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UNIVERSIDADE
a FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
FACULDADE DE MATEMÁTICA
MARABÁ
2018
PABLO SOUZA DA SILVA
MARABÁ
2018
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Biblioteca II da UNIFESSPA. CAMAR, Marabá, PA
BANCA EXAMINADORA
Alguns fenômenos fı́sicos podem ser compreendidos através de modelos matemáticos, cir-
cuitos elétricos, decaimento radioativo, movimento de um projétil, que são temas abor-
dados fundamentalmente na mecânica clássica. Abordaremos nesse trabalho definições,
teoremas e conceitos da perspectiva das equações diferenciais de segunda ordem (EDO),
sobretudo homogêneas e não homogêneas, estudaremos as caracterizações de uma equação
diferencial, os possı́veis tipos e as múltiplas formas de solução para as equações em questão.
Far-se-á necessária essa abordagem, pois trataremos basicamente do sistema massa-mola
amortecido sujeito a uma força externa periódica, estudaremos o comportamento desse
sistema através de suas equações diferenciais, bem como as soluções possı́veis. Avalia-
remos alguns resultados através de um estudo gráfico-comparativo das soluções de uma
EDO homogênea, que representa um oscilador harmônico amortecido, e outra não ho-
mogênea, que descreve um oscilador harmônico amortecido forçado, trataremos o mesmo
problema não homogêneo através das condições iniciais fazendo uso da transformada de
Laplace.
Palavras-chave: Equações diferenciais de segunda ordem. Osciladores harmônicos. Sis-
temas transientes.
ABSTRACT
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2 Equações diferenciais de segunda ordem . . . . . . . . . . . . . . 12
2.1 Equações lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.2 Equações homogêneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.2.1 Coeficientes constantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.2.1.1 Raı́zes distintas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2.1.2 Raı́zes iguais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2.1.3 Raı́zes complexas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.2.2 Oscilador harmônico simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.2.3 Oscilador harmônico amortecido . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2.3.1 Raı́zes iguais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2.3.2 Raı́zes distintas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.2.3.3 Raı́zes complexas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3 Equações não homogêneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3.1 Coeficientes constantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3.1.1 Método de determinação dos coeficientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.4 Oscilador harmônico amortecido forçado . . . . . . . . . . . . . 28
3 Transformada de Laplace e o oscilador harmônico . . . . . . . . 31
3.1 Problemas de valor inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.2 Oscilador harmônico amortecido forçado: Um problema de va-
lor inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Apêndice A – Existência e Unicidade . . . . . . . . . . . . . . . 40
10
1 Introdução
alguns acreditam que Newton publicou primeiro, mas que Leibniz já havia desenvolvido
essas definições de forma bem mais avançadas antes mesmo que Newton. Pouco depois
desses acontecimentos foi o momento dos Bernoulli, em 1694, que resolveram a equação
diferencial homogênea pelo método de Leibniz conhecido por separação de variáveis. Os
irmãos Bernoulli continuaram em suas contribuições para a ciência.
Logo surgiram algumas equações mais simples que podiam descrever alguns
fenômenos, como a lei de resfriamento. Mas foi com Joseph-Louis, Conde de Lagrange
(1736-1813) que iniciou estudos de sistemas de equações diferenciais que dependiam de
mais de uma variável e assim trouxe o conceito de coordenadas generalizadas para os
estudos das equações diferenciais.
Inicialmente inferimos sobre o terremoto Tohoku, esse causou grandes danos
à região, essa mesma que como forma preventiva elabora pesquisas e ações para ame-
nizar os efeitos destrutivos das ações da natureza. Com o estudo das oscilações em
Equações Diferenciais, elaboraram modelos capazes de subsidiarem informações para cons-
truções adaptadas a grandes vibrações. Essas elaborações foram responsáveis pela sobre-
vivência de diversos civis, pois grande parte dos prédios apenas sofreram danos moderados,
pouquı́ssimos foram destruı́dos por completo por conta de sua estrutura adaptada para
esse tipo de fenômeno.
