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Jesus pregou aos mortos?

| Estudo
Bíblico

Uma das questões mais difíceis do Novo Testamento é se Jesus


quando estava morto, antes de ressuscitar, teria ido ao inferno pregar
aos mortos?

Temos duas passagens principais que dão base para essas


argumentações, são elas:

“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para
levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito;
No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão;
Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos
dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se
salvaram pela água.”
(1 Pedro 3:18-20)

“Porque por isto foi pregado o evangelho também aos mortos, para que, na verdade,
fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em
espírito.”
(1 Pedro 4:6)

Sabemos que a salvação somente é dada por Deus enquanto a


aceitamos em vida.
“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo”
Hebreus 9:27

Devemos entender as diferenças da palavra inferno


que aparecem na Bíblia.
A palavra “inferno” aparece em várias traduções da Bíblia como
sinônimo de outras palavras usadas para descrever o “mundo dos
mortos”

Vejamos algumas delas:

 Sheol – é o nome hebraico para o lugar onde os mortos vão. Também pode ser
traduzido como sepultura ou profundezas. O Sheol era visto como dormir, um
sono profundo.
 Hades – essa palavra é emprestada da mitologia grega pagã mas quando é usado
na Bíblia não significa o mesmo, é apenas a palavra mais próxima na língua
grega para traduzir “Sheol”.
 Geena – é o nome usado para o lugar de eterno tormento dos ímpios, que hoje
chamamos de inferno. Geena era o nome de uma lixeira fora de Jerusalém, onde
se queimava lixo e os corpos de criminosos. Como era um lugar horrível, Geena
se tornou figurativo do destino dos ímpios na eternidade.
 Tártaro – outra palavra emprestada da mitologia grega, com o mesmo
significado que Geena. Tártaro só aparece em 2 Pedro 2:4.
 Abismo e Lago de Fogo – essas figuras, e outras que aparecem na Bíblia,
servem para entendermos que o inferno é um lugar terrível, de destruição,
tormento e tristeza.

Existem 3 interpretações mais conhecidas para essas passagens

1. Jesus pregou o Evangelho para aquelas pessoas que antes do


diluvio ouviram a pregação de Noé, mas não creram.
2. Jesus pregou a Anjos Caídos, nesse caso, proclamou sua
vitória, pois para eles não existe mais salvação.
3. Jesus pregou através de Noé pelo Espirito.

Defendo a 3° Interpretação como a mais coerente, na qual Jesus pelo


Espirito Santo pregou o Evangelho de arrependimento aos
antediluvianos por intermédio de Noé.

E qual seria a “prisão” mencionada em 1 Pedro 3:19?


A Bíblia nos diz que a prisão é o pecado.

“Tira a minha alma do cárcere, para que eu dê graças ao Teu


nome…”(Salmo 142:7)
“Quanto ao perverso, as suas iniquidades o prenderão, e com as
cordas do seu pecado será detido” (Provérbios 5:22).
Um dos atos do Messias seria “tirar da prisão o cativo e do cárcere, os
que jazem em trevas”(Isaías 42:7).

E isso foi feito por Jesus, para todos aqueles que O aceitaram como
Salvador.
Portanto, podemos dizer que o texto de 1 Pedro 3:18-20 afirma que
Jesus, através da atuação do Espírito Santo em Noé, pregou aos
antediluvianos, mas somente oito deles (Noé e sua família) aceitaram
a pregação e foram salvos.

Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da


graça que vos foi dada,
Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles,
indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a
glória que se lhes havia de seguir.
(1 Pedro 1:10,11)

Noé o Pregador da Justiça


Pedro considerava Noé um pregador da justiça, no caso enquanto
Noé preparava a Arca ele pregava o arrependimento aquelas pessoas
de sua época, aos quais não receberam sua pregação.

E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa,


o pregoeiro da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios;
2 Pedro 2:5
Aceitando essa interpretação Mario Persona faz alguns acréscimos a esses textos para
uma melhor compreensão.
Obs. As palavras em Colchetes são acréscimos do autor.

“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos
injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne,
mas vivificado pelo Espírito; No qual [O Espírito] também foi, e pregou
[por intermédio de Noé] aos espíritos [agora] em prisão; Os quais
noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus
esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual
poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água…”
“Porque por isto foi pregado o evangelho também aos [que hoje estão]
mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens
na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito;”
1 Pedro 3:18-20; 4:6.

Reflexão
Espero que este estudo possa trazer uma breve reflexão e uma “luz”
sobre esse texto que é de difícil interpretação, e por ser de difícil
interpretação demandaria um estudo exaustivo para uma definição
concreta.
Lembrando que essa carta de Pedro nos traz uma reflexão a respeito
do sofrimento, pois trata da vida de pequenas comunidades inseridas
na sociedade em um contexto social amplo.

O sofrimento é enfrentado pelas pessoas em seu cotidiano. Elas


enfrentam o sofrimento porque se identificam com o evangelho em
meio a uma sociedade em que o mal e a injustiça são considerados
normais. O povo cristão, pelo contrário, aprendeu de Jesus e das
comunidades cristãs que Deus ama a misericórdia e a justiça. E
felizes são as pessoas que têm fome e sede de justiça, praticam e
promovem a paz (Mt 5). Como são cristãos que vivem dispersos na
diáspora, é fácil viver como todos vivem na sociedade em que ser
injusto, corrupto, mau, levar vantagem em tudo, viver do jeitinho
brasileiro é algo normal e naturalizado. Os membros das comunidades
pequenas são contra e por isso sofrem em sua vida diária, no
trabalho, no convívio, na grande família. É o sofrimento por causa do
evangelho de Jesus Cristo. O que fazer? Desistir de ser cristão?

Não. A carta convoca-os para fazer a diferença. E isso em duas


direções. Primeiro, afirma que o sofrimento não é o fim. Jesus
assumiu o sofrimento no contexto da realização da promessa de
salvação. Esse seu sofrimento é vicário, isto é, em lugar do outro e da
outra. Ele sofreu chicotadas no corpo todo, pregos nas mãos e nos
pés, fisgadas com lança no lado do corpo e morte na cruz por nós e
em nosso favor. Nesse caminho, Jesus Cristo conquistou para nós a
ressurreição por graça.
Fariseus, Saduceus, Essênios e Zelotes na
Época de Jesus

Os Fariseus ganharam proeminência no período do Segundo Templo. Os Babilônios


destruíram o Primeiro Templo, que foi construído em Jerusalém pelo Rei Salomão, em
587 Antes de Cristo. O tempo que se sucedeu após os Judeus retornarem do exílio
babilônico ficou conhecido como o Período do Segundo Templo.

Neste tempo, os gentios (os Gregos e os Romanos) tentavam constantemente mudar os


costumes e a religião dos Judeus, religião essa que adorava ao Eterno Deus de Abraão,
Isaque e Jacó.

Os Fariseus foram um grupo que surgiu com a missão de preservar os Judeus desta
ameaça iminente, de permitir que a idolatria contaminasse profundamente o povo de
Deus. O nome “Fariseu” deriva de uma palavra Hebraica que significa “separar“.
Os Fariseus Eram Zelosos da Lei.

Os Fariseus eram extremamente zelosos pela Lei de Moisés, mas eles também se
consideravam os guardiões das tradições orais que os Anciãos desenvolveram por
gerações. A Tradição Oral interpretava a Lei de Moisés. Por exemplo, a Lei diz para
guardar o sábado (o Shabat). Então os Judeus não deveriam trabalhar no sábado, dia
separado e santificado por Deus.

Mas o que poderia ser considerado trabalho, e o que não deveria ser considerado
trabalho? A Tradição Oral preenchia esses detalhes que a Lei de Moisés deixou vazia. O
problema que ocorria, era a falta de entendimento dos Fariseus em compreender que
a interpretação da Lei deveria ser balanceada pela misericórdia. A própria Lei previa
que deveria ser assim interpretada.

