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Em cada imagem um pano

Arte e humanismo – 15/02/2018

Um historiador da arte nunca trabalha sozinho: precisa sempre se valer de outras leituras de
ciências relacionadas para fazer leituras comparadas etc.

Parte da etnografia para estudar os panos, em sentido lato, dos sec xiv, xv e xvi. Pano pode ter
vários significados dependendo do contexto: desde um pedaço de roupa qualquer até uma
tapeçaria, por exemplo.

Flutuações dos preços dos tecidos nessas épocas, arqueologia do têxtil e estudiosos da
tecelagem

Arqueologia do têxtil fundamental: sobrevivem pouco nos museus – o que sobrevivem são
apenas aparatos isolados, redutores que não representam a riqueza da época. Por isso passou-
se a procurar por fibras de tecidos nas escavações, por exemplo. Procuram-se também que
tipo de tear se usavam, para saber quais tecidos eram feitos etc.

Os têxteis no mundo secular. Uma questão: o mesmo tipo de pano poderia ser utilizado em
contexto secular ou religioso. O mesmo que era usado para fazer uma cortina poderia ser
usada para fazer um vestuário.

IMAGEM: Descobrecido (flandres) Feira dos tecidos de Hergrabosh 1390 de Bosch.

O que traz essa pintura é a importância do tecido para a economia da época. Existiam muitas
feiras dedicadas apenas aos tecidos – exemplo era a economia do islã, baseada na seda e na lã.
As principais fibras utilizadas pela indústria têxtil nos sec xv e xvi se dividem em dois grandes
grupos: origem vegetal (linho 1º lugar e depois algodão. Poderiam ser utilizadas juntas –
tecidos mistos, n feitos por apenas uma fibra) e origem animal; os têxteis são produzidos
desde que o homem utiliza vestimentas – e no século xv e xvi, com um novo tipo de mercado e
consumo não se produz apenas mais para a aristocracia e a grande elite, mas também para as
camadas menos abastadas (daí surgem tecidos mistos, menos nobres com fibras mais baratas)
fazendo com que estas passem a vestir aquilo que viam nas pinturas ou nas vestimentas ou
ouviam falar. Textil tinha uma função também simbólica: um marcador social. Leis santuárias:
leis que regulam o consumo. Para se impedir que as classes mais baixas utilizem os mesmos
tecidos ou as mesmas cores que os mais ricos – regulavam a forma com que as pessoas
podiam se apresentar. Ex: não pode usar uma cor, só pode ter x números de artigos, não se
pode sair à rua com x tipo de artigo etc; criam-se normas de distinção social. Paralelo com
hoje: produtos originais e imitações, qualidade de produção etc.

Referência: Gil Vicente. Auto da Lusitânia, 1532.

Embora existissem profissionais do têxtil também se produziam tecidos no contexto


doméstico. Um dos papeis de gênero que estava atribuído à mulher no século XVI era saber
fiar, prática corrente sobretudo no meio rural – produziam lã, linho, quer para vestimentas
quer para lençóis etc. Na Itália produziram-se vários retábulos sobre a economia doméstica,
família etc. Já na altura circulavam gravuras com modelos de rendas para aplicar no que
seriam toalhas, por exemplo. Ou mesmo modelos têxteis para se copiar as rendas. Produção
doméstica pode ser entendida de duas maneiras nesse contexto: meio de subsistência para os
mais pobres – não tinham como comprar, por exemplo – e também para manter os papeis de
gênero atribuídos à mulher.

Fibras mais populares: linho, algodão, lã e seda.

