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CHRISTIANUS

A Igreja de Jesus Cristo:


Em defesa da fé católica

Autor:
CHRISTIANUS

Com aprovação eclesiástica

Cônego Maurício de Mattos Pereira


VIGARIO GERAL DAARQUIDIOCESE DE VITÓRIA

Vitória, 1° de junho de 2005

Impresso na Gráfica Primos


Guarapari - ES

2ª Edição
Revista e Melhorada

Ano 2006

1
ÍNDICE

1. ÍNDICE ................................................................................ 2
2. HOMENAGENS ................................................................... 3
3. PRÓLOGO .......................................................................... 4
4. INTRODUÇÃO .................................................................... 5
5. A IGREJA DE JESUS .......................................................... 6
6. FUNDAÇÃO ........................................................................ 6
7. A IGREJA DE JESUS .......................................................... 8
8. TRADIÇÕES ...................................................................... 16
9. NOVO TESTAMENTO ...................................................... 18
10. EUCARISTIA ..................................................................... 20
11. MARIA ............................................................................... 22
12. A PEDRA ........................................................................... 25
13. O PAPA ............................................................................. 28
14. OS SANTOS ...................................................................... 31
15. BOAS OBRAS ................................................................... 33
16. BATISMO .......................................................................... 35
17. PENITÊNCIA ..................................................................... 37
18. PURGATÓRIO .................................................................. 39
19. DOMINGO ......................................................................... 41
20. CELIBATO ......................................................................... 43
21. INTERPRETAÇÃO ............................................................ 45
22. IMAGENS .......................................................................... 48
23. INQUISIÇÃO ..................................................................... 52
24. OUTRAS IGREJAS ........................................................... 55
25. CONCLUSÃO .................................................................... 56
26. AÇÃO DE GRAÇAS .......................................................... 57

2
HOMENAGENS

Ao Dr. João Batista Herkenhoff, eminente jurista, Juiz


de Direito, Professor Universitário, autor de muitos livros
sobre assuntos jurídicos, membro emérito e ex-Presidente
da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese ce Vitória,
que muito nos incentivou e nos convenceu a publicar este
livro.

Ao Rev. Con. Maurício de Mattos Pereira, vigário


geral da Arquidiocese de Vitória, que acolheu com
interesse nosso trabalho e autorizou a publicação.
Ao Rev. Padre Tarcísio A. Caliman, Presidente do
Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Vitória, que
sempre nos prestigiou em suas atividades na Paróquia
que administrava.

Ao Rev. Padre Paulo Regis Silvestre, vigário


episcopal para assuntos econômicos da arquidiocese de
Vitória, que sempre acompanhou e incentivou nosso
trabalho em defesa da fé católica.
A minha mãe, Maria Elias Mameri e a minha avó
Sophia Dirr Hemerly Miguel, que me transmitiram, desde o
berço, sólida educação cristã.

3
PRÓLOGO

Nota-se que a intenção do Autor deste livreto é


orientar os fiéis na identificação da única e verdadeira
Igreja fundada por Jesus Cristo e se sintam seguros e
tranquilos na barca de Pedro, com Jesus a bordo,
navegando firme e serena sobre as ondas revoltas do mar
agitado do mundo em direção à Jerusalém Celeste, onde
viveremos eternamente junto à Santíssima Trindade, na
companhia da Virgem Maria e todos os Santos que
souberam cumprir integralmente em suas vidas os
ensinamentos do Divino Mestre.

Padre Tarcísio A. Caliman


Presidente do Tribunal Eclesiástico
da Arquidiocese de Vitória, ES.

4
INTRODUÇÃO

Este trabalho se resume à transposição de textos


bíblicos, agrupados por assunto, e colocados em ordem lógica,
seguindo um raciocínio sequencial, para facilitar a 'pesquisa e
o estudo das pessoas bem-intencionadas, que querem seguir
honestamente a Jesus Cristo na verdadeira Igreja por Ele
fundada.
Há centenas de confissões religiosas com estranhas
denominações e grande variedade de doutrinas, e milhares de
pregadores e anunciadores de novas ideias, novos cultos e
novas crenças. Eles estão por toda parte.
Em meio a essa confusão religiosa, muitas pessoas se
sentem desorientadas.
Há verdades que não podem ser dispensadas. O católico
tem convicções e as considera importantes. Sabe que elas o
fazem ser diferente de outras pessoas que se dizem cristãs. O
católico tem uma identidade: ele é fiel a Jesus Cristo na única
Igreja por Ele fundada.
Este livreto foi escrito para orientar os verdadeiros
cristãos no conhecimento da Igreja de Cristo, católica e
apostólica, contra as falsificações e calúnias lançadas contra
ela por seus inimigos, interessados em levar as pessoas
desavisadas a dela se afastarem e se perderem na dispersão
das seitas, divididas por discórdias e contradições em
numerosas denominações e doutrinas diferentes umas das
outras. O apóstolo S. Paulo, falando para a Igreja de Roma,
diz claramente:
“Notem os que promovem divisões e discórdias contra a
doutrina que vocês aprenderam. Afastem-se deles, porque
eles não servem a Nosso Senhor Jesus Cristo, mas a seus
ventres, e com palavras suaves e lisonjas enganam as
pessoas ingênuas” (Romanos: 16, 17-18).

O autor
5
A IGREJA DE JESUS

FUNDAÇÃO

Logo que começou a Sua missão e escolheu os seus


apóstolos Jesus chamou um deles, de nome Simão e lhe
disse: “Tu és Simão; tu serás chamado Cefas” (S. João: 1,
42).
Na língua aramaica, que Jesus falava, a palavra
Cefas significa pedra, rocha. Portanto Jesus muda o nome
de Simão para Pedra. Na língua portuguesa
masculinizamos o nome por se tratar de uma pessoa de
sexo masculino e dizemos Pedro. Para quê Jesus fez
isto? Certamente Ele tinha um plano.
Mais tarde Jesus se dirige ao apóstolo Simão e lhe
diz: “Tu és Pedro (Cefas=Pedra) e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja” (S. Mateus: 16, 18). Jesus diz no
singular “a minha Igreja”. Uma só.
Antes de subir ao céu Jesus reúne os apóstolos e
lhes diz: “Assim como o Pai Me enviou Eu vos envio” (S.
João: 20, 21)”. Com estas palavras Jesus transmite aos
apóstolos os poderes, as prerrogativas e a missão que
recebeu de Deus-Pai. Neste momento a Igreja prometida
por Jesus em S. Mateus: 16, 18, começa a existir de fato
e a exercer a sua missão apostólica.
E Jesus disse a seus apóstolos: “Quem vos ouve a
Mim ouve; e quem vos rejeita a Mim rejeita” (S. Lucas: 10,
16). A Igreja é, pois, a continuação de Jesus entre nós, e
devemos ouvi-Ia, conforme as palavras de Jesus:
“Quem não ouvir a Igreja seja tido como pagão e
pecador” (S. Mateus: 18, 17).
Jesus compara a Sua Igreja a um rebanho e nomeia
o apóstolo São Pedro para chefiá-la dizendo-lhe:
6
“Apascenta os meus cordeiros; apascenta as minhas
ovelhas”. E repetiu para ficar bem claro: “Apascenta as
minhas ovelhas” (S. João: 21, 15-16-17). Como vemos, a
Igreja de Jesus Cristo é a que é dirigida por S. Pedro e,
logicamente, por seus sucessores através dos séculos,
até os nossos dias, os bispos de Roma (I S. Pedro: 5, 13),
já que a Igreja foi fundada para existir sempre (S. Mateus:
28, 20). A palavra Papa é a forma carinhosa de se dizer
pai nas línguas latina e italiana.
A prova bíblica de que S. Pedro foi o primeiro bispo
de Roma está em sua carta escrita para todos os cristãos
do mundo quando, despedindo-se diz: “Vossos irmãos
daqui da Babilônia vos saúdam” (I S. Pedro: 5, 13). Isto
revela que ele estava em Roma.
Babilônia era o apelido que os primeiros cristãos
davam a Roma. Isto se encontra nos livros históricos, e
também na Bíblia de edição católica da Editora Vozes
Ltda, ano de 1982. A edição protestante do Novo
Testamento em linguagem atual, intitulada “O Mais
Importante é o Amor”, no rodapé da página 283, também
explica que Babilônia era o nome que os primeiros
cristãos davam a Roma e traduz I S. Pedro: 5, 13 da
seguinte maneira: “A Igreja daqui de Roma saúda vocês”.
São Pedro estava, pois, em Roma.
É significativo que nenhum outro bispo reivindica para
si o cargo de sucessor de S. Pedro e chefe da Igreja de
Jesus Cristo. E mais significativo ainda é que todos os
bispos do mundo reconhecem o bispo de Roma como
ocupante de tal cargo.
Sejamos, pois, fiéis à única e santa Igreja fundada
por Jesus Cristo, apostólica e católica.

7
A IGREJA DE JESUS

CARACTERíSTICAS

Quando Jesus fundou a Igreja, não lhe deu nome. Ele


disse: “Edificarei a minha Igreja” (S. Mateus: 16, 18). Ela
é, simplesmente, a Igreja de Jesus Cristo. Não tem
denominação. Mas a Igreja tem características que a
identificam: Unidade, Santidade, Apostolicidade,
Catolicidade, Infalibilidade. Vejamos:

UNIDADE
A Igreja de Jesus é una, única. Ele disse no singular
“edificarei a minha Igreja”. Uma só. A ordem de Jesus é
que haja “um só rebanho e um só pastor”. (S. João: 10,
16). E para pastor único de seu único rebanho, Jesus
nomeou o apóstolo S. Pedro dizendo-lhe: “Apascenta os
meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas” (S. João:
21, 15-16-17). E pediu que todos os que creem n'Ele
sejam um, sejam perfeitos em unidade (S. João: 17, 11-
20a23). Como vemos, Jesus não quer divisões. Todo o
Novo Testamento insiste na unidade da Igreja, como
vemos em: Efésios: 4, 4-5-14: “Há um só corpo e um só
Espírito. Um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Que
não sejamos meninos inconstantes, levados por todo
vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com
astúcia, enganam fraudulosamente”.
I Coríntios: 1, 10: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de
Nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos a mesma
coisa, e que não haja entre vós divisões; antes sejais
unidos em um mesmo sentido e em um mesmo parecer”.
8
Gálatas: 1, 7-8-9: “Ainda que nós mesmos ou um
anjo do céu vos pregue um evangelho diferente daquele
que vos pregamos, seja condenado. Não que haja outro,
mas algumas pessoas vos estão perturbando o querem
corromper o evangelho de Cristo”.
Atos: 4, 32: “A multidão dos fiéis tinha um só coração
e uma só alma”.
Romanos: 16, 17-18: O apóstolo S. Paulo, falando
para a Igreja Romana nos adverte dizendo: “Notem os
que provocam divisões e discordam da doutrina que
vocês aprenderam. Afastem-se deles, porque eles não
servem a Nosso Senhor Jesus Cristo, mas aos seus
ventres, e com palavras suaves e lisonjas, enganam as
pessoas ingênuas”.