Saberás, Pois, Que O Senhor Teu Deus, Ele É Deus, O Deus Fiel, Que Guarda A
Aliança E A Misericórdia Até Mil Gerações Aos Que O Amam E Guardam Os Seus
Mandamentos. Deuteronômio 7:9

Porque Eu Quero A Misericórdia, E Não O Sacrifício; E O Conhecimento De Deus,


Mais Do Que Os Holocaustos. Oséias 6:6

Dessa forma, os Fariseus tentavam definir regras para todos os aspectos da vida
cotidiana, no período do segundo Templo. Um exemplo: Quantos metros uma pessoa
poderia andar no sábado, sem ser considerado como trabalho? Os intérpretes da
Tradição Oral decidiram que uma pessoa poderia andar no máximo 2000 côvados
(914,4 metros). Isto ficou conhecido como uma jornada de sábado.

Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de
Jerusalém, à distância do caminho de um sábado. Atos 1:12
Mas de onde eles tiraram esse número?

Bom, quando os Hebreus carregavam a Arca da Aliança, pelo deserto, no Êxodo, Deus
ordenou que o povo andasse 2000 côvados atrás da Arca. Lendo esse verso, os Fariseus
decidiram que Deus estava mostrando o quanto uma pessoa poderia andar no dia de
sábado, sem que essa caminhada se constituísse de um trabalho.

E como é fraca e desprovida de bom senso essa interpretação!

Há muitas tradições boas que os Anciãos deixaram para o povo de Israel. Porém
algumas delas eram deliberadamente mandamentos de homens apenas!

E de forma interessante, Jesus deliberadamente quebrava muitas dessas tradições


farisaicas (não todas), para mostrar que não eram parte dos mandamentos de deus.

Em João 9, Jesus cura um cego, cuspindo no chão e fazendo uma espécie de lama e
depois “untando” os olhos do cego com esta lama. Ele manda que o cego se lave no
tanque de Siloé.

De acordo com a Tradição Farisaica, Jesus teria (somente teria, e não de fato) quebrado
o sábado três vezes ao curar este cego. Os Fariseus consideravam como pecado a cura
no sábado, mas eles mesmo faziam a circuncisão de crianças no sábado. Segundo, fazer
um pouquinho de lama, que foi usada para a cura, também era considerado trabalho
pelos Fariseus.

Terceiro, fazer o cego ir e voltar do Tanque de Siloé, levaria mais do que 2000 côvados.
Assim os Fariseus se perdiam na sua errônea interpretação da Lei e dos Mandamentos
de Deus.

Essa era uma das maiores ironias das Escrituras. Os Fariseus tinham um suposto
“grande zelo” pela Lei de Deus. Mas uma parte deles, com falso zelo, se distanciava
de Deus. Eles examinavam a Lei nos seus mínimos detalhes, mas não conseguiam
enxergar o que a Lei dizia, que era o amor ao próximo como a si mesmo. Deste amor
dependia toda a Lei e os Profetas.

E estes, falsos Fariseus, foram incapazes de perceber que Jesus era a Lei de Deus
encarnada. A Lei de Deus se tornou carne, veio em forma humana. Os falsos
Fariseus estavam diante da perfeita revelação da Lei, que estava tentando ensinar como
eles deveriam interpretar a Lei, porque Ele mesmo era a Lei, mas ainda assim alguns
deles queriam matá-lo!

Digo isso mais pela liderança deles. Estes sim, queriam matar Jesus, porque para ser
justo, nem todos os Fariseus rejeitaram a Jesus. De fato, muitos se tornaram
discípulos de Yeshua.

Mas a Lei deveria levar ao amor de Deus e ao amor ao próximo. Mas eles não vieram a
nenhuma das duas coisas. A relação de Yeshua com os Fariseus deve servir de lição
para nós. Se o nosso zelo por Deus estiver nos levando ao ódio contra o nosso próximo,
então nós não estamos entendendo e seguindo a Deus como deveríamos.
Fariseus x Saduceus
…os Fariseus transmitiram um legado de muitas observâncias por meio dos pais que
não são escritas na lei de Moises; e por essa razão é que os Saduceus as rejeitam e
dizem que estimamos as observâncias obrigatórias que estão na palavra escrita, mas não
devem considerar o que é derivado da tradição dos nossos antepassados;

e a respeito destas coisas é que grandes disputas e diferenças surgiram entre eles,
enquanto os Saduceus são capazes de persuadir ninguém, exceto os ricos e não a
subserviente população, mas os Fariseus têm a multidão de seu lado… (Josefo,
Antiguidades 13: 297-298)

Os Saduceus

Os Saduceus Eram Helenizados.

Os Saduceus, como explicado anteriormente, se intitulavam “discípulos de Zadoque”,


o primeiro Sumo Sacerdote do Templo que o Rei Salomão havia construído no passado.
De fato na Septuaginta, (a tradução do Antigo Testamento para a língua Grega)
Zadoque é Saddoúk.

Os Saduceus portanto, tinham descendência Sacerdotal, e se apegavam ao entendimento


literal das escrituras, sem levar em conta possíveis interpretações. Rejeitavam a Lei
Oral dos Fariseus.
Os Saduceus pertenciam a classe aristocrática, a camada mais rica da sociedade Judaica,
e detinham o Poder Político, que vinha desde a Época dos Macabeus, quando foi
estabelecida a dinastia dos Hasmoneus, uma descendência Sacerdotal que também
conquistou o poder Político em Israel.

Eles se tornaram Helenizados e corruptos. Os Saduceus só se mostraram alarmados


diante do vulto de Jesus, considerando-o uma figura ameaçadora, quando notaram que
ele poderia ser a causa deles perderem a sua segurança e posição, conforme se vê, por
exemplo, quando da purificação do templo (Mc 11:18).

Foi então que resolveram agir (Jo 11:47). Violentando as suas convicções doutrinárias e
sua aversão aos fariseus, os saduceus aliaram-se a estes últimos, no combate ao inimigo
comum, Jesus. E ambos os partidos colaboraram no aprisionamento e julgamento de
Jesus pelo Sinédrio (Mc 14:53 e 15:1).

Os Sacerdotes
No primeiro século, em Israel, não havia separação entre o sistema religioso e o sistema
político. Os sacerdotes do Templo em Jerusalém, não somente comandavam a vida
religiosa da nação, como também eram governadores e juízes.

Herodes, que era ele mesmo um “pau-mandado” de Roma, tinha seus próprios “paus -
mandados” instalados dentro do sacerdócio judaico da época. No primeiro século, época
de Jesus, a eleição do Sumo Sacerdote era mais um processo político do que religioso.

Os Romanos queriam que os sacerdotes apoiassem a ocupação Romana, e Herodes fez


com que o desejo dos Romanos fosse cumprido. Entretanto, seria injusto dizer que todos
os sacerdotes eram corruptos e simpáticos à Roma. De fato, muitos eram contra e deram
suporte à rebelião contra os ocupantes da terra santa.

Mas sem dúvida, aqueles que ocupavam os mais altos postos no Templo estavam
coligados aos Romanos. Nós vemos evidências dessa lealdade e também do medo de
Roma, nos textos dos Evangelhos:

“Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo a Maria, e que tinham visto o que
Jesus fizera, creram nele. Mas alguns deles foram ter com os fariseus, e disseram-lhes o
que Jesus tinha feito.

Depois os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho, e diziam: Que


faremos? porquanto este homem faz muitos sinais. Se o deixamos assim, todos crerão
nele, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação”. João 11:45-48

“Mas eles bradaram: Tira, tira, crucifica-o. Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso
Rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão César”. João
19:15

Flavio Josefo relata em seus escritos que os sacerdotes chegaram ao ponto de autorizar
um sacrifício diário ao Imperador César, no Templo dos Judeus. Isto era uma fonte de
angústia contínua para o povo Judeu da época.
No conflito, ocorrido mais tarde na história, entre Judeus e Romanos, o cessar do
sacrifício diário a César foi considerado um ato de guerra e motivou a destruição de
Jerusalém.