Estudos meteorológicos também buscam avanços na previsão de tempestades
como forma impedir ou reduzir os danos sociais, as Equações Diferenciais são fundamentais
nesse avanço. Outras implicações das equações são na Economia, como os estudos de
mercado, juros e crescimento populacional.
Nesse trabalho haverá dois principais capı́tulos, no segundo capı́tulo, discutire-
mos as equações diferenciais de segunda ordem homogêneas, ainda nessa sessão, trazemos
as técnicas de solução de equações diferenciais com coeficientes constantes e daremos con-
tinuidade resolvendo o problema da mecânica clássica, o oscilador harmônico simples com
amortecimento e sem amortecimento.
Ainda no capitulo dois trataremos das equações diferenciais não homogêneas
e finalizaremos resolvendo o problema do oscilador harmônico amortecido forçado. No
capı́tulo três faremos um estudo das definições e dos teoremas da transformada de Laplace
e ainda estudaremos um problema de valor inicial do oscilador forçado.
12
Equações são expressões que apresentam uma ou mais incógnitas, elas po-
dem descrever modelos e comportamentos, as Equações Diferenciais Ordinárias (EDO)
não são diferentes, embora apresentem peculiaridades em suas resoluções, apresentam
também incógnitas, que nesse caso serão “famı́lias”de curvas. Quando a expressão apre-
senta apenas variáveis independentes de apenas uma variável, podemos chama-lá de EDO,
não obstante, podemos chama-las de Equações Diferenciais Parciais quando elas apresen-
tarem mais de uma variáveis independentes distintas. As EDO de segunda ordem são
equações do tipo:
y 00 (t) = f (t, y(t), y 0 (t))
d2 y dy
(1 − x2 ) − 2x + α(α + 1)y = 0
dt2 dt
Equação de Legendre de ordem α
x2 y 00 + x0 y 0 + (x2 − µ2 )y = 0
d2 y dy
m 2
+ λ + ky = 0
dt dt
∂ 2φ ∂ 2φ ∂ 2φ
+ 2 + 2 =0
dx2 dy dz
Equação de Laplace
para p(t),q(t) e r(t) funções contı́nuas em um intervalo aberto I contendo t0 tem uma
única solução nesse intervalo.
A demonstração desse teorema consta em SANTOS (2011) e no Apêndice A
desse trabalho. Nesse trabalho trataremos de forma especı́fica das equações lineares,
mas temos também as Equações Diferenciais não Lineares, essas apresentam maiores
particularidades em suas resoluções, alguma não podem ser resolvidas apenas analisadas
de forma qualitativa ou através de métodos numéricos. Em BOYCE (2000) há um capı́tulo
dedicado a esse tipo de equação, que são definidas não lineares por não apresentarem
os mesmos pontos de estabilidades em uma vizinhança admitida nos seus problemas de
valores iniciais.
Teremos uma equação homogênea quando o termo r(t) da equação (1) for
identicamente a zero (r(t) ≡ 0) na forma
e
y200 (t) + p(t)y20 (t) + q(t)y2 (t) = 0 (4)
pois y1 (t) e y2 (t) são soluções da equação diferencial. Mostremos que Y (t) também é
14
solução, então
Y (t) = c1 y1 (t) + c2 y2 (t) (5)
então
Y 00 + p(t)Y 0 + q(t)Y = 0
c1 y100 (t) + c2 y200 (t) + p(t)(c1 y10 (t) + c2 y20 (t)) + q(t)(c1 y1 (t) + c2 y2 (t)) = 0
c1 [y100 (t) + p(t)y10 (t) + q(t)y1 (t)] + c2 [y200 (t) + p(t)y20 (t) + q(t)y2 (t)] = 0
c1 .(0) + c2 .(0) = 0
Teorema 2.3 Se y1 (t) e y2 (t) forem soluções da equação homogênea y 00 +p(t)y 0 +q(t)y = 0
em um intervalo α < t < β e
então
Y (t) = c1 y1 (t) + c2 y2 (t)
com a 6= 0
Vamos propor que a função y(t) = eλt é solução da equação diferencial, então
eλt [aλ2 + bλ + c] = 0
aλ2 + bλ + c = 0 (9)
Exemplo:
y 00 + 5y 0 + 6y = 0
λ2 + 5λ + 6 = 0
observamos que o wronskiano é igual a zero, o que faz ser impossı́vel formarmos uma
combinação linear com as soluções da equação.
