
plural do acusativo), quase sempre os 3 generos são parecidos, por exemplo:
 = o homem injusto.
 = a mulher injusta.

141
12. Adjetivos 1 – Adjetivos de primeira e segunda declinações

masc. e fem. neutro


sing. nom.  
gen./abl.  
dat./loc./inst.  
acus.  
voc.  
pl. nom.  
gen./abl.  
dat./loc./inst.  
acus.  
voc.  

Observações:
1. No neutro, com exceção dos casos nominativo e vocativo, e do plural do acusativo, todas
as demais declinações são as mesmas do masculino.
2. O plural dos 3 gêneros no genitivo/ablativo é semelhante.

Vocabulário

 (adj., 12) = injusto.


 (adj., 70) = eterno.
 (subst., adj., 47) = pecador, pecaminoso, perverso.
 (adj., 23) = infiel, incrédulo, incrível.

142
paradigma dos adjetivos de primeira e segunda declinações
terminação masculino feminino neutro
caso
do radical singular plural singular plural singular plural
consoante *        
     “   
nom.      “  “     
   “  “   
masc/fem idênt.            
consoante *       
       
gen.
     “       
abl.
   “    
masc/fem idênt.       
consoante *        
dat.      “   
loc.      “  “     
inst.    “  “   
masc/fem idênt.        
consoante *        
     “   
acus.      “  “     
   “  “   
masc/fem idênt.            
consoante *        
     “   
voc.      “  “     
   “  “   
masc/fem idênt.           
* qualquer consoante, menos o .
143
12. Adjetivos 1 – Adjetivos de primeira e segunda declinações

Exercício
1- Decline os seguintes adjetivos:

     


sing. nom.
     
gen./abl.
     
dt./lc./it.
     
acus.
     
voc.
     
pl. nom.
     
gen./abl.
     
dt./lc./it.
     
acus.
     
voc.
     

    


sing. nom.
    
gen./abl.
    
dt./lc./it.
    
acus.
    
voc.
    
pl. nom.
    
gen./abl.
    
dt./lc./it.
    
acus.
    
voc.
    

12.2. Usos dos adjetivos


Adjetivo funciona como auxiliar do substantivo e serve para lhe aplicar alguma qualidade. De
acordo com o relacionamento com o mesmo, o adjetivo pode assumir duas posições: atributiva e
predicativa.

144
12. Adjetivos 1 – Adjetivos de primeira e segunda declinações

Posição atributiva. O adjetivo atribui algo ao substantivo. Esta posição é utilizada quando não
se dá ênfase à qualidade do substantivo.
Neste caso o adjetivo é colocado normalmente antes do substantivo, é antecedido por artigo, e
não há verbo ligando as duas palavras. Repare que o acento do adjetivo muda de agudo para
grave, por exemplo:
 = o homem fiel.
 = a mulher fiel.
 = o/a filho/a fiel.

Como a posição atributiva não enfatiza a qualidade, o uso do artigo pode ser suprimido, por
exemplo:
 = homem fiel ou um homem fiel.
 = mulher fiel ou uma mulher fiel.
 = filho/a fiel ou um/a filho/a fiel.

Se o adjetivo for colocado após o substantivo, além de combinar em gênero, número e caso,
ainda deve ser precedido de um artigo para deixar bem claro que aquele adjetivo pertence ao
substantivo anterior e não se trata de uma posição predicativa e, além disso, ele não muda sua
acentuação de agudo para grave, por exemplo:
 = o homem fiel.
 = a mulher fiel.
 = o filho fiel, ou a filha fiel.

Resumo: art + adj + subst (adj. muda acento de agudo para grave) ou
adj + subst (adj. muda acento de agudo para grave) ou
art + subst + art + adj (adj. não muda acento de agudo para grave)

Posição predicativa. O adjetivo exerce a função de predicativo do sujeito. É utilizada quando se


deseja enfatizar a qualidade do substantivo. Observe que ele não muda a acentuação de agudo
para grave.
Neste caso o adjetivo é colocado normalmente após o substantivo, não é antecedido por artigo,
e se não houver um verbo claramente expresso ligando substantivo ao adjetivo, subentende-se
que existe o verbo auxiliar . Outro ponto importante a considerar é que na posição
predicativa o adjetivo sempre estará no caso nominativo, por exemplo:
 ou  = O servo é fiel.
 ou  = A palavra é santa.

Se o adjetivo for colocado antes do substantivo, ambos devem combinar em gênero, número e
caso, mas o adjetivo nunca deve ser precedido de um artigo para deixar bem claro que não se
trata de uma posição atributiva, por exemplo:
145
12. Adjetivos 1 – Adjetivos de primeira e segunda declinações

 ou   = O servo é fiel.


 ou  = A palavra é santa.

Resumo: art + subst + (v) + adj ou


adj + (v) + art + subst
o adjetivo não muda o acento de agudo para grave em ambos

12.3. Adjetivo substantivado


Um adjetivo pode ser usado como substantivo. Neste caso não vem acompanhado de substantivo,
mas geralmente vem com artigo, por exemplo:
 = o homem fiel.
 = o fiel (subentende-se que seja o homem fiel).
 = fiel (subentende-se um fiel, ou alguém fiel).
Mat 6.13:  = mas livra-nos do Maligno (ou mal). Repare
que aqui não é mau, mas sim mal.
Jo 6.69:  = tu és o Santo de Deus.
Obs.: Na realidade todo adjetivo pode ser transformado em substantivo, basta que ele esteja
antecedido de artigo e que não esteja junto a um substantivo, exemplo típico:
 – (adj.) = ungido.
 – (subst.) = Cristo, o ungido.
O adjetivo ainda pode assumir a posição de um advérbio, como veremos posteriormente.

Exercícios
2- Traduza as expressões:



















146
12. Adjetivos 1 – Adjetivos de primeira e segunda declinações



3- Traduza as expressões:

A terra é boa 

A boa terra de Deus 

O Santo vê o pecador 

O Deus santo é eterno. 

O Espírito Santo é Deus 

A Palavra de Deus é fiel. 

O santo homem de Deus. 

Deus é fiel com a Palavra 

O homem de Deus é santo 

O homem pecador fala ao Deus justo? 

Exercício de leitura
4- Leia o texto a seguir. Identifique se há adjetivos de primeira e segunda declinações. Você
consegue traduzir algumas palavras ou expressões do texto?

Jo 2.13-25
13 
14         

15   
   
16       

17          

18   

19   
 
20         

21 

147
12. Adjetivos 1 – Adjetivos de primeira e segunda declinações

22         


   
23     

24 
25      


Faça o Exercício 7 do trabalho final – Adjetivos de primeira e segunda declinações

148
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação 
e do verbo 

O futuro do indicativo indica um fato considerado como certo e que será realizado ou estará
sendo realizado no futuro. O contexto da oração e o uso de alguns verbos específicos é que dirão
a qual situação o verbo se refere. Exemplos:
 = (eu) soltarei ou (eu) estarei soltando.
 = (eu) soltarei a mim mesmo ou (eu) estarei sendo solto.
Obs.: O futuro do indicativo, assim como o presente do indicativo e do subjuntivo já estudados,
também expressa uma ação linear, incompleta, contínua, em andamento ou de aspecto durativo.
O futuro do indicativo pode se apresentar nas vozes ativa, passiva e média, mas, ao contrário dos
tempos e vozes verbais até agora estudados, no futuro do indicativo a voz passiva é diferente da
média, por isso agora só estudaremos as vozes ativa (VIFA) e média (VIFM), ficando a voz
passiva (VIFP) para um módulo posterior.

13.1. Futuro do indicativo ativo (VIFA) e médio (VIFM) do verbo 


A formação básica VIFA do verbo de terminação  é igual ao VIPA com o acréscimo de um 
de aumento entre o radical e a vogal temática. O mesmo vale para o VIFM em relação ao
VIPM/P. Este  é conhecido como sufixo temporal.
VIPA → +  → VIFA
VIPP/M → +  → VIFM

pessoa/ sufixo terminação verbal terminação terminação verbal terminação


número temporal do VIPA do VIFA do VIPM/P do VIFM
1ps     
2ps     
3ps     
1pp     
2pp     
3pp     

Obs.: Lembre-se sempre que o VIPP = VIPM, mas o VIFP ≠ VIFM.

VIFA tradução VIFM tradução


 (eu) soltarei / estarei soltando  (eu) me soltarei / soltarei para mim
 (tu) soltarás / estarás soltando  (tu) te soltarás / soltarás para ti
 (ele/a) soltará / estará soltando  (ele/a) se soltará / soltará para si
 (nós) soltaremos / estaremos soltando  (nós) nos soltos / soltaremos para nós
 (vós) soltareis / estareis soltando  (vós) vos soltareis / soltareis para vós
 (eles/as) soltarão / estarão soltando  (eles/as) se soltarão / soltarão para si
149
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação  e do verbo 

13.2. Particularidades na formação do futuro do indicativo ativo (VIFA) e médio (VIFM)


O esquema de formação do VIFA e do VIFM segue o VIPA e o VIPM/P respectivamente, com a
inserção do (sufixo temporal) entre o radical e a vogal temática:

VIFA 
VIFA 
VIPM/P 
VIFM 

São poucos os verbos em grego que seguem a formação básica da terminação verbal futura sem
nenhuma forma de irregularidade:
 Verbos com radical terminado em vogal não contrata: , , .
 Poucas exceções de verbos com radical terminado em vogal que deveriam ser contratas,
mas não são: , , .

    


VIFA = R +  + tv VIPA (
    
    
    
    
    
    
VIFM = R +  + tv VIPM/P (
    
    
    
    
    
    

A esmagadora maioria dos verbos gregos apresenta particularidades na formação das formas do
futuro, e alguns são completamente irregulares:
 Verbos em que o radical termina em vogal contrata.
 Verbos em que o radical termina em consoante labial, gutural e dental.
 Verbos em que o radical termina em consoante sibilante.
 Verbos em que o radical termina em consoante líquida.
 Verbos totalmente irregulares.

150
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação  e do verbo 

13.2.1. Formação do futuro do indicativo ativo e médio dos verbos com radical terminado em
vogal contrata
Já vimos no item “9.4. Verbos contratos” que nos verbos com o radical terminado em ,  e 
ocorre a contração da vogal do radical com a vogal da terminação verbal. Para a formação do
futuro, o  deveria ser inserido entre as duas vogais contraídas, o que alteraria a contração, por
isso na formação do futuro, as vogais desses radicais sofrem alongamentos:
→ → →  → (caso mais raro)

Existem ainda verbos cujo radical termina em vogal que deveriam ser contratas, mas que não
sofrem alongamento.
Exemplos:

→ → → → não alonga


         
         
     
     
     
 

    


VIFA = R +  + tv VIPA (
    
    
    
    
    
    
VIFM = R +  + tv VIPM/P (
    
    
    
    
    
    

13.2.2. Formação do futuro do indicativo ativo e médio em verbos com radical terminado em
consoante labial, gutural e dental
Os radicais terminados em consoantes labial, gutural e dental sofrem contrações de acordo com o
esquema:

151
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação  e do verbo 

radicais terminados em contração


consoantes labiais: , ,  + =
consoantes guturais: , ,  + =
consoantes dentais: , ,  + =

Exemplos:

, ,  +  =  , ,  +  =  , ,  +  = 
     
   
   
   
 

Obs.: O  também é consoante dental, mas seu uso entra num caso diferente.

     


VIFA = R +  + tv VIPA (
     
     
     
     
     
     
VIFM = R +  + tv VIPM/P (
     
     
     
     
     
     

13.2.3. Formação do futuro do indicativo ativo e médio de verbos com radical terminado em
consoante sibilante
Tais verbos apresentam radicais diferentes para o presente e para o futuro do indicativo.

152
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação  e do verbo 

terminação do radical presente raiz futuro


  
  
   
  
  
  

  

   


VIFA = R +  + tv VIPA (
   
   
   
   
   
   
VIFM = R +  + tv VIPM/P (
   
   
   
   
   
   

13.2.4. Formação do futuro do indicativo ativo e médio em verbos com radical terminado em
consoante líquida
Nos verbos com radical terminado em consoante líquida (, , , ) ocorre o acréscimo de 
entre o radical e a vogal temática, sendo que o  intervocálico cai e ocorre a contração das 2
vogais da seguinte maneira:
 +  =   +  =   +  =   +  =  +=
Por exemplo, o VIFA do verbo  será:
→→→ (olhe a diferença entre o presente  e o futuro )
O VIFM do verbo  será:
→→→
Exemplos:

   
       
     
 
153
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação  e do verbo 

Obs.: Esta alteração pode ocorrer de maneira diferente com alguns dos verbos com o radical
terminado em consoante líquida (ver item seguinte).

    


VIFA = R +  + tv (
    
    
    
    
    
    
VIFM = R +  + tv (
    
    
    
    
    
    

13.2.5. Formação do futuro do indicativo ativo e médio em verbos irregulares


São exceções das regras anteriores, principalmente de verbos terminados em consoantes líquidas.
A maioria deles não tem o VIFA, mas apenas o VIFM (terminação em ). Normalmente o
futuro desses verbos é feito de maneira perifrásica (item 13.3.).
Exemplos:

radical VIPA VIFA ou VIFM observações


vogal não contrata   deveria ser regular.
 
vogal contrata exceção do item 13.2.1.
 
 
radical em consoante  
exceção do item 13.2.2.
gutural  
 
radical terminado em  (radical )  é regular considerando-se o
consoante dental   (radical )  radical terminado em labial.
  ou  deveriam se enquadrar no
  item 13.2.4., mas se enquadra
no 13.2.1.
radical terminado em  
 
consoante líquida deveriam se enquadrar no
 
  item 13.2.4., mas não se
enquadram.
 
 
154
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação  e do verbo 

Atenção: VIPA VIFA


   escolho
  digo

       


VIFA = R +  + tv (
       
   
   
   
   
   
VIFM = R +  + tv (
       
       
       
       
       
       

Obs.: Há ainda os verbos defectivos, os quais não apresentam nenhuma forma futura.

13.3. Formação perifrásica do futuro


Em português é comum a substituição de um verbo no futuro por uma expressão composta de 2
verbos: um verbo principal no infinitivo e um verbo auxiliar (normalmente o verbo VIR).
Por exemplo: o verbo soltar no futuro: soltarei; na forma perifrásica: vou soltar.
Em grego ocorre o mesmo fato, o verbo principal fica no infinitivo presente ativo (VNPA) e o
auxiliar é o verbo  (vou fazer, estou para, hei de, tenciono) no presente do indicativo ativo
(VIPA). Esta combinação  + VNPA do verbo principal é traduzida por vou, estou prestes
a, devo. Por exemplo:

VIFA futuro perifrásico =  + VNPA


 (soltarei) =  (vou soltar, estou prestes a soltar, devo soltar, hei de soltar,
tenciono soltar).

Obs.: O estudo do VNPA será feito futuramente.

13.4. Futuro do indicativo do verbo 


Já falamos sobre o VIFA, ou simplesmente VIF, do verbo . Ele é formado pela terminação
do presente do indicativo médio e passivo (VIPM/P) do verbo , antecedido por , com
exceção da terceira pessoa do singular.
155
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação  e do verbo 

terminação VIPM/P
 VIFA do  tradução
do verbo 
   (eu) serei / estarei
   (tu) serás / estarás
   (ele/a) será / estará
   (nós) seremos / estaremos
   (vós) sereis / estareis
   (eles/as) serão / estarão

Vocabulário
Os verbos são sempre apresentados na 1ps do VIPA. Seguem-se respectivamente, quando
necessárias, as formas VIFA (), VIAA (), VIRA (), VIRM/P () e VIAP ().

 – (v., 101) = levanto; tomo, tiro, removo, varro, lanço,


corto fora.
 (ou   ),    – (v., 74) = mato.
 (ou ), , , , ,  – (v., 131) =
comissiono, envio, mando; meto, ponho – (apóstolo).
 (v., 21) = reino, exerço autoridade, exerço domínio – (basílio).
 – (v., 45) = sigo, prossigo, persigo.
 (v., 62) = penso, suponho, considero, cuido; julgo; pareço; 
 = parece-me bem, determino.
 – (v., 61) = glorifico, honro, exalto, adorno, revisto de
esplendor – (doxologia).
 (v., 25) = sirvo, sou escravo, obedeço a, presto serviço – (dolo).
 (v., 81) = expulso, lanço fora, excluo; faço partir, tiro.
 ou  – (v., 28) = visto, revisto, entro; insinuo.
 – (VIFA de , 185) = (eu) serei, serás, será,
seremos, sereis, serão.
 – (v., 41) = louvo, elogio, bendigo,
abençôo, invoco bênçãos, dou graças – (elogio).
 (v., 207) = quero, desejo; gosto.
 (v., 43) = curo, saro, cuido (como médico) – (terapêutico).
, , , , ,  – (v., 148) = chamo, convido; clamo;
nomeio.
, ,  – (v., 22) = canso-me, afadigo-me, esmoreço-me; trabalho,
esforço-me.
 – (v., 55) = clamo, grito.
 (v., 110) = vou fazer, estou para, hei de, tenciono.

156
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação  e do verbo 

 – (v., 118) = permaneço, fico, espero, aguardo, duro –


(permaneço).
 (v., 17) = lavo uma parte do corpo.
 – (v., 52) = persuado, insisto.
 – (v., 79) = envio, mando, ordeno, meto.
 – (v., 73) = bebo.
, , ,  – (v., 91) = caio, desabo, prostro-me; pereço, acabo-me;
incorro.
 – (v., 86) = encho, encho a ponto de transbordar, encho
plenamente – (pleno).
 (v., 25) = digo, dito, refiro (ver também ).
 – (v., 46) = crucifico.
 – (v., 110) = salvo, curo, saro.
, , , ,  – (v., 28) = acabo, findo, concluo,
cumpro, consumo, chego ao fim; pago impostos, liquido uma
dívida.
 (v., 79) = vou embora, saio, parto, retiro-me.
    – (v., 49) = manifesto, apareço, mostro-me, descubro.
 (v., 68) = levo, trago, carrego, conduzo, dirijo, faço chegar;
apresento; dou; produzo; suporto.
 (v., 31) = guardo, preservo, protejo.

Exercícios
1- Dê os tempos verbais dos seguintes verbos:

VIPA VIFA VIPM/P VIFM

   

   

   

   

   

   

   

   

   

157
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação  e do verbo 

   

2- Dê a conjugação VIFA dos seguintes verbos:


    

    

    

    

    

    

    

3- Traduza as frases:

Irei na casa de Deus. 

Jesus reinará na terra. 

Seremos servos de Jesus. 

Glorificarei e louvarei a Deus. 

Deus abençoará os servos fiéis. 

Jesus salvará e curará os crentes. 

Os santos guardarão a palavra de Deus. 

Jesus enviará o Espírito Santo aos fiéis. 

4- Traduza as frases:

Jo 14.12: 

Jo 14.13: 

Jo 14.14: 

At 1.8: 

At 2.17: 
158
13. Verbos 4 – O futuro do indicativo ativo e médio do verbo de terminação  e do verbo 

Rm 6.14: 

Tg 4.15: 

5- Vá ao trabalho final. Verifique se há verbos no futuro de indicativo ativo e médio (VIFA e


VIFM).

6- Pratique a leitura do texto abaixo e procure identificar se há verbos no VIFA ou VIFM. Você
consegue traduzir algumas palavras ou expressões do texto?

Jo 3.1-12
1 
2           
  

3  

4     
 
5          
 
6    

7 
8        

9 
10          

11  

12          


159
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação
14.1. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em , de gênero neutro
14.2. Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em vogal seguida de , de
gênero neutro
14.3. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em , de gênero
masculino
14.4. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em  ou  (mais
raramente ), de gênero feminino
14.5. Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em , de gênero feminino
14.6. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em , a maioria é de gênero
feminino, há também masculino
14.7. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em consoante líquida ( ou
), a maioria é de gênero masculino, há também feminino
14.8. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em consoante líquida (), a
maioria é de gênero masculino, há também feminino e neutro
14.9. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em consoante líquida  (só
 ou ), com síncope; a maioria é de gênero masculino, há também feminino
14.10. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em consoante gutural (,
 ou ), de gêneros masculino e feminino
14.11. Substantivo de terceira declinação cujo radical termine em , de gênero neutro
14.12. Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em vogal , a maioria é de
gênero feminino, há também masculino e neutro
14.13. Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em vogal  e , ou
ditongo  e , a maioria é de gênero masculino, há também do gênero feminino
14.14. Substantivos de terceira declinação que apresentam radicais duplos, de gêneros
masculino e feminino
14.15. Paradigma dos substantivos da terceira declinação
14.15.1. Substantivos neutros de terceira declinação
14.15.2. Substantivos masculinos de terceira declinação
14.15.3. Substantivos femininos da terceira declinação

160
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

A terceira declinação é constituída de substantivos em que o radical termina em consoante (sem


vogal temática) ou com vogal temática que não seja  ou  (são da primeira declinação) e 
(da segunda declinação).
Enquanto que na primeira e segunda declinações o radical (tema) pode ser conhecido pela flexão
do substantivo no nominativo singular, na terceira declinação só é possível conhecê-lo pelo
genitivo singular quando se extrai a terminação característica do genitivo, por exemplo: 
(caso nominativo singular),  (caso genitivo singular), portanto o radical é , e o
tema é , pois  é a terminação característica do genitivo.
Por esse motivo os dicionários e léxicos sempre apresentam os substantivos nas 2 formas: a
primeira no nominativo e a segunda no genitivo, por exemplo:
 (subst., 142) = corpo.
A forma  corresponde ao nominativo, enquanto que a forma  corresponde ao
genitivo.