SANTIDADE
A Igreja é Santa porque fundada pelo próprio Jesus
Cristo que, sendo Deus, só faz o que é certo (S. Mateus:
16, 18). Porque ela é a continuação de Jesus Cristo no
mundo (S. João: 20, 21) (S. Lucas: 10, 16) e porque ela é
Sua esposa (Efésios: 5, 25) e o Seu corpo (I Coríntios: 12,
27).
O apóstolo Paulo proclama: “Igreja santa e imaculada
(Efésios: 5, 26-27). Coluna e fundamento da verdade” (I
Timóteo: 3, 15).
Saulo perseguia a Igreja e Jesus lhe aparece
dizendo: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”. (Atos: 9,
5). Com estas palavras Jesus declara que a Igreja é o seu
complemento. Ele é a Cabeça, a Igreja é o seu corpo.
O teólogo alemão Mochler nos afirma: “A Igreja é a
encarnação permanente do Filho de Deus”.
Desta maneira a Igreja é constituída e concebida por
9
seus membros. E por isso a ação da Igreja é orientada
para o reino de Deus. Tal é o segredo de sua força. E é
isto que seus adversários nunca puderam compreender e
que está na origem de todos os mal-entendidos e de
todos os ódios contra ela.

APOSTOLlCIDADE
A Igreja é apostólica porque 'oi fundada por Jesus
Cristo com os apóstolos, para continuar a Sua missão na
terra. Ela é, pois, procedente dos apóstolos, a quem
Jesus disse:
“Assim como o Pai Me enviou Eu vos envio” (S. João:
20, 21). “Quem vos ouve a Mim ouve e quem vos rejeita a
Mim rejeita” (S. Lucas: 10, 16).
Portanto, ouvir a Igreja é ouvir o próprio Cristo e
rejeitá-la é rejeitar o próprio Cristo.
Os apóstolos, por sua vez, pela imposição das mãos
(I Timóteo: 4, 14; II Timóteo: 1, 6; Atos: 6, 6; Atos: 13, 2-3)
transmitiram aos bispos, seus sucessores, a missão
recebida de Jesus. E assim, através dos séculos, a ação
da Igreja vem sendo transmitida aos novos bispos,
formando uma corrente direta e contínua que parte de
Deus-Pai e passa por Jesus Cristo e os apóstolos,
continuando com os bispos e os presbíteros (padres) até
os dias atuais, verificando-se o que se denomina
sucessão apostólica, que é a marca da identidade, da
autenticidade, da legitimidade da Igreja fundada por
Jesus, e que garante sua credibilidade. Qualquer grupo
religioso que rompe esta corrente, deixa de ser Igreja de
Jesus Cristo e passa a ser uma seita herética, dissidente,
separada.
A Igreja que não tem origem nos apóstolos não é a
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Igreja de Jesus. O apóstolo S. Paulo falando aos cristãos
romanos condena os falsos pregadores fazendo a
seguinte pergunta: “ Como pregarão se não forem
enviados?” (Romanos: 10, 15). E aos habitantes da
cidade de Éfeso, o mesmo apóstolo diz claramente:
“Vocês são membros da família de Deus edificada sobre o
fundamento dos apóstolos” (Efésios: 2, 19-20).

CATOLlCIDADE
A palavra “católico” é de origem grega e significa
totalidade, universalidade. Em religião refere-se à doutrina
cristã total para todas as pessoas de todo o mundo.
Todas as pessoas são resgatadas pelo Cristo e no
Cristo e devem receber o anúncio de toda a verdade. Isto
vale para todos os tempos e todos os lugares, e o
conjunto das pessoas faz na Igreja um corpo único,
universal, católico, portanto sem divisões.
Antes de subir ao céu, despedindo-se dos apóstolos,
Jesus ordena:
“Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda
criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem
não crer será condenado” (S. Marcos: 16, 15-16).
“Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a
guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado. E Eu
estou convosco, todos os dias, até a consumação dos
séculos” (S. Mateus: 28, 19-20).
“Ser-Me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como
em toda a Judéia e Samaria, a até aos confins da terra”
(Atos: 1, 8).
Os quatro Evangelhos e o livro dos Atos dos
Apóstolos mostram que a Igreja de Jesus é católica (total,
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universal) aberta sobre o mundo e sobre o tempo,
animada e garantida pela presença todo-poderosa do
Salvador, hoje e sempre, todos os dias, até o fim dos
tempos (S. Mateus: 28, 19-20).
Até aqui vimos a catolicidade da igreja à luz da Bíblia.
Agora a veremos conforme as informações históricas.
Pentecostes, a descida do Espírito Santo sobre os
apóstolos, no cenáculo (Atos: 2, 1 a 4) é o início do
catolicismo, a festa da catolicidade, porque foi neste dia
que Deus preparou definitivamente os apóstolos para a
sua missão em todo o mundo. Daí vemos que a aptidão
para admitir todas as pessoas de todas as raças, era
integral desde o princípio, e que a comunidade cristã é
católica desde a manhã de Pentecostes (Atos 2, 5 a 11).
Os Atos dos Apóstolos são o primeiro capítulo da
História da Igreja. Nele vemos que a Igreja de Jesus já
nasce católica pelas várias nacionalidades dos ouvintes
do discurso de S. Pedro e dos primeiros convertidos
(Atos: 2, 14 a 42). Ela o é ainda pelo dom das línguas,
que prefigura uma Igreja em que todas as línguas serão
faladas e louvarão a Deus (Atos: 2, 4 a 11).
O Credo dos Apóstolos, existente desde os primeiros
tempos da Igreja e que é rezado nas missas logo após o
sermão do padre, já nos manda crer na santa Igreja
Católica. De autor desconhecido o “Credo” tem este nome
porque na língua latina, falada em Roma no tempo dos
apóstolos, a palavra significa “Eu creio”. Contendo o
resumo da doutrina cristã, supõe-se que tenha sido
redigido pelos apóstolos reunidos para que saíssem pelo
mundo pregando a mesma coisa, mantendo a unidade da
fé. O Credo sintetiza tudo que o católico deve crer. É
como se fosse o mais antigo catecismo da Igreja. É a
identificação do católico.
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O apóstolo S. Paulo, escreveu uma carta aos cristãos
romanos onde ele diz: “Dou graças ao meu Deus, por
Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o
mundo é anunciada a vossa fé” (Romanos: 1, 8).
O primeiro registro histórico da palavra “católica” para
identificar a Igreja de Jesus Cristo é a frase usada pelo
bispo de Antioquia Santo Inácio, entre os anos 90 e 100
de nossa Era, quando o apóstolo S. João ainda vivia em
Éfeso, dizendo: “Onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja
católica”.
Todos os livros de História Geral ou da Igreja, quando
narram o desenvolvimento do Cristianismo através dos
séculos, são unânimes em citar somente a Igreja Católica
desde o início até o século dezesseis. Somente a partir
desse século começam a aparecer às divisões, as seitas
protestantes, ditas evangélicas, fundadas por homens
comuns.
O autor protestante Robert Hastings Nichols, em seu
livro “História da Igreja Cristã” diz claramente na:
Página 21: “Os primeiros cristãos insistentemente
afirmavam que pertenciam à única Igreja Católica, pois
todos eram um em Cristo”.
Página 78: O Cristianismo e a única Igreja em que
viam o Cristianismo corporificado, eram a mesma coisa,
pois ambos estavam identificados. Não podiam pensar
num Cristianismo à parte da Igreja, isto é, da Igreja que
conheciam, a Igreja Romana.

INFALIBILIDADE
Quem crê que Jesus é Deus tem de acreditar no que
Ele disse e fez. Deus é justo e não mente, é todo
poderoso e não fracassa. O que Ele disse está sendo
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cumprido.
Sabemos que Jesus fundou uma única Igreja (S.
Mateus: 16, 18), com os apóstolos, para continuar Sua
missão na terra (S. João: 20, 21), portanto, apostólica,
para todas as pessoas de todo o mundo, portanto, católica
(S. Mateus: 28, 19; S. Marcos: 16, 15; Romanos: 1, 8).
Sabemos também que Jesus disse à Igreja iniciante:
“Assim como o Pai Me enviou Eu vos envio” (S. João:
20, 21). “Quem vos ouve, a Mim ouve” (S. Lucas: 10, 16).
“Quem não ouvir a Igreja seja tido como pagão e pecador”
(S. Mateus: 18, 17).
Ora, Jesus, sendo Deus, é sábio e justo e só ensina o
que é certo. Se Ele diz que ouvir a Igreja é ouvir Ele
mesmo e nos obriga a ouvi-Ia, é claro que ela só nos
ensina a verdade. Não erra quando nos transmite a
doutrina cristã.
E para que a Igreja cumpra fielmente a sua missão e
só ensine certo, Jesus lhe deu garantias indiscutíveis de
infalibilidade dizendo:
“Eu estarei com vocês todos os dias, até o fim dos
tempos” (S. Mateus: 28, 20).
“Eu rogarei ao Pai e Ele dará a vocês outro
Consolador, o Espírito de verdade, para que fique com
vocês para sempre” (S. João: 14, 16).
“O Espírito Santo que o Pai enviará em Meu nome,
ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês se
lembrarem de tudo quanto tenho dito” (S. João: 14, 26).
“Quando vier aquele Espírito de verdade, Ele guiará
vocês em toda a verdade” (S. João: 16, 13).
“Em verdade lhes digo que tudo o que vocês ligarem
na terra será ligado no céu, e tudo o que vocês
desligarem na terra será desligado no céu” (S. Mateus:
18, 18). No céu não entra nada errado (Apocalipse: 21,
14
27). Se Jesus afirma que receberá no céu tudo o que a
Igreja faz na terra, é claro que ela não ensina nada
errado, só pode agir certo.
Com todas estas garantias de assistência
permanente do próprio Jesus Cristo e do Espírito Santo, a
Igreja só pode nos ensinar corretamente, não erra.
A infalibilidade é inerente à missão da Igreja.
O apóstolo S. Paulo nos diz: “Igreja gloriosa, sem
mácula nem ruga, mas santa e irrepreensível” (Efésios: 5,
27). “Igreja de Deus vivo, coluna e firmeza da verdade” (I
Timóteo: 3, 15).

