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FILOSOFIA

2
Módulo

capítulo 1

ESTÉTICA: A REFLEXÃO
SOBRE A ARTE
FILOSOFIA Módulo 2 Estética: a reflexão
capítulo 1 sobre a arte

O que é estética?
n Entre os questionamentos da estética, estão: o que é uma obra de arte?
O que significa ser um artista? Como identificar uma obra de arte?
É possível discutir o gosto? Se a arte visa à beleza, como pode representar
o feio, o trágico e a dor?

n O termo grego aisthesis nos remete aos significados de “sensibilidade”,


“faculdade de sentir”, “compreensão pelos sentidos”.

n O objeto da estética é aquele que se apreende pelos sentidos e é capaz de


provocar diversos tipos de sentimentos em quem o aprecia.

n A estética é a reflexão filosófica sobre a arte, mais propriamente o estudo


dos julgamentos de beleza a respeito da criação e da apreciação artísticas.

n O filósofo alemão Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762) inaugurou o


conceito moderno de estética, definindo-o como o conjunto das teorias da
arte que discorrem sobre a pintura, a poesia, a escultura, a música e a dança.
FILOSOFIA Módulo 2 Estética: a reflexão
capítulo 1 sobre a arte

O julgamento do gosto
n Os filósofos David Hume (1711-1776) e Immanuel Kant (1724-1804)
rejeitaram as concepções clássicas e racionalistas que definiam as qualidades
estéticas como objetivas, inerentes aos objetos.
n Para eles, o juízo estético tem por base o gosto,

BRIDGEMAN IMAGES/KEYSTONE. © SUCCESSION PABLO PICASSO/AUTVIS,


BRASIL, 2017 - MUSEU PICASSO, PARIS
uma recepção do objeto que é de natureza
emocional, ligada a preferências e/ou aversões
particulares.
n Hume argumenta contra a ideia de relativismo

estético, ao afirmar que existe um padrão


universal de gosto, com base no qual podemos
julgar algo como belo.

Retrato de Dora Maar (1937), pintura de Pablo Picasso.


Para Hume, a beleza não é uma qualidade das próprias coisas,
mas algo que está no espírito de quem as contempla. Nessa
obra, por exemplo, alguns podem ver deformidade e uma
multiplicidade de cores, ao passo que outros veem beleza no
retrato de uma das maiores musas inspiradoras do pintor espanhol.
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capítulo 1 sobre a arte

Kant e o prazer da apreciação


n Na obra Crítica do juízo, Kant discorda de Hume: defende a impossibilidade
de existir um padrão universal de gosto orientando as avaliações estéticas,
dado que não há regras que regulem o juízo estético.
n Para Kant, não há regras que definam um objeto como naturalmente belo

ou feio, pois o juízo estético de gosto depende da sensação de prazer ou


desprazer provocada pela apreciação desse objeto.
n O juízo do gosto se refere apenas aos nossos sentimentos de satisfação ou

insatisfação na percepção de um objeto.


n Quando se trata de uma obra de arte, a beleza está na representação, e não

no objeto representado.
n Kant distingue três características do prazer estético:

• a preciação desinteressada: a obra de arte não tem fins pragmáticos, não


visa à aplicação prática imediata, mas apenas ao deleite;
• o riginalidade: diz respeito ao fato de o artista criar algo novo, que não é
determinado por regras;
• exemplaridade: a obra serve de modelo a ser seguido por outros artistas.
FILOSOFIA Módulo 2 Estética: a reflexão
capítulo 1 sobre a arte

Aprimoramento do gosto
n O refinamento do gosto se faz pela frequentação da obra, isto é, pela
convivência continuada com objetos artísticos.
n O chamado discurso autorizado joga luz no objeto artístico para que

possamos construir relações entre a obra e outras criações humanas.

Arte e conhecimento
n A arte é uma espécie de conhecimento de mundo e de nós mesmos,
que organiza o mundo por meio do sentimento e de elementos simbólicos.
n Função naturalista: a obra de arte aparece como imitação da realidade.

Para Platão (c. 429-347 a.C.), a imitação artística é criticável por estimular
a ilusão e as paixões. Para Aristóteles (c. 384-322 a.C.), a arte é uma
invenção que idealiza a representação da realidade.
n Função pragmática: as obras de arte são veículos de valores não estéticos.

n Função formalista: o que vale são os aspectos formais da arte, como

apresentação, composição etc.


