Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
“Hoje quase tudo o que fazemos é uma questão ambiental. Isso não era
verdade há algumas décadas, ou pelo menos não havia essa percepção”,
diz-nos Morton. “Os seres humanos tornaram-se uma força geofísica à
escala planetária e isso tem consequências. Mas é apenas quando nos
deparamos com as nossas acções sobre o planeta que percebemos o
quanto realmente fazemos parte dele. Por isso, perante a crise
ambiental, é urgente abandonar a visão antropocêntrica que ainda vai
subsistindo.”
"Grande parte da crise ecológica em que estamos imersos tem que ver com a
nossa forma de pensar e isso pode mudar.” Timothy Morton
O que tem vindo ele a dizer? No seu livro mais citado (Ecology without
Nature, 2007), questiona a noção de “natureza” e a divisão que diz ser
errónea entre humanidade e natureza, propondo um novo olhar
ecológico. Diz que temos de mudar a perspectiva antropocêntrica. Os
seres humanos não são a medida de todas as coisas. É preciso reavaliar
o papel da humanidade e o seu impacto no planeta. Refere que uma
característica distintiva do mundo actual é a presença daquilo que
denomina como “hiperobjectos” (aquecimento global, biosfera, buracos
negros), algo que excede, em escala e no tempo, a apreensão humana.
No seu último livro, Humankind (2017), expõe que seres e entidades
não humanas são tão importantes, e reais, como nós, argumentando
que por isso são merecedoras de solidariedade. “É urgente mudar a
relação com outros seres do Universo, sejam animais, vegetais ou
minerais”, afirma.
"Os humanos são uma força geofísica à escala planetária. Grande parte da
crise ecológica em que estamos imersos tem que ver com a nossa forma de
pensar e isso pode mudar.”
Como é normal algumas das ideias que defende têm sido alvo de
críticas. Uns acusam-no de não compreender a ciência contemporânea.
Outros de propor ligações demasiado ambiciosas. Também existe quem
o acuse de, principalmente à esquerda, não ter em atenção que a
espoliação na Terra não dever ser atribuída à humanidade em geral,
mas sim ao capitalismo (predominantemente branco, ocidental e
masculino), algo que parece contestar, e ao mesmo tempo transcender,
na sua última obra.
LER MAIS
Sci-Hub. O site que dá acesso gratuito a artigos científicos