CONCLUSÃO

Todo bom católico tem o dever de obedecer a Jesus


e à Igreja, respeitá-la, honrá-la, engrandecê-la e defendê-
la contra a maldade de seus inimigos, confiante nas
palavras de Jesus Cristo que afirmou solenemente:
“As portas do inferno, (as forças do mal) não
prevalecerão contra ela (S. Mateus: 16, 18)”.

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TRADIÇÕES

Jesus não escreveu o Evangelho que ensinou, nem


mandou escrever. Ele mandou pregar e ouvir.
Para pregar Jesus fundou uma Igreja Apostólica e
Católica (S. Mateus: 16, 18) e disse a ela: “Assim como o
Pai Me enviou Eu vos envio” (S. João: 20, 21).
“Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda
criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem
não crer será condenado” (S. Marcos: 16, 15-16).
“Quem vos ouve a Mim ouve, e quem vos rejeita a
Mim rejeita” (S. Lucas: 10, 16).
“Quem não ouvir a Igreja seja tido como pagão e
pecador” (S. Mateus: 18, 17).
O apóstolo S. Marcos foi o primeiro a escrever o
Evangelho, mais de 30 anos depois da subida de Jesus
ao céu.
Durante aqueles mais de 30 anos os apóstolos
propagaram os ensinamentos de Jesus por todo o mundo
conhecido somente pela pregação, ou seja, pela
transmissão oral, formando o que se chama Tradição
Apostólica.
Os cristãos sempre insistiram na observância das
tradições.
O apóstolo S. João nos diz: “Portanto o que desde o
princípio ouvistes permaneça em vós. Se em vós
permanecer o que desde o princípio ouvistes, também
permanecereis no Filho e no Pai. Estas coisas vos escrevi
acerca dos que vos enganam” (I S. João: 2, 24-26).
O apóstolo S. Paulo também recomenda
insistentemente a observância das tradições.
Aos habitantes da cidade de Tessalônica, na Grécia,
ele diz:
16
“Então, irmãos, estai firmes e retendes as tradições
que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por
epístola nossa” (II Tess: 2, 15).
“Mando-vos, porém, irmãos, em nome de Nosso
Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que
andar desordenadamente, e não segundo a tradição que
de nós recebeu” (II Tess: 3, 6).
Falando a seu discípulo Timóteo, S. Paulo, diz:.
“Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens
ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus” (II Tim:
1, 13).
“E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste,
confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também
ensinarem os outros” (II Tim: 2, 2).
'Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de
que foste inteirado, sabendo de quem tens aprendido” (II
Tim: 3, 14).
Em sua primeira carta aos habitantes da cidade de
Corinto na Grécia, S. Paulo escreve:
“E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de
mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei” (I
Cor: 11, 2).
Falando para a Igreja Romana, o mesmo apóstolo S.
Paulo nos diz claramente:
“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem
divisões e escândalos contra a doutrina que aprendestes.
Desviai-vos deles, porque os tais não servem a Nosso
Senhor Jesus Cristo, mas aos seus ventres, e com
palavras suaves e lisonjas, enganam os corações dos
simples” (Romanos: 16, 17-18).
Eu sou a luz do mundo, quem me segue terá a luz da
vida. (Cf. Jo 8, 12)

17
NOVO TESTAMENTO

No tempo em que Jesus viveu como homem na


Terra, a Bíblia era somente o Antigo Testamento, que
contém a religião dos judeus, o Judaísmo. Todas as vezes
em que Jesus fala em escrituras, está se referindo ao
Velho Testamento.
Jesus não escreveu nada. Transmitiu oralmente pela
pregação, tudo o que Ele ensinou. Também não mandou
escrever. Mandou pregar (S. Marcos: 16, 15).
Para pregar, Jesus fundou uma Igreja (S. Mateus:
16,18) com os apóstolos (apostólica), para todo o mundo
(católica), e transmitiu a ela a missão que recebeu de
Deus-Pai dizendo: “Assim como o Pai Me enviou Eu vos
envio” (S. João: 20, 21). “Ide por todo o mundo, pregai o
Evangelho a toda criatura” (S. Marcos: 16, 15).
“Quem vos ouve a Mim ouve” (S. Lucas: 10, 16).
“Quem não ouvir a Igreja seja tido como pagão e
pecador” (S. Mateus: 18, 17).
Mas os apóstolos e discípulos, anos mais tarde,
querendo fixar no papel o que pregavam e ouviam,
começaram a escrever.
O primeiro Evangelho escrito que apareceu foi o de
S. Marcos, no ano 67 do calendário cristão. Portanto
cerca de 37 anos depois de Jesus ter subido ao céu. E
começaram a aparecer outros escritos.
Durante aqueles 37 anos o Cristianismo propagou se
por todo o Império Romano, do extremo leste, onde Jesus
viveu, até o extremo oeste, sem ter nada escrito somente
pela transmissão oral, pela pregação, o que chamamos de
tradição apostólica.
Mas não havendo imprensa, os escritos cristãos eram
copiados a mão pelos frades, nos conventos, e ficavam
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confinados nas comunidades onde surgiam.
Surgiram muitas versões do Evangelho, dos Atos dos
Apóstolos, do Apocalipse e muitas cartas dos apóstolos,
tudo Isto espalhado pelos diferentes lugares.
No final do Século IV, o Papa Damaso, querendo
colocar ordem nessa situação e manter a unidade da
Igreja, encarregou o frade Jerônimo de recolher estudar
analisar e selecionar todos os escritos cristãos.
O historiador protestante Earle E. Cairns, em seu livro
Intitulado “O Cristianismo através dos Séculos”, à página
116, da edição de 1990, diz que Jerônimo terminou o seu
trabalho no ano de 388. Foram selecionados os escritos
do Novo Testamento que conhecemos hoje e que
passaram a denominar-se canônicos. Os escritos que
foram rejeitados, por serem incompletos, omissos,
exagerados, fantasiosos, são chamados apócrifos, que
quer dizer fora da lista. Qual o critério que São Jerônimo
usou para selecionar uns escritos e rejeitar outros?
Certamente a fidelidade à tradição apostólica que a Igreja
Católica transmite. Foram selecionados os que estão de
acordo com o que a Igreja ensina. Assim, no ano de 388,
o papa Damaso introduziu na Bíblia o Novo Testamento,
completando-a como a conhecemos atualmente.
Portanto, como vemos, a Igreja é a guardiã da
Palavra de Deus, presente no Antigo ou Primeiro
Testamento e no Novo Testamento, cujos livros foram
escritos depois de Jesus.
Vemos também que não é a Igreja que deriva da
Bíblia. Pelo contrário, a Igreja deriva da tradição
apostólica, transmitida oralmente, e o Novo Testamento
escrito é que deriva da Igreja. Ela o escreveu e o colocou
na Bíblia que é o seu Manual.

19
EUCARISTIA

Certa vez, conversando com os apóstolos Jesus


disse:
“A obra de Deus é esta: Que creiais nAquele que Ele
enviou” (S. João: 6, 29).
“Trabalhai pela comida que permanece para a vida
eterna, a qual o Filho do Homem vos dará. Meu Pai vos
dá o verdadeiro pão do céu, porque o pão de Deus é
aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. Eu sou o
pão da vida; aquele que vem a Mim não terá fome, e
quem crê em Mim nunca terá sede. Aquele que crê em
Mim tem a vida eterna. Este é o pão que desce do céu,
para que o que dEle comer não morra. Eu sou o pão vivo
que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá
para sempre, e o pão que Eu der é a minha carne, que Eu
darei pela vida do mundo” (S. João: 6, 27-32-33-35-47-50-
51).
Jesus fala no futuro: “der, darei”.
Como os apóstolos não entenderam, Jesus continuou
explicando e disse: “Na verdade vos digo que, se não
comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o
seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida
eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha
carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue
verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e
bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele. Este é
o pão que desceu do céu, quem comer deste pão viverá
para sempre” (S. João: 6, 53-54-55-56-58).
Na última ceia, celebrando a primeira missa da Nova
Aliança, Jesus, tomando o pão e o cálice com o vinho em
suas mãos, abençoou-os e disse:
20
“Tornai e comei, isto é o Meu corpo. Bebei, isto é o
Meu sangue. Fazei isto em memória de Mim” (S. Mateus:
26, 26 a 28; S. Marcos: 14, 22 a 24; S. Lucas: 22, 19-20).
O apóstolo S. Paulo nos ensina dizendo: “Porventura
o cálice da benção que abençoamos, não é a comunhão
do sangue de Cristo? O pão que partimos não é
porventura a comunhão do corpo de Cristo? (I Coríntios:
10, 16)”.
“Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o
cálice do Senhor, indignamente será culpado do corpo e
do sangue do Senhor. Examine-se cada um a si mesmo e,
assim, coma do pão e beba do cálice. Porque o que come
e bebe indignamente, come e bebe para sua própria
condenação, não reconhecendo o corpo do Senhor (I
Coríntios: 11, 27-28-29).”
Este ensinamento de S. Paulo prova mais uma vez a
presença real de Jesus na hóstia (pão) e no vinho
consagrados, porque se fosse um pão como outro
qualquer, ninguém que o comesse indignamente
cometeria pecado contra o corpo de Cristo, nem comeria
e beberia sua própria condenação. .
Na ceia pascal Jesus instituiu o sacramento da
eucaristia que é celebrado pelos sacerdotes na santa
missa.