Então, busquemos uma segunda solução no tipo y(t) = u(t)eλt , em que λ = −b
2a
para a equação (??), tendo
aeλt (u00 (t) + u0 (t)λ + u0 (t)λ + u(t)λ2 ) + beλt (u0 (t) + u(t)λ) + ceλt u(t) = 0
essa ultima expressão pode ser satisfeita, pois a única solução para (2λa+b) e (aλ2 +bλ+c)
−b
é λ = , ficamos então com
2a
du
=h
dt
ou ainda
dh d2 u
= 2 =0
dt dt
então
h(t) = c
que implica em
du
=c
dt
17
tal que k é constante de integração. Lembrando que estávamos procurando uma solução
nessa forma y(t) = u(t)eλt , então ficamos com a seguinte solução
ou
y(t) = cteλt + keλt
Exemplo:
y 00 − 2y 0 + y = 0
λ2 − 2λ + 1 = 0
Y (t) = c1 et + c2 tet
Exemplo:
y 00 + 4y = 0
λ2 + 4 = 0
m
k
l
Fonte: Arquivo pessoal criado pelo Corew Draw
mos que o peso está em uma superfı́cie ideal, o que propicia a oscilação de nosso interesse,
também consideremos que a mola está fixa em uma extremidade e sua massa é desprezı́vel.
Note que ` é a posição de equilı́brio da massa, portanto, quando realizada uma deformação
na mola, a força agindo na massa será de sentido contrário (negativa) à deformação,a ten-
dencia do movimento é para a posição inicial da massa na qual a mola tem comprimento
`. Pela lei de Hooke temos que a força é igual a variação negativa do deslocamento da
19
F = −k(x − l) (12)
Sabendo que
F = ma
ou ainda
d2 x
F =m 2 (13)
dt
de (12) ficamos com
d2 x
m + k(x − l) = 0
dt2
fazendo a mudança de variável para X = x − l, ficamos com
d2 X
m + kX = 0
dt2
d2 X k
2
+ X=0
dt m
k
definindo a constante w02 = e reescrevendo a equação anterior, temos
m
d2 X
2
+ w02 X = 0 (14)
dt
note que a equação (14) trata-se de equação diferencial homogênea com coeficientes cons-
tantes que trabalhamos na sessão (2.2.1). Para encontrar a solução desta equação, faremos
uso da solução do tipo exponencial
X(t) = eλt
que tem como soluções λ1 = i0 e λ2 = −i0 , portanto da sessão (2.2), temos a seguinte
solução geral,
(−iw )t
X(t) = c1 e(iw0 )t + c2 0
Notemos que essa solução possui parte real e imaginária, como o problema
trata de um sistema real, com soluções reais que dependem do tempo, não há necessidade
de considerarmos a parte imaginária, por isso, podemos fazer a seguinte manipulação
trigonométrica, chamando as contantes (c1 + c2 ) = a1 e i(c1 − c2 ) = a2 para uma solução
mais satisfatória, ficamos com
em outros termos
X(t) = Acos(w0 t − φ)
→
− dx
f atrito = −C (16)
dt
o termo amortecido se dá, pois o efeito dissipativo faz que a oscilação tenda a estacionar.