Os sacerdotes viviam em um luxo bem além do que um cidadão comum poderia


alcançar. Eles tinham um estilo de vida esbanjador, graças ao imposto que cobravam no
Templo.

Imposto esse que todo Judeu era obrigado a pagar. Richard Horsley no seu livro “The
Message and the Kingdom” descreve o que os arqueólogos descobriram sobre as
condições de vida dos sacerdotes do tempo de Jesus:

…impressionantes achados arqueológicos de suas residências em Jerusalém mostram o


quão elegante o estilo de vida deles se tornou. em estruturas espaçosas, sem dúvida
mansões, que os arqueólogos descobriram nos anos de 1970, nós podemos ter pistas do
estilo de vida esbanjador, com o piso feito de mosaicos floridos, nas recepções e salas
de jantar com decorações elaborados, esculpidas nas paredes e com uma riqueza de
louça fina, copos, tampas de mesa de pedra esculpida, e outros móveis interiores e
estilos elegantes. – The message and the Kingdom , Richard Horsley.

Os sacerdotes esbanjavam, enquanto que uma Judeu comum lutava para sobreviver. Os
impostos do Templo, combinados com os impostos cobrados por Herodes e os Romanos
estavam literalmente ameaçando a existência do povo Judeu.

O povo de Israel estava carregando um fardo tão pesado que eles mal podiam tolerar
(“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave
e o meu fardo é leve“. Mateus 11:29,30), fazendo com que o ambiente se tornasse um
barril de pólvora esperando para explodir.

Os sacerdotes estavam sem dúvida, com muita inveja da popularidade de Jesus, mas o
motivo principal de procurar matá-lo foi o medo de perder suas regalias.

Se Jesus fosse proclamado Rei de Israel, eles pensavam que poderiam perder o seu
estilo de vida gastador. Eles não entendiam que o reino de Jesus não era deste mundo e
que o seu sacerdócio não era segundo a carne ou o sangue.

Zelotes e Judeus Militantes


Os Zelotes Eram Revolucionários Armados.

Mas Judas, o Galileu, foi o autor da seita quarta da filosofia judaica. Estes homens estão
de acordo com as noções farisaicas; mas eles têm uma fixação inviolável à liberdade;

e dizem que Deus deve ser seu único soberano e senhor. Eles também não valorizam
qualquer tipo de morte, tampouco desejam a mortes de seus amigos e parentes.

Não temam nada ao ponto de chamar qualquer homem Senhor; e desde que esta severa
resolução deles é bem conhecida por muitos, não falarei mais sobre esse assunto…
(Josefo, Antiguidades 18:23-24)

Muitos Zelotes eram revolucionários, cuja ideologia baseava-se na crença farisaica da


Galileia. Eles eram nacionalistas na orientação e interpretação da Torá. Eles eram bem
comprometidos e não se atemorizavam com a morte.

Os Zelotes desprezaram o governo Romano e seus colaboradores, engajando-se na luta


armada. Havia um grupo especial dentre os zelotes chamado sicários fanáticos.

Zelotes Entre os Apóstolos?

Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu
irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; 3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e
Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 Simão, o zelote, e Judas
Iscariotes, que o traiu. (Mateus 10:2-4)

Um dos discípulos de Jesus – Simão, foi descrito como um Zelote (Lucas 6:15, Atos
1:13) Em algumas versões ele é chamado de “Cananita” no v.4. É um erro de tradução.
Καναναῖος (kananaios) é uma transliteração do Hebraico ‫( קַ נָּא‬kana) que significa”
zelo ou ciúme” (Ex. 20: 5, Dt 04:24), então ele era um Zelote. Judas, conhecido como
Iscariotes, com base em suas ações, também pode ter sido um Zelote.

Tiago e João da Galileia foram chamados de “filhos do trovão” e podem ter sidos
Zelotes também. Quando Jesus foi negado hospitalidade em Samaria eles queriam fogo
celestial (como em Sodoma e Gomorra) para destruí-los.

Aproximando-se o tempo em que seria elevado aos céus, Jesus partiu resolutamente em
direção a Jerusalém. 52E enviou mensageiros à sua frente. Indo estes, entraram num
povoado samaritano para lhe fazer os preparativos.

53Mas o povo dali não o recebeu porque se notava que ele se dirigia para Jerusalém.
54Ao verem isso, os discípulos Tiago e João perguntaram, ‘Senhor, queres que façamos
cair fogo do céu para destruí-los?’

55Mas Jesus, voltando-se, os repreendeu. 56e foram para outro povoado. (Lucas 9:51-
10:42)

Judeus Helenistas

Os Helenistas ou Gregos.

Alexandre, o Grande, foi o grande responsável pela Helenização da Antiguidade, pelas


conquistas vastas, por tornar possível e popular para os não-Gregos a aceitação de
muitos aspectos da cultura Grega. Dentre as pessoas do Mediterrâneo, os Judeus
também foram influenciados pela força cultural do helenismo.
Muitos Judeus, na diáspora, foram Helenistas por causa de seu ambiente. Fílon de
Alexandria é um bom exemplo. Alguns foram Helenistas por convicção e ativamente
procuraram influenciar outros admiradores com costumes Gregos.

Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos
Gregos contra os Hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério
cotidiano. (Atos 6:1)

E falava ousadamente no nome do Senhor Jesus. Falava e disputava também contra os


gregos (helenistas), mas eles procuravam matá-lo. Atos 9:29

Herodianos

Os Judeus de Herodes.

Não está claro quem exatamente eram os Herodianos. Tudo o que sabemos é que havia
uma ligação com o rei Herodes.

Alguns estudiosos acreditam que eles faziam parte de um partido político em Israel,
possivelmente conectados aos Helenistas) que apoiavam Herodes e a submissão à
Roma.

E enviaram-lhe alguns dos Fariseus e dos Herodianos, para que o apanhassem nalguma
palavra. (Marcos 12:13).
Advertiu-os Jesus: “Estejam atentos e tenham cuidado com o fermento dos Fariseus e
com o fermento de Herodes”. (Marcos 8:15)

Essênios e/ou Qumranitas

Os Essênios Habitavam o Deserto de Qumran.

Os habitantes de Qumran não foram mencionados no Novo Testamento, no entanto,


muitos acreditam que há referências indiretas a seus pontos de vista religiosos nos
Evangelhos.

Aqueles que viveram em Qumran podem ser chamados Qumranitas, mas os membros
do movimento mais amplo chamado Essênios viviam em assentamentos em todo Israel.

Ambos tinham crenças centrais semelhantes, mas eram também um grupo diversificado
e podem ter visto o seu papel de forma diferente. Josefo, Filón e Plínio o Ancião os
mencionam em suas obras e suas descrições diferem consideravelmente.

A doutrina dos Essênios é esta: Que todas as coisas são melhores atribuída a Deus. Eles
ensinam a imortalidade da alma, e estima-se que os frutos da justiça devem ser obtidos
com sincero esforço …

eles são excluídos do tribunal comum do templo … e eles totalmente viciados em


agricultura … aficionados acerca ad virtude, e isso em justiça, na verdade a tal ponto,
que, como nunca antes visto dentre outros homens …
a instituição deles não impede de ter tudo em comum; para que um homem rico não
goze mais de sua própria riqueza do que aquele que tem absolutamente nada. (Josefo
Antiguidades 18:18-20)

No tempo de Jesus, algumas pessoas queriam lutar contra os Romanos. Outros queriam
viver com os Romanos. Os Essênios escolheram viver isolados, como resposta ao
mundo “louco” que se apresentava no primeiro século. Eles formaram uma comunidade
na costa noroeste do Mar Morto.