21
MARIA

Deus escolheu a virgem Maria, entre todas as


mulheres, para ser a mãe de seu filho, Nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo.
Por isto, devemos saudá-la repetindo as palavras do
anjo São Gabriel e de Santa Izabel contidas no Evangelho
de S. Lucas, capítulo 1°, versículos 28 e 42:
“Ave, Maria cheia de graça, o Senhor é convosco!
Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto de
vosso ventre (Jesus)!”.
Aliás, ela mesma previu que seria distinguida entre
todas as pessoas quando disse:
“Eis que de agora em diante todas as gerações me
chamarão bem-aventurada, porque grandes coisas fez em
mim o Poderoso, cujo nome é santo!” (S. Lucas: 1, 48-49).
Coloquemo-nos, pois entre os que louvam a virgem
Maria.
O livro da Bíblia denominado Apocalipse, em seu
capítulo 12, narra o episódio do dragão de sete cabeças
que persegue a mulher (Maria) que deu a luz um filho
(Jesus), que rege o mundo com pulso firme. E o dragão
persegue os demais filhos dela, os que guardam os
mandamentos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus
(Apocalipse: 12, 1-5-13-17).
Coloquemo-nos contra o dragão de sete cabeças que
persegue a Mulher e sua descendência.
A descendência da Virgem Maria é Jesus Cristo e
são também todos aqueles que a consideram mãe, que a
chamam bem-aventurada (Lucas: 1, 48) e que lhe
prestam merecidas homenagens, os que guardam os
mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus
(Apocalipse: 12, 17).
22
A pedido dela, Jesus realiza seu primeiro milagre,
transformando água em vinho, quando ainda não havia
chegado o momento de iniciar sua missão (S. João: 2, 1 a
11).
Os adeptos de outras igrejas costumam dizer que a
Virgem Maria teve outros filhos, contradizendo os
católicos que afirmam ter ela permanecido sempre virgem.
Como se firmou, desde o início do Cristianismo, a
crença na virgindade permanente de Maria?
Se Maria, mãe de Jesus, tivesse outros filhos,
logicamente, quando Jesus morreu, ela teria ficado com
um dos outros filhos ou com uma das filhas. Mas isto não
aconteceu. Jesus a entregou ao apóstolo S. João e desde
aquele momento o citado apóstolo a recebeu em sua casa
(S. João: 19, 26-27). Isto porque ela não tinha outros
filhos.
Também era costume entre os judeus entregar o
cadáver do condenado à morte a sua família. Mas isto não
aconteceu com Jesus porque Ele não tinha irmãos. Quem
recebeu o corpo e o sepultou foi um amigo seu de nome
José de Arimatéia (S. Mateus: 27, 57-58-59-60; S.
Marcos: 15, 43-45-46 e S. Lucas: 23, 50-51-52-53).
Donde concluímos que Maria mãe de Jesus
permaneceu virgem.
Também devemos observar que aos pés de Jesus
crucificado o apóstolo S. João, no seu Evangelho, nomeia,
entre outras pessoas, Maria, mãe de Jesus, e sua irmã
Maria, mulher de Cléofas (S. João: 19, 25). Como se
explica que duas irmãs tenham o mesmo nome? Isto leva-
nos a crer que eram primas, conforme o costume dos
povos orientais de considerar os primos como irmãos.
Mesmo entre nós existe a figura do primo-irmão.
Pelos evangelistas S. Mateus: 27, 56 e S. Marcos:
23
15, 40 vemos que, além de Maria, mãe de Jesus, citada
por S. João: 19, 25, estava junto à cruz Maria mãe de
Tiago e José. Certamente a mesma citada por S. João
como mulher de Cléofas, porque, entre as mulheres, além
delas, só estavam Maria Madalena e Salomé.
S. Mateus: 13, 55-56 e S. Marcos: 6, 3 citam como
irmãos de Jesus, Tiago, José, Simão, Judas e as irmãs.
Como vimos acima, Tiago e José são filhos de Maria
mulher de Cléofas, e Judas é irmão de Tiago (S. Lucas: 6,
16 e Judas: 1, 1). Simão é irmão dos outros três. Portanto
não são filhos de S. José nem da virgem Maria. São
primos de Jesus, porque são filhos de uma prima de sua
mãe. São filhos de Maria, mulher de Cléofas. Na língua
hebraica, falada pelos judeus não existe a palavra primo,
por isto usam a palavra irmão. O uso da palavra irmão no
lugar de primo podemos ver também em I Crônicas: 23,
22 e como pessoas da mesma fé em S. Mateus: 23, 8 e
em I Coríntios: 15, 6.
No Velho Testamento lemos que Deus, referindo-se a
Maria, mãe de Jesus, disse a Satanás, representado pela
serpente: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a
tua descendência e a descendência da mulher; esta te
ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênesis: 3,
15).

24
A PEDRA

1. Pedro é a pedra (Cefas).


Certa vez Jesus Cristo dirigiu-se ao apóstolo
chamado Simão e disse:
“Você é Simão; você será chamado Cefas” (S. João:
1, 42).
Na língua que Jesus falava, o aramaico, a palavra
Cefas significa pedra, rocha. Como o nome foi dado a
uma pessoa do sexo masculino, nós masculinizamos a
palavra e passamos a dizer Pedro.
Portanto Jesus mudou o nome de Simão para pedra
(Pedro). Para que?

2. A Igreja sobre Pedro (pedra).


Em outra ocasião, Jesus conversando com o
apóstolo Simão (Pedro) lhe disse:
“Você é Pedro (Cefas=Pedra) e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja” (S. Mateus: 16, 18).

3. Pedro é o chefe da Igreja.


Jesus determina que o apóstolo Pedro seja o
dirigente supremo da Igreja, dizendo-lhe repetidamente,
para ficar bem claro:
“Apascenta os meus cordeiros. Apascenta as minhas
ovelhas. Apascenta as milhas ovelhas” (S. João: 21, 15-
16-17).
A Bíblia, citando os nomes dos apóstolos diz:
“O primeiro é Simão, chamado Pedro (S. Mateus: 10,
2)”.
Jesus diz também a Pedro:
“Eu lhe darei as chaves do reino dos céus, e tudo o
que você fizer ou desfizer na terra será aceito no céu (S.
25
Mateus: 16, 19)”.
“Eu roguei por você, para que sua fé não desfaleça e
você, quando se converter, confirme seus irmãos” (S.
Lucas: 22, 32).
Quando Jesus ressuscitou apareceu primeiro para
Pedro e só depois para os outros apóstolos:
“E foi visto por Cefas (Pedro) e depois pelos doze” (I
Coríntios: 15, 5).

4. S. Pedro dirige a Igreja:


a) Preside a eleição do substituto de Judas (Atos: 1,
15 a 26).
b) Faz o primeiro sermão convertendo quase três mil
pessoas (Atos: 2, 14 a 42).
c) Faz o primeiro milagre (Atos: 3, 6 a 12).
d) Faz o segundo sermão e o número de convertidos
chegou a quase cinco mil pessoas (Atos: 3, 12 a 26
e Atos:4, 1 a 4).
e) Fala por todos os apóstolos (Atos: 4, 5 a 8).
f) Repreende os que erram (Atos: 5, 3-8-9).
g) Faz milagres de cura (Atos: 5, 15-16).
h) Ocupa posição de destaque entre os apóstolos
(Atos: 5, 29)
i) Resolve o problema da heresia judaizante. Pedro
falou e a questão acabou (Atos: 15, 7 a 12).
j) É o bispo de todos os cristãos (I S. Pedro: 2, 25).

5. S. Pedro em Roma:
Além de todos os documentos históricos que dizem
ter sido Pedro o primeiro bispo de Roma, temos o
seguinte testemunho bíblico:
“A Vossa co-eleita (igreja) em Babilônia vos saúda, e
meu filho Marcos” (I S. Pedro: 5, 13).
26
Babilônia era o nome que os primeiros cristãos
davam à Roma Imperial, pagã, devido a sua grandeza, e
que mais tarde, no século V, caiu em poder dos bárbaros
germânicos do norte da Europa, dando lugar à Roma
Cristã, que permanece até nossos dias.
Portanto, quando escreveu suas cartas aos cristãos
de todo o mundo, S. Pedro estava em Roma.