Linho> bragal, estopa, pano da terra, linho da terra, mantel da terra, fustão (tecido misto).
Designações de tecidos realizados com linho na documentação portuguesa. Bragal (não havia
uniformidade na apresentação do vocábulo, aparece na documentação escrito de diversas
formas): pano de linho grosso e rústico, presente na produção doméstica embora aparecesse
na produção profissional também. Tecido duro de grande durabilidade e barato, usado para
fazer roupas de cama e roupas intimas. Associado as classes baixas. Estopa tecido grosseiro de
baixa qualidade, usado para fazer panos de mesa, forros de colchão etc. Pano baixo e grosso.
Pano de terra: pano do local de onde se está a falar. Pode ser de uma vila, uma zona, mas
também o pano português em relação ao estrangeiro. Pano de terra, vulgar lenço. Poderia ser
de linho, fsaiufdhsf ou algodão. Tecido muito mais fino, por isso mais caro que os outros dois.
Quanto mais fino for o tecido menos áspero e mais refinado ele é. Não é necessariamente um
lenço, quando se diz “lenço de flandres” ou “lenço bretão” etc, embora pudesse também ser.
Linho da terra a mesma situação. O mantel da terra: pode ser de vários tipos de linho bragal ou
estopa. Normalmente designa uma toalha. Fustão: tecido misto de alta qualidade de linho e
algodão. Normalmente encontrado no inventário das casas nobras de Portugal.

Seda> brocado minhoto; brocatel; cetim (raso); veludo (terciopelo), tafetá. Todos são sedas:
possuem a mesma fibra mas diferem apenas na forma como são tecidos e acabados. Brocado
minhoto: tem origem nesta região. Brocados são tecidos de seda e a partir de sua base e
depois entretecidos com fios de ouro ou metais nobres com os quais se fazem os desenhos, os
bordados. Tecidos muito nobres, presentes nas vestimentas litúrgicas, trajes sociais supremos,
cortinas etc. Cetim ou também designado raso por oposição ao veludo. O veludo tem pelo, o
cetim não. O cetim é um tecido de seda mais encorpado que o tafetá e menos encorpado que
o veludo. Em níveis de grossura temos primeiro o tercipelo (veludo), depois o cetim (raso) e
por ultimo o tafetá. Veludo é um tecido com uma superfície de pelo formado por uma teia
(base) e uma ou duas tramas (tudo o que se faz sobre essa teia). Muito utilizado para o
vestuário mas nas casas ricas era utilizado para qualquer coisa, almofadas cortinas etc, desde
que se tivesse dinheiro para comprar. Os têxteis eram muito mais caros que o mobiliário. Se na
casa tivesse uma tapeçaria claramente esta seria muito mais cara do que o mobiliário da casa.
Passamaneria: franjas, penduricalhos, fitas, qualquer tipo de adorno da peça em têxtil.

Lã: burel, feltro, manta da terra, manta de Évora, manta do Alentejo, pano de acobaça, pano
meirinho, seial. Burel pano grosseiro consumo muito corrente em Portugal por suas
características: muito quente e com preço baixo. Ao contrario do que acontece hoje: como as
pessoas não possuem mais ovelhas, não tem lã e não sabem o tecer hoje ele é um produto
muito caro e não de uso corrente. Usado em Portugal no cobertor mas também para saco. No
burel não há trabalho de tecelagem, não é tecido: é um trabalho de aglomeração. Com relação
ao feltro tem mais lã condensada. E são materiais transversais e foram produzidos na europa
toda. Feltro também é um tecido inferior, usado como cobertor listado no conjunto de roupas
de cama e usado junto com o burel. Também é usado em chapéus. Mantas da terra:
designação genérica por oposição a mantas do estrangeiro. Tecido tradicional com uma
técnica de tecelagem simples e robusto, utilizado sobretudo para cobertura de cama. Mantas
regionais: manta de Évora, manta do Alentejo. Pano de alcobaça: pano tipo burel ainda por
tosar. Pano meirinho: esse tecido é feito d elã de carneiro – meirinho. Mais fino, de qualidade
superior, fibras curtas, mais uniformes. Ontem e como é hoje: ainda hoje camisolas de lã
meirinho são o dobro do preço da camisola com lã convencional. Saial é um pano de baixa
qualidade e barato associado a roupas de monge e ao luto.

Imagem: giovanni di narodo masoreti, Milagre da Reliquia de Santo Lenbo no Campo de San
Lã. 1494 veneza.

- tapeçarias nas janelas como formas de decorar as ruas em casamentos etc. vê-se como o
têxtil doméstico é versátil e serve a tantos propóstios.