Lá os Essênios achavam que poderiam viver como o “verdadeiro” povo de Deus. Eles
rejeitavam Herodes, o Templo, e os Fariseus. Em suas mentes, somente eles eram o
verdadeiro Israel.

E criaram uma comunidade pura, da qual sairia o Messias para redimir a Israel (eles na
verdade acreditavam que Deus enviaria DOIS MESSIAS, um seria um sacerdote e o
outro seria um rei).

Eles se intitulavam “os filhos da luz”, e seriam utilizados pelos Messias para
restabelecer o reino de Israel. Os Evangelhos não mencionam os Essênios. Os Romanos
destruíram a comunidade Essênia antes de partirem para Jerusalém. Muitos acreditam
que foram os Essênios que escreveram os manuscritos do Mar Morto.

Os Essênios eram conduzidos por sacerdotes Zadoquitas que deixaram o templo de


Jerusalém corrompido. Eles salientaram rituais de pureza, compartilhavam todas as
riquezas e viveram em comunidade. Faziam trabalhos de benevolência entre os pobres

Os Essênios eram bem rigorosos em suas interpretações dos mandamentos da Torá. Eles
mantiveram uma perspectiva escatológica da vida, falaram do fim dos dias, das guerras,
de Deus, da destruição final e do julgamento.

Por causa dessa crença acerca do fim iminente alguns de seus membros escolheram ser
solteiros em vez de se casar e começar uma família.

Essênios não eram pacifistas, mas não pareciam ser violentos e não apoiavam os
esforços revolucionários dos Zelotes.

Como grupo, eles protestaram contra os Saduceus e sua gestão corrupta do Templo.
Eles também protestaram contra os Fariseus por causa de suas tradições e abordagens
inovadoras ao interpretar a Torá.

QUATRO MOVIMENTOS ISRAELITAS


EM FLÁVIO JOSEFO
Por um bom tempo, os Judeus tiveram três seitas com diferentes conceitos filosóficos
entre si; a seita dos Essênios e a seita dos Saduceus e o terceira seita dos chamados
Fariseus… Judas, o Galileu foi o autor da quarta seita de filosofia judaica…(Josefo,
antiguidades judaicas 17 – séc. i ec).
Josefo escreve aos Romanos e é por isso que ele chama os grupos Judaicos de
“filosofias;” ele menciona 4 grupos principais, mas existiam muitos grupos menores,
menos influentes.

Nesta época, havia três seitas entre os judeus com diferentes opiniões sobre as ações
humanas… os Fariseus, eles dizem que algumas ações, mas não todas, são obras do
destino e algumas delas estão sob o nosso poder, e que dependem do destino, mas não
são causadas pelo destino.

Mas a seita dos Essênios afirma que o destino governa todas as coisas, e que nada recai
sobre os homens, exceto pela sua determinação. os saduceus não acreditam no destino e
que os assuntos humanos não estão sob nosso domínio. (Josefo, antiguidades, 13: 171-
173)

Saduceus – Não há destino, nada é pré-ordenado, todos os eventos são resultado do


livre arbítrio.

Fariseus – Alguns eventos são pré-ordenados por Deus, outros são resultado do livre-
arbítrio humano.

Essênios – Todos os eventos são predeterminados e ocorrem somente quando Deus


deseja.
Os Reis Magos do Oriente – A Estrela de
Belém e os Presentes – Ouro Incenso e
Mirra

É problemático explicar grandes eventos da fé que trazem acontecimentos espirituais,


ilustrados por meio de palavras que descrevem aspectos físicos. Este é o caso que
envolve os homens que ficaram conhecidos nos textos do Novo Testamento, como os
(Reis Magos) Sábios do Oriente e a Estrela de Belém.

Muitos estudiosos e intérpretes da Bíblia seguem o entendimento, no sentido de apontar


este acontecimento como sendo um fenômeno natural, ou ainda, um misto de
naturalidade (a Estrela de Belém seria realmente uma estrela física), com um certo nível
de intervenção divina (que teria atuado para posicionar a Estrela física de Belém, no
local onde pudesse ser avistada como sinal do nascimento do Messias Rei).

Nesta aula, gostaria de reexaminar esta passagem, partindo de uma nova orientação para
o entendimento desse grande milagre. Por isso, não poderia deixar de fazer um
questionamento fundamental: Porque ninguém mais conseguiu ver a Estrela de
Belém, com exceção dos Sábios/Magos?

Me refiro a esse fato curioso, por que após uma leitura cuidadosa dos acontecimentos
relacionados ao Nascimento de Jesus, percebemos que nem os Pastores que estavam
no campo, nem José, nem Maria – e nem mesmo um dos possíveis mais
interessados neste evento, Herodes – viram aquela “estrela” sobre Belém da
Judeia.

É verdade que a astrologia era proibida para os Judeus como uma forma de prever o
futuro, ou algum tipo de adivinhação. Entretanto, os Levitas e os Sacerdotes
mantinham, sim, uma observação constante do céu, mais especificamente para notar
o movimento e as fases da lua, pois o calendário Judaico é baseado nas fases lunares,
que servia de base para as datas de seus principais festivais de observância da Lei.
Assim sendo, uma estrela da magnitude da que foi descrita no Evangelho de
Mateus, estando localizada logo acima da cidade de Belém, despertaria a atenção
das autoridades Judaicas. E se essa “estrela” fosse visível a todos, não seria mais fácil
para Herodes ter simplesmente seguido-a, e portanto encontrado menino?

Mas antes de respondermos a essa pergunta, vamos rever também o entendimento


majoritário sobre a identidade geográfica e étnica dos Magos/Sábios do Oriente.

A maioria dos historiadores concordam que os Magos/Sábios do Oriente seriam


astrólogos profissionais. Eles teriam provavelmente vindo da Pérsia ou da Babilônia,
que correspondem na atualidade aos países do Irã e Iraque, de forma respectiva.
Escola de Astronomia na Cidade de Sipar.

A Babilônia, naquele tempo, possuía uma das melhores escolas astronômicas, na


cidade de Sippar (indicada por uma seta no mapa acima) e que registrava eventos
celestiais, como esse que estamos a discutir neste estudo. Na Pérsia, esses astrólogos
teriam uma outra razão para observar o céu, pois a religião daquela região era o
zoroastrismo.

Um dado que vale a pena citar, é que uma viagem da Pérsia ou da Babilônia, a pé e/ou
com a ajuda de animais, seguindo as muito bem estabelecidas rotas de comércio antigo,
levariam mais ou menos o mesmo tempo de aproximadamente quatro meses. Esdras fez
esta jornada durante estação da primavera, da Babilônia para Jerusalém (Esdras 7:8-9).
UMA QUESTÃO DE LINGUÍSTICA
Nesta aula, tomo como sugestão, a análise detalhada desta misteriosa passagem, com
base na narração do Evangelista Mateus, e me sinto muito confortável para ser socorrido
pelas mesmas palavras, mas agora em seu estado mais próximo aos originais
manuscritos em Hebraico e Aramaico que estão presentes na Peshitta (o Novo
Testamento em Aramaico e Hebraico).

2 1 ‫גּושים ִּמן הַ ִּמז ְָרח לִּ ירּושָ לַים‬


ִּ ‫ בָ אּו ְמ‬,‫הֹורדֹוס הַ מֶׁ לְֶׁך‬
ְ ‫ בִּ ימֵ י‬,‫ וְ ַכאֲשֶׁ ר נֹולַד יֵשּו ַע בְ בֵ ית לֶׁחֶׁ ם יְ הּודָ ה‬, Mateus
2:1

“E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns
magos vieram do oriente a Jerusalém”, Mateus 2:1

Antes de começar as nossa análise textual e teológica de Mateus 2:1, gostaria de trazer
uma informação de real interesse para o nosso estudo. Há em Israel, atualmente,
aproximadamente de 6 milhões de Judeus (estimativas de 2012 do Escritório Central
de Estatísticas de Israel), enquanto que em 2010 havia mais de 6,5 milhões de Judeus,
vivendo nos Estados Unidos, por exemplo.

