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PALAVRA DO BANCO

"O Banco do Nordeste trabalha com o fator


Cultura relacionado ao processo de
desenvolvimento regional. Compreende que
para se obter êxito em uma política de
desenvolvimento econômico, democrático e
social para o Nordeste, faz-se necessária uma
atuação relacionada à elevação da autoestima
de seu povo, à consciência do valor de sua
identidade cultural. Essas são condições
essenciais para que a sociedade nordestina
encontre soluções próprias para os desafios
inerentes ao desenvolvimento da região.
Com objetivo de ampliar a forma
democrática de acesso aos recursos que são
destinados anualmente ao desenvolvimento da
Cultura, o Banco do Nordeste lançou mão do
PROGRAMA BNB DE CULTURA, que define
os projetos culturais que serão apoiados pelo
Banco.
O PROGRAMA BNB DE CULTURA
prioriza a cultura nordestina considerando, no
entanto, que ela está inserida na cultura
brasileira e universal. Em articulação com as
políticas do Governo Federal para a Cultura, o
programa está focado na necessidade de
acesso da comunidade nordestina aos bens
culturais, na formação de novas platéias e de
cidadãos nordestinos críticos e conscientes,
bem como na ampliação e na democratização
das oportunidades de criação, circulação e
fruição dos bens culturais."

Bruno Gama Fortes


JOSÉ AMÉRICO
- Ministro das Secas e Pai da Bagaceira -

01 - JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA


Homem culto e influente
Na literatura pátria.
Foi definitivamente
Astro super destacado
Por isso mesmo lembrado,
Com orgulho por sua gente.

02 - JOSÉ AMÉRICO nasceu


Não para ser mais um ZÉ
Nem pra ser calango magro
Nasceu pra ser jacaré -
Desses do dente de dardo
Que devoram leopardo
Em águas de igarapé.

03 - Os de casa têm o vício


De enaltecerem os de fora,
Mulher boa é do vizinho
A nossa em vez de rir, chora,
Com esse defeito antigo
Eu não concordo e Ihes digo
Que vamos mudar agora...
04 - Para falar do que é nosso
Das pradarias, das matas,
Das ondulações serranas,
Rios, riachos, cascatas,
Dos homens que deram a vida
Por esta terra querida
Marcando indeléveis datas.

05 - Vamos falar dos poetas,


Das cantigas de novena,
Das primeiras trovoadas,
Da encantadora cena
Do colibri trabalhando
Com o bico longo sugando
O açúcar da açucena.

06 - Falar do raio seguido


Pelo trovão com estrondo,
Da raposa enlouquecida
Com seu gemido hediondo,
Falar das árvores despidas
Mas com as chuvas caídas
De verde se recompondo.

07 - Vamos falar do casebre


E da casa da fazenda,
Da Casa-grande do engenho,
Da bagaceira e moenda,
Do pai, da mãe e do filho,
Todos debulhando milho
Na _oleira da vivenda.
08 - Retirante, choro e morte,
Cruz na beira do caminho,
Padre,excomunhão, igreja,
Pregação de Capuchinho,
De rezadeira, de cobra,
De JOSÉ e sua obra
Que falou disso tudinho.

09 - Falar do hálito da pólvora,


Do som macabro do tiro,
Do sangue quente jorrando,
Do derradeiro suspiro,
De gesto extremo e estóico,
E de um passado heróico
Epopéia que admiro.

10 - Dos que elevaram alto


A paraibanidade
Na indústria, na lavoura,
Na cultura e na vontade
De que o nome do Estado
Seja lábaro desenhado
No peito da mocidade.

11 - Falar do 2° Império
Quando em 1.800
e 87 aos 10
de fevereiro, bons ventos,
Trouxeram um garoto forte
Pra Parahyba do Norte
Enriquecer seus talentos.
12 - Lá no Engenho Olho d'Água,
Em Areia, Brejo farto,
Filho de Inácio e Josefa
Veio ao mundo de bom parto
Mais um rebento inocente
Para na ordem crescente
Ser o de número quarto.

13 - Já existiam 3 filhos
Depois 7 apareceram,
Somando 11 J uma prole
Que os. pais de ZÉ conceberam,
Naquele tempo sem festa
A diversão era esta
Por isso tantos nasceram.

14 - Mesmo no interior
Filho não era atrapalho
Todos ficavam contentes
Ao chegar novo pirralho
Por não causar prejuízo
Visto sempre ser preciso
Mais braços para o trabalho.

15 - Os pais de JOSÉ AMÉRICO


Por serem donos de engenho
Do concurso dos meninos
Não careciam do empenho,
Esses podiam se dar
Ao "luxo" de estudar,
(São informações que tenho)
16 - Júlia Verônica dos Santos,
Dos ALMEIDA, uma parenta,
Por tempos foi professora
Da turminha barulhenta,
Então os filhos de Inácio
Conheceram a "flor do Lácio"
Que a mestra Ihes apresenta.

