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"Pessoas dizem: "Um dia nós iremos olhar tudo isso e rir". Eu digo: Por que
esperar?"
Fran Salomon
INTRODUÇÃO
O título já nos dá uma boa dica sobre o tema principal do texto e, durante a leitura,
tiramos a prova de que ele realmente gira em torno da confiança (com ênfase na
desconfiança e no que ela pode acarretar). Sempre sugiro que o candidato destaque
o que entender como fundamental para a compreensão/interpretação: o tema, as
ideias principais, verbos, conectivos. Vamos destacar juntos?
Confiar e desconfiar
Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto a
cautela como a usura. Mas eu acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa
demais.A desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da
iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe? −
uma experiência essencial.
Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a prudência nos imobilize; por
cautela, calamo-nos, não damos o passo, desviamos o olhar. Depois, ficamos
ruminando sobre o que teremos perdido, por não ousar.
O senso comum também diz que é melhor nos arrependermos do que fizemos do
que lamentarmos o que deixamos de fazer. Como se vê, a sabedoria popular
também hesita, e se contradiz. Mas nesse capítulo da desconfiança eu arrisco: quando
confiar é mais perigoso e mais difícil, parece-me valer a pena. Falo daconfiança
marcada pela positividade, pela esperança, pelo crédito, não pela mera
credulidade. Mesmo quando o confiante se vê malogrado, a confiança terá valido o
tempo que durou, a qualidade da aposta que perdeu. O desconfiado pode até contar
vantagem, cantando alto: − Eu não falei? Mas ao dizer isso, com os pés chumbados no
chão da cautela temerosa, o desconfiado lembra apenas a estátua do navegante que
foi ao mar e voltou consagrado. As estátuas, como se sabe, não viajam nunca, apenas
podem celebrar os grandes e ousados descobridores.
“Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Não gosto dessa
orientação conciliatória, que manda ganhar abraçando ambas as opções. Confie,
quando for esse o verdadeiro e radical desafio.
B) Reduzir
Enquanto alguns candidatos “viajam”(extrapolam) com frequência, outros têm a
mania de reduzir o conteúdo do texto a um aspecto, a uma única ideia das várias
abordadas pelo autor. A redução ou particularização indevidaocorre quando nos
apegamos a um único elemento verdadeiro do texto e deixamos de lado muitos
outros, necessários para a compreensão correta do conjunto.
Vamos contar uma rápida "historinha" para que a ideia de redução fique bem fixada
na cabeça de todos, ok?
Historinha: Sabem quando convivemos com alguém, sempre fazemos tudo certo,
mas aí erramos uma vez e a pessoa se apega àquele erro e só fala nele, nele, nele...?
A criatura basicamente esquece tudo de bom que fizemos antes, nos reduz ao erro
que comentemos. (Que raiva! rs...) A ideia é por aí... Reduzir é limitar o conteúdo do
texto a um único aspecto, quando existem vários outros.
No texto “Confiar e desconfiar” o autor enfatiza que desconfiar pode ser ruim para o
indivíduo e apresenta argumentos a fim de convencer o leitor sobre esse ponto de
vista. Entretanto, não podemos reduzir o texto apenas a esse ponto, quando estão
presentes outros elementos como “a confiança nem sempre nos leva ao sucesso”.
(Trecho que fala sobre confiar: “Falo da confiança marcada pela positividade, pela
esperança, pelo crédito, não pela mera credulidade. Mesmo quando o confiante se vê
malogrado, a confiança terá valido o tempo que durou, a qualidade da aposta que
perdeu.”)
C) Contradizer
A contradição ocorre quando afirmamos algo que contraria a informação
oferecida pelo texto. Assim, só podemos contradizer o autor seo comando da
questão pedir claramente: caso contrário, nunca devemos contradizer o que há no
texto!
Podemos afirmar que no texto “Confiar e desconfiar” o autor preza a cautela como
direcionamento para uma boa vida? NÃO!! De jeito nenhum!! De onde saiu essa
ideia??
Gente, o texto inteiro fala sobre confiar, ousar e indica que a desconfiança (cautela)
pode impedir/travar experiências essenciais para o indivíduo, então como vamos
afirmar que o autor preza a cautela? Infelizmente, quem erra questões como essa,
geralmente leu rapidamente o texto ou "olhou por cima" pedaços soltos do texto na
hora de responder. Vejam como:
Confiar e desconfiar
Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto a
cautela como a usura. Mas eu acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais.
A desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa, da
descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe? − uma experiência
essencial.
(...)
No primeiro parágrafo, o autor começa falando sobre o senso comum e cita:
“Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando
tanto a cautela como a usura.” Entretanto, quem leu um pouco mais, no mesmo
parágrafo, já observou a posição do autor no trecho: “Mas eu acho que desconfiar
custa, sim, e às vezes custa demais. A desconfiança costuma ficar bem no meio
do caminho da aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem
e impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial.”
Estão vendo o perigo de ler apenas pedaços aleatórios do texto? A banca sabe
dessa mania, por isso, recorrentemente, cria pegadinhas, utilizando, nos comandos
das questões, expressões do próprio texto, mas em ideias contraditórias para que
erremos!
Neste caso está mais fácil, pois a informação dada pelo comando da questão e a
ideia do autor estão no mesmo parágrafo, entretanto isso pode acontecer com
trechos mais distantes do texto, assim...LEIAM O TEXTO TODO, SEMPRE.
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
Apresentaremos algumas dicas rápidas que, com certeza, melhorarão o seu índice
de acertos nas questões de compreensão e de interpretação textual. Entenda como
os segredinhos de ouro para "lacrar" esse tipo de questão, vamos lá!
1) Tenha o hábito de ler! Quem lê muito, além de escrever bem, ganha experiência
para interpretar com mais facilidade! A leitura amplia nosso vocabulário, arma
importante, pois muitas vezes “esbarramos” em palavras que desconhecemos e que
podem dificultar (mas não inviabilizar!) a compreensão do texto.
2) Caso esbarre numa dessas palavras desconhecidas, tente descobrir o significado
com base no contexto, sem desespero, a interpretação do texto não está “perdida”
por causa de uma palavra mais complicada.
3) Leia o texto inteiro! Nada de ler pedaços aleatórios apenas ao buscar a resposta
das assertivas! Já falamos sobre isso, mas não custa enfatizar, pois é muito
importante a leitura atenta e completa do texto alvo das questões. O texto é um
“todo significativo” e assim deve ser lido e visualizado.
4) Destaque os pontos importantes do texto para facilitar a busca por respostas.
Caso queira, anote palavras-chave nas laterais de cada parágrafo.
5) Preste atenção no comando da questão! Observando dúvidas de alguns alunos,
percebo que, às vezes, o problema é apenas interpretar o próprio enunciado. Muitos
erros podem ser evitados se ficarmos atentos ao comando da questão.
CUIDADO com expressões como:
“não é correto afirmar que” - procure a alternativa errada.
“o autor não defende que” - pede a ideia contrária a do autor.
“assinale a incorreta” - é isso mesmo, assinale a alternativa incorreta, rs...
(Mencionei esta, mesmo sendo simples, porque tem hora que parece que esse "in"
de incorreta "some", parece que a gente "cega" e passa batido. Aí a banca costuma
apresentar logo a alternativa "A" correta e bem óbvia, acabamos marcando e depois
notamos que, na verdade, a questão pedia a assertiva INcorreta.)
“não podemos inferir que” - pede a ideia que contradiz o texto, que não pode ser
concluída a partir da leitura, que extrapola o texto.
“podemos inferir que” - pede a ideia defendida pelo texto, que pode ser concluída
a partir dele.
"constitui paráfrase do trecho" - pede que identifiquemos a assertiva com mesmo
conteúdo do trecho, mas escrito em outras palavras.
"todas as assertivas estão corretas, exceto" - procure a assertiva incorreta.
6) Evite responder as questões sem ir ao texto, por mais que já o tenha lido por
completo. Assegure-se de que a resposta está lá em algum trecho!
7) Quando a questão pede a ideia principal, geralmente ela pode ser encontrada no
início do texto (primeiro ou segundo parágrafo). A conclusão do texto também deve
trazer informações que confirmam a ideia principal.
8) Quando a questão pede argumentos que fundamentam o pensamento do autor,
normalmente a responta encontra-se no meio do texto.
9) Não "converse" com o autor, rs... A banca quer saber apenas a opinião dele, então
não acrescente pensamentos próprios ao responder as questões, foque naquilo que
é "dito" no texto, nas ideias apresentadas e apenas nisso.
10) Cuidado com assertivas que começam corretas, leia-as até o fim, pois às vezes a
"pegadinha" está apenas no final delas.