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Disciplina: Tópicos de Epistemologia

HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. São Paulo: Vozes, 2014.

Primeiro capítulo: A certeza sensível ou “o isto” e o “querer-dizer”. (die sinnliche


Gewissheit oder das Diese und das Meinen) p. 83-92.

Sobre a certeza sensível -> dado imediato

Como o que parece ser o mais rico e amplo é, na verdade, o mais abstrato e pobre
de verdade?
- Estrutura da certeza sensível e a descrição de suas relações.
i) objeto: sabe que “ele é”;
ii) sujeito: sabe que é um “este aqui” certo de um “isso aí” (atenção para os
pronomes demonstrativos seguidos de advérbios);
iii) saber: há uma relação imediata entre os termos.
 A certeza sensível coloca em jogo um „este aqui‟ com um „isso aí‟
* Existe nos pronomes demonstrativos uma espécie de dimensão performativa,
como uma espécie de ação implicada que pode ser desenvolvida na imagem de um
apontar/mostrar – ou como um imperativo que conduz o olhar.

A certeza sensível, no entanto, é mais complexa e rica que a sua aparente imediatez
-> ela também implica uma série de mediações que não são percebidas pela
consciência.
i) A mais importante é que sujeito e objeto são mediatizados:

Certeza, por mediação, de um outro = coisa


Está-se na certeza, por mediação de outro = mim
Esse conjunto de diferenças brota do seio da experiência -> percorre três momentos:
isso aí; este aqui; relação como totalidade (unidade concreta da certeza sensível).
Momentos

1) Objeto (isso-aí)
- O objeto é, verdadeiro, a essência (é o que é). Indiferente às relações nas quais
pode estar inscrito (o fato de ser conhecido ou não).
- Do ponto de vista do objeto (analisado a partir da estrutura da certeza sensível) o
conhecimento é acidental – se não existe objeto, não há conhecimento, esta relação
não resiste, no entanto, à reciprocação (movimento de alternação).
Mas, o que significa “isso-aí” (das Diese)
 No âmbito da linguagem a certeza se perturba: o universal, a abstração, é o
verdadeiro da certeza sensível.
* As análises de Hegel se sustentam na utilização do agora, empregado como
substantivo, porque trata-se do elemento da linguagem mais efetivo para expressar
a ordem do imediato, da imediatez (implica certo ponto de vista do tempo que não é,
ainda, possível ou tematizado e, portanto, elemento problemático desta
caracterização.
Universal  abstração > algo mediato > um “momento simples” mediatizado pela
negação  é o verdadeiro da certeza sensível.
“A linguagem só exprime o universal, é mais verdadeira que a certeza sensível e
nela refutamos a certeza imediata de um inefável (unaussprechliche ?)
- O mesmo acontece com o “aí” -> o aí permanece com o desaparecimento ou
sucessão dos objetos. Do mesmo modo que o “agora”, trata-se de uma simplicidade
mediatizada, um universal: o espaço.
 O que resta da certeza sensível é o ser, não imediato, mas mediato, universal,
abstrato.
 diante do ser, o aí e o agora são vazios e indiferentes.
- A determinação do objeto imediato revela que, na verdade, trata-se de um objeto
constituído, através da linguagem, de modo abstrato. E, assim sendo, impróprio para
servir de “suporte” da certeza sensível.

 Este objeto constituído pela linguagem reflui para o outro polo da relação: o Eu,
“este aqui”, que possui a certeza sensível.
2) Sujeito (‘este aqui’)
- A certeza dos objetos vincula-se à minha apreensão sensível. E desta centralidade
da apreensão deriva a retenção da verdade quando os aís e agoras singulares
desaparecem/sucedem.

- O problema de um “este aqui afirma isso aí” confronta-se com um “aquele ali afirma
aquilo ali”: ambas tem autenticidade e, no entanto, uma desaparece na outra.