-k(x-l)i
f =-yv
atrito
m
k
l
Fonte: Arquivo pessoal criado pelo Corew Draw
A partir da figura (2), notemos que as forças que atuam no corpo são a força
da mola e a força de atrito dissipativa, dessas informações elaboramos um modelo ma-
temático. Note que a força de atrito faz que a massa perca energia de oscilação de forma
21
contı́nua até que sua velocidade seja nula. Fazendo a resultante das forças teremos
→
− →
− →
−
F = f atrito + f mola
d2 x dx
m 2
= −C − k(x − l)
dt dt
dividindo toda a equação por m, temos
d2 x C dx k
2
=− − (x − l)
dt m dt m
ou então
d2 x C dx k
2
+ + (x − l) = 0
dt m dt m
podemos definir X = x − l, assim
d2 X C dX k
+ + X=0
dt2 m dt m
k C
definimos algumas constantes como, w02 = e = 2b e assim ficamos com
m m
d2 X dX
2
+ 2b + w02 X = 0 (17)
dt dt
que se trata de uma equação com coeficientes constantes, sua equação caracterı́stica é
λ2 + 2bλ + w02 = 0
lembremos que, dada a condição para soluções iguais, temos b2 = w02 , portanto a equação
solução fica
2
X(t) = e−w0 t (c1 + c2 t)
22
2
x(t) = e−w0 t (c1 + c2 t) + l
Sendo assim, podemos escrever a solução geral de (10) através de uma da soma da
solução da EDO homogênea correspondente com uma solução particular da equação não
homogênea yp (t).
Demonstração 2 Sabendo que y(t) é solução geral da EDO homogênea correspondente
e yp (t) é solução da equação diferencial não homogênea, então mostremos que Y (t) =
y(t) − yp (t) é solução da equação (2).
y 00 + p(t)y 0 + q(t)y = 0
ficamos com
y 00 (t) − yp00 (t)00 + p(t)y 0 (t) − p(t)yp0 (t) + q(t)y(t) − q(t)yp (t) = 0
[y 00 (t) + p(t)y 0 (t) + q(t)y(t)] − [yp00 (t)00 + p(t)yp0 (t) + q(t)yp (t)] = 0
assim mostramos que Y (t) = y(t)−yp (t) é solução da equação (2) e recorrendo ao teorema
(2.3) sabemos que Y (t) = c1 y1 (t) + c2 y2 (t), então
ou então
y(t) = c1 y1 (t) + c2 y2 (t) + yp (t) (19)
(1)
Teorema 2.5 (Princı́pio da superposição para equações não homogêneas) Seja yp (t)
25
(2)
solução da equação y 00 +p(t)y 0 +q(t)y = r1 (t) e yp (t) é solução de y 00 +p(t)y 0 +q(t)y = r2 (t)
então
yp (t) = yp(1) (t) + yp(2) (t)
yp(1) (t)00 + yp(2) (t)00 + p(t)yp(1) (t)0 + p(t)yp(2) (t)0 + q(t)yp(1) (t) + q(t)yp(2) (t) = r1 (t) + r2 (t)
[yp(1) (t)00 + p(t)yp(1) (t)0 + q(t)yp(1) (t)] + [yp(2) (t)00 + p(t)yp(2) (t)0 + q(t)yp(2) (t)] = r1 (t) + r2 (t)
em que φ é o menor inteiro não negativos que garanta que nenhuma parcela de yp
seja solução da equação homogênea correspondente.
b. r(x) = (a0 +a1 t...+an tn )eαt de forma que a0 , a1 , a2 , ..., an , α ∈ R, para esse caso deverá
se buscar uma solução particular nessa forma
em que φ é o menor inteiro não negativos que garanta que nenhuma parcela de yp
seja solução da equação homogênea correspondente.
c. r(x) = (a0 + a1 t... + an tn )eαt cosβt ou r(x) = (a0 + a1 t... + an tn )eαt senβt de forma que
a0 , a1 , a2 , ..., an , β, α ∈ R, para esse caso deverá se buscar uma solução particular
26
nessa forma
em que φ é o menor inteiro não negativos que garanta que nenhuma parcela de yp
seja solução da equação homogênea correspondente.