FILOSOFIA Módulo 2 Estética: a reflexão
capítulo 1 sobre a arte

As primeiras rupturas
n Os artistas refletem o contexto histórico em suas obras e expressam de
maneiras diferentes e inventivas a experiência vivida.
n Na Antiguidade e na Idade Média, o conceito de arte estava ligado ao
fazer artesanal; prova disso é que o termo grego que designa a arte é
techné, que também significa “técnica”. Na Idade Média, predominaram os
temas de caráter religioso — e a estética naturalista, que se manteve até a
Idade Moderna.
n No Renascimento, os artistas ganharam renome, individualidade e
autonomia.
n Na Idade Moderna foram retomados os assuntos míticos da Antiguidade, ao
lado de representações da nobreza e da burguesia e, no século XIX, também
do cotidiano das classes populares.
n No século XIX, houve um enfraquecimento da estética de função naturalista,
com o surgimento do impressionismo, a invenção da fotografia e, no século
XX, do cubismo e do abstracionismo.
FILOSOFIA Módulo 2 Estética: a reflexão
capítulo 1 sobre a arte

A arte na sociedade industrial


n Com a Revolução Industrial (iniciada no século XVIII) e a passagem da
manufatura para o sistema fabril, a arte absorveu novos processos sob a
influência da industrialização.
n No século XIX, ao expandir a divulgação das obras impressas, permitiu-se que

os chamados folhetins, histórias ficcionais, fossem lidas por um público maior.


n Em Paris, no final do século XIX,

DIVULGAÇÃO/UNIVERSUM FILM (UFA)


os irmãos Auguste e Louis Lumière
registraram a patente do cinematógrafo,
proporcionando uma grande novidade no
mundo das artes: o cinema.
n Em 1919, na Alemanha, o arquiteto Walter

Gropius fundou a Bauhaus, com a proposta


de integrar arte e indústria, criando obras
Cena do filme Metropolis (1927), do
com características utilitárias, de uso. diretor austríaco Fritz Lang. Esse filme é
Assim nasceu a profissão de designer. considerado um dos grandes expoentes
do expressionismo alemão, abrindo um
novo caminho para o mundo das artes.
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capítulo 1 sobre a arte

A arte na era da reprodutibilidade técnica


n Em um ensaio denominado A obra de arte na época de suas técnicas
de reprodução, publicado em 1936, o filósofo alemão Walter Benjamin
(1892-1940) argumenta que as novas técnicas causaram a perda da
aura na arte.
n Para Benjamin, a aura da obra de arte está na reunião de três fatores:

•  unicidade (a obra é única);


• originalidade (por não se tratar de cópia);
• autenticidade (quando pode ser reconhecida a autoria da obra).
n Reprodutibilidade: dissolve a aura, por não possibilitar diferenciação entre

original e cópia; ao mesmo tempo, populariza a arte, antes restrita às elites.


n Menos otimistas, os filósofos Max Horkheimer (1895-1973) e Theodor Adorno

(1903-1969) criaram o conceito de indústria cultural para advertir sobre os


riscos de subordinar a cultura de massa à produção industrial. Para estes, a arte
deveria provocar conscientização, mas quando a indústria cultural se torna puro
entretenimento, sua superficialidade entorpece a consciência crítica.
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capítulo 1 sobre a arte

Reflexões sobre arte e poder


n É necessário refletir em que medida os poderes constituídos poderiam
facilitar ou dificultar o acesso universal aos benefícios da arte, seja como
fruidor dela, seja como realizador de obras artísticas.

n Com a indústria cultural, há o risco de nos ser negado o contato com


expressões artísticas emancipadoras, tamanha é a força do mercado que
dissemina obras de puro entretenimento.

n Como a política vigente não tem aberto caminho para a universalização da


arte, nos últimos tempos intensificou-se o fenômeno de micropolíticas,
decorrentes da participação ativa de cidadãos na tentativa de reverter esse
quadro.

n Seguindo o fenômeno de micropolíticas, há exemplos de coletivos culturais


que visam à formação de grupos musicais, produção literária popular,
bibliotecas ou videotecas, abertura de salas de cinema e até espaços para
produção de filmes ou vídeos.
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2
Módulo

capítulo 2

AS FORMAS DE CRENÇA
FILOSOFIA Módulo 2
As formas de crença
capítulo 2

Crenças
n Crença é um conceito extenso, que permeia nosso cotidiano e está
relacionado à adesão a uma proposição tomada por verdadeira, mesmo
que não possa ser fundamentada totalmente em razões.
n A vida moral baseia-se em crenças, que submetemos a frequentes

reavaliações a fim de mantê-las ou alterá-las.


n A crença religiosa se refere ao sentido estrito de

confiança na existência do sobrenatural, naquilo que

JEAN-CLAUDE VARGA/AKG-IMAGES/ALBUM/
LATINSTOCK - MUSEU RODIN, PARIS
ultrapassa as leis da natureza. Trata-se da dimensão
do sagrado e do mistério.
n A investigação das crenças religiosas propõe uma

discussão filosófica específica tratada como filosofia


da religião.
A mão de Deus (1896), escultura de Auguste Rodin.
A crença no sobrenatural esteve presente nas mais variadas
sociedades, frequentemente permeada por indagações
como “de onde viemos?”, “para onde vamos?”, as quais se
tornaram também questionamentos filosóficos.
FILOSOFIA Módulo 2
As formas de crença
capítulo 2

Mitos
n O mito é a forma mais remota de crença, ao buscar explicações para o
desconhecido (fenômenos da natureza, aspectos gerais da condição humana).
n A verdade do mito resulta de uma intuição compreensiva da realidade, cujas

raízes se fundam na emoção e na afetividade.