27
O PAPA

Jesus fundou a Igreja para existir sempre, por isto


quando S. Pedro morreu foi preciso eleger outro para o
cargo de bispo de Roma e dirigente da Igreja. Assim foi
escolhido Lino, depois Cleto mais tarde Clemente, e assim
sucessivamente até hoje.
O apóstolo S. Paulo, escrevendo à Igreja Romana,
diz:
A todos vós que estais em Roma, amados de Deus.
Dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo ... porque em
todo o mundo é anunciada a vossa fé ... Incessantemente
faço menção a vós (Romanos: 1, 78-9).
Outro testemunho de que a igreja de Roma tem,
desde o princípio, jurisdição sobre todos os cristãos do
mundo, são as cartas de Clemente, quarto bispo de
Roma, destacando-se as cartas repreendendo os
coríntios, habitantes rebeldes da cidade de Corinto, na
Grécia.
Ora, os coríntios tinham o seu bispo e o apóstolo S.
João, o evangelista, ainda vivia em Éfeso, bem perto dali.
Por que recorreram ao bispo de Roma? Certamente
porque este tinha autoridade sobre toda a Igreja em todo
o mundo.
Os papas são, pois, os sucessores de S. Pedro como
bispos de Roma (I S. Pedro: 5, 13) e como dirigentes
máximos da Igreja Católica (S. João: 21, 15-16-17).
A palavra papa é a forma carinhosa de se dizer pai,
nas línguas latina e italiana.
Jesus veio ao mundo cumprir a missão de salvar a
humanidade. Sofreu perseguições e deu Sua própria vida
em defesa de Seus ensinamentos. Sendo assim, Jesus
não poderia deixar a Sua doutrina à mercê dos erros
28
humanos. Por isto o papa, como sucessor de S. Pedro na
chefia da Igreja de Jesus Cristo é infalível, isto é, não erra
quando ensina assuntos de fé, de doutrina e de moral, já
que, Jesus disse ao apóstolo S. Pedro:
“Eu lhe darei as chaves do reino dos céus, e tudo °
que você fizer na terra será aceito no céu (S. Mateus: 16,
19)”.
Como já vimos, no céu não entra nada errado
(Apocalipse: 21, 27). Se Jesus se compromete a aceitar
no céu o que S. Pedro fizer na terra é claro que é porque
ele não pode ensinar errado. É infalível quando transmite
a doutrina cristã.
Jesus disse também a S. Pedro:
“Eu roguei ao Pai por você, para que sua fé não
desfaleça e você, convertido, confirma seus irmãos” (S.
Lucas: 22, 32).
No primeiro Concílio da Igreja, reunido para resolver
o problema da heresia judaizante, Pedro levantou-se,
falou e todos se calaram, obedeceram e a questão
acabou (Atos: 15, 7 a 12).
Já que a Igreja foi fundada para existir sempre (S.
Mateus: 28, 20), os poderes dados por Jesus a S. Pedro,
logicamente são transmitidos a seus sucessores, os
papas. Em todas as instituições, os sucessores em sua
direção assumem os deveres, as obrigações, os direitos e
todas as prerrogativas de seus antecessores.
Jesus deu a infalibilidade a S. Pedro e aos papas,
seus sucessores através dos séculos, por necessidade,
para que o Cristianismo não se corrompa com o passar
dos tempos, como aconteceu mais tarde, com o
aparecimento do Protestantismo, no século 16, que,
rejeitando a infalibilidade, adotou a livre interpretação das
escrituras, sujeita aos erros humanos e proibida pela
29
Bíblia (II S. Pedro: 1, 20), multiplicando-se em centenas
de seitas com variadas doutrinas, diferentes
denominações e administrações separadas umas das
outras, quebrando a unidade exigida por Ele e por todo o
Novo Testamento.

30
OS SANTOS

Há pessoas, homens e mulheres que em suas vidas


cumpriram e cumprem integralmente os ensinamentos de
Jesus, por isto são reconhecidos como santos, servem de
exemplos para nós e merecem nossas homenagens.
Os adeptos das seitas se insurgem contra a devoção
aos santos dizendo que os católicos colocam os santos no
lugar de Deus. Quem de nós não sabe quanto é infundada
e mal-intencionada tal afirmação? Não se pede ao santo
que faça isto ou aquilo. Pede-se a sua intercessão, isto é,
que peçam a Jesus por nós, que peçam conosco.
Quando uma pessoa quer mover uma ação judicial,
constitui um advogado para defender os seus direitos. Por
que não se dirigem diretamente ao Juiz?
Qualquer pessoa que assista a uma Missa sabe que
o culto oficial católico se dirige unicamente a Deus, ou
seja, a Trindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As
homenagens aos santos são uma coisa à parte.
Sabemos que na devoção aos santos há exageros
praticados por pessoas sem instrução, assim como
também a grande maioria dos adeptos de outras igrejas
andam com a Bíblia na mão e não seguem o que está
escrito nela e dizem coisas contrárias ao que ela diz.
Não vale dizer, como dizem os protestantes, ditos
evangélicos, que os santos não podem interceder por nós
junto a Jesus Cristo porque já morreram.
Se são santos é porque conquistaram a vida eterna,
por isto estão vivos para sempre.
E sabem o que se passa conosco aqui na terra.
Jesus disse:
“Haverá alegria no céu por um pecador que se
arrepende” (Lucas: 15, 7-10).
31
Na Bíblia está escrito:
“Os anciãos prostraram-se diante do Cordeiro (Jesus
Cristo) tendo cada um harpas e taças de ouro cheias de
Incenso que são as orações dos santos” (Apocalipse: 5,
8).
Este texto prova que os santos intercedem por nós e
as orações são colocadas diante de Jesus que é o
mediador entre Deus e os homens.
Os que são fiéis à Igreja de Jesus Cristo oram pela
intercessão dos santos como os antigos oravam
confiantes em Abraão, Isaac e Jacó, e suas preces eram
atendidas por Deus, que disse:
“Sou o Deus de Abraão teu pai. Não temas porque
Eu estou contigo e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua
semente, por amor de Abraão meu servo” (Gênesis: 24).
Deus disse também:
“O meu servo Jó orará por vós. Admitirei propício a
sua intercessão” (Jó: 42, 8).
Os adeptos das seitas rejeitam a intercessão dos
santos, mas praticam a intercessão dos pecadores, visto
que oram uns pelos outros.

32
BOAS OBRAS

Os adeptos das seitas dizem não ser necessária a


prática de boas obras para a salvação. Essas pessoas
contradizem as palavras de Jesus Cristo e dos apóstolos.
Contradizem o que está escrito na Bíblia. Vejamos.
Jesus disse: “E todo o que der de beber seja só um
copo d'água, a um destes pequeninos por ser meu
discípulo, na verdade vos digo que não perderá sua
recompensa” (Mateus: 10, 42).
“Porque o Filho do homem há de vir na glória do seu
Pai com seus anjos, e então dará a cada um segundo as
suas obras” (Mateus: 16, 27).
O apóstolo S. Tiago, em sua carta aos cristãos, nos
diz:
“Que aproveitará, irmãos meus, se alguém diz que
tem fé e não tem obras? Porventura poderá salvá-lo tal
fé? Assim também, a fé, se não tiver obras é morta em si
mesma” (Thiago: 2, 14-17).
Também o apóstolo S. Paulo nos ensina dizendo:
“Diante de Deus não são justificados os que
simplesmente ouvem a lei, mas os que a praticam”
(Romanos: 2, 13).
“Portanto, meus caríssimos, trabalhai na vossa
salvação com temor e com tremor” (Filipenses: 2, 12).
“Em Jesus Cristo nem a circuncisão vale alguma
coisa, mas sim a fé que opera pela caridade” (Gálatas: 5,
6).
“Castigo o meu corpo e o reduzo à servidão, para não
suceder que, depois de haver pregado aos outros, venha
eu mesmo a ser condenado” (I Coríntios: 9, 27).
“Ainda que possua a plenitude da fé, a ponto de
transportar montanhas, se não tiver caridade nada sou” (I
33
Coríntios: 13, 2-3).
Caridade é obra, é ação, é prática da fé.
Nos Atos dos Apóstolos, cap.10, verso 4, lemos que
um anjo disse ao centurião romano Cornélio:
“As tuas orações e as tuas esmolas subiram como
um memorial à presença de Deus”.
No apocalipse está escrito:
“E os mortos foram julgados segundo as suas obras e
foram julgados cada um segundo as suas obras”
(Apocalipse: 20, 12-13).
“E, eis que cedo venho, para dar a cada um segundo
a sua obra” (Apocalipse: 22, 12).
Jesus ensinou o amor, a caridade, o perdão, a paz, a
solidariedade, a justiça social e sobretudo a unidade de
todos os que creem sinceramente n 'Ele.
Seguindo os ensinamentos de Jesus cumpre-se a
obrigação de praticar as boas obras exigidas em toda a
Bíblia.
Aqueles que praticam o bem e cumprem
integralmente o que Jesus ensinou, são reconhecidos
como santos e merecem nossas justas homenagens.
Como se pode dizer que se crê, se não se prova por
meio de atos?
Jesus diz: “Nem todo o que diz Senhor, Senhor,
entrará no reino dos céus, mas o que faz a vontade do
Meu Pai que está nos céus”. (S. Mateus: 7, 21).
Os que seguem os ensinamentos de Jesus Cristo,
amam o próximo, são bondosos e caridosos, praticam as
boas obras, por amor a Deus.
“Tu tens a fé e eu tenho ações! Mostra-me a tua fé
sem as ações, que eu te mostrarei a minha fé a partir das
minhas ações” (S. Tiago: 2, 18).

34
BATISMO

Algumas das igrejas ditas cristãs não aceitam o


batismo de crianças, batizando apenas os adultos.
Ordenado por Cristo, o batismo é condição
indispensável para a entrada na vida eterna.
No evangelho segundo S. Mateus, capo 28, verso 18
e 191emos que Jesus ordenou aos apóstolos que
ensinassem a todas as nações, batizando-as em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Enquanto que para muitas seitas o batismo deve ser
um ato consciente, e por isto só deve ser aplicado aos
adultos, para a Igreja Católica e algumas outras igrejas, o
batismo é um ato de introdução da pessoa na Igreja de
Jesus Cristo, devendo, pois, ser oferecido também às
crianças tanto quanto aos adultos.
No Velho Testamento, que é a religião dos judeus, as
crianças eram circuncidadas, o que equivale ao batismo
dos cristãos do Novo Testamento, e Jesus, sendo judeu,
foi circuncidado quando era criança (S. Lucas: 2, 21).
Jesus diz que quem não renascer da água e do
Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus (S.
João: 3, 5) e ofereceu o citado reino também às
criancinhas dizendo: “Deixai vir a Mim as criancinhas
porque delas é o reino de Deus” (S. Lucas: 18, 16). Logo,
para entrar no reino de Deus as crianças devem ser
batizadas.
Os primeiros cristãos, desde o início, sempre
entenderam assim.
Os Atos dos Apóstolos nos narram o batismo de uma
senhora chamada Lídia, e com ela foi batizada toda sua
família, sem excluir as crianças (Atos: 16, 14-15).
Também nos Atos dos Apóstolos lemos o episódio do
35
carcereiro a quem foi ensinada a palavra do Senhor e a
todos os que estavam em sua casa. E logo foram
batizados, ele e toda a sua família (Atos: 16, 27 a 34).
Sem excluir as crianças.
Na cidade de Corinto o apóstolo S. Paulo batizou a
família de Estéfanas (I Coríntios: 1, 16). Também sem
excluir as crianças.
Santo lreneu, bispo que viveu entre os anos 140 e
204, escreveu: “Jesus veio salvar a todos os que através
dEle, nasceram de novo de Deus: os recém-nascidos, os
meninos, os jovens e os adultos” (Livro: “Contra os
Hereges”, vol. 2).
Orígenes, historiador cristão que viveu entre os anos
185 e 255, escreveu: “A Igreja recebeu dos Apóstolos a
tradição de dar o batismo também aos recém-nascidos”. E
São Cipriano, bispo do norte da África, no ano de 258
escreve: “Do batismo e da graça não devemos afastar as
crianças”.
As famílias têm a obrigação de educar, orientar e
encaminhar os seus filhos de acordo com os
ensinamentos de Jesus. E há os padrinhos que, na falta
dos pais, são responsáveis pela educação religiosa das
crianças.
Além disto, os jovens, já no domínio de suas
consciências, após serem submetidos a um curso
especial, têm a oportunidade de confirmar o batismo, pela
recepção do Espírito Santo, no sacramento do crisma.
Como vemos, o batismo das crianças é recomendado
por Jesus Cristo, praticado pelos apóstolos e está na
Bíblia.
Venham a mim todos vocês que estão cansados de
carregar o peso do seu fardo e eu lhes darei descanso.
(Cf. Jo 8, 12).
36
PENITÊNCIA

