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BIOMASSAS
1. INTRODUÇÃO
A crescente busca por energias renováveis, vem incentivando pesquisadores a trazer
como tema de novas pesquisa, a utilização de resíduos agrícolas para geração de energia (Souza
et al., 2011; Alves, 2013). As indústrias de modo geral, tornaram-se muito dependentes do
petróleo, mas a ameaça de escassez e a instabilidade de preços do mesmo, além da preocupação
climática com as emissões de CO2, metano e óxidos de nitrogênio, vem trazendo a substituição
do petróleo por biocombustíveis (Energias Renováveis do Brasil, 2016).
Este projeto visa caracterizar resíduos agrícolas da cultura do estado de Alagoas, resíduos
do coco (Cocos Nucifera), da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) e da mandioca
(Manihot Esculenta Crantz), além das espécies cultivadas como a madeira de eucalipto
(Eucalyptus), madeira de sabiá (Mimosa Caesalpiniaefolia) e o capim elefante (Pennisetum
purpureum Schum). Doravante citadas neste texto pelo nome popularmente conhecido. Estas
biomassas foram escolhidas por serem cultivadas na região e que geram uma grande quantidade
de resíduos (Salomon et al., 2014), muitos desses produtos, cujo destino comum é o lixo, podem
ser reaproveitados como matéria-prima para a produção de energia limpa. Um grande exemplo,
no Estado de Alagoas, é a casca do coco verde, que há reaproveitamento voltado para o
artesanato local, mas a grande maioria das cascas são destinadas ao lixo, (Esteves, 2014).
A caracterização da biomassa deve ser baseada em seu uso, devido as tantas qualidades
destas biomassas, o presente trabalho apresenta suas propriedades físicas e químicas para fins
energéticos. A caracterização necessita, basicamente, de 3 classes de procedimentos são elas a
análise imediata, análise elementar e o poder calorífico. Na análise imediata fornece as frações,
em peso, de umidade, voláteis, cinzas e carbono fixo. Na análise elementar são obtidas as frações,
em peso, dos constituintes da biomassa, onde os principais elementos são carbono, oxigênio e
hidrogênio. No poder calorífico é obtido o calor liberado pela combustão completa da biomassa
com oxigênio. Ao fim apresenta a avaliação destas propriedades para a geração de energia.
(SANCHÉZ, 2010).
2. OBJETIVO
3. METODOLOGIA
Os cadinhos e suas tampas foram colocados na estufa a 110ºC por 1 hora, para
eliminação de contaminantes e de sua umidade. Após esse tempo eles foram colocados no
dessecador por 30 minutos para atingir a temperatura ambiente para serem pesados junto com
suas tampas.
Com os cadinhos já sem umidade e com a temperatura adequada foram preenchidos com
¾ de biomassa, logo foram pesados. Os cadinhos destampados já preenchidos foram colocados
na estufa por 2 horas a 110ºC. Após esse tempo foram colocados tampados no dessecador por 30
minutos. Logo após pesagem, foram colocados novamente na estufa até atingir massa constante,
para determinação da massa final. O tempo de secagem vária de acordo com a amostra residual.
O teor de umidade foi determinado segundo a Equação 1.
(1)
Onde: = massa amostra seca (inicial), em g; = massa carbono + cinzas (final), ao retirar da
mufla, em g.
(3)
(4)
(5)
4. RESULTADOS
A partir dos estudos acima citados, foi possível a obtenção dos resultados demonstrados a
seguir. “Os dados da análise imediata e do poder calorífico obtidos em laboratório, para a casca
de mandioca, fibra do coco, o bagaço de cana-de-açúcar, madeira de eucalipto, capim elefante e
da madeira de sabiá estão apresentados abaixo nas Tabelas 2 e 3”. Para cada resíduo foram
realizadas 4 repetições para análise imediata e 3 para o poder calorífico, tendo os resultados
separados por biomassa.
A maior parte das fábricas de cerâmicas utiliza a madeira como energia para os seus
fornos, contribuindo para o desmatamento de arbustos. Uma boa alternativa é a utilização da
casca de coco para servir de combustível para esses fornos. Na indústria convencional do coco
maduro, a casca de coco é largamente utilizada como combustível para as caldeiras. Já no caso do
fruto imaturo, o alto teor de umidade presente na casca dificulta seu aproveitamento direto,
exigindo uma etapa prévia de secagem que somente é considerada economicamente viável para
produtos de alto valor agregado (Silva et al, 2003).
O teor de matérias voláteis é definido como a fração da amostra que é liberada na forma
de gases quando aquecida a altas temperaturas, ou seja, quanto maior esse parâmetro maior a
geração gás combustível. A madeira de sabiá apresentou em média 88% e o bagaço de cana 86%
de voláteis, resultado bastante satisfatório.
O teor de carbono fixo é o carbono que permanece na amostra após passar por uma
queima, representando o tempo de queima da amostra. A madeira de eucalipto e o capim elefante
apresentaram os maiores teores de carbono fixo, com médias de 19%, representado um longo
tempo de queima. O bagaço de cana apresentou o menor teor de carbono fixo com apenas 9%.
O teor de cinzas, é definido como o resíduo inorgânico que permanece após a queima da
matéria orgânica. A madeira de eucalipto apresentou o menor teor de cinzas em média 0,6%.
Resultado muito importante, pois a geração de resíduos é mínima e com estudos rebuscados
ainda poderá ser aproveitada.
4.2. Poder Calorífico
Em vista dos argumentos apresentados podemos verificar que com relação ao teor de
materiais voláteis a madeira de sabiá se destacou gerando assim mais gases durante a combustão,
com relação ao poder calorífico superior a fibra de coco e a madeira de eucalipto obtiveram um
valor alto com relação as outras biomassas, gerando maior quantidade de calor, característica de
fundamental importância para a produção de energia.
5. CONCLUSÃO
Em vista dos argumentos apresentamos podemos verificar que são diversas as
comparações entre as biomassas e suas características para fins energéticos, por isso são diversos
os incentivos às pesquisas para desenvolvimento de biomassas com baixos custos de produção,
menor tempo de colheita, afim torna-las competitivas e vim a complementar a matriz energética
atual. A madeira de eucalipto obteve menor umidade 9,35%, enquanto o capim elefante foi o
mais elevado 68,5%, o seu uso fica comprometido, necessitando de equipamentos para secagem.
O teor de cinza mais baixo foi encontrado para a madeira de eucalipto, 0,6%, representando uma
melhor queima, também apresentou maior poder calorifico inferior, 19,97 MJ/kg. O menor poder
calorifico inferior foi obtido para casca de mandioca 13,86 MJ/kg.
6. REFERÊNCIAS
ALVES, D. A. de H. Avaliação do potencial energético de resíduos de produção agrícola
provenientes do beneficiamento da mandioca e do milho. 2013. Tese para obtenção do
grau de mestre em Engenharia Química – Universidade Federal de Alagoas, Maceió,
2013.
SOUZA, J.E.A., PAES Filho, F.de A., Da SILVA, B. P.C., TENÓRIO, N.V.N., De SOUSA, F.J.,
De Almeida, R.M., MENEGHETI, M.R., BARBOZA, A.S.R. and MENEGHETI, S.M.P.,
2011.“Biomass residues as fuel for the ceramic industry in the state of alagoas: Brazil”.
Waste Biomass Valor. DOI 10.1007/s12649-011-9100-8. 2011