n O mito opera na dimensão do mistério, pois é sempre um enigma a ser

decifrado e, como tal, representa o espanto diante do mundo e das forças


sobrenaturais que atuam nele.
n A função do mito é acomodar e tranquilizar o ser humano em um mundo

que lhe parece assustador.


n É o mito que garante a manutenção dos costumes no cotidiano dos povos

tradicionais.
n O mito permanece vivo até hoje: nos contos populares e no folclore; em

valores arquetípicos e modelos universais, como personalidades de grande


prestígio; e em preconceitos, como o mito ariano.
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As formas de crença
capítulo 2

Mitos e religião na Grécia antiga


n Tanto a civilização grega, que surgiu por volta do segundo milênio a.C.,
como aquelas que a antecederam professavam o politeísmo.
n Hesíodo, poeta que teria vivido entre o final do século VIII e o início do
século VII a.C., reuniu os mitos gregos na obra Teogonia, termo que significa
“origem de Deus”.
n O sentido da palavra “teogonia” implica outro, o de cosmogonia (origem
do Universo).
n Posteriormente, outras religiões de mistérios difundiram crenças de
reencarnação, vida eterna e salvação pessoal, aspectos desconhecidos
da religião grega oficial.
n Após essas ideias serem absorvidas pelo pitagorismo, chegaram ao
pensamento de Platão, influenciando sua teoria.
n Em meio às religiões politeístas, os filósofos gregos já desenvolviam teses
sobre um Deus único.
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As formas de crença
capítulo 2

A compreensão do divino
n De modo geral, identificam-se duas tendências para compreender o
posicionamento das pessoas diante de Deus: a que se baseia na crença
em Deus e a que é alheia à divindade.
n Entre as expressões de crença, destacamos:

• Teísmo: corresponde à maioria das religiões e se fundamenta na crença


em um Deus transcendente. O teísmo pode ser politeísta ou monoteísta.
• Panteísmo: Deus está em tudo; ele e o mundo são um e a mesma coisa.
É a ideia de um Deus imanente ao mundo.
• Deísmo: é um tipo de religião natural. Deus, criador do mundo, não “cuida” da
criatura, nem esta tem vínculo com o divino: não há livros sagrados nem culto.
• Agnosticismo: não há afirmação de que Deus existe ou não, em razão
da impossibilidade racional de conhecê-Lo (pode ser que exista, pode ser
que não).
• Ateísmo: o ateu crê que Deus não existe; trata-se de uma crença, de uma
opinião sem provas.
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As formas de crença
capítulo 2

Deus existe?
n A crença em Deus não é unânime, embora a maioria das pessoas seja teísta.
n Entre os principais argumentos que defendem a existência divina,

destacamos:
• Argumento ontológico: baseia-se na definição de Deus encontrada no
plano do pensamento. É também chamado de argumento a priori, por
ser elaborado apenas pela razão e não depender de confirmação da
experiência.
• Argumento cosmológico: é a posteriori porque parte de dados da
experiência. Um dos mais famosos se fundamenta na relação de causa
e efeito: se tudo tem uma causa, não se pode levar isso ao infinito;
então, deve haver uma causa incausada, Deus. Variantes do argumento:
movimento (Deus seria imóvel e causa do movimento); contingência
(apenas Deus é um ser necessário).
• Argumento do desígnio: fundamenta-se na analogia: assim como uma bela
obra tem seu criador, também o Universo, com sua ordem e complexidade,
só poderia ter sido resultado de uma intenção divina.
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As formas de crença
capítulo 2

O problema do mal
n Com a existência do mal moral e dos males naturais, surge a dificuldade em
conciliar a bondade e a onipotência divinas.

n Do ponto de vista filosófico, na tentativa de solucionar essa dificuldade, há


várias teorias sobre o mal, entre elas:
• Agostinho de Hipona defende a teoria do mal como “não ser”: trata-se de
uma carência, da ausência do bem, já que todas as coisas são boas;
• Immanuel Kant conclui ser impossível resolver essa contradição entre
bondade e maldade: nós é que devemos reconhecer que o mal existe e
buscar maneiras de evitá-lo, quando possível;
• Paul Ricoeur defende que cabe ao crente “espiritualizar” a lamentação, ou
seja, descobrir que a crença em Deus não exige a explicação da origem do
sofrimento.
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As formas de crença
capítulo 2

Religião e democracia
n A democracia é por excelência pluralista: aceita a participação dos cidadãos
e respeita as diferenças entre seus membros. Por isso, é o oposto da
autocracia, o governo de um só, e vai contra a imposição de um único credo.
Constatamos na história as tiranias de governos e as perseguições àqueles
considerados hereges.

n A existência de um Estado laico é importante para a democracia, por


manter-se neutro e evitar o fortalecimento de um credo em detrimento
de outros.

n Mesmo no seio da sociedade civil há o risco de fundamentalismo,


representado por grupos radicais que desejam impor sua verdade aos outros,
às vezes pela violência.

n Em uma sociedade democrática, todos – crentes e descrentes – devem ter


seu espaço de liberdade de expressão e respeitar-se mutuamente.

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