Ou seja, na atualidade, há mais Judeus morando fora de Israel do que na terra que
seria natural para os filhos de Jacó. E o que isso tem a ver com o estudo sobre os
magos do Oriente? Esse fenômeno atual vai nos ajudar a “descobrir” a identidade
desses personagens tão importantes para o entendimento do Nascimento de Jesus.

Quem eram estes “magos do oriente”? E como eles tomaram conhecimento da


expectativa Judaica para o surgimento do Messias de Israel? Eles, no mínimo, foram
expostos fortemente às profecias do “Antigo Testamento” nas colônias Judaicas do
Oriente. E onde ficaria essa “terra do oriente”?

“Então pôs-se Jacó a caminho e foi à terra do povo do oriente”; Gênesis 29:1

“E o nome do terceiro rio é Tigre; este é o que vai para o lado oriental da Assíria; e o
quarto rio é o Eufrates”. Gênesis 2:14

Como podemos ler nos versos acima, Jacó, quando fugiu de Esaú, foi para a
Mesopotâmia se refugiar nas terras de seu tio Labão. O Gênesis também chama a
Mesopotâmia, a terra entre os rios Tigre e Eufrates, como “lado oriental”. A
“terra do oriente” frequentemente representa a Babilônia nos textos Bíblicos, pois
ficava na Mesopotâmia e foi um lugar inesquecível para os Hebreus, que foram exilados
para aquela cidade, por Nabucodonosor.

E quando os Judeus voltaram do Exílio Babilônico, foi apenas um remanescente que


voltou para Jerusalém. A maioria dos Judeus eram prósperos na Babilônia, e escolheram
por lá ficar. A população Judaica da Babilônia no tempo de Jesus era estimada em
aproximadamente 3 a 4 milhões de Judeus. O próprio Império Romano não possuía
muito poder nas Terras do Oriente, o que dava mais liberdade para o estudo da Bíblia
pelos Judeus.
Um dos grandes Rabinos de Israel, na época de Jesus, o Rabino Hillel, é dito que ele
estudou toda a literatura Judaica (como o Talmude da Babilônia) naquela cidade, antes
de viajar para as terras de Israel.

Vale citar também que as primeiras sinagogas, casas de estudo das Escrituras Sagradas,
surgiram na Babilônia, durante o tempo em que os Judeus estiveram por lá exilados.
Não havia livros como hoje conhecemos. Os livros na sua forma atual são invenção de
Gutenberg, inventor da imprensa na idade média. Na época de Jesus e dos “magos do
oriente” os “livros” na verdade eram rolos, pergaminhos feitos de couro de animal, pele
de ovelhas e carneiros.

Não se andava com vários rolos “pelas ruas”. Eram pesados e desajeitados. E eram,
como são hoje, de preço caríssimo. Tinham que contratar escribas profissionais para
fazer as cópias dos textos Bíblicos. Tudo ficava muito bem guardado nas sinagogas dos
Judeus, e sob o controle dos Rabinos.

Seria improvável que Babilônios pagãos, adoradores de diversas divindades, místicos,


tivessem interesse nesses Rolos da Lei de Deus, e certamente não teriam acesso a eles
para uma análise da profundidade que se exigiria para entender as profecias
Messiânicas, da forma como esses SUPOSTOS “MAGOS” entenderam.

Para se compreender uma profecia ao nível que esses SUPOSTOS MAGOS do oriente
compreenderam, ao ponto de afirmarem que “viram a estrela do Rei dos Judeus”, se
fazia a necessidade de um estudo completo da Lei Mosaica. E isso era algo que apenas
os Rabinos faziam na época, como o Rabino Hillel, citado anteriormente.

E se voltarmos ao texto, em seus manuscritos em Grego, Aramaico e Hebraico, vemos


que a palavra “MAGOS” em Mateus 2:1 é o termo Grego “μάγοι” – “magos”
(Strong’s: 3097), que significa professores, astrônomos, cientistas, e claro, como
havia muitos falsários entre estes homens sábios, a palavra com o tempo foi tomando
um conceito pejorativo para “adivinhadores”. Mas na época de Jesus ainda se usava o
termo para designar homens sábios, de saber notório.

Essa palavra Grega “magos” também está relacionada com o termo Hebraico
“Ravmag” que por sua vez vem da raiz “Rav” – Rabbi – em Português
“Rabino”. Os Rabinos são professores da Lei de Deus. Em Aramaico, a palavra usada
em Mateus 2:1 é o termo ‫“ מגּושֵׁ א‬megushe” – “astrônomo”.

Os Rabinos da época, mantinham uma observação constante dos céus, principalmente


da lua, pois as fases da lua é que determinavam o calendário Judaico, bem como os dias
dos seus principais festivais. Esses “MAGOS DO ORIENTE” não eram pagãos –
sem conhecimento das escrituras e da Lei de Deus.

Todas as evidências nos levam a crer que eles eram provavelmente Judeus ou
descendentes de Judeus, ou ainda eram homens que tinham um profundo
relacionamento com os Judeus que viviam no oriente, na Babilônia, e que eram
estudiosos das escrituras e receberam uma revelação da parte de Deus sobre o
nascimento do Messias de Israel.
Os Magos/Sábios do Oriente tem um comportamento muito diferente do que se
esperaria de pagãos místicos, adorares de divindades demoníacas. Não há evidências
em toda a passagem de Mateus, que eles eram praticantes de adivinhações, mágicas ou
feitiçarias. O comportamento deles se assemelha com o de justos Judeus, que como
muitos que encontraram com Jesus, se ajoelharam diante Dele e o reconheceram como
Senhor de suas vidas.

Vale ainda dizer que esses Sábios do Oriente não tiveram nenhum ganho material com
suas longas jornadas para encontrar o Messias. Eles mais pareciam representantes ou
testemunhas providenciadas por Deus, que vinham de uma grande parte do Povo de
Israel, que ainda estava fora da Terra Prometida. De um povo que ainda estava
desunido, separado, ainda vivendo no exílio Babilônico.

A ESTRELA DE BELÉM
Como abordamos no início deste estudo Bíblico, há diversas sugestões para explicar a
natureza da Estrela que os Homens Magos/Sábios viram. Muitos sugerem que era um
fenômeno natural, explicado pela astronomia, como um cometa, por exemplo (o
Cometa Halley foi visto no ano 11 Antes de Cristo). Ainda, segundo esta abordagem,
poderia ter sido também uma Supernova ou uma conjunção de planetas.

Os estudiosos falam largamente, na possibilidade de ter ocorrido uma não usual


conjunção, alinhamento de planetas que ocorreu em 27 de maio de 7 AC (Hughes
1979). Há uma outra teoria, que liga a uma supernova que astrônomos Chineses e
Coreanos registraram entre março e abril de 5 AC.

Enquanto que essas sugestões trazem algum tipo de explicação da atividade astral
daquele tempo, porém elas não levam em consideração o Modus Operandi, a maneira
como “se comporta”, a forma como a Estrela de Belém se move no céu, guiando os
Magos/Sábios, e apontando com extrema exatidão, não somente a Vila de Belém,
como a casa “onde estava o menino” (Mat. 2:9).

E em segundo lugar, o texto descreve a capacidade que aquela estrela possuía em


particular, que era a de aparecer, desaparecer e reaparecer! E mais, ela se movia e
direcionava os Sábios em suas jornadas! Isso é algo que certamente uma estrela comum
não poderia realizar. É com certeza a descrição de um verdadeiro milagre!

E como também já abordamos no início da aula, o texto de Mateus sugere que somente
os Sábios do Oriente conseguiam ver a Estrela (nem os pastores, nem Maria, nem João,
nem os Sacerdotes, e nem mesmo Herodes pode ver tal fenômeno nos céus de Belém).