O dicionário e o léxico não trazem indicado a que declinação pertence o substantivo, mas isso é
facilmente didutível, por exemplo:
 (subst., 331) = palavra, ensino, preceito, doutrina, verbo.
 (subst., 99) = filho/a, criança; descendente.
Temos respectivamente no nominativo:  e ; e no genitivo:  e . O tema
termina em , o que caracteriza a segunda declinação.
Observe agora:
 (subst., 116) = amor, afeição, estima.
 (subst., 389) = dia – (efêmero).
Temos respectivamente no nominativo:  e ; e no genitivo:  e . O
tema termina em  e  respectivamente, o que caracteriza a primeira declinação.
Atenção! Na segunda declinação é importante observar que a maioria dos substantivos é do
gênero masculino, embora também existam substantivos femininos (raros) e neutros (poucos).
Na primeira declinação a maioria dos substantivos é do gênero feminino, embora existam
substantivos masculinos (em pequena quantidade), mas não existem do gênero neutro.
Na terceira declinação a maioria dos substantivos é do gênero neutro, embora substantivos
masculinos e femininos existam em quantidades mais ou menos iguais.

A terceira declinação é muito mais complexa que as 2 anteriores, e apresenta grande variedade
de flexões (terminações) e exceções (o que é muito pior!), não sendo possível montar um
paradigma que sirva para todos as situações. Por isso vamos agrupá-la em 15 situações
diferentes:

161
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

14.1. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em , de gênero neutro
Todos terminam em  no genitivo/ablativo singular e em  no plural.
O nominativo singular deveria ser o próprio radical (), mas todos terminam em , pois
o  final é suprimido, visto que uma palavra grega só pode terminar em vogal, ditongo, , ,
, , .

  
sing. nom.   
gen./abl.   
dat./loc./inst.   
acus.   
voc.   
pl. nom.   
gen./abl.   
dat./loc./inst.   
acus.   
voc.   

Observações:
1. O acusativo e o vocativo são iguais ao nominativo, tanto no singular como no plural.
2. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito),
enquanto que no plural sempre termina em . Esta é uma diferença fundamental em
relação aos substantivos de primeira e segunda declinações.
3. No dativo/locativo/instrumental plural o  final do radical se funde com o  da
terminação verbal correspondente  ( +  = ), ficando apenas a terminação .

Vocabulário

 (subst., 95) = sangue – (hemácia, hemorragia).


 (subst., 20) = batismo, imersão, submersão.
 (subst., 62) = vontade, mandamento, preceito, desejo, escolha.
 (subst., 27) = juízo, condenação; litígio – (crime).
 (subst., 229) = nome; pessoa; reputação, fama – (nome).
 (subst., 17) = cheio, conteúdo, plenitude, acabamento.
 (subst., 379) = vento, sopro; espírito, Espírito – (pneumático,
pneumatologia).
 (subst., 67) = palavra (tanto falada como escrita); coisa; questão,
caso, negócio; promessa, mandamento, doutrina.
 (subst., 44) = semente; descendente, geração, posteridade –
(esperma, espermatozóide).

162
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

 (subst., 78) = boca; fio da espada – (estômago).


 (subst., 142) = corpo humano e de animais, pessoa, natureza
física – (somático).
 (subst., 10) = sandália, alparca, calçado.
 (subst., 17) = dom, dádiva, dote – (carismático).

14.2. Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em vogal seguida de , de
gênero neutro
Existem substantivos de terceira declinação do gênero neutro cujo radical termina em vogal
seguida de  (excluindo o radical  já abordado), são eles: ,  e .
Todos terminam em  no genitivo/ablativo singular e em  no plural.
Com exceção da terminação , todos os demais possuem um outro radical para o nominativo
singular (são substantivos de radicais duplos).

    



    
sing. nom.       
gen./abl.       
dt./lc./it.       
ac.       
voc.       
pl. nom.       
gen./abl.       
dt./lc./it.       
ac.       
voc.       

Observações:
1. O acusativo e o vocativo são iguais ao nominativo, tanto no singular como no plural.
2. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito),
enquanto que no plural sempre termina em .
3. No dativo/locativo/instrumental plural o  final do radical se funde com o  da
terminação verbal correspondente  ( +  = ), ficando apenas a terminação .

Cuidado! A terminação  para substantivos neutros da terceira declinação é, na realidade,


uma exceção, visto que esta terminação é característica de subantivos femininos e não possui
radicais duplos (ver item 14.4.).
Existem as terminações  para gênero masculino (ver item 14.3.); e ,  e  para
gênero feminino (ver ítens 14.4. e 14.5.).

163
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

Vocabulário

 (subst., 12) = joelho – (ângulo, diagonal).


 (subst., 4) = mel.
 (subst., 36) = ouvido, orelha – (otite).
 (subst., 16) = prodígio, milagre, maravilha.
 (subst., 76) = água – (hidrografia).
 (subst., 7) = poço – (freático).
 (subst., 72) = luz – (fotografia).

14.3. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em , de gênero


masculino
Todos terminam em  ou  no genitivo/ablativo singular, e em  ou  no
plural. No caso nominativo temos uma forma compactada do genitivo/ablativo formada pelo
radical mais a terminação  ou .

 
sing. nom.   
gen./abl.   
dat./loc./inst.   
acus.   
voc.   
pl. nom.   
gen./abl.   
dat./loc./inst.   
acus.   
voc.   

Observações:
1. O vocativo é igual ao nominativo, tanto no singular como no plural. O acusativo não é
igual a ambos.
2. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito),
enquanto que no plural sempre termina em .
3. No dativo/locativo/instrumental plural o  final do radical se funde com o  da
terminação verbal correspondente  ou ( +  = ), ficando apenas a terminação .

Vocabulário

 (subst., 37) = príncipe, chefe, magistrado; líder, maioral,


autoridade; oficial do poder executivo; senhor.

164
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

 (subst., 13) = dragão; serpente.


 (subst., 4) = correia.
 (subst., 9) = leão.

14.4. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em  ou  (mais
raramente ), de gênero feminino
Todos terminam em  no genitivo/ablativo singular, e em  no plural.
Todos terminam em  no singular dos casos nominativo e vocativo, pois o  final do radical é
suprimido, porém no caso do radical  teremos  +  = .

  


sing. nom.    
gen./abl.    
dat./loc./inst.    
acus.    
voc.    
pl. nom.    
gen./abl    
dat./loc./inst.    
acus.    
voc.    

Observações:
1. O vocativo é igual ao nominativo, tanto no singular como no plural. O acusativo não é
igual a ambos.
2. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito),
enquanto que no plural sempre termina em .
3. No dativo/locativo/instrumental plural o  final do radical se funde com o  da
terminação verbal correspondente  ou ( +  = ), ficando apenas a terminação .
4. O substantivo  é pouco utilizado, sendo mais comum a forma  (ver 14.10.).

Vocabulário

 (subst., 61) = noite;  ou  = de noite ou


durante a noite – (noturno).
 (subst., 2) = ver .
 (subst., 155) = graça, favor, recompensa; simpatia, encanto,
doçura – (carismático).

165
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

14.5. Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em , de gênero feminino
Existem substantivos de terceira declinação cujo radical termina em  e são bastante
regulares, porém com terminações diferentes dos substantivos femininos com terminações em
 ou , vistos no item anterior.
Todos terminam em  no genitivo/ablativo singular, e em  no plural.
São substantivos do gênero feminino, mas no nominativo se parecem muito com os substantivos
masculinos das primeira declinação terminados em .

 
sing. nom.   
gen./abl.   
dat./loc./inst.   
acus.   
voc.   
pl. nom.   
gen./abl.   
dat./loc./inst.   
acus.   
voc.   

Observações:
1. O vocativo é igual ao nominativo, tanto no singular como no plural respectivamente. O
acusativo não é igual a ambos.
2. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito),
enquanto que no plural sempre termina em .
3. No dativo/locativo/instrumental plural o  final do radical se funde com o  da
terminação verbal correspondente  ou ( +  = ), ficando apenas a terminação .

Vocabulário

 (subst., 2) = santidade – (hagiógrafo).


 (subst., 7) = singeleza, sinceridade, generosidade, simplicidade.
 (subst., 4) = mocidade – (neófito).

14.6. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em , a maioria é de gênero
feminino, há também masculino
Os substantivos de terceira declinação com radical terminado em  são na maioria do gênero
feminino. Alguns poucos são masculinos, ou de ambos os gêneros, como é o caso de .
Todos terminam em  no genitivo/ablativo singular, e  no plural.
No nominativo e vocativo terminam em  ou  (com exceção de ), pois o  final do
radical é suprimido. Temos:  = .

166
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

feminino masculino
 
sing. nom.    
gen./abl.    
dat./loc./inst.    
acus.    
voc.    
pl. nom.    
gen./abl.    
dat./loc./inst.    
acus.    
voc.    

Observações:
1. O vocativo é igual ao nominativo, tanto no singular como no plural. O acusativo não é
igual a ambos.
2. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito),
enquanto que no plural sempre termina em .
3. No dativo/locativo/instrumental plural o  final do radical se funde com o  da
terminação verbal correspondente  ou ( +  = ), ficando apenas a terminação .
4. O substantivo  pode ser usada tanto no feminino, como no masculino,
porém será declinado como se fosse sempre uma palavra feminina.

Vocabulário

 (ou ) (subst., 53) = esperança.


 (subst., 9) = contenda.
 (subst., 6) = chave. / Acus. sing. =  e . / Acus. pl.
 e  – (claviculário).
 (subst., 9) = facho; lâmpada, lantena.
 (subst., 24) = menino/a; criado/a, servo/a – (pediatra).
 (subst., 8) = pátria, terra de origem – (patriarca).
 (subst., 92) = pé; perna – (podologia, pedagogia).
 (subst., 16) = selo.
 (subst., 23) = milhão, milheiro, mil – (quilo).

14.7. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em consoante líquida ( ou
), a maioria é de gênero masculino, há também feminino
Os substantivos terminados em consoante líquida nasal () são extremamente regulares. A
grande maioria é de substantivos masculinos.

167
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

No genitivo/ablativo singular terminam em  ou ; e no plural em  ou .


No nominativo singular terminam em , e mais raramente em  (com exceção do ).

masculino
    
sing. nom.      
gen./abl.      
dat./loc./inst.      
acus.      
voc.      
pl. nom.      
gen./abl.      
dat./loc./inst.      
acus.      
voc.      

feminino
   
sing. nom.    
gen./abl.    
dat./loc./inst.    
acus.    
voc.    
pl. nom.    
gen./abl.    
dat./loc./inst.    
acus.    
voc.    

Observações:
1. O vocativo é igual ao nominativo, tanto no singular como no plural. O acusativo não é
igual a ambos.
2. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito),
enquanto que no plural sempre termina em .
3. No dativo/locativo/instrumental plural o  final do radical é eliminado, ficando apenas a
terminação .
4. O substantivo  é do gênero masculino e irregular, sendo mais utilizado seu
correspondente  do gênero neutro e regular.

168
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

Vocabulário

 (subst., 124) = ciclo, era, época, século, eternidade, tempo muito
longo, eras passadas; mundo.
 (subst., 1) = sal (ver ).
 (subst., 23) = vinha, videira.
 (subst., 1) = demônio – normalmente é utilizado o substantivo
.
 (subst., 23) = imagem, efígie, representação – (ícone).
 (subst., 25) = helênico, grego, qualquer pessoa gentia – (Helena).
 (subst., 20) = governador, procurador; autoridade – (hegemonia).
 (subst., 4) = medida, norma, regra – (canônico).
 (subst., 18) = mês – (mensal).
 (subst., 18) = pastor.
 (subst., 18) = portão, porta; alpendre.
 (subst., 9) = Sidon (cidade fenícia).
 (subst., 75) = Simão.

14.8. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em consoante líquida (), a
maioria é de gênero masculino, há também feminino e neutro
Os substantivos terminados em consoante líquida  são extremamente regulares. A grande
maioria é de substantivos masculinos, e poucos dos gêneros feminino e neutro.
O genitivo/ablativo singular terminam em  e o plural em .
O nominativo singular é o próprio radical.

masculino feminino neutro


  
sing. nom.      
gen./abl.      
dat./loc./inst.      
acus.      
voc.      
pl. nom.      
gen./abl.      
dat./loc./inst.      
acus.      
voc.      

Observações

169
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

1. O vocativo é igual ao nominativo, tanto no singular como no plural. O acusativo só é


igual ao nominativo no gênero neutro.
2. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito),
enquanto que no plural sempre termina em .
3. No dativo/locativo/instrumental plural o  é eliminado, ficando apenas a terminação
.
4. O substantivo  tem radicais duplos.

Vocabulário

 (subst., 29) = César.


 (subst., 71) = fogo, fagulha – (pirilampo, pirografia).
 (subst., 24) = salvador; libertador, preservador; Salvador –
(soteriológico, soteropolitano).
 (subst., 175) = mão – (quiróptero, quiromancia).

14.9. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em consoante líquida  (só
 ou ), com síncope; a maioria é de gênero masculino, há também feminino
Síncope é a supressão de uma letra ou sílaba no meio de uma palavra. É comum suprimir uma
consoante dental ( ou ) entre duas vogais quando a sílaba seguinte é acentuada. Também
acontece com a vogal  quando antecede a uma consoante líquida, em especial o .
Se o resultado da síncope for um encontro  ocorrerá a inserção de consoante dental  entre
ambas, resultando em , isso ocorre por eufonia.
O genitivo/ablativo singular sempre termina em ; e no plural em .
O nominativo e vocativo singular terminam em .

masculino feminino
   
sing. nom.     
gen./abl.     
dat./loc./inst.     
acus.     
voc.     
pl. nom.     
gen./abl.     
dat./loc./inst.     
acus.     
voc.     

Observações:

170
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

1. O vocativo é igual ao nominativo, tanto no singular como no plural. O acusativo não é


igual a ambos.
2. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito),
enquanto que no plural sempre termina em .
3. No dativo/locativo/instrumental plural a vogal - transforma-se em -, por eufonia.
dativo/locativo/instrumental plural  → 
 → 
4. No genitivo/ablativo singular e no dativo/locativo/instrumental singular de , a
vogal - do tema é sincopada (suprimida):
genitivo/ablativo singular → 
dativo/locativo/instrumental singular  → 
5. Com exceção do nominativo e vocativo singular, nos demais casos de  sempre
haverá um -.
genitivo/ablativo singular  →  → 

Vocabulário

 (subst., 216) = homem, varão; marido; adulto; ser humano –


(andrógeno).
 (subst., 24) = estrela – (asteróide).
 (subst., 28) = filha.
 (subst., 84) = mãe – (matriarca).
 (subst., 412) = pai; ancestral – (patriarca, paternal).

14.10. Substantivos da terceira declinação cujo radical termine em consoante gutural (,
 ou ), de gêneros masculino e feminino
A principal característica é que o nominativo e vocativo singular e o dativo/locativo/instrumental
sempre possuem um  no fim do radical.
O genitivo/ablativo singular sempre terminará com a gutural + ; e o plural em gutural + .

171
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

masculino feminino

      

sing. nom.        
gen./abl.        
dt./lc./it.        
acus.        
voc.        
pl. nom.        
gen./abl.        
dt./lc./it.        
acus.        
voc.        

Observações:
1. O vocativo é igual ao nominativo, tanto no singular como no plural. O acusativo não é
igual a ambos.
2. No nominativo e vocativo singular e também no dativo/locativo/instrumental plural a
gutural final do radical funde-se com a terminação , ficando apenas .
+= += +=
Assim no nominativo e vocativo singular temos:  = . Enquanto que no
dativo/locativo/instrumental plural temos:  = .
3. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito).
4. O substantivo  é de radical duplo.

Vocabulário

 (subst., 15) = pêlo, cabelo – (tricotomia).


 (subst., 5) = couraça, armadura – (tórax).
 (subst., 1) = garganta – (laringe).
 (subst., 6) = açoite, flagelo, sofrimento, doença, mal.
 (subst., 61) = noite;  ou  = de noite ou
durante a noite – (noturno).
 (subst., 2) = ave; galo/galinha (mesmo que ) –
(ornitologia).
 (subst., 3) = trombeta, trompa – (salpingite).
 (subst., 147) = carne – (sarcástico, sarcófago).
 (subst., 9) = Félix; feliz.
 (subst., 7) = chama.

172
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

14.11. Substantivo de terceira declinação cujo radical termine em , de gênero neutro
Tais substantivos apresentam 2 radicais. Para os casos nominativo, acusativo e vocativo singular
o substantivo é o próprio radical que termina em . Para os demais casos e números o radical
termina em , sendo seguido pela terminação correspondente ao caso.
O genitivo/ablativo singular termina em , e no plural em .


sing. nom.  
gen./abl.  
dat./loc./inst.  
acus.  
voc.  
pl. nom.  
gen./abl.  
dat./loc./inst.  
acus.  
voc.  

Observações:
1. O acusativo e o vocativo são iguais ao nominativo, tanto no singular como no plural
(normalmente o vocativo não é utilizado).
2. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito),
enquanto que no plural sempre termina em .
3. No dativo/locativo/instrumental plural o  final do radical se funde com o  da
terminação verbal correspondente  ( +  = ), ficando apenas a terminação .

Vocabulário

 (subst., 20) = geração, descendência, raça, povo, nação, espécie


– (genealogia, genética).
 (subst., 162) = raça, nação, povo – (etnologia).
 (subst., 12) = costume, uso; moral; rito – (ética).
 (subst., 27) = misericórdia, piedade; clemência, compaixão.
 (ou ) (subst., 49) = ano, idade – (etário).
 (ou ) (subst., 12) = poder, domínio – (democracia).
 (subst., 34) = membro, participante.
 (subst., 42) = parte, lugar.
 (subst., 63) = monte, montanha – (orografia).
 (subst., 31) = multidão, comunidade.

173
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

 (subst., 31) = treva, escuridão.


 (subst., 41) = fim, término, destino; imposto – (telescópio).
 (subst., adj. 10). // Subst. = mentira, falsidade.// Aj. = falso –
(pseudópode).

14.12. Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em vogal , a maioria é de
gênero feminino, há também masculino e neutro
A grande maioria também é de substantivos femininos, e poucos dos gêneros feminino e neutro.
O genitivo/ablativo singular terminam em  e o plural em .
O nominativo singular é uma forma compactada do genitivo/ablativo.
Obs.: Embora somente o  seja considerado um substantivo de radical duplo, é possível ver
2 radicais em todos eles.

masculino feminino neutro


  
sing. nom.      
gen./abl.      
dat./loc./inst.      
acus.      
voc.      
pl. nom.      
gen./abl.      
dat./loc./inst.      
acus.      
voc.      

Observações:
1. O vocativo e acusativo só são iguais ao nominativo no plural.
2. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito),
enquanto que no plural sempre termina em .
3. No dativo/locativo/instrumental plural de , o  final do radical se funde com o
 da terminação verbal correspondente  ( +  = ), ficando apenas a terminação
.
4. O substantivo  apresenta dois radicais diferentes. No nominativo, acusativo e
vocativo singular o radical é . Nos demais casos e gêneros é .
5. No genitivo/ablativo ( e ) o  intervocálico cai e as vogais  do
singular são alongadas para , resultando em  no singular e  no plural.
6. No nominativo, acusativo e vocativo plural () o  intervocálico cai e as vogais
 são alongadas para , resultando em .
7. O substantivo neutro  é de origem egípcia, sendo declinado como palavra

174
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

feminina, mesmo assim é irregular.

Vocabulário

 (subst., 42) = ressurreição – (Anastácio).


 (subst., 4) = resposta.
 (subst., 17) = remissão, perdão.
 (subst., 29) = conhecimento, ciência – (diagnóstico).
 (subst., 119) = poder, força – (dinamite).
 (ou ) (subst., 45) = tribulação, aflição, angústia; aperto.
 (subst., 47) = juízo, condenação, julgamento, sentença – (crítica).
 (subst., 19) = criação, criatura; ordenação.
 (subst., 14) = serpente – (ofídio).
 (subst., 29) = exortação, admoestação; consolação.
 (subst., 243) = fé, crença; fidelidade, lealdade; convicção.
 (subst., 162) = cidade – (metrópole, polícia, político).
 (subst., 5) = mostarda.

