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6. O autor destaca a criação de um “clima de cordialidade com os tupiniquins, alguns dos quais
foram convidados a tomar refeições e a pernoitar nas naus”.
8. Os primeiros “moradores” do que viria a ser o Brasil foram dois desertores (grumetes) e dois
degredados. O primeiro nome recebido foi “Terra de Santa Cruz”.
10. O traçado da costa brasileira foi propositadamente alterado de modo a fazer com que os
espanhóis não tivessem conhecimento da área “achada”.
11. D. Manuel I arrendou a Terra de Santa Cruz a uma associação de mercadores. O contrato
tinha uma duração prevista de três anos. Concedia o monopólio da exploração do território à
sociedade encabeçada por Fernão de Loronha e vedava a importação do Oriente da variedade
asiática do pau-brasil.
13. Logo nos anos posteriores ao “achamento”, optou-se pela criação de feitorias para facilitar
o comércio de pau-brasil. Para tanto, era necessária a colaboração dos indígenas.
14. O termo “Brasil” é usado pela primeira vez em 1512. A substituição do nome “Terra de
Santa Cruz” por Brasil, “pau que tinge panos”, seria duramente criticada, na segunda metade
do século XVI, por João de Barros e por Pero de Magalhães de Gândavo, atribuindo-a a obra do
demônio.
14. Desvendado o segredo de que o reino vizinho tinha direito a uma parcela das terras
“achadas”, d. Manuel apressou-se a mandar publicar os dados cartográficos relativos a elas de
forma a poder invocar, nas inevitáveis negociações que se seguiriam sobre a definição dos
respectivos limites, os direitos de Portugal aos territórios situados entre Cananéia e o rio da
Prata, baseados na prioridade do descobrimento.
15. Numa primeira fase (1500-1530), o relacionamento entre portugueses e indígenas limitou-
se à prática do escambo, à criação de feitorias, à fixação de um escasso número de “lançados”
no Brasil, e às pouco frutuosas tentativas de missionação empreendidas por franciscanos.
16. Em face da resistência dos índios em permitir a fixação de portugueses no seu território, D.
João III se vale de três modelos para garantir a colonização do Brasil.
17. Primeiro modelo: exclusividade régia (1530-1533). Logo ficou claro que a Coroa não
possuía os recursos necessários, até porque a colonização do Brasil não era assunto prioritário.
18. Segundo modelo: exclusividade particular (1534-1548). Também não logrou êxito, por
causa da difícil fiscalização e das elevadas exigências materiais e humanas, das quais os
particulares não tinham condições.
19. Terceiro modelo: modelo misto: articulava um forte empenhamento militar, econômico e
judicial da coroa com a manutenção das capitanias-donatárias, embora expropriando os seus
titulares de muitas das competências inicialmente concedidas. Adotou-se, por conseguinte, um
modelo misto que mantinha as capitanias-donatárias, embora reduzindo substancialmente as
suas atribuições iniciais, articulava-as com o funcionamento de órgãos da administração régia
estabelecidos na Província de Santa Cruz e, em vários domínios (militar, judicial e fiscal),
submetia-as à inspeção de representantes diretamente nomeados pelo rei instalados no
próprio território.
20. A adoção do terceiro modelo, que conjugava recursos régios e particulares, consolidava a
presença lusitana no Brasil, defendendo-a, simultaneamente, de ataques internos e externos
tendo permitido alcançar progressos significativos na ocupação da terra brasílica, resistir
vitoriosamente às investidas francesas, fomentar o crescimento econômico e aperfeiçoar o
funcionamento das instituições.
a) escolha da Bahia – região central na época quinhentista – para sede do governo geral,
funcionando, segundo as palavras de um franciscano seiscentista, como o “coração no meio do
corpo, donde todas se socorressem e fossem governadas”;
b) na fundação de São Paulo, base estabelecida no planalto de Piratininga que constituía uma
cunha para a penetração na região platina; e
c) criação de São Sebastião do Janeiro, cidade que assegurava o domínio efetivo da baía da
Guanabara, essencial, por um lado, para manter a ligação entre as capitanias do Norte e do Sul
e, por outro, através do sertão, com São Paulo, reforçando, desse modo, a segurança de
ambas as povoações.
26. A opção pela agricultura de exportação, única que permitia integrar o Brasil na economia-
mundo, originou uma estrutura fundiária caracterizada pela grande propriedade e pelo recurso
intensivo a mão-de-obra escrava, primeiramente formada por indígenas que foram sendo, a
partir de meados do século XVI, gradualmente substituídos por cativos africanos.
27. Esse tipo de estrutura econômica gerou uma formação social dominada por um restrito
número de membros (os senhores de engenho) em que a massa da população era constituída
por escravos, verificando-se a existência de um setor intermédio pouco numeroso (lavradores,
mercadores e artesãos).
28. A recepção do mito ameríndio da “Ilha Brasil” – que encontra claro acolhimento na
cartografia lusa a partir de meados de Quinhentos – insere-se na estratégia portuguesa de
desenvolver a teoria de que a Província de Santa Cruz seria uma ilha “rodeada pelo oceano e
por dois grandes rios [o Amazonas e o Prata], unidos por um lago”. Tratava-se de utilizar um
argumento geográfico para burlar o Tratado de Tordesilhas.
31. Os laços matrimoniais entre portugueses e mulheres índias contribuíram para que os
primeiros adotassem muitos hábitos tupis (na alimentação, no mobiliário doméstico, nas
formas de sociabilidade, etc.), provocando, assim, informalmente, a aculturação dos colonos.
33. A partir da segunda metade de Quinhentos, o processo de aculturação foi enriquecido com
o elemento africano, iniciando-se, então, a gradual simbiose entre as componentes euro-afro-
americana que viria a moldar biológica e culturalmente a formação da sociedade brasileira.
35. Verificou-se a rápida adoção pelos índios da tecnologia europeia nos mais variados
domínios, da caça e pesca à construção de habitações e à guerra.
38. As mulheres portuguesas preparavam diversas especialidades culinárias com base nos
derivados da mandioca, como os beijus, bolos semelhantes a filhós, feitos com farinha e
condimentados com leite de coco, açúcar e bordados de canela e, a partir da tapioca (fécula
alimentícia da mandioca), a “tapioca-molhada” ou “tapioca-de-coco”.
39. Os cruzamentos étnicos de portugueses com ameríndias e negras, bem como entre as
diversas variantes possíveis, contribuíram para criar uma sociedade fortemente miscigenada,
do ponto de vista biológico, na qual os intercâmbios linguísticos, religiosos, técnicos, botânicos
e zoológicos geraram uma cultura portadora de uma profunda originalidade.