Olhando para o contexto, neste capítulo do livro de Mateus, percebemos também mais
uma sugestão, que nasce da ligação deste fenômeno com a direta citação da atividade
angelical, envolvida no nascimento de Jesus. Sim, Mateus parece sugerir que aquela
Estrela era algum tipo de manifestação angelical.

Um anjo foi enviado aos Magos/Sábios do Oriente, na forma de uma estrela, para
anunciar o nascimento do Messias, aquele que iria unir o Povo de Israel e salvar o
Mundo.
Os anjos são comumente chamados de estrelas na Bíblia (Jó 38: 7; Dan 8: 10; Apoc. 1:
16, 20; 2: 1; 3: 1; Apocalipse 22: 16; cf. 2: 28; Apoc. 8: 10, 11; 9: 1, Isa 14: 12 – 13).
Anjos foram usados para guiar e proteger o povo de Israel, quando estavam em seu
caminho para a Terra Prometida (Êxodo 14: 19; 23: 20), e estão presentes por todo o
Novo Testamento.

Dale Allison, professor do Seminário Teológico de Exegese do Novo Testamento, em


Pittsburgh, Pensilvânia, cita em seus estudos um texto do livro apócrifo Evangelho da
Infância, que expande a narrativa de Mateus, que diz, “No mesmo momento, apareceu
para eles um anjo na forma de uma estrela que antes os tinha guiado na sua viagem”.
Allison conclui, “Isto, eu acredito, apenas revela o que estava implícito em Mateus, a
saber, que aquela estrela era um anjo” (Allison 1993, 24).

Esta visão é muito consistente com a proeminência que a ação dos anjos toma lugar em
toda narrativa do nascimento e da infância de Jesus:

1. Anunciando a Maria sobre a concepção do Messias;


2. Anunciando a José sobre a natureza virginal da concepção de Jesus;
3. Avisando os Magos/Sábios para não retornar a Herodes;
4. Avisando a José para fugir com sua família para o Egito; e
5. Anunciando que eles deveriam voltar para Israel.

Esta passagem sobre a Estrela de Belém está relacionada com a profecia contida no
livro de Números 24:17. No episódio em que Balaão é contratado por Balaque, rei dos
Moabitas, para amaldiçoar o povo de Israel. Porém desta tentativa frustrada surge uma
das mais proeminentes poesias sobre a aparição do Messias.

“uma estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel” Números 24:17

Segundo o Rabino Moisés Maimônides, um grande sábio Judeu do século 13, também
conhecido como Ramban, que tomando esta profecia da Estrela de Belém, comparou a
aparição do próprio Messias ao brilho desta “Estrela de Jacó”:

“O Messias é chamado “uma Estrela” porque ele brilhará (como um raio) pelo céu,
visível a todo o mundo, para ajuntar o povo de Deus da dispersão.”

“…uma vez que o Messias irá reunir os que estão em dispersão pelos quatro cantos do
mundo, Ele é referido como uma ‘Estrela’ que atravessa os céus de um final ao outro…”
(Comentário de Ramban sobre Números 24:17, Século XIII)

Esse comentário de Ramban está em total conexão com as palavras de Jesus, que
descreve a Sua segunda vinda de forma semelhante, e faz uma ligação com a Estrela
revelada aos Justos Sábios do Oriente, na Sua primeira vinda:

“Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será
também a vinda do Filho do homem”. Mateus 24:27

Um relâmpago que sai do Oriente e se mostra até o Ocidente, ou seja, é a luz no


céu, que irá guiar os povos tanto do Oriente, quanto do Ocidente, levando-os à
união e reunificação em um só povo.
Assim podemos concluir que o nascimento de Jesus, começou a reunião, e a
reunificação do povo de Israel (e do povo de Deus como um todo) em menor grau, ou
mesmo apontou/profetizou um evento futuro que ocorrerá em grande escala (na Sua
segunda vinda irá terminar a diáspora/reunir todo o povo de Deus em um só corpo).

OS PRESENTES
“e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.” Mateus 2:11

Ouro, Incenso e Mirra.

O Messias é Rei e Sacerdote:

O ouro representava o Reinado do Messias – Jesus filho de Davi – e o Seu reino jamais
terá fim.

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus
ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim,
sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com
justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.” Isaías
9:6,7
O incenso e a mirra representam o Sacerdócio – O Sacerdote tinha a função de mediar,
de trazer os elementos da expiação dos pecados perante o Eterno. Um dos principais
elementos que eram usados para a expiação da culpa era o ‫ קטרת‬Ketoret, comumente
traduzido como incenso, uma mistura de várias especiarias.

A mirra e o incenso, ou seja, o Ketoret, simbolizava a Oração e a Intercessão do


Ministério Sacerdotal de Jesus. Ele é o único Intercessor ao nosso favor. Essa
intercessão tem o poder de expiar os pecados do povo:

“E disse Moisés a Arão: Toma o teu incensário, e põe nele fogo do altar, e deita incenso
sobre ele, e vai depressa à congregação, e faze expiação por eles; porque grande
indignação saiu de diante do Senhor; já começou a praga. E tomou-o Arão, como
Moisés tinha falado, e correu ao meio da congregação; e eis que já a praga havia
começado entre o povo; e deitou incenso nele, e fez expiação pelo povo. E estava em pé
entre os mortos e os vivos; e cessou a praga.” Números 16:46-48

Intercessão de Jesus é contínua:

“E Arão sobre ele queimará o incenso das especiarias; cada manhã, quando puser em
ordem as lâmpadas, o queimará. E, acendendo Arão as lâmpadas à tarde, o queimará;
este será incenso contínuo perante o Senhor pelas vossas gerações”. Êxodo 30:7-8
A Confissão de Pedro e as Portas do
Inferno

No Tempo de Jesus, um Templo Pagão ficava em frente a uma caverna, na cidade de


Cesareia de Felipe. Dentro da Caverna havia uma piscina tão profunda que ninguém
conseguiu medir a sua total profundidade (de acordo com Flavio Josefo), e fluía água
de uma fonte poderosa no local.

Essa caverna era conhecida como as Portas do Inferno (Sheol). Havia diversos
santuários e templos, incluindo um templo para a adoração ao Imperador César. Havia
também imagens aos deuses do subterrâneo Pan, Eco e Hermes.

“E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos,


dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?

E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos
profetas.
Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?

E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.


E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não
revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.

Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela;” Mateus 16:13-18

As Portas do Inferno
Muitas vezes, quando estudamos a Vida e a Obra de Jesus Cristo, temos tendência a
tratá-lo como se Ele tivesse vivido no século 21. Em outras palavras, tendemos a vê-lo
como um de nós, homens modernos. Entretanto, é preciso ter em mente que o nosso
Mestre era um Judeu que vivia no primeiro século da nossa era.

Quando colocamos a história de Jesus no seu contexto original, na terra de Israel, sob o
domínio dos Romanos (que na época eram pagãos), dentro da cultura oriental, então os
textos do Novo Testamento adquirem novas cores e novos significados.

A versão clássica da Bíblia em português, por exemplo, traz a tradução dos versos
acima, como que “as portas do inferno não irão prevalecer contra a Igreja de Jesus”.
As traduções Bíblicas, em geral, traduzem como inferno algumas palavras que possuem
uma outra tradução melhor.

O problema com a tradução de ‫ וְ שַ ע ֲֵׁרי ְשאֹול‬veShaarei Sheol (as portas do Sheol) como
sendo “as portas do inferno”, é que não faz muito sentido, se analisarmos mais de perto
a mensagem que Jesus queria passar para os Seus discípulos, pois esta mensagem
carrega em si mesma aspectos culturais, de como a religião Judaica compreendia a vida
após a morte, até aquele momento na história.

Se analisarmos bem esta tradução, veremos que não tem nada a ver com a Igreja de
Cristo. Afinal de contas, os portões do inferno não prevalecerão contra a Igreja,
e prevalecer significa continuar a existir; persistir, conservar-se. O que traz um
entendimento de que a Igreja seria capaz de derrubar os portões do inferno.