14.13. Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em vogal  e , ou
ditongo  e , a maioria é de gênero masculino, há também do gênero feminino
A declinação é quase toda irregular, não sendo possível estabelecer um paradigma geral para
todos os casos.

    


sin. nom.      
gen./abl.      
dat./loc./inst.      
acus.      
voc.      
pl. nom.      
gen./abl.      
dat./loc./inst.      
acus.      
voc.      

Observações:
1. O vocativo só é igual ao nominativo no plural. O acusativo nem sempre será igual ao
nominativo, mesmo no plural.
2. O dativo/locativo/instrumental singular termina em  (nunca em iota subscrito), mas há
175
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

exceções, como em . No plural sempre termina em .


3. No caso específico de  vemos que o genitivo/ablativo singular e acusativo
singular se parecem com os mesmos casos da segunda declinação, por isso muitos
estudiosos o colocam como fazendo parte da segunda declinação, mas como sendo
irregular.

Vocabulário

 (subst., 122) = sumo sacerdote.


 (subst., 115) = rei – (Basílio).
 (subst., 8) = boi, vaca; vitela.
 (subst., 63) = escriba, escrivão, secretário; mestre – (gramático).
 (subst., 31) = sacerdote.
 (subst., 912, em 908 se refere a Jesus Cristo) = Jesus, Josué,
Isaías.
 (subst., 10) = força, poder – (isqueiro).
 (subst., 20) = peixe – (ictiologia).
 (subst., 80) = Moisés.
 (subst., 24) = intelecto, inteligência, mente, razão, entendimento;
alma – (paranóia).

14.14. Substantivos de terceira declinação que apresentam radicais duplos, de gêneros


masculino e feminino
Os substantivos de radicais duplos não seguem uma ordem lógica de declinação e somente um
bom dicionário ou léxico poderão indicar qual a forma correta. Muitos se enquadram em várias
regras abordadas anteriormente.
Todos terminam em  no genitivo/ablativo singular, e  no plural.
Terminam em  no nominativo (com exceções).
Alguns desses substantivos apresentam radicais que terminam em consoante labial (,  ou
) ou consoante gutural (,  ou ). Nesses casos, sempre ocorrerá a contração da
consoante labial com o , resultando em  para as labiais ou  para as guturais.
+= += +=
+= += +=

Atenção! Existem outros substantivos de gênero feminino com radicais duplos (ver itens 14.10. e
14.12.), e também radicais de gênero neutro (ver itens 14.2. e 14.11).

176
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

masculino feminino
      
 
      
sin. nom.         
gn./ab.         
dt./lc./it.         
acus.         
voc.         
pl. nom.         
gn./ab.         
dt./lc./it.         
acus.         
voc.         

Observações:
1. O vocativo é igual ao nominativo no plural, mas no singular pode haver diferença.
2. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito),
enquanto que no plural sempre termina em .

Vocabulário

 (subst., 1) = árabe.


 (subst., 213) = mulher, esposa – (ginecologia).
 (subst., 15) = cabelo, pêlo – (tricotomia).
 (subst., 1) = sudeste.
 (subst., 35) = testemunha, mártir.
 (subst., 92) = pé; perna – (podologia, pedagogia).
 (subst., 1) = espinho, estaca.
 (subst., 175) = mão – (quiróptero, quiromancia).

14.15. Paradigma dos substantivos da terceira declinação

Terminações dos radicais dos substantivos da terceira declinação. A numeração corresponde


aos tópicos desta lição:
 Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em consoante dental.
1. radical termina em , de gênero neutro.
2. radical termina em vogal seguida de , de gênero neutro.
3. radical termina em , de gênero masculino.
4. radical termina em  ou  (mais raramente ), de gênero feminino.

177
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

5. radical termina em , de gênero feminino.


6. radical termina em , de gêneros feminino (maioria) e masculino.
 Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em consoantes líquida ou
gutural.
7. radical termina em consoante líquida nasal ( ou ), de gêneros masculino
(maioria) e feminino.
8. radical termina em consoante líquida (), de gêneros masculino (maioria), feminino
e neutro.
9. radical termina em consoante líquida (somente  ou ), com síncope, de
gêneros masculino (maioria) e feminino.
10. radical termina em consoante gutural (,  ou ), de gêneros masculino e
feminino.
11. radical termina em , de gênero neutro.
 Substantivos de terceira declinação cujo radical termine em vogal.
12. radical termina em vogal , de gêneros feminino (maioria), masculino e neutro.
13. radical termina em vogal  e , ou ditongo fraco  e , de gêneros masculino
(maioria) e feminino.
 Substantivos de terceira declinação que podem apresentar radicais duplos (substantivos
irregulares).
14. radicais duplos, de gêneros masculino e feminino.

Gêneros dos substantivos da terceira declinação. A numeração corresponde aos tópicos desta
lição:

terminação do radical neutro masculino feminino


 1
radical duplo em  2
 11
 3
 ou  7 (maioria) 7 (minoria)
 8 (minoria) 8 (maioria) 8 (minoria)
 ou  9 (maioria) 9 (minoria)
, ,  e  13 (maioria) 13 (minoria)
,  ou  10 10
radical duplo 14 14
 ou  4
 5
 6 (minoria) 6 (maioria)

178
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

 12 (minoria) 12 (minoria) 12 (maioria)


Resumo das terminações dos substantivos de terceira declinação:

masculino feminino neutro


caso R
singular plural singular plural singular plural
nom. geral R +  R +  R +  R +  R -  =  R + 
gutural R +  =   R +  =   
labial R +  =   R +  =   
 ou  R(vL)  R(vL)  
 R(vL) R +   
 R  R  R 
 R(vL) +    
   Rd R  + 
     R 
 R +   
vog + -  R -  +   Rd 
 R -  +   R -  +   
 Rd   
gen./ geral R +  R +  R +  R +  R +  R + 
abl.    - -
 ou  R +    
      
     
    
dat./ geral R +  R +  R +  R +  R +  R + 
loc./ gutural  R +   R +   
inst. labial R +   R +    
 R -  +  R -  +  R -  + 
  R -  +   R -  +   
 R -  +  R -  +  
 ou       
 R -  +    
    Rd +   
     
    
acus. geral R +  R +  R +  R +  = nom. = nom.
 R -  +  = nom.  
 R +  = nom. R +  = nom. 
 R +   R +   
    
 = nom. = nom. = nom. = nom.
voc. geral = nom. = nom. = nom. = nom. = nom. = nom.
 R R(vL) 
 R(vL)  
vogal R R R 
 R +    

14.15.1. Substantivos neutros de terceira declinação


Coluna 1. Radical terminado em 
Colunas 2. Radical terminado em vogal +  (,  e )
Coluna 8 neut. Radical terminado em  (consoante líquida)
179
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

Coluna 11. Radical terminado em 


Coluna 12 neut. Radical terminado em  (vogal)
O número das colunas corresponde ao item de mesmo número na lição 14.

1 2 8 neut. 11 12 neut.
radical    
   
   
sing. nom.         
gen./abl.         
dt./lc./it.         
ac.         
voc.         

pl. nom.         
gen./abl.         
dt./lc./it.         
ac.         
        
voc.
       
   
outros exemplos   
 
 

Observações:
1. Os substantivos de terceira declinação são em sua maioria do gênero neutro.
Na coluna 8, o gênero é neutro, mas possui ligações com substantivos do gênero
masculino (ver coluna correspondente no gênero masculino).
Na coluna 11, todos os substantivos são do gênero neutro, mas se comportam como se
fossem do gênero feminino, e são regulares.
Na coluna 12,  é uma palavra de origem egípcia, sendo declinada como palavra
feminina, mesmo assim é irregular.
2. O radical sempre termina em consoante (exceção na coluna 12). O tema é identificado
pela forma genitiva/ablativa singular sem o  final (exceções nas colunas 11 e 12).
3. O nominativo singular é sempre uma forma compactada do tema. Se o tema terminar em
 (consoante líquida), o nominativo será igual ao próprio tema.
4. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca em iota subscrito),
enquanto que no plural sempre termina em . Esta é uma diferença fundamental em
relação aos substantivos de primeira e segunda declinações.
5. O acusativo e o vocativo são iguais ao nominativo, tanto no singular como no plural
respectivamente.
6. As terminações plurais são sempre regulares para cada caso (com exceção do nominativo,
acusativo e vocativo das colunas 11 e 12), embora a tonicidade e o acento possam mudar.
O genitivo ablativo plural sempre termina em .
7. Nunca se deve esquecer que os artigos neutros correspondem às terminações dos
180
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

substantivos neutros da segunda declinação.

181
14.15.2. Substantivos masculinos de terceira declinação
Colunas 3. Radical terminado em 
Coluna 6 masc. Radical terminado em 
Colunas 7 masc. Radical terminado em  ou  (consoante líquida)
Coluna 8 masc. Radical terminado em  (consoante líquida)
Colunas 9 masc. Radical terminado em  ou 
Colunas 10 masc. Radical terminado em gutural (,  ou )
Coluna 12 masc. Radical terminado em  (vogal)
Colunas 13 masc. Radical terminado em vogal (, , , )
Colunas 14 masc. Radical duplo.
O número das colunas corresponde ao item de mesmo número na lição 14.

3 6 masc. 7 masc. 8 masc. 9 masc.


radical
          
sing. nom.            
g./a.            
d./l./i.            
ac.            
voc.            
pl. nom.            
g./a.            
d./l./i.            
ac.            
voc.            
          
    
outros exemplos   
 


182
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

10 masc. 12 masc. 13 masc. 14 masc.


radical    
       
   
sing. nom.             
g./a.             
d./l./i.             
ac.             
voc.             
pl. nom.             
g./a.             
d./l./i.             
ac.             
voc.             
           
outros exemplos  
 

Observações:
1. Apesar da tabela aparentemente complexa, não são muitos os substantivos de primeira e segunda declinações.
substantivos masculinos da terceira declinação. 5. O vocativo é igual ao nominativo, tanto no singular como no plural
2. O radical termina em consoante ou nas vogais: , , ,  e respectivamente. Exceções: colunas 9 e 12 (todos no singular).
. O tema é identificado pela forma genitiva/ablativa singular sem 6. As terminações plurais são sempre regulares para cada caso (com
o  final (exceção na coluna 12).
exceção das colunas 9, 11 e 12), embora a tonicidade e o acento
3. O nominativo singular é uma forma compactada do tema. Quando o possam mudar. O genitivo ablativo plural sempre termina em .
tema termina em consoante líquida (,  ou ), o nominativo é 7. Observe que os substantivos das colunas 11 e 14 são do gênero
o próprio radical (colunas 7, 8 e 9). masculino, mas se comportam como se fossem do gênero feminino.
4. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (nunca 8. Nunca se deve esquecer que os artigos masculinos correspondem às
em iota subscrito), enquanto que no plural sempre termina em
terminações dos substantivos masculinos da segunda declinação.
. Esta é uma diferença fundamental em relação aos

183
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

9. O substantivo  é do gênero masculino e irregular, sendo mais utilizado seu correspondente  do gênero neutro e regular.
14.15.3. Substantivos femininos da terceira declinação
Colunas 4. Radical terminado em ,  e 
Coluna 5. Radical terminado em 
Coluna 6 fem. Radical terminado em 
Colunas 7 fem. Radical terminado em  (consoante líquida)
Coluna 8 fem. Radical terminado em  (consoante líquida)
Coluna 9 fem. Radical terminado em 
Colunas 10 fem. Radical terminado em gutural (, ,  ou )
Coluna 12 fem. Radical terminado em  (vogal)
Colunas 13 fem. Radical terminado em  ou 
Colunas 14 fem. Radical duplo
O número das colunas corresponde ao item de mesmo número na lição 14.

4 5 6 fem. 7 fem 8 fem.


radical
        
sing. nom.          
gen./abl.          
dt./lc./it.          
acus.          
voc.          
pl. nom.          
gen./abl.          
dt./lc./it.        
   
acus.          
voc.          
        
outros exemplos  


184
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação




9 fem. 10 fem. 10 fem. /14 12 fem. 14 13 fem. 14 fem.


radical    
    
   
nom.          
gen./abl.          
sing. dt./lc./it.          
acus.          
voc.          
nom.          
gen./abl.          
pl. dt./lc./it.          
acus.          
voc.          
      
  
outros exemplos   



Observações:
1. Apesar da tabela aparentemente complexa não são muitos os 4. O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em 
substantivos femininos da terceira declinação. (nunca em iota subscrito), enquanto que no plural sempre termina
2. O radical termina em consoante ou nas vogais: ,  e . O em . Esta é uma diferença fundamental em relação aos
tema é identificado pela forma genitiva/ablativa singular sem o  substantivos de primeira e segunda declinações.
final (exceção nas colunas 9 fem. e 13 fem.). 5. O vocativo é igual ao nominativo, tanto no singular como no
3. O nominativo singular é uma forma compactada do tema. Quando plural respectivamente. Exceções: coluna 12 fem., 13 fem. e 14
o tema termina em consoante líquida (), o nominativo é o fem. (todos no singular).
próprio radical (coluna 8 fem.). 6. As terminações plurais são sempre regulares para cada caso (com
185
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

exceção da coluna 12 fem.), embora a tonicidade e o acento


possam mudar. O genitivo ablativo plural sempre termina em ).
7. Nunca se deve esquecer que os artigos femininos correspondem às
terminações dos substantivos femininos da primeira declinação
com terminação em .

186
Exercícios

1- Decline os substantivos indicados:

    
sing.
nom.   

gen./abl.   

dat./loc./inst.   

acus.   

voc.   
pl.
nom.   

gen./abl.   

dat./loc./inst.   

acus.   

voc.   

   

sing. nom.     

gen./abl.     

dt./lc./it.     

acus.     

voc.     

pl. nom.     

gen./abl.     

dt./lc./it.     

acus.     

voc.     
187
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

    

sing. nom.      

gen./abl.      

dt./lc./it.      

acus.      

voc.      

pl. nom.      

gen./abl.      

dt./lc./it.      

acus.      

voc.      

2- Coloque o artigo correspondente aos substantivos abaixo, dê a tradução correta da expressão

resultante e indique o gênero, número e caso:

art substantivo tradução gênero número caso

  à/na/com a/pela santidade F S D

 

 

 

 

 

188
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3-

masculino: 

feminino:

neutro: 

4- Traduza as frases:

189
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

O nome de Jesus é poder.



O Salvador salva os crentes.

Jesus faz a vontade de Deus.

Não obedeçam a vontade da carne.

Somos a geração e o povo de Deus.

O Espírito Santo é o poder de Deus.

o pai e a mãe amam o filho e a filha.

O sangue de Jesus liberta o pecador.

O bom menino ouve a palavra do pai.

A graça do Senhor esteja com a igreja.

5- Traduza os versos:

Mt 9.22: 

Mt 24.7: 

Jo 1.14: 

Jo 1.26: 

Jo 3.35: 

Jo 4.7:  

Jo 4.24: 

Jo 6.58: 
190
14. Substantivos 4 – Substantivos da terceira declinação

Jo 10.28: 

1Co 13.13: 

6- Leia o texto a seguir e procure identificar os substantivos de terceira declinação. Você


consegue traduzir algumas palavras ou expressões do texto?

Jo 3.13-21
13    

14    

15  
16     
 
17         
 
18              
  
19               
 
20                

21          
 

Faça o Exercício 8 do trabalho final – Substantivos da terceira declinação

191
15. Verbos 5 – Verbos defectivos ou depoentes (indicativo presente e futuro)

Verbos defectivos (ou defeituosos) são aqueles em que faltam algum tempo verbal, normalmente
o VIFA, por várias situações diferentes:
 Em muitos verbos pode faltar a voz ativa no presente do indicativo (VIPA),
conseqüentemente tais verbos também não apresentarão o VSPA e nem o VIFA (ambos
seriam formados a partir do VIPA), mas apresentam o VIPM/P, o VSPM/P e o VIFM.
 Outros verbos apresentam o VIPA (e o VSPA), e mesmo assim não apresentam o VIFA.
Tais verbos podem apresentar o VIPM/P e, conseqüentemente, o VSPM/P e o VIFM.
 Há ainda verbos que possuem o VIPA e/ou VIPM/P, e não apresentam tempo futuro.
Obs.: Mesmo não tendo forma futura, é possível fazer o futuro de muitos desses verbos através
de construções perifrásicas.

15.1. Os defectivos em relação à voz ativa – indicativo presente depoente


A maioria dos verbos gregos no presente do indicativo possui a voz ativa (VIPA) e também as
vozes média (VIPM) e passiva (VIPP). Tais verbos sempre são indicados pela primeira pessoa
do singular do presente do indicativo na voz ativa (terminação ). Por exemplo:
VIPA:  = eu solto, eu estou soltando.
VIPM:  = eu me solto, eu estou me soltando, eu solto para mim, eu estou soltando para
mim.
VIPP:  = eu sou solto, eu estou sendo solto.

Quanto à sua forma de escrita, o VIPM e o VIPP são idênticos, e somente o contexto pode
determinar qual a voz empregada. No entanto é importante observar que nas vozes ativa e média
o sujeito é quem realiza a ação verbal, enquanto que na voz passiva o sujeito sofre a ação,
portanto a distância de significado entre as vozes média e ativa é bem menor que a distância
entre as vozes média e passiva. Em decorrência disso, podemos ter duas situações curiosas:
 Em alguns verbos a voz média tem o significado tão próximo da voz ativa, que os
mesmos simplesmente podem perder a forma ativa, e a voz média passa também a ter o
significado de voz ativa. Essa é a situação mais comum Por exemplo:
 = eu conheço, eu me conheço, eu sei.
 Em alguns casos, mais raros, a própria voz passiva passa a ter força de voz ativa, como
por exemplo:
 = eu quero, eu sou querido.

Como esses verbos não têm a voz ativa, também não podem ser indicados com a terminação ,
sendo indicados pela voz média (ou passiva), cuja terminação característica é .
Devido ao fato desses verbos deporem contra sua forma média (e/ou passiva), que passa a ser
entendida como ativa, eles também são chamados de depoentes, e são identificados como voz

51
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

média depoente, voz passiva depoente ou voz média/passiva depoente. Por exemplo:
VIPD = Verbo Indicativo Presente voz média Depoente.
VIPO = Verbo Indicativo Presente voz passiva depOente.
VIPN = Verbo Indicativo Presente voz média/passiva depoeNte.

15.2 Os defectivos e o futuro do indicativo – indicativo futuro depoente


A maioria dos verbos gregos no futuro do indicativo possui a voz ativa (VIFA) e também a voz
média (VIFM). Sendo que este tempo verbal é feito pela inserção do sufixo temporal  entre o
radical e a vogal temática no VIPA e VIPM respectivamente.
Os verbos defectivos pelo fato de não terem o VIPA também não terão o VIFA, portanto sua
forma futura do indicativo será apenas o VIFM, que será chamado de VIFD (Verbo Indicativo
Futuro voz média Depoente). Por exemplo:
VIPM:  = eu vou, venho, ando, vivo.
VIFD:  = eu vou, virei, andarei, viverei.

Obs.: Não se esqueça que o sufixo temporal pode se fundir com alguma consoante. Por exemplo:
VIPM:  → VIFD:  (+  = , deveria ser )

15.3. Paradigma dos verbos defectivos


A declinação dos verbos defectivos segue a mesma disposição dos demais verbos de terminação
 no VIPM/P e VIFM, isto é, estão sujeitos às mesmas regras de acordo com a terminação dos
radicais. Muitos desses verbos são irregulares no VIPM/P, e os que assim se apresentam podem
não apresentar a forma VIFM.

terminação do radical VIPM/P (VIPD/O/N) VIFM (VIFD)


vogal não   
contrata   
vogal contrata   
  
gutural   
   
 (é a maioria)  (muitos derivados) 
labial   
dental   
  
sibilante   
líquida   
  
nasal   

52
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

    


VIPM/P (VIPD/O/N)
    
    
    
    
    
    
VIFM (VIFD)
    
   
   
   
   
   

Vocabulário

 e  – (v., 116) = parto, saio, retiro-me, vou,


vou embora, desapareço.
 – (v., 231) = respondo, falo solenemente, respondo
perante um tribunal.
 – (v., 33) = nego, recuso.
 (v., 59) = saúdo; despeço-me.
 e  – (v., 36) = quero, desejo, resolvo, tenciono.
 – (v., 665) = torno-me;
sou, estou, nasço; faço para mim.
 – (v., 56) = recebo, aceito, acolho, pego, tomo.
 – (v., 41) = atravesso, passo por, ando por,
percorro.
imperf.  e  – (v., 209) = posso, sou
capaz, tenho o poder, sou poderoso – (dinamite).
ou  – (v., 192) = entro.
 – (v., 217) = saio, corro; venho de.
 (v., 6) = conto, exponho, revelo, relato.
e  – (v., 41) = trabalho, negocio, produzo, pratico,
vivo de.
e  – (v., 635) = vou; venho.
 – (v., 22) = vejo, contemplo.
 – (v., 26) = curo, saro, sou curado, sou sarado.
 – (v., 36) = glorio-me, exulto orgulhosamente.
 – (v., 40) = sou estimado, considero, conto com; imputo, atribuo;

53
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

julgo, concluo, discorro.


