a) comparece, aceita e levanta o depósito (equivale
ao reconhecimento da procedência do pedido – 487, III, “a” CPC - sentença de procedência, com extinção da obrigação e condenação do réu nos ônus da sucumbência); ou
b) fica omisso e tem decretada a revelia (= item a);
ou
c) responde (contestação, exceções, incidentes
etc.).
Reconvenção: Por se tratar de ação dúplice, é
desnecessária. Parte da doutrina e da jurisprudência, porém, admite o ingresso, desde que haja conexão entre as ações ou com o fundamento da defesa. Na LL pode, por exemplo, para pleitear o despejo.
** Se ação foi ajuizada contra 2 ou + réus, e estando
em ordem o depósito, o Juiz declara extinta a obrigação (o autor é excluído do processo) e a ação continua apenas entre os réus, para se decidir a quem cabe levantar o depósito (art. 548, III CPC). DEFESA DO RÉU - ARTIGO 544 DO CPC
** O réu pode alegar qualquer matéria de defesa.
Deve considerar, todavia, o disposto no artigo 544 CPC:
a) inciso I - se dívida portável o ônus da prova da
recusa é do autor (devedor); se dívida quesível, o ônus da prova de haver diligenciado o recebimento é do réu (credor);
b) inciso II – recusou porque o devedor está em
mora, mas não quis responder pelos ônus respectivos, ou porque a prestação se tornou inútil, ou porque o devedor quis cumprir a obrigação em lugar diverso do contratado, etc. (art. 395, “caput” e § único, CC);
c) inciso III - o depósito realizado pelo autor é
inadequado para a extinção da obrigação. Por exemplo: depositou coisa em lugar de dinheiro, ou vice-versa, coisa diferente da prometida etc. (CC 327/328 e 331 a 333);
d) inciso IV - não basta alegar - o réu deve indicar o
montante que reputa devido, sob o risco de ser desconsiderada a sua alegação (art. 544, § único CPC). ** Na hipótese do inciso IV, e indicado o valor devido, surge para o autor as seguintes opções:
a) no prazo de 10 dias, complementa o depósito
anterior para totalizar o valor indicado pelo credor (art. 545, caput CPC).
O Juiz extingue a obrigação. A quem cabe a
sucumbência? Ao autor, ao réu ou a ambos? Vide artigo 67, VII Lei de Locação.
b) mantém-se inerte: o réu pode levantar, se pedir, o
depósito (parte incontroversa da dívida) e a ação segue para decisão sobre o cabimento – ou não - do pagamento da diferença reclamada (parte controvertida).
Sentença:
a) se incabível a complementação: declara extinta a
obrigação pelo depósito e condena o réu na sucumbência;
b) se cabível: declara extinta a obrigação (total ou
parcial?) e condena o autor no pagamento da diferença e dos ônus da sucumbência (art. 545, § 2º CPC). ATENÇÃO:
a) quando a obrigação for satisfeita por meio de
prestações periódicas (financiamento imobiliário, pagamento parcelado, consórcio etc.), após o depósito judicial da primeira, o autor poderá consignar as demais no mesmo processo, à medida que forem se vencendo, no prazo de 05 dias contado do seu vencimento (art. 543 CPC);
b) o valor da causa é fixado segundo o artigo 292,
§§ 1º e 2º do CPC (prestações vencidas: a soma do valor delas; se vincendas, veja: se o contrato tem prazo indeterminado ou superior a 1 ano, será a soma do valor de 12 prestações; se inferior, será o valor do número de prestações vincendas).
c) a existência da dívida, o quantum devido, validade
e interpretação de cláusulas contratuais, tudo isto está incluso na discussão e cognição da consignatória;
d) sentença tem natureza meramente declaratória
(declara a extinção da obrigação em virtude do depósito, e libera o devedor).
Será declaratória e condenatória na hipótese do art.
545, § 2º CPC (juiz declara extinta a obrigação e condena o réu no pagamento do saldo).
e) recurso de apelação: recebido em ambos os
efeitos. Quadro comparativo entre a consignação do CPC e a consignação de aluguel (art. 67 LL)