E porque a Igreja iria tentar “derrubar” os portões do inferno?

Existe em algum texto Bíblico que diz que a Igreja deve ou não fazer algo deste tipo?
Por isso a palavra “inferno” não cabe muito bem neste verso. A palavra que estaria em
melhor harmonia com o contexto, é o termo SHEOL, bem presente no Antigo
Testamento, como sendo o lugar para os mortos.

As Chaves das Portas do Inferno


E as pessoas iriam para o céu, quando eles morriam na Época do Antigo Testamento?
Você pode se surpreender meu querido aluno, mas, de acordo com as escrituras, e com o
entendimento da época de Jesus, os mortos não iam para o céu. Os mortos não estavam
no céu, mas em um lugar chamado ‫ ְשאֹול‬Sheol.

E o Sheol, de acordo com a Tradição dos dias de Jesus, tinha dois grandes portões. E
aqueles portões ficavam trancados, esperando até o dia em que o Messias viria e
libertaria a todos os salvos.

Essa teologia se reflete com veemência nas palavras dos Apóstolos Pedro e Paulo, e
João no Apocalipse:

“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para
levar-nos a Deus…
No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão;”
1 Pedro 3:18,19
“Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.
Ora, isto ?ele subiu? que é, senão que também antes tinha descido às partes mais
baixas da terra?”
Efésios 4:8,9

E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as
chaves da morte e do inferno (aqui também seria melhor o termo Sheol). Apocalipse
1:18

Ou seja, as “portas do Sheol” não prevalecerão contra a Igreja, porque Ele mesmo,
Jesus, iria abrir estes portões e libertar os salvos, e elevá-los para próximo de Deus, a
um local chamado PARAÍSO:

“E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” Lucas
23:43

E em Cesareia de Felipe, Jesus estava dizendo que o dia da libertação do Sheol estava
próximo. No livro do Apocalipse, vemos que Jesus já havia executado esta tarefa, “E
tenho as chaves da morte e do inferno [Sheol, no original]” Apocalipse 1:18.

As palavras de Jesus em Mateus 16 tem muitas camadas de significados. Quanto mais


as estudamos, mais vemos. Essa passagem se dá em Cesareia de Felipe. Após a morte
de Herodes o Grande, por volta do ano 4 AC, o seu reino foi dividido pelos Romanos
entre os seus três filhos. O filho de Herodes que herdou a região nordeste da terra de
Israel foi Felipe.

Quando Felipe assumiu o poder, ele mudou o nome da cidade de Paneas (em
homenagem ao deus pan), também chamada de Banias, para Cesareia de Felipe. O nome
Cesareia era para homenagear a César, imperador que se autodenominava um deus.

Aquele local era o mais PAGÃO de toda a Palestina. Lá estava o centro mundial de
adoração ao deus pan, e os seguidores desse deus faziam, naquele lugar, orgias de tal
ordem, que não é lícito que esse autor descreva neste estudo. Os Judeus mais piedosos
evitavam a todo custo ir àquela cidade, mas Jesus foi lá, de forma deliberada.

Ao lado do templo construído ao deus pan, havia uma grande fenda no solo. As pessoas
acreditavam que os espíritos dos mortos usavam a fenda para descer e subir do Sheol.
Essa fenda era chamada de “portões do Sheol” (“portas do inferno” na tradução
clássica em português).

Ao proclamar que as portas do Sheol não prevaleceriam contra a Sua Igreja, Jesus
estava dizendo que a Sua vitória não seria somente no pós-vida. Realmente Ele venceu a
morte, tomou a chave da morte e das portas do Sheol e levou cativo o cativeiro, ou
seja, libertou os que aguardavam a Salvação e os levou para o PARAÍSO.

Ainda mais, Jesus profetizava que todo o PAGANISMO de Roma não conseguiria
prevalecer contra a Sua Igreja. Os santos seriam vitoriosos sobre Roma. E isso se tornou
verdade. Apesar de toda a perseguição do Império Romano sobre os primeiros Cristãos,
as execuções públicas no Coliseu Romano, a Igreja foi vencedora.
O império Romano CAIU, e a Igreja de Jesus permanece!

O que representavam as 10 pragas e


quais deuses do Egito foram atingidos?
11 de abril de 2012

 facebook
 twitter

Uma das histórias mais espetaculares de toda a Bíblia e que chama a atenção de cristãos
e não cristãos é a narrativa das 10 pragas derramadas pelo Senhor sobre o Egito, e a
maneira incrível que o Êxodo aconteceu.

Uma das histórias mais espetaculares de toda a Bíblia e que chama a atenção de cristãos
e não cristãos é a narrativa das 10 pragas derramadas pelo Senhor sobre o Egito, e a
maneira incrível que o Êxodo aconteceu.

Essas terríveis pragas tinham por objetivo conduzir Faraó ao arrependimento e revelar
que Yahweh é o único verdadeiro Deus, o Rei soberano no universo. O termo Faraó era
o título dado ao rei do Egito, e ele se autointitulava “filho de Rá”, como um deus. Além
do deus falso Rá, os egípcios criam em um panteão de outros deuses que eram tidos
como os responsáveis pela vida, fertilidade, imortalidade, etc. Sendo que os israelitas
foram reduzidos à escravidão por muitos anos, os egípcios, por meio do seu contato
com eles, tiveram uma oportunidade de conhecer sobre o verdadeiro Deus. As orações
dos israelitas, que clamavam por libertação da opressão, haviam ascendido aos céus e
Yahweh os ouviu. Moisés e Arão eram irmãos e foram enviados por Deus para anunciar
os juízos iminentes que cairiam sobre o Egito caso Faraó e seus oficiais não
permitissem que os hebreus saíssem para adorar o Senhor no deserto.
Um dos objetivos das 10 pragas era revelar a grandeza, o poder e a soberania de
Yahweh como único e verdadeiro Deus em contraste com as falsas deidades egípcias.
Faraó devia reconhecer e confessar que o Deus dos hebreus era supremo e que o Seu
poder estava acima do rei do Egito e da nação que ele governava (Êxodo 9:16; 1 Samuel
4:8). As pragas foram juízos contra os egípcios, seus deuses e sua falsa religião (Êxodo
12:12). Como foi que isso aconteceu? Por que águas se transformaram em sangue? Por
que pragas como infestações de rãs, piolhos e moscas aconteceram? Por que houve
pestes no rebanho, feridas malignas nos egípcios, chuva de pedras, infestação de
gafanhotos, escuridão e morte dos primogênitos? Existe algum significado para tudo
isso?

1) Água em sangue (Êxodo 7:14-24)

Cada uma das dez pragas foi dolorosamente literal e dirigida contra algum aspecto
da falsa religião. A primeira praga – a transformação do Nilo e de todas as águas do
Egito em sangue – foi uma ofensa ao deus Nilo (personificação de Hápi), que se
acreditava ser o deus da fertilidade. Tal praga resultou na morte de peixes e foi,
portanto, um duro golpe contra a religião egípcia que venerava algumas espécies de
peixes (Êxodo 7:19-21).

2) Rãs (Êxodo 8:2-14)

As rãs eram animais sagrados para os egípcios e um de seus ídolos, a deusa Heqet, tinha
cabeça de rã. Eles supunham que ela possuía poder criador. Embora o principal
propósito dessa praga fosse punir os opressores de Israel, também atrairia desprezo por
seus muitos deuses pagãos. A grande multiplicação de rãs fez com que a deusa Heqet
parecesse maligna. Ela atormentou o povo que lhe era tão devoto. As superstições dos
egípcios os obrigaram a respeitar as criaturas que a praga lhes fez odiar, e que, se não
fossem deidades, teriam destruído (Êxodo 8:2-14).