 (v., 37) = chego a, venho, compareço, volto, apareço.
 – (v., 29) = passo, passo ao lado, passo adiante;
chego-me, sobrevenho; desprezo; transgrido.
 – (v., 153) = vou, viajo, venho; ando, vivo.
 – (v., 87) = vou para, me aproximo, chego, venho; aceito;
submeto-me.
 – (v., 86) = oro.
e  – (v., 30) = acompanho, vou com, venho com, parto
com; reúno, ajunto, congrego; socorro.

15.4. Particularidades dos verbos defectivos


1- Alguns verbos podem ser classificados como defectivos e normais ao mesmo tempo, isto é,
apresentam VIPA e VIPM/P, e aparecerem nos dicionários nas duas formas. Normalmente o
futuro é na forma VIFM/P, ou não existe.

Vocabulário
Verbos defectivos mais comuns e que também apresentam a forma normal:

 (v., 35) = toco, manuseio; aperto.


 – (v., 84) = começo.
 – (v., 221) =
conheço, sei, aprendo, percebo, avalio, entendo; tenho relações
sexuais.
 – (v., 54) = evangelizo, levo
boas novas, proclamo a salvação, anuncio.
 – (v., 76) = testifico, testemunho, afirmo que
vi.
 (v., 8) = digo, quero dizer, interpreto; significo.
 – (v., 29) = chamo para mim, convoco
para mim.
 (v., 95) = temo, receio; estou aterrorizado, estou
amedrontado; reverencio – (fobia).

2- Alguns verbos defectivos têm a forma ativa no VIPA. Por exemplo:


VIPD:  = eu me torno, eu sou, eu estou.
VIPA:  = eu tenho me tornado, eu tenho sido, eu tenho estado.

 O verbo  é o único que não termina em  porque não tem a vogal temática. Além
54
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

disso, na segunda pessoa do singular apresenta duas formas diferentes:  e .

 ou 





4- O verbo  possui as vozes VIPP/M (), e muitas vezes funciona como se fosse
depoente.

Vocabulário

 (imperf.  e ) – (v., 209) = posso,


tenho o poder, sou poderoso, sou forte, sou capaz – (dinamite).
    (e ) - (v., 114) = vejo, noto, percebo, contemplo,
cuido, vigio, estou de guarda, visito, torno-me visível, apareço.

15.5. Uso dos verbos defectivos


Os verbos defectivos são utilizados como os demais verbos , nas vozes média e passiva. Por
exemplo:
Jo 1.30:  = ... Depois de mim vem
um homem que é gerado antes de mim...
Jo 1.46:  = De Nazaré pode vir o que de bom?
Jo 1.39:  = Respondeu ele: Venham e verão.

Exercício
1- Complete as conjugações a seguir:

VIPA  VIFA  VIPP/M  VIFM 

55
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

VIPD/O/N  VIFD  VIPD/O/N  VIFD 

Exercício 9 do trabalho final – verbos VIPN, VIPD, VIPO e VIFD


Identifique e traduza todos os verbos VIPN, VIPD, VIPO e VIFD.
Há apenas 2 verbos VIPN, mas nenhum verbo VIPD ou VIPO isoladamente. Também há 3
verbos VIFD. Esses 5 verbos juntando-se às 333 palavras já identificadas anteriormente, temos
338 palavras de 839. Com isso, já conseguimos traduzir 40,29 % do texto.

Exercício
3- Leia o texto abaixo e verifique se há verbos defectivos:

Jo 3.22-30
22      

23        

24 
25 
26          
      
27        
 
28            

29       
 
30 

56
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

Jo 3.31-36
31       

32 
33 
34 
       

35   
36         


Jo 4.1-15
1      
 
2 
3 
4 
5         
[]
6   
 
7        
8 
9              
 ()
10           
  
 
11 []   
 
12        
  
13       
14     

15      


57
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

Jo 4.16-30
16 
17     
 
18               
19 
20             
 
21           
 
22         
 
23       
           
 
24            

25             
 
26 
27             
 
28            

29           
30 

Jo 4.31-42
31 
32 
33  
34       

35        
           
 
36    
58
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão


37                
38           
 
39             
 
40      

41 
42             
 

Jo 4.43-54
43 
44 
45        
  
46   
 
47    
 
48             
49 
50         
  
51       

52    
 
53 []    
 
54 []      
 

59
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

Jo 5.1-

60
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

Substantivo ou nome é a palavra que indica seres (substâncias) ou objetos, quer do mundo real
ou no imaginário. Indica tudo que possui existência, que se vê, ouve, sente ou imagina. Os
substantivos podem ser:
 concretos
 pessoas: menino, homem, mulher.
 animais: leão, cachorro, cobra.
 lugares: casa, rio, rua.
 coisas: pedra, porta, faca.
 meses: janeiro, fevereiro, março.
 abstratos
 entidades imaginárias: fantasma, duende.
 sentimentos: amor, ódio, inveja.
 qualidades ou defeitos: beleza, bondade, falsidade.
 sensação: calor, fome, dor.
 ações: vingança, choro, apoio.
 situações: morte, vida.
 próprios
 pessoais: Deus, Jesus, João.
 lugares: Judéia, Jerusalém, Grécia.
 palavras substantivadas
 verbos no infinitivo: o amar, o odiar.
 adjetivos: o amarelo, o triste, o justo

Em grego, o substantivo é identificado pela:


 Sua terminação (ou declinação). Na oração o substantivo pode assumir o lugar de sujeito,
predicativo do sujeito, objeto direto ou indireto e outros mais, e para cada caso o
substantivo apresentará declinações pré-definidas.
 Quase sempre é antecedido por um artigo.
 Pode estar associado a alguma palavra que o modifica (adjetivo).
 Em geral pode ser facilmente substituído por um pronome pessoal.

5.1. Estrutura dos substantivos


Raiz – É a parte primitiva da palavra e indica seu sentido básico, normalmente é um
monossílabo, por exemplo, os substantivos  (palavra),  (oráculo), 
(contenda de palavras), o adjetivo  (eloqüente) e o verbo  (digo, falo, narro); todos
têm sua raiz em  que significa: dizer, falar, narrar, mencionar, significar.
Radical – É a raiz que tenha sofrido alguma modificação por sonorização (normalmente por
alteração de alguma vogal). Se não houver esta modificação, o radical é a própria raiz. Com
exceção do verbo  acima mencionado, cujo radical é a própria raiz , o radical das
demais palavras é . É importante observar que o radical permanece invariável nas
declinações de seu substantivo ou adjetivo.
61
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

Vogal temática ou de ligação – Vogal de sonorização acrescida à raiz, e serve de combinação


para a desinência da palavra. No caso de ,  e  a vogal temática é  (em
, apesar de não parecer, por causa da vogal longa, mas a vogal temática também é ). No
caso de  e , a vogal temática é .
Muitas vezes a vogal temática pode sofrer alongamento ( ou  e ), ou pode estar fundida
com a terminação, ou pode ser simplesmente suprimida (sincopada).
Tema – É a junção do radical com a vogal temática. Nos casos acima temos  e .
Desinência – São os sufixos que servem para indicar gênero, número e caso dos substantivos.
Nos exemplos acima temos ,  e .

tema gênero: masculino


desinência
raiz radical vogal temática número: plural
caso: nominativo
   
 = palavras

Obs.: Em grego,  (palavras) é um termo no gênero masculino.


Cuidado! O gênero e número de uma palavra em português não são garantia de que ocorrerá o
mesmo em grego, e vice versa.

5.2. Flexões do substantivo ou declinações


São alterações no final do substantivo, as quais servem para relacioná-lo com outras palavras na
oração, ou seja, as declinações determinam a função sintática da palavra. As flexões em grego
podem ser em gênero, número e caso.
Obs.: As flexões dos artigos e adjetivos sempre acompanham o substantivo.

5.2.1. Flexões em gênero


Em grego existem três gêneros: masculino, feminino e neutro.

1- Gênero masculino – Designa:


 Seres do sexo masculino: , .
 Nomes próprios masculinos: , , , , , .
 Nomes de rios, meses, etc.: , , .
Normalmente os substantivos masculinos são antecedidos por artigos masculinos, o que não
deixa dúvida quanto ao gênero da palavra:  ,  ,  ,  , 
.
No caso dos nomes próprios o uso do artigo nem sempre ocorrerá:   =  = Paulo.
Cuidado! Observe:  = deus;  ou  = Deus.
A terminação da palavra indica seu gênero. A maioria das palavras masculinas terminam em ,
(a vogal temática é ), mas existem outras terminações masculinas, e nem sempre  é
62
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

garantia de que o nome é masculino.


 São palavras femininas:  (caminho) e  (livro), sendo comum o uso do artigo
feminino:  e .
 Também podemos ter uma palavra de gênero neutro:  (água).
 Deve ser tomado cuidado com relação aos nomes próprios, veja o caso de  e
 (observe as terminações).

2- Gênero feminino – Designa:


 Seres do sexo feminino: , , , .
 Nomes próprios femininos: , .
 Designa também nomes de países, cidades, ilhas, a maior parte das árvores, etc. Nesses
casos normalmente, mas nem sempre, o substantivo é antecedido pelo artigo feminino,
por exemplo: , , , , .
A maioria das palavras de gênero feminino termina em vogal temática  ou , mas existem
outras terminações femininas, como o próprio  (, , ).
 Nem sempre  ou  são garantia de nome feminino, principalmente se forem seguidas
de , por exemplo:  (o discípulo),  (o profeta),  (o
jovem).
 Também podemos ter palavra de gênero neutro:  (o/a sangue).
 Também deve ser tomado cuidado com relação aos nomes próprios, veja o caso de
 (Grécia) e  (Elias).
Cuidado! São palavras masculinas:  (a cana), (a correia). O fato de uma
palavra ser feminina em português não quer dizer que será feminina em grego, e vice versa.

3- Gênero neutro – Designa:


 Nomes das letras do alfabeto:  (alfa).
 Objetos inanimados:  (capa, veste).
 Termos genéricos:  (trabalho),  (filho, filha).
 Fenômenos naturais:  (luz),  (vento).
Os substantivos neutros normalmente terminam em ,  e as palavras terminadas em 
(quando no caso genitivo terminam em ), e até mesmo . Normalmente essas palavras
são antecedidas pelo artigo neutro, por exemplo:  (o filho, a filha),  (alfa),
 (o corpo),  (a criança, tanto menino, como menina).

4- Nomes comuns de dois gêneros – Os nomes de animais e alguns nomes de pessoas são
comuns para os dois gêneros, o uso do artigo é que vai defini-lo, por exemplo:  (o
menino),  (a menina),  (o boi),  (a vaca),  (o deus, Deus),  (a
deusa).

Veja bem a diferença entre gêneros:

63
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

 (criança, nenê) neutro


 (filho, filha, criança, descendente) neutro
 ou  (menino, menina, jovem) masculino ou feminino
 (filho homem, filho maior de idade) masculino
Observe que os dois primeiros são neutros. O terceiro é comum de dois gêneros. O quarto é
masculino.
Observe ainda que os três primeiros são genéricos.

Vocabulário
Sempre que possível será indicada a classe gramatical, o número de citações da mesma no Novo
Testamento, seu significado e alguma palavra para facilitar a memorização.
Como nem sempre é fácil identificar o gênero do substantivo, os dicionários trazem o artigo 
para masculino,  para feminino ou  para neutro. Se possuir mais de um gênero virá mais de
um artigo, por exemplo:
 = boi, vaca; vitela. Temos  = boi;  = vaca.
Se a palavra apresentar alguma possível variante, a mesma será indicada, por exemplo:
,  = Davi. Podemos ter ,  ou .

 (subst., 3) = alfa; princípio fundamental de todas as coisas –


(alfabeto).
 (subst., 9) = vinha, videira.
 (subst., 9) = livro, rolo de papiro – (biblioteca).
 (subst., 8) = boi, vaca; vitela.
 (subst. indec., 59) = Davi.
 (subst., 331) = palavra; ensino, preceito, doutrina; verbo –
(lógica, teologia).
 (subst., 52) = criança, nenê; menino, menina (o termo tem
sentido carinhoso).
 (subst., 24) = menino, menina, filho, filha; jovem.
 (subst., 99) = filho, filha, criança; descendente.
 (subst., 374) = filho homem, descendente; filho maior de idade.

Obs.: Toda palavra com mais de 100 citações deverá ser decorada (estarão sempre em negrito).
Há palavras com menos de 100 citações, e também deverão ser decoradas (estarão em negrito).

5.2.2. Flexões em número


O substantivo pode assumir a forma singular ou plural. No grego clássico ainda havia o dual que
designava seres duplos, como: olhos, ouvidos, narinas, pernas, mãos, etc. No koiné a forma dual

64
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

já havia caído em desuso e para todos os efeitos tais palavras são consideradas plural.
O plural do substantivo tem seu artigo correspondente. Observe os exemplos:
singular plural
 o homem  os homens
substantivos
 a palavra  as palavras
masculinos
 o filho  os filhos
 a terra  as terras
 a mulher  as mulheres
substantivos  a voz  as vozes
femininos  a igreja  as igrejas
 o dia  os dias
 o coração  os corações
 a criança  as crianças
substantivos
 o evangelho  os evangelhos
neutros
 o demônio  os demônios

Obs. 1- A maioria dos substantivos masculinos termina em  no singular, e  no plural
Obs. 2- A maioria dos substantivos femininos termina em  ou  (ou ) no singular, e  no
plural.
Obs. 3- A maioria dos substantivos neutros termina  ou  no singular, e  no plural.

Exercício
1- Dê o plural e o singular das seguintes palavras:

plural singular
                                                                                                                  

                                                                                                                  

                                                                                                                  

                                                                                                                  

                                                                                                                  

                                                                                                                  

                                                                                                                  

                                                                                                                  

5.2.3. Flexões em caso


Indica a função sintática do substantivo dentro da oração, isto é, ele pode funcionar como sujeito,
predicativo do sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc. Existem 8 casos em 5 formas diferentes.

65
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

1- Nominativo (o que tem nome) – É o substantivo na sua forma original (um nome), o qual
desempenha a função de sujeito da oração ou predicativo do sujeito. Pode ser antecedido por
artigo.
Sujeito:  = o apóstolo evangeliza o amigo.
Predicativo do sujeito:  = Deus é o Senhor.

2- Genitivo (o que gera) – Indica posse e serve para especificar, definir ou descrever algo.
Equivale ao uso da preposição “de” em português. Repare que se houver artigo antes do
nominativo, no genitivo também haverá.
 = homem;  = de homem.
 = palavra de homem.
 = a palavra do homem.
 = o reino de Cristo.

3- Ablativo (o que pode cortar, separar) – Indica origem, procedência, ponto de partida,
separação, afastamento ou derivação. Em português equivale ao uso da preposição “de” ou
“desde”.
 = a salvação vem de Deus.

Observe que a terminação do ablativo é a mesma do genitivo, por isso ambos normalmente são
considerados juntos, e chamados simplesmente de genitivo.

4- Dativo (relação indireta) – Indica a pessoa ou objeto sobre quem recai a ação do verbo.
Corresponde em português ao objeto indireto. Observe que não tem preposição porque ela já é
subentendida no próprio substantivo e no artigo, se este último existir, mas na tradução para o
português deve ser colocada a preposição “a” ou “para”.
 = falo ao homem.

5- Locativo (local) – Expressa a idéia de lugar. Corresponde em português às preposições “em,


entre, em cima de”.
 = o homem está no mundo.

6- Instrumental (instrumento) – Indica o meio ou instrumento através do qual a ação é


realizada, ou pode indicar associação ou acompanhamento. Corresponde em português às
preposições “com, por, por meio de”.
Instrumento:  = eu envio a salvação pelo apóstolo.
Associação:   = eu falo com Deus.

66
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

O locativo e o instrumental são semelhantes ao dativo, os três normalmente são considerados


juntos, e chamados simplesmente de dativo. Correspondem em português ao objeto indireto.

7- Acusativo (acusação direta) – Indica a pessoa ou objeto sobre quem recai a ação do verbo.
Corresponde em português ao objeto direto na oração. Não tem preposição (mas pode ter artigo),
porém na tradução para o português a preposição pode aparecer.
 = eu ouço a palavra.

8- Vocativo (invocado, chamado, interpelado) – Expressa uma invocação ou exclamação.


 = Senhor! Escuta.
Observe que é comum, mas não obrigatório, o uso combinado com o ponto de exclamação (em
grego é  = ponto acima da linha).

5.3. As declinações dos substantivos


Já vimos que os substantivos podem declinar em gênero, número e caso, mas nem todos os
substantivos declinam exatamente da mesma maneira. Existem três grupos diferentes de
declinações:
4. Primeira declinação – a vogal temática é  ou , por exemplo: , , ,
. Na sua maioria são palavras de gênero feminino.
5. Segunda declinação – a vogal temática é , por exemplo: , , . Na
sua maioria são palavras de gênero masculino.
6. Terceira declinação – o radical termina em consoante (sem vogal temática), ou a vogal
temática é uma semivogal ou vogal fraca (, , ou ) ou ditongo ( ou ), por
exemplo: , , , , . Na sua maioria são palavras de
gênero neutro ou masculino.
Cada uma dessas declinações tem características próprias para o genitivo/ablativo,
dativo/locativo/instrumental, acusativo e vocativo, o que veremos posteriormente.

Observação importantíssima: No vocabulário, após o substantivo na forma nominativa e antes


do artigo (que identifica o gênero), sempre aparecerá uma abreviação, a qual deve ser colocada
após o radical da palavra no nominativo para assim determinarmos o caso genitivo/ablativo. O
caso genitivo é quem indica a qual declinação pertence o substantivo em estudo. Por exemplo:
. Temos:  = André (nominativo); o radical (tema) é , com o
prefixo  temos:  = de/do André (genitivo/ablativo).

Além da vogal temática, outra maneira de se identificar a declinação de um substantivo é através


do genitivo, por exemplo:
 Nas quatro primeiras palavras o genitivo termina em  ou  (,
 , , ), o que caracteriza a primeira declinação.


67
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão


 Nas três palavras seguintes o genitivo termina apenas em 
 (, , ), o que sempre caracteriza a segunda
declinação.

 Nas demais palavras o genitivo termina em  ou  (,
 , , , ), o que caracteriza a
terceira declinação.

 –


5.4. Uso do analítico


Leia o texto de Jo 1.1-5 e observe as abreviaturas colocadas abaixo de algumas palavras.

           
N-DF-S N-NM-S N-NM-S N-AM-S N-NM-S N-NM-S

   


N-DF-S N-AM-S

       


N-NF-S N-NF-S N-NN-S N-GM-P

      


N-NN-S N-DF-S N-NF-S

Observe o significado de cada uma das abreviaturas de análise:


N-NM-S substaNtivo, - , Nominativo, Masculino, - , Singular
N-NF-S substaNtivo, - , Nominativo, Feminino, - , Singular
N-NN-S substaNtivo, - , Nominativo, Neutro, - , Singular
N-GM-P substaNtivo, - , Genitivo, Masculino, - , Plural
N-DF-S substaNtivo, - , Dativo, Feminino, - , Singular
N-AM-S substaNtivo, - , Acusativo, Masculino, - , Singular
Todos são substantivos e começam por N- (de Nome). A letra que ocupa a terceira posição
identifica o caso (Nominativo, Genitivo, Dativo e Acusativo). A letra da quarta posição
identifica o gênero (Masculino, Feminino e Neutro). Na sexta posição temos a indicação do
número (Singular e Plural).

Exercício
2- Vá agora ao trabalho final, identifique outros substantivos com seus respectivos casos,
gêneros e números. Apenas folheie o trabalho final e se habitue com ele, pois esta será sua
principal atividade prática a partir do próximo exercício e, em especial, a partir dos próximos
68
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

capítulos.

