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DE SÃO PAULO,
Luiz
Promotor de Justiça
PROTOCOLO: xxx
I - DOS FATOS
O Ministério Público do Estado de São Paulo propôs Ação Civil Pública em face
de Munícipio De Rosana do Estado de São Paulo em razão de irregularidades com
a falta de vagas para a realização de matrículas nas escolas públicas de educação
infantil fundamental que culminaram em grave violação aos direitos da Criança e
ao adolescente.
Segundo exposto na petição inicial, o município de Rosana, fechou escolas e não
providenciou a abertura de vagas suficientes para o atendimento de população, Os
documentos que acompanham a petição da ação civil pública, acostados aos autos,
demonstram a relevância do direito alegado, isto é, há evidências da prática de
violação ao ensino infantil fundamental.
Efetuou-se o pedido de tutela de urgência em razão de as crianças não terem
acesso à escola e correrem o risco de perderem o ano letivo.
Contudo, o magistrado indeferiu a tutela liminar fundamentando a sua decisão no
fato de o direito à educação ser um direito social e, por isso, teria natureza de
norma programática não cabendo ao judiciário interferir na Administração Pública
para concretizar tais direitos.
Sucedeu, Agravo de Instrumento por parte do Ministério Público, no qual o
recurso foi conhecido e provido no Tribunal.
Porém, após decisão do Tribunal, o juiz de primeiro grau sentenciou a ação,
julgando-a extinta sem o julgamento do mérito. Foram opostos embargos de
declaração para que esclarecesse a sua decisão, mas foram eles acolhidos. Na
sentença, o magistrado fundamenta que deveriam ter sido propostas ações
individual, de conhecimento ou até mesmo Mandados de Segurança para discutir
as peculiaridades de casa um dos casos, não sendo a ACP o meio processual
adequado.
Além disso, alegou que não pode haver a interferência do Poder Judiciário nas
políticas públicas, em razão de impossibilidade de interferir na discricionariedade
dos atos administrativos sendo inadequada a judicialização da medida.
Inconformado com a decisão, o Ministério Público do Estado de São Paulo,
interpõe, nesta oportunidade, recurso de apelação e apresenta as suas razões
II – DO DIREITO.
DO MÉRITO RECURSAL
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: […] II - zelar pelo
efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a
sua garantia; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a
proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos; [...]
(…)
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância
pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas
necessárias a sua garantia;
D) DO DIREITO À EDUCAÇÃO
O perfil constitucional de atuação do Ministério Público, no desempenho de
seu múnus a defesa inderrogável do direito à educação como essência do princípio
da dignidade da pessoa humana, extraído da Constituição da República e dos
documentos universais vigentes na seara dos direitos humanos. A história desses
alunos excluídos, crianças sem acesso ao ensino fundamental, não pode mais ser
ignorada, especialmente pelo Ministério Público.
Deste modo, por força do mandamento dos artigos citados acima, é clara a
obrigação do poder público de manter aberta a Escola Municipal de Rosana, pois
são garantidos às crianças não só a prioridade absoluta na garantia do direito à
educação, bem como a primazia no atendimento nos serviços públicos ou de
relevância pública, como é o caso da educação
Por tudo o que foi exposto, não resta dúvidas da existência de interesse público na
tutela jurisdicional pleiteada por este órgão ministerial.
Como tratado alhures, é necessária a propositura de Ação Civil Pública para tutela
de princípios a educação e sociais, eis que é de interesse público a devida
observância a estes preceitos.
Isto posto, não há que se falar de “inadequação da via eleita”, pois o meio
processual escolhido pelo autor é o correto a ser utilizado no caso em tela, por se
tratar da defesa de direitos coletivos.
III - DO PEDIDO
Ante o exposto, a alegação do juízo a quo de que a via eleita escolhida pelo
Ministério Público seria inadequada não merece prosperar, eis que amplamente
demonstrado a presença do interesse público no caso em tela.
Nesse passo, considerando os argumentos expostos alhures, requer-se o
PROVIMENTO do presente apelo para reformar a sentença fustigada, a fim de
que a petição inicial seja recebida pelo juízo a quo e siga seu curso natural.
Termos em que
Pede deferimento.
São Paulo, xxx de xxx de xxx.
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Promotor de Justiça