3) Piolhos (Êxodo 8:16-19)

Na terceira praga Arão estendeu a mão com o seu bordão e feriu o pó da terra que se
tornou em piolhos que infestaram nos homens e no gado e por toda a terra do Egito. Os
magos egípcios tentaram reproduzir tal feito, mas reconheceram a sua impotência e
disseram: “Isto é dedo de Deus” (Êxodo 8:19). Atribuía-se ao deus Tot a criação do
conhecimento, da sabedoria, da arte e da magia, mas nem mesmo essa divindade pôde
ajudar os magos a imitar a terceira praga. Este foi mais um golpe contra a falsa religião
do Egito.

4) Moscas (Êxodo 8:20-32)

Novamente foi dada a chance para que faraó reconhecesse o Deus verdadeiro e se
arrependesse, deixando os hebreus partirem para servirem o Senhor. A quarta praga
consistia em enxames de moscas que infestariam todo o Egito. Um novo elemento é
introduzido a partir dessa praga – a distinção entre os Egípcios e os adoradores do
verdadeiro Deus (Êxodo 8:22). Enquanto as casas dos egípcios eram infestadas pelos
enxames de moscas, os israelitas na terra de Gósen não foram atingidos (Êxodo 8:23,
24). Mais uma vez a falsa religião egípcia é derrotada. A separação entre israelitas e
egípcios constituía uma evidência adicional do caráter miraculoso dos juízos divinos,
planejados de modo a impressionar as pessoas de que Deus não era uma deidade local
ou mesmo nacional, mas que possuía um poder que se estendia a todos os povos. Os
egípcios, que estudavam o curso dos eventos durante essas semanas ou meses fatídicos,
devem ter reconhecido a autoridade suprema do Deus de Israel sobre o Egito, bem como
sobre os próprios hebreus.

5) Peste sobre bois e vacas (Êxodo 9:1-7)

Foi anunciado com antecipação o dia em que o juízo divino cairia sobre o rebanho
egípcio, em forma de pestilência sobre os animais. Novamente há uma linha de
separação entre os hebreus e os egípcios. Do rebanho de Israel nenhum animal foi
atingido, enquanto que todo o rebanho dos egípcios morreu (Êxodo 9:6, 7). Esta praga
certamente atingiu a crença em divindades muito populares no Egito Antigo: Ápis (deus
sagrado de Mênfis, da fertilidade dos rebanhos); Hator (deusa-vaca, deusa celestial);
Nut (algumas vezes representada como uma vaca). (Êxodo 9:1-7).

6) Feridas sobre os egípcios (Êxodo 9:8-12)

Até aqui os magos egípcios estiveram presentes quando os milagres foram realizados.
Embora tivessem reproduzido algumas falsas imitações utilizando as ciências ocultas,
nesta ocasião a praga caiu sobre eles com tamanha severidade que não podiam continuar
com o rei. Em vez disso, fugiram para as suas casas em busca de proteção e tratamento.
Novamente houve clara distinção entre os egípcios e os hebreus. Nenhum poder mágico
ou sobrenatural pôde protegê-los.

7) Chuva de pedras (Êxodo 9:13-35)

Foi fixado o tempo para o começo da sétima praga (chuva de pedras). Ela deveria cair
sobre o Egito no dia seguinte, caso o Faraó não se arrependesse e não deixasse os
hebreus sair. Esse período de tempo determinado testificaria ao rei que Yahweh é o
único Senhor – o Criador da Terra e dos céus – e que toda a natureza animada e
inanimada estão sujeitas ao Seu poder. Esses elementos, considerados pelos egípcios
como seus deuses, longe de serem capazes de ajudá-los, estavam sob o controle do Deus
de Israel, e Ele os usaria como instrumentos para punir aqueles que os adoravam. Como
Deus se aborrece com a idolatria! Mesmo em meio ao castigo Deus mostrou
misericórdia, advertindo os egípcios de seu destino iminente e avisando-lhes que
protegessem a si mesmos e suas propriedades. Se o faraó e seus servos tivessem
aceitado o aviso dado de maneira tão misericordiosa, a vida de homens e de animais
teria sido poupada. Mas o aviso não foi considerado e houve grandes perdas. O verso 20
insinua que alguns egípcios haviam aprendido a temer a Deus. Talvez ainda não O
conhecessem como o único Deus verdadeiro, mas apenas como alguém a quem
convinha respeitar. A forte saraivada envergonhou os deuses considerados como tendo
controle sobre os elementos naturais; por exemplo, Íris – deus da água e Osíris – deus
de fogo.

8) Gafanhotos (Êxodo 10:1-20)

A praga dos gafanhotos destruiu toda a vegetação que havia sobrado da devastadora
chuva de pedras e demonstrou que Yahweh tinha controle absoluto sobre todos os
elementos da natureza. O juízo divino era mais uma demonstração de que a crença
egípcia em deuses que eles supunham garantir abundante colheita, eram falsos. Deus
encheu o ar e a terra de gafanhotos e os deuses egípcios Xu (deus do ar) e Sebeque
(deus-inseto) não puderam fazer nada para impedir (Êxodo 10:12-15).

9) Escuridão total (Êxodo 10:21-23)

O Egito ficou em trevas tão densas que não era possível enxergar as pessoas e
essa escuridão se estendeu por 3 dias. Mas na casa dos hebreus havia luz (Êxodo 10:23).
Como as pragas anteriores, esta desferiu um forte golpe nos deuses egípcios. Por
séculos o deus-sol tinha sido a principal divindade no Egito, e todo rei chamava a si
mesmo de “filho de Rá”. Na época de Moisés esse deus era identificado com Amon e
tinha o nome de Amon-Rá. Os maiores templos que o mundo já viu foram construídos
em sua honra, e um deles, o grande templo em Karnak, no alto Egito, é ainda
magnificente, mesmo em ruínas. Outro deus era o disco sol Aton, que poucas décadas
depois do Êxodo tornou-se o deus supremo do sistema religioso egípcio. Por ocasião da
nona praga, a completa impotência desses deuses estava demonstrada claramente aos
seus adoradores.

10) Morte de todos os primogênitos (Êxodo 11-12)

Este golpe cairia sobre os primogênitos dos homens e dos animais. Deus não desejava
exterminar os egípcios e seu gado, mas apenas convencê-los de que a oposição ao Seu
propósito para Israel não seria mais tolerada. A morte dos primogênitos causou o maior
vexame para a religião do Egito. “Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e
ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais;
executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR” (Êxodo 12:12). Os
governantes do Egito chamavam a si mesmos de “filhos de Rá”, e se autoproclamavam
divinos. A morte dos primogênitos foi uma grande humilhação. Certamente pressionado
pela demanda popular, faraó enviou seus principais oficiais, ainda enquanto era noite,
para chamar os odiados líderes hebreus, aos quais havia dito nunca mais vê-los (Êxodo
12:31). A rendição de faraó foi completa. Ele não apenas ordenou que deixassem o país
e levassem tudo o que possuíam, como também pediu algo que os dois irmãos não
poderiam imaginar: “Levai também convosco vossas ovelhas e vosso gado, como
tendes dito; ide-vos embora e abençoai-me também a mim” (Êxodo 12:32).

Se as palavras de Moisés e Arão tinham trazido maldição, faraó deve ter suposto que
elas também poderiam trazer bênção. Não se sabe como seu pedido foi recebido, mas o
fato de ter sido feito é um forte indício de quão subjugado estava o seu orgulho.

O Êxodo foi a libertação da escravidão do povo hebreu do domínio egípcio. Esse evento
é uma prefiguração que aponta para uma libertação muito maior realizada por Jesus
Cristo – a libertação do pecado. Da mesma maneira como Deus conduziu Seu povo no
passado, “com mão forte”, Ele também deseja nos conduzir à Canaã celestial. Por isso
devemos caminhar humildemente com Deus, hoje, e todos os dias, e quando Cristo
voltar, estaremos com Ele por toda a eternidade!

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