*É preciso ter em mente que o imediato é caracterizado por uma dupla definição que
inclui um tempo preciso e um espaço preciso, o agora (temporal) e o aí (espacial).
Estes são elementos que “põem em jogo” sujeito e objeto na certeza imediata que
um sujeito tem de um objeto sensível (Eu, como sujeito, afirmo [uma verdade] „aqui e
agora‟ a respeito de um objeto. Dito de outro modo: tenho uma certeza imediata).
Por isso é tão importante, não apenas a análise detida dos demonstrativos (este e
isso) como, também, do agora e do aí como substantivo: a relação que emerge
deste jogo é específica, ou seja, a certeza deve liga-se ao sujeito que certifica. Por
isso que se torna tão problemática a certeza sensível de outro: significa uma
pluralidade de agoras e aís que apenas aprofunda o problema da abstração da
linguagem e da sua operação através de universais. A certeza degrada-se, matiza-
se diante da pluralidade.
- O que não desaparece, no entanto, é o Eu enquanto universal.  Assim como
havia um desnível entre agoras, aís e objetos singulares, desde o ponto de vista do
eu, também há  tratamos, em todos os casos, de universais.

NA CERTEZA SENSÍVEL PODEMOS „VISAR‟ UM SINGULAR, O QUE NÃO


PODEMOS É DIZÊ-LO.

3) A unidade concreta da certeza sensível

-> constatou-se a universalidade tanto do objeto quanto do sujeito -> a certeza


sensível requer, portanto, uma saída para salvar a sua imediatez, isto é, o “aí” e o
“agora” que ela experimenta  recorre-se à certeza sensível como uma totalidade.

 a formulação torna-se a seguinte: eu afirmo que agora é dia e aí há uma árvore


(exemplificação).  exclui-se os movimentos de comparação (tanto entre objetos
quanto sujeitos).
- A certeza sensível não sairá de si mesma. -> para avaliar o que significa, então,
essa imediatez, iremos ao seu encontro pedir que no indique.
- o presente que é indicado pela certeza sensível é, no entanto, já um passado.
Recaímos, desta forma em uma espécie de movimento (dialético).
1) Indico um agora que afirmo verdadeiro, mas o indico como passado,
suprassumindo a sua 1ª verdade;
2) afirmo, como segunda verdade, que ele é passado, que foi suprassumido;
3) o passado, no entanto, não é. Suprassumo a segunda verdade, a de ser passado,
ou de ser suprassumido: negando a negação, volto à primeira afirmação, a de que o
“agora é”.

-> O agora e o ato de indicar são constituídos de forma que nem um nem o outro
são o simples imediato -> há, na verdade, um movimento complexo caracterizado
por diversos momentos.
Neste movimento não se retorna ao ponto de partida tal como era antes. O ato de
indicar é um movimento que exprime o que o agora é em verdade: uma pluralidade
de agoras reunidos e unificados (o tempo).

Indicar é fazer a experiência de que o agora é um universal.


Conclusão: a verdade da certeza sensível está para além dela. Esta dialética é a
história da certeza sensível e a certeza sensível se identifica com a sua história.
Ao invés de perceber algo como imediato, o indicar revela que a coisa é tomada
como é em verdade: percebe-a.
* Aqui há uma brincadeira com a palavra alemã para percepção (Wahrnehmen) e a
expressão tomar a verdade (nehmen Wahr). Ultrapassa-se, assim, a etapa da
certeza sensível através de um movimento que conduz, naturalmente, dela à
percepção.
Disciplina: Tópicos de Epistemologia

§111 – princípio da percepção, momentos do perceber, determinação do essencial na relação do


perceber.
§112-115 – constituição do objeto como coisa.
§ 116 – Experiência na consciência no apreender/perceber

Fenomenologia do espírito – A Percepção; ou a coisa e a ilusão (§ 111-121)

§ 111 – Apresenta o princípio que emerge da crítica da Certeza sensível. Se, por um lado, a certeza
sensível é incapaz de realizar o seu conceito (pois ela pretende ser uma relação imediata entre
sujeito e objeto que acaba se revelando como uma relação já mediatizada que opera através de
universais) por outro, a Percepção parte deste resultado: toma como universal o que para ela é o
essente (Seiende) e, por isso, seus momentos (o Eu e o objeto) são, também, universais.