Exemplo para o tipo a:
y 00 + 5y 0 + 6y = 3t
agora nos resta encontrar uma solução particular para r(t) que é um polinômio de grau
um, logo observamos que a solução particular é do tipo a
0 + 5a1 + 6(a0 + a1 t) = 3t
1
a1 =
2
e
5
a0 = −
12
portanto nossa solução particular fica na seguinte forma
yp (t) = a0 + a1 t
5 t
yp (t) = − +
12 2
adicionando essa parcela na solução geral da equação homogênea correspondente, ficamos
com
5 t
y(t) = c1 e−2t + c2 e−3t − +
12 2
27
y 00 + 5y 0 + 6y = te−5t
vemos que r(t) é uma função produto que uma delas é polinomial e a outra uma expo-
nencial, o que faz dessa uma função do tipo b. Sua solução geral da homogênea associada
é
y(t) = c1 e−2t + c2 e−3t
tomemos φ = 0, pois não teremos solução semelhante às da homogênea associada, então
portanto
1
a1 =
6
e
5
a0 =
36
a solução particular fica
t 5
yp (t) = e−5t + e−5t
6 36
somando a solução geral da homogênea associada, concluı́mos da seguinte forma
t 5
y(t) = c1 e−2t + c2 e−3t + e−5t + e−5t
6 36
agora encontremos a solução particular do tipo a e c (pois é uma soma de tuas parcelas
que se caracterizam um como uma função trigonométrica e outra como uma polinomial)
para r(t) = 2sen2t + t
yp (x) = tφ (a0 + a1 t... + an tn ) + tφ [(b0 + b1 t... + bn tn )eαt cosβt + (a0 + a1 t... + an tn )eα tsenβt])
agora precisamos propor um valor para φ de forma que os valores obtidos não coincidam
com os valores da solução homogênea, notemos que se tomarmos φ = 0 na solução par-
ticular do tipo c, teremos combinações lineares de senos e cossenos e coincidirı́amos com
nossas soluções da equação associada, portanto tomemos φ = 1 e para a solução do tipo
a, tomemos φ = 0, pois não temos funções polinomiais na solução da homogênea, assim
yp00 (x) = −4b0 sen2t − 4b0 tcos2t + 4a0 cos2t − 4a0 tsen2t
−4b0 sen2t−4b0 tcos2t+4a0 cos2t−4a0 tsin2t+4(q0 +q1 t+b0 tcos2t+a0 tsen2t) = 2sen2t+t
−4b0 = 2
4q1 = 1
a0 = q 0 = 0
t t
yp (x) = − cos2t
4 2
d2 X dX
2
+ 2b + w02 X = 0
dt dt
agora, implementemos a força externa que atua sobre o oscilador, nessa forma
Fext = F cos(ω1 t)
d2 X dX
2
+ 2b + w02 X = F cos(ω1 t) (20)
dt dt
Já sabemos a solução homogênea dessa equação, são as três possı́veis discutidas
na sessão (2.2.1). Na sessão (2.3) estudamos a resolução de equações não homogêneas,
caracterizamos ela como do tipo c. Assim temos uma solução particular na forma
ou ainda
[A(ω02 − ω12 ) − 2bω1 B]sen(ω1 t) + [B(ω02 − ω12 ) + 2bω1 A]cos(ω1 t)] = F cos(ω1 t)
2bω1 F
A= (24)
4b2 ω12 + (ω02 − ω12 )2
substituindo (17) em (16), ficamos com
F (ω02 − ω12 )
B= (25)
4b2 ω12 + (ω02 − ω12 )2
agora que temos os valores dessas duas constantes, voltemos à nossa solução particular
obtendo essa expressão, notamos que alguns termos são apenas constantes, portanto, para
melhor comodidade nas interpretações das soluções, façamos as seguintes manipulações
algébricas definindo os seguinte valores
(ω02 − ω12 )
cosθ = p
4b2 ω12 + (ω02 − ω12 )2
2bω1
senθ = p
4b2 ω12 + (ω02 − ω12 )2
agora usemos essas duas expressões na equação (19), reescrevemos como
F
Xp (t) = p [senθsen(ω1 t) + cosθcos(ω1 t)]
4b2 ω12 + (ω02 − ω12 )2
31
F
Xp (t) = p cos(ω1 t − θ) (27)
4b ω1 + (ω02 − ω12 )2
2 2
do teorema (2.4) sabemos que somamos essa solução particular à solução homogênea
associada e teremos a solução geral da equação diferencial na foma
Figura 6 – Gráfico do oscilador harmônico amortecido supercrı́tico forçado dado por x(t)
Lembremos de nossa força externa associada ao oscilador, era dada por uma
função cosseno Fext = F cos(ω1 t), notemos que quanto maior de o valor de t, mais o
gráfico se parece com o gráfico da força externa que associamos ao sistema que é uma
função cosseno. O mesmo acontece com o oscilador crı́tico na figura (7). E não é diferente
com o oscilado subcrı́tico na figura (8).