5.5. Substantivos próprios indeclináveis


Substantivos próprios indicam nomes de pessoas e lugares. Em grego também indicam origem
ou nacionalidade (em português seriam adjetivos pátrios, e não substantivos).
Alguns substantivos próprios são indeclináveis, isto é, não apresentam flexões quanto aos casos.
Normalmente são substantivos de origem estrangeira (hebraico ou aramaico) e que foram
adaptados à língua grega. Uma característica marcante dos substantivos indeclináveis é que não
cumprem a regra de terminação das palavras gregas (término sem ser em vogal, ditongo, , ,
,  ou ), por exemplo: , , , , , , ,
, .
Também são indeclináveis, apesar do término em vogal: , , ,
, .
Observe os exemplos:
Jo 1.46:  = e disse ele a Natanael...
Jo 1.45:  = acha Filipe a Natanael e diz
a ele... (observe que o “a” na frente de Filipe é um artigo em grego e não uma preposição, como
em português).
Nos vs. 46, 48 e 49 a palavra Natanael está no caso nominativo, enquanto que nos vs. 45 e 47
está no caso acusativo, e ela não sofre vartiação em todos eles.

Vocabulário
Os substantivos próprios mais comuns no Novo Testamento são (só estão listados os que
aparecem mais de 15 vezes, ou os citados em Jo 1, mesmo que apareçam menos de 15 vezes):

Nomes de pessoas
 (subst. indec., 73) = Abraão.
 (subst., 13) = André.
 (subst., 12) = Batista; o que batiza.
 (subst. indec., 59) = Davi.
 (subst., 29) = Elias.
 (subst. indec., 27) = Jacó.
 (subst., 42) = Tiago.
 (subst., 912, em 908 se refere a Jesus Cristo) = Jesus, Josué,
Isaías.
 (subst., 44) = Judas, Judá.
 (subst. indec., 68) = Israel.
 (subst., 134) = João.
 (subst., 39 -  é indec.) = José.

69
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

 (subst., 29) = César.


 (subst., 9) = Cefas.
 (subst., 54) = Maria, Miriam.
 (subst., 2) = Messias, Cristo, Ungido.
 (subst., 80) = Moisés.
 (subst., 19) = Nazareno, natural ou habitante de Nazaré.
 (subst. indec., 6) = Natanael.
 (subst., 158, em 157 se refere ao apóstolo) = Paulo.
 (subst., 154) = Pedro; pedra, pedrinha.
 (subst., 15) = Saulo.
 (subst., 75) = Simão.
 (subst., 36) = Filipe.
 (subst., 529) = Cristo, Ungido.

Obs.: Para nosso estudo vamos considerar a palavra Deus e Espírito (ou Espírito Santo) como
nomes próprios, quando se referirem repectivamente ao nosso Deus e ao Espírito Santo. E
também a palavra Rabi, quando se referir a Cristo:
 (subst., 1312) = Deus; deus, deusa – (teologia).
 (subst., 379) = vento, sopro; espírito, Espírito –
(pneumatologia).
 ou  (subst. indec., 15, em 13 se refere a Cristo) = Mestre, meu
mestre.

Nomes de lugares
 (subst., 25) = Egito.
 (subst., 18) = Ásia.
 (subst., 12) = Betânia.
 (subst., 61) = Galiléia.
 (subst. indec., 61) = Jerusalém.
 (subst. indec., 78) = Jerusalém.
 (subst., 15) = Jordão.
 (subst., 45) = Judéia.
 (subst., 19) = Cesaréia.
 (subst. indec., 16) = Cafarnaum.
 (subst. indec., 12) = Nazaré.

Nomes de origem
 (subst., 11) = galileu.

70
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

 (subst., 25) = helênico, grego; qualquer pessoa gentia.


 (subst., 195) = judeu, judaico.
 (subst., 98) = fariseu.

Exercício
3- Treine sua leitura no texto abaixo. Tente encontrar os substantivos e identifique se há algum
indeclinável:

Jo 1.1-9
1  
2 
3 
4 
5 
6 
7           

8 
9 

Exercício 1 do trabalho final – Substantivos próprios (caso nominativo)


Vá agora ao trabalho final, identifique todos os substantivos próprios (todos começam por N-...).
Compare-os com o vocabulário de Ferramentas de Análise, e traduza apenas aqueles que estão
classificados como indeclináveis. Por exemplo: nos vs. 1 e 18 aparece a palavra , mas
nesses mesmos versos também aparece a palavra , o que já indica que este é um substantivo
declinável, e por enquanto o mesmo deve ser ignorado. Por outro lado, no v. 31 aparece a palavra
, a qual é indicada no vocabulário de Ferramentas de Análise como indeclinável, e deve
ser traduzida.
Há 6 substantivos próprios indeclináveis no texto, com um total de 13 aparições. Neste trabalho
há um total de 839 palavras, observe que as 13 palavras encontradas correspondem a apenas 1,55
% do texto em estudo. Ainda é muito pouco, mas parabéns! O texto de João 1 já não é mais
totalmente desconhecido para você. Ainda há muito que aprender. Vamos em frente!

71
5. Substantivo 1 – Estrutura do substantivo e sua flexão

72
6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo

Antes de continuar a estudar os substantivos gregos, é bom compreender a declinação e o uso do


artigo, pois ajudará no entendimento e na memorização das declinações dos substantivos.
Artigo é uma palavra variável, anteposta ao substantivo, que serve para indicar o gênero, número
e caso do substantivo, caso isso não possa ser claramente determinado pela terminação do
próprio substantivo, por exemplo:
Jo 14.6:  = Eu sou o caminho e a verdade e a vida.
Jo 1.1:   = No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com )( Deus, e o Verbo era Deus.

O uso do símbolo )( indica que o termo grego correspondente foi suprimido na tradução, pois
ele não faria sentido em português.

Existem 3 gêneros de substantivos – o masculino, o feminino e o neutro, o mesmo vale para os


artigos.
Quanto ao número, existem substantivos no singular e no plural, o mesmo vale para os artigos.
Existem 8 casos em 5 formas de substantivos – o nominativo; o genitivo e o ablativo; o dativo, o
locativo e o instrumental; o acusativo e o vocativo, mas existem 7 casos em 4 formas de artigos,
um para cada caso de substantivo (menos para o vocativo).

6.1. Declinações do artigo definido


Mais à frente veremos os substantivos de segunda declinação, e constataremos que o artigo segue
este modelo, mas é mais fácil decorar artigos que substantivos:

masculino feminino neutro


singular plural singular plural singular plural
nom.  o  os  a  as  o/a  os/as
gen./abl.  do  dos  da  das  do/da  dos/das
dat. ao aos à às ao/à aos/às
loc. no nos na nas no/na nos/nas
     
inst. com o, com os, com a, com as, com o/a, com os/as,
pelo pelos pela pelas pelo/a pelos/as
acus.  o  os  a  as  o/a  os/as

Obs. 1- Observe que, com exceção do nominativo e do acusativo, nas demais situações o artigo
equivale em português a uma aglutinação com uma preposição.
Atenção!: Tenha em mente que:

73
6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo

O substantivo nominativo funciona como sujeito ou predicativo do sujeito na oração.


Os substantivos genitivo/ablativo e dativo/locativo/instrumental funcionam como objeto
indireto.
 O substantivo acusativo funciona como objeto direto.
Portanto os artigos ligados a substantivos nominativo e acusativo funcionam como simples
artigo, enquanto que os demais funcionam em português como um artigo fundido a uma
preposição, mas sempre serão tratados como simples artigos em grego.
Obs. 2- Com exceção do caso nominativo masculino e feminino, todos os demais começam com
a letra . Isto será importante no futuro para o entendimento dos substantivos porque retirando-
se esse  inicial, a terminação dos substantivos em cada caso será idêntica à terminação do
artigo correspondente, e vice-versa, por exemplo:   é genitivo/ablativo e deve ser
traduzido como: do homem. Mesmo que o artigo não estivesse presente  continuaria
sendo genitivo/ablativo e deveria ser traduzido como: de homem.
Com exceção do neutro singular nominativo e também no acusativo onde o artigo é , enquanto
que o substantivo termina em , por exemplo:  = o/a luz.
Obs. 3- O plural do genitivo/ablativo é idêntico para os 3 gêneros: .
Obs. 4- O dativo/locativo/instrumental sempre tem  subscrito no singular (, , ) , ou
normal no plural (, , ).
Obs. 5- Não se esqueça que todas as formas com acento agudo poderão aparecer (e aparecerão)
com acento grave se a palavra seguinte tiver assento agudo (o que é a esmagadora maioria).
Obs. 6- Cuidado!: Nem sempre uma palavra masculina em grego será masculina em português,
e vice-versa, por exemplo:  = a palavra.
O artigo antecede o substantivo e acompanha o mesmo gênero dele, mas muitas palavras gregas
têm a mesma forma no masculino e no feminino. Neste caso é o artigo que vai definir o gênero,
por exemplo:  = o menino,  = a menina,  = o boi,  = a vaca.

Vocabulário
Num dicionário normal não seriam exibidas todas as declinações dos artigos, mas apenas a forma
básica do mesmo:  - (art., 543) = o, a.
Tenha a tabela e o vocabulário à mão para consultá-los sempre que necessário.

 (art. fem. pl. nom.) = as.


 (art. fem. sing. nom.) = a.
 (art. masc. sing. nom.) = o.
 (art., 543) = o, a.
 (art. masc. pl. nom.) = os.
 (art. neut. pl. nom. e acus.) = os, as.
 (art. fem. pl. dat./loc./inst.). / Dat = às. / Loc. = nas. / Inst. = com as, pelas.
 (art. fem. pl. acus.) = as.
 (art. fem. sing. dat./loc./inst.). / Dat = à. / Loc. = na. / Inst. = com a, pela.
 (art. fem. sing. acus.) = a.

74
6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo

 (art. fem. sing. gen./abl.) = da.


 (art. neut. sing. nom. e acus.) = o, a.
 (art. masc./neut. pl. dat./loc./inst.). / Masc. dat = aos. / Masc. loc. = nos. /
Masc. inst. = com os, pelos. / Neut. dat. = aos, às. / Neut. loc. = nos, nas. /
Neut. inst. = com os, com as, pelos, pelas.
 (art. masc. sing. acus.) = o.
 (art. masc./neut. sing. gen./abl.) = do, da. Masc. = do. Neut. = do, da.
 (art. masc. pl. acus.) = os.
 (art. masc./neut. sing. dat./loc./inst.). / Masc. dat. = ao. / Masc. loc. = no. /
Masc. inst. = com o, pelo. / Neut. dat. = ao, à. / Neut. loc. = no, na. / Neut. inst.
= com o, com a, pelo, pela.
 (art. masc./fem./neut. pl. gen./abl.). / Masc. = dos. / Fem. = das. / Neut. = dos,
das.

Exercício
1- Coloque os artigos correspondentes para cada substantivo:
_____  (fem) _____  (masc) _____  (neut)
_____  _____  (masc) _____  (fem)
_____  (masc) _____  _____  (masc)
_____  _____  _____ 
_____  _____  _____  (masc)
_____  _____  _____ 
_____  (fem) _____  (neut) _____  (fem)
_____  _____  _____ 
_____  (masc) _____  _____  (neut)
_____  _____  _____  (neut)
_____  (neut) _____  _____  (fem)

6.2. O artigo indefinido


Em grego não existe artigo indefinido, como em português (um, uma). A não colocação do artigo
pode ser entendida como artigo indefinido ou como a não existência de artigo,, por exemplo:
 = uma palavra ou palavra;  = a palavra (observe que em grego é masculino).
 = temos uns amigos ou temos amigos.

Atenção!: As vezes para expressar um artigo indefinido pode ser usado um numeral:  = um
(para masculino);  = uma (para feminino);  = um/uma (para neutro). Também pode ser
usado o pronome indefindo  ou  = um, algum, algo, alguém, qualquer um, certo, um certo.
Tais casos serão tratados no futuro, dentro dos assuntos correspondentes.

75
6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo

6.3. Cuidados especiais com os artigos


1- O artigo sempre concordará com o substantivo em gênero, número e caso, mas isso não
quer dizer que sempre ambos concordarão quanto à declinação, pois o artigo declina como o
substantivo de segunda declinação, e se ele anteceder um substantivo de primeira ou terceira
declinações, obviamente haverá diferença quanto à terminação, por exemplo:
 = o discípulo (o artigo está na 2ª declinação, enquanto o substantivo está na 1a).
 = aos discípulos.

2- Uso do artigo antes de nomes próprios – Tal recurso é utilizado regularmente para reforçar o
nome próprio, mas não é obrigatório, por exemplo:
 = Jesus.
 = Jesus.
É importante observar que existem casos especiais de palavras que são transformadas em nomes
próprios pelo uso do artigo, por exemplo:
 = deus, um deus, deusa, uma deusa.
 = o deus, mas geralmente significa “Deus”.
 = filho, um filho.
 = o filho, mas geralmente significa o “Filho” de Deus ().
 = ungido, um ungido.
 = o ungido, mas geralmente significa  = Cristo.

3- Uso do artigo antes de adjetivo e verbos – Tais palavras são substantivadas.


a- Antes de adjetivo:
 = santo (adjetivo).
 = o santo (se refere ao homem santo – é substantivo).
Obs.: Neste caso o adjetivo não pode aparecer ligado a um substantivo, e sim sozinho.

b- Antes de verbo no particípio:


 = falando.
 = o falando (se refere ao homem que está falando – é substantivo).

c- Antes de verbo no infinitivo:


 = falar.
 = o falar (o ato de falar – é substantivo).

4- Uso de artigo em aposto – Um adjetivo modifica um substantivo. Se o substantivo tiver


artigo, o adjetivo também terá. Isso muitas vezes gera uma situação de aposto, que acaba
incorporando o adjetivo ao substantivo como se fosse um sobrenome, omitindo o artigo do

76
6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo

adjetivo.
 = João, o batista (o batizador, o que batiza), acabou se transformando
em nome próprio  = João Batista.

Exercício
2- Identifique e traduza todos os artigos que aparecem no texto abaixo:

1         


masc. sing = o ↑ ↑ ↑ ↑

2   


4       


↑ ↑ ↑

5       


↑ ↑ ↑

Exercício 2 do trabalho final – Artigos


Identifique e escreva no trabalho final o significado dos artigos. Todos são indicados pelo D
inicial, por exemplo: DNMS = artigo Definido, Nominativo, Masculino, Singular. O v. 1 ficará
da seguinte maneira:

           
PD N-DF-S VIIA- -ZS DNMS N-NM-S CC DNMS N-NM-S VIIA- -ZS PA DAMS N-AM-S

o o o

    


CC N-NM-S VII- -ZS DNMS N-NM-S
 o

Neste trabalho há um total de 839 palavras. Você encontrará 14 artigos com 110 aparições ( =
33;  = 17;  = 15; etc.). Juntando-se aos 13 substantivos próprios indeclináveis já
identificados, isso equivale dizer que já será possível identificar 123 palavras ou 14,66 % do
texto.

Exercício

77
6. Artigo 1 – Gênero, número, caso e usos especiais do artigo

3- Treine sua leitura nos textos a seguir. Aproveite para grifar os artigos:

Jo 1.10-18
10  
11 
12           

13        

14     

15       
  
16 
17            
18             
 

Jo 2.1-12
1   
 
2 
3 
4 
5 
6            
 
7 
8 
9          
             

10          

11            
 
12              
 

78
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

Verbo é a palavra que indica uma ação, o resultado de uma ação, um acontecimento, um
fenômeno natural, um desejo, um estado ou simplesmente ligar o sujeito a alguma qualidade sua.
Em todo idioma do mundo, os dois elementos mais importantes envolvidos na linguagem são os
substantivos e os verbos, sendo que estes determinam a construção das orações e,
conseqüentemente, a própria estrutura do pensamento de qualquer idioma. Uma oração pode
existir sem outro elemento gramatical, mas não existe oração sem verbo.
Em português os verbos são indicados sempre na forma infinitiva, por exemplo: falar, escrever.
Em grego os verbos são geralmente indicados na primeira pessoa do singular do presente do
indicativo na voz ativa, por exemplo:  (eu escrevo),  (eu amo),  (eu falo).
Alguns verbos (chamados de verbos defectivos) são enunciados na voz média ou passiva, por
exemplo:  (eu posso),  (eu vou, eu venho).

7.1. Estrutura do verbo


Raiz – É a estrutura primitiva e imutável do verbo, e indica seu sentido básico, normalmente é
um monossílabo, mas não necessariamente, por exemplo:  (eu solto, eu desato, eu
desamarro), a raiz é  que significa: soltar, desatar, desamarrar.
Duplicador (partícula de duplicação) – Duas letras (repetição da primeira consoante da raiz + )
ou fusão da primeira vogal da raiz com o . O duplicador antecede a raiz para formar
determinados tempos verbais, como o perfeito, o mais que perfeito e o infinitivo.
Aumento (partícula de aumento) – Letra que se junta após a raiz (antes ou depois da vogal
temática) para formar determinados tempos verbais. No perfeito e no mais que perfeito a
partícula de aumento é um . No futuro e no aoristo a partícula de aumento é um , chamada
de partícula temporal, pois altera o tempo verbal. Existem muitas outras para conhecer.
Radical – É a raiz modificada pelas partículas de duplicação e de aumento. Quando não houver
essas partículas, o radical é a própria raiz. É muito importante observar que o radical permanece
praticamente invariável nas flexões dos verbos.
Vogal temática ou de ligação – É uma vogal de sonorização ( ou ) que liga o radical à
terminação verbal, sendo que o  é utilizado antes de desinências que começam por  ou ; já
o  é utilizado nas desinências que começam pelas demais letras.
A vogal temática existe em toda as formas verbais, mas muitas vezes pode ser omitida, ou sofrer
alongamento ( ou  e ), ou se fundir com a terminação verbal.
Tema – É a junção do radical com a vogal temática. O tema expressa o sentido completo do
verbo.
Terminação verbal ou desinência – São os sufixos, os quais servem para indicar a pessoa
(primeira, segunda e terceira); o número (singular ou plural) e a voz (ativa, passiva e média). De
acordo com a desinência podemos ter:
 tempos verbais primários: presente, futuro e perfeito médio/passivo.
 tempos verbais secundários: imperfeito, aoristo, perfeito ativo e mais que perfeito.
 móvel – Se junta ao fim do verbo para dar sonorização, sendo usado apenas em dois casos:
79
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

 apenas na terceira pessoa e quando a palavra seguinte começar com vogal.


 quando uma oração termina com um verbo na terceira pessoa.
Prefixo – Uma letra () que antecede o verbo para formar o tempo verbal primeiro aoristo,
imperfeito e mais que perfeito.

tema
radical vogal terminação
prefixo duplicador raiz aumento temática verbal  móvel exemplo
         = eles soltaram
        = nós nos soltamos
Verbo  na terceira pessoa do plural do mais que perfeito ativo do indicativo é ,
na primeira pessoa do plural do aoristo médio é .

7.2. Flexões do verbo


O verbo apresenta flexões de pessoa, número, tempo, modo e voz. As formas verbais de pessoa
(primeira, segunda e terceira) e número (singular e plural) variam com o modo, tempo e voz.

7.2.1. Modos verbais


Indicam a maneira como a ação verbal é feita. Com exceção do modo optativo, os demais são
praticamente os mesmos que em português.
 Indicativo – Indica um fato dado como certo. É bom observar que o indicativo ao
expressar este fato ou realidade não está afirmando se o mesmo é verdadeiro ou falso.
 Subjuntivo – Expressa possibilidade, dúvida, incerteza, hesitação, hipótese, desejo ou
expectativa.
 Optativo – Expressa desejo, opção, possibilidade ou probabilidade. Em português
geralmente é confundido com o subjuntivo.
 Imperativo – Expressa ordem, proibição, conselho, exortação ou súplica.
 Infinitivo – Funciona como um substantivo verbal (um verbo usado como substantivo).
 Particípio – Funciona como um adjetivo verbal (um verbo sendo usado como adjetivo),
outras vezes como advérbio.

Obs.: Não há um modo específico em grego chamado gerúndio, como em português porque, em
princípio, os verbos gregos já expressam uma ação em andamento.

7.2.2. Tempos verbais


Em português o tempo verbal indica tempo, isto é, quando a ação é, foi ou será realizada. Em
grego o tempo indica a qualidade da ação, isto é, se a ação foi completada, ou não foi
completada, ou será realizada no futuro, ou seja, o tempo verbal em grego não indica quando
ocorre a ação, mas expressa como ela ocorre. Assim temos:

1- Ação incompleta ou contínua, em andamento, linear ou aspecto durativo – Indica uma ação
80
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

em desenvolvimento, portanto ainda incompleta:


 Tempo presente – Expressa uma ação que está ocorrendo, por exemplo:  = eu
escrevo ou eu estou escrevendo no momento.
 Tempo imperfeito – Expressa uma ação incompleta, isto é, não foi completada no
passado, por exemplo:  = eu escrevia ou eu estava escrevendo (a ação de
escrever não se completou).
 Tempo futuro – Expressa uma ação futura, por exemplo:  = eu escreverei ou
eu estarei escrevendo.
Repare nos três tempos que a ênfase não é se a ação é, foi ou será feita, mas, sim, que a ação
está, estava ou estará sendo feita, ou seja, as três situações expressam uma ação em andamento
quer no presente, no passado ou no futuro, portanto é uma ação incompleta.