O apóstolo S. Paulo, falando aos Filipenses diz:


“Portanto, meus caríssimos, trabalhai a vossa
salvação com temor e com tremor” (Filipenses: 2, 12).
“Para ver se de alguma maneira posso chegar à
ressurreição dentre os mortos. Não que já a tenha
alcançado, ou que seja perfeito, mas prossigo para
alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo
Jesus” (Filipenses: 3, 11-12).
O mesmo apóstolo, escrevendo aos coríntios, diz:
“Castigo o meu corpo e o reduzo à servidão para não
suceder que, depois de haver pregado aos outros, venha
eu mesmo a ser condenado” (I Coríntios: 9, 27).
“Porque em nada me sinto culpado; mas nem por
isso me considero justificado, pois quem me julga é o
Senhor” (I Coríntios: 4, 4).
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal
de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver
feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (II Coríntios: 5,
10).
Como fazia o apóstolo S. Paulo, os cristãos sinceros
e verdadeiros, apostólicos e católicos, humildemente
fazem por merecer a salvação, pois sabem que terão de
comparecer ante o tribunal de Cristo, pois quem os julga é
o Senhor.
Jesus disse: “Haverá mais alegria no céu por um
pecador arrependido do que por 99 justos que não
precisam de penitência” (S. Lucas: 15, 7).
Antes de subir ao céu, Jesus deu aos apóstolos o
poder de perdoar os pecados dos penitentes dizendo:
“Aqueles a quem vocês perdoarem os pecados, ser-
lhes-ão perdoados” (S. João: 20, 21 a 25).
37
Contrariando o que está escrito na Bíblia, nossos
irmãos de outras igrejas julgam-se a si mesmos, pois
costumam dizer orgulhosamente que estão salvos. Não
tendo como justificar suas divisões, discórdias,
contradições e seus erros doutrinários apegam-se a
exterioridades para enganar os incautos, querendo dizer
que são bons porque não bebem.
Beber, moderadamente, não faz mal. Embriagar-se,
beber demais, além de fazer mal à saúde, faz perder o
controle da consciência, o que pode nos levar a cometer
pecados.
Nas bodas de Caná, quando já havia acabado o
vinho e os convidados já haviam bebido muito, Jesus faz
mais vinho, permitindo que as pessoas continuassem
bebendo. Ainda não havia chegado o momento de iniciar
sua missão, mas a pedido da virgem Maria, realiza seu
primeiro milagre (S. João: 2, 1 a 11).
Na última ceia, Jesus, celebrando a primeira missa
da nova aliança, com os apóstolos, transforma o vinho em
seu sangue e diz: “Tomai, bebei”. Jesus estava, portanto,
bebendo (S. Mateus: 26, 26 a 28).
O apóstolo S. Paulo, grande propagador do
cristianismo, aconselha o seu discípulo Timóteo a beber
um pouco de vinho, pois que é bom para a saúde (I
Timóteo: 5, 23).
Está na Bíblia!

38
PURGATÓRIO

O Apocalipse, no capo 21, descreve um lugar que


parece ser o paraíso e, em seu verso 27 diz que não
entrará ali nada que esteja contaminado.
Ora, qualquer pessoa que viva em contato com os
males do mundo certamente ficará contaminado.
Sendo assim ninguém poderá salvar-se, a não ser
alguns frades e freiras que realmente se isolam de todos
os perigos de contaminação para viverem integralmente
os ensinamentos de Jesus, e outros poucos, como, por
exemplo, Frei Damião do Nordeste, Madre Tereza de
Calcutá, Irmã Dulce da Bahia, Irmã Marcelina de Vitória,
ES.
Em vista disto deve haver um lugar, sugerido nos
Evangelhos, onde ficaremos algum tempo para purificar
nos de impurezas espirituais, morais, contrárias ao amor
de Deus e do próximo, que contraímos em nossa
caminhada por este mundo.
Citemos algumas passagens dos evangelhos:
S. Mateus: 5, 25-26 “ ... e te encerrem na prisão ...
não sairás dali enquanto não pagares o último ceitil”.
S. Mateus: 12, 31-32 “ ... se alguém falar contra o
Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século
nem no futuro”.
S. Mateus: 18, 34-35 “ ... o patrão o entregou aos
atormentadores até que pagasse tudo o que devia. Assim
vos fará o Pai Celestial, se não perdoardes cada um a seu
irmão, as suas ofensas”.
S. Lucas: 12, 58-59 “ ... te encerre na prisão ... não
sairás dali enquanto não pagares o derradeiro ceitil”.
I Coríntios: 3, 13-14-15 “ ... mas o tal será salvo,
todavia, como pelo fogo”. Com estas palavras o apóstolo
39
S. Paulo diz que aquele cujas obras no momento da morte
forem imperfeitas se salvará, mas deverá purificar-se.
I S. Pedro: 3, 18-19 “ ... e pregou aos espíritos em
prisão”.
I S. Pedro: 4, 5-6-19 “ ... para julgar os vivos e os
mortos” ... “foi pregado o evangelho também aos mortos
para que fossem julgados segundo os homens na carne”.
“Portanto, também os que padecem segundo a vontade
de Deus encomendem-lhe as suas almas”.
Os cristãos, desde o início sempre acreditaram na
existência do purgatório.
Tertuliano, que viveu entre os anos 160 e 240 d.C.
escreveu: “Uma vez por ano oferecemos sacrifícios pelos
mortos”.
Santo Agostinho (354 a 430 d.C.) diz: “Deus de meu
coração, peço-te pelos pecados de minha mãe”.
Nos túmulos dos primeiros cristãos ainda hoje se lê:
“Lembrai-vos de nós em vossas orações”.
A palavra purgatório não se encontra na Bíblia mas
convencionou-se dar este nome ao estado transitório de
purificação sugerido pela própria Bíblia.

40
DOMINGO

Há uma igreja que guarda o sábado, como fazem os


judeus. Estão ligados ao Antigo Testamento; à religião
judaica, à Antiga Aliança, desprezando o costume dos
cristãos do Novo Testamento, da Nova Aliança, que
desde o princípio passaram a guardar o primeiro dia da
semana, o dia da ressurreição de Jesus, dia este que,
mais tarde, passou a denominar-se domingo, que significa
dia do Senhor.
Jesus, ainda em vida como homem na terra, já não
observava o sábado, como os judeus, e fazia milagres
nesse dia. Por isto os judeus procuravam matá-lo, visto
que, para eles, é proibido exercer qualquer atividade no
sábado (S. João: 5, 1 a 18).
Certa vez os judeus se escandalizaram porque os
discípulos colheram cereais num sábado e Jesus,
defendendo os discípulos, deu uma lição aos judeus,
diminuindo a importância do sábado (S. Marcos: 2, 23 a
28).
No Evangelho de S. Lucas, capo 6, verso 5, lemos:
“O Filho do Homem (Jesus) é Senhor também do
sábado”.
Os mais importantes acontecimentos que deram
origem ao Cristianismo se verificaram no primeiro dia da
semana, ou seja, no domingo, como a ressurreição do
Cristo (S. João: 20,1 e seguintes) e o primeiro
aparecimento de Jesus aos discípulos (S. João: 20, 19).
Logo que o Cristianismo começou a se desenvolver,
os primeiros cristãos se reuniam no primeiro dia da
semana (domingo) para exercerem suas atividades
religiosas. Na Bíblia lemos:
“E no primeiro dia da semana (domingo) ajuntando se
41
os discípulos para partir o pão (missa), Paulo falava com
eles (Atos: 20, 7)”.
O apóstolo S. Paulo diz também: “No primeiro dia da
semana (domingo) cada um de vocês ponha de parte o
que puder ajuntar, conforme a sua situação financeira,
para que não se façam as coletas quando eu chegar” (I
Coríntios: 16, 2).
O apóstolo S. João tem as visões do Apocalipse no
dia do Senhor, isto é, no domingo (Apocalipse: 1, 10).
Na carta aos Hebreus, capítulo 8, versículo 13,
vemos que o novo Testamento substituiu o Antigo quando
lemos: “Dizendo Novo Concerto (Nova Aliança)
envelheceu o primeiro (Antiga Aliança). Ora o que ficou
velho está perto de acabar”.
Como realmente acabou, conforme as palavras do
Apóstolo S. Pedro, infalível chefe da Igreja (Atos: 15, 1 a
12). Neste episódio, o primeiro concílio da Igreja reunido
para resolver se os cristãos deveriam continuar seguindo
o Judaísmo, o apóstolo S. Pedro faz um discurso no qual
diz, entre outras coisas, que foi indicado por Deus para
pregar a Boa Nova e que os pagãos, ao se converterem
não eram obrigados a seguir os costumes dos judeus.
Houve então um grande silêncio na reunião. Pedro
falou e a questão acabou.
Membros de algumas igrejas cristãs dizem que a
Igreja Católica mudou a guarda do sábado para o
domingo. Sim, ela o fez desde o princípio, no tempo dos
apóstolos, como vimos acima, e tem poder para isto, pois
Jesus disse a ela: “Tudo o que vocês fizerem e
desfizerem na terra será aceito no céu” (S. Mateus: 18,
17-18). O Senhor é minha força e meu escudo, nele confia
o meu coração. (Sl. 28, 7)

