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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA – UNIPÊ

CURSO DE DIREITO – P1 – TURMA O


DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO DIREITO I

GENILZA MENDES DA COSTA


PATRICK ANDERSON SANTOS ROMÃO

RELATÓRIO DE APRESENTAÇÃO:
Aborto 03.06.2015

João Pessoa
Junho de 2015
Direito à vida: aborto – estupro – feto anencefálico
Eliane Alfradique

O presente trabalho visa abordar o direito à vida, enquanto direito


fundamental, assim como as ligações existentes entre este e o aborto.

Possivelmente por ser um dos mais rumorosos problemas da Ciência Jurídica —


o direito à vida — e pela própria maneira como vem sendo tutelado (e violado) entre
nós, assim como a sua evolução na tábua histórica até os dias atuais, o tema tem
muitas correntes de posicionamento quanto alguns aspectos acerca de suas
características e os problemas relativos à sua positivação e exigibilidade, enquanto
integrante dos chamados: Direitos Fundamentais.
Note-se que, por ser inato à natureza humana e por ser um direito
fundamental, o direito à vida é mais antigo — óbvio — que a própria teoria dos
direitos fundamentais.

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes: (grifamos).

A prioridade que o legislador constitucional de 1988 imprimiu ao direito à vida


é altamente relevante. Este coloca-se à frente de outros e, a mens legistaroris, afigura-
nos no sentido de que a vida humana seja considerada um ponto central e
eqüidistante em relação aos demais direitos. É a coluna cervical do arcabouço jurídico,
de onde emanam todos os demais direitos.

"O aborto consiste na interrupção da gravidez com a morte do feto."

Realçado o seu propósito de proteger em verdade a vida do embrião, o Código


considera como lesão gravíssima o abortamento consequente a lesões corporais. (art.
129, § 2º, V, do CP).
Foi sem dúvida o Cristianismo que trouxe a concepção, válida até hoje, de que
o feto, mesmo no ventre materno, embora não se possa reputar como pessoa no
sentido jurídico, representa um ser a quem a sociedade deve proteger e garantir
seu direito fundamental à vida..
Resta clara a posição de que aborto não é meio contraceptivo. O resultado
negativo de experiências como a descrita supra mostram que é melhor iniciar
campanhas em favor dos meios anticoncepcionais, apontando os perigos das práticas
abortivas, especialmente em relação com as doenças crônicas do aparelho genital de
que resulta a esterilidade e, sobretudo, pelo direito fundamental à vida.
Existem pensamentos que ainda se reduza o feto, contrariando o bom senso, a
simples parte do corpo da mulher, o suposto direito desta "sobre o próprio corpo" é
obviamente insuficiente para assegurar êxito à causa que com tal escora se visa a
sustentar, assim, inibir o feto.
Entendemos que a vida começa no momento da fecundação e todos os meios
que tentam ou impedem que essa vida siga seu curso natural é ilegal, não somente
para a mãe que consente, mas para quem pratica um ato tão cruel. Pensar-se em
controle de natalidade, sim, mas com a educação ministrada às adolescentes e as
mulheres de pouca informação, não com a retirada agressiva, executando sem piedade
um ser humano sem direito a defesa.
O Código Penal (Lei nº 7.209, de 11 de julho de 1984), declara a proibição do
aborto. Todavia, o aborto necessário, legal ou terapêutico e o aborto no caso de
gravidez resultante de estupro não são punidos. São casos de aborto legal, onde a lei,
prevendo situação especial, os autoriza. Duas as hipótese previstas na legislação: para
salvar a vida da gestante quando não houver outro recurso e para interromper a
gravidez resultante de estupro:

"Art. 128 — Não se pune o aborto praticado por médico:


I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da
gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal."