2- Ação completa ou pontilinear – Indica uma ação que é vista como um todo (completa), não
importando quanto tempo a ação levou ou levará para ser completada.
 Tempo aoristo – Expressa uma ação que foi completada, mas não define quando e
nem qual a sua duração, por exemplo:  = eu escrevi.
 Tempo futuro – Expressa uma ação que será completada no futuro, por exemplo:
 = eu escreverei.

3- Ação resultante ou linear-pontilinear – Expressa uma ação resultante de outra ação já


expressa por algum outro tempo verbal.
 Tempo perfeito – Expressa uma ação que já foi completada no passado, mas seus
efeitos continuam até o presente, por exemplo:  = eu tenho escrito (eu
escrevi no passado e isso continua valendo no momento).
 Tempo mais que perfeito – Expressa uma ação que já foi completada no passado,
mas que seus efeitos continuaram por algum tempo, até que também se acabaram, ou
seja, expressa uma ação passada antes de outra ação também passada, por exemplo:
 = eu escrevera (antes que outra coisa qualquer tivesse acontecido).
 Tempo futuro perfeito – Expressa uma ação que será completada no futuro antes que
ocorra outra ação, por exemplo:  = eu terei escrito (antes que outra
coisa qualquer seja concluída).

7.2.3. Vozes verbais


Indicam a ação do verbo em relação ao sujeito:
 Voz ativa – O sujeito pratica a ação verbal.
 Voz passiva – O sujeito sofre a ação verbal.
 Voz média – O sujeito realiza a ação em seu próprio benefício (em si mesmo, para si
mesmo, de si mesmo ou consigo mesmo).
Na maioria dos verbos as vozes passiva e média são idênticas quanto à forma, e o contexto é
quem determina o real significado do verbo.

81
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

7.2.4. Resumo dos verbos


Na quarta coluna estão listadas as vozes verbais. A abreviatura usada é baseada em O Novo
Testamento Grego Analítico, por exemplo: VIPA = Verbo Indicativo Presente Ativo; VIPM/P =
Verbo Indicativo Presente Médio e Verbo Indicativo Presente Passivo. Na quinta coluna estão
indicados os Módulos de nosso curso em que tais tempos ou vozes serão estudados.

modo tempo voz módulo


Indicativo Indica um fato dado Presente VIPA, VIPM/P, VIPD/O/N Módulo I
como certo, uma Imperfeito VIIA, VIIM/P Módulo II
realidade, mas este Futuro VIFA, VIFM, VIFP, VIFD Módulo I
fato pode serAoristo VIAA, VIAM, VIAP Módulo II
verdadeiro ou falso. peRfeito VIRA, VIRM/P Módulo III
mais que perfeito (L) VILA,VILM/P Módulo III
Futuro peRfeito VIFD Módulo IV
Subjuntivo Expressa Presente VSPA, VSPM/P Módulo I
possibilidade, dúvida, Aoristo VSAA, VSAM, VSAP Módulo II
incerteza, hesi-tação, peRfeito * *
hipótese, desejo ou Futuro * *
expectativa.
Optativo Expressa desejo, Presente VOPA, VOPM/P
opção, possibilidade Futuro * *
ou probabilidade. Em Aoristo VOAA, VOAM, VOAP
Módulo III
português é peRfeito VORA *, VORM/P
confundido com o Futuro peRfeito *
subjuntivo.
Imperativo Expressa ordem, Presente VMPA, VMPM/P
proibição, conselho, Aoristo VMAA, VMAM, VMAP Módulo III
exortação ou súplica.
Infinitivo Funciona como um Presente VNPA, VNPM/P Módulo III
substantivo verbal. Futuro VNFA, VNFM/P Módulo III
Aoristo VNAA, VNAM/P Módulo III
peRfeito VNRA, VNRM/P Módulo III
Futuro Perfeito *
Particípio Funciona como um Presente VPPA, VPPM/P
adjetivo verbal, e Futuro VPFA, VPFM, VPFP
também como Aoristo VPAA, VPAM, VPAP Módulo IV
advérbio. Pefeito VPRA, VPRM/P
Futuro perfeito *
* Tempos ou vozes verbais que não existem no Novo Testamento.

7.2.5. Pessoas e números verbais


Como em português, os verbos gregos flexionam também em pessoa e número.
Pessoa:
1ª pessoa – quem fala: eu, nós.
2ª pessoa – com quem fala: tu, vós, você/s.
3ª pessoa – de quem fala: ele/a, este/a, isto, esse/a, isso, aquele/a, aquilo, eles/as, estes/as,
isto, esses/as, isso, aqueles/as, aquilo.

82
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

Número:
Singular: eu, tu, ele/a, você, este/a, isto, esse/a, isso, aquele/a, aquilo.
Plural: nós, vós, eles/as, vocês, estes/as, isto, esses/as, isso, aqueles/as, aquilo.
As abreviaturas a seguir servem de padrão para as pessoas e números:
1ps 1ª pessoa do singular: eu.
2ps 2ª pessoa do singular: tu.
3ps 3ª pessoa do singular: ele/a, você, este/a, isto, esse/a, isso, aquele/a, aquilo.
1pp 1ª pessoa do plural: nós.
2pp 2ª pessoa do plural: vós.
3pp 3ª pessoa do plural: eles/as, vocês, estes/as, isto, esses/as, isso, aqueles/as, aquilo.

pessoa e
português grego
número
1ps eu falo  
2ps tu falas  
3ps ele, ela fala  
1pp nós falamos  
2pp vós falais  
3pp eles, elas falam  

Nas conjugações em grego não são utilizados os pronomes pessoais do caso reto como em
português, mas é possível a utilização dos mesmos para o caso de ênfase (sujeito pronominal):
 = sou o caminho.
 = eu (somente eu, não outro) sou o caminho.

7.3. Verbo 


Em grego há duas conjugações básicas, identificadas pelos verbos terminados em  e .
Embora os verbos em  sejam mais comuns e regulares, vamos primeiramente abordar o verbo
, que equivale aos nossos verbos auxiliares ser e estar, e também existir. Como em
português, também na língua grega este é o principal verbo de ligação.
A forma  (eu sou, estou, existo) está na 1ps do VIPA (Presente do Indicativo Ativo). Como
este verbo não tem a forma passiva e média, podemos dizer simplesmente VIP.

VIPA ou VIP
1ps  eu sou
2ps  tu és
3ps  ele/a é
1pp  nós somos
2pp  vós sois
3pp  eles/as são

Obs. 1- Todas as formas do presente do indicativo do  são enclíticas (com exceção do ),
isto é, são ligadas à palavra anterior e pronunciadas em conjunto com ela. Também podem
transferir sua acentuação para a palavra ao qual se ligam.
83
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

Obs. 2- A forma  torna-se  em duas situações:


 no início de uma oração, quando significa existe;
 quando vier após: , , , , , , , , .

Vocabulário
Normalmente o dicionário só indica as formas básicas do verbo, e na primeira pessoa do singular
do presente do indicativo ativo (VIPA), assim o verbo  aparece como:

 (v., 2450) = eu sou, estou, existo; fico; hei; aconteço.

Se a pessoa não souber conjugar o verbo, com certeza terá dificuldade em localizar as demais
formas. Em nosso vocabulário vamos colocar as principais formas do verbo .

 (VIPA  2ps, 92) = tu és, estás, existes.


 (v., 2450) = eu sou, estou, existo; fico; hei; aconteço.
 (VIPA  1ps, 138) = eu sou, estou, existo; fico; hei; aconteço.
 (VIPA  1pp, 52) = nós somos, estamos, existimos.
 (VIPA  3pp, 157) = eles(as) são, estão, existem.
 (VIPA  2pp, 92) = vós sois, estais, existis.
 (VIPA  3ps, 883) = ele(a) é, está, existe.

Exercícios
1- Decore o verbo  no presente do indicativo (VIPA). Depois o escreva 5 vezes, sem olhar:

2- Traduza as frases para o português:


 ________________________________________
 ________________________________________
84
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

 ________________________________________
 ________________________________________
 ________________________________________
 ________________________________________
 ________________________________________
________________________________________
3- Traduza as frases para o grego:
João é profeta. _____________________________________________________
Eu estou em casa. _____________________________________________________
Jesus é o pão da vida. _____________________________________________________
Minha casa é na cidade. _____________________________________________________
Somos amigos de Jesus. _____________________________________________________
Nós somos seus profetas. _____________________________________________________

Exercício 3 do trabalho final – Verbo  no VIPA


Vá para o trabalho final, identifique e traduza o verbo  no presente do indicativo (VIPA).
Há somente 17 referências ao verbo  no VIPA, as quais juntando às 123 palavras já
identificadas, teremos 140 palavras de 839, ou seja, já conseguimos ler 16,69 % do texto de João
1.

Exercício
3- Treine sua leitura nos textos abaixo. Aproveite para grifar o verbo , no VIPA:

Jo 1.19-28
19     
 
20 
21        
 
22        

23          
 
24 
25     
 
26  
 
27         

85
7. Verbo 1 – Estrutura e flexão do verbo, e apresentação do verbo 

28 

Jo 2.13-25
13 
14      

15   
   
16    

17          

18   

19   
 
20      

21 
22       
 
23    

24 
25      


86
Anexo 2 – A estrutura da oração e a formação básica do pensamento grego

Em todo idioma do mundo, os dois elementos mais importantes na linguagem são os


substantivos e os verbos. Já estudamos a conceituação geral de ambos. Agora devemos
compreender a estrutura da oração, ou do pensamento na língua grega, antes de continuar o
estudo de morfologia.

Na língua portuguesa a estrutura da oração normalmente apresenta um sujeito (quem realiza uma
ação) e um predicado (a ação realizada). O núcleo do sujeito geralmente é um substantivo ou
pronome pessoal, e, em condições normais, o núcleo do predicado é um verbo, porém ele quase
sempre é acompanhado de algum outro substantivo que completa o predicado.
A ordem direta da oração em português é: sujeito + verbo + predicado, por exemplo: ao dizer:
homem constrói casa. Já dá para entender o que se pretende dizer. Também dá para identificar o
sujeito (homem), o verbo (constrói) e o objeto do predicado (casa). Ainda dá para identificar
dois substantivos (homem e casa).
Para o bom entendimento da idéia (mensagem), a oração deve ter um sentido claro, por isso é
importante que sejam conhecidos os elementos associados aos substantivos (artigos, adjetivos,
pronomes e preposições), e os elementos associados aos verbos (advérbios e preposições).
Assim, é possível acrescentar algo à oração inicial para melhorar seu significado: O homem
constrói a casa. Acrescentamos apenas dois artigos (o, a).
É possível ainda acrescentar algo mais: O homem sábio constrói cuidadosamente a sua casa.
Agora acrescentamos um adjetivo (sábio), um advérbio (cuidadosamente) e um pronome
possessivo (sua). E assim por diante.
É importante observar que a ordem dos termos da oração determina o sentido da mesma. A
oração “o homem constrói a casa” tem sentido claro, mas se dissermos “o homem a casa
constrói”, ou “a casa o homem constrói”, ou “a casa constrói o homem”, ou “constrói a casa o
homem”, ou “constrói o homem a casa”, o sentido dessas outras orações pode não ser o mesmo
da primeira oração, e mesmo que seja, não está tão claro.
Em grego esse problema praticamente não existe, pois os substantivos têm formas diferentes
para cada uma das funções que porventura venham a desempenhar na oração, por exemplo: 
 = o homem (sujeito da oração – caso nominativo), enquanto que  = a casa (se
fosse sujeito), mas casa é objeto direto (caso acusativo), portanto:  = a casa. Assim
podemos dizer:
 (sujeito + verbo + objeto), ou
 (sujeito + objeto + verbo), ou
 (objeto + sujeito + verbo), ou
 (objeto + verbo + sujeito), ou
 (verbo + sujeito + objeto), ou
 (verbo + objeto + sujeito).

Em qualquer uma dessas orações  continua sendo sujeito (pois a declinação do artigo
87
Anexo 2 – A estrutura da oração

e do substantivo mostram que é sujeito – caso nominativo) e  continua sendo objeto
direto (pois a declinação do artigo e do substantivo mostram que é caso acusativo. Assim temos:
“O homem constrói a casa”, independentemente da ordem dos termos envolvidos.
Conclusão: O grego não se preocupa tanto com a ordem das palavras (embora geralmente
apresente sujeito + verbo + predicado), mas se preocupa com a declinação das palavras (em
especial os substantivos), pois isto mostra a função sintática do substantivo dentro da frase ou
oração, isto é, ele pode funcionar como sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto, objeto
indireto, etc.
Veja no próximo exemplo que a ordem dos substantivos, ou melhor, a declinação dos mesmos,
muda o sentido da oração:
 = o homem ama a mulher (homem = sujeito; mulher = objeto).
 = a mulher ama o homem (mulher = sujeito; homem = objeto).

Pela importância do assunto, até o final dos dois primeiros módulos vamos alternar o estudo de
substantivos e verbos e seus respectivos elementos associados.

88
8. Substantivo 2 – Substantivo da segunda declinação

Os substantivos podem declinar em gênero, número e caso, mas nem todos os substantivos
declinam exatamente da mesma maneira. Existem três grupos diferentes de declinações. Como a
segunda declinação é a mais regular, vamos começar nosso estudo por ela.
A segunda declinação é conhecida por declinação em , pois a vogal temática sempre será .
No nominativo singular os substantivos de segunda declinação erminam em , no genitivo
singular em . Nos dicionários e léxicos isso aparece indicado, por exemplo:
 – (subst., 548) = homem, ser humano. Temos:  = homem
(nominativo; e  = de homem (genitivo/ablativo).
A segunda declinação toma como referência os substantivos masculinos terminados em ,
porém existem substantivos femininos também terminados em . A forma neutra que se
enquadra na segunda declinação pode terminar em  ou .
Se o substantivo for antecedido por artigo, este também será flexionado de acordo com o caso do
substantivo.

É bom enfatizar que os artigos sempre assumirão a forma final dos substantivos da segunda
declinação, mesmo que estejam antecendendo um substantivo de primeira ou terceira declinação.
Nos dicionários os substantivos aparecem seguidos pelo artigo ,  ou , conforme o gênero do
mesmo (veja o vocabulário).

8.1. Paradigmas dos substantivos da segunda declinação


Os substantivos masculinos terminados em  contituem a esmagadora maioria dos substantivos
gregos. O  devido à sua regularidade e simplicidade é utilizado como paradigma, mesmo
não sendo o substantivo de segunda declinação mais comum.

singular plural
nom.  a palavra  as palavras

gen./abl.  da palavra  das palavras

dat. à palavra às palavras


loc.  na palavra  nas palavras
inst. com a palavra / pela palavra com as palavras / pelas palavras
acus.  a palavra  as palavras
voc.  palavra  palavras

Obs. 1- Observe a terminação dos artigos e dos substantivos. Com exceção dos casos nominativo
e vocativo, os artigos dos demais casos sempre seguem a terminação do substantivo, mas estão
acrescidos de um .
Obs. 2- Veja que o ablativo é idêntico ao genitivo. Já o locativo e o instrumental são idênticos ao
dativo. Por isso foi dito que existem 8 casos, mas apenas 5 formas diferentes.
89
8. Substantivo 2 – Substantivo da segunda declinação

A tabela seguinte apresenta os paradigmas dos substantivos de segunda declinação:

substantivo masculino substantivo feminino substantivos neutros


sing. nom.       
gen./abl.       
dt./lc./it.       
acus.       
voc.       
pl. nom.       
gen./abl.       
dt./lc./it.       
acus.       
voc.       

Obs. 1- Os substantivos de segunda declinação são em sua maioria do gênero masculino;


seguindo-se os de gênero neutro; poucos são do gênero feminino.
Obs. 2- O tema é identificado pela forma genitiva/ablativa singular sem o  final O tema sempre
termina na vogal temática .
Obs. 3- O nominativo singular é sempre igual ao tema acrescido de  nos gêneros masculino e
feminino, e  no gênero neutro.
Obs. 4- O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em  (ditongo falso – iota
subscrito), enquanto que no plural sempre termina em  (ditongo verdadeiro longo).
Obs. 5- O acusativo singular mantém a forma, tonicidade e acentuação do nominativo singular,
porém nos gêneros masculino e feminino substitui  final por um .
Obs. 6- O vocativo é igual ao nominativo, tanto no singular como no plural respectivamente, mas
nos gêneros masculino e feminino singular substitui a terminação  por .
Obs. 7- As terminações são sempre regulares para cada caso (com exceção do nominativo e
vocativo do gênero neutro, tanto no singular como no plural), embora a tonicidade e o acento
possam mudar. O genitivo/ablativo plural sempre termina em , mas somente no gênero
feminino será sempre perispômeno (termina em ).
Obs. 8- Nunca se deve esquecer que os artigos masculinos correspondem às terminações de
substantivos masculinos de segunda declinação.
Os artigos neutros correspondem às terminações dos substantivos neutros da segunda declinação,
com exceção ao nominativo e acusativo singular.
Os artigos femininos correspondem aos substantivos femininos da primeira declinação
terminados em , portanto os substantivos femininos de segunda declinação, para cada caso,
têm terminaçãoes correspondentes, mas não iguais, aos artigos.

Vocabulário
Todos são antecedidos pelo artigo, mas mesmo que o artigo não apareça, isso não muda a
declinação do substantivo.

90
8. Substantivo 2 – Substantivo da segunda declinação

Substantivos masculinos:
 (subst., 175) = anjo, mensageiro – (anjo, angelical).
 (subst., 343) = irmão; patrício; correligionário – (Filadélfia).
 (subst., 4) = cordeiro.
 (subst., 548) = homem, ser humano – (antropologia).
 (subst., 79) = apóstolo, enviado; missionário; mensageiro.
 (subst., 97) = pão; comida (no sentido genérico).
 (subst., 59) = mestre, professor – (didática).
 (subst., 11) = dolo, traição, engano, fraude – (doloso).
 (subst., 124) = servo, escravo, serviçal. A palavra é usada mais
como adjetivo que substantivo.
 (subst., 120) = morte; separação – (tanatologia).
 (subst., 85) = tempo, época; oportunidade, ocasião oportuna, época
ou tempo conveniente.
 (subst., 6) = peito, seio; bolso, prega; golfo, enseada.
 (subst., 185) = universo, mundo; terra habitada, os habitantes
da terra – (cósmico, cosmético).
 (subst., 718) = dono, amo, senhor, proprietário.
 (subst., 142) = povo, gente, multidão, turba – (leigo).
 (subst., 331) = palavra, ensino; preceito, doutrina; verbo –
(teologia).
 (subst., 194) = lei, mandamento, ordenança; princípio legal.
 (subst., 112) = casa, qualquer edifício habitado; família, raça,
descendentes – (economia, ecumênico).
 (subst., 272) = céu, firmamento – (urânio).
 (subst., 100) = olho – (oftalmologia).
 (subst., 174) = multidão, turba, povo, populacho.
 (subst., 28) = cruz.
 (subst., 95) = lugar, local, região; posição; oportunidade, ocasião –
(topologia, topografia).
 (subst., 374) = filho homem, descendente; filho maior de idade.
 (subst., 54) = tempo, período de tempo, duração – (cronologia).

Substantivos próprios masculinos:


 (subst., 15) = Damasco.
 (subst., 42) = Tiago.
 (subst., 19) = Nazareno, natural ou habitante de Nazaré.
 (subst., 158, em 157 se refere ao apóstolo) = Paulo.
91
8. Substantivo 2 – Substantivo da segunda declinação

 (subst., 154) = Pedro; pedra, pedrinha.


 (subst., 14) = saduceu, zadoquita.
 (subst., 25, sendo 7 como nome próprio) = coroa – (Estevão).
 (subst., 98) = fariseu.
 (subst., 36) = Filipe.
 (subst., 529) = Cristo, Ungido. Embora a palavra seja um adjetivo
(observe a terminação ), é mais usada como substantivo
(observe o artigo ).

Substantivos femininos:
 (subst., 9) = vinha, videira.
 (subst., 9) = livro, rolo de papiro – (biblioteca).
 (subst., 101) = caminho, estrada, rua; jornada; curso da vida –
(rua, rodovia).
 (subst., 15) = virgem – (partenogênese).

Substantivos próprios femininos:


 (subst., 25) = Egito.
 (subst., 16) = Éfeso.

Substantivos neutros com terminação em :


 (subst., 19) = oferta, presente; dom, dádiva – (Teodoro, Dorotéia).
 (subst., 169) = trabalho, ocupação, obra; ação, empreendimento
– (ergométrico).
 (subst., 71) = templo, edifício sagrado.
 (subst., 76) = rosto, face; aparência, aspecto; pessoa; superfície;
presença.
 (subst., 68) = sábado.
 (subst., 99) = filho, filha; criança; descendente.