Figura 7 – Gráfico do oscilador harmônico amortecido crı́tico forçado dado por x(t)
Figura 8 – Gráfico do oscilador harmônico amortecido subcrı́tico forçado dado por x(t)
Dizemos que a L{F (t)} existe se a integral (22) converge para algum valos de
s, caso contrário L{F (t)} não existe. Se uma função que depende de t é indicada por
uma letra maiúscula f (t), g(t), h(t),etc., a transformada de Laplace da função é denotada
por letra minúscula que dependem de s, respectivamente, F (s), G(s), H(s),etc.
Podemos fazer uso da transformada de Laplace para resolver problemas de
valor inicial dado por
ay 00 + by 0 + cy = f (t)
Z ∞ Z ∞
−st
L{αf + βg}(t) = α e L{f }(t)dt + β e−st L{g}(t))dt
0 0
para t > 0.
Chamamos por funções admissı́veis as funções seccionalmente contı́nuas que
satisfazem a propriedade anterior. Se duas funções admissı́veis tem a mesma transformada
de Laplace então as mesmas são iguais, com as restrições das descontinuidades.
Teorema 3.2 (Teorema de Deslocamento) Seja a uma constante. Se a transfor-
34
Teorema 3.3 (Injetividade) Dadas duas funções f (t) e g(t) ambas admissı́veis se
L{f (s)} = L{g(s)}
para s > a, então
f (t) = g(t)
Z ∞
0 −st
L{f (s)} = e f (t)|∞
0 − (−s) e−st f (t)dt
0
0
L{f (s)} = −f (0) + sF (s)
Z ∞
00 −st 0
L{f (s)} = e f (t)|∞
0 − (−s) e−st f 0 (t)dt
0
Já solucionamos esse problema na sessão (2.4), agora nos propomos através
da transformada de Laplace resolver um caso particular do oscilar amortecido forçado.
Sabendo pelo teorema de existência e unicidade, dado as condições iniciais do sistema,
obtemos uma única solução para o oscilador. Considere X(0) = 0, X 0 (0) = 0 e a equação
(20)
d2 X dX
2
+ 2b + w02 X = Fext
dt dt
de forma que b = 3, w0 = 4 e a força externa seja 32sen2t, e então temos a equação
d2 X dX
2
+6 + 16X = 32sen2t
dt dt
Aplicando a transformada de Laplace no problema, pela propriedade de line-
aridade, segue que
64
s2 x(s) + 6sx(s) + 16x(s) =
s2 + 4
64
x(s)(s2 + 6s + 16) =
s2+4
64
x(s) =
(s2 + 4)(s2 + 6s + 16)
Agora nos basta encontrar a transformada de Laplace inversa do problema e encontramos
a solução para a equação, consultemos MORAIS (2013), na seguinte forma
64
x(s) =
(s2 + 4)(s2 + 6s + 16)
1
X(t) = L− {x(s)} = 64L−
(s2 + 4)(s2 + 6s + 16)
Podemos usar a soma de frações parciais para manipular o segundo membro da equação,
e assim obter a soma de duas frações, dessa forma
64 As + B Cs + D
= 2 + 2
(s2 2
+ 4)(s + 6s + 16) s +4 s + 6s + 16
4 8 4 16
As soluções são, A = − , B = , C = e D = , e assim as frações parciais ficam
3 3 3 3
4 8 4 16
64 − s + s +
2 2
= 32 3 − 3
2
3
(s + 4)(s + 6s + 16) s +4 s + 6s + 16
e então
√
64 4 s 4 2 4 s+3 4 7
2 2
=− + 2 + + √
(s + 4)(s + 6s + 16) 3 (s + 4) 3 s + 4 3 (s + 3) + 7 3 7 (s + 3)2 + 7
2 2
37
64 4 s
X(t) = L− { } = L− {− +
(s2 2
+ 4)(s + 6s + 16) 2
3 (s + 4)
√
4 2 4 s+3 4 7
+ + √ }
3 s + 4 3 (s + 3) + 7 3 7 (s + 3)2 + 7
2 2
64 4 4 4 −3t √ 4 −3t √
L− { } = − cos2t + sen2t + e cos 7t + √ e sen 7t
(s2 + 4)(s2 + 6s + 16) 3 3 3 3 7
portanto
4 4 4 √ 4 √
X(t) = − cos2t + sen2t + e−3t cos 7t + √ e−3t sen 7t
3 3 3 3 7
38
4 Considerações finais
Referências
BASSALO, José Maria Filiardo. Fı́sica Matemática. São Paulo: Livraria da Fı́sica:
Casa Editorial Maluhy, 2010.