Destarte, no primeiro caso, é caso de aborto terapêutico, "porque representa


verdadeiro tratamento" ou necessário "porque é realmente necessário". A intervenção
do médico justifica-se pelo chamado estado de necessidade, quando se torna
imprescindível e inadiável para ser salva a vida da mulher que o gerou. É prática lícita e
irrenunciável frente a incompatibilidade entre a vida materna e embrionária.
No segundo caso, trata-se de que aquela gravidez resultar de um crime
hediondo como o estupro, onde a violência empregada retira as forças da mulher e
repugna o ato praticado. Aqui se faz presente o sentimento ético ou humanitário,
limitando-se a excluir a punibilidade da prática do aborto pelo fim “honoris causa”.
Ainda é nosso o posicionamento sobre o abortamento por anencefalia: A
anencefalia, anomalia fetal consistente na ausência da calota craniana, não é
permissiva para se autorizar o aborto, como se infere do art. 128, I e II, do CP.
A lei não prevê a isenção de pena para o abortamento com a eliminação de
fetos doentes ou defeituosos. O Magistrado não tem o poder de autorizá-lo, nem será
o médico jungido a fazê-lo, porque ofenderia, por certo, sua consciência e ética
profissional. O feto, nesses casos, é dotado de vida intra-uterina ou biológica e é, por
isso, protegido pelas normas constitucionais e pelo direito natural. O Direito Civil
tutela o nascituro porque há possibilidade de vida - art. 4.º do CC -, daí advindo uma
série de consequências, principalmente de ordem sucessória. Permitir o aborto
equivaleria à prática da eutanásia, só que praticada contra um ser em formação,
dotado de todas as funções.
Desde a concepção, há ser humano, amparado pelo direito à vida e com
prerrogativa da dignidade humana, qualquer seja o prognóstico de seu futuro,
inclusive quanto à duração de sua existência. Pensar e agir de modo diverso é abrir
portas para o comércio abortista e a perigosa venda de órgãos.
Pois bem, essa conclusão não se pode alterar, se e quando, no curso do
desenvolvimento do ser humano, ainda na fase fetal, ocorra anomalia ou malformação
a comprometer o funcionamento de órgão ou de sistema próprio da natureza desse
ente, que, não obstante isso continua mantendo a vida, no ventre materno, com a
deficiência que o acomete.
Quando o nascimento se consuma, a personalidade começa. Não é preciso que
se haja cortado o cordão umbilical; basta que a criança haja terminado de nascer (sair
da mãe) com vida. A viabilidade, isto é, a aptidão a continuar de viver, não é de exigir-
se. Se a ciência médica responde que nasceu vivo, porém seria impossível viver mais
tempo, foi pessoa, no curto trato de tempo em que viveu. O Código Civil desconhece
monstros, monstra. Quem nasce de mulher é ser humano. Não cogita do hermafrodita,
no tocante à personalidade.
A capacidade jurídica já estava firmada, direitos já podiam ter sido adquiridos
que se transmitiram ao herdeiro do falecido.
Ao direito civil, porém, estas questões não devem preocupar. Em primeiro
lugar, o ponto de vista do direito é social e não biológico. Portanto, pode o indivíduo
ser considerado incapaz de viver, e no entanto, por isso mesmo que vive, merece a
proteção do direito.
Imagine-se um indivíduo malformado, que os peritos declaram inapto para a
vida. Não obstante, ele dura alguns dias. Se alguém o matar, comete ou não um crime?
Ninguém responderá pela negativa. Por quê? Porque esse indivíduo é um ser humano.
Da mesma forma que o direito penal o protege, deve protegê-lo o direito civil.
Consequentemente deve considerá-lo capaz de adquirir direitos, deve dar-lhe um
tutor, se ele tiver perdido os pais, ou estes forem incapazes. Depois, se o direito
assegura vantagens ao nascituro, por que há de ser mais duro e menos benévolo com
o que nasce? A ciência condena-o, certamente, à morte, dentro em breve.

Conforme adverte o biólogo Botella Lluziá: “o embrião ou feto representa um ser


individualizado, com uma carga genética própria, que não se confunde nem com a
do pai, nem com a da mãe, sendo inexato afirmar que a vida do embrião ou do feto
está englobada pela vida da mãe. A Constituição, é importante ressaltar, protege a
vida de forma geral, inclusive uterina"

Certo é que, protegido pela ordem jurídica, desde a fase intra-uterina, o ser
humano, se nascido com vida, adquire personalidade jurídica, podendo ser titular de
direitos e pretensões na ordem civil, o que sucede, à evidência, até o óbito.
Assim sendo, quando se dá, entretanto, interrupção da gravidez, seja qual for o
momento da gestação, por deliberação da mulher, isoladamente, ou com a
intermediação de terceiro, disso resultando a morte do conceptus, ocorre aborto
voluntário, a teor dos Arts. 124 a 126 do Código Penal, classificado entre os crimes
contra a vida, que são uma subclasse dos delitos contra a pessoa. O
verbo provocar empregado nos Arts. 124, 125 e 126, não pode ter outro sentido senão
o de dar causa a, originar, promover. O Código, ao incriminar o aborto, não distingue
entre óvulo fecundado, embrião ou feto: interrompida a gravidez antes do seu termo
normal, há o crime de aborto. Qualquer que seja a fase da gravidez (desde a
concepção até o início do parto, isto é, até o rompimento da membrana amniótica),
provocar sua interrupção é cometer o crime de aborto.
O que bem importa é que se faz cessar, com a interrupção da gravidez, uma
vida, que a Constituição e as Leis querem protegida.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (RJTJSP 35/237): "Cumpre observar, ainda, que,
para o aborto, embora com pressuposto na gravidez, é irrelevante o grau de
desenvolvimento do embrião ou do feto no útero materno. A gravidez dá-se desde
a fecundação até o rompimento do saco amniótico, isto é, até o início do parto. É
mister que a gravidez seja normal e não patológica. Os casos anormais de gravidez
extra-uterina, ou molar, são patológicos, e a interrupção nesses casos não pode
constituir aborto. Não se exige que o feto seja vital (que tenha capacidade de
normal desenvolvimento)".

Biografia:

Eliane Alfradique, Juíza de Direito Aposentada Mestre em Direito Público pela


UFF/RJ Doutora em Direito Penal e Processual Penal pela UGF/RJ Consultora
Jurídica da Nante Internacional.

Fonte:

http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=448#

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