Substantivos neutros com terminação em :


 (subst., 30) = cordeiro, cordeirinho.
 (subst., 35) = livro, rolo de papiro; carta; carta de divórcio –
(Bíblia, biblioteca).
 (subst., 63) = demônio.
 (subst., 76) = evangelho, boas novas.
 (subst., 60) = capa; veste, roupa.
 (subst., 52) = criança; menino, menina – (pedagogia, pediatra).
 (subst., 66) = navio, barco, embarcação.
 (subst., 77) = sinal; milagre, prodígio – (semântica).

92
8. Substantivo 2 – Substantivo da segunda declinação

Substantivos que podem ser masculinos e femininos, ou masculino e neutro (o artigo é quem
identifica o gênero):
 (adj., subst., 47). // Adj. = pecaminoso, pecador, perverso. // Subst.
= pecador (termo usado como forma de menosprezo) –
(hamrtiologia).
 (subst., 29) = diácono(isa), servo(a), ministro(a); garçom(nete).
 (subst., 16) = zelo, lealdade, entusiasmo, ardor; ciúme; inveja –
(zelo, zelote).
 (subst., 1312) = Deus; deus, deusa – (teologia).

Exercícios

1- Coloque o artigo correspondente aos substantivos abaixo, dê a tradução correta da expressão

resultante e indique o gênero, número e caso:

_  _os anjos – masculino, plural, genitivo/ablativo_______________________


_____  ____________________________________________________________
_____  ____________________________________________________________
_____  ____________________________________________________________
_____  ____________________________________________________________
_____  ____________________________________________________________
_____  ____________________________________________________________
_____  ____________________________________________________________
_____  ____________________________________________________________
_____  ____________________________________________________________
_____  ____________________________________________________________
_____  ____________________________________________________________
_____  ____________________________________________________________
_____  ____________________________________________________________
_____  ____________________________________________________________

2- Identifique no texto de Jo 1, a seguir, todos os substantivos da segunda declinação:


1          
↑ ↑ ↑ ↑ ↑

2  

93
8. Substantivo 2 – Substantivo da segunda declinação

4  

6     

9    

10       

12         




13         




8.2. Declinação de substantivos próprios


Substantivos próprios indicam nomes de pessoas e lugares. Em grego também indicam origem
ou nacionalidade (em português seriam adjetivos pátrios). Alguns substantivos próprios são
indeclináveis, isto é, não apresentam flexões quanto aos casos. Normalmente são substantivos de
origem estrangeira (hebraico ou aramaico) e que foram adaptados à língua grega.
Fora os indeclináveis, normalmente todo substantivo próprio flexiona como os demais
substantivos quanto ao gênero e caso, porém apresentam apenas a forma singular, por exemplo:

singular singular
nom.  Pedro  Paulo
gen./abl.  do Pedro  do Paulo
dat. ao Pedro ao Paulo
loc.  no Pedro (lugar)  no Paulo (lugar)
inst. com o Pedro, pelo Pedro com o Paulo, pelo Paulo
acus.  o Pedro  o Paulo
voc.  Pedro  Paulo

Obs.: Fora o fato de não apresentar as formas no plural, todo substantivo próprio da segunda
declinação é bastante regular.
Exemplos – Nominativo:
Jo 6.68:  = Respondeu-lhe Simão Pedro...
94
8. Substantivo 2 – Substantivo da segunda declinação

At 13.9:  = Todavia Saulo, também chamado Paulo...

Genitivo:
Jo 1.40:  = Era André, o irmão de Simão Pedro...
At 19.29:  = ... companheiros de Paulo.

Dativo:
Jo 18.11:  = Jesus disse a Pedro...
At 21.4:  = ... pelo Espírito,
recomendavam a Paulo...

Acusativo:
Jo 13.6:  = Aproximou-se de Simão Pedro...
At 16.36: [] =
Então o carcereiro comunicou a Paulo...

Vocativo:
Lc 22.34:  = Mas Jesus lhe disse: Afirmo-te, Pedro...
At 26.24:  = ... Estás
louco, Paulo; as muitas letras te fazem delirar (literalmente: para a loucura transformam).

Exercício
3- Volte ao vocabulário final da lição 5 e liste todos os substantivos próprios que podem ser
classificados como da segunda declinação (liste todos que terminam em ,  – são 17
apenas):
; _______________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

4- Faça a declinação completa dos seguintes substantivos da segunda declinação:

singular
    
nom.     

gen./abl.     

95
8. Substantivo 2 – Substantivo da segunda declinação

dt./lc./it.     

acus.     

voc.     

plural

nom.     

gen./abl.     

dt./lc./it.     

acus.     

voc.     

Exercício 4 do trabalho final – Substantivos da segunda declinação


Identifique e traduza todos os substantivos da segunda declinação, inclusive os substantivos
próprios. Todos começam por N-, por exemplo: N-NMXS = substaNtivo, -, Nominativo,
Masculino, X = primeira pessoa, Singular. Observe que não há a indicação qual é a declinação
do substantivo. Isso cabe ao aluno detectar. O v. 1 ficará da seguinte maneira:

           
PD N-DF-S VIIA- -ZS DNMS N-NM-S CC DNMS N-NM-S VIIA- -ZS PA DAMS N-AM-S

o palavra, o palavra, o Deus,


verbo verbo deus

    


CC N-NM-S VII- -ZS DNMS N-NM-S

Deus,  o palavra,
deus verbo

O texto de Jo 1 tem 59 substantivos da segunda declinação, incluindo os 26 substantivos


próprios. Somando-se esses 59 substantivos aos 140 termos já identificados, temos agora 199
palavras traduzidas, ou seja, conseguimos ler 23,72 %, de João 1.

Exercício
5- Treine sua leitura nos textos a seguir. Grife os substantivos de segunda declinação:

Jo 1.29-34
29        
 
96
8. Substantivo 2 – Substantivo da segunda declinação

30       



31     

32           
 
33      
            
 
34 

Jo 3.1-12
1 
2           
  

3  

4     
 
5          
 
6    

7 
8        

9 
10          

11  

12          


97
8. Substantivo 2 – Substantivo da segunda declinação

98
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo


O indicativo serve para indicar um fato dado como certo, uma realidade, mas este fato pode ser
verdadeiro ou falso.
O indicativo apresenta os tempos: presente, futuro, aoristo, imperfeito, perfeito, mais que
perfeito e futuro perfeito. Eles aparecem nas vozes ativa, média e passiva, sendo que a média e a
passiva normalmente são iguais.
O presente do indicativo indica um fato não apenas que é considerado como certo, mas que está
sendo realizado no momento, por exemplo:  = eu falo ou eu estou falando;  = eu
sou falado ou estou sendo falado, ou eu falo de mim mesmo ou eu estou falando de mim mesmo;
ou seja, o presente do indicativo expressa uma ação linear, incompleta, contínua, em andamento
ou de aspecto durativo.
O presente do indicativo pode se apresentar nas vozes ativa, média e passiva, sendo que as duas
últimas são idênticas.

9.1. Formas verbais primárias


Os verbos com terminação  são os mais comuns em grego. Embora a grande maioria dos
verbos gregos seja irregular, eles se enquadram em três terminações verbais básicas: a primária,
a secundária e a complementar. Cada uma delas pode ser ativa ou média/passiva. Dessas
terminações verbais básicas é que derivam todas as demais com seus respectivos modos, tempos
e vozes.

terminação verbal primária ativa terminação verbal primária média/passiva


pessoa/ vogal terminação  terminação terminação verbal terminação
número temática verbal ativa móvel do VIPA média/passiva do VIPP/M
1ps      
2ps      
3ps      
1pp      
2pp      
3pp      

Obs. 1- Para o VIPA há quatro alterações por alongamento e/ou por eufonia:
1- Na primeira pessoa do singular, a vogal temática  foi alongada para , e a terminação
verbal  foi suprimida, ficando apenas .
2- Na segunda pessoa do singular, a vogal temática  foi alongada por eufonia para ,
ficando .
3- Na terceira pessoa do singular, o  da terminação verbal caiu, pois ficou intervocálico,
ficando apenas .
4- Na terceira pessoa do plural, o  da terminação verbal caiu por eufonia e a vogal
temática  foi alongada, ficando .
99
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

5- O  móvel se junta ao final do verbo apenas na terceira pessoa quando a palavra seguinte
começar por uma vogal, ou quando este verbo for a palavra final da oração.
Obs. 2- Para o VIPM/P há duas alterações:
1. Na segunda pessoa do singular há a perda do  intervocálico, e as vogais se contraem:
 +  =  →  →  → .
2. Na primeira pessoa do plural o acento está na terminação (na vogal temática), pois se
permanecesse no radical a sílaba tônica seria a quarta, e isto não existe em grego. Este é
um exemplo típico de acentuação regressiva.
Obs. 3- Lembrar que o ditongo  na 2ps, 3ps e 3pp é breve.
Obs. 4- A terminação verbal primária é utilizada nos tempos: presente, futuro e perfeito.

A terminação verbal primária ativa dará origem ao VIPA (Verbo Indicativo Presente Ativo) e
seus derivados, enquanto que a terminação verbal primária média/passiva origina o VIPM/P
(Verbo Indicativo Presente Médio / Verbo Indicativo Presente Passivo) e seus derivados:

VIPA VIFA VIFA = Verbo Indicativo Futuro Ativo


VIFM = Verbo Indicativo Futuro Médio
VSPA 1º VSAA
VIFP = Verbo Indicativo Futuro Passivo
  1º VSAP VIPA = Verbo Indicativo Presente Ativo
VIPM/P = Verbo Indicativo Presente Médio /
2º VSAA Verbo Indicativo Presente Passivo
VIRM/P = Verbo Indicativo peRfeito Médio /
VIPM/P VIFM Verbo Indicativo peRfeito Passivo

VIFP   VSPA = Verbo Subjuntivo Presente Ativo


VSPM/P = Verbo Subjuntivo Presente Médio /
1º VIRM/P Verbo Subjuntivo Presente Passivo
VSAA = Verbo Subjuntivo Aoristo Ativo
VSPM/P 1º VSAM
VSAM = Verbo Subjuntivo Aoristo Médio
 2º VSAM VSAP = Verbo Subjuntivo Aoristo Passivo

Derivações das formas verbais primárias ativa e média/passiva

9.2. O presente do indicativo ativo (VIPA) do verbo 


No presente do indicativo na voz ativa (VIPA) o sujeito da oração é quem realiza a ação expressa
pelo verbo (equivale ao presente do indicativo em português).

terminação tradução
raiz VIPA
do VIPA presente do indicativo
   eu solto / eu estou soltando
   tu soltas / tu estás soltando
   ele(a) solta / ele(a) está soltando
   nós soltamos / nós estamos soltando
   vós soltais / vós estais soltando
   eles(as) soltam / eles(as) estão soltando
100
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

Obs.: Todos os verbos  são paroxítonos com acento agudo. Quando conjugado no VIPA o
acento sempre se mantém sobre a raiz.

9.3. Presente do Indicativo Médio (VIPM) e Presente do Indicativo Passivo (VIPP)


As duas vozes são idênticas e por isso também podem ser abreviadas por VIPM/P.

terminação tradução
raiz VIPP/M presente do indicativo
do VIPM/P
   VIPP: eu sou solto
   VIPM: eu solto para mim / eu me solto
   VIPP: tu és solto
   VIPM: tu soltas para ti / tu te soltas
   VIPP: ele(a) é solto
   VIPM: ele(a) solta para si / ele(ou ele se solta
   VIPP: nós somos soltos
   VIPM: nós soltamos para nós / nós nos soltamos
   VIPP: vós sois soltos
   VIPM: vós soltais para vós / vós vos soltais
   VIPP: eles(as) são soltos
   VIPM: eles(as) soltam para si / eles(as) se soltam

9.4. Verbos contratos


Quando radical terminar em consoante, a terminação verbal é acrescentada sem alteração
alguma. O mesmo acontece com vogais  e  (vogais não contratas), por exemplo:

radical terminado em consoante radical terminado em vogal


terminação terminação
verbo forma final verbo forma final
verbal verbal
   
   
 
   
   
   
   
 
   
   

Quando, porém, o radical terminar em vogais ,  ou , ocorre a contração da vogal do
radical com a vogal da terminação (pode ser a vogal temática ou a vogal da desinência). Neste
caso, se uma das sílabas que participou da contração era acentuada, a sílaba resultante da
contração será acentuada (o que ocorre na maioria das vezes) e, sempre que as regras de
acentuação o permitirem, o acento será circunflexo.

101
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

vogal do vogal temática ou vogal da desinência


radical +  +  +  +  +  +  +  + 
        
        
        

Por exemplo:

verbo tv forma final verbo tv forma final verbo tv forma final


     
 
     
     
     
  
     
     
     
     

Obs.: Existem verbos que não obedecem a esta regra de contração em determinados tempos
verbais, os quais serão vistos no momento oportuno.

9.5. Paradigmas de verbos de terminação  no VIPA e VIPM/P


São formados pela simples adição da terminação verbal ao radical. Observe que a vogal temática
é considerada como parte da terminação verbal.

       


VIPA = R + 
       
       
       
       
       
       
VIPM/P = R + 
       
       
       
       
       
       

Nos verbos contraídos ocorre a contração da vogal do radical com a vogal da terminação verbal.

102
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

   


VIPA = R + 
   
   
   
   
   
   
VIPM/P = R + 
   
/   
   
   
   
   

Vocabulário
Os verbos são sempre apresentados na 1ps do VIPA (Verbo Indicativo Presente Ativo), com
terminação em . Se o verbo for contrato, ele não é apresentado na forma contraída.
Seguem-se respectivamente, quando necessárias, as formas VIFA (terminação ), VIAA
(), VIRA (), VIRM/P () e VIAP (). Por exemplo: , , isto significa
que no futuro (VIFA) o verbo  toma a forma de , pois o  na terminação
indica o futuro, como veremos posteriormente. Já o verbo , no VIFA é , no VIAA é
, no VIAP é .

 (v., 143) = amo.


 e  (v., 67) = guio, conduzo, trago, levo – (pedagogo).
 (v., 70) = peço, rogo, imploro.
 – (v., 90) = sigo, acompanho, torno-me discípulo.
 (v. 428) = ouço; atendo, obedeço – (acústica, alô!).
 – (v., 112) = morro.
 (v., 122) = lanço, jogo, atiro, arrojo – (parábola, hipérbole).
 – (v., 76) = batizo, imerjo, submerjo, mergulho –
(batizo, batismo).
 (v., 132) = vejo, olho, contemplo, percebo; examino.
 (v., 97) = gero, dou à luz, faço nascer.
 – (v., 221) = conheço, sei;
aprendo, percebo – (diagnóstico, gnósis).
 – (v., 191) = escrevo – (grafia).
 (v., 97) = ensino.
 – (v., 143) = levanto, ergo; acordo; ressuscito.
 (v., 63) = pergunto, peço, rogo, suplico.

103
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

futuro – (v., 65) = como, devoro – (antropófago, fagocitose).


 – (v., 54) = evangelizo, levo boas novas –
(evangelizo).
 – (v., 176) = acho, encontro, descubro – (eureca – palavra
pronunciada por Arquimedes).
 (v., 709) = tenho, possuo, obtenho, adquiro, guardo; uso (no
sentido de usar roupas).
 – (v., 140) = vivo – (zoológico, zoologia).
 – (v., 117) = procuro, busco, exijo, requeiro.
 (v., 207) = quero, desejo, gosto.
    – (v., 63) = proclamo, prego, anuncio, publico, sou
arauto.
 – (v., 114) = julgo, censuro, condeno;
decreto, determino, resolvo.
 – (v., 298) = falo, digo, anuncio, repito, dirijo a palavra
a, prego – (Eulália, glossolalia).
 – (v., 258) = tomo, recebo, acho, tiro,
agarro, obtenho, capto.
 (v., 1325) = digo, falo, narro, menciono; significo; chamo;
afirmo – (alego, teologia).
 (v., 42) = solto, desato, desamarro, desprendo, desligo; violo –
(análise).
 – (v., 76) = testifico, testemunho – (mártir).
 – (v., 118) = permaneço, fico, fico, espero, aguardo, duro –
(permanecer).
 (e ) – (v., 114) = vejo, noto, percebo, contemplo,
cuido, vigio, estou de guarda; visito, torno-me visível, apareço.
 – (v., 109) = rogo, peço, chamo, admoesto.
 – (v., 79) = envio, mando, ordeno, meto.
 – (v., 242) = creio, confio.
 – (v., 86) = encho, encho a ponto de transbordar, encho
plenamente.
 – (v., 566) = faço, crio, produzo.
 – (v., 110) = salvo, curo, saro.
 – (v., 71) = guardo, conservo, reservo, mantenho.
 (v., 31) = brilho, resplandeço, ilumino, alumio – (fenômeno).
    – (v., 74) = manifesto, apareço, mostro-me, descubro.
 – (v., 11) = brilho, ilumino; esclareço, revelo, torno
evidente, trago à luz – (fósforo).

104
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

 (v., 74) = regozijo, alegro, jubilo.

Exercício
1- Separe o radical, a vogal temática e a terminação verbal dos verbos a seguir e dê a tradução da
conjugação apresentada:

vogal terminação tempo pessoa/


verbo radical tradução
temática verbal verbal número
    VIPA 1ps solto

    VIPA 1pp

    VIPP/M

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

   

105
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

   

2- Dê as formas verbais a seguir, com as respectivas traduções:

VIPA VIPP/M
verbo VNPA tradução VNPP/M tradução
3ps 3ps
estar sendo solto
   soltar  
estar me soltando

   amar  

   batizar  

   querer  

    

    

    

    

    

    

9.6. O presente e o futuro do indicativo do verbo 


Já vimos antes que o  é o principal verbo de ligação na língua grega. Também já vimos a sua
conjugação no VIPA, ou simplesmente VIP, uma vez que ele não tem as formas VIPM/P.

VIPA do 
1ps  eu sou
2ps  tu és
3ps  ele(a) é
1pp  nós somos
2pp  vós sois
3pp  eles(as) são

106
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

Obs. 1- Todas as formas do presente do indicativo do  são enclíticas (com exceção do ),
isto é, são ligadas à palavra anterior e pronunciadas em conjunto com ela
Obs. 2- A forma  torna-se  em duas situações:
 no início de uma oração, quando significa existe;
 quando vier após: , , , , , , , , .

É curioso observe que no tempo futuro do indicativo ativo (VIFA) ou, simplesmente VIF, ele é
formado pela terminação do presente do indicativo passivo e médio (VIPM/P) do verbo ,
antecedido por , com exceção da terceira pessoa do singular.

pessoa/ terminação VIPM/P VIFA do tradução



número do verbo   presente do indicativo
1ps    eu serei / eu estarei
2ps    tu serás / tu estarás
3ps    ele(a) será / ele(a) estará
1pp    nós seremos / nós estaremos
2pp    vós sereis / vós estareis
3pp    eles(as) serão / elea(as) estarão

Obs.: Voltaremos a falar sobre este assunto ao tratarmos do futuro do indicativo.

Vocabulário
Normalmente um dicionário só indica a forma do verbo da primeira pessoa do singular do
presente do indicativo ativo (VIPA), assim o verbo  aparece como:

 (v., 2450) = eu sou, estou, existo; fico; hei; aconteço.

Se a pessoa não souber conjugar o verbo, com certeza terá dificuldade em localizar as demais
formas do mesmo. Em nosso vocabulário vamos colocar as principais formas do verbo .
Assim, por enquanto, teremos:

 (v., 2450) = eu sou, estou, existo; fico; hei; aconteço.


 – (VIFA , 185) = eu serei, serás, será, seremos,
sereis, serão.

9.7. Usos do presente do indicativo


Jo 1.5:  = a luz resplandece nas trevas.
Jo 1.9:  = a luz ilumina a todo homem.
Jo 1.21:  = Tu és Elias? E diz: Não sou.
Jo 1.49:  = Mestre, tu és o Filho
107
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

de Deus, tu és o Rei de Israel!.

Exercícios
3- Decore o VIPA e o VIPM/P do verbo . Depois os escreva nas linhas abaixo. Também
escreva os demais verbos indicados:

VIPA do  VIPA do  VIPA do  VIPA do 


   

   

   

   

   

VIPPM/P do  VIPM/P do  VIPM/P do  VIPM/P do 


   

   

   

   

   

4- Traduza as seguintes orações:


 ____________________________________________

 ____________________________________________

 ____________________________________________

 ____________________________________________

Exercício 5 do trabalho final – Verbos no presente do indicativo


Identifique e traduza todos os verbos no presente do indicativo ativo, médio e passivo (VIPA,
VIPM e VIPP).
O aluno encontrará 30 verbos VIPA e VIPP (o VIPM não aparece no texto). Esses 30 verbos
somados às 199 palavras já identificados totalizam 229 de 839, ou seja, já conseguimos ler 27,29
108
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

% do texto de João 1 (já ultrapassamos a marca de ¼ do total).