O apreender da percepção será dito “necessário”, em contraposição com o apreender aparente da


certeza sensível,

“Para nós – ou em si – o universal como princípio é a essência da percepção, e frente a essa


abstração os dois momentos diferenciados – o percebente e o percebido – são o inessencial”.

Na relação, no entanto, o que será tomado como essencial “indiferente ou ser ou não percebido”
será o objeto. Mesmo que ‘sujeito’ e o ‘objeto’ sejam ambos essenciais, essa distinção precisa ser
realizada porque, no perceber, eles se “relacionam como opostos”.

§112 – Se o objeto é o essencial desta relação “é mister determinar mais de perto esse objeto”.

Deve existir uma espécie de simetria entre o universal como princípio do objeto e a sua própria
compreensão de partida. Neste caso, se o universal (como pudemos perceber no movimento do
capítulo sobre a Certeza Sensível) é, em sua simplicidade, um mediatizado, isso deve ser exprimido
no objeto como sua natureza. O objeto se mostra, portanto, como “a coisa de muitas propriedades”.

§113 – Hegel passa a explicitar a definição do § anterior.

No perceber, o isto aparece como suprassumido, e, ao contrário do que poderíamos supor


(considerando que o princípio e os momentos da percepção são universais), o sensível ainda está
presente nesta relação, mas não como um “singular visado” senão como um “nada determinado” ou
um “nada de um conteúdo”: o universal será determinado como propriedade.

“O suprassumir apresenta sua dupla significação verdadeira que vimos no negativo: é ao mesmo
tempo um negar e um conservar. O nada, como nada disto, conserva a imediatez e é, ele próprio,
sensível; porém é uma imediatez universal”.
O universal não será pensado como um operador lógico que simplesmente subsume uma classe
inteira de objetos. Ele é apresentado como um elemento constituído de um conjunto de
propriedades determinadas que “relacionam-se consigo mesmas” e são “indiferentes” umas às
outras. Ainda assim, tais propriedades não podem ser consideradas como efetivamente constitutivas
do universal porque seu tipo de relação é especial (definida como interpenetração ou participação
em função um conceito preciso)

“a universalidade simples, igual a si mesma, é de novo distinta e livre dessas determinidades: é o


puro relacionar-se-consigo ou o meio, onde são todas essas determinidades”.

Talvez um exemplo torne essa dinâmica mais clara.

“Este sal é um aqui simples, e ao mesmo tempo múltiplo; é branco e também picante, também
cubiforme, também tem peso determinado etc.”.
Interpenetração: todas as propriedades deste sal estão em um mesmo aqui, Hegel dirá “cada uma
está sempre onde a outra está” e, ainda assim, Indiferença, ou seja, não há um afetar recíproco por
estarem interpenetradas: o branco não afeta nem altera o cúbico, os dois não afetam o sabor
salgado etc.
O que Hegel chama de coisidade está expresso, no exemplo do sal, através do advérbio “também”:
meio (universal abstrato / pura essência) que engloba todas essas propriedades. (O também
ultrapassa o objeto e, definido como meio, exemplo da água?)

§ 114 – [A coisa, além de um também, é uma unidade excludente, um Uno]

As propriedades não poderiam ser definidas como determinadas caso elas fossem indiferentes e
relacionassem-se apenas consigo mesmas na unidade simples de seu meio. É neste sentido que
Hegel dirá:

“A diferenciação dessa unidade – enquanto não é uma unidade indiferente, mas excludente,
negadora do Outro – recai assim fora desse meio simples. Por isso, esse meio não é apenas um
também, unidade indiferente, mas é, outrossim, o Uno, unidade excludente.”