∂f
se f (t, y) e são contı́nuas no retângulo
∂y
contendo (t0 , y0 ), então o problema (29) tem uma única solução em um intervalo
contendo t0 .
Como f (t, y) é contı́nua no retângulo R, existe uma constante positiva b tal que
Assim
|y1 (t) − y0 | ≤ b|t − t0 |, para α < t < β.
∂f
Como é contı́nua no retângulo R, existe uma constante positiva a, tal que
∂y
|f (t, y) − f (t, z)| ≤ a|y − z|, para α < t < β e δ < y, z < y.
Assim
Z t
|y2 (t) − y1 (t)| ≤ |f (s, y1 (s)) − f (s, y0 (s))|ds
t0
Z t Z t
|t − t0 |2
≤a |y1 (s) − y0 |ds ≤ ab |s − t0 |ds = ab
t0 t0 2
41
e
Z t
|y3 (t) − y2 (t)| ≤ |f (s, y2 (s)) − f (s, y1 (s))|ds
t0
Z t t
|s − t0 |2 |t − t0 |3
Z
2
≤a |y2 (s) − y1 (s)|ds ≤ a b ds = a2 b
t0 t0 2 6
|t − t0 |n−1
|yn−1 (t) − yn−2 (t)| ≤ an−2 b
(n − 1)!
Então
Z t
|yn (t) − yn−1 (t)| ≤ |f (s, yn−1 (s)) − f (s, yn−2 (s))|ds
t0
Z t
≤a |yn−1 (s) − yn−2 (s)|ds
t0
Z t
|s − t0 |n−1 |t − t0 |n
≤a an−2 b ds = an−1 b (30)
t0 (n − 1)! n!
Estas desigualdades são válidas para α ≤ α0 < t < β 0 ≤ β em que α0 e β 0 são tais que
δ < yn (t) < γ sempre que α0 < t < β 0 . Segue-se de (2) que
∞ ∞
X X an−1 (β − α)n
|yn (t) − yn−1 (t)| ≤ b
n=1 n=1
n!
Como m m
X X ak−1 (β − α)k
|ym (t) − yn (t)| ≤ |yk (t) − yk−1 (t)| ≤ b
k=n+1 k=n+1
k!
Logo dado um > 0, para n suficientemente grande, |y(t) − yn (t)| < , para α0 < t < β 0 .
3
Daı́, segue-se que y(t) é contı́nua, pois dado > 0 para s suficientemente próximo de t,
temos que |yn (t) − yn (s)| < e para n suficientemente grande |y(t) − yn (t)| < e
3 3
|y(s) − yn (s)| < , o que implica que
3
|y(t) − y(s)| ≤ |y(t) − yn (t)| + |yn (t) − yn (s)| + |yn (s) − y(s)| <
Z t Z t
= y0 + f (s, lim yn−1 (s))ds = f (s, y(s))ds
t0 n−→∞ t0
Derivando em relação a t esta equação, vemos que y(t) é solução do problema de valor
inicial. Agora, suponhamos que y(t) e z(t) sejam soluções do problema de valor inicial.