Exercício
5- Treine sua leitura nos textos a seguir. Grife os verbos no VIPA e VIPM/P:

Jo 1.35-44
35 
36 
37 
38           
          

39         
 
40            
 
41      
 
42    

43   
 
44  

Jo 3.13-21
13    

14    

15  
16     
 
17      

18              
  
19          
 
20         
 
21     

109
9. Verbo 2 – O presente do indicativo do verbo de terminação  e o verbo 

 

110
Anexo 3 – Conjugações verbais em português

modo indicativo modo subjuntivo


tempo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação corres- 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação corres-
andar vender partir pondente andar vender partir pondente
presente ando vendo parto que eu ande que eu venda que eu parta
andas vendes partes andes vendas partas
anda vende parte VIPA ande venda parta VSPA
andamos vendemos partimos VIPM/P andemos vendamos partamos VSPM/P
andais vendeis partis andeis vendais partais
andam vendem partem andem vendam partam
pretérito andava vendia partia se eu andasse se eu vendesse se eu partisse
imperfeito andavas vendias partias andasses vendesses partisses
VSAA
andava vendia partia VIIA andasse vendesse partisse
VSAM
andávamos vendíamos partíamos VIIM/P andássemos vendêssemos partíssemos
VSAP
andáveis vendíeis partíeis andásseis vendêsseis partísseis
andavam vendiam partiam andassem vendessem partissem
pretérito andei vendi parti
perfeito andaste vendestes partiste
VIAA
simples andou vendeu partiu
VIAM
andamos vendemos partimos
VIAP
andastes vendestes partistes
andaram venderam partiram
pretérito tenho andado tenho vendido tenho partido que eu tenha andado que eu tenha vendido que eu tenha partido
perfeito tens andado tens vendido tens partido tenhas andado tenhas vendido tenhas partido
composto tem andado tem vendido tem partido tenha andado tenha vendido tenha partido
temos andado temos vendido temos partido tenhamos andado tenhamos vendido tenhamos partido
tendes andado tendes vendido tendes partido tenhais andado tenhais vendido tenhais partido
têm andado têm vendido têm partido tenham andado tenham vendido tenham partido
pretérito andara vendera partira
mais-que- andaras venderas partiras
perfeito andara vendera partira
simples andáramos vendêramos partíramos
andáreis vendêreis partíreis
andaram venderam partiram

111
Anexo 3 – Conjugações verbais em português

modo indicativo modo subjuntivo


tempo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação corres- 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação corres-
andar vender partir pondente andar vender partir pondente
pretérito tinha andado tinha vendido tinha partido se eu tivesse andado se eu tivesse vendido se eu tivesse partido
mais-que- tinhas andado tinhas vendido tinhas partido tivesses andado tivesses vendido tivesses partido
perfeito tinha andado tinha vendido tinha partido tivesse andado tivesse vendido tivesse partido
composto tínhamos andado tínhamos vendido tínhamos partido tivéssemos andado tivéssemos vendido tivéssemos partido
tínheis andado tínheis vendido tínheis partido tivésseis andado tivésseis vendido tivésseis partido
tinham andado tinham vendido tinham partido tivessem andado tivessem vendido tivessem partido
futuro do andarei venderei partirei VIFA quando eu andar quando eu vender quando eu partir
presente andarás venderás partirás VIFM andares venderes partires
simples andará venderá partirá VIFP andar vender partir
andaremos venderemos partiremos andarmos vendermos partirmos
andareis vendereis partireis andardes venderdes partirdes
andarão venderão partirão andarem venderem partirem
futuro do terei andado terei vendido terei partido quando eu tiver andado quando eu tiver vendido quando eu tiver partido
presente terás andado terás vendido terás partido tiveres andado tiveres vendido tiveres partido
composto terá andado terá vendido terá partido tiver andado tiver vendido tiver partido
teremos andado teremos vendido teremos partido tivermos andado tivermos vendido tivermos partido
tereis andado tereis vendido tereis partido tiverdes andado tiverdes vendido tiverdes partido
terão andado terão vendido terão partido tiverem andado tiverem vendido tiverem partido
futuro do andaria venderia partiria
pretérito andarias venderias partirias
simples andaria venderia partiria
andaríamos venderíamos partiríamos
andaríeis venderíeis partiríeis
andariam venderiam partiriam
futuro do teria andado teria vendido teria partido
pretérito terias andado terias vendido terias partido
composto teria andado teria vendido teria partido
teríamos andado teríamos vendido teríamos partido
teríeis andado teríeis vendido teríeis partido
teriam andado teriam vendido teriam partido

112
Anexo 3 – Conjugações verbais em português
modo imperativo formas nominais
tempo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação corres- 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação corres-
andar vender partir pondente andar vender partir pondente
afirmativo ----- ----- ----- infinitivo andar vender partir
anda tu vende tu parte tu
ande você (ele) venda você (ele) parta você (ele)
andemos nós vendamos nós partamos nós gerúndio andando vendendo partindo
andai vós vendei vós parti vós VMPA
andem vocês (eles) vendam vocês (eles) partam vocês (eles) VMPM/P
---- ---- ---- VMAA andado vendido partido
negativo particípio
não andes tu não vendas tu não partas tu VMAM
não ande você não venda você não parta você VMAP
não andemos nós não vendamos nós não partamos nós
não andeis vós não vendais vós não partais vós
não andem vocês não vendam vocês não partam vocês

Conjugação do verbo SER

modo indicativo modo subjuntivo modo indicativo modo subjuntivo


tempo corres- corres- tempo corres- corres-
ser ser ser ser
pondente pondente pondente pondente
presente sou que eu seja pretérito tenho sido que eu tenha sido
és sejas perfeito tens sido tenhas sido
é seja composto tem sido tenha sido
VIPA VSPA
somos sejamos temos sido tenhamos sido
sois sejais tendes sido tenhais sido
são sejam têm sido tenham sido
pretérito era se eu fosse pretérito fora
imperfeito eras fosses mais-que- foras
era fosse perfeito fora
VIIA
éramos fôssemos simples fôramos
éreis fósseis fôreis
eram fossem foram
pretérito fui pretérito tinha sido se eu tivesse sido
perfeito foste mais-que- tinhas sido tivesses sido
simples foi perfeito tinha sido tivesse sido
fomos composto tínhamos sido tivéssemos sido
fostes tínheis sido tivésseis sido
foram tinham sido tivessem sido
113
Anexo 3 – Conjugações verbais em português
modo indicativo modo subjuntivo modo imperativo formas nominais
tempo corres- corres- tempo corres- corres-
ser ser ser forma ser
pondente pondente pondente pondente
futuro do serei quando eu for ----- infinitivo ser
presente serás fores sê tu
simples será for seja você (ele)
VIFA afirmativo
seremos formos sejamos nós gerúndio sendo
sereis fordes sede vós
serão forem sejam vocês (eles)
futuro do terei sido quando eu tiver sido ---- VMPA sido
particípio
presente terás sido tiveres sido não sejas tu
composto terá sido tiver sido não seja você
teremos sido tivermos sido negativo não sejamos nós
tereis sido tiverdes sido não sejais vós
terão sido tiverem sido não sejam vocês
futuro do seria
pretérito serias
simples seria
seríamos
seríeis
seriam
futuro do teria sido
pretérito terias sido
composto teria sido
teríamos sido
teríeis sido
teriam sido

114
Anexo 3 – Conjugações verbais em português

115
10. Substantivo 3 – Substantivo da primeira declinação

A primeira declinação toma por referência os substantivos cuja vogal temática é  ou . Na sua
maioria são substantivos femininos.
Os substantivos de primeira declinação existem em menor número que os de segunda declinação,
apesar disso são mais complexos de serem entendidos. Há 5 maneiras diferentes de flexionar os
substantivos de primeira declinação:

1. Substantivos femininos terminados em .


2. Substantivos femininos terminados em , mas precedidos por ,  ou .
3. Substantivos femininos terminados em , mas não precedidos por ,  ou .
4. Substantivos masculinos terminados em .
5. Substantivos masculinos terminados em .

Obs. 1- A vogal temática dos substantivos da primeira declinação são  ou , tanto no
nominativo como no genitivo.
Obs. 2- Na primeira declinação os substantivos masculinos não terminam , como na segunda,
mas sim em  ou . De qualquer modo a vogal temática continua sendo  ou , como nos
substantivos femininos.
Obs. 3- Não existem substantivos neutros de primeira declinação.
Obs. 4- Existe também uma relação constante entre a terminação do nominativo e do genitivo.
Com uma exceção nos substantivos masculinos no genitivo.

terminação terminação
gênero radical
do nominativo do genitivo
R-  
terminado em
 
feminino  ou 
não terminado em
 
 ou 
R-  
masculino
R-  

10.1. Substantivos femininos da primeira declinação


Existem 3 situações diferentes:
 Vogal temática . O nominativo singular termina em , e o genitivo singular em .
 Vogal temática , precedida por , , ou . O nominativo singular termina em , e
o genitivo singular em .
116
Referências bibliográficas

 Vogal temática , não precedida por , , ou  (somente  e ). O
nominativo singular termina em , e o genitivo singular em .

vogal vogal temática , vogal temática , não precedida por ,  ou
temática  precedida por ,  ou   (somente  e )
radical         
sing. nom.          
gn./ab.          
d./l./i.          
acus.          
voc.          
pl. nom.          
gn./ab.          
d./l./i.          
acus.          
voc.          

Obs. 1- Os substantivos de primeira declinação são em sua maioria do gênero feminino.


Obs. 2- O nominativo singular é igual ao tema ou radical, mas há exceções.
Obs. 3- O dativo/locativo/instrumental singular sempre termina em ditongo falso (iota subscrito),
e o plural sempre termina em  (ditongo verdadeiro longo).
Obs. 4- O acusativo singular mantém a forma, tonicidade e acentuação do nominativo singular e
acrescenta um  final.
Obs. 5- Nas formas plurais as terminações são sempre regulares para cada caso, embora a
tonicidade e o acento possam mudar. O genitivo ablativo plural sempre termina em  (é
sempre perispômeno).
Obs. 6- O vocativo sempre é igual ao nominativo, tanto no singular como no plural
respectivamente.
Obs. 7- Os artigos femininos sempre correspondem aos substantivos femininos da primeira
declinação terminados em , mesmo quando o substantivo termina em .

Vocabulário

Substantivos femininos com vogal temática em :


 (subst., 116) = amor, afeição, estima (a palavra tem o sentido de
um padrão mais elevado de amor.
 (subst., 55) = princípio, origem; principado, líder, domínio;
ponta – (arcaico, arqueologia).
 (subst., 249) = terra, chão, solo; praia – (geografia).
 (subst., 50) = Escritura; escrito – (geografia, caligrafia).

117
Referências bibliográficas

 (subst., 33) = testamento; aliança, pacto, concerto.


 (subst., 91) = justiça, retidão, integridade.
 (subst., 91) = paz, tranqüilidade; segurança, concórdia; felicidade –
(Irene).
 (subst., 24) = carta, epístola.
 (subst., 135) = vida tanto no sentido físico, como espiritual –
(zoologia).
 (subst., 50) = parábola, comparação, alegoria, figura.
 (subst., 36) = oração.
 (subst., 16) = figueira – (suco).
 (subst., 56) = sinagoga, assembléia, reunião.
 (subst., 139) = som, voz – (telefone, fonética).
 (subst., 102) = alma, vida; pessoa, indivíduo – (psicologia).

Substantivos femininos com vogal temática em  (precedidos por ,  ou ):
 (subst., 109) = verdade, realidade, certeza; fidedignidade,
confiabilidade; justiça.
 (subst., 172) = pecado, pecaminosidade, ofensa, violação da lei
de Deus – (hamartiologia).
 (subst., 162) = reino, reinado, soberania, autoridade, domínio,
governo – (Basílio).
 (subst., 43) = geração; prole; raça.  = tempo infinito –
(genealogia).
 (subst., 34) = serviço, ministério, ministração, assistência;
administração; socorro; distribuição de comida.
 (subst., 114) = igreja, assembléia, congregação – (eclesiástico).
 (subst., 102) = direito de mandar, autoridade, poder, força;
direito de escolha, de agir, de decidir.
 (subst., 52) = promessa.
 (subst., 389) = dia – (efêmero).
 (subst., 39) = porta, entrada.
 (subst., 156) = coração; mente, personalidade, caráter –
(cardíaco).
 (subst., 19) = comunhão, cooperação, sociedade; participação;
auxílio.
 (subst., 37) = testemunho, reputação – (mártir).
 (subst., 22) = mudança de mente, mudança de interior;
arrependimento.
 (subst., 94) = casa, família; bens, propriedade – (economia,
ecumênico).

118
Referências bibliográficas

 (subst., 24) = vinda, chegada; presença, aparecimento; visita; volta.


 (subst., 4) = pombo(a).
 (subst., 15) = rocha, rochedo, penha, penhasco – (pedra).
 (subst., 16) = trevas, escuridão.
 (subst., 51) = sabedoria – (Sofia, filosofia).
 (subst., 45) = salvação, libertação; saúde; segurança –
(solteriológico).
 (subst., 59) = alegria, gozo, regozijo – (carismático).
 (subst., 106) = hora, tempo; tempo oportuno – (hora, horário).

Substantivos próprios femininos com vogal temática em  (precedidos por ,  ou ):
 (subst., 18) = Antioquia.
 (subst., 18) = Ásia.
 (subst., 12) = Betânia.
 (subst., 61) = Galiléia.
 (subst., 45) = Judéia.
 (subst., 54) = Maria, Miriam.

Substantivos femininos com vogal temática em  (não precedidos por ,  ou ):
 (subst., 14) = espinho.
 (subst., 12) = inferno.
 (subst., 50) = língua, linguagem, dialeto – (glossolalia,
glossário).
 (subst., 166) = glória, honra, dignidade, majestade –
(doxologia).
 (subst., 91) = mar – (talassocracia).
 (subst., 17) = raiz; origem, causa.

Exercício
1- Decline os substantivos:

sing. nom.     


gn./ab.     
d./l./i.     
acus.     
voc.     

119
Referências bibliográficas

pl. nom.     
gn./ab.     
d./l./i.     
acus.     
voc.     

10.2. Substantivos masculinos da primeira declinação


Existem 2 situações diferentes:
 Vogal temática . O nominativo singular termina em , e o genitivo singular em .
 Vogal temática . O nominativo singular termina em , e o genitivo singular em .
 Vogal temática . O nominativo singular termina em , e o genitivo singular em .
São substantivos irregulares e constituem uma exceção na primeira declinação.

Esses dois últimos casos são muito raros em toda Bíblia, normalmente apenas nomes próprios de
origem estrangeira (hebraico e aramaico).

vogal temática  vogal temática 


radical   
sing. nom.    
gen./abl.    
dt./lc./it.    
acus.    
voc.    
pl. nom.    
gen./abl.    
dt./lc./it.    
acus.    
voc.    

Obs. 1- São poucos os substantivos de primeira declinação do gênero masculino (normalmente


nomes próprios). Não há substantivos do gênero neutro.
Obs. 2- Mesma para substantivos femininos da primeira declinação.
Obs. 3- Idem.
Obs. 4- Idem.
Obs. 5- Idem.
Obs. 6- O vocativo sempre é igual ao nominativo no plural, porém no singular termina em .

120
Referências bibliográficas

Obs. 7- Os artigos masculinos correspondem às terminações dos substantivos masculinos de


segunda declinação, portanto os substantivos masculinos de primeira declinação, para cada caso,
têm terminaçãoes correspondentes, mas não iguais, aos artigos.

Vocabulário
Exemplos de substantivos masculinos da primeira declinação terminados em  (todos devem
ser precedidos pelo artigo ):

Substantivos masculinos com vogal temática em :


 (subst., 12) = batista, o que batiza.
 (subst., 9) = israelita.
 (subst., 19) = juiz – (crítico).
 (subst., 260) = discípulo, aderente, aluno, pupilo, aprendiz.
 (subst., 144) = profeta, porta-voz.
 (subst., 26) = soldado – (estrato).
 (subst., 20) = ministro, ajudante, assistente; oficial.
 (subst., 6) = hipócrita; falso; artista.

Substantivos masculinos próprios com vogal temática em :


 (subst., 43) = Herodes.
 (subst., 15) = Jordão.
 (subst., 9) = israelita.
 (subst., 134) = João.

Substantivo masculino próprios com vogal temática em :


 (subst., 3) = moço, jovem – (neófito).

Substantivos masculinos próprios com vogal temática em :


 (subst., 13) = André.
 (subst., 28) = Barnabé.
 (subst., 29) = Elias.
 (subst., 22) = Isaías.
 (subst., 9) = Cefas.
 (subst., 2) = Messias, Cristo, Ungido.
 (subst, 36) = Satanás, adversário.

121
Referências bibliográficas

Exercícios

2- Decline os substantivos:

sing. nom.    


gn./ab.    
d./l./i.    
acus.    
voc.    
pl. nom.    
gn./ab.    
d./l./i.    
acus.    
voc.    

3- Coloque o artigo correspondente aos substantivos abaixo, dê a tradução correta da expressão

resultante e indique o gênero, número e caso:

_  _o princípio – feminino, singular, acusativo__________________________


_____  ____________________________________________________________

_____  ____________________________________________________________

_____  ____________________________________________________________

_____  ____________________________________________________________

_____  ____________________________________________________________

_____  ____________________________________________________________

_____  ____________________________________________________________

_____  ____________________________________________________________

_____  ____________________________________________________________

_____  ____________________________________________________________

_____  ____________________________________________________________

_____  ____________________________________________________________

122
Referências bibliográficas

_____  ____________________________________________________________

_____  ____________________________________________________________


4- Identifique no texto de Jo 1 os substantivos da primeira declinação:

1   


2   

4     


5     

6  

7            
  

10.3. Declinação de substantivos próprios da primeira declinação


Assim como os substantivos próprios da segunda declinação, também os da primeira flexionam
como os demais quanto ao gênero e caso, e também apresentam apenas a forma singular, porém
aqueles que indicam origem podem apresentar a forma plural.

singular plural singular plural


nom.  -----  
gen./abl.  -----  
dat./loc./inst.  -----  
acus.  -----  
voc.  -----  

Obs.: Fora o fato de não apresentar as formas no plural, todo substantivo próprio da primeira
declinação é bastante regular.

Exercícios

123
Referências bibliográficas

5- Volte ao vocabilário final da lição 5 e liste todos os substantivos próprios de primeira


declinação (menos os indeclináveis):
Femininos terminados em : _____________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Femininos terminados em  (precedidos de , , ):  _____________________________
_____________________________________________________________________________
Femininos terminados em  (não precedidos de , , ):  ____________________
_____________________________________________________________________________
Masculinos terminados em :  _________________________________________
_____________________________________________________________________________
Masculinos terminados em :  _________________________________________
_____________________________________________________________________________

6- Traduza as frases:
 ___________________________________________________________

 ___________________________________________________

 _______________________________________________

 ______________________________________________

 _________________________________________

 ______________________________________

 ___________________________________

Exercício 6 do trabalho final – Substantivos da primeira declinação


Identifique e traduza todos os substantivos da primeira declinação, inclusive os substantivos
próprios. Todos começam por N-, por exemplo: N-NFXS = substaNtivo, -, Nominativo,
Feminino, X = primeira pessoa, Singular. Observe que não há a indicação qual é a declinação do
substantivo. Isso cabe ao aluno detectar. O v. 1 de Jo 1 ficará da seguinte maneira:

           
PD N-DF-S VIIA- -ZS DNMS N-NM-S CC DNMS N-NM-S VIIA- -ZS PA DAMS N-AM-S

origem, o palavra, o palavra, o Deus,


princípio verbo verbo deus

    


CC N-NM-S VII- -ZS DNMS N-NM-S

Deus,  o palavra,
deus verbo

124
Referências bibliográficas

O texto de Jo 1 tem 48 substantivos da primeira declinação, incluindo 22 substantivos próprios.


Somando-se esses 48 substantivos aos 229 termos já identificados, temos agora 277 palavras
traduzidas, ou seja, conseguimos ler 33,02 %, de João 1 (já chegamos a 1/3 do texto).
Exercício
7- Treine sua leitura nos textos a seguir. Grife os substantivos da primeira declinação:

Jo 1.45-51
45       
 
46          

47          
 
48      
 
49 
50          
 
51           
 

Jo 3.22-30
22      

23        

24 
25 
26          
      
27        
 
28            

29       
 
30 

125
Referências bibliográficas

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127

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