Sabemos o que tinha na época a partir de inventários: documentos, cartas de procuração,


partilhas etc. Mas tem vários problemas: não podemos olhar para ele e considerar que está
tudo lá. Nos inventários, sobretudo burgueses, o que mais há são têxteis. Frequentemente
inicia-se a lista de bens pelos têxteis, nomeadamente pelas roupas de cama. Mas quais são os
problemas: um inventário não nos diz na maioria das vezes onde estavam as peças têxteis nem
nos dias que função cumpriam, nem nos dão conta das cores nem dos motivos, dos padrões
dos tecidos. Ou na altura quando se vai fazer um inventário os têxteis já estavam guardados
em baús ou arcas: portanto um inventário é muito lacunar.

Análise do Invenário de D. Leonor de Noronha, viúva de D. Àlvaro de Atayde (1486): mais de


dois terços do inventário são têxteis. Embora fosse normal as pessoas terem poucos bens,
apenas com têxteis era possível alterar completamente a aparência e a função de um lugar:
pode torna-lo mais agradável, claro, confortável, etc.

1 Côvado (medida portuguesa) = 66 cm

Pano de armar grande, 60 covados, com a história de abrãao: tapeçaria com temas clássicos ou
religiosos. Mas não sabemos se o pano é pintado manualmente, bordado ou trançado – então
pode não ser uma tapeçaria.

Cobicama de ervagens: cobricama – algo que cobre uma cama – com um padrão de ervas,
normalmente aparece como arvoredo.

Bancal: bancal de banco é um tecido para se colocar no assento do banco. Podem ser colocado
apenas no banco ou cair pelo espaldar do banco. Não havia superfície nesta época que não
pudesse ser coberta por um pano.

Guarda-portas de arvoredo: cortina de porta, anteparo de porta. Serve para controlar entradas
de ar e de frio ou para valorizar o espaço. Com motivo decorativo de arvoredo.

Pano detrás da copa: copa é um móvel tipo um aparador, onde normalmente se coloca as
louças mais importantes. Então é um pano que emoldura as louças mais importantes sobre
este móvel.

Coxins: almofada de colchão.

Alcatifa de castelã: pode ser um tapete. Mas normalmente não é uma peça de chão, tapete
nesta época são peças de superfície ou de paredes, pois eram muito caros para serem pisados.
Cortinas velhas com suas corrediças: bem literal, cortina com suas corrediças. Geralmente
corrediça aparece como sinônimo de cortina também.

Cobertor gordelate

Cobertor de grã: grã é um corante que se extrai de um inseto e dá a cor escarlate, vermelho.
Típico do mediterrâneo.

Alcatifa pequenas

Alcatifas castelã: da região.

Casorde: arcas com painéis pintados onde se transportava tecidos que eram os dotes da moça.

Imagem: Casorde Encontro do rei Salomão com a Rainha de Nabrina (?). Paineis pintados pelos
melhores pintores de época, que também faziam afrscos etc. Geramente estes painéis
sobreviveram apartados dos baús.

Vasari Le Vite. Dello. Pintor Florentino.

Pai não podia estar presente no parto, apenas mulheres. Quando o pai estava presente, era
posicionada um pano como uma parede têxtil que separava o espaço do parto com o espaço
do pai.

Referencia: great bed of weat Albert Museum VIDEO

Passando pintura para tapeçaria: ex Rafael sacrifício de listra 1515-16 na capela sistina: a partir
de uma pintura em cartão do artista manda-se para os ofícios de artesãos que confeccionarão
a peça de modo fragmentado de acordo com sua especialidade (alguém especializado em
rosto, outro em arquitetura, etc) que depois foram costuradas em uma única peça. Uma única
tapeçaria de Rafael custa cinco vezes mais do que ganhou Michelangelo para pintar o teto da
capela sistina.

REFERENCIA CARTOES E TAPEÇARIAS RAFAEL VIDEO

Função do têxtil também de sacralizar um espaço: pousadas sobre o baldaquino cobrem


imagens religiosas. Também tem uma função prática: não precisa limpar a escultura do pós,
apenas limpa-se o tecido.

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