42
CELIBATO

Há pessoas que costumam criticar a Igreja por não


permitir o casamento dos padres.
Isto não é uma questão teológica ou doutrinária, mas
apenas uma medida disciplinar.
Devemos lembrar que Jesus era solteiro e os
apóstolos, ou não eram casados ou, deixaram tudo para
seguirem Jesus, como São Pedro o fez.
Certa vez S. Pedro disse a Jesus:
“Eis que nós abandonamos tudo e te seguimos” (S.
Marcos: 10, 28) (S. Mateus: 19, 27).
Jesus respondeu dizendo:
“Todo aquele que, por amor de Mim e do Evangelho
deixar casa, ou irmãos, ou pais e mães, ou mulher, ou
filhos, ou terras, receberá cem por um e a vida eterna” (S.
Mateus: 19, 29) (S. Marcos: 10, 29-30).
Jesus disse também: “Há homens que não se casam
por causa do Reino dos céus. Quem tiver capacidade
para compreender, compreenda” (S. Mateus: 19, 11-12).
Segue-se, também neste caso, o conselho do
apóstolo S. Paulo que também não era casado e disse:
“Queria que todos fossem como eu mesmo, mas
cada um tem de Deus o seu próprio dom. Digo, porém,
aos solteiros que lhes é bom ficarem como eu.
Cada um ande como Deus o chamou. Cada um fique
na vocação em que foi chamado.
Irmãos, cada um fique diante de Deus no estado em
que foi chamado.
Tenho, pois, por bom para o homem estar assim, por
causa da instante necessidade.
E bem quisera eu que vocês estivessem sem
preocupações.
43
O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há
de agradar ao Senhor.
O que é casado cuida das coisas do mundo, em
como há de agradar à mulher.
E digo isto para proveito de vocês, não para enlaçá-
los, mas para o que é decente e conveniente, para vocês
se unirem ao Senhor sem nenhuma distração” (I Coríntios:
7, 7-8-17-20-24-26-32-33-35).
Quanto às freiras, o apóstolo S. Paulo diz:
“Há diferença entre a mulher casada e a virgem: a
solteira cuida das coisas do Senhor para ser santa, tanto
no corpo como no espírito; porém a casada cuida das
coisas do mundo em como há de agradar ao marido” (I
Coríntios: 7, 34).
A finalidade do celibato é ficar inteiramente disponível
para se entregar totalmente ao serviço de Deus e da
Igreja.
Se fossem casados, tendo de cuidar de suas famílias,
como poderiam padres e freiras, além das funções
inerentes ao cargo, cuidar de milhares de creches,
orfanatos, abrigos de idosos, hospitais onde trabalham dia
e noite gratuitamente com amor e dedicação servindo a
Deus, aos irmãos e ao Evangelho como verdadeiros
santos?

44
INTERPRETAÇÃO

O apóstolo S. Pedro, em sua segunda carta aos


cristãos de todo o mundo, nos diz:
“Nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação (II S. Pedro: 1, 20), porque há coisas difíceis
de entender e as pessoas de pouca instrução torcem para
sua própria perdição (II S. Pedro: 3, 16).
E continua dizendo que, por causa da interpretação
particular, surgem falsos profetas que encobertamente
introduzem entre o povo heresias de perdição (II S. Pedro:
2, 1). E que muitas pessoas seguirão suas divisões pelas
quais será blasfemado o caminho da verdade (II S. Pedro:
2, 1-2).
Mas, apesar de proibida pela Bíblia, e sujeita aos
erros humanos, as igrejas protestantes, ditas evangélicas,
adotam o princípio da livre interpretação das escrituras,
que permite a cada pessoa ou grupo de pessoas fazerem
a interpretação conforme seu entendimento, levando
grande parte das pessoas que se dizem cristãs a se
dividirem em grande número de seitas, com muitas
subdivisões, estranhas denominações e doutrinas
diferentes umas das outras, discordantes, colidentes e
contraditórias, formando uma Babel de heresias.
Convém lembrar que heresia é uma palavra de
origem grega que significa escolha. É fazer a escolha e
seguir umas dessas diferentes doutrinas.
Adotando a livre interpretação das escrituras, o
Protestantismo perdeu o controle da situação e deu um
passo fatal para a degradação religiosa que, com as
inúmeras divisões, rivalidades e o surgimento de
numerosas seitas, fundadas por homens comuns,
aventureiros sem nenhum compromisso com a verdade,
45
enfraquece o Cristianismo, tirando-lhe a credibilidade e
dificultando a adoção dos ensinamentos de Jesus como
regra de vida para a humanidade.
Daí vemos o dano causado pelo fato de a Bíblia
andar nas mãos de pessoas incompetentes e mal-
intencionadas, que torcem a interpretação para blasfemar
o caminho da verdade.
Essas pessoas usam também a palavra de Deus
para tirar dinheiro dos outros, fazendo das doações e dos
dízimos condição indispensável para a salvação, levando
as pessoas desorientadas a se sentirem obrigadas a
pagá-los.
O apóstolo S. Pedro tem razão quando nos previne
contra os males da livre interpretação das escrituras.
Para interpretar e ensinar corretamente Jesus fundou
a Santa Igreja (S. Mateus: 16, 18) com os apóstolos, para
continuar a sua missão na terra, portanto apostólica (S.
João: 20, 21) e católica, ou seja, para todas as pessoas
de todo o mundo (S. Marcos: 16, 15-16) que há quase
dois mil anos, sempre teve grandes teólogos e a
assistência infalível do Espírito Santo (S. João: 14, 26) e
do próprio Jesus Cristo (S. Mateus: 28, 20) que sendo
Deus é justo e não mente, é todo poderoso e não
fracassa.
Devemos, pois, seguir a interpretação feita pela única
Igreja de Jesus Cristo, apostólica e católica, o caminho da
verdade, dirigida por S. Pedro, a quem Jesus disse
repetidamente para ficar bem claro: “Apascenta os meus
cordeiros, apascenta as minhas ovelhas” (S. João: 21, 15-
16-17) e, logicamente, por seus sucessores através dos
séculos, os bispos de Roma, já que a Igreja foi fundada
para existir sempre, conforme as palavras de Jesus, que
disse: “Eu estarei com vocês todos os dias até o fim dos
46
tempos” (S. Mateus: 28, 20)
“Nenhuma profecia das escrituras é de particular
interpretação” (II S. Pedro: 1, 20).

47
IMAGENS

1. Deus fez imagens:


a) No momento do batismo de Jesus, Deus fez descer
sobre Ele o Espírito Santo na imagem de uma
pomba. (S. Lucas: 3, 22; S. Mateus: 3, 16; S. Marcos:
1, 10).
b) Depois que Jesus subiu ao céu, quando os apóstolos,
com a virgem Maria, estavam reunidos, Deus fez
descer sobre eles o Espírito Santo na imagem de
línguas de fogo. (Atos: 2, 3-4)

2. Deus mandou fazer imagens:


a) Explicando a Moisés como deveria fazer o templo,
Deus mandou fazer as imagens de dois anjos
(querubins) de ouro e colocá-los na arca e prometeu
vir falar a Moisés entre as duas imagens. (Êxodo: 25,
18 a 22).
b)No deserto, quando os judeus vinham fugindo do
Egito, Deus mandou Moisés fazer a imagem de uma
serpente de metal e colocá-la sobre uma haste, e
todos os que eram mordidos por cobras, olhavam
para a imagem da serpente de metal e ficavam
curados. (Números: 21, 4 a 9).
No evangelho de S. João, capo 3, verso 14,
Jesus diz: “Assim como Moisés levantou a serpente
no deserto, da mesma forma importa que o Filho do
Homem seja levantado”.
A serpente foi levantada no deserto na forma de
imagem. Isto prefigura a imagem de Jesus pregado
na cruz, o crucifixo, que usamos como símbolo dos
cristãos.
c) Outras citações bíblicas que mandam fazer imagens
48
são:
Êxodo: 37, 6 a 9; I Reis: 6, 22 a 29-32-35; Ezequiel:
41, 18-20-25; Hebreus: 9, 5.