§ 115 - A constituição da coisa depende tanto de sua determinação positiva como um conjunto de
propriedades expressas pela análise do também (ou seja, no âmbito da coisidade) quanto de sua
caracterização como uma unidade excludente.
“Nesses momentos conjuntamente, a coisa está completa como o verdadeiro da percepção”.
(Ler o trecho no início da página 96 “A coisa é 1) ...”)

§ 116 – [Experiência aparente da consciência no apreender/perceber]


Aqui neste ponto, há um movimento de alternação notável. Hegel passa a considerar, a partir do que
foi conquistado pela análise crítica do objeto, qual é o papel do sujeito na relação de perceber.
Conforme fora indicado anteriormente (§ 111), o essencial na relação de perceber orienta-se para o
lado da objeto. A este respeito Hegel diz o seguinte:
“Enquanto o objeto é o verdadeiro e o universal igual a si mesmo, ao passo que a consciência para si
é o mutável e o inessencial, é possível que lhe suceda perceber incorretamente o objeto e iludir-se”.

Aqui é possível supor que o tipo de relação que o sujeito estabelece com o objeto é, em certa
medida, de adequação. Se a consciência é definida, de partida, como o inessencial e o mutável, seu
critério de verdade para a apreensão será a igualdade-consigo-mesmo que, aparentemente, refere-
se explicitamente à caracterização do objeto. É por isso que “se nesse confronto surge uma
desigualdade, não é então uma inverdade do objeto – pois ele é igual a si mesmo -, mas [inverdade]
do perceber”.

§ 117 – [Experiência efetiva da consciência no apreender/perceber – a circularidade


perceber/certeza sensível]

Aqui há um jogo entre uma série de tensões na experiência da consciência ao pretender apreender o
objeto.
O objeto que é apreendido representa uma tensão, pois apresenta-se como uno ao passo em que há
nele a propriedade que é universal e, justamente por isso, ultrapassa a singularidade. A consciência
desliza da primeira verdade da essência do objeto como uno para a consideração que trata-se, antes
de uma “comunidade em geral”.

No entanto, a propriedade, por ser determinada (oposta a Outro), conduz a consciência a tomar o
objeto, não como uma comunidade, mas como uma unidade excludente [uno]. No uno separado,
encontro propriedades que são indiferentes umas as outras e, assim, a consciência passa a
considerar o objeto como um meio comum universal “onde muitas propriedades estão como
universalidade sensível, cada uma para si, excluindo as outras enquanto determinadas.”
Mas, então, novamente, o que percebo como simples e verdade é, na verdade, a propriedade
singular para si.
- Ser sensível. Volta ao visar.

(talvez seja melhor ler o parágrafo todo)

§ 118 – O que resulta da experiência da consciência sobre o perceber é a sua definição “não como
um simples apreender, mas em ser o seu apreender ao mesmo tempo refletido em si a partir do
verdadeiro”.
Aqui, ainda, o objeto está sendo considerado como o essencial da relação e a experiência da
consciência no apreender efetivo a revela que a inverdade recai sobre ela mesma.

“A consciência, porém, através desse reconhecimento é capaz, ao mesmo tempo, de suprassumir


essa inverdade: distingue seu apreender do verdadeiro, da inverdade de seu perceber, corrige-o”

§ 119 – A solução da tensão existente entre a determinação verdadeira da coisa como uno e a
diversidade de propriedades a ela atribuídas recai em nós, deve ser reconhecido como nossa reflexão
que altera o verdadeiro.
“De fato, essa coisa é branca só para nossos olhos, e também tem gosto salgado para nossa língua, é
também cúbica para nosso tato”.

Resulta disso que “somos o meio universal onde esses momentos se separam e são para si”.

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