17 - Augusto, irmão de JOSÉ


Gostava de recordar
Que ele ainda pequeno
Quase sem saber falar
Aparentava maior
Por já recitar de cor
Rimas que ouvira cantar.

18 - O mundo novo das letras


Deslumbrava a meninada,
Cada página dum livro
Ao ser descortinada
Era qual um mundo lindo
Magicamente se abrindo
Numa cena iluminada.

19 - D. Júlia Ihes mostrava


A Carta do A-B-C,
A lousa, o creiom, a tinta,
De 1 a O e o que
Chegam aos milhões somando
Ou escreve-se juntando
As letras de A a Z.
20 - Todos aprendiam bem
Mas JOSÉ se destacava
Não perdia uma lição
Das que D. Júlia dava,
Nem bem falava direito
Já se expressava do jeito
Que orador discursava.

21 - Falava com seus duendes:


- Sua atenção, meus senhores!
Aí declamava alto
Os versos dos cantadores
Que de cor tomava posse
Numa amostragem precoce
Dos seus inatos pendores.

22 - Aos 11 anos de idade


Sai do Engenho e na rua
Prossegue os estudos que
Em Areia continua
Aonde vai morar com
Seu tio, Padre Odilon,
Que influi na vontade sua.

23 - Por influência do tio


Rigoroso e exigente
O estudante esforçado
Inda muito adolescente
Termina escolhendo mal
O ramo sacerdotal
Sem achar muito atraente.
24 - Agora em João Pessoa
O seminarista tendo
O silêncio da clausura
Se ocupa rezando e lendo,
Nos livros mergulha rindo
Com a fé diminuindo
E a cultura crescendo.

25 - Aos 17 anos
Abandona o Seminário
Por convencer-se de não
Ter vocação pra vigário;
Deixou a Casa de Deus
E guiou os passos seus
Para outro itinerário.

26 - Prestou exame e entrou


Pelas portas do Liceu,
Em seguida a Faculdade
de Direito o recebeu,
Isso em Recife, a Veneza,
Que além de sua beleza
Tantos doutores nos deu.

27 - Estudante de Direito
Era ativo panfletário,
Compondo hinos de igreja,
Escrevendo em semanário,
Com freqüente intervenção
Nas páginas d'A UNIÃO
Que então era Diário
28 - Para O CORREIO DA SERRA
.
Um jornal provinciano
Foi cronista e comentou
Fatos do cotidiano
Dando provas que nascia
O escritor que seria
Orgulho paraibano.

29 - No ano 1.900
e 8 conclui o Curso
de Direito e participa
Com debate e com discurso
Do pleito que tem na proa
Nosso Epitácio Pessoa
Que se dispõe ao percurso.

30 - No ano seguinte é
Nomeado Promotor
E na Comarca de Sousa
Testemunha e sente a dor
Dos homens de vida pêca
Eternos filhos da seca
E do sol abrasador.

31 - Como procede do Brejo


Acha o Sertão diferente
Na formação geográfica,
No clima adverso e quente;
Esse mundo singular
Irá influenciar.
Sua obra lá na frente.
32 - Enquanto se locomove
De pé, a cavalo e trem
Vai observando tudo
Que a margem da estrada tem,
Esse acervo visual
Guarda para no final
Retratá-Io, e muito bem.

33 - Deixa de ser Promotor


Em seguida é nomeado
O Procurador Geral
Do nosso querido Estado,
Cargo em comissão que ele
Até 24 nele
Permanece aquartelado.

34 - Aos poucos vai se firmando


Como escritor de talento,
Escreve "sobre o divórcio"
E toma, por casamento,
A mão de Ana, consorte,
Que só a chave da morte
Promove o desligamento.

35 - Ana Alice de Azevedo


e Mello deu-lhe o respaldo
De 1 filha e 2 filhos,
Que foram: Selda e Reynaldo,
José América Filho,
3 brasileiros de brilho
E inteligência de saldo.
36 - JOSÉ AMÉRICO esteve
Sempre a serviço da "pena"
Por saber desse atributo
Foi que Solon de Lucena
Encomendou-lhe um estudo
Que "fotografasse" tudo
Da Parahyba "pequena",

37 - É aí que a "PARAHYBA
E SEUS PROBLEMAS" estão
Ilustrados com tabelas
Num painel da região
Histórico-e-geográfico-
sócio.;econômico prático
Com "problema & solução",

38 - Faz-se Consultor Jurídico


Depois de Procurador,
Responde interinamente
Como colaborador
Noutras áreas da Justiça
Sem abandonar a liça
De causídico defensor.

39 - Chega 28 e ele
Apresenta "A BAGACEIRA"
Marco "regionalista,"
Ponta de lança e bandeira
Que ao seu autor impele
Adentrar a ABL
E dispor duma Cadeira.
40 - Sob a legenda chamada
Aliança Liberal
Com muitos votos se elege
Deputado Estadual
Mas o novel Deputado
Tem o nome depurado
Por um arbítrio brutal.