Seja Z t
u(t) = |y(s) − z(s)|ds
t0
Assim, como
Z t Z t Z t Z t
0 0
y(t) = y (s)ds = f (s, y(s))ds, z(t) = z (s)ds = f (s, z(s))ds
t0 t0 t0 t0
43
então
Z t Z t
0 0 0
u (t) = |y(t) − z(t)| ≤ |y (s) − z (s)|ds = |f (s, y(s)) − f (s, z(s))|ds
t0 t0
Z t
≤a |y(s) − z(s)|ds
t0
ou seja,
u0 (t) ≤ au(t)
d −at
(e u(t)) ≤ 0, com u(t0 ) = 0
dt
Isto implica que e−at u(t) = 0, sabendo que u(t) ≥ 0 e portanto que u(t) = 0, para todo t.
Assim y(t) = z(t), para todo t.
Suponha que aij (t), fi (t) sejam as funções contı́nuas num intervalo I = [a, b] contendo
t0 . Então o problema (32) tem uma única solução no intervalo I.
(1) (0)
|xi − xi | ≤ N, para i = 1, 2, ...n e t ∈ I
44
Então
n
Z tX
(2) (1)
|xi (t) − xi (t)| ≤ |aij (s)||x1j (s) − x0j |ds
t0 j=1
n
Z tX
(1) (0)
≤M |xj (s) − xj |ds ≤ nM N (t − t0 )
t0 j=1
n
Z tX
(3) (2) (1)
|xi (t) − xi (t)| ≤ |aij (s)||x2j (s) − xj (s)|ds
t0 j=1
n
Z tX n Z
X t
(2) (1) 2
≤M |xj (s) − xj (s)|ds ≤ nM N |s − t0 |ds
t0 j=1 j=1 t0
|t − t0 |2
≤ n2 M 2 N
2
Por indução
n
Z tX
(k+1) (k) (k−1)
|xi (t) − xi (t)| ≤ |aij (s)||xkj (s) − xj (s)|ds
t0 j=1
n
Z tX n Z t
(k) (k−1)
X |s − t0 |k−1
≤M |xj (s) − xj (s)|ds ≤M nk−1 M k−1 N ds
t0 j=1 j=1 t0 (k − 1)!
|t − t0 |k
≤ nk M k N
k!
(k)
Usando o argumento de que xi (t) é uma sequencia convergente. Seja
(k)
xi (t) = lim xi (t)
k→∞
Assim
Z t Xn
(k) (0) (k−1)
xi (t) = lim xi (t) = xi + lim ( aij (s)xj (s) + fi (s))ds =
k→∞ k→∞ t0 j=1
Z n
t X Z t Xn
(0) (k−1) (0)
= xi + ( aij (s) lim xj (s) + fi (s))ds = xi + ( aij (s)xj (s) + fi (s))ds
t0 k→∞ t0
j=1 j=1
Derivando em relação a t esta equação vemos que xi (t) é solução do problemas de valor
45
inicial. Agora mostremos a unicidade, para isso, seja X(t) e Y (t) duas soluções do
problemas de valor inicial (32). Então
é solução do problema de valor inicial (32) com X (0) = 0 e F (t) = 0. Assim temos que
mostrar que Z(t) = 0, para todo t.
Rt
Seja u(t) = t0 (|z1 (s)| + ... + |zn (s)|)ds. Como
Z t Z t
z1 (t) = z10 (s)ds, ..., zn (t) = zn0 (s),
t0 t0
para t ∈ I, ou seja,
u0 (t) ≤ nM u(t).
d −nM t
(e u(t)) ≤ 0, com u(t0 ) = 0.
dt
para p(t), q(t) e r(t) funções contı́nuas em um intervalo aberto I contendo t0 tem uma
única solução nesse intervalo.
em que
0 1 x (t) 0 y
1 0
A(t) = , X(t) = F (t) = e X (0) = 0 .
−q(t) −p(t) x2 (t) f (t) y0 (t)