3. Deus proíbe imagens de falsos deuses:


Devemos observar o que está escrito na Bíblia
relacionando com a história.
Numa certa época os Judeus viveram no Egito, país
cuja religião adorava animais como se fossem deuses.
Assim, consideravam deuses o Boi Apis, um pássaro
chamado Íbis, o crocodilo e outros.
Guiados por Moisés os Judeus fugiram do Egito,
atravessaram o Mar Vermelho e o deserto do Sinai de
volta para Canaã.
Desesperados no deserto, famintos e sedentos
fizeram a imagem de um bezerro e adoraram.
Então Moisés, querendo que os Judeus
esquecessem os falsos deuses do Egito e adorassem
apenas Yavé, que é o verdadeiro Deus, e que nós
chamamos Deus-Pai começou a ensinar os Judeus a não
fazerem ídolos (falsos deuses) e não adorassem imagens
“de algum animal que vive na terra, ou algum pássaro que
voa pelos céus; de algum animai que rasteja sobre o solo,
ou de algum peixe que há nas águas debaixo da terra”
(Deuteronômio: 4, 17-18).
A Está escrito em Deuteronômio: 5, 6-7-8; 6, 4-5 e
em Êxodo: 20 versículos abaixo:
2: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirou da terra do
Egito”.
3: “Não terás outros deuses diante de Mim”.
4: “Não farás para ti imagens de esculturas, nem
semelhança alguma do que há em cima nos céus
nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo
49
da terra”.
23: “Não fareis outros deuses ao lado de Mim”. Está
claro que o que Deus quer é que não se façam
imagens de outros deuses, de falsos deuses ou
sejam ídolos, para serem adorados como se
fossem deuses. E é isto que é idolatria.
Em todas as outras citações bíblicas que proíbem
Imagens vemos que se referem a imagens de deuses.
Assim é em Levítico: 26, 1-2; Deuteronômio: 6, 4 e cap.
29, 16 a 18; Isaías: 42, 17 e cap. 44, 8-10-13-15-17 e cap.
45, 5-6-14-18-20-21-22.
Ora, Deus é perfeito, e por isto não é contraditório.
Sendo assim não proíbe o que Ele fez e o que Ele
mandou fazer.
Donde se conclui que são proibidas somente
imagens de falsos deuses e não aquelas que usamos
para nos lembrarmos daqueles irmãos e irmãs que, na
terra, fizeram a vontade de Deus e são exemplos de vida
para nós.
Imagens de anjos e estátuas de homens e mulheres,
que estão ainda abaixo dos anjos, mas que cumpriram
integralmente os ensinamentos de Jesus e por isto
reconhecidos como santos, não são proibidas, porque
anjos e santos não são deuses.
Jesus não proíbe imagens. Ele disse que o 1°
mandamento é: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu
coração, de toda a tua alma e de todo o teu
entendimento”. (S. Mateus: 22, 37; S. Marcos: 12, 30). E o
2°, semelhante a este, é “Amarás o teu próximo como a ti
mesmo”. (S. Mateus: 22, 39; S. Marcos: 12, 31).
Está na Bíblia!
Mas os adeptos das seitas isolam do contexto o
versículo 4, o que lhes facilita modificar a interpretação e
50
criticar injustamente os católicos pelo uso de imagens dos
santos.
O único Deus adorado na única Igreja de Jesus
Cristo, apostólica e católica, é a Santíssima Trindade do
Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Idolatria é a adoração de outros deuses, de falsos
deuses.

51
INQUISIÇÃO

Os inimigos da única Igreja fundada por Jesus Cristo,


apostólica e católica, costumam caluniá-la devido ao
episódio da inquisição. Fazem-no por ignorância.
Antes de tudo é preciso saber o significado da
palavra “inquisição” e o que acontecia realmente.
A palavra é um substantivo cognato do verbo inquirir
que significa perguntar, interrogar.
Inquisição, portanto, significa interrogatório.
Em seguida é preciso saber que naquela época a
heresia era crime. E como todo crime devia ser punida.
Não havia ainda a liberdade de pensamento, de
opinião, de palavra, de crença. Estes ideais só
apareceram com a revolução francesa do ano de 1789.
Os governos católicos não toleravam, em seu
território, a proliferação de doutrinas heréticas.
Como se faz até hoje, em qualquer lugar, as pessoas
que cometem crimes, antes de serem julgadas, devem ser
interrogadas.
Assim quem comete o que atualmente é crime, é
submetido a um inquérito (inquisição) policial.
As pessoas denunciadas pela prática de heresias ou
bruxarias, antes de julgadas pelos juízes eram
interrogadas para revelar se eram ou não hereges.
Mas quem poderia interrogá-las?
Visto tratar-se de assuntos religiosos, certamente os
líderes da Igreja, que são as pessoas que entendem do
assunto, como os médicos entendem de medicina, os
juristas entendem de direito, os economistas, de
economia, etc.
A Igreja fazia, portanto, o interrogatório, isto é, a
inquisição.
52
Provado que a pessoa era herege, quem aplicava a
pena eram os governos, que tinham, como têm, os
policiais para isto.
Como vemos, quem decretava a sentença eram os
juízes e quem executava tais sentenças era o Poder
Executivo dos Estados.
A Igreja nunca teve poder nem polícia para aplicar
penas. Ela sempre existiu em países que têm governos
civis ou militares. Mesmo se quisesse fazê-lo, o réu
poderia recorrer aos governos dos países, porque estes
têm o dever de proteger a vida de seus cidadãos, se
inocentes.
Naquele tempo existia a pena de morte, mesmo em
países de formação católica, como existe até hoje em
países de formação protestante, como os Estados Unidos
da América e em países de orientação islâmica.
Não vale, pois, querer culpar a Igreja pela execução
dos hereges e bruxos.
As formas de execução da sentença de morte
evoluíram com o passar dos tempos. Naquele tempo era a
fogueira, depois o enforcamento e a decapitação, em
seguida a guilhotina e hoje o fuzilamento, a cadeira
elétrica e as injeções letais.
No século XVI, quando a Igreja inglesa se separou de
Roma e adotou alguns princípios do Protestantismo,
houve grande perseguição aos católicos que não
quiseram aderir. O chanceler católico Thomas More, o
cardeal arcebispo John Fisher e o clérigo Edmundo
Campion foram enforcados na Tower Hill e nada menos
que 305 servos de Deus derramaram seu sangue em
defesa da fé católica.
O autor Cláudio Vicentino em seu livro História Geral,
página 201, diz que o chefe protestante (evangélico) João
53
Calvino, quando assumiu o governo da cidade de
Genebra, na Suíça, implantou um regime de terror contra
a população católica matando padres e fiéis, quando o
médico e teólogo católico Miguel Servet foi queimado vivo
em 1553.
Outro fato de se notar foi o massacre da população
católica da Irlanda quando conquistada, no século 16,
pelos protestantes (evangélicos) ingleses e escoceses,
que tomaram as terras dos agricultores e negaram os
direitos civis a todos os católicos. Dos 12 milhões de
habitantes do país restaram os 5 milhões atuais. Os
outros ou foram assassinados ou fugiram para a América
do Norte.
No Ulster, província do norte da Irlanda, os
protestantes ainda são maioria e até hoje perseguem os
católicos negando-lhes os direitos civis.
Devemos nos lembrar também do massacre das
populações indígenas da América do Norte, praticado
pelos colonos protestantes constituindo um verdadeiro
genocídio e do desumano racismo contra a população
negra, só eliminado legalmente quando o país foi
governado pelo presidente católico John Kennedy.

54
OUTRAS IGREJAS

Como vemos, Jesus fundou só uma igreja, católica,


ou seja, universal, para manter unidas todas as pessoas
que crêem n 'Ele.
Pediu que todos os verdadeiros crentes sejam um,
sejam perfeitos em unidade (S. João: 17-11-20 a 23) e
ordenou que haja um só rebanho e um só pastor (S. João:
10,16).
Mas, apesar disto, a partir do movimento protestante
do século 16 surgiram muitas igrejas e seitas, fundadas
por homens comuns, com denominações e doutrinas
diferentes umas das outras, que dividem os cristãos e
enfraquecem o cristianismo. Dessas igrejas, as mais
conhecidas entre nós são as seguintes:

IGREJA FUNDADOR ANO LOCAL


Luterana Lutero 1530 Alemanha
Presbiteriana John Knox 1560 Escócia
Batista John Smith 1611 Inglaterra
Metodista John Wesley 1727 Inglaterra
Estados
Adventista William Miller 1831
Unidos
Estados
Mórmons Joseph Smith 1838
Unidos
Charles Estados
Test. de Jeová 1874
Russel Unidos
Vários Estados
Ass. de Deus 1914
Pastores Unidos
Deus é Amor Davi Miranda 1962 Brasil (SP)
Gedelti
Maranata 1969 Brasil (ES)’
Gueiros
Universal do Reino de
Edir Macedo 1977 Brasil (RJ)
Deus

55
CONCLUSÃO

Há uma ausência de paz internacional, social e


política, doméstica e individual no mundo atual, mas há
uma instituição divina capaz de estabelecer a paz nas
almas, na família, na sociedade e entre as nações,
promover o reino de Deus no mundo e salvaguardar o
caráter sagrado do direito dos povos, uma instituição que
é para todas as nações, superior a todas as nações,
investida de autoridade soberana e do prestígio religioso
de um magistério supremo e perfeito: a Igreja de Cristo,
uma (S. João: 17, 11-20 a 23) santa (Efésios: 5, 26-27),
católica (S. Marcos: 16, 15), e apostólica (S. João: 20, 21).
Só ela se encontra à altura de tão sublime missão, pelo
mandato que recebeu de Deus (S. Mateus: 28, 19-20) por
esta incomparável majestade secular que a perversidade
de seus inimigos não consegue abater, pelo contrário
contribui para seu fortalecimento.
A Igreja segue, inabalável e irredutível, firme e
segura, confiante nas palavras de Jesus, que prometeu
categoricamente, dizendo:
“As forças do mal não prevalecerão contra ela.” (S.
Mateus: 16, 18)

56
AÇÃO DE GRAÇAS

Este trabalho foi realizado em ação de graças a


Nosso Senhor Jesus Cristo por toda a proteção e
benefícios que nos têm sido concedidos, desde nossa
infância, dando-nos uma vida de saúde, bem-estar,
disposição, vitórias e reconhecimento, sob o manto
sagrado da proteção divina e ter-nos feito nascer em um
lar cristão-católico onde aprendemos a pôr em prática os
ensinamentos de Jesus.

Graças a Vós Senhor!

Michel Elias Mameri (Christianus)


Autor

Honra, Glória e Louvor ao


Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!
Amém.

57
A Igreja de Jesus Cristo:
Em defesa da fé católica

Nota-se que a intenção do Autor deste livreto é


orientar os fiéis na identificação da única e verdadeira
Igreja fundada por Jesus Cristo e se sintam seguros e
tranquilos na barca de Pedro, com Jesus a bordo,
navegando firme e serena sobre as ondas revoltas do mar
agitado do mundo em direção à Jerusalém Celeste, onde
viveremos eternamente junto à Santíssima Trindade, na
companhia da Virgem Maria e todos os Santos que
souberam cumprir integralmente em suas vidas os
ensinamentos do Divino Mestre.

Pe. Tarcísio A. Caliman


PRESIDENTE DO TRIBUNAL ECLESIÁSTICO
DA ARQUIDIOCESE DE VITÓRIA, ES.

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