41 - O incidente do Glória,
Em Recife, onde João
Pessoa tomba ferido
De morte e toda nação
. Viveu passagens amargas
Deu a AMÉRICO e Vargas
Poderes de decisão.

42 - Sem cronologia vamos


Como num passo de dança
Encontrar JOSÉ AMÉRICO
Na "Pasta" de Segurança
Do Estado e na defesa
Quando a "horda" de Princesa
Contra o governo se lança.

43 - O Partido Liberal
Com ZÉ AMÉRICO, na frente
Destroça os adversários
Um a um e de repente
Vencido o opositor
Ele é feito Interventor
Da Parahyba da gente.
44 - Logo mais JOSÉ é feito
Ministro da Viação
e Obras Públicas quando
Em sua nova função
Sabe o que o homem sente
Porque inda tem presente
O que. viu pelo Sertão.

45 - Enquanto combate às secas


E expande ferrovias,
Dá novo impulso aos Correios
E investe em rodovias
Escreve longo relato
Minucioso e exato
Do que faz naqueles dias.

46 - Além desses relatórios


Produz com sofreguidão
"REFLEXÕES DE UM CABRA"
E mais a "REBELIÃO
EM SÃO PAULO" e os primeiros
Romances como "COITEIROS"
E o denso "BOQUEIRÃO".

47 - Em 45 perde
Para Vice-Presidente,
Nereu Ramos é que ganha,
Mas, 2 anos, lá na frente,
Sai eleito Senador,
Outra vez o escritor
Mostra que tem sangue quente.
48 - Depois de árdua
campanha Em 51 lhe dão
O retorno às rédeas do
Palácio da Redenção,
Ele aceita o desafio
Pra retirar do desvio
As finanças que se vão.

49 - Reanima a Capital
JOÃO PESSOA, sem vida,
Amplia rede de esgotos,
Rede d'água é estendida,
Transporte, iluminação,
Calçamento e construção
De praça e de avenida.

50 - Para amenizar um pouco


A dolorosa estiagem
JOSÉ AMÉRICO investe
Com inaudita coragem
E "muita" verba aplicada
Na abertura de estrada,
Implantação de rodagem.

51 - Não é o caso de ter


Muito dinheiro de sobra
É planejando e agindo
Que o pouco que tem desdobra
E aplica honestamente
Trocando o solo inclemente
Por um canteiro de obra.
52 - Seu governo tem em mente
PLANEJAMENTO & AÇÃO
Ao pensar na açudagem
E mesa sem faltar pão
Prova que está acertado
Por isso é reconvocado
Pra Pasta de Viação.

53 - Nos 2 anos de governo


Que passou no seu Estado
Enfrentou a seca brava
Com o dinheiro minguado
Que tinha em mãos, mesmo assim,
Fez do deserto um jardim
Deixando o nome gravado.

54 - Como "Ministro das Secas"


JOSÉ AMÉRICO ficou
Marcado indelevelmente
Pelo que fez e falou,
Hoje os que estão a mandar
Deviam se comportar
Como ele se comportou.

55 - Melhorou transporte público


Com uma frota bonita,
Construiu aeroporto
Nas terras de Santa Rita,
Fez 76 açudes
E por essas atitudes
O país o felicita.
56 - Constrói as primeiras vilas
Na Capital e Campina,
Faz que a população pobre
Tenha acesso à medicina
Com extrema tenacidade
Cria a Universidade
Aspiração nordestina.

57 - Nasce o Banco do Estado


Por sua iniciativa,
Para estimular o crédito
Institui Cooperativa
de Economia Mista
Resultando da conquista
Uma agricultura ativa

58 - Fornece máquinas agrícolas


Faz isso e faz muito mais
Porque cria as Estações
Ditas Experimentais
Onde com matriz de fora
O nosso plantei melhora
Indo aos padrões ideais.

59 - O areiense se impôs
De modo definitivo;
Como executor foi bom,
Ótimo no legislativo,
Construtivo a vida inteira,
Vejam na sua carreira
Quanto ponto positivo.
60 - Em 58 quando
Perde para Senador
Porque Rui Carneiro é que
Sai do pleito vencedor
Decide se retirar
Da vida pública e voltar
A ser somente escritor.

61 - Sem D. Alice que foi


Esperá-Io lá na frente
Faz-se, por vontade própria,
Solitário residente
Do Cabo Branco, na escuta
Do mar em renhida luta
Com a falésia imponente.

62 - Até que aos 10 de março


De 80 e aos 90
e 3 anos, 6:30
Chega a morte e violenta
A vida do escritor
Que por ter tanto valor
Inda hoje se lamenta.

Foi MARIA DAS VICTÓRIAS


CHIANCA, em 86,
Autora dessas histórias
Que recontei pra vocês.

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